O documento discute símbolos e sua importância para entender o inconsciente. Explica que símbolos representam aspectos ainda desconhecidos e orientam nosso entendimento. Descreve também a importância do círculo como símbolo da totalidade e unidade, presente desde a fase embrionária, e como ele está ligado à noção de mandala e do processo de individuação.
O documento discute símbolos e sua importância para entender o inconsciente. Explica que símbolos representam aspectos ainda desconhecidos e orientam nosso entendimento. Descreve também a importância do círculo como símbolo da totalidade e unidade, presente desde a fase embrionária, e como ele está ligado à noção de mandala e do processo de individuação.
O documento discute símbolos e sua importância para entender o inconsciente. Explica que símbolos representam aspectos ainda desconhecidos e orientam nosso entendimento. Descreve também a importância do círculo como símbolo da totalidade e unidade, presente desde a fase embrionária, e como ele está ligado à noção de mandala e do processo de individuação.
O homem se expressa além de gestos corpóreos, cheio de sinais e imagens cuja
sua linguajem é rodeada de símbolos. O símbolo é a designação de um fato
relativamente desconhecido, mas cuja existência é conhecida (PENNA, 1991). Todo fenômeno psicológico é um símbolo, pois é uma forma de diferencial que escapa da nossa cognição. O que se percebe no símbolo é uma consciência em busca de outras possibilidades de sentido. Portanto, ter atitude simbólica é captar o significado do símbolo, que orienta conteúdos que ainda não são conhecidos (JUNG, 1988). São representações que podem dar uma expressão do nosso interior e assim canalizá-la para uma forma diferente da original. Os símbolos nunca foram inventados conscientemente, foram produzidos sempre pelo inconsciente pela via chamada revelação ou intuição. Os símbolos acompanham as etapas do indivíduo, se baseando em arquétipos que iram representar o inconsciente, através de imagens e sonhos. ‘’Um símbolo não traz explicações, impulsiona para além de si mesmo na direção de um sentido ainda distante, inapreensível, obscurante pressentido e que nenhuma palavra de língua falada poderia exprimir de maneira satisfatória’’ (JUNG, p. 236, 1984). A atitude simbólica é também considerada uma atitude de síntese, pois quanto mais nos aproximamos da compreensão e do possível entendimento do simbolismo arquetípico mais próximo estaremos de nossos conteúdos inconscientes e mais conscientes de nós e de nossos desejos (HANNAH, 2003). O elemento circular sempre teve papel central na vida dos indivíduos, desde os tempos mais remotos. O círculo está presente na vida desde a fase embrionária, já que nos constituímos a partir de uma célula-ovo, com forma circular, em um ambiente materno, o útero que acolhe o embrião, também neste mesmo formato, assim como as células que compõem nossos corpos. (FREITAS, 2007). Além disso, a referência de planeta, universo e cosmos que todo indivíduo habita é circular, assim como os átomos, e o círculo expressa a totalidade que os compõem (FREITAS, 2007). Os exemplos na natureza são marcantes, ou seja, podemos observar círculos no caule de uma flor, como a papoula, ou nas dicotamáceas. Há infinitas manifestações de círculo que poderiam ser citadas. O círculo é a imagem da totalidade, da unidade, o "um", sem começo e fim, além do tempo e espaço, sem nome, forma, ilimitado e vazio, pleno de potencialidades, infinito em possibilidades (BASSO & AMARAL, 2011). O círculo expressa a totalidade da psique em todos os seus aspectos, incluindo o relacionamento entre o homem e a natureza. Ele indica sempre o mais importante aspecto da vida: sua extrema e integral totalidade. (JUNG, 2002) O segredo do círculo, no entanto, é o centro. O centro é a semente da expansão infinita. O centro é o começo de todo círculo (ARQUELLES & ARQUELLES, 1972). O movimento é ação básica dessas duas direções diferentes (círculo - centro), que a mente percebe como uma só (BASSO & AMARAL, 2011). Estes elementos possuem um poder de integração, centramento, e fortalecimento da fronteira de contato com si mesmo. A partir desse círculo e seu centro, origina-se as mandalas. A mandala é um arquétipo da ordem, da integração e da plenitude psíquica, surgindo como uma tentativa natural de autocura da natureza. Mandala é uma palavra sânscrita que significa centro, circunferência ou círculo mágico. O seu formato circular e o seu centro, que traduzem elementos da estrutura da psique, da totalidade, da forma primordial onde nascem todas as formas (BASSO & AMARAL, 2011). Em outras palavras, a representação mandálica traz a própria representação do indivíduo, enquanto ser-no-mundo, num movimento do "aqui e agora", sem começo e sem fim. O ponto central, representa a continuidade, através de um fluxo organizador, estruturador, em contração (centrípeto) e um fluxo em direção à periferia (centrífugo) de expansão, que destrói a forma conhecida, trazendo novas possibilidades (BASSO & AMARAL, 2011). Quando o inconsciente e o consciente conseguem se alinhar se ordenando em torno do centro a personalidade se completa (JUNG, 1988). É ainda através de uma concentração progressiva do múltiplo que o “eu” pode ser integrado no todo e o todo reintegrado no “eu”. Seria o impulso natural para vivenciar o potencial humano e realizar o padrão de sua totalidade. Por essa razão, Jung chamava esse impulso natural de “individuação” Von Franz afirma: “O círculo como um símbolo do “Self” expressa a totalidade da psique em todos os seus aspectos, incluindo o relacionamento entre o homem e a natureza [...] ele indica sempre o mais importante aspecto da vida: sua extrema e integral totalidade”. (2002, p. 246).