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Bom dia, pessoal. Hoje é nossa aula de asma. Seguindo o que a gente
falou na aula de DPOC, a asma é uma doença obstrutiva e bastante
prevalente. É a 4 causa de internação no SUS, então vocês precisam
conhecer os sintomas e como trata. Embora tenha diminuido o número
de internações por crise de asma e isso se deve ao maior cuidado dos
programas para controle de asma dos municípios e do estado. Hoje o
paciente consegue a medicação com mais facilidade nas farmácias
populares e isso facilita o tratamento que era pouco seguido
antigamente e é o principal objetivo em termos de acompanhamento
do paciente asmático.
Pergunta: por que ela tem esse caráter de regredir e depois voltar:
Resposta: É, aí talvez seja melhor você fazer um pico de fluxo pra você
ter uma medida numérica. Não tá indicado você fazer espirometria na
crise porque aqui você não vai medir a função ventiltória do seu
paciente, tá?
Bom, caso não tenha a espirometria pra fazer, você pode fazer a
medida do pico de fluxo. Esse é um equipamento pequeno, portátil,
num formato de plástico ou digital. A gente pede pro paciente encher o
pulmão todo, a gente coloca esse bocal de papelão aqui e ele dá um
soprão forte. Aí a gente vai ter a medida do maior fluxo que ele
colocou pra fora. A gente normalmente faz 3 medidas e tira a média.
Depois, no próprio consultório, a gente faz um broncodilatador pro
paciente, faz ali uns 4 jatos de aerolin e a gente observa se o paciente
melhorou ou não. Se ele melhorar 15% o pico de fluxo, isso é
considerado pra nós uma prova broncodilatadora positiva. Isso você
pode fazer na emergência, os pediatras fazem. Esse equipamento é
barato, uns 20 reais, você pode ter junto com seu estetoscópio, a
única coisa é que você tem que ter o bocal, tem que ficar comprando o
bocal que é descartável. Isso você pode ter dentro do seu consultório,
não precisa esperar o paciente marcar um exame de espirometria. Se
ele quiser depois ele até faz, mas você já pode diagnosticar ali com o
pico de fluxo e começar o tratamento certo.
Outra coisa que pode ser feita com esse medidor de pico de fluxo são
aqueles pacientes que fazem a espirometria e dá normal, mas o
paciente diz pra você que ele só piora em determinados momentos do
dia, só a noite ele piora ou cedo, pela manhã. Então você pode fazer
um mapa do pico de fluxo desse paciente. Ensina ele a fazer, você dá
um mapinha pra ele, e ele vai anotando durante o dia. Então se o cara
tem uma variação do pico de fluxo de uns 20% ao longo do dia, isso já
é considerado como variabilidade do fluxo aéreo.
Se nada deu certo, tudo foi normal, aí você pode fazer o teste de
broncoprovocação. Você vai provocar uma crise, uma variabilidade do
fluxo aéreo ao seu paciente. Isso é feito com nebulização de uma
solução salina inicialmente (que vai ser o veículo do fármaco usado
posteriormente), então a gente vai determinar o VEF1 basal do
paciente. Depois, faz a nebulização com drogas em concentrações
duplicadas e crescentes, normalmente a gente usa a metacolina ou a
histamina em solução. Quando a gente observar que após a
nebulização o paciente caiu em 20% da VEF1, aí você interrompe o
teste e já faz a broncodilatação dele. Outra forma de provocar em
paciente que tem sintomas apenas após fazer exercícios, a gente tem
um fenótipo que é asma por exercício, a gente pode por ele pra correr
numa esteira ou bicicleta. Se esse paciente cair o VEF1 entre 10 a 15%
após o exercício também é considerado o teste de broncoprovocação
positivo, tá? Olha isso que a gente falou aqui no gráfico.
Essa aqui é uma tabela pra vocês saberem o que é uma dose baixa,
média e alta de cada corticóide. Não vou me alongar nisso. A 2 droga
mais usada associada aos corticôides inalatórios são os beta2 de longa
duração (salmeterol 2x/dia, vilanterol 1x/dia, formoterol 2x/dia). Eles
previnem principalmente os sintomas noturnos, ok? Nós podemos usar
em pacientes que tem asma por exercício, mas não estão indicados
como monoterapia na asma (os beta2 de longa duração que é
broncodilatador).
Então é isso gente, volto a insistir que vocês tem que orientar
direitinho o paciente pra ele fazer o tratamento correto e usar de forma
correta os remédios e dispositivos.
FIM.