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Ikú - Morte

É visto como um agente criado por Olodumaré para remover as pessoas cujo tempo
na Terra tenha terminado.

A morte é denominada Ikú, e trata-se de um personagem masculino. Sua lógica é para


as pessoas mais velhas e que dadas certas condições, devem viver até uma idade
avançada. Pôr isso, quando uma pessoa jovem morre, o fato é considerado tragédia,
por outro lado, a morte de uma pessoa idosa é ocasião para se alegrar. Sobre isto,
costuma-se dizer:

Ikú Kí pani, ayò I'o npa ni - "a morte não mata, são os excessos que matam".
O odú òyèkú méji revela, em um de seus ìtàn, que a morte começou a matar depois
que sua mãe foi espancada e morta na praça do mercado:

"No dia em que a mãe da morte foi espancada


No mercado de Ejìgbòmekùn
A morte ouviu
E gritou alto, enfurecida
A morte fez do elefante a esposa de seu cavalo
Ele fez do búfalo sua corda
Fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para a luta".

Posteriormente, a morte foi subjugado depois que seus inimigos conseguiram que ela
comesse o que era proibido comer, segundo o conceito do èwò, visto anteriormente, só
conhecido através do jogo de Ifá. Neste relato, é a esposa de Ikú, Olójòngbòdú,
que revela este segredo:

"Nós consultamos Ifá para Olójòngbòdú


Mulher de Ikú
Ela foi chamada cedo, pela manhã
Eles perguntaram o que seu marido não podia comer
Que o tornasse capaz de matar outros filhos de pessoas ao redor?
Ela disse que a Morte, seu marido, não podia comer ratos
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ratos?
Ela disse que as mãos da morte tremeriam sem parar
Ela disse que a Morte, seu marido, não podia comer peixe
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse o peixe?
Ela disse que os pés da Morte tremeriam sem parar
Ela disse que a morte, seu marido, não podia comer ovo de pata
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ovo de pata?
Ela disse que a morte vomitaria sem parar".

A conclusão deste odú é que foram dados à morte todos os alimentos proibidos, o que
a fez acalmar e impedir a sua tarefa que estava sendo feita sem qualquer critério, ou
seja, a Morte foi subjugada apenas depois que seus inimigos conseguiram que ele
comesse o que era proibido comer. Verificamos novamente a importância do respeito
às coisas proibidas, éwò, cujo conhecimento só é possível através do sistema de Ifá.

Devemos registrar que, no processo de divinização de Ifá, ocorrendo a caída deste


odú, irá revelar vitória de qualquer pessoa sobre a morte.

Embora a morte seja inevitável, e imprevisível, vimos que ele pode sofrer alterações
através da intervenção de Orunmilá ou de qualquer outro Orixá junto a Olodumaré,
e isto é previsto em outro mito, quando Exu consegue subornar o filho de Ikú, que
revela o modo pelo qual Ikú matava com o uso de uma clava a fonte indispensável de
seu poder. Sem essa clava, Ikú tornava-se impotente.

Exu foi ajudado pôr Ajàpàá, a tartaruga, que conseguiu o que desejava, conforme o
dito:

Ajàpàá gbé òrúkú I'owó Ikú - "A tartaruga tirou a clava das mãos de Ikú".
Posteriormente, fez um pacto com Orunmilá, com a condição de ele ajudá-lo a
recobrar a sua clava; em troca, Ikú só levaria aqueles que não se colocarem sob a
proteção de Orunmilá ou aqueles que estivessem com a data já determinada para o
fim de suas vidas na terra. Isto reflete a necessidade de um constante
acompanhamento da situação de uma pessoa através do jogo. Daí o provérbio:

Arùn I'a wò, a Ki Wo Ikú - "A doença pode ser curada, a morte não pode ser
remediada".

E ainda o odú Irò-sùn-oso revela:

"Se Ikú não chegar, adoremos Oxum


Se Ikú não chegar, adoremos Orixá
Se ikú realmente chegar, não adianta Ikú receber sacrifício".

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