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PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO

“QUALIFICAR É CRESCER”

Organização do Posto de Trabalho


UFCD 0650
Manual de Formação

Formadora: Susana Marques

Viseu, 2013

Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português

GOVERNO DA REPÚBLICA
PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO
“QUALIFICAR É CRESCER”

Índice
Objectivos.................................................................................................................................................3
Benefícios e condições de utilização do manual ......................................................................................4
Introdução ................................................................................................................................................5
CAPITULO I ..................................................................................................................................................6
Racionalização do Trabalho......................................................................................................................6
Conceitos e terminologia da racionalização do trabalho .....................................................................7
Tipos de actividades e tarefas ..............................................................................................................7
Princípios de racionalização das actividades de trabalho ....................................................................8
Princípios de trabalho em equipa ........................................................................................................9
CAPITULO II .............................................................................................................................................. 13
Organização do Posto de Trabalho ....................................................................................................... 13
PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA ............................................................................................................ 14
1 – O RUÍDO....................................................................................................................................... 14
2 – A ILUMINAÇÃO ............................................................................................................................ 15
3 – AS CORES ..................................................................................................................................... 16
4 – VENTILAÇÃO E TEMPERATURA.................................................................................................... 17
5 – AS CADEIRAS E OS APOIOS .......................................................................................................... 17
6 – OS APOIOS NA POSIÇÃO DE PÉ.................................................................................................... 18
7 – AS MESAS E AS SECRETÁRIAS ...................................................................................................... 19
8 – AS PORTAS, OS TECTOS, OS CORREDORES E AS ESTANTES ......................................................... 21
REGRAS DE ECONOMIA DOS MOVIMENTOS..................................................................................... 22
2 – O LAYOUT DO POSTO DE TRABALHO – Textos Complementares .............................................. 22

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Objectivos

 Utilizar os princípios básicos da racionalização das actividades de trabalho.

 Utilizar métodos de organização do posto de trabalho.

 Utilizar os princípios de trabalho em equipa.

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Benefícios e condições de utilização do manual

O presente manual de formação foi elaborado para a 0650 -Organização do Posto de


Trabalho, referencial de formação 543272 - Operador/a de Máquinas de Produção de Artigos em
Vidro, área 543 - Materiais (Indústrias da Madeira, Cortiça, Papel, Plástico, Vidro e Outros), Tem
por objectivo auxiliar o formando na aquisição de conhecimentos e competências enunciados nos
objectivos: geral e específicos de acordo o referencial de formação.

Foi elaborado pela formadora Susana Marques e o mesmo não poderá ser reproduzido sem
autorização da mesma e respectiva entidade formadora.

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Introdução

Nesta UFCD, vamos abordar algumas noções básicas de organização do trabalho. A


importância do trabalho para o bem de cada um, da sociedade e da nação. Considerando que o
trabalho numa empresa, seja ela grande ou pequena, é feito um estudo do significado de produção e
de produtividade. Uma empresa pode ter uma boa produção, ou seja, uma grande quantidade de
produtos, fabricados de forma rápida, com baixo custo e de boa qualidade. Outro ponto importante
para a organização do Posto de trabalho são os princípios de economia de movimentos. Esses
princípios facilitam a realização de um trabalho com menos esforço físico e de forma inteligente a
simplificação do trabalho, que consiste numa série de procedimentos para tornar o método de
trabalho mais simples, mais rápido e menos cansativo. Os desperdícios, ou seja, o resultado do que é
feito sem economia, vão causar refugos, peças malfeitas e que não podem ser aproveitadas e a
necessidade de retrabalho, isto é, de fazer novamente uma peça que foi feita com erros ou mau
acabamento. Abordaremos também a necessidade de implementar um layout ou arranjo físico do
local de trabalho. O objetivo é mostrar como se pode organizar o espaço de trabalho para alcançar
maior nível de produção e de produtividade, sem excesso de movimentação. Na quarta aula, você vai
conhecer uma técnica chamada Just-in-time. Essa técnica permite à empresa produzir somente o que
for pedido e vai ser vendido, sem, portanto, correr riscos de prejuízos. Ao mesmo tempo, a técnica
facilita o trabalho de equipa, sendo que uma mesma pessoa pode fazer trabalhos diferentes e, assim,
ter oportunidade de crescer profissionalmente.

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CAPITULO I
Racionalização do Trabalho

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Conceitos e terminologia da racionalização do trabalho

Racionalização do trabalho nada mais é que a interação dos profissionais com a rotina de
trabalho, realizando suas atribuições com dinâmica. Sejam em grandes montadoras ou em uma feira
livre, por exemplo, deve-se racionalizar os movimentos, economizar tempo e material, otimizando
assim, a qualidade dos serviços prestados e o produto final, tornando-se assim mais produtivos.

A desmotivação no ambiente organizacional gera dentre outros agravos como, acidentes,


ociosidades e perca no processo. A metodologia imposta pelas instituições muitas vezes mal
elaboradas desde o recrutamento e seleção até o resultado das ações propostas, torna-se uma
ferramenta argumentativa para que os colaboradores atribuam à falta de estrutura da empresa as
disfunções ocorridas no meio organizacional.

Partindo desses colaboradores a falta de motivação e interesse para com o trabalho surge à
política da fadiga constante, demonstrando que quando se realiza uma atividade de maneira
prazerosa os resultados são normalmente positivos, de contra partida, ao realizarem funções de
forma relapsa, os fins são insatisfatórios tanto para os líderes quanto para funcionários, que são
submetidos a constrangimento e desgaste emocional.

Tipos de actividades e tarefas

Numa situação de trabalho, há que distinguir o conceito de tarefa e de actividade.

A tarefa ou trabalho prescrito abrange tudo o que, na organização, define o trabalho de cada
operador, ou seja:

 os objectivos a atingir em contrapartida da remuneração;


 a maneira de os atingir, as indicações e os procedimentos impostos;
 os meios técnicos colocados à disposição (instrumentos, máquinas, ferramentas);
 a repartição das tarefas entre os diferentes trabalhadores;
 as condições temporais do trabalho (horários, duração, pausas);
 as condições sociais (qualificação, salário);
 o envolvimento físico do trabalho.

Quer a empresa seja de grande ou de pequena dimensão, existe sempre uma parte implícita, um
trabalho esperado, do qual os responsáveis e os trabalhadores têm a sua própria representação.

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Sendo a tarefa uma prescrição, um quadro formal, é o trabalho real dos trabalhadores
ou actividade, que permite a produção.

De uma maneira mais simplificada diz-se que, a actividade se refere às condutas e comportamentos
dos trabalhadores, na execução de uma determinada tarefa.

Em todos os planos definidos pela organização do trabalho, manifestam-se diferenças entre o


prescrito e o real, pois o trabalho real dos trabalhadores nunca é o puro reflexo da tarefa, nem uma
mera execução.

A distinção entre tarefa e actividade é importante, na medida em que:

 põe em evidência as falhas de organização;


 ajuda a hierarquizar os constrangimentos da situação de trabalho;
 permite explicar as relações entre as condições internas (inerentes ao trabalhador) e as
condições externas (respeitantes ao envolvimento de trabalho);
 ajuda a compreender as consequências sobre a saúde.

Princípios de racionalização das actividades de trabalho

Nos EUA, o engenheiro Frederick W. Taylor (1856-1915) iniciou os estudos para aplicar nas
fábricas uma organização do trabalho baseada em princípios que resultam de uma investigação com
carácter científico. Este modelo conhecido por taylorismo foi exposto na sua obra Princípios de
Direcção Científica da Empresa, publicada em 1911.
O taylorismo consiste na divisão do trabalho em tarefas simples executadas com precisão por
gestos simples e repetitivos. Pretendia, deste modo, eliminar os tempos mortos e os gestos
desnecessários, alcançar a especialização do operário mediante um automatismo rigoroso, a fim de
aumentar a produtividade.

Henry Ford, em 1913, aplicou o taylorismo à indústria automóvel (produção do ModeloT),


introduzindo nas suas fábricas a linha de montagem para, segundo o próprio, “levar o trabalho ao
operário, em vez de levar o operário ao trabalho”. Tapetes rolantes faziam chegar as peças aos
operários que, sem se deslocarem, trabalhavam como uma autêntica máquina humana, segundo a
cadência imposta pelas engrenagens. Deste modo, poupavam-se todos os gestos inúteis ou lentos, o

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que resultou num extraordinário aumento da produtividade. Obtinha-se assim a produção em


massa que caminhou no sentido da uniformização e da padronização de certos artigos ou peças,
produzidas em série e em grande quantidade. A este processo deu-se o nome
de estandardização (uniformização dos artigos produzidos através do fabrico em série, que
possibilita a produção em massa).

Linha de montagem da Ford, 1913, EUA

Embora eficazes do ponto de vista do


patronato, os métodos taylorizados foram
muito contestados pelas federações de
trabalhadores e também por numerosos
intelectuais, tanto nos EUA como na Europa, onde se difundiram rapidamente. Criticavam-lhes a
racionalização excessiva, que retirava toda a dignidade ao trabalho, transformando o operário
num mero autómato, escravo de uma cadeia de máquinas.

Princípios de trabalho em equipa

O trabalho em equipa é um processo baseado em princípios e valores que estão claramente


definidos e entendidos. O verdadeiro trabalho em equipa é um processo contínuo interativo de um
grupo de pessoas aprendendo, crescendo e trabalhando interdependentemente para alcançar metas
e objetivos específicos no suporte a uma missão comum.

Vantagens do Trabalho em Equipa:

Aumentar a segurança

Melhora a qualidade (padrão)

Melhora a produtividade

Reduz desperdício

Diminui o absenteísmo

As equipas altamente efetivas são compostas de grupos de indivíduos


comprometidos que confiam um no outro, possuem um claro senso de propósito do seu trabalho,
são efetivos comunicadores dentro e fora da equipa, certificam-se de que todos na equipa estão

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envolvidos nas decisões que afetam o grupo e seguem um processo que lhes ajuda a planejar todas
as decisões e garantir qualidade do trabalho.

Maior envolvimento dos membros da equipa

Maior responsabilidade e autoridade dos membros da equipa

Maior grau de comprometimento

Pré-disposição para a polivalência (rotação dos membros)

Maior suporte aos membros das equipas

Senso de propriedade – ser dono da área

Realização profissional

Características de uma Equipa Eficaz:

1. Propósito claro: a visão, missão, objetivo ou tarefa da equipa foi definida e agora é aceita por
todos. Existe um plano de ação.

2. Informalidade: o clima tende a ser informal, confortável e relaxado. Não existem tensões obvias ou
sinais de aborrecimento.

3. Participação: existe muita discussão e todos são encorajados a participar

4. Escuta: os membros utilizam efetivas técnicas de escuta como questionamento, paráfrases (repetir
o que foi dito com outras palavras) e resumo para expor idéias.

5. Discordância civilizada: existe discordância, mas a equipa esta confortável com isso e não mostra
sinais de evitar, encobrir ou omitir conflitos.

6.Decisões de consenso: para decisões importantes o objetivo é substancial, mas são


necessariamente concordância, através da discussão aberta das idéias de todos evitando a votação
formal

7.Comunicação aberta: os membros da equipa se sentem livres para expressar seus sentimentos
sobre as tarefas, bem como na operação do grupo. A comunicação acontece fora das reuniões.

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8.Funções claras e atribuições de trabalho: existem expectativas claras sobre as funções exercidas
por cada membro da equipa. Quando a ação é tomada , ações claras são passadas, aceitas e
executadas. O trabalho é justamente distribuído entre os membros da equipa.

9.Liderança dividida: a equipa possui um líder, as funções da liderança mudam de hora em hora,
dependendo das necessidades do grupo e das habilidades do grupo. O líder formal modela o
comportamento apropriado e ajuda a estabelecer normas positivas.

10.Relações externas: a equipa gasta seu tempo desenvolvendo relações externas, mobilizando
recursos e criando credibilidade com importantes contribuições de outras partes da organização.

11.Diversidade de estilo: a equipa possui uma ampla gama de tipos de membros, incluindo aqueles
que enfatizem a atenção à tarefa, estabelecimento de objetivos, foco no processo e perguntas sobre
como a equipa está funcionando.

12.Auto-avaliação: periodicamente a equipa para e analisa como está seu funcionamento e o que
pode estar interferindo em sua eficácia.

Trabalho em equipa porque:

 Para promover o espirito de equipa em todos

 Para garantir padrões de qualidade

 Para se poder alcançar uma posição competitiva no mercado

Factores que distinguem um grupo de uma equipa:

 Nível de dependência

 Nível de espírito comunitário

Objectivos de uma equipa de trabalho

 Claros para todos

 Possíveis ( de ser alcançados)

 Com prazos definidos

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 Passíveis de serem avaliados

 Os necessários a um desempenho elevado

Áreas de definições de objectivos ( Peter Drucker )

 RENTABILIDADE

 MERCADO

 INOVAÇÃO

HUMANOS

 RECURSOS FINANCEIROS

TECNOLÓGICOS

FÍSICOS

 CARACTERISTICAS DE UMA EQUIPA DE TRABALHO


 Actividade coordenada

 Comunicação efectiva

 Tensões de impacto negativo resolvidas em equipa

PARA UM TRABALHO DE QUALIDADE UMA EQUIPA NECESSITA...

 Energia

 Controlo

 Conhecimentos

 Tecnologia

 Influência interna e externa

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CAPITULO II
Organização do Posto de Trabalho

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PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA

A aplicação de alguns princípios da Ergonomia permite uma organização do posto de trabalho mais
racional e mais de acordo com as necessidades dos trabalhadores no sentido de se conseguirem melhores
níveis de desempenho por parte destes e consequentemente uma melhor rentabilização dos investimentos
em máquinas e equipamentos. Vamos ter especial atenção aos seguintes aspectos:

1 – o ruído
A presença de ruídos é um dos factores que mais perturbam o bom andamento
dos trabalhos, afectando a concentração e, por conseguinte, a produtividade. Os
ruídos podem ter várias origens na Área Administrativa:

• Externa ou interna, podem ser provenientes de máquinas em funcionamento,


de campainhas e sirenes, ou de movimentação de pessoas. Um ruído intenso
prolongado constitui uma agressão tanto mais prejudicial quanto a médio prazo
provoca uma habituação naqueles que são vítimas, tornando-os progressivamente
surdos, sem que se apercebam e reajam a tempo. No imediato toma-se,
evidentemente, num obstáculo à percepção das mensagens auditivas (sons
diferentes que assinalem uma anomalia de funcionamento, alarmes sonoros e
todas as informações verbais de origem humana).

Quanto ao som ambiente, sabe-se que provoca muitas variações na concentração e bem-estar. As
empresas especializadas apresentam as mais diversas teorias sobre o benefício do som ambiente, mas a
interferência da música sobre o trabalhador oscila de acordo com o seu próprio gosto musical e reflecte-se
em irritação ou relaxamento, mostrando que o som ambiente pode ser totalmente desaconselhável para
os ambientes de trabalho que exijam um grau mínimo de concentração.

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2 – A iluminação

Experiências já comprovaram que a produtividade aumenta à medida que melhoram as condições de


iluminação do local de trabalho. A qualidade dos produtos está, de igual forma, relacionada com a
adequabilidade da luz. Desde há muito que é possível encontrar em publicações especializadas
recomendações sobre o melhor tipo de iluminação conforme os locais e as tarefas a executar, e sobre os
perigos de superfícies reflectoras (em especial no caso de circulação em estrada). Mas, sempre que
possível deve tirar-se o maior partido da iluminação natural, que para além de ser gratuita não causa
problemas ambientais.

Quando for necessário recorrer à iluminação artificial convém ter o cuidado de adaptar a iluminação ao
género de trabalho.

Assim, quanto à natureza do trabalho, consideramos:

a) Trabalho de extrema minúcia e contraste muito pequeno com esforço muito prolongado:

Tipo de iluminação: iluminação particular para cada posto

Nível de iluminação: mais de 1200 lux

b) Trabalho de grande minúcia e pequeno contraste; esforço prolongado:

Tipo de iluminação: iluminação particular para cada posto

Nível de iluminação: 1200 a 600 lux

c) Trabalho de pormenores finos com algum contraste; esforço prolongado (Trabalho de escritório,
leitura, sala de desenho)

Tipo de iluminação: iluminação localizada; lâmpada no tecto directamente por cima da cabeça

Nível de iluminação: 600 a 240 lux

d) Trabalho de pormenores finos ou médios com bastante contraste; esforço não prolongado
(corredores, lavabos, refeitórios)

Tipo de iluminação: iluminação geral

Nível de iluminação: 240 a 60 lux

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1 lux = 1 lumen / m2 = medida de iluminação duma superfície. A medida dos níveis de iluminação faz-se
por meio de luxímetros.

As fontes de iluminação devem ser dispostas de modo, a evitar os contrastes violentos entre o campo
de observação e a periferia e a evitar o ofuscamento directo e o ofuscamento indirecto.

Deve-se também evitar desperdícios de luz, nomeadamente mantendo uma iluminação constante e
limpando as fontes luminosas de uma a quatro vezes por ano (em função da sua exposição às poeiras).

3 – AS CORES
É inquestionável o efeito psicológico que as cores dos equipamentos e do ambiente envolvente causam
às pessoas. Além disso, elas são meios auxiliares na criação de efeitos de ilusão de óptica que, às vezes, são
necessários, em decorrência de alguma disfunção estrutural do local. Há livros e estudos específicos que
podem ser encontrados nesta área. Todos são unânimes em aconselhar, como mais ideais para os
ambientes de escritório, as cores frias, como branco, creme, tonalidades claras do azul, do verde e do
cinza.

Sabemos da importância que a cor exerce na produção do bem-estar das pessoas. O peso aparente dos
objectos aumenta ou diminui de acordo com sua cor. As cores claras proporcionam a sensação de menor
peso. Vamos deter-nos apenas nas cores padronizadas por algumas Normas Técnicas, para uso nos postos
de trabalho:

As Cores nos Postos de Trabalho


VERMELHO – Alarme – Usada para distinguir e LARANJA – perigo térmico – Identifica partes
indicar perigo (caixa de alarme, extintores etc.). móveis e perigos de máquinas e equipamentos.

AMARELO – perigo mecânico – É a cor usada no VERDE – Caracteriza segurança, identificando


sentido de perigo para indicar cuidado (parte caixas de equipamentos de socorro de urgência,
baixa de escadas portáteis, corrimão, peças boletins, avisos de segurança etc.
cortantes, etc.)
AZUL – aviso, indicação - Indica cuidado, BRANCO – Usado para assinalar passadiços e
exemplificando: elevadores, entradas de caixas corredores de circulação por meio de faixas etc.

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subterrâneas, tanques, tomos, caldeiras etc.


PRETO – Identifica colectores de resíduos. Usado
também para substituir o branco, quando as
condições locais exigirem.

Nota: As máquinas devem ser pintadas com cores claras, de factor de reflexão de cerca de 50%:
amarelo, verde-claro, cinzento claro, azul claro, beges diversos, etc.

4 – Ventilação e temperatura

Conforme foi referido no ponto 3, a ventilação é, sem dúvida, outro importante factor ligado à
produtividade humana. A ventilação adequada pode ser obtida de duas formas, a ventilação natural e a
artificial. A ventilação natural é obtida pela instalação de janelas e aberturas que possibilitem a circulação
de ar. Às vezes não há possibilidade de ventilação natural e a circulação de ar é insuficiente para
proporcionar uma sensação agradável.

Poderão existir alguns inconvenientes, como poeira, ruídos externos e frequentes períodos de chuva,
que venham a desaconselhar a ventilação natural. Já a ventilação artificial é obtida por meios mecânicos,
os mais comuns são os ventiladores, os circuladores de ar, os compressores e os condicionadores de ar. A
ventilação artificial torna-se necessária quando se utilizam, na empresa, máquinas ou computadores que
exijam uma certa preparação do ar em nível de humidade, pureza e temperatura.

Em relação à temperatura, sabemos que tantos os homens como as máquinas são sensíveis aos seus
efeitos. Há estudos que associam a temperatura à produtividade humana. Aconselha-se que, para atingir-
se o máximo de rendimento humano, as temperaturas devem ser entre 18° e 20°C para trabalhos muito
activos e entre 20° e 22°C para trabalhos de escritório.

5 – As cadeiras e os apoios

A cadeira deve oferecer ao corpo numerosos pontos de apoio,


logo:

_ A superfície de apoio do assento deve ser grande;

_ A altura do assento deve ser regulável Sentado

_ O assento deve ser macio mas não mole


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_ O bordo da frente do assento deve ser arredondado;

_ O nível do assento deve ser regulável de acordo com o nível da mesa

_ A curvatura do espaldar deve adaptar-se às costas;

_ Os bordos do espaldar devem ser inclinados

_ A haste do espaldar deve ser semi-flexível

_ O espaldar deve poder rodar horizontalmente

_ Os pés da cadeira devem ocupar pouco espaço

O apoio para os pés deve:


Em pé
_ Ser estável, possuir grande superfície de suporte e
permitir várias posições:

_ Ter altura regulável;

_ Ter a altura regulada de acordo com a cadeira;

_ Fazer um ângulo recto, aproximadamente, com a perna.

6 – Os apoios na posição de pé

Em alguns locais de trabalho, quer por manifesta impossibilidade de


se sentarem, quer ainda devido a alguns preconceitos que já deveriam
estar ultrapassados, as pessoas ainda passam muito tempo de pé. Nesta posição:

_ A circulação sanguínea nas pernas é reduzida,

_ Todo o corpo repousa numa superfície demasiado pequena (os pés)

_ A conservação do equilíbrio origina tensão muscular constante

_ Diminui a habilidade manual.

Por isso é necessário:

a) Facilitar o uso alternado das posições sentado e de pé

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ATRAVÉS DE ASSENTOS

ELEVADOS DE ALTURA REGULÁVEL

ENTRE 72 E 92 CM

ATRAVÉS DE APOIOS

PARA DESCANSAR EM PÉ

b) Favorecer a mudança das posições de pé, usando um pavimento elástico, por exemplo, uma grade,
que permita alternar os pontos da pressão que se exerce sobre o pé.

c) Favorecer posições descontraídas,

_ Dispondo os comandos ao alcance da mão, no campo de visão a uma distância conveniente dos olhos
(aprox. 50 cm);

_ Instalar protecções para suprir os esforços que ocorrem ao tentar evitar partes perigosas ou sujas.

7 – As mesas e as secretárias
190 x 195 cm
75 x 80 cm

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Os tampos das mesas e secretárias não devem ser excessivamente grandes a ponto de haver zonas
que, uma pessoa sentada numa cadeira, dificilmente atinge, ou tão pequenos que não permitam a uma
pessoa trabalhar à vontade. As medidas máximas aconselhadas são aproximadamente 75 a 80 x 190 a 195
cm. Estas dimensões permitem a qualquer pessoa normal alcançar, sem esforço, um documento de
formato A4 em qualquer ponto da mesa. As medidas mínimas não devem ser inferiores a 60 x 75 cm. Estas
medidas permitem a qualquer pessoa trabalhar à vontade sobre um documento de formato A4.

Do traçado resultam configuradas quatro zonas: a 1ª, a 2ª e a 3ª estão incluídas na área normal, a 4ª
zona está compreendida na área máxima do trabalho. Nessas zonas são executados respectivamente os
movimentos de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categorias, definidas pela aplicação da "lei dos músculos pequenos".
Projectada no espaço essa noção de zona de trabalho, resulta o volume de trabalho com esferas normais e
esferas máximas de trabalho.

Os movimentos adequados ou vantajosos resultam da eliminação dos esforços inúteis e do emprego


dos movimentos da categoria mais baixa possível, ou os realizados nas 1ª e 2ª zonas. A possibilidade do
emprego desses movimentos depende, muitas vezes, da utilização de montagens ou mecanismos auxiliares
e de acessórios mecânicos, cuidadosamente concebidos e adaptados à prática. A área normal daí
resultante, no plano horizontal, proporciona maior comodidade e rapidez para os movimentos das mãos.
Esse modelo é aconselhado também para a forma dos painéis verticais destinados ao suporte dos botões e
teclas e alavancas de comando e controle.

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A experiência tem demonstrado que o ritmo e a automatização dos movimentos, assim como a fadiga
reduzida resultam do arranjo do posto que proporcione aos movimentos das mãos descreverem
trajectórias dentro das duas faixas triangulares, limitadas pelos ângulos de 60° e 120°. Nessas áreas de
trabalho são colocadas as ferramentas e os materiais, estes em recipientes adequados com arrumação
circular e o mais próximo possível do operador, para permitir a este os movimentos mais simples e mais
rápidos e o grau de atenção mais favorável. Quando é necessário que as duas mãos trabalhem na mesma
direcção, os arranjos devem ser feitos de modo que permitam a realização dos movimentos em frente e
bem próximo do operador. Nestas condições, manifesta-se menor fadiga do que se tais movimentos
fossem realizados para a esquerda ou para a direita. Isso, porque o corpo pode mais facilmente
contrabalançar um movimento dessa natureza.

Um arranjo do posto convenientemente projectado, que fixa os locais para os componentes, os meios
auxiliares e as ferramentas e oferece facilidades para o abastecimento e a retirada dos materiais
elaborados, constitui factor importante para facilitar a execução dos movimentos e para promover a
eficiência do trabalho.

8 – As portas, os tectos, os corredores e as estantes


As portas, como local de passagem que são, devem permitir uma perfeita mobilidade das pessoas.
Apresentamos, a seguir, as medidas mínimas a que devem obedecer as portas nos locais de trabalho:

 Altura = 200 cm
 Largura - para uma pessoa = 80 a 85 cm
- para duas pessoas = 135 a 140 cm

 Espaço livre em frete à porta = 180 cm

Os tectos devem situar-se a uma altura tal que


permitam a circulação e a permanência da
pessoa no local sem constrangimentos.

Problemas duma posição Incorrecta

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REGRAS DE ECONOMIA DOS MOVIMENTOS


As regras com a denominação clássica de "economia dos movimentos" foram obtidas empiricamente
pelo casal Gilbreth e, depois, ampliadas e aperfeiçoadas por Lowry, Maynard, Stegemerten e Barnes, com a
finalidade da melhor adaptação do trabalho às possibilidades neurofisiológicas do organismo humano. Tal
finalidade de adaptação é representada por: imitação dos esforços, poupança da energia humana e
consequente prevenção da fadiga, diminuição da atenção e obtenção da eficiência óptima do trabalho
humano.

2 – O LAYOUT DO POSTO DE TRABALHO – Textos Complementares

O posto de trabalho designa a unidade primária ou elementar de toda organização. O estudo


do layout do posto de trabalho visa o aumento da produtividade e o conforto e satisfação do
executante. Um posto de trabalho correctamente implantado permite obter importantes vantagens
nos seguintes aspectos:
1. Melhoria do modo operatório da tarefa no posto, quanto à rapidez, comodidade, forma e
simplicidade dos movimentos e às condições de higiene (iluminação, ruído) e de segurança do
trabalho.
2. Simplificação dos modos operatórios, que se traduz no aumento da eficiência dos executantes e
nos resultados positivos dos factores psicossociais: motivação, confiança na política adoptada na
organização, incentivos salariais etc.
3. Condições mais favoráveis para o manuseamento das ferramentas e dos meios auxiliares, para a
movimentação dos materiais (abastecimento e retirada do posto), para a operação das máquinas,
em consequência do conveniente arranjo físico do posto.
4. Instruções para a montagem de protótipos: maquetas de postos ou "simuladores".
5. Readaptação ao trabalho dos portadores de deficiências físicas, congénitas ou adquiridas por
enfermidades e acidentes.
2.1 – PROCEDIMENTOS PARA O ESTUDO DO LAY OUT

O arranjo físico (layout) da área de trabalho consiste na disposição das ferramentas e do


próprio local e na forma mais vantajosas de utilizar o posto, de modo a possibilitar ao executante
condições de trabalho favoráveis à comodidade, rapidez, facilidade e à menor fadiga. Ou seja, o

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arranjo do posto deve facilitar a aplicação dos "princípios da economia dos movimentos", quanto à
melhor utilização das características do corpo humano.
O arranjo físico no posto dos materiais a elaborar e das ferramentas a utilizar adopta a
disposição e distâncias do operador que lhe proporcionem a simplicidade dos movimentos e as
condições mais favoráveis ao trabalho (fig. 4.15 e 4.16)

Áreas de trabalho
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos da América, focalizaram um aspecto da "mecânica
humana" que diz respeito às aptidões físicomotoras do homem. O objectivo foi determinar as
dimensões e a forma da área, na qual as mãos alcancem os objectos de trabalho e as ferramentas,
sem necessidade de movimentos complexos, de tal forma que os movimentos úteis sejam mais
rápidos, mais precisos, mais cómodos e menos fatigantes – a área normal de trabalho.
Um traçado simples estabelece as áreas, normal e máxima, de trabalho, as quais são
delimitadas tanto no plano horizontal como no vertical, como mostram as Figuras 4.15 e 4.16.
O traçado é obtido por um operador, de frente para o posto, ao descrever duas
semicircunferências com a ponta do dedo médio de ambas as mãos, ao fazer girar os antebraços em
torno do cotovelo que permanece fixo. Outras duas semicircunferências maiores são obtidas nas
mesmas condições, mas fazendo girar os braços distendidos em torno do ombro e permanecendo
este e o tronco imóveis. As duas áreas normais de trabalho, à direita e à esquerda, sobrepõem-se
conforme um triângulo curvilíneo, onde é mais fácil e cómodo executar o trabalho.
Do traçado resultam configuradas quatro zonas: a 1ª, a 2ª e a 3ª estão incluídas na área
normal, a 4ª zona está compreendida na área máxima do trabalho. Nessas zonas são executados
respectivamente os movimentos de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categorias, definidas pela aplicação da "lei dos
músculos pequenos" (Fig. 4.15). Projectada no espaço essa noção de zona de trabalho, resulta o
volume de trabalho com esferas normais e esferas máximas de trabalho.
Os movimentos adequados ou vantajosos resultam da eliminação dos esforços inúteis e do
emprego dos movimentos da categoria mais baixa possível, ou os realizados nas 1ª e 2ª zonas.
A possibilidade do emprego desses movimentos depende, muitas vezes, da utilização de
montagens ou mecanismos auxiliares e de acessórios mecânicos, cuidadosamente concebidos e
adaptados à prática.
A área normal daí resultante, no plano horizontal, proporciona maior comodidade e rapidez
para os movimentos das mãos. Esse modelo é aconselhado também para a forma dos painéis
verticais destinados ao suporte dos botões e teclas e alavancas de comando e controlo.

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Fig. 4.15 – Áreas de trabalho no plano horizontal: normal e máxima

A experiência tem demonstrado que o ritmo e a automatização dos movimentos, assim


corno a fadiga reduzida resultam do arranjo do posto que proporcione aos movimentos das mãos
descreverem trajectórias dentro das duas faixas triangulares (isóscele), limitadas pelos ângulos de
60° e 120°, como mostra a Figura 4.16.
Nessas áreas de trabalho são colocadas as ferramentas e os materiais, estes em recipientes
adequados com arrumação circular e o mais próximo possível do operador, para permitir a este os
movimentos mais simples e mais rápidos e o grau de atenção mais favorável.
Quando é necessário que as duas mãos trabalhem na mesma direcção, os arranjos devem ser
feitos de modo que permitam a realização dos movimentos em frente e bem próximo do operador.
Nestas condições, manifesta-se menor fadiga do que se tais movimentos fossem realizados para a
esquerda ou para a direita. Isso, porque o corpo pode mais facilmente contrabalançar um
movimento dessa natureza.
Um arranjo do posto convenientemente projectado, que fixa os locais para os componentes,
os meios auxiliares e as ferramentas e oferece facilidades para o abastecimento e a retirada dos
materiais elaborados, constitui factor importante para facilitar a execução dos movimentos e para
promover a eficiência do trabalho.

Plano de trabalho
Quer se trate de mesa, máquina ou bancada, o plano de trabalho deve oferecer forma, área,
altura e outras características, levando em consideração que os postos são ocupados por executantes
do trabalho com diferentes estaturas. Assim, é necessário enquadrá-los nas condições e dados
antropométricos que correspondem ao tipo médio de um e outro sexos.

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Quanto à altura do plano de trabalho, é necessário ter em conta, para além da altura do
operador, a característica do trabalho: um trabalho de precisão exige um plano de trabalho mais alto
do que um trabalho pesado
As alturas desse plano, para o homem e para a mulher, segundo Grandjen, encontram-se no
esquema da Fig. 4.17.

Fig. 4.16 – Áreas de trabalho no plano vertical

A linha de referência “0” é a altura dos cotovelos acima do solo que é, em média 105 cm para os
homens e 98 cm para as mulheres. A altura do assento deve ficar entre 61 e 75 centímetros e
proporcionar conforto, evitando a fadiga estática.
As alternâncias das posições do corpo (de pé e sentada), quando o trabalho o permite, bem
como o emprego de suporte para apoio dos pés, são recomendados aos operadores com o fim de
evitar ou reduzir a fadiga estática.

Outros aspectos

1 - Visibilidade e atenção do operador: a concentração da consciência em um ou mais objectos que


o operador no posto deve manusear requer da sua parte esforço de reflexão e de percepção dos
sentidos. O arranjo conveniente dos materiais e das ferramentas facilita a atenção e os movimentos
habituais na realização da tarefa, bem como é fundamental para o operador manusear os objectos
nas áreas de visão mais favoráveis
O campo visual, para favorecer a visibilidade do trabalho e dos objectos a manejar ou
inspeccionar, como a experiência tem demonstrado, depende muito do grau de iluminação do posto
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e das cores circundantes. Um dos factores para poupar energia e tempo na execução do trabalho
refere-se à limitação da amplitude do campo visual ou dos movimentos dos olhos
A visão geral da tarefa pelo operador, no plano horizontal do posto, está restrita à amplitude
angular de 60 ºC, cujo vértice está situado no centro do seu corpo. A acuidade visual correcta
corresponde, nas mesmas condições, à amplitude de cerca de 22 °C.

2 - Posição e forma dos comandos (alavancas, volantes, botões, teclas, cabos) devem permitir a
redução do esforço muscular, o aumento da comodidade e a adaptação das cargas aos músculos
solicitados pelo trabalho, e evitar o movimento de procurar.

Fig. 4.17 – Altura do plano de trabalho

2.2 – REGRAS DE ECONOMIA DOS MOVIMENTOS


As regras com a denominação clássica de "economia dos movimentos" foram obtidas empiricamente
pelo casal Gilbreth e, depois, ampliadas e aperfeiçoadas por Lowry, Maynard, Stegemerten e Barnes,
com a finalidade da melhor adaptação do trabalho às possibilidades neurofisiológicas do organismo
humano. Tal finalidade de adaptação é representada por: limitação dos esforços, poupança da
energia humana e consequente prevenção da fadiga, diminuição da atenção e obtenção da
eficiência óptima do trabalho humano.
Essas regras são consequência do estudo dos movimentos e a sua aplicação constitui o
procedimento básico do estudo do posto de trabalho, no que se refere à postura, ao assento, à
iluminação e à disposição dos materiais e instrumental, de modo que o operador goze de
comodidade e utilize os movimentos da mais baixa categoria.

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São chamadas "regras do trabalho eficiente" por alguns autores porque concorrem para
encontrar o "melhor modo" de executar uma tarefa, isto é, a simplificação do trabalho. Assim, tais
regras, fornecendo os meios para simplificar o trabalho, poderiam ser chamadas propriamente
regras da simplificação dos movimentos integrantes do trabalho.
As regras, conforme o texto divulgado por Ralph M. Barnes, dizem respeito a situações de trabalho
como o emprego do corpo humano, o arranjo do posto e o projecto de ferramentas e máquinas.

A - REGRAS GERAIS
1. O desempenho do trabalho é máximo quando as duas mãos começam e terminam os movimentos
ao mesmo tempo.
2. Os movimentos dos braços devem ser feitos simultaneamente e em direcções opostas,
descrevendo trajectórias simétricas ao eixo do corpo.
3. Os movimentos das mãos devem ser tão simples quanto possível (ou limitados ao menor número
dos movimentos básicos) para proporcionar os movimentos mais rápidos.
4. Os movimentos devem ser executados nas áreas normais de trabalho, no plano horizontal e no
espaço vertical (quando a natureza do trabalho o exigir, pode ser utilizada a área máxima, adoptadas
as medidas recomendadas para compensar a fadiga).
5. Os movimentos contínuos e curvos das mãos são mais rápidos do que os movimentos em
segmentos rectos ou com mudanças bruscas de direcção.
6. O ritmo e a automatização concorrem para a sucessão natural dos movimentos.
7. É vantajoso dispor os materiais e as ferramentas numa ordem conveniente, num lugar certo, de
modo que reduza ou elimine os movimentos de procurar, encontrar e escolher.
8. O posto de trabalho deve ser preparado (com ferramentas e máquinas) e abastecido
convenientemente (materiais), antes do início do trabalho.
9. A acção da gravidade deve ser aproveitada para retirar o material elaborado e para abastecer o
posto no lugar destinado à utilização do material.
10. Os movimentos de arremesso (empurrar e deslizar) são mais rápidos, mais fáceis, mais precisos e
menos fatigantes do que os movimentos de transportar sob controlo.
11. O trabalho feito com as mãos deve ser evitado sempre que for possível e mais vantajoso o
emprego de alavancas para accionamento com os pés (pedais); de dispositivos auxiliares e
montagens apropriados; de ejectores accionados pelo pé, para evacuar as peças acabadas; de
suportes ou fixadores de peças ou de ferramentas, a serem accionados pelos pés.

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12. As ferramentas e os dispositivos de comando ou de controlo devem estar preposicionados ao


alcance das mãos e da vista do operador, e, de preferência, à sua frente para facilitar o seu uso nas
operações.
13. Os cabos de ferramentas, os comandos das máquinas devem ter forma e dimensões
convenientes ao cómodo contacto com a mão e ao esforço a transmitir.
14. O posto de trabalho e o assento devem ter alturas que permitam ao operador trabalhar, à
vontade e alternadamente, nas posições de pé e sentado.
15. O posto de trabalho deve ser provido das condições físicas mais adequadas à natureza do esforço
solicitado e ao grau de atenção. O recinto onde o trabalho se realiza deve satisfazer as condições do
meio físico, quanto a ventilação, iluminação, limite dos ruídos etc., observando as normas da
segurança e higiene do trabalho, para preservar a saúde e o bem-estar do pessoal.

B - APLICAÇÃO DAS REGRAS

Nem sempre é fácil e mesmo possível aplicar as regras dos movimentos na sua plenitude,
com vantagens. Particularmente, neste caso, cumpre fazer tentativas para obter modificações que
acarretem a melhoria ou simplificação dos modos de executar o trabalho. Assim, não sendo possível
substituir os movimentos em ziguezague ou que provoquem contracções involuntárias dos músculos,
é preferível retardar uma operação, para evitar os efeitos da inércia. Há casos em que os
transportadores mecânicos podem substituir os movimentos em linha recta necessários para mover
um objecto de um lugar para outro.
As regras dos movimentos são genéricas, podendo, pois, da sua rigorosa observância resultar
métodos de trabalho que não são mais eficientes que outros obtidos em desobediência a tais regras.
Diante disso, torna-se indispensável fazer prévia análise dos métodos com uma atitude crítica e
criadora, para então concluir as melhores soluções. Portanto, é importante em cada situação a
investigação permanente e o incentivo à criatividade, a par da experimentação.

ANEXO - REGRAS COMPLEMENTARES

Os melhoramentos do trabalho manual de repetição, ou a simplificação do respectivo modo


operatório, resultam do melhor arranjo do posto de trabalho, da aplicação ao posto das regras
clássicas de "economia dos movimentos" e de outras prescrições práticas que facilitam a diminuição
de tempo e de fadiga.

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Um posto de montagem em série de pequenos conjuntos, com o emprego de ferramentas manuais,


oferece condições mais favoráveis ao trabalho, desde que observe certas práticas complementares
como as recomendadas pelo engenheiro francês, M. Tixier. Ei-Ias:

1) A ordem representada por "um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar", elimina os
movimentos de procurar e encontrar ferramentas, peças, materiais etc. Isso é obtido com:

a) pré-posicionamento das ferramentas em lugares fixos e em posições que facilitem a


manipulação e que correspondam à ordem mais eficaz da sua utilização, eliminando a
hesitação e o desvio da atenção do operador ou executante;
b) utilização de caixas ou bandejas adaptadas ao abastecimento de peças a montar, cuja
forma facilite o apanhar das peças pelo operador.

2) A limitação da amplitude dos movimentos do corpo, das mãos, da cabeça e dos olhos evita a
fadiga com o emprego dos músculos menores possíveis. Para isso, procede-se com:
a) colocação ao mesmo nível dos diferentes planos de trabalho, para evitar o emprego de
músculos grandes;
b) arranjo das ferramentas, das peças, das caixas de abastecimento com fundo inclinado para
aproveitar a gravidade, em frente e o mais perto possível do operador, colocadas nas áreas
normal e máxima de trabalho para facilitar os movimentos simultâneos das duas mãos;
c) colocação das alavancas e dos volantes de comando das máquinas nos limites daquelas
áreas no plano horizontal ou no vertical, de maneira que o seu manuseio não exija
movimento do corpo;
d) inclusão do campo de trabalho do operador nos limites da amplitude do seu campo visual
normal.
3) Convém ensaiar a combinação de vários movimentos para eliminar mudanças de direcção e
diminuir o dispêndio de energia. Pode ser assim obtida:

a) disposição vantajosa das caixas de abastecimento que permita em um só movimento


apanhar várias peças ao mesmo tempo, na ordem inversa da respectiva montagem;
b) colocação do stock de peças a retirar do posto, entre o operador e o stock de peças a
trabalhar; a mão larga o objecto acabado durante o mesmo trajecto em que apanha outro
objecto;
c) combinação de duas ou mais ferramentas em uma só, sempre que for possível.

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4) A ocupação das duas mãos no trabalho oferece melhores condições ao eliminar a imobilização de
uma das mãos como é comum. Esse resultado é obtido por:
a) emprego de suportes, montagens, fixadores, projectados de modo que ofereçam
comodidade e eficácia ao trabalho e liberem as mãos de movimentos onerosos que possam
ser executado pelo corpo ou pelos pés;
b) utilização de pedais para serem accionados pelos pés, mediante mola ou ar comprimido,
ficando assim as mãos livres para realizar outros movimentos.

5) Os movimentos dos braços e das mãos são mais eficazes quando são simétricos, curvilíneos e
realizados simultaneamente e em direcções opostas; assim, é obtido um ritmo óptimo de trabalho
que proporciona o aumento da produção e menor fadiga.

6) A eliminação sempre que possível dos movimentos controlados concorre para uma diminuição da
fadiga. Obtém-se com:
a) emprego de guias que permitam posicionar as peças ou materiais sem controle do
operador;
b) colocação de acessos afunilados para as montagens, as bitolas de controle, suportes de
ferramentas etc.;
c) emprego de cavaletes e molas para suportes das ferramentas, com o fim de facilitar a
manipulação destas.

7) O aproveitamento da gravidade acarreta a eliminação de movimentos ou a redução de sua


amplitude; cumpre ensaiar os meios de ejecção automática, por meio de molas, o abastecimento e a
evacuação do posto por planos inclinados, por calhas ou por roletes.

8) O emprego do volume e do peso diminui o esforço, tendo em conta que o peso do martelo deve
ser adequado ao tipo de trabalho a executar; as ferramentas, sempre que possível, devem ser leves
para evitar um esforço suplementar.

9) A alternância de postura do executante contribui para aumentar a eficiência ou a produção e


reduzir a fadiga decorrente do trabalho; para isso são adoptados assentos reguláveis na altura e com
encostos, bem como apoio para os pés.

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10) Os factores relacionados com o meio físico do trabalho, tais como iluminação, ruídos, odores,
poeiras etc., exercem grande influência sobre a produção, a fadiga, o ritmo, a saúde dos executantes.

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Conclusão

O posto de trabalho é a unidade elementar de um processo produtivo, da sequência de


trabalho ou da própria organização, pois, regra geral, corresponde a cada indivíduo e à respectiva
tarefa. É constituído pelo Homem e pelos instrumentos e meios auxiliares indispensáveis à
realização da tarefa. Assim aplicação dos conhecimentos teórico/práticos deve passar pela
sensibilização dos empresários para as mais-valias que a organização do posto de trabalho oferece,
não só ao trabalhador, mas fundamentalmente à rentabilidade do tempo/ espaço produtivo e
consequente aumento do lucro.

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Bibliografia

BART, Pierre. Ergonomia e Organização do Trabalho Operário. Tradução de Leda Leal Ferreira.
Tradução de Ergonomie et Organisation du Travail. In: Medicine et Travai, no4, 1976.

FLEURY, Afonso C. C. Organização do Trabalho na Indústria: recolocando a questão nos anos 80. In:
Fleury, Maria Tereza, Fisher, Rosa Maria (eds). Processo e Relações do Trabalho no Brasil. São Paulo,
Atlas, pp.51-66, 1987.

IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Ed. Edgar Bucher Ltda, 1990.

MARANHÃO FARIA, Nivaldo. Organização do Trabalho. São Paulo. Atlas, 1984.

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