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Meditacao Dos 5 Lungs PDF
Meditacao Dos 5 Lungs PDF
Curso: Introdução à
Meditação Silenciosa
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CEBB Introdução à Meditação Silenciosa
“A busca da estabilidade na natureza básica da mente é o caminho direto da meditação, aquele no qual se
busca praticar a mente liberta, a condição de libertação”. Lama Padma Samten
O que é meditação? Muitas respostas são possíveis, pois a palavra “meditação” é usada
amplamente em diversas tradições religiosas, filosóficas e, mais modernamente,
científicas. Cada tradição irá determinar o seu significado e contexto de uso. A meditação
não é encontrada apenas no budismo, as práticas meditativas/contemplativas são
utilizadas nas tradições hinduístas, nos diversos ramos da yoga, no cristianismo, no
islamismo, no judaísmo, no sikismo, nas correntes New Age, no taoísmo, etc. No ocidente
houve uma grande popularização da meditação nas décadas de 1960 e 1970, especialmente
com o Zen budismo, a Meditação Transcendental e a yoga. Atualmente a meditação é
objeto de diversos estudos científicos, sendo seus efeitos pesquisados em diversas
aplicações, como alterações no sistema imunológico, recuperação de doenças, capacidade
de concentração, etc.
No início, é necessário entender qual a motivação que nos leva a meditar. Este é um ponto
crucial para obter os melhores resultados das práticas. No budismo Mahayana (que é o
que praticamos no CEBB) a motivação será a busca da iluminação (liberação do sofrimento
e realização da sabedoria primordial) e o desenvolvimento da capacidade de ajudar todos
os seres.
Ainda que esse encontro aconteça a partir de práticas budistas, a meditação silenciosa
pode ser uma prática contemplativa despida de qualquer caráter religioso ou filosófico.
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Ela pode ser uma experiência direta de melhoria da qualidade de vida. A meditação
silenciosa trará um maior equilíbrio do corpo, da energia e da mente, levando a uma
sensação de bem-estar e paz.
As técnicas meditativas serão descritas mais adiante, havendo instruções para o corpo,
para a energia (fala) e para a mente. Seguindo as instruções e repetindo as técnicas muitas
vezes, obteremos uma série de resultados que estão entre os objetivos do caminho
espiritual.
Aprendemos que diante das coisas a primeira coisa sensata a fazer é parar. Se reagimos às
coisas de imediato já estamos presos. Quando temos esta capacidade de parar e não reagir
testamos uma possível liberdade. Quando dispomos desta liberdade da não-ação podemos
direcionar nossa energia para ações mais lúcidas.
Através da prática regular da meditação silenciosa, as aflições que surgem como emoções
perturbadoras (orgulho, inveja, ciúme, competitividade, desejo/apego, preguiça, carência,
raiva/medo) diminuirão naturalmente, melhorando as relações consigo mesmo, com os
outros, com a sociedade e com a biosfera. As respostas automáticas diante dos
acontecimentos serão refreadas, e teremos maior capacidade de reagir de uma forma mais
construtiva e positiva. Os diversos níveis de sabedoria poderão ser alcançados, ampliando
a capacidade de enxergar a realidade como ela é e de ajudar os outros seres. Amor,
compaixão, alegria, equanimidade, generosidade, moralidade, paciência, perseverança,
concentração e sabedoria se manifestarão de forma mais natural e com menos obstáculos
em nossas vidas.
O bom é que podemos começar exatamente do ponto onde estamos. Se silenciamos nosso
corpo e nossa fala por alguns minutos a cada dia, certamente nossa qualidade de vida irá
se transformar, nossa mente irá se pacificar, de um modo natural.
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Podemos escolher um canto especial em nossa casa, ou algum lugar ao livre. Sentar e
respirar. De modo simples e profundo. Buscar em nós mesmos uma dimensão de silêncio
que não se altera diante das adversidades ou alegrias fugazes. Não precisamos buscar
nada muito místico, Podemos apenas relembrar que estamos vivos, respirando, e nos
convidar a viver o mundo de modo mais livre e desimpedido. É simples. Basta começar.
Sem pressa, sem pressão, apenas com interesse e ternura pelo processo.
Lançando mão de métodos artificiais, iremos reconhecer nossa condição natural de paz,
contentamento e lucidez. A meditação silenciosa pode ser compreendida e vivida como
um processo que visa gerar autonomia, e não como mais um processo de
condicionamento. Iremos treinar nossa liberdade frente aos impulsos e automatismos,
recuperando uma autonomia de corpo, energia e mente.
Segundo Lama Samten, as etapas descritas a seguir são um método de realização simples
e eficiente, dirigido à prática de equilíbrio e pacificação no contexto de nossas relações
cotidianas.
Essa primeira abordagem, usada freqüentemente por Sua Santidade o Dalai Lama, na
verdade, nunca vai ser abandonada, ainda que existam as outras cinco formas. O fato de
haver outras abordagens significa apenas que a prática do Bom Coração se tornará cada
vez mais profunda e sofisticada. É possível dizer que todo o Budismo irá tratar dessa
questão, da questão de um “Bom Coração”.
Inicialmente, esse Bom Coração será apresentado como um aspecto natural, sempre
presente na vida cotidiana. De um modo geral, para falar de um bom coração, os mestres
falam das mães, apontando para uma forma de ajuda sem expectativas de retorno. Eles
falam dessa mãe ideal, daquela que acolhe, que oferece o corpo e toda sua energia para
potencializar os outros seres. Dessa forma, eles nos fazem reconhecer que se nós estamos
vivos é porque essa mãe, na forma de uma pessoa ou de um conjunto de pessoas, de
iniciativas e energias positivas ou mesmo de uma pessoa que não é propriamente a mãe
biológica, nos sustentou até aonde chegamos, ou seja, fomos efetivamente acolhidos,
cuidados e, da mesma forma, continuamos a ser.
Esse mistério, essa energia positiva, essa forma sustentadora que se reflete diretamente em
nossas vidas, também se manifesta de outras formas. Ela está presente nas casas
construídas, nas ruas, nas escolas, em tudo o que há ao nosso redor. Todas essas formas
existem porque existe uma inteligência que as providencia. Isso significa que nós nos
unimos para promover coisas positivas. Existe uma energia sustentadora que produz
benefícios não apenas para uma ou outra pessoa, mas para proteger e sustentar todos os
indivíduos, toda a coletividade. Essencialmente, existe uma energia positiva que faz tudo
funcionar. Sua Santidade o Dalai Lama diz: “Apenas porque isso se torna corriqueiro, não
é notícia; a notícia surge somente quando isso falha”. Ou seja, quando isso se torna natural
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e alguém faz alguma coisa completamente diferente, seja de forma agressiva ou de alguma
forma amoral, então isso é noticiado, ao contrário do que acontece quando essa energia
positiva está naturalmente operando.
Nos meios de comunicação é muito comum encontrarmos essa imagem, a ênfase às ações
desequilibradas, à desarmonia, à agressividade. Mas o fato é que isso se trata da exceção,
porque a disposição de promover os seres humanos, o planeta e a sustentação da vida está
sempre presente, de forma natural. E não só essa energia existe, como ela também se
manifesta de forma benigna. A linguagem por meio da qual as coisas são construídas não
é uma linguagem de agressão, é uma linguagem de cooperação. De acordo com esse
espírito de promoção do bem comum, torna-se natural ouvir e entender o outro, dialogar,
encontrar pontos em comum, encontrar uma forma de operar em conjunto. E isso pode
existir não só no nível da mente, mas também no nível de coração, de energia. Assim,
quando nós nos encontramos e trabalhamos juntos, entramos em acordo ou nos unimos
com alguém, isso resulta efetivamente em uma grande alegria.
E por que essa alegria? É muito semelhante ao que acontece quando duas pessoas se
amam – a rigidez estrutural de cada um, curiosamente, é rompida – e a alegria surge.
Mesmo que possamos surgir como seres isolados, não há como nos sustentarmos dessa
forma, porque nós somos seres de relação. Apesar de nos pensarmos isolados, a nossa
realização se dá na relação. Nem mesmo um Lama faria sentido se não fosse dessa forma.
Nós não conseguimos viver isoladamente porque nós somos pontos em uma grande rede,
pontos que surgem justo para estabelecer conexões. Se nós separarmos o ponto de suas
conexões, ele deixa de existir.
Por outro lado, cada ser imagina possuir uma missão, alguma coisa a fazer e esse é o
próprio processo de conexão. Cada um de nós diz: “Eu sou artesão, médico, advogado”.
Cada um faz alguma coisa. Na falta de um papel em algum processo de relação, surge a
crise. Nós aspiramos urgentemente a que alguém diga: “Você é isso”. E assim ressurge um
eixo, um propósito. Mas na verdade, o que aconteceu? O fato de sermos reconectados à
rede faz com que tudo passe a fluir e se tivermos méritos isto se dará através de relações
positivas.
No amor ou no encontro entre as pessoas existe como que uma vertigem, o que é muito
interessante, porque nada mais parecido com a vida e a morte que o próprio amor.
Quando encontramos alguém, nós nos ampliamos e ao nos ampliarmos, também
morremos. Isso acontece ao mesmo tempo e os dois lados são bons porque nós estamos
aprisionados em nós mesmos ao mesmo tempo em que gostaríamos de nos ampliar. Essa
ampliação acontece no encontro com o outro e nisso há um pouco de morte. Existe uma
pequena história que ilustra esse aspecto, ou seja, a aflição entre o desejo de ampliação e o
temor pela própria morte. Na história, uma garrafa cheia de água flutua no mar e,
flutuando no mar, a água presente dentro dela se debate com uma dúvida terrível: “Se o
vidro se quebrar, eu me dissolvo nesse mar, desapareço!”. Mas ao mesmo tempo sabe que
ao se quebrar a garrafa, ela se tornará o mar, irá se ampliar.
Esse ponto é literalmente apaixonante porque existe uma aspiração ao encontro, seja com
uma pessoa, seja com uma coletividade na qual a identidade se dissolva e ao mesmo
tempo se amplie. Todos nós buscamos isso. Essa é a linguagem de um Bom Coração.
Enquanto seres isolados, agindo a partir de uma visão particular, nós tentamos
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intuitivamente preservar algo, aquilo que consideramos ser a nossa missão. Em outras
palavras, tentamos preservar o que viemos oferecer ao mundo, aquilo que adoraríamos
ver o mundo recebendo. É como se isso nos permitisse morrer e ao mesmo tempo nos ver
na perpetuidade de uma forma mais ampla.
Essa aspiração faz surgir uma linguagem pela qual nos entendemos mutuamente. Quando
nos olhamos, estamos oferecendo algo um ao outro, estamos oferecendo acolhimento,
ampliação e também a dissolução. Essa é a linguagem entre os seres humanos, a
linguagem do amor, do acolhimento, do carinho. Tudo segue nessa direção. As
identidades sofrem pela sua condição de isolamento ainda que, paradoxalmente, tenham o
ideal de ampliação e dissolução. Todos nós temos esse ideal. Se nós não tivéssemos um
ideal de encontro, de amor, de bom coração, a nossa vida realmente pareceria sem sentido.
Não haveria uma vida emocional, não haveria essa eletricidade operando dentro de cada
um de nós.
Todos os seres desejam a felicidade e desejam se afastar do sofrimento. Esse é o objetivo
básico que surge como uma decisão mesmo em circunstâncias muito difíceis. Na
proximidade da morte surge o sentimento de que alguma coisa deu errada, a sensação de
que a vida poderia ter sido diferente e, assim, pode surgir a aspiração: “Agora não tem
mais jeito, mas da próxima vez eu vou tratar de fazer tudo melhor, não vou cometer erros,
vou encontrar uma forma de proteção ainda mais perfeita”. Mas por outro lado, também
houve resultados positivos, houve bons momentos que não foram bem aproveitados.
Logo, vem uma decisão: “Da próxima vez, eu vou preservar a felicidade de uma forma
mais clara e decidida.”
Nesse sentido, permanece dentro de nós essa marca inconsciente, “eu busco a felicidade e
busco me afastar do sofrimento”. No momento da morte, frente à dissolução e à falta de
qualquer poder sobre a situação que vivemos, sentimos essa eletricidade intensa associada
ao medo e às várias experiências mistas e confusas. Dessa experiência vai surgir uma
objetividade, vão surgir decisões. Essencialmente, esses são os votos que determinarão
nossas tendências futuras, quer isto esteja claro ou não. Isso significa que da próxima vez
em que estivermos diante da felicidade, nós a tomaremos firmemente sem vacilar. E da
mesma forma acontecerá com o sofrimento, ou seja, nós vamos acionar formas de proteção
e vamos tentar mantê-las e aprimorá-las da melhor forma possível. Essa é a compreensão
do voto básico dos seres no mundo, o voto de buscar algo positivo por meio de coisas
positivas, pela afetividade do encontro, por uma eletricidade positiva.
Além de atraídos pelas imagens positivas, nós somos ainda empurrados a fugir das
situações negativas buscando situações positivas. Essa complexidade, seja de modo
consciente ou inconsciente, opera dentro de todos os seres e reinos, incluindo os animais.
Os seres operam dessa forma porque todos têm essa estrutura básica que aflora
externamente como as múltiplas identidades e corpos de manifestação. As identidades se
alegram e sofrem pelo exato fato de serem aquilo que são. Sofrem por se manifestarem de
um modo particular e, por tanto, aspiram por ampliação. Nem sempre isso parecerá claro,
mas um bom exemplo desse aspecto seria o nosso próprio surgimento como profissionais.
Toda definição pode se tornar uma prisão, um obstáculo. Talvez por muitas vezes nós
aspiremos a ser outra coisa. Seja qual for a definição, ela se torna uma restrição. O próprio
casamento pode, eventualmente, ser percebido como um empobrecimento porque ao nos
casarmos, abandonamos a coletividade de seres e optamos por apenas uma pessoa. Isso
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significa que cada definição, cada escolha tem riquezas e obstáculos em si mesma.
Qualquer definição, mesmo que positiva, pode ser percebida a partir de uma dimensão de
aprisionamento e é dessa experiência de limitação que surge a aspiração a nos
ampliarmos, nos dissolvermos, ultrapassarmos a prisão. Toda a identidade sente essa
aflição. Por outro lado, a identidade busca se autopreservar, se proteger, encontrar a
felicidade através de si mesma, o que é paradoxal, insolúvel, experiência cíclica
insuperável dentro da visão comum.
Essa é a forma pela qual todos os seres operam, é a paisagem mental comum a todos.
Quando nós entendemos que o outro está buscando algo positivo, nós estamos operando
segundo uma linguagem compreendida por todos, mesmo que não seja uma linguagem
verbal. Assim, qualquer resposta em harmonia com essa paisagem será chamada de um
“Bom Coração”. Mas ao falarmos em linguagem, é importante compreender que ela só se
torna efetiva quando as paisagens em que os seres operam são idênticas. Na biosfera e
suas redes ecológicas é a mesma coisa, nós somos uma unidade e a linguagem dessa
unidade é uma linguagem amorosa, não é uma linguagem de destruição. Todos os seres
operam em coletividade, em sistemas onde prevalece essa linguagem. Os pássaros, por
exemplo, não vêm para destruir as árvores, mas para preservá-las. Por tanto, não tem
sentido falarmos dos diferentes órgãos ou seres isolados, é necessária a compreensão da
unidade. A linguagem de rede e inter-relação é muito mais sutil e poderosa pois permite
ver além. Mais poderosa ainda é a linguagem que brota da visão da inseparatividade de
toda a vida, da visão da paisagem ilimitada que nos dissolve enquanto separatividades.
A coletividade tem um magnetismo de atração e a partir dele nós estabelecemos vínculos
positivos, surgimos segundo uma linguagem positiva e reconhecemos a sua operação.
Esse ponto é bastante enfatizado por Sua Santidade o Dalai Lama, pois essa é a paisagem
mental na qual os relacionamentos se tornam possíveis. Se não entendermos isso,
podemos aspirar a coisas que nos beneficiam, mas que são prejudiciais aos outros, à
coletividade. Essa é uma linguagem que vai na contramão e é perfeitamente natural que
todo o sistema reaja a esse tipo de abordagem isolando-nos. Isso ocorre naturalmente, uma
vez que ao abandonarmos a linguagem da coletividade, seja de rede ou de inseparativiade,
nós nos isolamos, passamos a agir de forma autocentrada.
Quando estabelecemos relações negativas, não só surgimos como um problema aos olhos
dos outros seres mas tampouco encontramos a felicidade – não há como vivermos felizes
de forma autocentrada e isolada. Ao buscar o isolamento, fatalmente estabeleceremos
relações negativas com o ambiente. Por conseqüência, terminaremos por adoecer ao
perdermos a linguagem abrangente comum a todos os seres e entrarmos num processo de
autocentramento. A linguagem autocentrada já é, em si, a própria doença.
Apenas a compreensão de uma linguagem, pela qual nós surgimos como pontos de uma
rede permite o reequilíbrio e a recuperação da saúde, uma vez que nós usamos uma
linguagem adequada a toda coletividade. Essa linguagem é a linguagem do amor e da
compaixão, da boa vontade, de um Bom Coração. Portanto, se nós nos abandonarmos,
morreremos enquanto uma imagem isolada para vivermos de uma forma mais ampla, isso
irá garantir nossa operação harmônica e sustentada em meio à coletividade.
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Só então o bom coração estará sendo verdadeiramente possível e natural. Não apenas Sua
Santidade o Dalai Lama, mas todos os mestres, de alguma forma, lembram a necessidade
de entendermos esse ensinamento e operarmos segundo um Bom Coração. A este nível o
Bom Coração é a própria manifestação da natureza ilimitada em sua forma mais livre em
meio ao mundo. Ainda que pareça uma abordagem inicial, temos aqui a culminância do
processo de liberação.
No momento da morte, frente à dissolução e à falta de qualquer poder sobre a situação
que vivemos, sentimos essa eletricidade intensa associada ao medo e às várias
experiências mistas e confusas. Dessa experiência vai surgir uma objetividade, vão surgir
decisões. Essencialmente, esses serão os votos que determinarão nossas tendências futuras,
quer isto esteja claro ou não. Isso significa que da próxima vez em que estivermos diante
da felicidade, nós a tomaremos firmemente sem vacilar. E da mesma forma acontecerá
com o sofrimento, ou seja, nós vamos acionar formas de proteção e vamos tentar mantê-las
e aprimorá-las da melhor forma possível. Essa é a compreensão do voto básico dos seres
no mundo, o voto de buscar algo positivo por meio de coisas positivas, pela afetividade do
encontro, por uma eletricidade positiva.
2.2 – A Flor de lótus - inteligência que brota quando tomamos contato com a
negatividade
O Lodo
Negatividade e confusões, emoções perturbadoras (apego, orgulho, inveja, raiva, carência,
preguiça)
A Água – lágrimas
Sofrimento – na forma de tristeza, desânimo, violência, revolta.
SUA NATUREZA É LIVRE! Às vezes, pode surgir o talo, mas não o Lótus.
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O Céu
Ainda que tudo seja extraordinário, tudo está dentro do espaço básico. Os Budas e
Bodistavas não têm realidade em si. Eles surgem, são manifestações mágicas, livres,
lúcidas, dentro das bolhas.
Vale ressaltar que no caminho budista a meditação silenciosa não é considerada uma
prática inicial. Para conseguirmos sentar imóveis e em silêncio precisamos ter cumprido
algumas etapas anteriores. Essa é a beleza do caminho gradual. Temos etapas às quais
podemos retornar.
Se sentamos em silêncio e nos sentimos muito perturbados, vamos localizar algumas
possíveis causas para essa perturbação. Talvez nossas ações de corpo, fala e mente tenham
gerado sofrimento para nós mesmos e para os outros, trazendo algum nível de
perturbação ao silêncio que nos propomos.
Estas recomendações do Buda não partem de uma moralidade dogmática, mas sim do
puro bom senso que surge da análise dos efeitos das ações, que podem ser constatados
através da experiência direta. Estas etapas pertencem ao Nobre Caminho de Oito Passos
(vide Anexo 2, pág 23) descrito pelo Buda, sendo que a meditação silenciosa é ensinada no
sexto passo.
É claro que não precisamos levar à perfeição cada uma destas etapas anteriores para
iniciarmos a meditação, o método é circular, avançaremos em todas as etapas ao mesmo
tempo.
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Todas as instruções devem ser seguidas de acordo com a sua possibilidade, ninguém
começa com perfeição em todos os pontos. A meditação pode funcionar muito bem
mesmo que algumas destas instruções não sejam seguidas à risca.
Posição de corpo:
Para que o corpo fique bem na posição de meditação é sempre muito benéfico trabalhar o
alongamento da musculatura envolvida e soltar as diversas articulações: tornozelos,
joelhos, coxo-femural, coluna vertebral, pescoço, ombros, cotovelos, pulsos, dedos. O
alongamento será conquistado lentamente, não deve ser forçado. Técnicas como yoga,
pilates, etc, podem oferecer grande auxílio, mas a persistência e a regularidade na prática é
que trarão a pacificação do corpo.
1) Coluna ereta, sem excesso de tensão. Podemos encontrar a melhor posição balançando o
corpo para frente e para trás, para a direita e para a esquerda
2) Braços ao lado do corpo, com os cotovelos levemente afastados
3) Queixo ‘encaixado’
4) Rosto relaxado, especialmente ao redor dos olhos
5) Olhos: iremos meditar com os olhos abertos, direcionando a visão num ângulo de 45º
em relação ao chão, ou olhando diretamente à frente. Quando a concentração aumenta, a
necessidade de piscar os olhos diminui. Também é possível meditar com os olhos
fechados, mas como no budismo estamos buscando estabilidade para agirmos melhor em
meio ao mundo, é mais recomendável treinar diante dos próprios objetos
6) Boca: fechada ou levemente entreaberta, com a língua tocando o céu da boca, o que
diminui um pouco a salivação.
7) Mãos sobre os joelhos, ou no mudra (gesto) da meditação: mão direita sobre a mão
esquerda aberta, com os polegares levemente se tocando, as mãos repousam sobre o colo.
8) A posição deve ser sustentada, mas não deve gerar muita tensão, é preciso buscar o
relaxamento na posição.
Como sentar?
Existem várias opções de acordo com as possibilidades de cada um.
3) Pernas cruzadas:
4) Outras possibilidades:
Ajoelhado com banco de meditação, sentado numa cadeira, em pé, deitado, caminhando
(kinhin).
Quanto tempo meditar? A duração da sessão deve ser aumentada lentamente. Começamos
com curtos períodos de 5, 10 ou 15 minutos. Mais importante do que a duração da sessão é
o nível de concentração na prática. A regularidade no dia a dia também é muito
importante, abrir espaço no cotidiano para que a prática de meditação seja um item
importante da rotina. Com o tempo vamos sentindo vontade de fazer sessões mais longas
ou retiros.
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A posição de fala deve ser o silêncio. A energia será pacificada por meio da respiração.
Permitimos que a respiração siga o seu ritmo natural, sem controle e sem interferência.
Posição de mente:
A mente deve seguir as instruções da prática específica que estiver sendo realizada. Por
exemplo, se é uma prática de concentração unifocada, procuraremos manter nossa atenção
100% no objeto de meditação, sem dar sequência aos pensamentos. O movimento dos
pensamentos não deve ser visto como um inimigo. Lutar contra a própria mente não gera
resultados. A mente deve estar concentrada, mas relaxada. Pensamentos sobre o passado
ou o futuro, aceitação ou rejeição, passam pela mente como nuvens no céu. Não os
reprimimos, mas também não os seguiremos.
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Existem muitos obstáculos que surgem durante as práticas meditativas, mas no início eles
estão divididos principalmente em dois grupos: a excitação ou agitação mental e o torpor
ou sonolência. A mente deve possuir uma qualidade de vivacidade durante a meditação,
mas sem agitação. A posição do olhar ajuda a lidar com estes dois fatores, quando
estivermos mais agitados devemos olhar para baixo. Quando estivermos com sono
devemos olhar para cima. Inspirar e segurar o ar por alguns instantes também irá ajudar a
diminuir o sono. É comum as pessoas acharem que “pioram” quando começam a meditar,
pois a sua consciência de si mesmas aumenta, e assim elas percebem melhor a agitação em
que suas mentes se encontram.
A dor física irá diminuir com o tempo de prática, com o alongamento e com o relaxamento
muscular. Devemos encontrar uma posição em que nos sintamos à vontade. Isto pode
levar algum tempo, portanto é recomendável trocar de posição a cada período.
Podemos ter diversas “experiências” durante a meditação: ver luzes coloridas, imagens
que se movem na parede, fortes sensações de calor ou frio, histórias que surgem na mente,
seres estranhos próximos a nós, etc. Todos estes efeitos não devem ser reprimidos, mas
também não devemos lhes dar grande importância, pois eles nada mais são do que
manifestações da própria mente. Seguimos em frente focando a técnica que estivermos
praticando.
Paciência e perseverança são duas qualidades essenciais para sustentar a prática. Sem elas,
logo que os obstáculos surgirem poderemos pensar que não levamos jeito para a coisa, que
é muito difícil, que os resultados vão demorar muito, que nesta vida não dará mais tempo,
etc.
5) Meditação conduzida:
Nesta meditação iremos focar nossas mentes nas instruções que serão passadas.
Sentaremos numa posição confortável, a respiração tranquila e a mente flexível e
receptiva.
É uma meditação preliminar, a qual podemos fazer com alguém nos conduzindo, ou com
um CD, DVD, ou nós mesmos podemos nos lembrar da sequência de instruções. O
conteúdo poderá ser variado: um relaxamento conduzido, alguém nos lembrando para
mantermos um foco específico, o direcionamento da energia através da respiração, alguma
visualização específica, seguir um texto acompanhando os ensinamentos, etc.
Alguns dos obstáculos que podem surgir: distração mental, perdendo a sequência das
instruções; tensão, ao ficarmos preocupados em não perder as instruções; modificação das
instruções (por exemplo, somos orientados a simplesmente focar o pé direito e a relaxá-lo,
mas imediatamente começamos a visualizar uma luz azul envolvendo o pé, etc.), devido a
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hábitos e outros ensinamentos que recebemos; sonolência, por estarmos num processo
mais passivo, diminuindo a atenção mental.
Outra forma tradicional desta prática é acompanhar o som de um sino. O condutor bate o
sino e ficamos atentos ao som até ele desaparecer. O condutor segue batendo o sino, e
permanecemos atentos.
A vida é o apego aos cinco elementos, temos apego aos cinco elementos, temos apego a
tudo que produz brilho em nós. Precisamos de uma boa bolha para os elementos
aparecerem e nos movermos. Isso é o samsara. Precisamos fazer como na meditação, fazer
a energia surgir de dentro. A pessoa quando está em meditação não está fazendo nada e a
energia precisa surgir. Esse é o início da emancipação do samsara.
Observar a mandala dos cinco elementos, ou seja, eles já estão presentes, precisamos
apenas reconhecê-los. A dificuldade que temos em reconhecer a mandala dos cinco
elementos vem da nossa fixação em manobrar a mente conceitual, esperando reconhecer
os elementos através de um comando da mente, ou seja, através dos pensamentos
discursivos. A habilidade que precisamos desenvolver é a de gerar uma liberdade frente a
aparente “obrigação” em manobrar os pensamentos. Os elementos não são cognitivos,
precisamos soltar a mente conceitual.
Começamos pelo reconhecimento do elemento éter: brilho nos olhos, clareza da mente, um
brilho que se funde com a espacialidade da mente. É a origem secreta da vitalidade.
Lugar secreto de onde podem brotar ideias novas, visões novas, energias novas,
alternativas diante das crises e das mortes inevitáveis. Quando tudo se dissolve e as
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tragédias parecem concretas, é desse lugar que a luz ressurge e a vida se mostra possível
novamente.
2) AR - Esse brilho da mente produz o elemento ar, nós respiramos. Elemento ar traz
expansão, movimento, uma espacialidade que surge por dentro do brilho da mente. Na
experiência da Mandala Primordial, o elemento ar corresponde a expansão infinita do
espaço básico, como respirar ao contemplar a amplidão da realidade do alto de uma
montanha. Expansão possível da mente.
Podemos também levar a respiração, o movimento do elemento ar, para cada parte do
nosso corpo.
3) FOGO - Da união desse brilho sutil do elemento éter com a respiração, o movimento do
elemento ar faz surgir um calor interno e o nosso corpo se aquece: surge o elemento fogo.
O elemento fogo produz uma sensação de vida, produz intensidade, permite ver as coisas,
criar, dar significados, dar cor às experiências.
Sentimos um calor sutil preenchendo nosso corpo. Podemos levar calor e aquecer cada
parte do nosso corpo, sentindo o elemento fogo o preenchendo de modo não causal.
4) ÁGUA - Do elemento fogo vem a fluidez do elemento água, uma ausência de rigidez e
um conforto. Sentimos nosso corpo leve, fluido, sem tensão, pronto para agir. Qualidade
dos rios de permear, avançar por meandros, não ir reto. Natureza Primordial é fluida, não-
obstruída.
Podemos visualizar todo nosso corpo sendo inundado pela flexibilidade do elemento
água.
Ausência de tensão, de obstrução, de rigidez, sentimos nosso corpo solto, nada crispado,
possibilidade de fazer qualquer movimento a qualquer momento. Fluidez do elemento
água é também a não obrigatoriedade de responder aos impulsos dos pensamentos.
Segredo dos grandes mestres: não se abalar diante das circunstâncias comuns, a segurança
e o conforto não está na dependência das circunstâncias causais.
No samsara, todos nós aspiramos estabilizar tudo, ter experiências sólidas como uma casa,
um carro, um relacionamento, um emprego. Mas tudo se mostra impermanente. Enquanto
não reconhecermos estabilidade da Natureza Primordial, não vamos conseguir estabilizar
nada.
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Sentamos como uma montanha, sentimos nosso corpo imóvel, estável, firme e
contemplamos os Cinco Elementos!
O foco de nossa meditação passa a ser a sustentação relaxada dessa energia estável que
surgiu da contemplação dos elementos. Temos um foco claro e restrito, e nosso objetivo é
não oscilar da estabilidade surgida da contemplação dos elementos. Em shamata impura
há uma experiência de fechamento para com as experiências que ocorram ao nosso redor,
pois nosso foco é única e exclusivamente a sustentação do equilíbrio interno da energia.
É uma meditação muito importante, é a primeira forma pela qual vamos conter a ação do
Samsara. Interrompemos a operacionalidade comum do mundo, funcionando dentro de
nós, e sentamos. Vamos praticar a liberdade de não precisarmos responder a um fluxo.
O corpo deve estar imóvel, com os olhos abertos, a respiração tranquila, a mente deve
seguir a técnica escolhida.
A prática de shamata (permanência serena) trará como resultados uma sensação de bem-
estar, clareza mental e diminuição do fluxo de pensamentos. A partir da estabilização de
corpo, energia e mente a saúde também tende a melhorar. A responsividade diante dos
acontecimentos diários diminui, teremos maior liberdade para lidar melhor com as
situações. Esta prática não leva à liberação completa da ignorância e do sofrimento, mas
gera uma capacidade necessária para desenvolver outras meditações mais avançadas.
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Shamata pura passamos de um foco fechado para um foco aberto. Entretanto, não damos
seguimento aos impulsos que surjam de olhos, ouvidos, nariz, língua, tato e mente
(pensamentos discursivos), mas mantemos o foco em permanecermos estáveis na energia
dos elementos. Ainda que distrações possam surgir de nossa conexão com os seis sentidos,
recuamos para o refúgio no equilíbrio de energia. O equilíbrio da energia se torna o pano
de fundo para onde sempre retornamos ao nos distrairmos.
Esta prática é extremamente poderosa e capaz de alterar nossos padrões de relação, não
apenas conosco mesmo, mas também com os outros seres, com a sociedade organizada e
com a biosfera.
Você pode fazer uma lista de pessoas, tanto vivas como mortas, que tenham um nível de
impacto em sua vida, positiva ou negativamente. É importante fazer a prática para si
mesmo também, pois estaremos mudando não só nossa visão sobre os outros como sobre
nós mesmos.
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Metabhavana altera nossa capacidade de olhar para o mundo ao redor, ela nos coloca
positivos mesmo quando o outro está negativo. Não se trata de analisar se o que o outro
está fazendo é negativo ou não, simplesmente aspiramos à liberação dele. Não basta
apenas meditarmos, ainda que tenhamos a habilidade de shamata, quando saímos e
andamos pelo mundo, as coisas vêm até nós, e nós então aspiramos à felicidade e à
liberação de todos os seres.
Trazemos à mente uma pessoa próxima ou não, com a qual a relação seja boa ou não, que
esteja em dificuldades ou não. Montamos nossa “lista” de pessoas e então visualizamos,
uma a uma, e seguimos as oito recomendações abaixo:
Foque uma pessoa (...), que pode ser você mesmo, então repita:
9) Dedicação de Méritos
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“ Que a energia positiva nascida não somente dessa meditação mas de todos os meus
atos, palavras e bons pensamentos, passados, presentes e futuros, possa contribuir para
aliviar os sofrimentos dos seres, a curto e longo prazo”.
Pensemos que essa dedicação dos benefícios de nossos atos não é como uma divisão de
um bolo entre mil pessoas das quais algumas recolheriam apenas migalhas, mas que cada
um dos seres receberia o total.
Que essa dedicação seja um selo indispensável a toda prática espiritual e permita que a
energia construtiva proveniente de nossa meditação e de todos os nossos atos positivos se
perpetue.
10) Conclusão:
Neste curso aprendemos algumas técnicas de meditação e agora pode surgir a pergunta:
“O que fazer com isto tudo?” Todos aqueles que procuram praticar a meditação deparam
com o obstáculo básico de encontrar tempo em suas rotinas agitadas e ocupadas para
introduzir a meditação silenciosa. A abordagem apenas através da disciplina dificilmente
funcionará, ela se sustenta por algum tempo, mas diante da menor desatenção ou
problema mais grave não conseguimos seguir com regularidade. Assim, melhor é
encontrar bem-estar e alegria na meditação e ver seus efeitos em nossas vidas, aí nos
sentiremos motivados a praticar mais. Melhor ainda é avaliar nossa motivação ao
sentarmos para meditar, se nossa motivação for autocentrada encontraremos maiores
problemas, se conseguirmos abrir nossas mentes para a necessidade de nos capacitarmos
para ajudar os outros seres, então o combustível para a meditação durará um tempo
maior.
Para estabelecer uma rotina será necessário se esforçar um pouco, abrir mão de certas
vontades e saber dizer não, às vezes, aos convites que recebemos. Porém, sem exageros,
sem dureza excessiva, que não trazem resultados mais rápidos. Se conseguirmos meditar
15, 20, 30 minutos ou mais todos os dias, logo sentiremos os efeitos benéficos. A meditação
é um método que vem sendo testado há milênios, provavelmente é o único método que
pode nos ajudar a alcançar a paz mental e emocional que buscamos. Problemas,
dificuldades, doenças continuarão surgindo em nossas vidas, mas seremos capazes de
lidar com eles de uma forma mais lúcida e leve. Vale a pena experimentar!
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Leituras Sugeridas:
- Lama Padma Samten – Meditando a Vida, Jóia dos Desejos, Nascendo no Lótus, Mandala
do Lótus, A Roda da Vida como caminho para a lucidez e diversas transcrições de retiros e
palestras www.cebb.org.br
- S.S. Dalai Lama – Como Praticar, Simple Path, O Sentido da Vida e outros.
- Chagdud Tulku Rinpoche – Portões da Prática Budista
- Shunryu Suzuki - Mente ZEN, mente de principiante
- A arte de Meditar – Matthieu Ricard
- Meditação com foco nos 5 lungs – Lama Padma Samten – Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=xlo_BdzQBqA (a partir de 58 minutos)
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Começamos pela lembrança da posição do corpo: pernas cruzadas ou como for possível
sentar; cada um vai encontrar sua própria posição, de preferência, que seja firme.
Tentamos deixar o corpo relaxado, expirar lentamente, longamente, relaxando o corpo.
Fazemos isso por 3 vezes. Alinhamos a coluna, posição ereta, ajeitamos a almofada de
forma a equilibrar a coluna de forma mais fácil; mãos repousadas sobre os joelhos, olhos
abertos, olhando em frente, ou a 45, ou algo entre 45 e horizontal. O pescoço não deve ficar
inclinado para frente, o queixo um pouco recolhido, a coluna fica mais reta se o queixo fica
um pouco baixo. Vamos observando a tensão do corpo e vamos relaxando. Observamos se
estamos inclinados para os lados ou para frente. Geralmente percebemos que se
inclinamos um pouco para trás, ficamos mais confortáveis. Ao encontrar a posição, temos
vontade de respirar mais fundo. Relaxamos na posição e ficamos felizes em respirar
fundo.
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Inspirando e expirando, a estabilidade de corpo, energia e mente não são mais perdidas...
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2º Passo - Pensamento correto - Não Praticar Ações Danosas com a Mente: má vontade,
avareza, heresia (no sentido de aceitar ou defender teorias de mundo e doutrinas que
produzem sofrimento).
3º Passo - Fala correta - Não praticar ações danosas com a Fala: mentir, falar inutilmente,
agredir com palavras, difamar.
4º Passo - Ação correta – Não praticar ações danosas com o Corpo: matar, roubar, sexo
impróprio.
5º Passo - Meio de vida correto - Esse passo é muito importante porque ele é o primeiro
ponto em que somos convidados, de modo prático, a esquecer a prioridade de nós
mesmos e olharmos a todos com amor, compaixão, alegria e equanimidade, que são as
quatro qualidades incomensuráveis, e na prática do dia-a-dia, praticar os seis paramitas da
generosidade, ética, paz, esforço, concentração e sabedoria.
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Homenagem a linhagem
A compreensão da dimensão protetora. Homenagem ao lama absoluto, homenagem ao
Buda e também à linhagem toda. Nos alegramos pelo fato de que há muitos seres que, hoje
mesmo, em diferentes linhagens, em diferentes formas e diferentes tradições religiosas,
dedicam-se inteiramente, integralmente, ao beneficio dos outros seres. Nós estamos dentro
de uma conspiração positiva, há muitos seres articulados aspirando nosso beneficio. A
linhagem dos seres que estão aqui e dos seres que já passaram.
E o refúgio
Nós tomamos o Buda como nosso referencial, nós tomamos os ensinamentos do Buda e
dos mestres das linhagens, os ensinamentos mais elevados, o Darma, e tomamos a energia
do nosso encontro, a energia da Sanga como a própria essência.
Tomamos assim refúgio na lucidez absoluta como fonte de felicidade genuína.
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Em 563 a.C, nasce Sidarta Gautama, na região de Lumbini – norte da Índia, hoje Nepal.
O Primeiro Concílio Budista teria tido lugar em Rajagrha (hoje Rajgir, no estado do Bihar,
na Índia), no próprio ano da morte de Buda. O concílio foi presidido por Mahakasyapa,
um dos mais importantes discípulos do Buda. Durante o evento Upali e Ananda, também
discípulos do Buda, recitaram, respectivamente, as leis monásticas e os ensinamentos reli-
giosos do Buda.
Entre os séculos V e VII d.C o budismo mahayana segue para a China, Coréia e Japão,
mesclando-se às religiões e tradições locais.
Nos séculos VI ou VII d.C o budismo chegou ao Tibete, onde se tornou religião oficial.
Zen Budismo (Japão) e Ch´na (China): Escolas Rinzai (1191 – mestre Eisei) e Soto (1227 –
mestre Dogen)
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