Breve relato da experiência do trabalho de campo do grupo F
O bairro de Campo Grande, que faz parte da AP 5.2, é um bairro heterogêneo,
tanto nos seus espaços quanto na vivencia e nas condições sociais de seus moradores. Como a maior parte do grupo reside em Campo Grande, esse foi o bairro escolhido para o trabalho de campo. As duplas visitaram diversos locais, dentre eles a escola pública Ubaldina Dias Jacaré, onde uma das integrantes do grupo estudou até a quarta série do Ensino Fundamental. As percepções do espaço dos alunos dessa escola foram diversas, uma vez que ela atende crianças de diversas condições sociais. Muitas dessas crianças dependem do SUS e do transporte público, tendo visões diferentes sobre esses aspectos. Porém, foi comum encontrar relatos sobre demoras e superlotação nesses hospitais e sobre a precariedade do transporte publico. Esses relatos, porém, não foram unanimidade, o que mostra a heterogeneidade do bairro. Também visitamos o Educandário Monteiro Lobato, escola particular de renome no bairro, onde outro integrante estudou. As percepções variaram, uma vez que, em sua maioria, os alunos não dependem do SUS, porém relataram problemas nos estabelecimentos privados de saúde. Dentre outras diferenças, como a escolaridade dos pais, o acesso a outras áreas da cidade, além do acesso à cultura e ao lazer, que se mostrou bem díspar entre esses grupos.
Também visitamos o Hospital Rocha Faria, próximo à região central de Campo
Grande, onde encontramos uma enorme precarização e percebemos que a saúde nos bairros fora do eixo turístico da cidade está cada vez mais abandonada. A opinião dos moradores do bairro, incluindo um senhor que mora há 20 anos em Campo Grande, é de que os hospitais e clinicas não dão vazão ao grande contingente populacional. Outros locais, como praças e pontos de ônibus, também foram visitados, mostrando relatos de acessibilidade, saúde, saneamento, entre outros, similares aos encontrados nos outros lugares.
A experiência do trabalho, portanto, foi enriquecedora, já que nos mostrou as
dificuldades que os moradores de Campo Grande passam diariamente e que nós muitas vezes não percebemos. Além disso, o contraste encontrado entre alguns dos grupos com os quais conversamos mostrou que moramos em um bairro onde muitos dependem somente do sistema publico de saúde, enquanto outro grande número nunca entrou em um hospital ou clinica pública. Logo, Campo Grande, que é um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, geralmente negligenciada pelo poder público, apresentou relatos diferentes que giraram em torno da falta de infraestrutura em diversos aspectos, como no trânsito, e a precariedade de acesso a outras áreas da cidade. Também ficou clara a grande quantidade de casas que não possui coleta de esgoto adequada, contribuindo para a poluição dos rios locais. Em geral, o trabalho de campo se mostrou surpreendente graças à diversidade que aqui encontramos.