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PARA ESTUDAR O CATECISMO DE HEIDELBERG

Rev. Ewerton B. Tokashiki

A minha primeira leitura do Catecismo de Heidelberg foi quase fortuita. Eu era um calouro no
Seminário Teológico Presbiteriano JMC e havia recebido alguns livros do Editorial FeLiRe, dentre eles
veio uma cópia do CH1 em espanhol. Desde a primeira leitura fiquei fascinado pela simplicidade da
linguagem e profundidade teológica contida numa estrutura tão bem elaborada. Recordo que no
decorrer dos cinco anos de estudos teológicos, por motivo devocional, li o texto pelo menos dez vezes. E
desde então, continuo estudando e sendo confortado e instruído por ele. O meu interesse em usá-lo
com certa assiduidade aumentou, apesar de não ser um documento confessional exigido pela IPB.

O que desejo fazer neste breve artigo, que melhor seria nomeado de nota sugestiva, é indicar
recursos literários algumas para o estudo continuado e com melhor proveito o Catecismo de Heidelberg.
Há pouca produção literária no Brasil acerca do CH. Embora a Editora Cultura Cristã e a Editora Os
Puritanos tenham publicado traduções boas traduções e tornado acessível ao público comum para o uso
litúrgico [em especial como diretório para pregação], ou discipulado e preparo de novos membros e, o
estudo continuado para treinamento de líderes das igrejas locais, há ainda muito que se estudar acerca
do Catecismo de Heidelberg, bem como do seu conteúdo. Este introdução é um desafio aos novos
estudantes de teologia do século XXI.

TEXTOS DO CATECISMO DE HEIDELBERG DE DIFERENTES TRADUÇÕES

1. Claúdio A. Marra, ed., Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg (São Paulo, Editora Cultura
Cristã, 2005). Tradução pela comissão da Missão Reformada no Brasil a partir do texto francês.

2. Heraldo F. de Almeida, ed., As Três Formas de Unidade – Confissão Belga, Catecismo de


Heidelberg e Cânones de Dort (Recife, CLIRE, 2ª ed., 2009). Tradução pelo Marcos Vasconcelos a
partir do texto inglês.

3. Philip Schaff, “The Heidelberg Catechism” in: The Creeds of Christendom – with a History and
Critical Notes (Grand Rapids, Baker Books, 6ª ed., 2007), vol. 3, pp. 307-355. Tradução feita em
1859 pela comissão da Igreja Reformada Alemã dos EUA [GRCUS] a partir do texto alemão.

4. El Catecismo de Heidelberg – Enseñanza de la Doctrina Cristiana (Barcelona, FeLiRe, 1993).


Traduzido por Juan T. Sanz a partir do francês e latim.

5. James T. Dennison, Jr., org., “The Heidelberg Catechism (1563)” in: Reformed Confessions of the
16th and 17th Centuries in English Translation – 1552-1566 (Grand Rapids, Reformed Heritage
Books, 2008), vol. 2, pp. 769-799. Tradução feita em 1978 pela comissão da Igreja Reformada
dos EUA [RCUS] a partir do texto alemão.
1
Doravante usarei a sigla CH para Catecismo de Heidelberg.
Recentemente foram publicadas outras traduções comemorativas dos 450 anos do CH. Estas
foram vertidas para o inglês moderno com breves notas históricas. Embora existam versões inglesas
preparadas por comissões denominacionais que exprimem a pesquisa crítica de variantes e a
comparação de traduções antigas como o alemão, latim e francês, as traduções recentes propõe
apresentar o texto numa linguagem contemporâneo com qualidade acadêmica. Estas novas traduções
podem ser compradas em alguns sites.

RECURSOS DIGITAIS PARA O ESTUDO DO CH:

1. Uma tradução livre do texto do catecismo –


http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm

2. Um artigo introdutório da histórica - http://cpaj.mackenzie.br/fidesreformata/visualizar/3

3. Site com subsídios para estudo do CH - http://www.heidelberg-catechism.com/pt/

RECURSO PARA A PESQUISA HISTÓRICA

1. Lyle D. Bierma, org., A Firm Foundation – An Aid to Interpreting the Heidelberg Catechism –
Capar Olevianus (Carlisle, Paternoster Press & Grand Rapids, Baker Books, 1995). O texto é uma
tradução do comentário de Caspar Olevianus, escrito em 1567 sobre parte do CH. Este
comentário é feito a partir da seção da “Nossa Libertação” – Domingos 7 e 8 - abrangendo as
perguntas 20 a 25 que é o Credo Apostólico. O título original “Um firme fundamento, que são os
artigos da antiga, verdadeira e indubitável fé cristã” revela a importância do Credo Apostólico
para Olevianus.

2. Karin Maag, ed., Melanchthon in Europe – His Work and Influence beyond Wittenberg (Carlisle,
Paternoster Press & Grand Rapids, Baker Books, 1999). O livro pesquisa o contexto histórico, o
desenvolvimento e a influência teologia de Philip Melanchthon na Europa. O Dr. Lyle D. Bierma,
no capítulo 5, dedica-se a resolver a problematização de como o preceptor da Alemanha teria
influenciado na teologia do CH. Como o assunto é assunto de debate, Bierma levanta a questão
com o provocador título “What hath Wittenberg to do with Heidelberg? Philip Melanchthon and
the Heidelberg Catechism” *Qual a relação de Wittenberg com Heidelberg? Philip Melanchthon
e o Catecismo de Heidelberg]. O artigo aponta e examina os argumentos da vasta literatura que
sugere a dependência direta, temática e estrutural. Entretanto, apesar de encontrar
similaridades, e de Zacharias Ursinus ter se formado sob a tutela de Melanchthon, Bierma
questiona a relação de ambos a partir de desenvolvimentos contextuais temáticos comuns a
possibilidade de dependência indireta, bem indica outras possíveis fontes literárias para a
formação do CH. No fim de seu artigo ele conclui que “a dificuldade de demonstrar a influência
é agravada pelo fato de que conhecemos tão pouco da verdadeira preparação do catecismo e
do que Frederick III estava buscando com um consenso confessional entre os partidos
protestantes de Heidelberg.”2 Assim, se houve uma influência de Melanchthon sobre a teologia
do CH esta foi indireta, pela formação de Ursinus e por desenvolvimento dos temas que
concorriam no contexto reformado alemão, tanto luterano como calvinista.

3. Lyle D. Bierma, ed., Introdução ao Catecismo de Heidelberg – fonte, história – teologia (São
Paulo, Editora Cultura Cristã, 2010). O livro é resultado de um desafio proposto pelo Dr. Fred H.
Klooster ao Dr. Bierma para a produção de artigos acadêmicos sobre o CH. O livro é dividido em
2 partes: na primeira parte [pp. 15-151], os autores oferecem uma introdução histórica
abrangendo a Reforma no Palatinado, bem como as origens, autoria, fontes e a orientação
teológica do CH. A Dra. Karin Y. Maag prepara o capítulo 4 indica as primeiras edições e
traduções do CH. E, para quem deseja continuar os estudos nesta área, o capítulo 5 apresenta
uma vasta bibliografia de pesquisa sobre o CH desde 1900. Na segunda parte [pp. 155-239],
Bierma trás uma tradução revisada dos Catecismos de Zacharias Ursinus, acrescida uma
introdução histórica. A importância destes dois documentos confessionais é que eles constituem
em fonte para o CH, e possibilidade um estudo comparativo do que seria a posição teológica
exclusiva de Ursinus.

4. Lyle D. Bierma, The Theology of the Heidelberg Catechism: A Reformation Synthesis – Columbia
Series in Reformed Theology (Louisville, Westminster John Konx Press, 2013).

5. Jon D. Payne & Sebastian Heck, org., A Faith Worth Teaching: The Heidelberg’s Enduring
Heritage (Grand Rapids, Reformed Heritage Books, 2013).

COMENTÁRIOS DO CATECISMO:

1. Fred H. Klooster, Our only comfort: a comprehensive commentary on the Heidelberg Catechism
(Grand Rapids, CRC Publications, 2001), 2 volumes.

2. J.C. Janse, La confesión de la iglesia – comentario al Catecismo de Heidelberg (Barcelona, FeLiRe,


2000).

3. Herman Hofman, El Catecismo de Heidelberg – uma explicación (Moral de Calatrava, Editorial


Peregrino, 2010).

4. G.H. Kersten, The Heidelberg Catechism in Fifty-two Sermons (Sioux Center, Netherlands
Reformed Book and Publishing, 1992).

5. Herman Hoeksema, Triple Knowledge – An exposition of the Heidelberg Catechism (Grand


Rapids, Reformed Free Publishing Association., 1990), 3 volumes.

6. George W. Bethune, Guilt, Grace and Gratitude: Lectures on Heidelberg Catechism (Edinbrugh,
The Banner of Truth, 2001), 2 volumes.

2
Lyle D. Bierma, “What hath Wittenberg to do with Heidelberg? Philip Melanchthon and the Heidelberg
Catechism” in: Melanchthon in Europe – His work and influence beyond Wittenberg, p. 120.
7. G.I. Williamson, The Heidelberg Catechism: A Study Guide (Philladelphia, P&R Publishing
Company, 1993).

8. Otto Thelemann, An aid to the Heidelberg Catechism (Grand Rapids, Douma Publications, 1959).

9. Zacharias Ursinus, The Commentary of Dr. Zacharias Ursinus on the Heidelberg Catechism
(Phillipsburg, P&R Publishing Company, s./d.).

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