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Cena do Onzeneiro

O Onzeneiro, representa a burguesia e um vício social da época. Com ele Gil Vicente, pretende
criticar os burgueses que naquele tempo se dedicavam aos juros de onze por cento aplicado
aos empréstimos de dinheiro. O Onzeneiro entra em cena e depara-se com o diabo que o trata
como seu parente, mostrando com ironia que a personagem tinha qualquer coisa a ver com
ele, que era como se fossem da mesma família. A personagem vem irritada e a reclamar que
lhe estavam mesmo a entregar dinheiro quando morreu. Uma bolsa de dinheiro é o símbolo
cénico que o Onzeneiro traz consigo e que representa a sua ganância pelo dinheiro. Este é
acusado pelo Anjo de ter roubado a vida toda, de ter o coração “cheio de dinheiro” e de ter
uma ligação obsessiva ao dinheiro. Por ter esta obsessão tão grande, quando o Anjo lhe recusa
a passagem para o Paraíso, este pensa que é porque não tem dinheiro para pagar, querendo
regressar á terra para o ir buscar e assim ter a salvação. O Onzeneiro realiza um percurso em
que fala primeiro com o Diabo, depois com o Anjo e por fim é também condenado ao inferno.

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