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As Cores no Rito Brasileiro

por Glauber Soares


O estudo do significado das cores, no Rito
Brasileiro é de vital importância para os membros que
praticam tal liturgia pois permite facilidades e melhor
entendimento no estudo do Simbolismo. Na maioria dos
ritos conhecidos, principalmente aqueles administrados
pelo Grande Oriente do Brasil - GOB os três primeiros
graus formam a chamada Maçonaria Azul, que agrega as
Lojas Simbólicas, os graus 1, 2 e 3, Aprendiz,
Companheiro e Mestre, respectivamente. No que tange Outra curiosidade que sempre me remeteu a
aos estudos filosóficos esses já administrados pelo várias interpretações e hoje venho compartilhar com
Supremo Conclave do Brasil cada sequencia de graus vocês essa informação é relacionado "As velas·
tem uma caracteristica especifica e consequentemente uti lizadas na cerimôn ia de acend i mento e
uma cor o acompanha, exemplo graus de maestria = amortização das Luzes no Altar dos Juramentos,
verde, graus capitulares = vermelhos, graus missionários branca no castiçal da Sabedoria, vermelho no
= preto, etc. castiçal da Força e azul no castiçal da Beleza
suscitam os atributos de Deus a Onisciência, a
Quando falamos em Rito Brasileiro a cor oficial é o Onipotência e a Onipresença respectivamente.
violeta, que representa os significados de nobreza,
dignidade e, até mesmo, sacralidade. No que tange á cor As cores das velas são uma lembrança e uma
da gravata propriamente dila.questões estéticas homenagem às cores oficiais do Grande Oriente do
vedavam o uso do violeta, assunto solucionado, quando Brasil. São Também uma alusão as cores usadas
alguém trouxe (e isto era comum, trazer gravatas roxas, pelas três Lojas Fundadoras do GOB, quando a Loja
vermelhas, etc., como amostras), alguém trouxe, reitera. Comércio e Artes se dividiu e formou mais duas a
se, uma gravata bordô . no padrão, tom, etc., da Esperança de Niterói e a União e Tranquilidade. Os
atualmente usada. Agradou sobremaneira. Caiu no gosto. irmãos para identificar de que loja eram, usavam no
Foi adotada experimentalmente. E, após longo período de baço uma tarja (Branca) Comercio e Artes,
experiência, quando se verificou que o povo do Rito (Vermelha) Esperança de Niterói e (Azul) União e
aceitara com entusiasmo a solução, foi providenciada a Tranquilidade. Como a Loja Comércio e Artes era a
alteração do Regulamento Geral da Federação, tornando primeira e que se d ividiu sendo assim a mãe das
legal o uso da gravata na cor adotada pelo Rito (em nosso outras duas. por este motivo a vela branca fica no
caso o bordô). Sírio à fren te do Venerável Mest re como
homenagem.
Outra curiosidade que sempre me remeteu a
várias interpretações e hoje venho compartilhar com Segundo o Site do Grande Oriente do Brasil
vocês essa informação é relacionado "As velas" utílizadas as cores oficiais da nossa Potência Maçônica (azul,
na cerimônia de acendimento e amortização das Luzes no branca e vermelha), simboliza uma reverência a
Altar dos Juramentos, branca no castiçal da Sabedoria, Revolução Francesa (1789) um dos grandes marcos
vermelho no castiçal da Força e azul no castiçal da Beleza na História da Maçonaria em âmbito mundial, sendo
suscitam os atributos de Deus a Onisciência, a que o azul representa o poder legislativo, branco o
Onipotência e a Onipresença respectivamente. poder executivo e o vermelho o povo, os três
"dividindo" igualmente o poder. Lembrando do lema
francês, as cores representam também Liberdade
(Liberté), Igualdade, (Égalité) e Fraternidade
(Fralemité).

Revista do Jovem Aprendiz - Página 03


Edição OI • Ano 1 • Agosto 20l5
A Fraternidade na Maçonaria
Fraternidade é o laço de união entre os homens, fundado no por Glauher Soares
respeito pela dignidade da pessoa humana e na igualdade de direitos entre r---~ M
todos os seres humanos. É um termo oriundo do latim i"ater, que significa
"irmão". Por esse motivo, fraternidade significa parentesco entre irmãos. A
fraternidade universal designa a boa relação entre os homens, em que se
desenvolvem sentimentos de afeto próprios dos irmãos de sangue.

Segundo a Declaração Universal dos Direitos do homem (ONU -


10/12/1948) em seu artigo 1: "Todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência,
devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade".

A Maçonaria é uma organização fraternal que tem como principio


básico o amor fraterno, à prática da caridade e a busca da Verdade.
Recebe novos membros por intermédio da iniciação. o que a diferencia de
sociedades profanas. O irmão maçom é resultado de escolha consciente e
racional, dentre os membros da Instituição.
- 1
Um sábio maçom, quando inquirido sobre
sua interpretação do significado de fraternidade,
usou a seguinte parábola: "Encontrava-me nas
proximidades de uma colina coberta de neve e
observava dois garotos que se divertiam com um
pequeno trenó. Quando os dois meninos chegavam
embaixo da encosta , depo is de haverem
escorregado, o rapaz mais velho colocava o mais
novo âs costas e subia pelo aclive puxando o trenó
por uma corda. O garoto mais velho chegava ao
topo ofegante sob carga tão grande. E isto se
repetiu várias vezes, até que resolvi inquirir: - Mas
não é uma carga muito pesada esta que levas
morro acima? - O garoto mais velho respondeu
sorrindo: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois
este é meu irmão!" Para o sábio irmão esta foi a Nós membros desta Augusta e Respeitável Loja
definição exata de fraternidade. Para ele, o amor S mbólica temos por dever difundir e praticar cada vez mais
fraternal exige espírito elevado, consta até de este principio filosófico. Somos filiados há uma loja
sacrifícios, mas não o considera como tal, e sim denominada "Filadélfia" que etimologicamente significa
algo natural, a carga é transportada com alegria e "amor fraterno".
sem reclamar - este sábio maçom foi o presidente
norte-americano Abraham Lincoln. O amor fraterno é amor entre iguais. Iguais na
qualidade de seres humanos, e por sermos humanos.
necessitamos sempre de ajuda. Só no amor aos que não
servem a uma finalidade é que começa a ser despertado o
verdadeiro amor da alma. Tendo compaixão, o ser humano
começa a desenvolver o amor pelo seu irmão. e em seu amor
por si mesmo, amará também o todo.

Revista do Jovem Aprendiz - Página 04


Edição 01 - Ano 1 - Agosto 2015
Dia Nacional do Rito Brasileiro
2 5 de Abril
Com a fundação do Rito Brasileiro em 1914
por Lauro Sodré, pode-se dizer que foi consagrada
à maiorida de maçônic a do Brasi l , pela
autodeterminação a que se propõe o Rito Brasileiro
quando afirma conciliar a Tradição com a
Evolução , impondo a consciên cia do povo
maçônico do Brasil.

Em virtude de não possuir Rituais


completos. aliado aos efeitos danosos da 1•
Grande Guerra Mundial (1g14-1918), que deixou o
pais abalado e com suas Instituições funcionando
em absoluta precariedade, os Rituais Simbólicos
do Rito. redigidos por Otaviano de Menezes Bastos
e Álvaro Palmeira, só viriam a ser publicados. a
partir de 1940, o que levou o Rito a ficar,
A história contemporãnea do Rito Brasileiro é a
praticamente. adonnecido até março de 1968, já
própria história de maçons ilustres que obstinadamente.
que, até àquela data, não havia nenhuma Loja
desfraldaram a Bandeira Nacional e a transportaram para
Simbólica em regular funcionamento.
o Interior dos Templos Maçônicos, não isoladamente
O então Soberano Grão-Mes tre Geral como símbolo Augusto da Nação, mas como a própria
Álvaro Palmeira, que tomara posse em 1963, Nação dentro da Maçonana.
diante desse fosco cenário e em razão do anseio
Em ocasião tão auspiciosa. cumpre ao Primaz,
de muitos lnnãos de trabalharem segundo as
não apenas saudar a todos. mas. também, dirigir-vos
regras do Rito Brasileiro , desencadeia o processo
palavras de ãnimo e gratidão. Ânimo porque. embora a
de sua implanlação regular e, ouvido o Conselho
gratificação emocional que de uma forma ou de outra
Federal da Ordem. bailca o Oecteto nº 2.080, de 19
resulta da boa e suave vida em união. deve ser
de março de 1968, concretizando a medida. reconhecido que o exercício maçônico não é algo fácil em
Por que 25 de abril é considerado o Dia meio aos labores do dia a dia, de uma vida cada vez mais
Nacional do Rito Brasileiro? Sempre é bom vollar complexa.
no tempo e rememorar o 25 de Abril de 1968, data
Comple xa no li dar profiss i ona l, nas
em que iluminados Maçons como o Prof. Álvaro
responsabilidades familiares , na convivência comunitária
Palmeira, inspirado no legado deixado por Lauro
em geral; de uma vida que deve ser vivida em um mundo
Sodré, Gonçalves Ledo e tantos outros ilustres
que se apresenta cada vez mais materializado, preso a
brasileiros que colocaram como seus ideais a Arte
egoísmos destrutivos. Gratidão porque • embora na
Real uma nova Missão que se constituiu num
humildade característica de um bom maçom. muitos de
importante marco na Históna de nossa Pátria: a
vós percebem o quanto têm realizado pela prosperidade
reimplantação do Glorioso Rito Brasileiro, com
do Rito - a verdade é que do trabalho individual de cada
duas importantes fundações: a da primeira Loja
um, do devotamente, disciplina, interesse. da prática
Simbólica - a Fraternidade e Civismo nº 1697 •
fraternal de que muitos são incansáveis - diga-se, a
jurisdicionada ao Grande Oriente do então Estado maioria -vem dependendo o vislvel progresso do Rito.
da Guanabara (a Primaz do Rito) e do próprio
Supremo Conclave do Brasil. Na oportunidade, embalados pelo entusiasmo
dos 45 anos da Reimplantação Vitoriosa , saudo a todos
vós, lnnãos do Rito Brasileiro e vos exorto aos esforços
mais abnegados, às esperanças mais confiantes , aos
ideais mais puros e empolgantes, como por exemplo.
repetir a todos o sublime preceito do Rito que diz: "Não se
pode servir à Pátria, se nllo se servir primeiro à
Humanidade".

Revista do Jovem Aprendiz - Página OS


-

::- ._ !> ·.._· • • •• ~ - -

São João, padroeiro


da Maçonaria
µ-i~~1/ao
São João Batista :
São Joao Batista foi um
Dentre os assuntos mais controvertidos profeta essênio e vivia conforme
da maçonaria brasileira. encontra- se a questão do os preceitos de sua seita. ou
seu padroeiro ou patrono - identificado na figura de seja: afastado da sociedad e,
São João. Todavia, dentre os vários · Joões" concentra do nos estudos do
existente s no panteão maçôn ico, a qual a Torá, habitand o o desert o
maçonaria objetivamente refere-se como protetor? jejuando, rezando e realizando
rituais de purificação.
Notamos, ao inicio dos trabalhos. que o V.'.
M.'., apôs invocar o S.'.A.'.D.'.U.'., faz a abertura da Dessa forma, João Batista (que não era o disclpulo
loja com os dizeres: de Cristo, mas sim seu balizador) , foi o precursor de Jesus no
"em homenag em a S§o anúncio do evangelho. Ele simboliza o iniciador (pelo
Jo§o. nosso padroeir o. balis mo), o Mestre que prepara o caminho do Aprendiz. é
declaro aberta esla loja de João Batista que anuncia e prepara a ·vinda da luz•.
A.'. M.'.... • João Batista foi preso a mando do Rei Herodes
Assim, muito embora pareça clara a Antipas, por ele o ter acusado por se divorciar de sua esposa
dedicação da abertura dos trabalhos a São João, e, ilegitimamente, tomar como amante Herodlas, a esposa de
poucos divagaram sobre quem de fato ele é e o que seu irmão. No aniversário de Herodes, Salomé, filha de
necessanamente representa. Herodias. dançou perante o rei e seus convidados. Sua
De acordo com as várias fontes dança agradou tanto Herodes que, bêbado. prometeu a ela
pesquisadas, inúmeros autores divergem sobre a qualquer coisa que desejasse, limitando a promessa em
qual João se deve atribuir o padroado maçônico. metade de seu reino. Quando a filha perguntou à mãe o que
Dentre os nomes mais conhecidos, há os que deveria pedir, Herodias ordenou que ela pedisse a cabeça de
garantem o mérito a São João Batista. Outros, João Bat ista (s eu detrato r) numa bandeja .
porém, atribuem-no a São João Evangelista. Há O rei Herodes , m esmo chocado com o pedido ,
também correntes na maçonaria que defendem que relutantemente concordo u e mandou executar João na
são ambos. Alguns também citam o São João prisão.
Esmoler (ou São João de Jerusalém) como o Para os Maçons. no dia 24 de junho, comemora -se o
verdadeiro patrono, entre tantos outros. nascimento de São João Batista. cuja data está associada
Conlorme a complexidade do assunto será com a fundação da Grande Loja da Inglaterra e, por
apresentada uma abordagem de forma simples conseguinte da maçonaria especulativa, fundada em 24 de
junhode 1717.
quanto aos aspectos de cada personagem, para
que, mediante tais fundamentos, seja possível Conforme o Ritual de Aprendiz Maçom do Rito
enquadra r cada qual no contexto da prática Brasileiro:
maçônica. "Consta que São Jollo foi o úffimo
patrono das corpora ções de
construtores ou lojas da idade média.
A traduç§o Joanina ou mlstíca é
também reflexo das tradições e
mistérios Persas, eglpcios. gregos e
judaicos anteriores. •
Também se pode inferir, por analogia, que o S.'. de
o Ord.'. remete a forma com que São João Batista fora
executado, tendo sua cabeça arrancada:
·uma das sanções do antigo
juramento do Maçom: preferir ter o
pescoço cortado ao invés de ser
perjuro á nossa ordam. "
São João Esmoler
É a versão
aparentemente menos verossímil,
uma vez que há poucos indícios
b iográficos a respeito. O que
consta é que o mesmo foi um santo
cristão, oriundo da nobreza e que
ficou famoso pela sua santidade e
caridade.
É o padroeiro da Ordem
de São João de Jerusalém mais
São João Evangelista:
tarde convertida na Ordem dos
Enquanto o Batista era primo em terceiro
Cavaleiros de Ma l ta na qual
grau de Jesus, pregando um reino fundamentado
fundou em Jerusalém um hospital
no espírito, convertendo pessoas e combatendo a
ligado a ordens de cavalaria e com
corrupção do governo de Herodes, o Evangelista
recursos próprios.
era o discipulo mais jovem de Jesus e um dos
A contradição existente é a relação do Santo com
quatro evangelistas.
No prólogo do seu Evangelho, aparece um as cruzadas, uma vez que as mesmas só começaram 400
anos após a morte do mesmo, aproximadamente no ano
verdadeiro monumento místico: "No Princípio era o
Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era 1.000 d.e. A Ordem de Malta, (oficialmente Ordem Soberana
e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e
Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as
de Malta) é uma organização internacional católica que
coisas foram feitas por Ele... ".
começou como uma ordem beneditina fundada no século XI
Consta como data de comemoração do
na Palestina, durante as Cruzadas, mas que rapidamente se
Santo o dia 27 de dezembro. que no hemisfério sul
tornaria numa ordem militar cristã, numa congregação de
coincide com o Solstício de verão.
regra própria, encarregada de assistir e proteger os
peregrinos àquela terra e de exercer a Caridade.
Na Carta de Bolonha, que é o documento mais
antigo sobre a maçonaria operativa encontrado, redigida em
8 de agosto de 1248, reforça-se a tese que a maçonaria foi
surgida a partir das Guildas de pedreiros e escolas de
construção romanas. Não há menção documental da
influência direta das ordens de cavalaria na maçonaria,
tampouco evidencias concretas que O São João Esmoler
seja de fato o padroeiro da maçonaria.

São João Batista e São João Evangelista e os Solsticios de Verão e de Inverno


É a versão defendida por autores como Castellani, que colocam que ambos os Santos, João Evangelista e
João Batista, respectivamente, representem os solstícios de verão e de inverno e simultaneamente sejam os
padroeiros da maçonaria, de forma inversamente proporcional no hemisfério Norte em detrimento do hemisfério
Sul:
"Graças a isso, muitas corporações, embora houvesse um santo protetor para cada um
desses grupos profissionais, acabaram adotando os dois Silo Jollo como padroeiros,
fazendo chegar esse hábito á moderna Maçonaría. onde existem, segundo a maioria dos
ritos, as Lojas de São João, que abrem os seus trabalhos "à glória do Grande Arquiteto do
Universo (Deus) e em honra a S. João, nosso padroeiro", englobando, aí, os dois santos.
No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o
Circulo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os
trópicos. o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável; as
paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois S. João. "
Continua ...
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É bastante explícito no discurso de João Batista o


combate à corrupção e aos vícios. bem como o
texto sobre o Principio e o Verbo por João
Evangelista - para corroborar a versão dos dois
"Joões" como os patronos da Ordem. Além disso,
as datas em que se comemoram os dois santos (24
de junho para o Batista. e 27 de dezembro para o
Evangelista) indicam ciclos da natureza e hâ
tempos celebrados por diversas culturas ao longo
do planeta.
A associação entre os solsticios e São João
é feita de maneira bastante similar e anâloga à
associação do mesmo fenômeno ao deus romano "Continua, aí, a dualidade.
Janus. que era bicéfalo, ou seja. possuía duas princípio da vida: diante de
faces: uma olhando para o futuro e outra. para o Câncer, Capricórnio; diante dos
passado. Daí 'janua' (em latim 'porta') e os nomes dias mais longes, do veroo, os
dos meses janeiro/junho. São as duas portas ou dias mais curtos, do inverno:
janelas üanuaria) por onde penetra a luz do Sol. A diante de Sllo João "do inverno·.
palavra Solstício. do latim sol + sistere significa sol com as trevas, Capricórnio e a
parado, isto é fenômeno o qual o sol não se move. a Porta de Deus, o São João "do
relação entre o deus •pagão" e os Santos também é verão', com a luz, Câncer e a
explicada por Castellani : Porta dos Homens (vale recordar
''A importância dessa representaçllo que. para os maçons.
simbolicamente, as condições
das portas so/sl/clals pode ser
geográficas são, sempre, as do
encontrada com o auxllio do simbolismo
hemisférios Norte}. •
cristão, pois, para o maçom, as festas
dos solstícios são, em última snâ//se, es
festas de São João Batista e de Sllo Conclusão
É necessário frisar, contudo. que o uso
Jollo Evangelista. Sllo dois Silo Jollo e
simbólíco do padroeiro, não exime aos llr.'. a
há, ai, uma evidente relaçllo com o deus
romano Janus e suas duas faces: o descartarem os demais santos como representantes e
futuro e o passado, o futuro que deve ser inspiradores da moral maçônica, haja vista sua história e
construído â luz do passado. Sob uma seu exemplo em causas humanitárias.
Dessa forma, esse estudo de APP.'. MM.'.
visão simbólica, os dois encontram-se
num momento da translçllo, com o fim mesmo que de forma pouco aprofundada, propõe a
de um grande ano cósmico e o começo fomentar outras discussões sobre o tema, de modo a
de um novo, que marca o nascimento de evitar falácias , equlvocos e relativismos sem
Jesus: um anuncia a sua vinda e o outro comprovação acerca do Rito e demonstrando a busca
propaga a sua palavra . Foi a de um conceito universal no desbaste da P.'. B.'. .
semelhança entra as palavras Janus e
Joannes (Jollo, que, em hebraico é Referência Bibliográfica :
leho-hannam = graça de Deus} que Ritual: Rito Brasileiro/ Grande Oriente do Brasil; 1º grau:
facilitou a troca do Janus pagllo pelo Ap.'.M.'.; São Paulo2009
João cristão, com e finalidade de Statuta et Ordinamenta Societatis Magistrorum Tapia et
extirpar uma tradição •pagll", que se Ugnamiís; Carta de Bolonha, 1248 Tradução Luc
chocava com o cristianismo. E foi desta Bonneville;2005
maneira que os dois Silo Jollo foram CASTELLANI, José. Loja de Mesa . 1a. Edição.
associados aos solstlcios e presidem ás Londrina. Editora Maçônica "A Trolha" Ltda, 2004.
festas solsticiais. CASTELLANI , José Bibliografia : 1.Maçonaria e
Astrologia; São Paulo: Landmark

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Edl~6o 01 • Ano 1 • Agosto 2015

NAS VEREDAS DO COMPANHEIRO MAÇOM: A ESCADA EM CARACOL


pnA~~fh· r:~, .,
/ ~·· ·
O estudo do simbolismo maçônico.
tendo em vista a sua complexidade ,
. ,;~
-:
.· .1
nos apresenta uma d1flcíl tarefa em ~ ·.. .._,.
discorrer sobre determinada s ""'.
temáticas . A própria literatura AESCADAEMCARACOL
produzida no meio maçônico não é A itinerància maçônica que
unlssona em diversos pontos, começa pela l niciaçao e
embora existam entre elas algumas Uma das temáticas que se insere nessa prossegue através d a
convergências que servem de limiar condição, objeto de estudo em análise, é Elevação tem o intuito de
e podem ser tomadas como a escada em caracol. Elemento alegórico preparar o Maçom para o
referenc ias confiáveis pa ra que constitui o simbolismo do Grau de apogeu dos ensinamentos
nortearem os estudos e pesquisas da Companheiro Maçom, sua doutrina está simbólicos, e a escada em
área. DYER (2010, p. 29), ao discutir relacionada à passagem blblica citada no caracol alimenta um solo fértil
sobre a especulação dos slmbolos Primeiro Livro dos Reis 6, versículo 8 "A para compreende r essa
na maçonaria, argumenta que porta da câmara do meio estava ao lado relação.
·nenhuma época em especial tem o direito da casa, e por caracóis se subia à E s p e r a - s e q u e o
monopólio do conceito original ou do meio, e da do meio à terceira" e inspira Companheiro Maçom, para
profundo, sendo apropriado que as diversas Interpretações a seu respeito. pr ogred ir em seu
sucessivas gerações de maçons Embora inserida na imagem que avançame nto , tenha
reconsiderem aqueles símbolos representa a alegoria outros elementos construido em seu interior os
originais". como a divisão dos lances da escada em ensinamentos do Grau de
3, 5 e 7 degraus e a inscriçao de Aprendiz.Amedidaqueelefoi
substantivos atribuídos a cada um, na utilizando a régua, o maço e o
passagem bíblica essas informações são cinzel, tornou-se apto para
inexistentes, sendo que diversos autores exercer a sua arte e .
se apropriaram da citação bíblica para consequentemente progredir.
atribuir e especular relações entre a Os ensinamentos do segundo
mesma e as outras simbologias do grau orientam na perspectiva
segundo grau maçônico, gerando assim de que o trabalho manual do
diversas tendências interpretativas, o que Aprendiz foi concluldo, ainda
foi se constituindo como sendo ·a lenda que essa conclusao seja
do segundo grau·. O fato é que a escada provisória. visto que o trabalho
em caracol da forma a qual conhecemos, do maçom é inconclusivo do
ou seja, sendo uma parte com positiva do ponto de vista da perfeiçao. O
Templo de Salomão, está recheada de cam inho agora por fazer
elementos que estabelecem relações acontecerá através de seus
com o conjunto de informações relativas passos p e 1a e s t rutura
ao segundo grau. helicoide.
COntonuo.••

na09
O companheiro, simbolicamente , A const rução i nte l ect ua l do
não mais arrasta seus pés, ele já companheiro permite o avanço na
consegue desenvolver seus passos escada em caracol com vistas ao
com maior firmeza, e faz desse domínio das sete artes liberais da
caminho tortuoso da escada seu antiguidade ou as sete artes liberais
obje t o de supe r ação . Nessa clássicas, representada pelos sete
escalada, o Companheiro Maçom ú lt imos deg r aus . E l es são
deverá se dedicar ao trabalho moral e correspondentes á Gramática, a
intelectual. Retórica e a Lógica (trivium) e a
(DYER apud WILMSCHURST, 2010, Aritmética, a Geometria, a Música e
p. 160) afirma que este último "vê um Astronomia (quadrivium) fazendo
importante significado na Escada do com que o Companheiro Maçom seja
Segundo Grau. Ele considerava que, "o Obreiro reconhecido apto para
simbolicamente, o progresso, num exercer sua arte, e consciente de sua
sentido moral, deve ser para cima·. energia de trabalho, cujo dever é
Assim, a escada representa uma Cinco são as viagens iniciáticas, realizar praticamente o plano teórico
filosofia de significações que deve cinco são sentidos humanos, cinco traçado pelos Mestres" (GAIGA,
ser compreendida pelo Maçom em é o "tempo " do Companheiro 2012, p. 3).
um sentido amplo, em todos os seus Maçom. A nume r olog ia, tão Completada a subida pelos 15
aspectos e totalidades. presente no misticismo maçônico, degraus da escada, o Companheiro
Os três degraus que compõe o atribui a o número cinco ao quinário Maçom está diante da porta da
primeiro lance de escadas nos no homem, representando a vida, Câmara do Meio, onde receberá o
remete a uma polissemia de entre tantas outras analogias a este se u A u me n to d e S a 1á ri o ,
interpretações. sobretudo porque na número. prosseguindo nas tarefas que lhes
imagem é passivei visua lizar a O apogeu da subida até o quinto são exigidas. Nas pa lavras de
imagem do prumo, do nivel e do degrau descortina a Es trel a (DYER, 2010, p. 158), "Por tudo isso,
esquadro, sendo que esses objetos F 1ame jante, vivenc i a a sua o Segundo Grau tem um especial
podem assumir representações que intensidade luminosa e revela a letra sign ificado próprio e mostra o
podem variar desde a ideia de que G centralizada em seu meio. O candidato como um artifice na
representam as joias fixas de uma companheiro encontra-se no meio metade do seu caminho".
Loja, cada qual com seu aspecto daescadaeme<l"acol. É importante salientar aqui que
simbólico especifico, até os aspectos O tempo do companheiro é a apesar d os i nd í cios que
mais fi losóficos e especulativos juventude. fase de transição entre a possivelmente dariam coerência a
possíveis. infflncia do aprendiz e a idade adulta uma possível relação existente entre
O segundo lance da escada, do mestre. Enesta etapa que a força a educação medieval (Alta Idade
composto por cinco degraus,
latente e o vigor se acentuam para a Média) e a maçonaria operativa , tais
também não foge a diversidade de
interpretações e, tendo em vista o maturidade, pois sendo um periodo elemen tos que consti tuem o
quanto o número cinco é de transição, procura e adquire s i m b o 1i s m o d o G r a u d e
significativo para a doutrina do
conhecimentos diversos, obtendo Companheiro Maçom foram
Grau. toma-se elemento central das
análises que se tem feito sobre a assim o melhor resultado de suas introduzidos so men te na fase
escada em caracol na produção experiências. especulativa da Ordem.
literária maçônica.
Continua ...

Revista do Jovem A
Edl~ão 01 • Ano 1 • Ago
ALGUMAS CONSIDERAÇÕE S QUE
ILUSTRAM A LENDA
A lenda da escada no formato de caracol
é um exemplo de como se fundamenta
bem a adoçao de slmbolos e alegorias
como estratégia pedagógica para os
ensinamentos maçônicos.
Por exemplo, considerando que as sete
artes liberais (trivi um e quadrivium) fazia
parte do currículo das escolas
medievais, cujo acesso era apenas das
camadas privilegiadas, ou seja, para
aqueles que não e ram servos e,
portanto livres, na estória, poderia-se
dizer que os Maçons Operativos, que EM (IN) CONCLUSÃO
estavam a serviço da Igreja e com ela É sabido que a introdução do grau de Mestre Maçom se deu na
mantinha estreita relação para a Maçonaria especulallva e, portanto, na Maçonana operativa existia
construção das grandes catedrais, apenas os Graus de Aprendiz e Companheiro. Assim. o Grau de
tinham acesso sob os auspícios desta Companheiro tem uma importância histórica significativa, tendo em
os conteúdos dos estudos ensinados vista que nele se desenvolvia a maior parte dos estudos simbólicos e
em escolas medievais. Outra questão a filosóficos.
ser colocada é a de que o acesso a esse No conjunto desses elementos, a escada em caracol é de fato uma rica
tipo de conhecimento poderia ter sido alegoria a ser explorada e (re) visitada a todo tempo pelos membros da
adquirido através de mestres livres, em Ordem, e especialmente os que se encontram neste Grau.
uma proposta de educação não Corroborando com a rala de (DYER, 2010, p. 31 ),
"institucionalizada", que ocorria lora dos ·o estudo dos símbolos, sem a aplicação prática em sua vida, não
muros das instituições de ensino. passará de um mero exercício intelectual: e se você tentar,
Outa ocorrência que ilustra o debate é o simplesmente entendê-los sem vivenciá-los, o resultado será mais
lato de que os homens medievais problemas do que proveitos".
valiam-se muito mais da expressão oral Portanto, façamos nas veredas do Companheiro Maçom, um tempo de
para a transmissão do conhecimento do estudos e reflexões em busca no nosso melhor aperfeiçoamento moral
que da palavra escrita tal como eintelectual.
entendemos. o que sinaliza para a REFERÊNCIAS
possibilidade de alguns · segredos" ADOUM, Jorge. Grau do Companheiro e Seus Mistérios. São Paulo:
relativos a esse conhecimento adquirido Pensamento, 2010.
rosse transmitido como ralamos no DYER, Colin. O simbolismo na Maçonaria. São Paulo: Madras, 2010.
jargão maçônico "de boca e ouvido". GAIGA, Luis Antonio. Instruções B ásicas do Companheiro Maçom .
No Prelo , 2012. Disponíve l em :
https ://pt. scribd . com/doc/ 141500366/lnstr ucoes- Basicas-do-
G Companheiro-Mac om·LAGAcessoem 10mar2015.
GOB. Ritual do ~ Grau - Aprendiz Maçom R :.E:.A.-.A.-. Grande
Oriente do Brasil. Brasllia, 2009.
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"".
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A História do Rito Brasileiro


Em 1834, MiguelAntõnio Dias, sob o O Estado Brasileiro, nos idos de 1850, com intuito de superar
pseudõmino de UM CAVALEIRO ROSA- as dificuldades que a Igreja causava ao progresso do Pais, aos
CRUZ, lança em Portugal, na cidade de poucos, por meio de leis ordinárias foi paulatinamente afastando a
Lisboa, o livro "Biblioteca Maçônica• ou Igreja de determinadas prerrogativas: criação do registro civil
"Instrução Completa do Franco-Maçon", obrigatório, criação do casamento civil. construção de cemitérios
que se constituía uma obra c láss ica pelas câmaras municipais sem qualquer dependência da autoridade
inspirada num dos mais famosos manuais eclesiastica, revisao de decisões dos padres por tribunais ou
franceses da época, o de François Etiene magistrados civis.
Bazot, e essa edição abrangia apenas os
Ritos Francês e de Adoção. O que nos O dera achava que a Maçonaria era a fonte de conspiração
chama atenção é o Prólogo dessa dessas reformas. dando inicio a um embate dos bispos contra a Arte
Real.
importante obra, onde o autor solicitava aos
Contudo, na época, existiam inúmeros sacerdotes filiados à Ordem
Orientes de Portugal e do Brasil a criação de
um Rito novo e independenle, que tendo por e pessoas ilustres que pertenciam às Irmandades religiosas e eram
base os Três Graus Simbólicos e comum a Maçons.
todos os Ritos, tivesse, contudo, os Altos A partir de 1672, na Provinda de Pernambuco, com a chegada do
graus Misteriosos diferentes e nacionais. Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira. Bispo de Olinda, o embale
entre a Igreja pernambucana e a Maçonaria chegou ao seu clímax,
Sua proposta foi considerada por proibindo que o dero funcionasse em cerimônias Maçônicas.
muitos um exagero, pois salientavam que •a
Maçonaria Universal não poderia tornar-se D. Vital de posse de inúmeros nomes de sacerdotes filiados à
nacional. apenas·. ordem e de maçons pertencentes às Irmandades religiosas,
publicados pelos jornais, articulou-se violentamente para afastar os
Contudo, entendemos e acordamos clérigos da Maçonaria e expulsar os Maçons das Irmandades.
que o autor não propunha quebrar o
Landmark da Universalidade Doutrinária da As Irmandades se recusaram a expulsar seus Irmãos
Tradição Maçônica; ele o afirma nos três Maçons e foram interditadas pelo Bispo, Isto é, foram proibidas de
graus simbólicos, que seriam comuns a assistirem missa como sociedades religiosas. Nesta altura a
todos os Ritos, porém os Altos Graus contenda se estendeu para a Província do Pará, onde o Bispo D.
"seriam formulados sob a influência do meio Antônio Macedo imitava o Bispo de Olinda.
histórico e geográfico da Pátria em que se
vive , sob sua indole, inspiraçao e O desenrolar da história acabou por envolver o Imperador D.
pendores". Pedro li, que teve sua figura aviltada pelos Bispos, que quando
instados a suspenderem suas ações, não reconsideraram os seus
O Grão-Mestre Álvaro Palmeira. atos, de fecharem setenta Irmandades, capelas e igrejas e
consolidador do moderno Rito Brasileiro e procissões.
seu Grande Instrutor-Geral, destaca que a Esgotado o diálogo, D. Vital e D. Macedo foram presos após recurso
Maçonaria é universal e una, mas em cada do Imperador ao Conselho do Estado, pois os Bispos estavam fora
Pais assume características peculiares, da lei por negarem legitimidade ao beneplácito imperial que validava
consoante a história e a indole de cada as Bulas do Papa, pois as Bulas que excomungavam os Maçons não
povo, exatamente como acontece com a foram submetidas a O. Pedro li.
Arte, a Ciência e a Religião.
Os clérigos foram anistiados em 1675, pelo Duque de
Caxias, Maçom e Presidente do Gabinete, que em pouco tempo
galgaria ao Grão-Mestrado da Ordem, a contragosto do Imperador,
que transformou a contenda em caso pessoal, nunca perdoando
aos Bispos, mesmo depois da anistia .

Luís Alves de Lima e Silva demonstrou com a sua


magnaminídade, que na maçonaria há tolerãnoa, solidariedade
humana e fraternidade.
Conllnua...

Revida•
~·-=- . -4-.'
Noperíodocompre endidoentre 1878à 1882, O Ir:. Orador tinha assento em lugar especial ao
o negociante José Firmo Xavier criou uma sociedade lado esquerdo do venerável: além de exercer as atuais
secreta à feição da Maçonaria, colocando-a sob os atribuições do cargo. ele também era o relator de todos os
auspícios da S. M. Imperador D. Pedro li, da Família processos, que eram entregues ao Acusador.
lmpenal e do Papa, era a Maçonaria do Especial Rito
Brasileiro para as Casas do Círculo do Grande Os Irmãos Acusadores (Coluna do Norte) eram
Oriente de Pernambuco. responsàveis pela acusação das faltas e erros dos irmãos,
sendo a escolha de um deles por votação d a Regência. Os
Tinha por finalidade defender a religião Irmãos Defensores (Coluna do Sul), eram ocupados na
católica, sustentar a Monarquia Brasileira, praticar defesa dos Irmãos processados, sendo um deles
caridade, desenvolver as ciências, as letras, as escolhido pelo Irmão acusado.
artes, a indústria, o comércio, a agricultura e
contribuir para a extinção do elemento servil. Os Irmãos Sindicantes tomavam assento na
Coluna do Prata (2) e na Coluna do Amazonas (2) e eram
Era destinada somente à todos os brasileiros responsáveis "em bem examinar e indagar das faltas
natos, sem distinção de classe, como especifica o chegadas quer pela voz pública, ou pelas pranchas que
art. 3° da sua Constituição. receberem•.

A base do Rito era a Maçonaria Simbólica Os Irmãos Mestres tomavam assento em ambas as
com seus três Graus Simbólicos. Sobre essa base Colunas e dentre outras compe tências, e r am
erguia-se a hierarquia dos 20 Altos Graus. As Lojas responsáveis "por ensinar aos Irmãos da sua Coluna os
Simbólicas de hoje eram chamadas de Casas e toques e sinais e escrituração para bem poderem gozar e
tomavam o nome que quisessem. mas não podiam ·1encerem nos mistérios da Santa Irmandade". bem como
substitui-lo sob pretexto algum. Quando uma Casa executar todo trabalho cerimonial do Rito e de fazerem a
abatia colunas. era proibido se instalar outra com o polícia interna do Tabernáculo.
mesmo nome.
Os Guardas da Cruz, também tomavam assento
A Constituição d este Rito, e m d iversos em ambas as Colunas e eram chamados pelo Venerável
artigos, referia-se à emancipação dos escravos, para junto do docel quando tiver de descerrar o Santo
dispensando carinho e atenção à alforria, inclusive Padroeiro e ai ficarão de pé até o fim do ato.
com a criação de um cofre especial para se deitar o Os Guardas do Templo exerciam as mesmas funções dos
óbulo que quiserem a bem da emancipação dos nossos atuais Cobridores, sendo que, o que se encontrava
escravos. que era comemorada com festa. na data no interior do Templo transmitia ao 2" Vigilante tudo que de
magna do aniversário do Rito, no dia 29 de Junho, fora do Tabernáculo lhe era comunicado.
com a entrega solene das Cartas dos Libertos pelo
respectivo cofre de emancipação. Foi criado um Supremo Conselho do Grande
Oriente em Perna mbuco, ao qual ficará sujeita a
A Regência das Casas durava o periodo de Maçonaria do Especial Rito Brasileiro, q ue tinha o
um ano, e era composta de um Veneràvel, quatro Imperador D. Pedro li, a S. S. Pontifica e os Príncipes da
Vigilantes (dois titulares e dois suplentes), um Familia Imperial como Grandes Chefes Protetores, com o
orador, um Secretàrio, um Tesoureiro. um Fiel, dois Grau 23, e como Grande Chefe Propagador e vitalício, com
Guardas da Cruz, quatro Defensores e quatro o Grau 22, o autor da idéia, José Firmo Xavier. Em caso de
Acusadores, quatro Sindicantes. quatro Mestres, sua morte o Grande Chefe Propagador seria substituído,
quatro Andadores e dois Guardas do Templo. O por eleição do Supremo Conselho, tomando o que o
Irmão eleito Venerável só poderia ser reeleito depois substituir o titulo de Chefe Conservador.
de findar quatro anos da sua administração.
O autor do Rito encaminhou ao Imperador D. Pedro
Além do Oriente, os Irmãos tomavam assento li uma cópia da Constituição do Rito acompanhada de uma
na Coluna do Norte do Vale do Soberbo Amazonas, lista com os 838 n ome s de irmãos , de no minad a
de responsabilidade do Primeiro Vigilante, e na 'Caderneta Nominal dos Sócios da Nobre e Augusta Casa
Coluna do Sul do Vale do Prata, sob os cuidados do Maçônica do Especial Rito Brasileiro Coração Livre e
Segundo Vigilante: pediam Vênia por duas palmas Popular propagada e instalada em Pernambuco·. Foi
ao Venerável. observado que após o nome de muitos. havia a palavra -
Republicano.
Conbnua...


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O IDEALIZADOR DO RITO
BRASILEIRO - LAURO SODRÉ

O General Lauro Sodrê e Silva


assumiu o Grão Mestrado da
Maçonaria em 21 de junho de 1904. e
durante quase treze anos empunhou o
Supremo Malhete. após diversas
reeleições. Ao assumir os desígnios da
Maçonaria Brasileira, Lauro Sodré já
era uma figura respeitada e admirada
no cenário polltlco nacional. Destacou-
O Irmão Mârio Behring informa se na campanha abolicionista e na
que a tal lista foi enviada a D. Pedro li propaganda republicana; foi discípulo
acompanhada da Constituição, para dileto de Benjamim Constant e seu
que ele naturalmente soubesse quais secretário quando este foi Ministro da
os seus defensores em Pernambuco. Guerra; presidiu a Provincia do Pará,
o que não se acredita, pois nessa pela primeira vez, aos 33 anos
extensa relação havia vários incompletos. em 1891 ; opôs-se
republicanos que, certamente, não incisivamente ao golpe militar Esse foi o homem que
seriam as pessoas indicadas para a promovido por Deodoro, em 1891 , conquistou o Supremo Malhete.
defesa do Imperador. contribuindo para a renúncia do em 1904, e deteve o expressivo
ditador; foi Senador pelo Pará (1897- apoio e veneração de seus
Para Alvaro Palmeira, Grão- 1902) e pelo Distrito Federal (1903). Irmãos, produzindo inúmeras
Mestre Honorário e Grande Instrutor realizações. entre as quais
do Rito Brasileiro, em decorrência dos destacamos: a criação do Grande
fatos anteriormente relatados. era Oriente do Amazonas; a
bem provâvel que Firmo Xavier queria elaboração da nova Lei Magna do
fechar as feridas deixadas, sobretudo Grande Oriente, conhecida como
em Pernambuco. pela "Questão Constituição Lauro Sodré (1907);
Religiosa", e sonhando ardentemente a criação do Grande Capítulo do
ver essa amizade restabelecida, Rito de York (1913); promoveu o
colocou o seu Rito sob a proteção de estreitamento de relações com a
D. Pedro li, da Familia Imperial e do Grande Loja Unida da Inglaterra,
Papa. celebrou Tratados de Paz e
Amizade com o Grande Onente
Ainda . Alvaro Palmeira julga da Argentina ( 1904) e com o
que o Rito não prosperou. por conter Grande Oriente Lusitano (1907);
preceito de irregularidade, como a só criou o ensino primário
admissão de brasileiro nato. obrigatório para filhos de Maçons
(19 15); registro do patrimônio
Assim , apesar de tudo, a maçônico (1916) e a organização
Maçonaria do Especial Rito Brasileiro do Gabinete das lnsignias.
não alcançou seus designios e abateu
colunas talvez antes do tempo. O Irmão Lauro Sodré cultuava Contudo , podemos
a liberdade e o livre arbitrio. e por isso afirmar que a mais importante das

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.-... ....·-1 participou do levante da Escola Militar
da Praia Vermelha contra a
suas contribuições para a
maçonaria Brasileira foi .
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,. ,.... . obrigatoriedade da vacinação contra indubitavelmente, a cnação do

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n o a febre amarela, não por oporem-se Rito Brasileiro.
contra a vacinação, mas contra a sua
obrigatoriedade.

Cont.nua ...
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A CRI AÇÃO DO RITO B RASILEIRO DE No dia 23dedezembro de 1914, era baixado o Decreto nº 500,
LA UROSODRÉ com o seguinte texto:

Não se sabe quais as razões que "Lauro Sodré, Grão Mestre da Ordem Maçônica no
levaram Lauro Sodré a fundar o Rito Brasileiro. Brasil;
Teria sido uma resposta ao apelo do "Cavaleiro
Rosa-Cruz• (1894), ou influência da Maçonaria Faz saber a todos os maçons e oficinas da
do Especial Rito Brasileiro criada por José Federação, para que cumpram e façam cumprir, que em
Firmo Xavier ( 1978 -1 882)? Sessão efetuada no dia 21 de dezembro deste ano, o
Ilustríssimo Cons: . Ger:. da Ord: . aprovou o reconhecimento e
Contudo, o que existe de mais concreto incorporação do Rito Brasileiro entre os que compõem o
é que várias reuniões de Maçons ocorreram na Grande Oriente do Brasil, com os mesmos ônus e direitos,
casa do General José Joaquim do Rego Barros, regido liturgicamente pela sua constitu ição particular,
no Quartel da Antiga Artilharia de Costa, em respeitado o dispositivo do art. 34° do Reg:. Ger:. , ficando
1914, onde o ideal trazido pelo General Lauro autorizada a funcionar a sua Grande Loja, intermediária das
Sod ré, o criador da idéia, tomou corpo. relações entre os Irmãos do Rito e entre estes e os Poderes
Participaram dessas reuniões e de outras Maçônicos de que trata o art. 4° do Reg:. Ger:., o que é
ocorridas no Grande Oriente do Brasil , quando promulgado pelo presente decreto".
foi tratada a fundação do Rito, os Irmãos: Lauro
Muller, Dr. Nilo Peçanha, Dr. José Mariano Assinavam o decreto, Lauro Sodré, Grão-Mestre da
Carneiro da Cunha, Amaro Albuquerque, A. O. Ordem ; Ticiano Corregio Daemon, Grande Secretário-Geral da
de Uma Rodrigues, Coelho Lisboa, Eugênio Ordem ; e A. O. Lima Rodrigues, Grande Chanceler.
Lopes Pinto, Evaristo de Morais, Firmo Braga,
Floresta de Miranda, Horta Barbosa, Joaquim Contudo, Lauro Sodré, em decorrência de ter sido eleito
Xavier Guimarães Natal, Leôncio Correia, Mário para a Presidência da Província do Pará, e por ter de fixar sua
Behring, Monteiro de Souza, Otacílio Câmara, residência fora da sede do Grande Oriente solicitou sua
Otávio Kelly, Ticiano Gorrégio Daemon, Tomaz renúncia ao cargo de Grão-Mestre. Consternado, o Conselho
Cavalcanti, Veríssimo José da Costa e Virgílio Geral da Ordem, em março de 1916, a aceitou, assumindo
Antonino. interinamente o Contra-Almirante Verissimo José da Costa.

As personalidades que se reuniam na Felizmente, o Soberano Grão-Mestre em exercício


casa do Comandante do antigo Quartel de Verissimo José da Costa se interessava bastante pelo Rtto
Artilharia de Costa, no Rio de Janeiro, eram Brasileiro e graças à ele, em 16 outubro de 1916, o Decreto nº
destacadas figuras da intelectualidade, da 500, de 23 de dezembro de 1914, foi remetido para ser
sociedade e da polltica. homo logado pela Soberana Assemb léia Gera l, que
reconheceu, consagrou e autorizou o Rito Brasíleiro, por estar
Finalmen te, o Conselho Geral da em harmonia com os princípios maçónicos, cumprindo-se,
Ordem, presidido pelo Poderoso Irmão Lauro assim o preceito do EX-VI do nº 13 do art. 35 da Constituição de
Sodré, se reuniu em Sessão Ordinária no dia 21 24defevereirode 1907.
de dezembro de 1914 e deli berou pelo
reconhecimento e adoção do Rito Brasileiro, A homologação deu origem ao Decreto nº 536, de 17 de
gozando das mesmas regalias concedidas aos outubro de 1916, em cujo texto o Grão Mestre da Ordem em
demais Ritos reconhecidos pelo Grande exercício, em conformidade com a resolução da Soberana
Orien te do Bras il , conforme proposta Assembléia-Geral, reconhecia, consagrava e autorizava o Rito
apresentada pelo Irmão Grande Orador Interino Brasileiro criado e incorporado ao Grande Oriente do Brasil
Eugenio Pinto, aprovada pelos presentes, pelo Decreto nº 500, de 23 de dezembro de 1914.
havendo apenas um voto contrário à medida, do
Poderoso Irmão Carlos Duarte, que achava Prosseguindo, em 17 de Junho de 1917, o Soberano
desnecessário mais um Rito. Participaram da Grão-Mestre Verissimo da Costa, baixou o Decreto nº 554, que
reunião, além dos já citados: Dr. Ticiano adotava e incorporava ao patrimônio da legislação do Grande
Daemon, Dr. Horta Barbosa. Dr. Monteiro de Oriente do Brasil a Constituição do Rito Brasileiro, contendo a
Souza. Dr. Octacilio Câmara, Dr. Floresta de sua Declaração de Princípios; Estatutos: Regulamentos;
Miranda, Dr. Loureiro de Andrade e Dr. Firmo Rituais e Institutos.
Braga.
Continua ...

Revistado
Em 1919, Verissimo da Costa num gesto de grande A Consolidação do Rito Brasileiro
magnaminidade, antes de entregar a Chefia da Ordem á Nilo
Peçanha, concedeu ao Irmão Lauro Sodré, o título de Grande O DESPERTAR EM 1940
Benemérito da Ordem pelos serviços especiais, extraordinários
e relevantes prestados aos ideais Maçônicos. bem como o de Na Ordem do Dia da Sessão Ordinária
Grão-Mestre Honorário da Ordem, reconhecendo o proflcuo do Conselho Geral da Ordem , ocorrida a 22 de
trabalho deste insigne brasileiro em prol da Maçonaria julho de 1940, Octaviano Bastos faz a leitura do
Brasileira. projeto da nova Constituição do Rito, que é
aprovado com algumas emendas. Na mesma
O Rito Brasileiro, desde o seu surgimento, em 1914, foi Sessão ordinária também é aprovado o projeto
se oficializando sem pressa, como vimos. Depois, ficou de lei que autorizava ao Grão-Mestre:
adormecido por várias razões, entre as quais destacamos a
eclosão da guerra de 1914-1918, bem como a intolerância de a) Ativar o funcionamento do Rito Brasileiro de
Maçons que viam o Rito com desconfiança e má fé e porque conformidade com a sua Constituição e a iniciar
também não tinha constituída a Oficina-Chefe, isto é, o a formação do seu Conclave, nomeando seus
Supremo Conclave, o que só viria a ocorrer em 1941 , sob o primeiros fundadores;
nome de Conclave dos Servidores da Ordem e da Pátria.
b) Estimular a instalação da primeira Oficina do
Outro agravante era não existirem Rituais, nem para os Rito dispensando todas as taxas a que estiver
três Graus Simbólicos, e só em 1940, Octaviano Menezes sujeita e os emolumentos dos três primeiros
Bastos redigiu e imprimiu o Grau Um, e Álvaro Palmeira redigiu profanos que nela se iniciarem;
e imprimiu o Grau Dois. ambos adotados pelo Conclave.
Palmeira ainda redigiu o Grau Três, mas não o imprimiu. c) Conceder favores idênticos ás Oficinas que
passarem a funcionar seguindo o R: .B:., dentro
Quando o Rito Brasileiro surgiu, veio com 33 Graus. do prazo de 180 dias, renunciando ao regimem
sendo 3 Graus Simbólicos obrigatórios, e as 5 Ordens de Altos Capitular;
Graus, que de acordo com a Constituição de 1917 eram:
Cavaleiro do Rito; Paladino de Deus; Apóstolo do Templo; d) Providenciar junto ao Conclave, para que
Defensor do bem Público e Servidor da Ordem e da Pátria. aos Maçons Capitulares dessas Oficinas sejam
concedidos Títulos do R: .B:., correspondentes
Em 1919 , foi impressa a primeira Constituição do Rito. aos Altos Graus possuídos, com o fim de
sendo seu relator o Ir:. Octaviano Bastos, nela contendo, além constituírem os respectivos Corpos.
dos 3 G raus Simbólicos, haviam 4 Títulos de Honra,
correspondentes aos Graus 18, 21 , 30, 33: Cavaleiro do Rito, Assim, o Grão Mestrado através do Ato
Paladino do Dever, Apóstolo do Bem Público e Servidor da nº 1617, de 03 de agosto de 1940, em atenção
Ordemeda Pátria. à resolução tomada em Sessão Ordinária no
dia 22 de julho pelo Cons:.Ger:. da Ord:.,
Desde o início a nomenclatura dos 30 Altos Graus se nomeia os ll r:. Antônio de Oliveira Brito.
afastou inteiramente da nomenclatura escocesa. Octaviano Bastos, Álvaro Palmeira, Alexandre
Brasil de Araújo, Romeu Gibson, Pedro Ramos
Desde 1914, o Rito se declarou teísta, como o Rito de e Oscar Argollo para procederem à formação
York, admitindo a existência de Deus. o Supremo Arquiteto, e do ·conclave do Rito".
sua ação providencial no Universo.
Em janeiro de 194 1, o Grão-Mestre
A primeira Loja do Rito foi fundada na Província de Joaquim Rodrigues Neves, em decorrência da
Pernambuco, depois, em 1928, surgiu a Loja Ypiranga. em São Comissão ter cumprido a sua missão, nomeia
Paulo. Acanhadamente surgia uma Loja do Rito Brasileiro aqui a Comissão Instaladora do Conclave dos
e ali , que sem mais nem menos. abatia colunas ou Servidores da Pátria do Rito Brasileiro, sendo o
simplesmente mudava de Rito, porque não encontrava seu presidente o Ir:. Octaviano Menezes
ambiente favorável ou por falta absoluta de Rituais e de Oficina Bastos, e como demais membros os !Ir:. Arthur
Chefe, e essa situação perdurou até a década de sessenta, Paulino de Souza, José Marcello Moreira,
quando assumiu a Direção do Grande Oriente do Brasil, o Irmão Capitulino dos Santos Júnior e Aristides Lopes
Professor Álvaro Palmeira, responsável pela consolidação do Vieira.
Rito Brasileiro
Contmua ...
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Revistado ~,~J_" .
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Até 1940, não existiam Rituais, nem O IRMÃO ÁLVARO PALMEIRA


pa ra os três Graus Simbólicos, quando
Octaviano Bastos redigiu e imprimiu o do Grau O Ir:. Álvaro Palmeira, em 1920, foi iniciado, com a idade
1, e Álvaro Palmeira redigiu e imprimiu o do minima, na Loja Fraternidade Espafiola, do Rito Moderno, no
Grau 2,ambos adotados pelo Conclave. Grande Oriente do Brasil. Ocupou todos os cargos dentro da
Palmeira ainda redigiu o do Grau 3, mas não o Maçonaria. Em 1944, em decorrência de discordar da atuação
imprimiu. do Grão-Mestrado da época, ele abandona "provisoriamente• o
Grande Oriente do Brasil e funda o Movimento Maçônico
E tudo ali, em 1940 era patriótico: a Restaurador, nesse ano, e a Grande Loja do Brasil, em 1945.
aclamação (Ciência, Razão, Brasil), a palavra
de passe (Brasil), a decoração verde-amarelo Palmeira contribuiu decisoriamente para a fundação do
dos templos (paredes, altares, dossell), a Grande Oriente Unido, em 1948, incorporando as Lojas
exigênci a d e "ser preferencialm ente Simbólicas da Grande Loja Brasil ao Grande Oriente Unido. em
brasileiro''. 1950, convertendo-se aquele Corpo numa Grande Loja de
Veneráveis. Em 1956, foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente
No dia 30 de abril de 1941, dá-se a Unido. Em dezembro de 1956, cessando os motivos que o
regularização do Rito Brasileiro da Loja Brasil. afast3ram do Grande Oriente do Brasil, ele retorna,
Em 10 de julho de 1941 o Grão-Mestre incorporando à tradicional Potência o Grande Oriente Unido,
Joaquim Rodrigues Neves, baixou o decreto com 51 Lojas, inclusive entregando ao GOB todo o patrimônio
nº 1259, aumentando para 1Odias o número móvel e imóvel, documentos e o numerário existente no Grande
de profanos que seriam dispensados dos Cofre. Após esse gesto, considerou-se "simples Mestre Maçom
emolumentos cablveis ao se iniciarem. do Grande Oriente do Brasil".

Apesar de todas essas alterações e Quando assumiu o Grão Mestrado, em 1963, entre
emendas na Constituição, o Rito Brasileiro outras realizações. restaurou as finanças, intensificou as
não tomou força e vigor necessário para relações Maçônicas com quase todo mundo, reorganizou e
ocupar o lugar que lhe fora destinado. reabriu a Biblioteca Maçônica, graças ao trabalho do Ir:. Nicola
Aslan, Grande Secretário Geral da Cultura e Orientação,
Foram r econ h e cidas as Lojas aumentou o patrimônio do GOB, adquirindo e construindo
fundadas que preenchiam as exigências da prédios, inclusive evitando a demolição do Palácio Maçônico do
Constituição da Ordem e do Rito: Loj a Lavradio, instalou o Grande Oriente da Bahia (1964), o Grande
Ypiranga (SP, 1928): Loja Brasil (RS, 1941); Oriente do Maranhão (1966), o Conselho de Veneráveis d
Loja Gonçalves ledo (MG, 1940; Loja Cn.izeiro Distrito Federal, estreitou relações maçônicas internas e
do Sul V (PI, 1949); Loja Renovação (RJ, celebrou Tratados com o Supremo Conselho do Rito Escocês
1956); Loja Clementina Câmara (RN, 1958), Antigo e Aceito, com o Grande Capitulo dos Cavaleiros
que chegou a publicar por conta própria, em Noaquitas e com o Supremo Conclave do Rito Brasileiro (1968).
1966, o Ritual do 3° Grau, adaptando-o do Ainda, criou a Mútua Maçônica e o Quaro de Hora de Estudos,
escocês, para suprir a omissão que havia; nas Sessões das Lojas.
Loja Fraternidade e Progresso Ili (RJ, 1959;
Loja Alvorada (SP, 1959), e Loja Quatorze de Foi benemérito de diversas Lojas e Institutos, possuía
JulhoV (1961). um impressionante medalheiro. Esse é apenas parte do seu
Currículo Maçônico, e muito teríamos que escrever sobre o seu
Entretanto essas Lojas tiveram vida curricJlo profano, que é realmente expressivo.
curta ou mudaram de Rito, pelas razões já
citadas e pela ausência de um grupo Essa é a nobre figura que dedicou seus esforços para
efetivamente dedicado. que o Rito Brasileiro se consolidasse e cumprisse seus
designios. Ao deixar o Grão Mestrado em 1g68, estava
Esse quadro só começaria a ser convencido de que a Maçonaria não podia continuar alienada da
mudado com a eleição do Irmão Álvaro vida contemporânea, presa a idéias de 1717, como o que era
Palmeira, que como candidato único, embora bom hâ dois séculos e meio, fosse ainda bom paras nossos dias.
relutante em aceitar a sua indicação do seu Para ele o Rito Brasileiro pretende abrir ou iniciar um novo
nome para o alto ca r go, fo i e l eito período na História da Maçonaria Universal.
tranqüilamente em 1963.

Continua ...

Revistado
-

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O NOVO DESPERTAR • Á lvaro Palmeira e a


Consolidação do Rito Brasileiro

Quando Álvaro Palmeira assumiu o seu


mandato, em 1963, o Rito Brasileiro apresentava o
seguinte cenário:

a ) Era um Rito reconhecido e incorporado ao


Grande Oriente do Brasil , reconhecido ,
consagrado e autorizado pela Soberana
Assembléia e tinha a sua Constituição adotada e
incorporada ao patrimônio legislativo do Grande
Oriente; Assim, o Grão-Mestre ÁJvaro Palmeira, considerando
o oenàrio existente. e o desejo insistente de numerosos llr:.
b) Ocorreram duas tentativas para a sua em vários Orientes, de trabalharem no Sistema do Rito
implantação definitiva, uma em 1921 , em São Brasileiro, que vinham de encontro aos seus próprios
Paulo e outra em 1940, na antiga Guanabara, com anseios, e contando com o apoio e a aprovação unânime dos
a publicação de alguns Rituais e fundação de llr: do Conselho Federal da Ordem, desencadeia o processo
algumas Lojas; de implantação regular do Rito Brasileiro, ao baixar o decreto
nº 2080, de 19 de março de 1968, que teve o intuito de
c) As lojas surgidas em diversos Orientes, tanto rerovaros Superiores Objetivos do Ato nº 1617, de 03 de
naquele período i nicia l e outras ma i s agosto de 1940, como marco inicial da efetiva implantação
recentemente, fracassaram pela falta de Rituais do Rito Brasileiro, e determina a constituição de uma
completos e ausência de governo no filosofismo do Comissão Especial, composta por 15 Poderosos lrmllos.
Rito; com a finalidade de reverem, com plenos poderes, a
Constituição do Rito Brasileiro, publicada pelo Grande
d) Dois Atos haviam sido baixados pelo Grão- Oriente do Brasil, em 1940, de modo a colocar o Rito
Mestre, em 1940, o de nº 1617, relacionado com a rigorosamente em acordo com as exigências Maçônicas da
constituição do núcleo do Corpo Máximo do R: .B:. Regularidade Internacional, fazê-lo Universal, separar o
(Supremo Conclave), e o outro, o de nº 1636, que Simbolismo, do Filosofismo, e tornando-o um verdadeiro
designava uma comissão para sua regularização; veiculo de renovação da Ordem. conciliando a Tradição com
a Evolução.
e) Vários llr:. de relevo, depois de 1940, haviam
sido agraciados com o mais alto Titulo do Rito, mas Participaram desta Comissão os EEm:.llr:. Benjamim
o Supremo Conclave. logo adiante. adormeceu; Sojré, Grão-Mestre Geral Honorário e Erasmo Martins
Pe-jro, Grão-Mestre Adjunto, e mais os PPod:.llr:. Adhemar
f) Havia. nessa época, um interesse manifesto pelo Flores. Adalberto Alves Sarda, Álvaro de Mello Alves Filho.
Grão-Mestrado, em promover uma reformulação Ardvaldo Ramos. Cândido Ferreira de Almeida, Edgard
na Maçonaria no sentido de ela corresponder às An:unes de Alencar, Eugênio Macedo Matoso, Humberto
e xigências do momento vigente . e o Rito Chaves, Jorge Bittencourt, Jurandyr Pires Ferreira, Norberto
Brasile iro, por seu conteúdo , era o que Sa1tos, Oscar Argollo e TitoAscoli de Oliva Maya.
possib il itaria a interação da Maçonaria
Contemplativa á Maçonaria Militante, respeitando O Professor ÁJvaro Palmeira se designou Assessor
desta comissão, orientando seus trabalhos, inclusive na
o alto conteúdo doutnnârlo da lnstítuição. A igreja
católica era o exemplo marcante de que era recação da nova Constituição do Rito, aprovada em 25 de
Abil de 1968. Nela, os quatro Títulos de Honra, constantes
posslvel a uma instituição que cultiva a tradição,
ser evolutiva no atendimento das necessidades na Constituição de 1919, transladaram-se para as quatro
conjunturais da sociedade; Oficinas Litúrgicas: Su blimes Capítulos - Mestres e
Cavaleiros, Graus 4 a 18; Grandes Conselhos - Missionários,
g) Em março de 1968, infelizmente, não havia Graus 19 a 30; Altos Colégios - Guardiões do Bem Público, e
nenhuma Loja do Rito Brasileiro do Grande do Civismo, Graus 31 e 32; e Supremo Conclave. Servidor
Oriente do Brasil em funcionamento, encontrando- da Ordem e da Pátria, Grau 33.
se o Rito adormecido.

Con!Jnua ..

Revidado • J !
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Jo.I"

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.. ·~ ~ ~

A Comiss ão constituída se esforçou para por


o Rito em ordem, porque ele já era Legal. Regula r e
Legitimo.

A Magna Reitoria inicial tinha como Grande


Primaz de Honra o Ir:. Almiran te Benjamim Sodré. O
primeiro Grande Primaz de Ofício foi o Ir:. Humbe.rto
Em abril de 1985, quand o o irmão NEI
Chaves , seguido pelos llr:. Adhemar Flores, Cãndido
INOC~NCIO assumiu a direção do Suprem o Conclave
Ferreira de Almeida. O atual Grande Primaz Nei
do Brasil por morte do Grande Primaz CÂNDIDO
Inocêncio dos Santos, assumiu o cargo, ao fim da
FERRE IRA DE ALMEID A. teve Inicio uma fase de
década De oitenta, com apoio de ÁJvaro Palmeira.
remodelação doutrinária. Nesse contexto inovador. por
exemplo, a adoção dos mantos cardinalícios pa~ os
o cargo de Grande Instrutor do Rito foi membros da Magna Reitoria (1994) e do manto niveo
desempenhado , em 1968, pelo Ir:. Professor Álvaro
(branco como a neve) para o Grande Primaz. Ainda: a
Palmeira, responsável pela regularidade Maçônica
ampliação do titulo atribuldo ao Grau 33, não apenas
do Rito e pela exação dos Rituais.
Servid ores da Ordem e da Pátria. mas. agora.
servido res da Ordem, da Pátria e da Human idade
Em 1o de junho de 1968, o Grão-Mestre do
(1992 , na Convenção do Rito aqui no Rio de Janeiro), a
Grande Oriente do Brasil Alvaro Palmeira celebrou
mudança da legenda Homo Homim Frater ("Homem, um
Tratado de Amizad e e Aliança com o Suprem o
irmão para o homem ") para Homo Hominis Frater
Concla ve do Rito Brasileiro, que foi ratificado pela
("Homem, irmão do homem ") (Constituição de 2000} e o
Assembléia Federal Legislativa, no dia 27 jul de
uso da gravata bordõ.
1968. definid o. entre outras import antes
delibera ções, que as Lojas Simból icas do Rito
O irmão Nei como Grande Primaz constitu i o
pertencem à obediência do Grande Oriente do Brasil
terceiro importante corte na história do Rito Brasileiro.
e os Altos Graus são de respon sabilida de do
Ele dá prosseguimento âs Convenções do Rito iniciadas
Supremo Conclave do Brasil.
por ·candi nho". onde na discuss ão de tese_s se
aprimorou. até 2003, o conteúdo ritualístico dos Rituais
Palmei ra . como Grão-M estre do GOB.
Simbólicos e Filosóficos; incentivou a criação de Lojas
moldou o Rito, na área doutrinária e intelectual. na
Simbólicas e de Corpos Filosóficos, ao se deslocar
esfera do conhecimento. Em 1968, ele deu estrutura
continu amente por esse imenso Brasil; criou as
ao Rito e escrev eu todos os nossos r itu ais
Delegacias Litúrgicas do Rito, implementou e Incentiva
Simbólicos e Filosóficos, exceto o do Grau 33, CUJO
o Encontro de Delegados liturgic os.
Rito próprio foi aprovado pelo Supremo Conclave,
em 1999, escrito de autoria do Ir:. Carlos Simões .

-
-
-'. i •.. .: ~; . 1 -~ ~~!;

O que poucos sambem é que o Constituição do Rito


Brasileiro elaborada em 1972, concedeu o Título de Loja
Fundadora do Ri to Brasileiro às 12 primeiras lojas
Maçônicas fundadas ou que se transferiram para o Sistema
do Rito Brasileiro. São elas: FRATERNIDADE E CIVISMO
Nº 1697 (Rio de Janei ro/RJ), ARARIBÓ IA Nº 1698
(Niterói/RJ), CASTRO ALVES Nº 1704 (Salvador/BA),
ESTRELA OE PARACAMBI Nº 1734 (Paracambi/RJ) ,
PION E IROS DO PROGRE SSO Nº 1731 (Rio de
Janeiro/RJ), 14 DE JUN HO Nº 1747 (Sto. Amaro da
Purificação/BA); GONÇALVES LEDO IV Nº 1841 (llhéus/BA
- hoje com o Titulo Distintivo de ELIAS OCKE Nº 1841),
DUQUE DE CAXIAS li Nº 441 (Rio de Janeiro/RJ - nome
adotado pela Loja FRATELANZA ITALIANA original, em 20
de março de 1942, que se filiou no Rito Brasileiro em 1O de
março de 1969), DEUS, CARIDADE E JUSTIÇA li Nº 1749
(ltamarajú/BA), 16 OE JUNHO Nº 1842 ( Feira de
Santana/BA), UNIÃO ORDEM E PROGRESSO Nº 1229
(Campo Grande/RJ). e MONTE CASTELO Nº 1764 (Rio de
Janeiro/RJ).

Considerando a importância da Fundação e da


Filiação dessas primeiras Lojas para a consolidação do Rito
Brasileiro, através de Decreto extendeu a concessão do
referido Titulo Distintivo à todas lojas implantadas até o final
do ano de 1969, o que beneficiou as Lojas Maçônicas
AMÉRICA Nº 189 (São Paulo - SP) e a BARÃO OE TEFFÉ
Nº 1436 (ltagual/RJ). homenageando as Lojas Simbólicas
que participaram da Fundação do Rito Brasileiro nos seus
dois primeiros anos de vida.

Enfim o Rito Brasileiro conseguiu progredir, sendo


escolhido para exercer um mandato de Grande Primaz, o
Soberano Irmão HUMBERTO CHAVES; seguiram-se :
ADMAR FLORES, CÂNDIDO FERREIRA OE ALMEIDA
("Candinho") e, finalmente, NEI INOCENCIO DOS
SANTOS.

Fonte : Site do Supremo Conclave do Brasil


www.ritobrasileirogob.com.br

Revista• ...::.......... r, ... :, -


Edição 01 - Ano 1 - Agosto 2015

Colunas J e B fuJJt 11t4ltda 'Dúiá


( ... ) Depois levanto u as colunas do pórtico de templo; e , levantando a
coluna d ireita , pôs-lhe o nome de Jaquim ; e , levantando a coluna
esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz ( ... )
1 Reis 7: 21
.
~J Sendo um Templo maçônico uma sintese e não a cópia do Templo de
Salomão, esta magnífica construção é descrita minuciosamente inclusive na
maneira de confeccionar todos os utensílios, estes de muita importância na
forma, função e simbolismo para entendimento do por que da construção deste
Templo, apesar de ser o arquétipo do Templo Maçônico observamos que nem
todos os utensílios do Templo de Salomão foram transportados para o Templo
Maçônico.

Assim vamos nos ater as colunas que são o escopo deste trabalho. Tendo
vivido no Egito, livre ou escravo. o povo hebreu assimilara muito dos costumes.
religiosidade e cultura egípcia. Em frente dos Templos egípcios, sempre eram
construídos dois obeliscos: um ao lado do outro como oferenda a divindade. Na
fuga do Egito sob o comando de Moisés uma nuvem durante o dia transformava-
se em fumaça, protegendo o povo em fuga dos soldados do Faraó. À noite a
mesma nuvem era uma coluna de fogo a iluminar o caminho dos fugitivos.
Inicialmente , por estarem os nomes dessas colunas destacadas claramente na
Bíblia. podemos interpretar que seu nomes não são secretos, e ambas.
respectivamente, são marcadas pelas iniciais das palavras Boaz ( B ) e Jaquim (
J ) , porém o segredo não esta nos nomes das colunas, mas no modo como estes
são transmitidos. As colunas erguiam-se fora do conjunto arquitetônico, sendo
que aquela colocada a direita de que entra era chamada Jaquim. enquanto que a
outra, à esquerda, era chamada Boaz. Esses eram. provavelmente. nomes de
pessoas. mas formam, lidos da direita para a esquerda (como é lida a escrita
hebraica ) uma frase lógica ; Jaquim é formada pela apócope de levé( pronúncia
aproximada do nome hebraico de Deus ) e pela palavra achin ( do verbo
estabelecer , firmar) , enquanto que Booz( Boaz) significa em força, com solidez.

Assim, a frase toda seria, praticamente, uma


dedicação do templo, uma oração propiciatória; Ele (
Deus ) • estabeleceu ( o Templo ) em força (
solidamente ) , ou como querem alguns • numa alusão
ao hebreu. como o povo escolhido por Deus. Deus
estabelecerá , solidamente , o reino de Davi na Terra ..
No templo de Salomão, as colunas nada sustentavam,
pois se situavam do lado de fora do Templo, figurando
apenas como ornamento.

O simbolismo dos ornamentos das colunas


reflete uma importância significativa no que tange as
romãs. aos lírios e aos globos, cujos símbolos podem
estar sobre os capitéis.
Continua ...

Revista do Jovem Aprendiz - Página 21


Edição 01 - Ano 1 - Agosto 2015
As romãs são colocadas em cada capitel das Sendo o Rito Brasileiro criado no sul este
colunas em conjuntos de três, representando as Lojas e adotou a posição geográfica austral e. por assim ser.
a união da familia maçônica, como um exemplo de ele está tradicionalmente correto. Na doutrina do
fraternidade que deve servir a toda a humanidade. Os Rito Brasileiro, este segue a evolução da Natureza,
ornamentos norais de ambas as colunas são diversos, porém essa relegada ao sul do Planeta, onde as
mas o que está certo é o conjunto de lirios. O lírios estações do ano ocorrem contrárias às do
sugerem a pureza da alma, a sinceridade e a boa-fé com hemisfério norte.
que os maçons devem se manifestar seguindo a regra de
abrir o coração. sem reserva mental.

Os globos terrestres e celestes são criações Bibliografia


puramente maçônicas, e, conforme o Rito. a esfera
terrestre deve ficar do lado dos Aprendizes e a Celeste do Fonte: http://1oja112.webnode.corn.br/artígo/as·
lado dos Companheiros. colunas-b-e-j/
http://selodesatomao.blogspot.eom.br/201 2109/
Por ser um Rito genuínamente criado no as-<:olunas-gemeas·b-e-j .html
hemisfério sul o Rito Brasileiro adota essa posição http://íblanch íer3.blogs polcom.b r/2011 /1O/rito·
contrária aos outros Ritos devido ao seu próprio brasíleiro.html
arcabouço doutrinário cuja consideração é a de que o Sul Font e: JB News - Infor mativo nr. 3 96
é mais escuro que o Norte (simbolicamente). Do ponto de Florlanópolls (SC) 01 d e outubro d e 2011 .
vista do hemisfério sul, tem-se a impressão de que no
inverno o sol se desloca para o norte o que caracteriza
uma idéia pela qual o norte é o melo-dia, ou mais
iluminado. Assim, para o Rito Brasileiro, essa é a visão
adequada, o que, astronomicamente, para o hemisfério
sul está correto. Nesse sentido é que os Aprendizes, no
rito brasileiro sentam-se na Coluna do Sul enquanto que
os Companheiros na do Norte. Obviamente isso não
acontece com os outros ritos, porquanto a sua criação
estar situada na meia esfera norte (hemisfério). origem
histórica da Maçonaria - como a Maçonaria é simbólica,
matém-se essa tradição.

Revista do Jovem Aprendiz - Página 22


Edição 01 - Ano 1- Ag~...

Arco Real ftMw~v~


A Maçonaria do Aroo Real teve início em meados de 1750,
embora alguns proponham data anterior do que não há evidência
palpável. A primeira Grande Loja não reoonhecia o Arco Real oomo parte
da Franoo-Maçonaria, apesar de alguns de seus membros terem sido
exaltados em Capítulo separado; a Grand Lodge of the Antíents
sustentava que o Arco Real era um quarto grau e poderia ser praticado
em Loja sob a autoridade da Carta Constitutiva.

Em 1766, alguns membros ligados à primeira Grande Loja


instalaram o primeiro Grande Capitulo, do qual se origina o nosso
Supremo Grande Capítulo; exaltaram seu Grão-Mestre. lorde Blaney, e o
proclamaram Primeiro Grande Principal da Ordem. Isto acarretou
problemas, pois pensava-se que tal ato implicaria no reconhecimento da
Ordem, daí, alguêm alterou a Carta Constitutiva do Grande Capítulo,
mudando a data para 1767 e colocando a letra "P" antes das palavras
Grão-Mestre, fazendo parecer que, na época de sua exaltação, lorde
Blaney fosse Past Grão-Mestre, como de fato o era nessa data, e
afirmaram que ele havia agido extraoficialmente.

O reoonhecimento do Arco Então fica claro que, a partir da União das Duas Grandes
Real era essencial para a unificação lojas (Antigos e Modernos), oAroo Real passa a ser parte
das duas Grandes Lojas. Isto foi integrante da Maçonaria, diretamente ligado ao Simbolismo. Um
alcançado por meio da ambiguidade Capítulo deve estar vinculado a uma Loja Simbólica. Por isso o Arco
do texto da declaração preliminar do Real não é um grau. mas sim , uma Ordem que se desenvolveu
Livro das Constituições, que afirma ficando dependente do Simbolismo.
que a pura e antiga Maçonaria
oonsiste de três graus e não mais, Os Irmãos Mestres Maçons que forem Exaltados como
ou seja, o de Aprendiz, Companheiro do Arco Real, certamente, verificarão que o Arco Real
é "a raiz, o coração e a medula da Maçonaria...", conforme explica L.
Companheiro e Mestre Maçom,
incluindo a Suprema Ordem do Dermott.
Santo Aroo Real.
As cerimônias sessões são dirigidas por três membros, são
Não podemos deixar de citar eles os Principais:
que o Arco Real é uma Ordem
Espiritual. As lições derivadas do 1 - Primeiro Principal - Zorobabel - Seu cetro é encabeçado por uma
Ritual devem nos levar a retomar o ooroa . O tratamento a ele é: Excelentíssimo (Exmo.):
caminho de Deus, tal qual no livro 2 - Segundo Principal - Ageu • Seu cetro é encabeçado por um olho
de Oséias, de onde vêm as nossas irradiado. O tratamento a ele é: Excelente Companheiro (Exte.);
palavras, lembrando-nos da 3 - Terceiro Principal - Josué - Seu cetro é encabeçado por uma
misericórdia e do perdão de Deus. mitra . O tratamento a ele ê: Excelente Companheiro (Exte.).
Estando o Capítulo aberto devemos. em relação aos Três Principais.
pronunciar seus nomes por inteiro; por exemplo: Excelentíssimo
Companheiro Wagner Veneziani Costa. O mesmo procedimento
deverá ser adotado em relação aos Escribas Esdras e Neemias.

Os Oficiais de um Capitulo são:

Primeiro Principal, Segundo Principal, Terceiro Principal, Past


Primeiro Principal, Escriba Esdras, Escriba Neemias. Tesoureiro.
Diretor de Cerimônias. Assistente do Diretor de Cerimônias.
Principal Forasteiro, Primeiro Assistente de Forasteiro . Segundo
Assistente de Forasteiro, Organista, Intendente e Guardião.
Antigamente, a cerimônia era feita com véus, semelhante à
Maçonaria pura e antiga. Detalhes dessa cerimônia podem ser
enoontrados nos manuscritos do Arco Real do século XVII 1.

Continua ...

lna23
--=..::i....__..,.no 1• A"'a;
As doze tribos de Israel

Os filhos de Jacob, na ordem em que aparecem


na Blb11a. assim foram nomeados: Reuben,
Simeon, Levi, Judah, Dan. Naphthali , Gad. Asher.
lssachar, Zebulun, Joseph e Benjamin . Esses
nomes não são idênticos aos nomes das doze
tribos de Israel; Ephraim e Manasseh substitulram
Joseph e Levi, embora o ultimo algumas vezes
seja associado a Simeon. Pouco antes dele
morrer, Jacob adotou Manasseh e Ephraim, os
dois filhos de Joseph, e as tribos foram nomeadas
em homenagem aos seus pais. O capitulo 49 do
Génesis. versiculo 28, entretanto. parece
contradizer isto. Após consullar os doze filhos,
incluindo Joseph e Levi, a quem Jacob chamou
1med1atamente antes de morrer. o versiculo diz: ·e
estas são as doze tribos de Israel." Um
comentarista biblico referindo-se a este verslculo,
Nl\o podemos nos esquecer de que a Maçonaria é
embora diga "o tema importante não são os filhos
um sistema peculiar de moralidade velada em alegorias e
em pessoa , como as tribos foram nomeadas após.
Ilustrada por simbolos e que os nossos Rituais são
A razão porque Levi não se tornou o lider de uma
baseados em lendas e não em fatos. Por isso, devemos
tribo é porque Deus ordenou que os membros da
cada um de nós interpretar o que realmente foi "perdido e
casa de Levi. os Levitas, deviam ser separados e
depots encontrado...• Por exemplo, em relação à
d1sbnguidos do corpo pnnc1pal dos lsraelrtas
"palavra" Alguns diziam que era a palavra que aparecia
porque eles eram sacerdotes e bnham deveres
dentro do triângulo que loi perdida e encontrada. Mas
espec1a1s a executar. Uma explanação para excluir
existem evidências suficientes para demonstrar que esse
Joseph, mas incluir seus filhos Ephraim e
não era o caso, outros argumentam que era o nome de
Deus Manasseh, é que Joseph era o filho de Rachel,
esposa ravor1ta de Jacob, e em sua honra adotou
mhos de Joseph como seus próprios. O estilo
Muitos teólogos dizem que nos mais negros dias
moderno da Blblia Evangélíca ajuda a ilustrar isto.
da diáspora dos.israelitas o nome de Deus foi perdido,
Em Gênesis, capitulo 48 ou como em algumas
deixaram de adora-lo; mas os profetas, os reis da reforma
traduções 49, versiculos 5 a 7, lê-se: 'Joseph,
de Israel, garantem que seu nome não foi esquecido. E hà
seus dois filhos, que nasceram no Egito antes de
outros que dizem que foi o modo deles compartilharem o
seu Nome.•. eu vir aqui. pertenceram-me : Ephra1m e Manasseh
são tanto meus filhos quanto Reuben e Simeon.
Se você !Jver mais filhos, não serão considerados
Devemos então interpretar as palavras no sentido
meus: a herança deles será d1v1d1da com Ephraim
metafísico... Como se a palavra encontrada fosse algo
e Manasseh . Eu estou fazendo isto por causa de
assim: Descobrindo alguma coisa como pela primeira
vez•.. sua mãe, Rachel.' Uma outra explicação é que
J~cob co.n s1derou qu~ Reuben, seu primogênito,
tinha agido de maneira errada dormindo com a
Pensar metafisicamente é pensar sem
concubina de seu pai; por tal ação tinha perdido
arbitrariedade, sem dogmatismo.
seu direito. como primogênito. a uma parcela
dobrada da herança. Joseph, por outro lado, por
Descnto como a perfeição e conclusão de toda a
seu sucesso no Egrto, transformou-se no salvador
Maçonana, o Arco Real se desenvolve em uma época
da familia e mereceu consequentemente a parcela
muito postenor ao término do glorioso reinado do rei
em dobro."
Salomão. O Templo de Jerusalém havia sido destruído, o
reino da Judeia fora dividido e os membros de suas tribos,
rendidos. A Babilônia finalmente caiu sob o comando de
Ciro, o Grande. tornando-se parte do poderoso Império
Persa , e esse dirigente extraordlnanamente humano
liberou os judeus do cativeiro e os convidou a retornar a
Jerusalém para começar a reconstrução do Templo.

O restauro dos segredos genulnos de um Mestre


Maçom é fornecido pela lenda com a contnbu1ção de uma
descoberta rnomen1osa feita por trabalhadores. e desse
fato se produz uma das mais interessantes e instrutivas
explicações da natureza de Deus.
Edlç6o 01 • Ano 1• Agosto 2015
Judah; versos 8 a 12. Judah é deSCfito como o filhote de leão.
O emblema para Judah mostra um leão. encontrando-se
geralmente descansando; frequentemente uma coroa e um
cetro também são mostrados. O leão é uma referência ao vigor
e à nobreza de Judah; o cetro é um emblema da realeza.
também é a coroa. A casa real de David é descendente de
Judah.

Zebulun , verslculo 13. Este verslculo refere-se á posição


geográfica favorável do território que foi distribuido a Zebulun,
onde os navios poderiam vir e ancorar com segurança. O
emblema na insígnia é um navio.
Apenas na EsÇÓCia encontramos
regulamentação para os emblemas lssachar; verslculos 14 e 15. lssachar é comparado a um burro
especlficos de cada estandane E todos os forte. A tnbo de lssachar possuía um rico temtóno, mas seu
versos citados são do Génesis Vejamos: povo tomou-se preguiçoso e prefenu submeter-se ao tnbuto
em vez de utilizar a espada contra seus inimigos. O emblema
Reuben: verslculos 3 e 4. Reuben é descnto usual para esta tribo é um burro que repousa entre duas
como "Instável como a água·. Um analista cargas. Ocasionalmente, o emblema mostra preferencialmente
biblico considera esta frase para denotar uma um sol e uma lua; esta é provavelmente uma referência ao
disposição orgulhosa, arrogante que, como a primeiro livro das Crônicas. capitulo 12, o versículo 32, que
água da enchente, transborda ou quebra todas pode levar alguém a associar a tribo de lssachar com a
as barreiras. O emblema especifico astrologia.
geralmente associado com Reuben mostra as
ondas do mar. Um homem é mostrado, às Dan; versículo 17. O emblema para Dan é uma serpente que
vezes, uma referência às palavras · meu morde os calcanhares de um cavalo cu10 cavaleiro esteja a
pnmogêrnto*; outro emblema visto, às vezes. é ponto de cair para trás, uma referência óbvia às palavras nos
uma mandrágora. uma referência à versículos. Ocasionalmente se vê um emblema para Dan que
mandrágora Reuben encontrado por sua mãe. mostra uma serpente; novamente esta é uma referência ao
Dizem que a mandrágora induz a fertilidade. verso citado, que contém as palavras "Dan será uma serpente
pelo caminho."
Simeon: verslculos 5 a 7. Estes verslculos
referem-se às espadas com que Simeon e Gad: versículo 19. O emblema aqui é uma tropa de cavaleiros,
Levi mataram o Shechem1tes: por isto o uma referência és palavras do verslculo. As vezes, no lugar de
emblema específico. uma espada . por esta uma tropa, é mostrada uma bandeira ou uma flãmula que
ilustra um leão rampante; possivelmente. isso seja uma alusão
razão o nome de Levi é mostrado também às
ao fato de que Gad era famoso por sua coragem e sucesso na
vezes na insígnia. Onde isto ocorre uma
guerra.
espada e uma adaga são comumente
mostradas; geralmente, a adaga que Asher: verslculo 20. Foi profetizado que a terra de Asher
representa uma faca afiada ulllizada nas produziria o alimento rico, próprio para um rei. Seu emblema é
circunclsões do Shechemites, consultado no uma árvore florescendo ou uma taça dourada ou urna. A árvore
livro Gênesls, capítulo 34, verslculo 24. Um provavelmente seía uma oliveira : a urna ou taça receptora do
emblema visto ocasionalmente é uma cidade, óleo de oliva, óleo que é um símbolo para a fertilidade ou a
uma referência à cidade de Shechem onde abundância. ~
Simeon e Levi realizaram seu ataque
hediondo.

Revista do Jovem êltrendl• • N1h1a 21


Ediç6o OI - Ano 1 • Agosto 20l5
Naphthali. versículo 21 O emblema é uma Existe um significado na Ordem em que as insígnias das
corça, uma referência à palavra usada no doze tribos de Israel são colocadas no Capitulo. Ve1amos a
versículo. As vezes, o emblema mostrado é •1ersão autorizada da Bíblia, capitulo 2, versículo 2 de
uma árvore de terebinlo; esta é uma referência Numeros: "Cada homem dos filhos de Israel estabelecerá
à palavra ligeiramente diferente encontrada na (sua tenda) seu próprio estandarte, com a insígnia da casa
versão Septuagenta da Bíblia de seu pai; distante do Tabernáculo e da congregação elas
devem ser montadas·.
Ephraim; o filho de Joseph, neto de Jacob. O
emblema nessa insígnia é provavelmente Nc lado leste estavam Judah, lssachar e Zebulun: no lado
retirado do capitulo 33 de Deuteronômio, sul estavam Reuben, Simeon e Gad; no lado ocidental,
versículo 17. que se refere a um boi; é este Eplv:aim, Manasseh e Benjamin, e no lado norte. Dan. Asher
(ou às vezes um boi) que é indicado na e f\aphthati. Em um capitulo do Arco Real as ms1gnias são
insígnia colocadas na mesma ordem. mas por razões práticas nós
não colocamos nenhuma inslgnia no leste ou no oeste.
Manasseh; como Ephraím, um filho de Joseph, Colocamos Judah no nordeste. lssachar no sudeste e ao
neto de Jacob. O emblema geralmente mostra la:to dele, Zebulun . Isto se refere às tribos no leste. Para
nesta insígnia uma v1de1ra exuberante, aqueles que devem estar no oeste. colocamos Ephraim no
plantada ao lado de uma parede, os cachos da sud:>esle e Manasseh e Benjamin no noroeste . Esse arran10
videira pendem sobre a parede. Esta é uma peMlite aos Principais uma vista desobstrutda para o oeste.
referência direta às palavras usadas por Jacob
em sua bênção para Joseph. Outros O "estandarte" indicado no verslculo bíblico catado era um
emblemas vístos nesta insígnia são um grande ·emblema campal" de cada uma das quatro divisões
unicórnio ou uma palmeira. Os analistas pnncipais que compunha m as tnbos que acamparam em
comparam Manasseh a um boi selvagem . A tomo do Tabernáculo no deserto. No Arco Real nós referimos
palavra hebreia para Isto é traduzida a esses estandartes como os principais; pendurados no
frequentemente como "um unicórnio". A leste. O "emblema da casa paterna" era uma bandeirola
referência a uma palmeira vem do capitulo 33 pendurada na frente de cada uma das doze tribos. No Arco
de Deuteron ômio, versículo 14 Real, esses emblemas trad1c1ona1s estão gravados nos
estandartes e pendurados nos suportes, seis colocados no
Benjamin. versículo 27 O emblema para norte e seis no sul. Deve-se ressaltar que os emblemas
Benjamin é um lobo, uma referência direta ao distintivos não estão descritos na Bíblia; essa informação
versículo citado. veio dos analistas do texto que, no geral, baseiam suas
interpretações nas palavras usadas por Jacob antes de
Há outros emblemas utiliwdos. mas aqueles morrer.
citados são os mais usuais Os emblemas
mostrados nas princ1pa1s bandeiras para
Judah e Ephraim são geralmente os mesmos
que aqueles mostrados nas insígnias. Para
Reuben é mais freqüente um homem. uma
referência a ser o pnrriogêníto de Jacob. O
emblema mostrado geralmen te para Dan é
uma águia , ás vezes com uma serpente em
suas garras. Não é fácil encontrar uma razão
satisfatóna para este emblema, embora em
um livro. intitulado Os Emblema s das Doze
Tribos de Israel. haja algumas sugestões O
significado de uma águia com uma serpente
em suas garras é o triunfo da Palavra de Deus
sobre a natureza pecaminosa da humanidade.
A natureza pecaminosa de
Dan é 1nd1cada no primeiro livro dos Reis,
capítulo 12. versículos 28 a 30, a qual é
indicada também nas conferências que
descrevem as Insígnias.
Nas insígnias das Doze Tnbos de Israel, muitas
vezes. encontramos uma inscrição em latim;
essa fonte é geralmente da versão Vulgata da
Blblia, por isso não é raro ocorrer erros de grafia.

Harry Mendoza. em sua obra a respeito do Arco


Real, explica.
"Darei inicialmente um resumo importante.
apresentado em inglês, da Vulgata; darei o
significado comumente aceito a respeito da
inscrição em lahm, geralmente visto; esta pode
nllo ser sempre uma transcrição exata do lallm.
Onde as duas são as mesmas, direi apenas com
respeito à segunda, 'como na versão da Vulgata'.
Eu adicionaria que algumas insígnias carregam
Essa visão foi expressa por alguns historiadores maçônico
diferentes inscrições das que menciona rei ao dizer que:
Judah; O filhote de um leão é Judah. Tu
deverás ajoelhar-s e como um leão... quem o
a) a Franco-Maçonaria no inicio era essencialmente cristã;
atacará?/ Como um leão ele ajoelhou-se; quem o
atacará? b) o autor das mais antigas Constituições Maçônicas,
Andersen, em seu primeiro oficio abriu as portas para
lssachar; Um forte burro (desenvolvido)
membros de outras crenças religiosas ;
descansando entre as fronteiras . I Deitado
(reclinado) entre as fronteiras c) o Teroelfo Grau estava incompleto e uma "palavra·
estava perdida; deste modo precisava haver...
Zebulun; Residirá na costa do mar. /Como na
d) um grau de 'conclusão' que restaurasse ao mesmo
Vulgata.
tempo Franco-Maçonaria a seu caráter essencialmente
a
Reuben; Meu primogén ito .•. tu serás livre como a cristão.
água, tu não deverás prosperar (crescer).
/Apressa-te (corra) como as águas
O que quer que possa haver de verdade em algumas ou em
S1meon e Levi; Embarcações de combate
todas estas suposições, é fato que a Maçonaria do Arco
(utensílios) da injustiça •. eu dívidi·IO·e1 em
Real bnha caráter essencialmente cristão. Observando a
Jacob, e espalhá-lo-ei em Israel. /Instrumentos
história das nossas cerimônias maçónica s. com sua ênfase
de combate da injustiça.
clara aos eventos registrados no Velho Testamento.
Gad; Ele mesmo será armado. /Ele será o último
subjugado devemos recordar o aforismo de SI. Augustono de H1ppo: 'O
Novo Testamento está escondido no Velho. e o Velho
Ephraim; Não mostrado na versão da Vulgata.
Testamento está manifestado no Novo.' Eu sugiro que ê
/Afeiçoado a luta.
com este aforismo em mente que nós encontramos a razão
Manasseh; Não mostrado na versão da Vulgata.
para a inclusão das doze tribos de Israel no Arco Real; isto
/um frutífero galho de árvore perto de um poço
(nascente ) é sua alusão cristã aos precursores dos Apóstolos de
Crislo.
Benjamin; Benjamin é um lobo voraz, devora~do
a rapina pela manhã e div1d1ndo a presa à noite.
Na manhã come a rapina e é noite divide a
presa.
Oan; Uma serpente na estrada, uma serpente na
tnlha. /Aserpen te na estrada (no caminho).
Asher. Fornecerá delicias para os reis. /Como na
Vulgata.
Naphthali; Um veado deixado em liberdade.
/Uma corça (cervos) deixada em liberdade".
E continua. explicando-nos por que a inclusão
das Doze Tnbos de Israel no Arco Real
·os dez filhos e os dois netos de Jacob. cujos
emblemas distintivos são mostrados em doze
estandartes pendurados em suportes de um
Capitulo do Arco Real. foram considerados por
cristãos instruldos serem os precursores (ou.
para usar o lermo mais usual, os protóllpos) dos
doze Apóstolos de Cristo. Há muitos exemplos
em livros blblicos, e, certamente, no Novo
Testamento. para comprovar uma assoclação
das doze tribos de Israel com os doze Apóstolos .

Revista cio Jou• 11 APren« • . ~.•


~!.:...
1
Edisão 01 - Ano 1 - Ago
Naturalmente, poder-se-ia indicar que há uma evidência de que
os judeus foram exaltados no Arco Real na década de 1750, e
que um foi designado para perguntar por que devem participar
de uma cerimónia com uma influência cristã tão forte. A resposta
é simptes. Interpretariam o Ritual e considerariam as insígnias
por um ponto de vista judaico; e extrairiam disso as mesmas
lições morais elevadas extraídas por aquelas que olharam
através dos olhos de um cristão".

Existe também uma diferença entre a Lenda do Arco Real Inglês


e o Arco Real Irlandês. Há evidências de que, no século XVII 1 e
no começo do XIX, a lenda de Zorobabel (que trabalhou na
construção do Templo) e a lenda de Josué (que trabalhou na
recuperação do Templo) estavam ambas sendo utilizadas na
Irlanda, ou seja, genericamente falando, em áreas distintas e
separadas. Esta parece ser a situação de quando o Supremo
Grande Capitulo da Irlanda foi montado em 1829.

O problema parece ter sido discutido pelo Grande Capitulo, e


eles adotaram a lenda de Zorobabel. a lenda utilizada na
Europa.

De qualquer maneira, eles consideraram um grande erro o que


tinham feito e, em 1864 , reverteram o que consideraram ser a
Lenda de Josué; e esta é a lenda ainda em uso na Irlanda hoje.

Está implícito que os papéis com as mudanças tenham sido


perdidos. Se não me foge a memória , no Real Arco Americano
eles também optaram pela lenda utilizada na Irlanda.
O que falta agora é você, meu Irmão Mestre Maçom, ser
Qual era a tarefa dos Apóstolos? Não era exaltado no Arco Real.
difundir a PALAVRA? Deixar-me citar o
primeiro versículo do Evangelho segundo Bibliografia:
São João: 'No principio era o VERBO. e o Fifty Royal Arch Questions Answered - E. Comp. Harry Mendoza.
VERBO ESTAVA COM DEUS; e o VERBO Hinckley, UK: Lewis Masonic, 1994.
era DEUS'. Por Dentro do Arco Real - Richard Sandbach. São Paulo:
Madras Editora. 2009.
Esse versículo teve participação importante
no Ritual do Arco Real antes que fosse
revisado em 1834/5. E não é inteiramente
compatível com as palavras na parte final
da Leitura Mística, que você recordara: Este
grau supremo inspira a seus membros com
as ideias mais elevadas de Deus, e conduz
ao exerclcio da mais pura e devota Piedade,
a uma Reverência para o incompreensível
Jeovâ. o Senhor Eterno do Universo, a vida
elementar e a fonte primordial de todos
Seus princípios, a fonte e a origem de todas
as virtudes.

Revista do Jovem Aprendiz - ptvina 28


Edição 01 • Ano 1 • A
O Nascimento da Loja Maçônica
Luz e Sabedoria
A Implantação do Rito Brasileiro
em Vitória da Conquista
fuJ!t Pa«to. L~
Para escrever a história de nascimento da Loja Chegou o tão esperado dia. Quem venceria as
Maçônica Luz e Sabedoria, temos de nos situar em eleições? Uma quantidade de eleitores. beirando aos
determinada fase da Loja Maçônica Cavaleiros do 80% dos membros da Loja, iria decidir o pleito. Depois
Oriente. É que, a vida de uma Loja, a Cavaleiros, com de uma reunião eleitoral tensa, a Loja elege seu novo
seus acontecimentos, está intimamente ligada ao Venerável, o irmão José Eduardo, com a imensa
nascimento da outra, a Luz e Sabedoria. Isso, inclusive maioria dos votos. Vence a situação.
na escolha do Rito, o Brasileiro, que, até hoje, é
praticado na loja que estava por surgir. Por muito tempo, Esse embate termina por causar reflexos nas
Lojas Filosóficas do REAA. É que. um dos grupos
se pensou que a Luz e Sabedoria tratava-se de uma
tinha o domínio político da Loja Simbólica e o outro
dissidência da Loja Cavaleiros do Oriente. Aliás, muitos dominava os acontecimentos das Lojas Filosóficas,
pensam assim até hoje, mas. isso não é verdade. naquela época , só, a Augusta Loja de Perfeição, o
Subli me Capítulo e o Conselho Filosófico de
Vamos à história de fundação da Loja Maçônica Luz e
Kadosch. Ainda que o voto seja secreto, sabia-se
Sabedoria, esclarecendo todos esses porquês. exatamente quem votou em quem. Coincidência ou
não, quem havia votado no candidato vencedor, ainda
Era o ano de 1985, ano de eleição nas Lojas que estivesse há muito tempo como Mestre Maçom,
j urisdicionadas ao Grande Orien te do Brasil. não era chamado para iniciar nos graus Filosóficos
Comandava a Loja Cavaleiros do Oriente, o Veneravel ou, se já estivesse lá, não era elevado de grau. Isso,
Mestre Rui Alves Brito, hoje, no Oriente Eterno. É para os que queriam galgar os graus, era um acinte.
importante salientar que, como acontece até os dias Depois de um longo período nesse clima, trouxemos
atuais, a Loja praticava o Rito Escocês Antigo e Aceito. a Vitória da Conquista, o Comandante Supremo do
Sofrendo a consequência de divergência de REAA ligado ao Grande Oriente do Brasil, o Soberano
pensamentos, a Cavaleiros passava por um problema Grande Comendador, o irmão Ariovaldo Vulcano.
de ordem polltica, que terminou por dividir a Loja em Para nossa decepção, nada se resolve. Com isso,
dois grupos. Cada um deles tinha seu candidato ao aumenta a decepção do grupo preterido, ao qual, eu
veneralato. Essa questão era um motivo a mais, para pertencia.
aumentar a frequência. Os dois grupos se provocavam
mutuamente, transformando as sessões em discussões
quentes e, muitas vezes, em um tom de rispidez não
comum nos umbrais maçônicos. Vi alguns irmãos se
retirarem do Templo antecipadamente, profundamente
irritados. Qualquer assunto, por mais banal que fosse,
era motivo de acirrado "bate boca·. Se um grupo queria
um banquete mais temperado com tomate, o outro
achava que deveria ter mais cebola. Tratava-se de
provocações de parte a parte. Um grupo, o da situação,
lançou como candidato a Venerável o irmão José
Eduardo de Araújo Lima e o outro, o de oposição, o
irmão Cassiano Bittencourt Ferraz.

ConUtiua...

Revista do ovem A~ndlz • P # lna 29


Estamos na segunda metade dos anos 80.
Alguns irmãos. membros da Cavaleiros do Oriente,
invariavelmente, tinham o costume de se encontrar,
aos sábados, na casa do irmão José Cavalcanti da
Fonseca. Nosso local de bate papo era a garagem.
onde havia uma mesa de sinuca. Chegávamos ás
duas da tarde e ficávamos até à noite. Além das
inesquecíveis tacadas, conversâvamos sobre tudo
e, principalm ente. sobre maçonaria. Um dos
assuntos mais discutidos era a questão da "rusga"
na Cavaleiros do Oriente. Como resolver o
problema?

Certo dia. chego ao anfitrião daquelas


nossas inesquecíveis tardes de sâbado e digo:

Depois dos jogos de sinuca, já no inicio da noite,


• Cavalcanti, vamos fundar uma Loja?
ficávamos até perto das 22:00 horas. arrumando os detalhes
para a fundação. Qual seria o nome da nova Loja? Ai uma
Até hoje me lembro da resposta. Disse ele:
curiosidade. Certa feita, um estudioso da numerologia
dissera a mim que meu número de sorte seria o treze. Aquilo
• Me arrume mais cinco Mestres Maçons
não saiu de meu pensamento, tanto que passei a assinar
que, fundaremos.
Paulo Ludovico, exatamente com treze letras. Se não
"ajudasse", também, não •prejudicaria". Imaginei, então,
Mais cinco, porque. somados a mim e a ele,
encontrar um nome com treze letras para a Loja que
formaríamos sete membros.
estâvamos fundando. E assim foi feito. Depois de pensar em
Mas, apenas fundar a Loja não seria suficiente para
alguns nomes, apresento o, Luz e Sabedoria, que tem treze
afastar o problema que vivíamos na Cavaleiros do
letras. Expliquei os motivos do nome e os dois irmãos. de
Oriente. Além disso. a nova Loja teria de praticar
cara, concordam. Da primeira conversa, até aí, já se
outro Rito, para que nós nos livrâssemos das
passavam cerca de três anos.
atitudes dos que dominavam as elevações de grau,
além do de Mestre Maçom. ligados ao REAA.
Estávamos em 1988. quando Cavalcante conseguiu
Depois de discussões, eu, o irmão Cavalcanti e o
cópia de vários Regimentos Internos. Utilizando cláusulas
irmão Antônio Carlos Ribeiro Braga optamos pelo
de um e de outro e acrescentando algumas, finalizamos,
Rito Brasileiro. Mas, por que o Rito Brasileiro?
datilografado pelo próprio Cavalcante, aquele que seria o
É muito simples. Não era tão fácil, como nos primeiro Regimento Interno da Loja Luz e Sabedoria.
dias de hoje, a fundação de uma Loja. O Grão Chamamos. erroneamente, de Estatuto Interno.
Mestre do Grande Oriente Estadual da Bahia -
Apresentamos o trabalho, no salão de banquetes da
GOEB era o irmão Fernando Carvalho Albuquerque,
que, em sua Loja mãe, praticava o Rtto Brasileiro. Cavaleiros do Oriente, a mais treze irmãos, totalizando
Sendo assim, ele iria facilitar. agilizando, quanto á dezesseis. Eu. funcionando como Secretário, lia as
burocracia, o surgimento de uma nova Loja, ligada a
cláusulas que, uma a uma. eram rejeitadas, aprovadas ou
esse Rito.
modificadas pelos irmãos.
Continua ...

Revista do ovem AP-rendlz • Pá lna JO


Edlçã - Ano 1 • A~..,,,2=
0l_,,,,
5,__ _.
Agora, outra curiosidade. Por sugestão minha, a data de Alguns dias depois, o próprio Grão
fundaçãodaLuzeSabedoria seria18dejulho.Semexplic araos Mestre trouxe , em mãos. o decreto
dois irmãos, sugeri a data por ser aniversário de minha mulher, autorizando o funcionamento da nova Loja.
Lélis. Mas. atendendo aos apelos do número 13, propus a Numa sessão, com a presença do Eminente
antecipação da fundação em cinco dias. Dessa maneira, 13 de irmão José Martônio e também do irmão
julho de 1988 passou a sera data escolhida. Fernando Carvalho Albuquerque, eu, Orador
De próprio punho, desenhei. com cartolina e nanquim. o quadro de oficio da Cavaleiros do Oriente, li, com a
de Aprendiz da Loja. Fiz meu nome no verso do trabalho, para um Loja de pé e à ordem, o ato de autorização de
dia comprovar essa autoria. Tratava-se de uma cópia do quadro funcionamento da Augusta e Respeitàvel Loja
de Aprendiz do REAA. já que não Unhamos os Rituais do Rito Simbólica Luz e Sabedoria. datado de 13 de
Brasileiro. Naquela época, a comunicação era mais difícíl. Fiz, julho de 1988. Confesso que vi surpresa no
também, o desenho do estandarte e do timbre da Loja, explicando olhar e na expressão de alguns irmaos que
o que significavam (era requisito legal de fundação). Tenho lotavam aquela sessão.
também, até hoje, vários esboços que fiz, até chegar ao timbre e
estandarte escolhidos. Já de posse dos Rituais, decidimos
que. os próximos seis meses seriam
Fizemos outra reunião, para aprovar o Regimento Interno destinados ao treinamento do novo Rito. As
com as devidas modificações propostas. Com toda a reuniões eram, às quartas feiras, noTemptoda
documentação pronta. enviamos ao GOEB, solicitando, Loja Cavaleiros do Oriente, que realizava as
formalmente, autorização para funcionar. sessões da Loja Simbólica (como até hoje), âs
segundas feiras e as sessões da Loja de
Depois de explicar dos motivos, pedimos ao Grão Mestre Perfeição. âs terças feiras . O primeiro
Estadual. já o Eminente irmão José Martônio Ferreira de Almeida Venerável foi o irmão José Cavalcante da
(que assumira em lugar de Fernando Albuquerque) que Fonseca, que ficou até a eleição que seria
assinasse, no dia 13 de julho, o ato de autorização de realizada no ano seguinte. para o biênio
funcionamento da Luz e Sabedoria. Nessa mesma data. nos 198911991. Nos primeiros seis meses, não
reunimos no salão de banquetes da Cavaleiros do Oriente, que abrimos a Loja pra visitação. Só depois, é que
ficava na Rua 7 de Setembro, no Centro da cidade, para lavrar a passamos a funcionar normalmente.
Ata de Fundação da nova Loja. Só comparece quinze. dos Recebemos muitas visitas, afinal todos
dezesseis irmãos. Concordamos que o irmão que faltou queriam saber como se desenrolava aquele
assinasse o documento, em outro dia. São esses, os dezesseis novo Rito que estava sendo praticado na
fundadores da Luz e Sabedoria: Antônio Carlos Ferreira Andrade, cidade.
Antônio Carlos Ribeiro Braga, Elizeu dos Santos, Francisco Félix
de Jesus Andrade, Geraldo Alves Brito, Geraldo Ribeiro Braga, Assim, essa é a história de fundação da
Gildázio Ferreira de Araújo, Helder Azevedo de Oliveira , José Loja Luz e Sabedoria e, também, da
Cavalcante da Fonseca, José Eduardo de Araújo Lima, Marcllio implantação do Rito Brasileiro, no Oriente de
Nogueira. Mariano Estavam Sobrinho, Maxwell Sena Gomes, Vitória da Conquista.
Otávio da Silveira Dias, Paulo Ludovico Flores Costa e Rômulo da
Silveira. Eu convidei os irmãos, António Carlos Ferreira Andrade,
Francisco Félix, Geraldo Brito, José Eduardo. Mariano Sobrinho,
Otávio da Silveira e Rômulo da Silveira. O irmão Braga convidou
os demais, excluindo, claro, eu, Cavalcante e o próprio Braga.

Revista do Jovem A diz•


1-
Galeria de Honra
Ex Veneráveis
Loja Maçônica Luz e Sabedoria

Revista do Jovem A rendlz • Página 32


~--------Ed~6o ·A
Desvendando o Triplo Tau
fJM. 'J::~ 1~

O "Triplo Tau· é tido como um importante A simbologia da Maçonaria Simbólica é baseada na


slmbolo maçônico pois, em muitos rituais e Maçonaria Operativa , e o avental do Venerável Mestre não é
Obediências, ornamenta o principal avental da diferente. Os três principais Oficiais duma Loja possuem
Loja, o do Venerável Mestre, além de compor o ferramentas como símbolo: Segundo Vigilan te: Prumo;
emblema do Real Arco. Assim, o "Triplo Tau" está Primeiro Vigilante: Nlvel; Venerável Mestre: Esquadro. O que
presente de forma destacada tanto na Maçonaria parece um Tau, na verdade é um tipo de esquadro, chamado
Simbôhca quanto nos Altos Graus do Rito de York em inglês de "T-square", que em português significa "equadro-
e do Sistema Inglês Moderno. r . mas é mais conhecido por "régua- T". Como se sabe, o
Mestre da Loja é muitas vezes ilustrado como aquele
Sendo simbolo tão presente e de tanto desenhando na Prancheta da Loja. O esquadro-T, ou régua-T,
destaque na Maçonaria, natural que milhares de além de possibilitar o desenho de ângulos retos, é
interpretações oficiais e extra-oficiais surgem extremamente necessário para se desenhar retas paralelas.
para a alegria dos pseudo-sábios de plantão.
Talvez esse seja o maior problema enfrentado Com a onda esotérica que tanto Influenciou a
internamente na Maçonaria : a constante Maçonaria durante os séculos XVIII e XIX, deram a vários
tentativa de complicar o simples, de dar slmbolos significados místicos, não-maçônicos, e o esquadro-
significados extras e não-maçônicos à T foi uma dessas vitimas. Se fossem Taus, obviamente seriam
s1mbolog1a maçônica. posicionados com as partes de duas extremidades voltadas
para cima, e não para baixo como são.
Em muitos livros e artigos maçônicos
pubhcados. o "Triplo Tau· é lido como símbolo
baseado numa letra grega uttlizada antigamente
por hindus e judeus como sim bolo da eternidade,
do que é sagrado, dos "escolhidos'', e que,
combinado em três, simboliza o nome de Deus,
etc, etc, etc. Enfim , descrever todos os
significados atribuídos a esse slmbolo é um
desafio que um único texto seria incapaz de
encarar

Para compreender de forma correta esse


simbolo, precisa-se estudá-lo em cada contexto:

O "Triplo Tau" do avental dos Mestres


Instalados

Eu sinto muito informar. mas os três Taus


vistos no avental dos Mestres Instalados de
muitos Rituais e ObediêOC1as não são · Taus·.

Con1i"tua

Revista do Jovem ~I• • Págl11a D


-·---i ~
•:,-~-·
Ecl;ln ~ 1 .'
1

-
-

O ªTriplo Tau" do RealArco

Também sinto em informar que o "Triplo Tau" do


Real Arco americano e inglês originalmente também não é
um Triplo Tau.

O simbolo do Real Arco aparenta ser três Taus


unidos pelas bases. e com o tempo essa se tornou
inclusive a descrição oficial do símbolo. Mas na verdade, o
símbolo original é um ·r sobre um "H", sendo a sigla de
"Templum Hierosolymae", nome em latim do que
conhecemos como Templo de Salomão. Por sorte, o
primeiro regulamento do Real Arco, datado de 12 de
Junho de 1765, aponta a sigla TH como emblema do Real
Arco e decifra seu significado, e em 1766 surgiu a
instrução para posicionar o T sobre o H em todo seu uso.
Além disso, o famoso maçom Thomas Dunckerley, grande
defensor e promotor do Real Arco, deixou essa
informação em evidência em correspondência oficial
datada de 27 de Janeiro de 1792.

Com o tempo e sob a mesma influência esotérica


mencionada anteriormente, não foi dificil a união do T com
o H num único simbolo e o surgimento de sua
denominação como "Triplo Tau", o que acabou sendo
oficializado com o passar dos anos.

Conclusão
Não existe "Triplo Tau" na Maçonaria. Existe
· esquadro· T" na Maçonaria Simbólica, e "T sobre H" no
Real Arco. O resto é invenção sem base teórica,
verdadeiros desrespeitos á Maçonaria e sua história. A
simbologia maçônica já é interessante e significativa o
bastante, não necessitando de tais enxertos.

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