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Churchill associou a ideia de "suor", a ideia de "luta, esforço físico", porque há urna relação de
proximidade entre elas. A luta, o esforço físico causa o suor. Portanto, o "suor é o efeito" e "a luta, o
esforço físico a causa do suor". Da mesma maneira, a ideia de "sangue", está associada a "mortos e
feridos". Sangue é o efeito, mortos e feridos a causa do sangue. Lágrimas é o efeito, o sofrimento a
causa das lágrimas.
Não raro a metonímia é identificada com a sinédoque e por vezes confundida com a metáfora. Numa
comparação entre a metonímia e a metáfora, iremos verificar que a metáfora fundamenta-se numa
relação subjetiva (minha mãe é uma santa), isto é, num processo interno, intuitivo, estritamente
dependente do sujeito que realiza a substituição; ao passo que a metonímia, o processo é objetivo,
externo, pois a relação entre aquilo que os termos significam é verificável na realidade externa ao
sujeito que estabelece tal relação (vela por barco a vela).
De acordo com a variação do relacionamento entre os termos, a metonímia pode resultar do:
• Beber a morte (efeito: morte, pela causa: veneno).
• Ler Augusto dos Anjos (o autor pela sua obra).
• Ir ao correio (o lugar: correio, pela coisa: edifício,).
• Ter ótima cabeça (o concreto: cabeça, pelo abstrato: inteligência,).
• Comprei um Ford (o inventor: Ford, pelo Invento: carro).
• O brasileiro é sempre gentil e hospitaleiro (o singular pelo plural).
• Não te afastes da cruz (o símbolo: cruz pelo simbolizado: religião).
Fica explicito, portanto, que na sinédoque há uma relação de extensão. Isto é, um termo de
extensão menor substitui outro de extensão maior, e vice-versa.
Convém ter-se presente que a metonímia e a sinédoque nem sempre são percebidas como uma
figura de estilo, pois algumas de suas construções já pertencem à linguagem comum: o pão de cada
dia, ter bocas para alimentar, dizem as más línguas, os sem-teto, etc. ®Sérgio.
Figuras de Linguagem
d) Quando adquirem [voz] a matéria inerte e os seres abstratos, como, por exemplo, no Criton,
diálogo acerca de Sócrates na prisão, em que Platão põe as Leis a falar.
A mais genialmente arrojada prosopopeia da língua portuguesa é, sem dúvida, a personificação do
Cabo das Tormentas na figura do Gigante Adamastor. (Camões, Os Lusíadas, V, 39-59.)
Há, todavia, quem estabeleça distinção entre Prosopopeia, Personificação e Animismo, reservando
os dois primeiros para referir a atribuição de qualidades ou comportamentos humanos a seres que
não o são e o último para a expressão de sinais ou comportamentos vitais atribuídos a coisas
inanimadas, como as rochas, os metais, os objetos, etc.; mas sem os elevar à categoria de
humanos. Exemplificando:
- As árvores torciam-se e gemiam, vergastadas pelo vento. (Prosopopéia e personificação)
- Chegada à noite, os cumes das montanhas e os picos das serras deixavam-se adormecer no
travesseiro celeste. (animismo) ®Sérgio.
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Para maiores informações sobre o assunto ver: LUFT, Celso Pedro. Novo manual de português, gramática, ortografia oficial, redação,
literatura, textos e testes. 9ª.ed. São Paulo: Globo, 1990. / Moisés, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix,
1966.
Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.
Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!