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Atividade do Módulo 01

Estudante: Jonathan C. Faria

Pergunta 01: Qual o contexto do campo brasileiro que fez emergir um conjunto de lutas
e movimentos sociais? Como neste processo o trabalhador do campo afastou-se da ideia
de um sujeito passivo, submisso ou da figura do “Jeca Tatu” atribuída por Monteiro
Lobato?
Resposta:
Podemos dizer que as lutas no campo surgem antes da instauração da República no
Brasil. A questão agrária está intimamente ligada com o início do processo de colonização
portuguesa, através do modelo de concentração agrária e de seu controle nas mãos de pessoas
que representavam os interesses da aristocracia portuguesa. No entanto, de acordo com o
texto, podemo ver que o processo de tentativa de articulação das lutas e de organização destas
através dos movimentos sociais e das organizações políticas se estruturou na década de 40.
Nesta época houve a articulação por diversos atores políticos, dentre eles podemos destacar a
atuação do PCB e da criação das Conferências que buscavam articular as lutas no campo no
Brasil.
Quanto a imagem de “Jeca Tatu” creio que ainda é uma imagem presente no ideário
brasileiro, tal imagem é utilizada para deslegitimar e apagar o protagonismo camponês na
composição cultural e das lutas no Brasil. Esta imagem coloca o camponês e a vida no campo
como um atraso, tanto tecnológico quanto cultural. No entanto podemos observar que esta
imagem desqualifica a população do campo e que na realidade, é uma população que a sua
existência afronta diretamente um dos setores que mais fortes do país que é a burguesia ligada
ao agronegócio que atua para afastar ainda mais a garantia de direitos e da efetiva participação
política na decisão dos rumos do Brasil.
Ao verificar as revoltas no Brasil, verificamos que está imagem de povo pacífico,
ignorante e submisso não se sustenta. O campesinato protagonizou grandes revoltas desde a
época colonial, no entanto isso não significou um avanço na consciência de classe, mas foi
motivado pelas condições de extrema pobreza e péssimas condições de vida atrelada ao
abandono do estado. Este protagonismos nas lutas no país ganha uma nova potência com a
articulação destas lutas pela esquerda brasileira principalmente sob a bandeira da reforma
agrária popular colocando este setor em conflito direto com os setores mais fortes da
burguesia do país.
Atualmente, este povo “Jeca”, é um dos setores mais articulados e combativos do país,
e mesmo boa parte deste sendo cooptada pela política de conciliação de classes protagonizada
pelo Partido dos Trabalhadores, podemos dizer que esta categoria e seus movimentos sociais
exercem grande importância na luta contra o capital no Brasil.

Pergunta 2: Como emerge a luta pela terra e pela reforma agrária no Brasil? Tais lutas
permanecem atuais no capitalismo contemporâneo?
Resposta:
A luta pela terra está presente em nossa história de forma mais contundente já no final
do período colonial e início da república velha no Brasil. No entanto, a reforma agrária surge
como unificação e síntese de diversas pautas camponesas na II Conferência Nacional dos
Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, juntamente com a criação da União dos Lavradores e
Trabalhadores Agrícolas do Brasil (ULTAB).
A bandeira da reforma agrária no Brasil não só permanece atual como é a pauta que
está articulando o maior número de trabalhadores. Como exemplo podemos citar os
movimentos sociais da Via Campesina (MST, MAB, MMC e MPA).

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