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(Geografia) Apostila Chqao - Geografia - Unipré (Nova) PDF
(Geografia) Apostila Chqao - Geografia - Unipré (Nova) PDF
GEO 01 ‐ PRODUÇÃO E TERRITÓRIO 5
GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO 52
GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO 84
GEO 04 EIXO 4: REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO 97
GEO 05 EIXO 5: DINÂMICA POPULACIONAL BRASILEIRA 129
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GEO 01
GEO 01 ‐ PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
chegada da família real, que seria o marco inicial do
Organização do espaço período das maquinofaturas.
industrial brasileiro: evolução Não se deixe levar por esse argumento, pois
e tendências existiam máquinas no Brasil colônia, porém eram todas
consideradas rudimentares, ou seja, não apresentavam
Caro estudante, neste capítulo fontes energéticas.
contemplaremos a parte do seu edital relativa a
evolução industrial do Brasil, da sua fase colonial Abertura dos Portos – 1808 – tarifas muito
até a república. baixas facilitaram a importação, logo foram uma
medida restritiva a industrialização local.
Na fase colonial o Brasil estava voltado para o
consumo de materiais manufaturados e Com a abertura dos Portos ficaram assim as
industrializados. Portugal era um comerciante, tarifas cobradas pela importação:
importava produtos primários e exportava Taxa geral – 24% - válida para todos os países.
produtos manufaturados, logo não era interesse da
metrópole o desenvolvimento da manufatura em Taxa para Portugal (metrópole) – 16%
sua principal colônia. Taxa para Inglaterra (país amigo) – 15% (a
Ainda no período colonial desenvolveu no partir de 1910). Em 1928, essa taxa passou a ser
Brasil a produção de calçados, vasilhames e a empregada para todos os países.
fiação. Esses produtos eram importados da Europa Dificuldades econômicas brasileiras levaram o
e a Inglaterra, berço da indústria moderna, país a elevar as tarifas de importação – foi uma
incentivará Portugal a impedir o desenvolvimento medida basicamente fiscal – e foi implementada
da manufatura nas colônias. Como medida pelo Ministro da Fazenda Manoel Alves Branco –
restritiva a esse desenvolvimento foi assinado pela Lei Alves Branco. As taxas foram ampliadas para
o ALVARA de 1785 que proibia a manufatura no 30 a 60%, contudo a influência inglesa no império
Brasil colônia. Essa medida restringe a produção levou a concessão de vantagens tarifárias para os
de tecidos – principal produto inglês – deixando comerciantes desse país.
livre a produção de panos grossos que eram
utilizados para sacarias e para os escravos. Peço sua atenção a esse período histórico
(Abertura dos Portos), bastante abordado em
O período de desenvolvimento mais acelerado, provas, a banca costuma relacionar o aumento das
fomentado pela produção de ouro, estimulou o tarifas de importação, como sendo um estímulo a
consumo de ferramentas, e em 1795 foram feitas produção industrial nacional. Porém, tratou-se de
concessões para o setor da indústria de ferro. As uma medida basicamente fiscal diretamente ligada
distâncias encareciam os produtos no mercado ao aumento de arrecadação. Podemos observar
interno o que levou a necessidade de permitir a que após 1808, apesar de liberação da atividade
manufatura na colônia. industrial que até então havia sido impedida pela
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
Até 1808, pode-se dizer que não havia Nessa fase destaca-se o papel de IRINEU
propriamente indústrias no País, resumindo a EVANGELISTA DE SOUSA, o BARÃO DE
atividade industrial à produção de tecidos MAUÁ. Esse brasileiro foi um idealista, sonhava
grosseiros e de uns poucos artigos de natureza com uma nação industrial e realizou grandes
artesanal. empreendimentos no país como: estaleiros,
bancos (com agências no exterior), transporte com
Com a chegada da coroa portuguesa ao Brasil bondes de tração animal, canalização de gás para
uma nova fase se inicia. iluminação da cidade do Rio de Janeiro,
Normalmente as bancas examinadoras induzem o lançamento do cabo submarino que ligou, por
candidato ao erro, argumentando que no Brasil colônia telégrafo, o Brasil e a Europa, criou a Companhia
devido ao ALVARÁ de 1785 da rainha D Maria I, ou de Navegação do Amazonas e ainda lançou a
seja, período das manufaturas não havia produção primeira estrada de ferro no país – 1854.
industrial com a utilização de máquinas, tendo em vista Uma história ficou famosa nesse período – D
que a utilização só teria começado a ocorrer com a Pedro II foi convidado a abrir as obras da ferrovia,
e teve que colocar uma pá de terra na construção. 5
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Esse fato foi utilizado pela imprensa como uma 1940, surgem outros tipos de atividades
humilhação do Barão ao Imperador – muito bem industriais, já que antes dominavam indústrias de
explorado pelos ingleses o que gerou novas bens de consumo.
medidas de concessões aos importados e impediu
Em 1942, ocorre a construção da Cia.
o desenvolvimento industrial tão sonhado pelo
Siderúrgica Nacional. Inicia-se a produção de aço
Barão. Pena que o nosso Imperador fosse um
em grande escala, o que abre novas perspectivas
intelectual e não um homem de Estado para ver a
para a expansão industrial brasileira.
importância da industrialização naquele momento.
Caro estudante, faz-se necessário destacar que
Outros fatores contribuíram para uma
a Cia. Siderúrgica Nacional foi implementada
mudança na realidade do Brasil, mesmo sem o
com o capital (financiamento) e tecnologia dos
apoio do Estado, e fomentaram o
EUA, em troca de apoio brasileiro na Segunda
desenvolvimento da indústria. Entre eles
Guerra Mundial.
destacam-se:
Lembre-se que o Brasil (Rio Grande do Norte)
Introdução do café em SP;
abrigou a maior base militar estadunidense fora do
Com a chegada dos imigrantes houve seu território.
certa expansão do mercado interno
Na década de 1950 ainda enfrentamos
consumidor;
problemas e obstáculos, como falta de energia e
Disponibilidade de capitais e melhores deficiente rede de transportes e comunicações,
transportes. que vão ser tratados por Juscelino Kubitschek em
seu plano de Metas (50 anos em 5) - além disso, o
Abolição do tráfico de escravos – Lei
desenvolvimento industrial passa a ser dependente
Euzébio de Queirós, 1850.
do capital externo. Nessa fase o governo optou
(esse fato deixou o capital que era investido no pela indústria de bens de consumo duráveis bem
tráfico disponível para ser investido em outros como pelas indústrias automobilísticas e de
setores) eletrodomésticos, além realizar investimentos nos
setores básicos de energia elétrica através da
Começam a surgir alguns setores industriais
criação de várias empresas Cemig - Furnas, etc.).
voltados a atender as necessidades mais imediatas
e que exigiam menor investimento e menor Caro estudante, é importantíssimo frisar que
tecnologia como: alimentos, têxtil, de material de no governo Vargas foi lançado às bases para a
construção, etc. ação do Estado no sentido de estabelecer o
controle de setores estratégicos para o
Em 1850 havia no país:
desenvolvimento industrial. O modelo já pensado
- 02 fábricas de tecidos; foi implementado nos governos seguintes.
- 10 indústrias de alimentos; A década de 60 é representada por um período
de crise e estagnação da atividade industrial. Essa
- 02 indústrias de caixas e caixões;
fase é marcada por uma economia associada e
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
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O conceito moderno de economia e b) Indústrias de transformação: são as que
Administração Pública vê este sistema como convertem as matérias-primas obtidas da natureza
obsoleto e o Estado, que já foi visto como tábua em objeto útil para o homem. Dividem-se em bens
de apoio para a economia do país passou a ser de consumo:
visto como um grande estorvo. Era a necessidade
duráveis — produzem bens que são utilizados
de desestatizar a economia ( privatização ).
por um período relativamente longo (ex.: móveis,
O critério das privatizações foi muito automóveis, aparelhos eletrônicos etc.);
contestado, pois muitas estatais foram vendidas
semiduráveis — produzem bens que serão
para outras estatais ou fundos de pensões com
utilizados por um período que não é considerado
pagamento em títulos “moedas podres”. A
longo nem curto, ou seja, apresenta uma vida útil
organização de consórcios para participar dos
“relativamente” longa. (ex.: roupas e calçados)
leilões sugeria que nem tudo estava claro nessas
transações. não-duráveis — produzem bens que são
usados apenas uma vez ou por pouco tempo, isto
Prezado candidato, na literatura acadêmica não
é, têm “vida útil” relativamente curta
faltam argumentos pró-privatizações, bem como
(ex.:alimentos, roupas, calçados, remédios etc.).
argumentos contra. No entanto, os custos para a
manutenção de um sistema evidentemente c) Indústria de construção: São as que
ineficiente, inchado de funcionários produzem casas, edifícios residenciais,
desnecessários e uma estrutura de comando comerciais, industriais. Também compreende a
montada apenas com critérios políticos, parece ter indústria de construção pesada (aeroportos,
se tornado insustentável para um país que procura rodovias, túneis, pontes, usinas hidrelétricas etc.)
uma nova colocação no cenário mundial. e a indústria de construção naval.
Apesar da perda patrimonial do Estado e da
ampliação da internacionalização de nossa
Outras Classificações de Indústrias
economia houve mudanças significativas e as
empresas já privatizadas começam a apresentar Segundo a função:
um desempenho melhor, compatível com as
a) Indústrias germinativas - são as que geram o
regras básicas do capitalismo. A Mafersa,
aparecimento de outras indústrias como, por
fabricante de vagões, apresentou lucros após anos
exemplo, a petroquímica.
de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas
aumentou sua produtividade e reduziu um terço b) Indústria de ponta - são as indústrias
seu endividamento. Se analisarmos caso a caso dinâmicas, que comandam a produção industrial
encontraremos outros exemplos exitosos. como, por exemplo, as indústrias químicas e
automobilísticas.
Segundo a tecnologia:
Classificação da indústria
a) Indústrias tradicionais - são as que estão
A indústria pode ser entendida como ato de
ainda ligadas às vantagens oriundas da primeira
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
transformar matérias primas em bens de produção
revolução industrial. Podem ser empresas
e de consumo. De um modo geral, as indústrias
clânicas, ou seja, empresas familiares.
podem ser divididas em:
b) Indústrias dinâmicas - são aquelas ligadas
Extrativas:
ao desenvolvimento recente da química,
- mineral eletrônica e petroquímica, principalmente. Utiliza
muito capital e tecnologia e relativamente pouca
- vegetal
força de trabalho.
Transformação: ‐ bens de produção
Possuem uma flexibilidade maior de
- bens de capital localização.
- bens de consumo (não duráveis, Segundo a aplicação de recursos ou fatores:
semiduráveis, duráveis ).
a) Indústrias capital-intensivas - as que
Construção: ‐ civil aplicam os maiores recursos nos fatores capital e
tecnologia.
- naval
b) Indústrias trabalho-intensivas - as que
a) Indústrias extrativas: extraem produtos sem
empregam os maiores recursos em força de
alterar suas características. A indústria extrativa se
trabalho.
divide em vegetal, animal e mineral (ex.: indústria
madeireira, da pesca, de mineração etc.). 7
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Distribuição geográfica da possui a maior concentração industrial do país e
da América Latina.
atividade industrial
Prezado candidato, nesse capítulo veremos
tópicos relacionados aos fatores que mais
influenciaram na distribuição geográfica da
atividade industrial no Brasil, bem como os
motivos que conduziram a um aumento da dívida
externa brasileira.
A opção de localização considera vários
elementos. Destaca-se:
Infraestrutura – transporte, energia,
telecomunicações;
Capital – terrenos, incentivos fiscais,
disponibilidade de crédito;
Mercado consumidor;
Oferta de matéria-prima. Ainda no Estado de São Paulo, outros centros
A grande região industrial do país é a região industriais importantes, situam-se normalmente ao
Sudeste, onde se destacam São Paulo, Rio de longo dos principais eixos rodoviários ou
Janeiro e Minas Gerais. O centro econômico do rodoferroviários. São eles:
Brasil, bastante urbanizado e industrializado, é a) Anhanguera - Campinas, Americana,
constituído, principalmente, por São Paulo e Rio Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto.
de Janeiro.
b) Dutra - Jacareí, São José dos Campos,
Taubaté.
REGIÃO SUDESTE c) Washington Luís - Rio Claro, São Carlos,
É a responsável por mais da metade de toda a Araraquara, São José do Rio Preto.
atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de d) Raposo Tavares - Sorocaba, Itapetininga,
3/4 do valor da produção industrial. Presidente Prudente.
Essa concentração no SE é devida a vários e) Anchieta - Cubatão, Santos, São Bernardo.
fatores, como:
Veja o mapa da desconcentração da indústria
a) sistemas de transporte e comunicação mais no estado de São Paulo
desenvolvidos;
b) maior produção energética;
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
Destaques do Sudeste
São Paulo
O Estado de São Paulo é o maior destaque.
Concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos
industriais do país; 48% do pessoal ocupado em
indústrias; 53% do valor da produção industrial.
A grande São Paulo, sobretudo os municípios
do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e outros,
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Região Sul tem apenas 20% de participação no
processo industrial. É a segunda região mais
As indústrias do Estado de São Paulo
industrializada.
caracterizam se pela diversificação: metalurgia,
química, alimentícia, têxtil, transporte,
construção, farmacêutica, etc.
As indústrias mais importantes são as de bens
de consumo: as alimentícias destacam-se no RS,
como frigoríficos, couros, vinícola, as têxteis em
Minas Gerais
SC e madeira no PR.
Vem aumentando a cada ano o valor da
No RS, os centros mais industrializados são:
produção industrial e a área de influência
Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio
industrial da Grande Belo Horizonte. O Centro
Grande, etc. Em SC, por sua vez, destacam-se:
Industrial de Contagem, próximo a Belo
Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão
Horizonte, é diversificado e foi criado em 1970,
(carvão). Já no PR tem-se Curitiba, polo
em Betim uma nova área de produção de carros.
industrial, além de centros no norte do Estado.
Sua posição é apoiada na abundância de recursos
minerais, sobretudo no minério de ferro, Foi amplamente beneficiada com a
justificando o primeiro lugar na produção de aço desconcentração industrial devido apresentar as
do país. melhores vantagens locacionais. Com o Mercosul
a região recebeu novos investimentos devido
apresentar melhor localização geográfica em
relação ao bloco e por ter melhor infraestrutura
energética, de estradas, portos e mão de obra
qualificada.
REGIÃO NORDESTE
É a terceira mais industrializada; as maiores
aglomerações industriais se concentram no Recife
e Salvador. A industrialização do NE está ligada à
construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso,
à criação dos distritos industriais, como Cabo,
Paulista, Jaboatão, etc., em PE, e Centro Industrial
de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari na
Bahia. Destaca-se, também, a concentração
industrial em Fortaleza.
Rio de Janeiro
A maior concentração industrial coincide com
o Grande Rio conformando uma região
polindustrial. Destaques na indústria naval e do
turismo.
O crescimento da indústria fluminense é mais
dinâmico do Vale do Paraíba que se expande em
função da influência ampliada exercida pelo RJ e
SP.
Região Sul
Apesar da antiguidade da ocupação industrial
(o início está ligado à colonização europeia), a 9
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e) Fábrica Nacional de Motores - RJ;
Nos anos 90 a região passou a ser alvo de f) Fiat do Brasil - MG; e
novos investimentos já em uma nova fase de
g) Volvo do Brasil - PR.
integração. Até os anos 80 a industrialização
estava subordinada a região SE, nos anos 90 a
indústria que se instala no NE está subordinada à
A indústria automobilística foi implantada na
lógica internacional, à globalização.
segunda metade da década de 1950, durante o
governo de Juscelino Kubitschek. Os principais
fatores associados à implementação da indústria
Principais Indústrias e sua localização.
automobilística foram:
A indústria de transformação é a que mais se
a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia;
destaca, conforme os dados a seguir:
b) as já existentes indústrias de montagem de
veículos no Brasil;
% s/ os % s/ o % s/ o valor
c) existência de indústrias de autopeças;
estabelecimentos pessoal da produção
industriais ocupado industrial d) mercado consumidor no SE;
a) extração mineral 1,9% 1,7% 1,5% e) desenvolvimento do setor rodoviário; e
do Paraíba (SP e RJ), grandes centros. Açúcar: marcas no Brasil. Isso se deve a abertura
Paraíba (SP), Campos (RJ), Maceió (AL). econômica ocorrida na década de 90 e o incentivo
do governo para atrair novos empreendimentos.
Automobilística
Siderurgia
A produção automobilística brasileira sofreu
um grande crescimento desde 1958, colocando-se, Foi somente a partir de 1917 que se instalou
atualmente, entre as dez maiores empresas do no País, por iniciativa da Cia Siderúrgica Belgo-
mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA, Mineira, localizada inicialmente em Sabará (MG)
Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e e depois em João Monlevade (MG). Aproveitando
Rússia. As principais empresas automobilísticas a abundância de minério de ferro existente em
são: Minas Gerais, outras siderúrgicas foram se
instalando na região, e, durante muito tempo,
a) Volkswagen do Brasil - SP;
Minas Gerais foi o único centro siderúrgico do
b) General Motors do Brasil - SP; País. As causas que retardaram a implantação da
siderurgia foram a escassez de carvão mineral, a
c) Ford Motores do Brasil - SP;
falta de mão-de-obra e de capitais, além da
d) Mercedes-Benz do Brasil - SP; ausência de indústrias capazes de consumir a
10 produção.
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A partir de 1942, a siderurgia tomou grande Enquanto o consumo per capita de aço dos países
impulso com a instalação da Cia. Siderúrgica desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia,
Nacional (estatal) em Volta Redonda, no Vale do Alemanha, gira em torno de 400 a 500
Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à kg/hab/ano, o consumo brasileiro é de cerca de
situação intermediária entre as jazidas de carvão 100 kg/hab/ano.
(SC) e as áreas produtoras de minério de ferro
Apesar do franco desenvolvimento industrial
(MG); ao ponto de encontro entre a Central do
experimentado pelo País nas últimas décadas,
Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximidade
vários são os problemas que o afetam,
dos maiores centros industriais e consumidores do
destacando-se os seguintes:
País; à abundância de energia elétrica; e, por fim,
à maior disponibilidade de mão-de-obra. - Quanto à energia: empregamos ainda elevada
quantidade de lenha como fonte energética, falta
A elevada taxa de crescimento alcançada por
garantias de investimentos para expansão da
este setor deve-se a vários fatores, tais como:
oferta energética.
a) desenvolvimento das atividades industriais
- Quanto ao capital: escasso, não permitindo
de base. as quais passaram a consumir a produção
grandes investimentos por parte dos particulares,
siderúrgica;
o que beneficia a participação de capitais estatais
b) rápido desenvolvimento do setor de e estrangeiros.
construção civil;
- Quanto ao equipamento: a produção da
c) grande apoio governamental; indústria de máquinas e equipamentos ainda é
insuficiente, sendo necessária a importação em
d) aumento do consumo de produtos
larga escala.
industrializados;
- Quanto aos transportes: o sistema ferroviário
O principal problema que afeta a indústria
e o hidroviário são deficientes. O sistema
siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas
rodoviário está sobrecarregado.
(carvão mineral), sendo por isso, muito grande o
consumo de carvão vegetal. - Quanto ao mercado consumidor: ainda
restrito, apesar de estar em crescimento. A alta
O carvão produzido no Brasil não é bom para
concentração de renda impede, de certa forma, a
fazer o coque siderúrgico e por isso devemos
expansão do consumo.
importar carvão mineral.
Observações:
Desenvolvimento brasileiro e o
- 94% da produção siderúrgica concentra-se no
endividamento externo.
SE
Das correntes teóricas voltadas ao estudo do
- As maiores produções siderúrgicas são
desenvolvimento da América Latina a dominante
obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa.
segue a orientação da CEPAL (1948) - órgão da
É importante frisar que o polo siderúrgico do ONU. Esse organismo buscou orientar os países
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
Maranhão, integrado a produção de Serra de latino-americanos a adotar políticas de
Carajás, está em franco crescimento. desenvolvimento com base na substituição de
importações. Esta orientação teve êxito no período
JK e posteriormente durante o governo militar
Distribuição espacial das usinas (1964 - 1985) - em especial na década de 1970
siderúrgicas (milagre brasileiro).
As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço As doutrinas cepalinas orientaram o
independentemente da localização do carvão desenvolvimento por intensificação das
mineral, pois as maiores produções desse produto poupanças internas mais investimentos
vêm do sul, e é no SE que se encontra a maior estrangeiros (multinacionais), para aumentar a
produção de aço. substituição de importações, com balanças
comerciais, em geral, deficitárias devido à
Portanto, outros foram os fatores responsáveis
importação de máquinas e equipamentos.
por esta localização. E, sobretudo, a presença de
minério, como o ferro e o manganês e o mercado A aplicação do modelo econômico seguindo as
consumidor, que regem tal distribuição. orientações da CEPAL se deu no período JK (56-
61) que é marcado pelo programa de metas.
A produção atual de aço bruto situa-se perto
Investimento nacional combinados com o capital
de 2,8 milhões de toneladas, colocando o Brasil
internacional permitiu a criação de hidrelétricas,
entre os 10 maiores produtores do mundo.
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indústria automobilística, autoestradas e a contas externas. A partir de 1973, verificamos
construção de Brasília. uma escalada no preço do petróleo que levou os
países em crescimento acelerado, como o Brasil, a
Após 1950, o avanço das multinacionais
um endividamento crescente.
desencadeou o desenvolvimento dos países
periféricos. Os países que apresentavam melhores Verificando o histórico da dívida brasileira
condições de infraestrutura tornavam-se destino observamos que dos 2,5 bilhões devidos em 1964
de investimentos diretos, com a instalação de saltamos para 96,5 bilhões em 1990, ou seja, uma
multinacionais e de investimentos indiretos, com a alta de 3860%. E dois anos depois, em 1992, a
oferta de empréstimos voltados para a criação e dívida já havia atingido 132,3 bilhões. A dívida
ampliação de infraestrutura. Para exemplificar passou a crescer muito rápido, muito mais rápido
bata-nos verificar o ocorrido no Brasil nas que a nossa capacidade de crescimento ou de
décadas 60 - 70, quando surgiu no país uma pagamento.
milagrosa evolução econômica. Esse modelo
Evolução da dívida externa brasileira (em
constituiu, em preparar, facilitar, recepcionar,
bilhões de dólares)
acomodar e favorecer mais e da melhor forma a
entrada de capital internacional no Brasil. O comprometimento de um percentual cada
vez maior do PNB (produto nacional bruto), de
Na década de 70 e início dos anos 80, essa
10,5% em 1968 para 27% em 1980, deixa o Brasil
prosperidade é abalada pela crise do petróleo (73
impedido de fazer novos investimentos. Este
e 79), que provoca recessão e inflação nos países
comprometimento interfere no crescimento
do primeiro mundo. Também nos anos 70,
econômico devido à necessidade do país em
desenvolvem-se novos métodos e técnicas
cumprir o serviço da dívida.
voltados para a produção. Nos anos 90 uma nova
fase na produção industrial se instala com a O processo de endividamento tornou-se ainda
modernização da industrial. O processo de mais grave quando, no final dos anos 1970, as
automação, robotização e terceirização aumentam taxas de juros internacionais (a libor - taxa
a produtividade e reduzem a necessidade de mão- interbancária de Londres - e a prime rate - taxa
de-obra gerando ainda a necessidade de novas básica cobrada pelos bancos dos EUA) oscilaram
qualificações e desaparecendo antigas profissões. para cima, chegando a 15,18% a primeira e 15% a
segunda. A taxa do FED, banco central
Assim, a globalização assentou o golpe nas
americano, chegou a 13%.
teorias de desenvolvimento autônomo sob
orientação cepalina. Toda esta oscilação fez com que o capital
retornasse aos EUA e Europa e fizesse disparar a
dívida dos países periféricos que tinham a sua
Endividamento brasileiro dívida corrigida com base nas taxas
internacionais. Caro estudante, peço sua atenção
No período 71/72 a inflação atinge os países
ao seguinte fato, estando o Brasil inserido nesse
desenvolvidos, inclusive os EUA. O padrão dólar
contexto de alta de juros, o país foi duramente
estabelecido em Bretton Woods foi quebrado e as
atingido devido ter mais de 60% de sua dívida
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
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GEO 01
empréstimo de 1 bilhão de dólares para década de 1980 levando esta a ser conhecida
desenvolver o programa Proálcool e como a DÉCADA PERDIDA e ainda reflete nos
comprometeu-se a pagar, apenas nos 5 primeiros dias atuais.
anos, 800 milhões de dólares de juros e
comissões, ou seja, quase a quantia contratada
mas, com o aumento dos juros, esse montante Tecnopolos
cresceu ainda mais.
Os polos tecnológicos correspondem à
Assim, na iminência de não ter a capacidade concentração espacial de empresas e instituições
de honrar seus compromissos em dia, a saída para de ensino e pesquisa envolvidas no estudo e na
o Brasil foi suspender unilateralmente (moratória aplicação de tecnologia avançada (como, por
parcial) durante o governo Sarney, o pagamento exemplo, robótica, microeletrônica, cerâmica
das prestações e dos juros da dívida e exigir a avançada, tecnologia espacial, biotecnologia,
renegociação das condições e prazos de nanotecnologia entre outras) permitindo que as
pagamento. Contudo, o Brasil voltou atrás e empresas assumam um perfil moderno e
passou a adotar o receituário econômico do FMI. competitivo por meio da aplicação dessas
tecnologias desenvolvidas nos centros de
O padrão da dívida que tinha vencimento a
pesquisa.
curto prazo - 5 anos - passa a ter novo perfil, 60%
da dívida consegue prazos maiores que 10 anos. Como possuem uma organização menos
Tudo isto se deve ao fato de tentar evitar a burocratizada, os polos tecnológicos facilitam a
insolvência dos países devedores, caso que levaria transferência de tecnologia para o setor produtivo
as finanças internacionais a um caos. industrial e, ao mesmo tempo, estimulam o
desenvolvimento científico e tecnológico. Os
Ter crédito internacional é uma garantia para
principais polos tecnológicos brasileiros
que o país continue a ser viável para receber
encontram-se concentrados sobretudo no Sudeste
investimentos. Assim, para que qualquer país
e Sul do Brasil, podendo-se destacar:
assegure o serviço da dívida externa é necessário
que ele garanta a cada ano um fluxo de novos • o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
empréstimos, financiamentos e obtenha, acima de e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
tudo, saldos expressivos em sua balança de Espaciais), situados no município de São José dos
comércio exterior. EXPORTAR é o que Campos (SP), ambos de iniciativa governamental,
IMPORTA. que desenvolvem projetos na área aeronáutica,
espacial, de fabricação de radares, antenas, entre
É da receita da exportação que dependem, em
outros;
última instância, o pagamento efetivo da dívida e
a própria garantia para a contratação de novos • as Universidades Federal e Estadual de São
empréstimos e financiamentos internacionais. Por Carlos (SP), que têm dirigido suas pesquisas
isso é que o governo brasileiro tem se esforçado científicas à obtenção de novos materiais, como é
em incentivar as exportações e a manter um o caso de cerâmicas resistentes ao calor;
superávit primário alto para, desta forma,
• os polos tecnológicos de informática,
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
demonstrar ao mundo que o país tem condições de
localizados nas cidades de São Paulo, Campinas
honrar seus compromissos e que é viável
(SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e
economicamente.
Campina Grande (PB);
Outro modo de manter a dívida sob controle é
• as áreas de pesquisa de química fina e de
através de acordos. Neste caso, a garantia para o
biotecnologia, no Rio de Janeiro, em Porto
pagamento é conseguida através de apoio
Alegre, em Fortaleza e em Campinas, além de
financeiro do FMI. Negociações neste sentido
centros de pesquisa em biologia molecular, física,
foram realizadas no governo Figueiredo e outra no
bioquímica, matemática e outras pelo Brasil.
governo Collor / Itamar Franco. Ainda nos
últimos anos do governo FHC e no atual foram Prezado candidato, ressalta-se que o Estado
feitos acordos com o FMI para garantir o brasileiro exerceu uma grande influência no
cumprimento dos serviços da dívida e proteger a alargamento dos mercados nacionais, que, aos
economia interna. O governo Lula conseguiu poucos, foram-se tornando cativos do poder
zerar a dívida do Brasil com o FMI, desse modo o hegemônico de São Paulo e do Sudeste. Segundo
país fica livre da obrigação de adotar as diretrizes José Serra: “ uma das características marcantes do
econômicas preconizadas pelo FMI. desenvolvimento do capitalismo no Brasil diz
respeito ao significativo papel do Estado como
Assim, verificamos que todo quadro criado
fator de impulso à industrialização. Esse papel foi
devido às modificações das taxas de juros
exercido não apenas através de suas funções
internacionais afetou o crescimento brasileiro na
fiscais de monitoria e de controle do mercado de 13
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GEO 01
trabalho ou de sua função de provedor dos No Nordeste – incentivos fiscais e mão-de-
chamados bens públicos, criação de infraestrutura obra farta e barata. A produção estava voltada
e produção direta de insumos indispensáveis à para o mercado do SE e, ultimamente, com os
industrialização pesada“. investimentos externos também se integra na
produção para o mercado globalizado.
No Centro‐Oeste, a partir da década de 90,
Desconcentração industrial
observa-se a ação dos governos estaduais em
A desconcentração industrial no estado de São atrair investimentos industriais. As vantagens
Paulo é bastante nítida. Ela se processou (e se fiscais oferecidas permitiram a instalação de
processa), principalmente, ao longo dos quatro indústrias de beneficiamento, para estarem
principais eixos rodoviários, que de certa forma próximas as fontes de matéria prima ou ainda
acompanharam os eixos ferroviários construídos novas plantas industriais como é o caso da
na época da expansão da cafeicultura: a Via indústria farmacêutica em Anápolis e a
Presidente Dutra (a Rio — São Paulo) automobilística em Catalão, ambas em GO.
atravessando o histórico Vale do Paraíba; o
O governo criou as condições de infraestrutura
sistema Anchieta — Imigrantes (São Paulo —
necessárias ao processo de instalação industrial
Baixada Santista); o sistema Bandeirantes—
através da aquisição de empréstimos
Anhanguera—Washington Luís (ligando a cidade
internacionais para a construção de obras de
de São Paulo ao norte e noroeste do estado); e a
engenharia para garantir a realização dos
Via Presidente Castelo Branco, ligando a cidade
investimentos.
de São Paulo a várias cidades do sudoeste do
estado até Presidente Epitácio, no Vale do Rio Só alguns exemplos: Itaipu, Balbina, Tucuruí,
Paraná, divisa com o Mato Grosso do Sul. transamazônica, estrada de ferro Carajás, BR 364.
Dinâmica do Mercado de
Trabalho
No Norte – incentivos fiscais que facilitavam Globalização da produção - não se pensa mais
o acesso e concorrência no mercado nacional e em uma produção centralizada, regionalmente
internacional. constituída, esta deve ser descentralizada em
busca das vantagens comparativas.
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Instabilidade social e econômica - se há característica desse setor e que tem uma média de
instabilidade política e social, mão-de-obra salário baixa que o setor secundário.
organizada, sindicatos fortes, governos
nacionalistas, as empresas fogem para outras
localidades que lhes garantam segurança do As Transformações no conteúdo do
investimento e garantias de rentabilidade e trabalho e nas formas de emprego
exportação dos lucros.
Os impactos são sentidos nas transformações
Neoliberalismo - a década de 1980 foi um que se colocam ao conteúdo do trabalho e no uso
marco para todas os itens listados anteriormente. das qualificações e nas formas de emprego.
Iniciou na Europa com Margareth Tacher e nos
Aos trabalhadores ativos exigem-se novas
EUA com Ronald Regan a política neoliberal.
habilidades, até então pouco exigidas no mercado
Ainda nessa década verificamos a queda dos
de trabalho. O perfil desse novo trabalhador exige
regimes militares, com a instauração de novas
a capacidade de adaptar-se continuamente, a
democracias que buscavam estar alinhadas com o
novas tecnologias de informação e comunicação
novo pensamento mundial.
que são empregadas na produção. Competências,
O socialismo em crise - e a URSS se desfaz e como raciocínio lógico-abstrato, habilidades
nasce a Comunidade dos Estados Independentes - sociocomunicativas, responsabilidade, disposição
CEI. Mikhail Gorbatchev, levou a União para correr riscos e espírito de liderança, passaram
Soviética a mudanças políticas, econômicas e a ser demandadas. A destreza em outras línguas
sociais. Ciente dos problemas que o país passava, (como inglês) e linguagens (como informática)
Gorbatchev propôs dois planos: a perestroika está se tornando pré-requisito para o ingresso e
(reestruturação) e a glasnost (transparência). Era o manutenção em um mercado de trabalho
inicio de um mundo sem bipolaridade ideológica. estruturado.
Paralelamente a isso o capitalismo se reinventava,
Há uma mudança setorial significativa no
com a redução do estado na economia.
mercado de trabalho. Alguns setores têm
O Brasil estava nesse período passando pela crescimento mais significativo e apresenta mais
redemocratização com a eleição indireta de promissor para a absorção de novos trabalhadores.
Tancredo Neves e a promulgação de uma nova
Os setores de serviços que mais tendem a
constituição.
crescer nos próximos anos são:
A economia brasileira marcada por uma
- Telecomunicações e Informática: neste
estrutura arcaica e falida. No campo observamos a
setor, a tendência é o aumento da exigência
concentração fundiária, injusta e antidemocrática,
quanto à qualificação formal. Na atualidade já tem
sujeitando milhares de trabalhadores a condições
falta de trabalhadores qualificados. O setor se
de trabalho sem garantias sociais. O setor
reorganizou e se viu a redução de postos de
industrial não consegue absorver a mão-de-obra
trabalho em empresas de grande porte (mil
que o campo não libera e os trabalhadores livres
empregados) para gerar novos postos em
que já estão nas cidades. O setor de comércio e
empresas de menor porte, geralmente nas
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
serviços passa a ser a tábua de salvação da
categorias micro, pequena e média empresas.
economia para absorver essa mão-de-obra.
Com a reorganização do setor o trabalho
Esse processo de organização do mercado de individual em rede, sem ter que sair de casa,
trabalho, com a concentração dos trabalhadores passou a ser uma realidade até então impensada
no setor terciário é um fenômeno comum aos para o modelo de trabalho anterior.
países em desenvolvimento. O setor industrial se
- Comércio: as três categorias do setor
desenvolve com uma tecnologia poupadora de
(comércio de veículos, motocicletas e
mão-de-obra. A agricultura, do mesmo modo,
combustíveis; atacadista e varejista) empregaram
passa por um processo contínuo de modernização
em 1998 um total de 4,5 milhões de pessoas. A
e também reduz a necessidade de trabalhadores. O
expansão deste setor é fortemente ligada à
setor de serviços e comércio absorve esses
atividade econômica do país. Novos postos de
trabalhadores, em postos formais e informais.
trabalho e a formalização de negócios até então na
Gera-se com isso uma economia paralela, a
informalidade fez o comércio expandir a oferta de
economia informal, gerando subempregos, sem
empregos. Veja a variação no período 2003-2009.
garantias trabalhistas e sociais. Outra
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O Trabalhador Industrial e a Fábrica
do Futuro
Com a reorganização do setor produtivo no
mundo com a globalização o Brasil necessitou
realizar a abertura da economia, iniciado em 1990,
o que levou a reestruturação da indústria. A
reorganização teve impactos negativos, como a
elevação do desemprego e também consequências
positivas para a competitividade do país,
incluindo a elevação da qualificação dos
trabalhadores industriais.
Essa nova realidade exige um trabalhador mais
- Setor Financeiro: o setor apresentou qualificado. A exigência de qualificação atinge
recuperação em 2000 após ser fortemente atingido principalmente os trabalhadores mais jovens. Para
pela crise de 1999. A presença de investimentos acessar o primeiro emprego o trabalhador tem que
internacionais e a concentração do setor o demonstrar que tem possibilidade de adaptação /
potencial de emprego voltou a subir. Há aprendizagem das funções em pouco tempo.
incentivos para a expansão do setor. Para o futuro, as principais tendências para o
mercado de trabalho são:
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Veja as evoluções das taxas de desemprego no um aumento na ocupação das mulheres. A
período 2002-2011. presença feminina também era majoritária na
população desocupada (PD) e na população não
economicamente ativa (PNEA)
investimento em educação;
continuaram trabalhando, em média, menos que
- crescente reivindicação por igualdade cívica os homens. Cabe esclarecer que essa queda foi
e política. ocasionada pela redução na média de horas
trabalhadas pelos homens. As mulheres, em 2009,
trabalharam em média 38,9 horas, 4,6 horas a
Texto Complementar ‐ Informações sobre menos que os homens.
a mulher no mercado de trabalho
As mulheres trabalhavam menos que os
A participação das mulheres no mercado de homens em todos os grupamentos de atividade.
trabalho, seu perfil etário e educacional, o Com a exceção das mulheres ocupadas em
contingente feminino no setor público, a jornada “Outros Serviços”, as demais atividades
de trabalho considerada a escolaridade, o apresentaram aumento da média de horas
percentual de mulheres que gostaria de trabalhar trabalhadas para as mulheres. No grupamento
mais. Esses e outros pontos são levantados pelo “Administração Pública”, as mulheres
IBGE no Dia Internacional da Mulher. O trabalharam, em média, 36,4 horas semanais.
trabalho especial Mulher no Mercado de
Em 2009, as mulheres com 8 a 10 anos de
Trabalho: Perguntas e Respostas tem como
estudo foram as que declararam trabalhar mais
objetivo apresentar um panorama da mulher no
horas semanais (39,4 horas). No entanto, aquelas
mercado de trabalho. As informações usadas
com 11 anos ou mais de estudo foram as que
18 provêm da Pesquisa Mensal de Emprego
apresentaram a menor diferença na média de
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GEO 01
horas trabalhadas em relação aos homens, 3,6 Em 2009, entre o 1,057 milhão de mulheres
horas. Em 2003, esta diferença era de 4,4 horas. desocupadas e procurando por trabalho, 8,1%
tinha nível superior. Houve aumento na
As mulheres com 1 até 3 anos de estudo foram
escolaridade dessas mulheres, visto que em 2003,
as que apresentaram a maior diferença (7,2 horas)
em média, 5,0% tinham nível superior. Esse
na média de horas trabalhadas, quando
crescimento resulta do aumento da escolaridade
comparadas aos homens. Tal realidade é similar à
de uma forma geral.
verificada em 2003, quando a diferença era de 7,3
horas. O aumento da escolaridade também pode ser
verificado em outros níveis. Em 2003, em média,
O número de horas trabalhadas pelas mulheres
44,7% das mulheres desocupadas tinham 11 anos
que possuíam curso superior completo somente
ou mais de estudo. Em 2009, essa proporção
ultrapassava ao das que tinham até 3 anos de
ultrapassou significativamente a metade da
estudos.
população (59,8%). Verificou-se que a população
Já as mulheres com 11 anos ou mais de estudo feminina desocupada é proporcionalmente mais
foram as únicas a aumentar a média de horas escolarizada que a população feminina acima de
trabalhadas semanalmente, em todo o mercado de 10 anos. Enquanto, em média, 81,2% da
trabalho: de 38,8 horas em 2003 para 39,1 horas população feminina desocupada tinham oito anos
em 2009. ou mais de escolaridade, na população em idade
ativa este percentual era de 61,1%.
O rendimento continua sendo inferior ao
dos homens Cresceu o percentual de mulheres adultas
querendo trabalhar
O rendimento de trabalho das mulheres,
estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao A população feminina desocupada (1,057
dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando milhão de mulheres, em 2009) está muito
a média anual de rendimentos dos homens e das concentrada no grupo etário entre 25 e 49 anos de
mulheres, verificou-se que as mulheres ganham idade. Em 2003, as mulheres nesta faixa etária
em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos correspondiam a 49,3% da população feminina
homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%. desocupada. Em 2009, elas já eram mais da
metade: 54,2%. Fonte IBGE - 2010
Considerando um grupo mais homogêneo,
com a mesma escolaridade e do mesmo
grupamento de atividade, a diferença entre os
rendimentos persiste. Tanto para as pessoas que
possuíam 11 anos ou mais de estudo quanto para
as que tinham curso superior completo, os Dinâmicas territoriais da
rendimentos da população masculina eram economia agrícola no Brasil
superiores aos da feminina.
O setor agrícola tem grande importância
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
Verificou-se que nos diversos grupamentos de histórica para o país devido ao próprio processo
atividade econômica, a escolaridade de nível de evolução da nossa economia. Até início do
superior não aproxima os rendimentos recebidos século XX a economia nacional era estritamente
por homens e mulheres. Pelo contrário, a agrária e suas exportações dependiam do setor
diferença acentua-se: no caso do “Comércio”, por primário.
exemplo, a diferença de rendimento para a
escolaridade de 11 anos ou mais de estudo é de O maior problema que se verifica, quando
R$ 616,80 a mais para os homens. Quando a estudamos a agricultura e a pecuária no Brasil, é a
comparação é feita para o nível superior, ela é de forte concentração dos meios de produção, de
R$ 1.653,70 para eles. renda e o uso inadequado das terras agricultáveis,
muitas vezes usadas como reserva de valor.
No entanto, no grupamento da Construção, as
mulheres com 11 anos ou mais de estudo têm Desse modo, caracterizam problemas no setor
rendimento ligeiramente superior ao dos homens agropecuário brasileiro a concentração de terras e
com a mesma escolaridade: elas recebem, em o sistema primitivo de exploração da terra (baixo
média, R$ 2.007,80, contra R$ 1.917,20 dos uso de tecnologia na produção).
homens. Como podemos observar no estudo do Brasil
até o momento o país apresenta diferenças
significativas também no setor agrícola e
Aumentou a escolaridade das mulheres podemos observar uma diferença espacial do uso
que procuram trabalho 19
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GEO 01
da terra por setores com forte presença de desenvolvimento tecnológico estão presentes no
tecnologia – CULTURAS VOLTADAS PARA A cenário produtivo.
EXPORTAÇÂO – o outro apresenta baixo
Nordeste – a agricultura apresenta diferenças
investimento tecnológico – CULTURA DE
internas significativas. No sertão predomina a
SUBSISTÊNCIA.
agricultura de subsistência sem nenhum
O maior problema é que a modernização investimento tecnológico, no litoral (cana, cacau),
agrícola levou a uma redução do número de em bolsões de irrigação (vale do São Francisco) e
trabalhadores no campo – causando o ÊXODO nas áreas de cerrado (sul Piauí, Sul do Maranhão,
RURAL – acelerando o processo de oeste da Bahia) já apresentam como áreas de
EXPROPRIAÇÂO RURAL. Esse processo levou expansão da agricultura comercial voltada para a
ao aumento de trabalhadores despreparados para o exportação que conformam sistemas produtivos
mercado urbano se concentrando nas periferias com maior investimento em tecnologia e uso de
das grandes cidades e, consequentemente, ao insumos e mecanização.
aumento da pobreza urbana. (Essa pobreza estava
Amazônia – aparece como a principal área de
distribuída no grande espaço rural e agora se
expansão agrícola do país. Nessa região se
concentra nas periferias das cidades)
observa grande expansão sem a preocupação com
Assim, podemos listar algumas características a preservação do meio ambiente. Essa ocupação
do campo no Brasil: tem gerado muitos conflitos agrários. O uso do
solo e os sistemas produtivos implantados têm
I. concentração fundiária;
aproveitado a fertilidade inicial do solo para
II. baixo uso de tecnologia; garantir maior produtividade.
III. agricultura modernizada voltada para o
mercado externo;
Modernização da agricultura
IV. cultura de subsistência com baixo
O processo de modernização da agricultura se
investimento em tecnologia.
deu a partir da década de 1950 com a expansão,
para o campo, do emprego e desenvolvimento de
pesquisas científicas que ajudaram a aumentar a
Especialização produtiva do território –
produção e a produtividade.
fronteira agrícola
São exemplos dessa modernização:
A implementação da agricultura no país foi,
historicamente, concentrada no litoral. Com a Mecanização;
modernização do território, com a introdução do Redução da mão‐de‐obra;
sistema rodoviário na segunda metade do século Uso de insumos;
XX, tornou-se possível romper com as ilhas Desenvolvimento de pesquisas.
econômicas e criar um mercado nacional. Esses
fatores levaram também a expansão da agricultura
para o interior do território. A ocupação de novas O emprego progressivo de máquinas e
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
Maiores produtores – por produtos Soluções para a produção agrícola
Arroz RS, MT, MA, MG – cultivado em todo Ferronorte – acelerar a construção
paí, irrigado ou de várzea, no RS, e de sequeiro no
BR 163 – Cuiabá-Santarém – liberar as obras
Centro-Oeste.
com atendimento às exigências ambientais e
Feijão PR, MG, BA, SP – todo país. Grande sociais locais.
parte da produção é proveniente de pequenos
produtores.
Pecuária
Mandioca PA, PR, BA, MA – todo o país,
principalmente no NE. A criação de animais tem ganhado expressão
nas últimas décadas devido ao tipo de alimentação
Aumento da cultura comercial.
fornecida aos animais. Com a descoberta do mal
Laranja SP, BA, SE, RJ – exportação de suco da vaca louca os países europeus buscaram
concentrado. importar carne de países que não forneciam na
alimentação animal ração com compostos de
Cana SP, AL, PR, PE – grande expansão nos
origem animal (farinha de osso).
anos 70 – Proálcool.
Mesmo com a ampliação do mercado devido a
22 esse aumento da demanda o mercado enfrenta
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GEO 01
outros problemas sanitários que prejudicam as Lembrando dos solos de maior fertilidade
exportações brasileiras,. Um exemplo é a febre natural e sua localização.
aftosa que fez, nos últimos anos, a Rússia e a
Massapé – NE
União Europeia suspenderem as importações de
carnes do Brasil. Terra Roxa – planaltos e chapadas da Bacia do
Paraná.
No entanto a modernização da produção no
campo atingiu também a produção de animais e O uso inadequado do solo, por empregar
aves. Hoje já se consegue produzir um frango com manejo impróprio ao tipo de clima –
28 dias para o abate e um boi com 18 meses (o LEMBRANDO QUE IMPLEMENTAMOS O
tempo anterior era de 48 meses). Essas MANEJO SEGUNDO AO QUE HERDAMOS
possibilidades só foram possíveis pelo DA EUROPA – muitas áreas estão suscetíveis de
investimento em melhoria genética, pesquisas e desertificação. Pelos estudos realizados pelos
investimentos no manejo que, em nosso país, foi centros de pesquisa no pais demonstram que o
capitaneado por agências públicas de pesquisa Brasil tem 900.000 km2 com risco de
como é o caso da EMBRAPA. desertificação localizado nos estados RS
(processo de arenização), BA, PE PI, RN, AL e
A pecuária que se caracterizava por ser
SE. Desse total, 181.000 km2 estão afetados
extensiva e de baixa produtividade com uso de
gravemente.
pastagens naturais, esse foi um marco na
ocupação do cerrado no CO, na ocupação inicial Vários problemas ambientais estão associados
da Amazônia e NE. a produção agropecuária, destacamos aqui:
A pecuária moderna observa uma produção Desmatamento;
intensiva – como se caracteriza a produção nas Queimadas;
regiões Sul e SE. Essa produção tem como base o Uso de agrotóxicos (contamina rios lagos e
uso de matrizes selecionadas, pastagens artificiais lençóis freáticos);
e uso de ração e silagens na alimentação. Houve Erosão (perda de solo e assoreamento e
um grande crescimento na produção e hoje somos perda de solo);
o maior exportador de carne bovina, além de Erosão genética (redução da biodiversidade);
termos excelentes mercado para a carne de porco Compactação do solo (mecanização e
e de frango. pisoteio);
Para termos uma ideia geral da produção Uso de sementes transgênicas – redução da
pecuária no país pode-se resumir da seguinte biodiversidade – Lei de Biossegurança.
forma:
Sul – principal região na produção de suínos e Agentes sociais no campo
ovinos.
A agricultura no país se desenvolveu com o
Sudeste – principal região na produção de uso da mão-de-obra (MDO) escrava que
equinos; posteriormente foi substituída pela MDO do Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
Centro-Oeste – maior produção de bovinos; imigrante europeu.
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invasão de prédio público, de atos de ameaça, verifica-se que tem origem nos movimentos
sequestro ou manutenção de servidores públicos e citados anteriormente.
outros cidadãos em cárcere privado, ou de
quaisquer outros atos de violência real ou pessoal
praticados em tais situações.
Evolução e tendências do
§ 8o A entidade, a organização, a pessoa
jurídica, o movimento ou a sociedade de fato que,
setor de transportes
de qualquer forma, direta ou indiretamente, Caro estudante, nessa unidade abordaremos
auxiliar, colaborar, incentivar, incitar, induzir ou um dos maiores gargalos ao pleno
participar de invasão de imóveis rurais ou de bens desenvolvimento brasileiro, que é a falta de
públicos, ou em conflito agrário ou fundiário de infraestrutura do nosso sistema de transporte.
caráter coletivo, não receberá, a qualquer título, Hoje não basta produzir. É indispensável por a
recursos públicos. produção em movimento, pois agora é a
§ 9o Se, na hipótese do § 8o, a transferência circulação que preside à produção.
ou repasse dos recursos públicos já tiverem sido No período colonial a interiorização se deu
autorizados, assistirá ao Poder Público o direito de seguindo o vale dos rios – em especial na
retenção, bem assim o de rescisão do contrato, Amazônia. A ligação entre as diversas áreas
convênio ou instrumento similar.” (NR) produtivas e áreas consumidoras se davam pelo
Essa medida foi muito contestada por ser uso do sistema aquaviário.
considerada uma ação repressora aos movimentos A expansão da cana-de-açúcar dependia da
sociais campesinos. navegação (fluvial e costeira) e do transporte
Estimado candidato, faz-se necessário terrestre (carruagem e montaria) para interligar as
perceber que as terras no Brasil estão fortemente zonas produtivas aos portos que se ligavam com o
concentradas nas mãos de uma pequena parcela da exterior. Assim, após a instalação econômica de
população. Perceba melhor na leitura abaixo. uma região é que se instalavam os sistemas de
transportes. Basta observamos o caso do café.
O estabelecimento de mais de 1.000 hectares
corresponde, em número, a apenas 1% do total
das propriedades, mas correspondem a 45,1% do
total da área ocupada por estabelecimentos rurais
no país.
Isso demonstra o padrão concentracionista no
campo brasileiro uma vez que se os
estabelecimentos rurais com até 10 hectares
representam 49,7 % dos estabelecimentos rurais
ocupando apenas 2,2% da área agrícola total.
A explicação para esse padrão de concentração
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
é a absorção dos estabelecimentos de “até 10
hectares” e “10 a 100 hectares” pelos outros
estabelecimentos maiores. Esse processo de
concentração que vem ocorrendo no país é
chamado de FAGOCITOSE RURAL e confirma a Mapa Ferroviário de São Paulo
tese que há uma tendência de concentração
fundiária no país. Nesse cenário de concentração
observa-se um importante movimento de
resistência – são os movimentos de lutas pela
terra. Bacia de drenagem da produção de café
No Brasil esse tipo de movimento só passou a Após a revolução industrial na Europa começa
existir no século XX. ligas camponesas (1950) – a expansão das ferrovias pelo mundo e elas
NE sindicatos rurais chegam ao nosso país na 2ª metade do século XIX
(1854 – com o Barão de Mauá). Este sistema de
Igreja (Comunidade Eclesial de Base) e CPT – transporte estava baseado na ligação do interior
Comissão pastoral da Terra MST (1980) (área de produção) ao litoral (porto de exportação)
Outras denominações de movimentos são devido a relação econômica da colônia X
comuns, mas, pelo histórico de formação, metrópole. O espaço produtivo estava
subordinado ao comércio da Europa, daí a
organização dos meios de transportes em forma de 29
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uma "bacia de drenagem" visando escoar a periódicas visando atender as crescentes
produção para o mercado externo. Essa mesma necessidades das partes, pela incorporação dos
rede de transportes possibilitava o abastecimento avanços tecnológicos e operacionais, pelo maior
das áreas produtivas com produtos manufaturados grau de segurança e pela maior agilidade dos
e industrializados vindos do exterior. procedimentos aduaneiros e imigratórios.
Deste modo, analisando essa característica da Assim, o mercado de movimentação dos
economia nacional observamos a formação de fluxos internacionais de bens e pessoas torna-se
“ilhas econômicas” no país. O traçado das cada vez mais dinâmico, competitivo e seguro,
ferrovias não possibilitaram criar uma interligação para as empresas nacionais dos diferentes países.
inter-regional do país, o pouco que se conseguiu Ressalte-se que o transporte terrestre doméstico
foi estabelecer uma ligação intra-regional da de cada país não pode ser executado por empresas
região sudeste. estrangeiras.
Ainda podemos verificar que o avanço dos Complementarmente aos acordos básicos
meios de transportes segue a lógica do avanço citados, têm sido estabelecidos acordos
tecnológico. Após a revolução industrial, o específicos no Mercosul, como o de Transporte de
emprego do da propulsor a vapor e da ferrovia Produtos Perigosos e o Acordo sobre Trânsito.
(séc. XIX) e, posteriormente, com a
popularização do automóvel e dos avanços da
aviação o mundo parecerá menor devido o Custos dos transportes
aumento da eficiência dos meios de transportes. O
espaço vai ganhando novas velocidades e fluidez
com o avanço técnico empregado no transporte Relação tempo X custos são inversamente pro‐
em geral. porcionais.
Transporte Internacional
O Brasil, em virtude de sua situação
geográfica, mantém historicamente acordos de
transporte internacional terrestre, principalmente
rodoviário, com quase todos os países da América
do Sul. Com a Colômbia, Equador, Suriname e
Guiana Francesa o acordo está em negociação.
O Acordo sobre Transporte Internacional
Terrestre entre os Países do Cone Sul, que
contempla os transportes ferroviário e rodoviário,
inclui Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru,
O transporte não pode encarecer o preço do
Paraguai e Uruguai. Entre Brasil e Venezuela
produto de modo que o produto perca a
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
30 terrestres se faz através de negociações conjuntas passo que o padrão internacional dura em média
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entre 1 e 2 dias. A documentação desse mesmo ligava a Praia da Estrela, na Baía da Guanabara, à
container passará por 24 órgãos do governo, ou raiz da serra de Petrópolis – RJ.
seja, muita lentidão e muita burocracia.
A expansão das ferrovias coincide com o
A instalação de infraestrutura de transportes avanço da produção cafeeira que iniciou no RJ e
exige grandes somas de capital e tem retorno a vai à direção de SP via Vale do Paraíba e
longo prazo não sendo desta forma atrativo para a posteriormente se expande para o oeste paulista.
iniciativa privada. Neste sentido o Governo tem
O período de maior expansão ferroviário foi
que balancear os investimentos em transportes
entre 1870 e 1920, período que passou de 745 km
com o DÉFICIT PÚBLICO devido a composição
para 28535 km, coincidindo com a fase áurea da
e comprometimento do PIB com a dívida do
cafeicultura.
Estado.
Após 1930, com a crise do café, o ritmo de
O governo aprovou a lei da PPP – Parceria
expansão das ferrovias diminuiu. De 1920 a 1960
Público-Privada (Projeto de Lei 2546/03) no
construíram menos de 10000 km e ainda, desde a
sentido de aumentar os investimentos buscando
época do café, as ferrovias concentravam-se nos
fazer parcerias com a iniciativa privada.
estados do SE.
Infraestrutura receberá R$ 300 bilhões do PPP.
No NE os desenhos mais ou menos retilíneos
Apesar do interesse do Estado em criar interior - litoral são predominantes. Algumas
condições para atrair o capital privado para o setor ferrovias se complementam com trechos que
de infraestrutura isso não aconteceu. Outros unem as cidades de função política, econômica e
problemas, entre os quais a falta de portuárias mais importantes.
regulamentação e a grande internacionalização de
Na Região Norte os sistemas ferroviários são
nossa economia, impediram que essa iniciativa
especialmente especializados e voltados para o
tivesse êxito nesse momento no país.
escoamento da produção de minérios.
A saída do governo foi lançar uma nova fase
O exemplo da E F Amapá - transporte de
de investimentos estatais para ampliar e garantir a
manganês e E F Carajás - transporte de minério de
modernização do setor de infraestrutura, como já
ferro.
havia feito em outros tempos no país. Esse
modelo de estado impulsionador da economia, No SE e Sul o sistema ferroviário leva os
que investe em setores menos rentáveis e cria produtos aos portos cumprindo a função de
condições para novos investimentos em setores escoamento da produção. A E F Vitória - Minas e
mais rentáveis, realizados pela iniciativa privada. E F Central do Brasil, especializadas no transporte
de ferro estão ligadas ao porto de Sepetiba (1973)
Transportes eficientes, modernos, baratos
que foi criado para atender o complexo industrial
atraem as indústrias, se temos diferenças no
de Santa Cruz (RJ)
serviço logo teremos também a opções por
localidades nas quais é mais bem servido de A desativação de ramais antieconômicos fez
infraestrutura. É o caso da região SE e Sul (região com que a rede ferroviária sofresse um recuo no Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
concentrada) que atrai as indústrias devido país. No ano de 1992 estavam em operação
apresentar a melhor e maior densidade viária. 30.282 Km, mostrando que a lógica do negócio
petroleiro e das rodovias implantado a partir da
O modelo ideal de transporte deve interligar
década de 1950 havia afetado o sistema
todos os modos de transportes, ou seja, estações
ferroviário. Contudo, quanto às cargas, o uso das
intermodais, dando prioridade para:
ferrovias foi crescente, passou de 44.846
pequenas distâncias toneladas em 1960 para 235.105 toneladas em
1990. A composição das cargas em 1994 era de
– transporte rodoviário
34,4% de minério de ferro, 11,3% de produtos
grandes distâncias siderúrgicos e 5,6% de carvão.
– hidroviário e ferroviário Dificuldades para a expansão da rede
ferroviária no país: - custo de instalação; - menor
cargas rápidas
flexibilidade; - requer terminal de cargas.
– transporte aéreo.
Prezado candidato, verificamos que como a
construção se deu para atender às necessidades do
modelo agrário exportador, as ferrovias estavam
AS FERROVIAS direcionadas no sentido interior – litoral para
Em 1854, ocorreu o estabelecimento da 1ª escoar a produção agrícola e que as ferrovias não
ferrovia, pelo Barão de Mauá, tinha 15 Km e serviram para integrar as diversas regiões do país.
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GEO 01
A inclusão da Rede Ferroviária Federal S.A.
no Programa Nacional de Desestatização através
Questões da decadência das ferrovias
do Decreto n.º 473/92, propiciou o início da
a) diferenças das bitolas dificultam a transferência de suas malhas para a iniciativa
integração das ferrovias privada, durante um período de 30 anos,
prorrogáveis por mais 30. Esse processo também
b) desde a década de 1930, quando a economia
resultou na liquidação da RFFSA, a partir de
começava a se transformar de agroexportadora em
07/12/99.
predominantemente industrial, alterando com isso
os tipos de cargas, as ferrovias não foram
estruturadas para atender com a mesma
rapidez e eficiência a essa nova realidade
do país.
c) elevados custos da implantação
desestimulando o investimento
particular.
d) elevados déficits operacionais,
material rodante obsoleto, administração
ineficiente e morosidade no transporte.
Observe que deve ficar claro que as
ferrovias já tiveram maior importância no
Brasil. De 1950 até 2005 houve um
decréscimo de quase 10 mil Km nas
ferrovias brasileiras. A grande época do
transporte ferroviário coincidiu com o
auge do cultivo de café, estendendo-se do
final do século XIX até meados do século
XX. A partir daí, com o progressivo
desenvolvimento da indústria
automobilística, as ferrovias entraram em
crise. Elas continuaram a ser constituídas
apenas em áreas e projetos especiais como para
transportar minérios da Amazônia até o porto de A falta de planejamento para o
Itaqui, no Maranhão ( Estrada de ferro Carajás), a desenvolvimento de um modelo multimodal de
Ferrovia Brasília- Maranhão. Existem alguns transportes permitiu a especialização das ferrovias
projetos em implementação como: a no Brasil. Veja algumas ferrovias e suas
Transnordestina, Ferronorte e Ferroeste, todas especializações.
iniciadas, mas ainda incompletas por causa da
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
falta de verbas.
O Estado esteve sempre atuante no sistema de Minério:
transportes do país, com maior ênfase após a o Estrada de Ferro Carajás
década de 1930, devido à intervenção do governo o Estrada de Ferro Vitória‐Minas
na economia com forte atuação como empresário o Estrada de Ferro Amapá
no setor produtivo e ainda hoje como indutor da o Estrada de Ferro Trombetas
economia. Dessa forma, verifica-se que o sistema o Ferrovia do Aço.
ferroviário sofreu um intenso processo de
ESTATIZAÇÃO, com a criação da RFFSA –
Rede Ferroviária Federal SA (1957) e da Carvão:
FEPASA – Ferrovias Paulista SA (1971).
o Estrada de Ferro D Tereza Cristina
Após longo período de intervenção a lógica da
economia globalizada exigiu uma nova postura do Recentemente as ferrovias tiveram aumento no
Estado que iniciou, na década de 1990, uma fase transporte de ferro (34,4%) seguido pelos
de PRIVATIZAÇÃO. Desde 1996, grande parte produtos siderúrgicos (11,3%) e pelo carvão
da malha ferroviária foi repassada por concessão à mineral (5,6%).
iniciativa privada, principalmente aquelas Na década de 1970 as ferrovias paulistas
relacionadas com o transporte de cargas. transportavam milho, trigo, café, cimento,
32 madeira, adubos e açúcar, em 1990, 37,8 % eram
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GEO 01
combustíveis, 12,9% soja e farelo de soja, 9,1% Do mesmo modo verificamos que no
de trigo, 7,8% de cimento. transporte interurbano prevalece o transporte
rodoviário.
No sistema Nordeste as ferrovias estavam
destinas ao transporte da cana-de-açúcar e de
açúcar (44,7%). No sistema Centro o transporte de
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
minérios entre Belo horizonte e Volta Redonda
representava 47,3% do movimento. No sistema Na segunda metade do século XX as estradas
Centro-Sul a E F Santos - Jundiaí e a E F contribuíram para ligar as diversas regiões entre
Noroeste (Bauru - Corumbá), juntamente com as si. A rede brasileira passou de 302147 Km em
ferrovias estaduais transportam ferro, adubos, óleo 1952, para 1.657.769 Km em 1995, com grande
diesel, algodão e café. O sistema Sul era crescimento na década de 1970.
responsável por fluxos de grãos e carvão. A
A rede nacional é diversificada, explicitando
ferrovia Sul Atlântica com 6300 Km transporta
as diferenças regionais do país, desta forma
fertilizantes e insumos, soja e derivados de soja,
verificamos que as rodovias com melhor
óleo diesel, areia e cimento.
conservação, de melhor infraestrutura estão no Sul
e SE. Também nestas duas regiões está a maior
densidade ferroviária.
Ferrovias como instrumento de Geopolítica
Km DE ESTRADAS POR 100 Km2 EM 1995
As ferrovias, além de seu papel de transporte e
de integração regional, cumprem importante o SUL ‐ 814,9
função geopolítica aumentado o fluxo de o SE ‐ 585,8
mercadorias e ampliando as relações com países
Km DE ESTRADAS POR 100 Km2 EM 1995
vizinhos.
o SUL ‐ 814,9
Há um caso interessante a se comentar: a
o SE ‐ 585,8
malha ferroviária soviética tinha bitola diferente
o NE ‐ 255
da malha ferroviária europeia com medida de
o CO ‐ 187,6
segurança para ambas partes. A diferença na
bitola impedia que um dos lados tivesse a o NORTE ‐ 37,7
possibilidade de invadir o território com ESTRADAS PAVIMENTADAS POR Km2
facilidade. EM 1995 NO SUDESTE
o MG ‐ 31,37
Transporte urbano o SP ‐ 101,94
o RJ ‐ 118,11
Em 1974 teve o início do transporte
metroviário com a inauguração da linha norte-sul Em contraposição à realidade do Sudeste
(Santana – Jabaquara) na capital paulista. O encontramos o Amazonas com 0,87 Km de
transporte de passageiros se dá no fluxo dos trens estrada pavimentada por 1000 Km2. Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
suburbanos e construção do metrô. O trabalhador No Sudeste estão os melhores trechos de
cada vez mais distante do trabalho tem rodovias federais e estaduais duplicadas. A maior
necessidade de transporte mais eficientes devido a densidade no Sudeste deve-se ao maior
saturação da infraestrutura das cidades que sofrem desenvolvimento técnico-científico da região.
com o aumento dos engarrafamentos.
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GEO 01
o SE ‐ 7,15.
nacional e às vias de exportação, logística que no
O histórico das rodovias remonta à Sudeste é bem mais avançada. No Norte e NE o
necessidade de unir áreas de agricultura e pecuária governo federal é o principal agente na construção
aos centros de consumo do país. Assim, em 1926, e administração das rodovias.
com a construção da 1ª via moderna de transporte
Para compreender a importância da indústria
rodoviário (Governo de Washington Luís) entre
automobilística para a expansão das rodovias
RJ – SP (via Dutra) iniciava-se o processo de
basta-nos verificar que em 1950 havia um
rodoviação do Brasil. Esta via era a única
automóvel para cada 259,5 habitantes, com
pavimentada até 1940. Com seu lema “Governar é
enormes disparidades regionais. Em 1996, a
construir estradas”, o governo reconhecia a
relação era de um automóvel para cada 8,16
importância das rodovias para criar um mercado
habitantes.
nacional.
Em 1937, com a criação do DNER, a
organização e a expansão do setor rodoviário RELAÇÃO NÚMERO DE HABITANTES E
tornou-se política de Estado. Assim, na década de AUTOMÓVEIS
1950 – impulsionado pela indústria - o transporte o SE ‐ 5,52
rodoviário transformou-se no principal meio de
o SUL ‐ 4,85
locomoção do país. Atendia o interesse da
o CO ‐ 6,22
34 indústria automobilística e das grandes
o NE ‐ 17,67
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GEO 01
o NORTE ‐ 17,61 possibilitou a interiorização com base nas
rodovias Os grandes projetos rodoviários
objetivam:
Em 2000, a relação de habitantes por veículo
- ocupar os vazios demográficos (áreas de
era de 8,4, e atingiu 5,5 em 2011. No período
baixa densidade demográfica).
compreendido entre 2004 e 2011, a frota brasileira
aumentou 54,8%, totalizando 34,8 milhões de - transferir excedentes populacionais (ligas
veículos no ano passado, enquanto a população camponesas NE, flagelados das secas)
cresceu em ritmo bem menor, de 5,7%, chegando
- facilitar a ocupação e a pesquisa mineral
a 192,3 milhões de pessoas em 2011.
- integração do Centro-Sul à Amazônia –
O peso das relações pré-existentes e os níveis
(Perimetral Norte, Transamazônica)
de renda relativamente inferiores contribuem para
uma maior relação automóvel X habitante nas - Integrar o transporte fluvial da Bacia
regiões N e NE. Amazônica com o modal rodoviário.
Este reflexo verificado no transporte particular Mesmo com os grandes projetos
também pode ser observado no transporte de desenvolvidos na Amazônia como: de extração
passageiros. No NE, a quantidade de linhas mineral, projetos agropecuários e construção de
intermunicipais é menor que a metade do número eixos rodoviários, as rodovias ainda continuaram
de linhas do SE. concentradas no Sudeste. As crises do petróleo
(1973 e 1979) contribuíram para mostrar a
A presença do poder público no sistema de
ineficiência dos grandes projetos rodoviários,
transportes é insuficiente. A presença de capital
devido à dependência do país a uma fonte de
privado exige uma oferta de consumo mínimo
energia que não éramos auto-suficientes - o
como forma de perspectiva de lucro para as
petróleo.
empresas.
Projeto de interligação do país
No ano de 2000, o sistema rodoviário
respondia por 96% do transporte de passageiros e - Radiais – início 0 (Ex 010)
62% das mercadorias. A partir desses números
- Longitudinais – início 1 (Ex 101)
podemos entender o motivo do ditado popular o
qual afirma que “o Brasil caminha na carroceria - Transversais – início 2 (Ex 272)
do caminhão”.
- Diagonais – início 3 (Ex 364)
Maior caminhão do mundo – Caterpillar 797B
- De ligação – início 4 (Ex 425)
Quem é dona desta incrível marca é a empresa
Algumas rodovias que merecem destaque:
norte-americana Caterpillar que fabricou o maior
caminhão do planeta, desbancando o Terex Titan BR 364 – integra o projeto para a saída para o
33-19 que até então era o dono do título. Pacífico possibilitando integrar a região Norte e
Centro-Oeste com o mercado do Pacífico. Integra
Um detalhe interessante é que o imenso motor
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
a área de produção de soja do MT o Porto de
a diesel não movimenta o caminhão. Ele serve de
Porto Velho e deste com a hidrovia do Madeira
fonte de energia (3650-horsepower ou 2723-
(Porto Velho – RO a Itacoatiara – AM) BR 174 –
kilowatt) para dois motores elétricos, que estes
Manaus – Boa Vista – integra Manaus – Caracas.
sim, tracionam as enormes rodas. Custa apenas 3
Saída para os produtos da Zona Franca de
milhões de dólares…
Manaus. BR 230 – Liga o NE à Amazônia – sem
funcionamento em grande parte.
A integração regional BR 163 – Trecho Cuiabá – Santarém – trechos
sem funcionamento em período de chuva.
A rodovia conseguiu realizar a integração
regional do país. O marco dessa integração foi a BR 101 e BR 116 – Atravessam as principais
construção dos trechos Rio – Bahia (1963) e áreas econômicas do país.
Régis Bittencourt (BR 116) que ligava as regiões
BR 277 – Saída ao Atlântico por rodovia para
NE, SE e Sul.
o Paraguai, até o porto de Paranaguá.
Essas obras refletem a interligação da região
BR 262 – Saída ao Atlântico por rodovia para
litorânea, área de maior densidade demográfica e
a Bolívia (via porto de Vitória). Já tem uma saída
sede das principais cidades do país.
por ferrovia (noroeste do Brasil) que liga La Paz
O projeto de integração territorial passa ao porto de Santos.
também pela construção de Brasília que
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GEO 01
com o desenvolvimento das hidrovias foi tanta
que, nos anos 1970, construiu-se a rodovia
PRIVATIZAÇÂO
Transamazônica, paralela e relativamente próxima
1995 – privatização de rodovias por meio de ao rio Amazonas, ou seja, teria sido bem mais
concessões. eficaz e barato que os recursos despendidos
tivessem sidos alocados em uma hidrovia.
As concessionárias devem:
O sistema completo reúne embarcações e toda
- pagamento ao governo;
a interligação estabelecida pelos portos.
- realizar manutenção e melhorias;
Navegação de Longo Curso
Podem cobrar pedágios.
Demanda de embarcações estrangeiras.
10000 km privatizados.
Navegação de Cabotagem
Aumento de 45% do pedágio no período 1997
Principais portos de saída: Torguá e Angra dos
a 2001.
Reis (RJ), Tubarão (ES), Aratu (BA) e Natal (RN)
- encarecimento das viagens; – 70% do embarque.
- aumento dos custos com transporte de Principais portos de entrada: São Sebastião e
cargas. Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES) –
mais da metade da carga.
Transporte urbano
Loyd Brasileira – empresa de navegação
- descompasso entre a demanda e a oferta;
brasileira – entrou em concordata na década de
- aumento do transporte informal ou 1980 – falta de investimentos.
clandestino.
Navegação interior
Na região amazônica o transporte hidroviário é,
para a maior parte de sua população, a base do seu
diálogo com o país, uma vez que os vínculos
aéreos permanecem restritos a uma pequena
camada da sociedade.
TRANSPORTE AÉREO
O Brasil tem hoje 255 aeroportos públicos
com código IATA (International Air Transport
Association), e dados de 2007 apontavam que o
Maior navio cargueiro do mundo – Knock país tinha 2.498 aeroportos e aeródromos (locais
Nevis O Super-Petroleiro Knock Nevis, é o maior sem terminais de passageiros), sendo 739 públicos
navio do mundo, sendo assim o mais pesado e 1.759 particulares. Comparando com os
objeto móvel já construído pelo homem. Depois números da Organização Internacional da Aviação
de inúmeras reformas e mudanças de nome (já foi Civil (ICAO, em inglês), isso significa o segundo
chamado de Seawise Giant, Happy Giant, Jahre maior número de aeroportos do mundo, atrás
Viking), hoje o Knock Nevis não navega mais. apenas dos Estados Unidos, que têm 16.507 locais
Ele atua como uma Base Flutuante de para pouso e decolagem de aeronaves.
Armazenamento de Produtos Petrolíferos (ou FSO Ainda com os dados de 2007, um número
– Floating Storage and Offloading), pertencente à alarmante: 90% do tráfego aéreo no Brasil era
norueguesa Fred Olsen Production e está concentrado em apenas 20 aeroportos. Pior ainda,
atualmente no Qatar para a Maersk Oil. dos 67 maiores aeroportos (operados pela
INFRAERO), 70% tinham horários ociosos. Isso
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GEO 01
significa uma enorme concentração de voos em
poucos locais e horários, colocando ineficiências
Ano 1945 1975 1986 1995
em todo o sistema. Isso se deve ao crescimento
desordenado dos voos e da falta de planejamento Quantidade de 245.672 6.512.649 15.508.850 18.039.779
para a organização dos mesmos. passageiros
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GEO 01
Corredor de exportação do Rio Grande rodoviário provoca maior poluição atmosférica e
agrava os congestionamentos em algumas estradas
Esse corredor destina-se a estimular as
e nas grandes metrópoles do país.
exportações de sua área de influência, compostos
predominantemente de produtos manufaturados, O transporte interno, baseado
como calçados e artigos de couro. fundamentalmente nas rodovias, demonstra-se
ainda mais oneroso pelo estado de conservação
Corredor de exportação de Paranaguá
das estradas.
Podem, se relacionar como principais produtos
O custo de pavimento é alto e sua qualidade
de exportação nesse corredor, o café, o algodão, a
baixíssima: dura em média cinco anos, enquanto
soja, o milho, e, potencialmente, o sorgo, a carne,
nos EUA e na Europa a pavimentação dura em
a madeira. As rodovias componentes desse
média vinte anos.
corredor formam um feixe convergente na cidade
de Curitiba, de onde parte a estrada de acesso ao
porto de Paranaguá.
Novas políticas de transporte
Criar condições para estabelecer a ligação da
Corredor de exportação de Vitória‐Tubarão área de produção com o mercado consumidor,
configurando uma nova estrutura em “bacia de
A área de influência desse corredor é formada
drenagem” por meio de empreendimentos
pelos Estados do Espírito Santo, de Minas Gerais
privados.
e do Rio de Janeiro.
A lei da Parceria Público-Privado – (PPP) ira
Esse corredor contempla o Quadrilátero
criar condições para aumentar os investimentos
Ferrífero, bem como as áreas com potenciais para
em infraestrutura.
a exportação de madeira, carne, cereais, além de
outros produtos manufaturados. Estamos passando por um processo de
modernização das rodovias, com duplicação de
vários trechos.
DUTOS
Prezado estudante, deve ficar claro que a
O transporte dutoviário pode ser dividido em: opção brasileira por transporte rodoviário
representa um custo quatro vezes mais caro que o
1 - Oleodutos, cujos produtos transportados
ferroviário e quase vinte vezes mais caro que o
são em sua grande maioria: petróleo, óleo
hidroviário. A enorme primazia do transporte
combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP,
rodoviário acarreta um excessivo gasto de energia,
querosene e nafta, e outros.
especialmente de petróleo.
2 - Minerodutos, cujos produtos transportados
são: Sal-gema, Minério de ferro e Concentrado Políticas territoriais no setor
Fosfático.
de energia: matriz, distribuição
3 - Gasodutos, cujo produto transportado é o e tecnologias
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
Petróleo
Álcool
Em 1938 foi criado CNP – Conselho Nacional
de Petróleo- era o mercado da ação do Estado no Entre as vantagens apresentadas está a
Planejamento energético do país. recuperação econômica do Nordeste que passa por
crises sucessivas, e ainda nos dias atuais apresenta
Em 1939 foi descoberto primeiro poço na
alternativa para a redução do aquecimento global.
Bahia (Lobato).
Desvantagens - As primeiras críticas estão
Em 1953 foi criado a Petrobrás que teve o
relacionadas as:
monopólio sobre as atividades ligada a produção e
refino do petróleo. Ficou fora do monopólio a - não resolver o problema do diesel e sim da
distribuição. gasolina – o transporte dependia do óleo;
A política energética na década de 50 foi - ocupação de terra fértil.
influenciado pelo movimento
- trazia consigo o problema dos rejeitos –
44 vinhoto e bagaço
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GEO 01
Com o avanço tecnológico a produção do que aumenta à proporção de 3 graus a cada 100
álcool é muita aceita, pois passou a ser uma metros de profundidade. Representa apenas 0,3%
alternativa a gasolina que polui muito mais. O da eletricidade produzida no planeta.
vinhoto passou ser utilizado na produção de
Pró: custos mais estáveis que os de outras
fertilizantes e o bagaço na produção de energia
fontes alternativas. É explorada nos Estados
em termelétrica e nas caldeiras das usinas, só não
Unidos, Filipinas, México e Itália.
resolveu questão da distribuição da terra.
Contra: só é viável em algumas regiões, que
não incluem o Brasil. É mais usada como auxiliar
Energia Nuclear nos sistemas de calefação.
desenvolvidas.
nela a usina do Tucuruí, cuja energia abastece o
b) Os rios não têm volume de água suficiente e as projeto Carajás;
embarcações são muito deficitárias.
( ) o São Francisco é um rio de planalto, que
c) A rede de drenagem é endorrêica e os rios de nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, e
planícies encontram-se fora das áreas mais atravessa os estados da Bahia, Pernambuco,
desenvolvidas. Alagoas e Sergipe.
d) O custo de transporte rodoviário é baixo e a
expansão da rede ferroviária foi rápida.
15. Verifique se os itens a seguir apresentam
e) A maioria dos rios é intermitente e as CORRETAMENTE características de três bacias
embarcações possuem pequeno calado. hidrográficas brasileiras e o seu aproveitamento:
I - BACIA AMAZÔNICA - A maior do Brasil. O
13. Os solos amazônicos, nos quais está rio principal é de planície, excelente para a
navegação. Nos seus afluentes, existem inúmeras
sustentada a densa floresta equatorial úmida,
cachoeiras, o que lhe confere um elevado
podem ser caracterizados pela
potencial hidráulico.
II - BACIA DO SÃO FRANCISCO - O rio
50 principal nasce em Minas Gerais e percorre áreas
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de clima semi-árido no interior nordestino. Parte 17. Analise as afirmativas abaixo sobre o
de seu curso é utilizado para a navegação, como processo de industrialização no Brasil e, a seguir,
fonte de energia e para a irrigação de uma área do assinale a alternativa correta.
Sertão nordestino.
I. Muitas das economias externas necessárias à
III - BACIA DO PARANÁ - O rio principal, atividade industrial, como centrais elétricas,
formado pelos rios Grande e Paranaíba, deságua usinas siderúrgicas e estradas, entre outras, foram
no estuário do Prata. A bacia é formada por rios feitas à custa dos investimentos do Estado
de planalto, e o seu potencial energético é brasileiro.
amplamente aproveitado.
II. A aceleração do processo de substituição das
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): importações do Brasil, a partir da II Guerra
a) I Mundial, revelou que as economias externas do
Sudeste já apresentavam condições para produzir
b) II bens de consumo duráveis.
c) I e II III. A política de descentralização industrial,
d) II e III promovida pelo Estado brasileiro, foi motivada
por uma necessidade de integração territorial e
e) I, II e III potencialização dos fluxos migratórios
interregionais.
a) Somente I está correta.
16. (Vunesp) Observe o esquema que se refere a
um dos mais importantes momentos do b) Somente II está correta.
processo de industrialização brasileira.
c) Somente I e II estão corretas.
Assinale a alternativa que completa, correta a I e
d) Somente II e III estão corretas
e) Todas as afirmativas estão corretas.
GABARITO
II respectivamente, o esquema.
1. A 2. D 3. C
a) estrangeiros (multinacionais) -investimentos
em infra-estrutura.
Capítulo: GEO 01 - PRODUÇÃO E TERRITÓRIO
4. C 5. C 6. B
b) nacionais (originários do café) - políticas de
privatização.
7. E 8. E 9. E
c) nacionais (originários da pecuária) -
investimentos em infra-estrutura. 10. B 11. A 12. A
d) estrangeiros (multinacionais) - políticas de
privatização. 13. C 14. V F F V V 15. E
e) nacionais (originários do café) - formação de
mão-de-obra especializada. 16. A 17. A
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GEO 02
Com isso se inicia uma ação ambiental que materiais construtivos é calculado levando em
passa a ser executada em todo mundo, em ritmos consideração não somente a luz visível, mas as
diferenciados. Daí vem a proibição do uso de radiações infravermelha e ultravioleta na medida
determinados produtos como o DDT (Dicloro- em que todas influenciam no microclima urbano.
Difenil-Tricloroetano (DDT) se tornou um dos Como conceito a Ilha de calor: é o nome que se dá
mais conhecidos inseticidas de baixo custo) – para o aquecimento climático maior das áreas
lembrem-se da música de Raul Seixas, a mosca urbanas em relação às áreas rurais circunvizinhas.
que falava sobre o uso do DDT. O contraste entre a temperatura média no centro
de uma grande cidade e de suas áreas rurais
A discussão sobre o meio ambiente vinha, de vizinhas varia, em média, de 4 a 6°C, podendo
certa forma, disfarçada na resistência ao chegar a 11°C, levando a um grande desconforto
imperialismo vigente. A canção de Odair José – da população durante o verão e a um grande
Pare de tomar a pílula – também faz uma crítica aumento no consumo de energia elétrica usada na
ao que se observava para o controle da natalidade refrigeração dos ambientes domésticos,
como forma de denunciar o modelo imposto pelo comerciais e industriais.
sistema dominante.
O que se vê nesse processo é que chegamos no
século XXI, com graves problemas ambientais
herdados da despreocupação e da incompreensão
que o meio ambiente é um sistema e está
52 interligado. Desse modo podemos relacionar
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GEO 02
Fonte:EPA-US/Mod. E.Zimbres
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3) Produção de lixo sólido - o descarte do lixo equilíbrio com os animais, aves e insetos da
em local inadequado além de contribuir para o região, por uma vegetação alienígena - o cultivo
aquecimento global também produz chorume que (pastos ou plantação agrícola).
polui o solo e o lençol freático.
Assim ao listarmos os problemas ambientais
4) Poluição do ar - emissão de poluentes pelos causados pela atividade agropecuária sempre
carros, fábricas, poeira, etc. listaremos os desmatamento como o principal
problema. Segue a esse o uso das queimadas
5) Poluição das águas - a produção de esgoto,
como estratégia para a limpeza da região
que na maioria das cidades brasileiras são
desmatada ou como manejo de pastagens.
lançados nos rios sem nenhum tratamento, polui
os mananciais que são as fontes para o Seguem abaixo alguns dos principais
abastecimento das próprias cidades. O uso de problemas:
detergentes com bactericidas é um problema ainda
a) Desmatamento – o desmatamento
maior, pois pode contribuir para desenvolver
apresenta-se como o maior vilão para a
microrganismos resistentes aos medicamentos que
quebra do equilíbrio ambiental. Se não
utilizamos nos tratamentos convencionais;
fosse somente a modificação do albedo da
6) Inversão térmica - mais comum nas superfície – retirada da vegetação que tem
cidades mais frias. A camada de poluição impede baixa absorção de calor pela exposição da
a entrada dos raios solares até a superfície. Com terra nua que tem maior capacidade de
isso o ar frio próximo ao solo concentra a absolver calor, ainda desencadeia outros
poluição e aumenta os casos de doenças problemas que listamos a seguir:
respiratórias.
b) destruição do solo – devido à exposição
7) Erosão - a ocupação de encostas, em ao sol e chuva;
especial por moradias de população de baixa
c) aumento do escoamento superficial –
renda, causa o avanço da erosão. E comum no
como não se tem as plantas para reduzir a
verão, período mais chuvoso, ocorrer
velocidade de escoamento, as águas das
deslizamentos nas encostas e causar mortes. Estes
chuvas escoam mais rapidamente,
deslizamentos podem atingir até bairros e cidades
diminuindo a percolação no solo – reduz
inteiras.
o abastecimento do subsolo;
8) Enchentes - uma das consequências da
d) aumento da erosão – os solos são
ampliação das áreas urbanizadas é o aumento das
erodidos pela ação efetiva da água;
chuvas torrenciais. Essas chuvas, normalmente de
verão, ocorrem devido ao maior aquecimento das e) aumento do assoreamento dos rios –
áreas urbanas e consequente aumento da com o aumento da erosão, as águas que
evaporação. Com isso há a formação de chuvas vão para os rios e lagos contém mais
convectivas. O maior volume de chuvas material sólido aumentando o aumento da
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
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GEO 02
impacto. Assim, falar em exploração sem impacto
significa fazer o homem retornar aos níveis de
tecnologia e consumo da idade da pedra, quando o
homem não passava de um ser integrado ao meio.
Naquele tempo a expectativa de vida do
homem era de algo em torno de 27 anos, e quando
falamos em expectativa é que a maioria sequer
chegava a essa idade.
O domínio do fogo, e consequentemente das
fontes de energia, permitiu ao homem uma
mudança técnica significativa de modo a poder,
na atualidade, ter a capacidade de obter energia de
diversas fontes, algumas mais eficientes, outras,
nem tanto.
Devo deixar claro que todas as escolhas são
motivadas pelo custo da energia produzida. A
popularização de uma tecnologia e consequente
uso e produção em larga escala reduz o custo da
energia, mas ainda não conseguimos superar a
nossa principal fonte de energia, talvez a mais
antiga utilizada pelo homem - o petróleo.
A exploração desta fonte permitiu desenvolver
mais que uma fonte concentrada de energia mas
também centenas de subprodutos que hoje está
presente em todos os setores de nossa vida.
Destacamos ainda como problemas associados
à produção agropecuária: É possível pensar em um carro movido a
álcool ou painéis solares, contudo estamos longe
1) compactação do solo - o uso intensivo de de arrumar um substituto para o plástico ou
maquinas agrícolas e o pisoteio do gado faz com benzina, o nafta, asfalto, ou outro subproduto.
que o solo seja compactado. Com a compactação
reduz a capacidade de percolação e influencia no Impossível substituir - NÃO. Viável a
abastecimento dos lençóis freáticos; substituição a curto prazo - TAMBÉM NÃO.
4) Salinização do solo - o uso da irrigação leva Entre as vantagens apresentadas está a
a concentração de sais no solo, reduzindo a recuperação econômica do Nordeste que passa por
produtividade. crises sucessivas, e ainda nos dias atuais apresenta
alternativa para a redução do aquecimento global.
5) Desertificação - em algumas áreas de clima
tropical pode ocorrer a desertificação. Há a perda Desvantagens - As primeiras críticas estão
da capacidade dos ecossistemas de regeneração e relacionadas as:
a capacidade de produzir. - não resolver o problema do diesel e sim da
gasolina – o transporte dependia do óleo;
- ocupação de terra férteis.
Energia e Meio Ambiente:
- trazia consigo o problema dos rejeitos –
impactos socioambientais das vinhoto e bagaço
diversas matrizes energéticas Com o avanço tecnológico a produção do
brasileiras álcool é muita aceita, pois passou a ser uma
alternativa a gasolina que polui muito mais. O
Ao explorarmos qualquer riqueza no meio
ambiente estaremos causando algum tipo de
vinhoto passou ser utilizado na produção de
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GEO 02
fertilizantes e o bagaço na produção de energia processamento industrial de celulose e bagaço de
em termelétrica e nas caldeiras das usinas, só não cana-de-açúcar.
resolveu questão da distribuição da terra.
Pró: aproveita restos reduzindo o desperdício.
CARVÃO MINERAL HIDRELÉTRICA
Pró - fonte de energia barata e abundante Pró: é uma fonte de energia renovável, que
Contra - produz efluentes altamente tóxicos produz eletricidade de forma limpa, não poluente.
como e outros metais pesados Libera CO2 que Contra: construção de barragens. Podem ter a
contribui para ao aquecimento global e para a operação prejudicada pela falta de chuvas.
chuva acida.
PETRÓLEO
Pró - fonte de energia barata e abundante. É A dinâmica da natureza no
uma fonte de energia que tem grande penetração espaço brasileiro
tecnológica em outros setores econômicos.
Contra - produz efluentes altamente tóxicos
como e outros metais pesados Libera CO2 que A Dinâmica Climática no Brasil
contribui para ao aquecimento global e para a
chuva acida.
O SER HUMANO E OS RECURSOS NATURAIS
ENERGIA NUCLEAR É possível viver sem explorar os recursos
oferecidos pelo planeta?
Alternativa para reduzir a dependência do
petróleo. Vamos estudar um pouco a relação tão séria
que existe entre as pessoas e a natureza, partindo
Problemas do princípio que para criticar é necessário
Exige grande investimento, demora para entrar conhecer. Podemos começar com a seguinte
em operação e produz lixo radioativo. Sofre o pergunta:
estigma de acidentes, como o de Chernobyl. QUEM DEPENDE DE QUEM?
Pró: produz eletricidade de forma limpa, não Não responda. Lembre-se – a pergunta não é
contribui para o efeito estufa. tão simples quanto parece. Vamos reformular a
pergunta par ficar mais claro.
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
Latitude
Altitude
Continentalidade
Maritimidade
Correntes marinhas
Considerando nosso objetivo devemos
observar as características do nosso país e a
posição deste no globo terrestre para
compreendermos os diversos tipos de climas
existentes em nosso país.
92% está na zona intertropical (entre o
Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio)
93% está no hemisfério sul. Devemos
considerar ainda que o hemisfério sul tem o O deslocamento das massas de ar se dá devido
predomínio das massas líquidas – oceanos – e a à formação de zonas de alta e baixa pressão na
característica física das águas também conferem superfície terrestre. A distribuição desigual da
elevado grau de umidade. energia local nas zonas de baixas, médias e altas
Massa de ar – é uma grande porção da latitudes causa um aquecimento diferencial da
atmosfera, que se caracteriza ou se individualiza superfície terrestre e também a formação de áreas
por suas qualidades de temperatura e umidade. com pressões deferências.
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GEO 02
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GEO 02
climáticos do Brasil (para refletir). Relevo brasileiro – predomínio de planaltos.
Clima – predomínio de climas quentes e
úmidos.
Climas Controlados por Massas de Ar
Equatoriais e Tropicais Essas duas características nos ajudam a
compreender a realidade da nossa rede
hidrográfica que é rica em rios e pobre em lagos,
Equatorial Úmido (Convergência dos predomínio do regime pluvial com o predomínio
Alísios) de rios perenes e drenagem exorréica.
drenagem exorréica – os rios deságuam para
Tropical (Inverno seco e verão úmido)
fora do continente – nos oceanos
Tropical Semi‐Árido (Tendendo a seco pela drenagem endorréica – os rios deságuam para
irregularidade da ação das massas de ar) dentro do continente – em lagos.
4) Clima litorâneo úmido exposto às massas A maior bacia hidrográfica do planeta tem sua
tropicais marítimas, englobando estreita faixa do vertente delimitada pelos divisores de água da
litoral leste e nordeste; cordilheira dos Andes, pelo planalto das guianas e
pelo planalto central. Seu rio principal nasce no
5) Clima subtropical úmido das costas orientais e peru, como o nome de Marañon, e passa a ser
subtropicais, dominado largamente por massa denominado Solimões da fronteira brasileira até o
tropical marítima, englobando a Região Sul do encontro com o rio Negro, a partir daí, recebe o
Brasil. nome de Amazonas. É o rio mais extenso (total de
7.100 km) e de maior volume de água no planeta.
Os rios dessa bacia correm sobre um relevo
Dinâmica da Hidrografia predominantemente plano, o que reduz a
velocidade das águas, criando um padrão
meândrico, com lagos marginais e campos de
O estudo da hidrografia está intimamente inundação nos períodos das cheias. São típicos os
ligado ao estudo do clima e do relevo. Então igarapés (pequenos córregos).
vamos relembrar alguns detalhes:
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GEO 02
O alto índice pluviométrico na região permite concentra nos rios tributários que estão em áreas
a formação de rios perenes com grande volume de de relevo planáltico.
água. O potencial hidrelétrico da bacia se
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
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GEO 02
Seus afluentes provenientes do hemisfério muito importantes os seus afluentes e formadores,
norte têm cheias de julho a setembro e os do como os rios Grande, Paranaíba, Tietê, Paranapa-
hemisfério sul, de dezembro a março. Isso nema, Iguaçu, dentre outros. Essa bacia hidrográ-
contribui para que a bacia apresente um regime fica é a que tem a maior produção hidrelétrica do
complexo, com mais de uma cheia anual. país, abrigando a maior usina hidrelétrica do
mundo: a Usina de Itaipu, no Estado do Paraná,
O avanço do desmatamento e do garimpo a projeto conjunto entre Brasil e Paraguai.
região tem trazido grandes problemas ecológicos
como o aumento da erosão e, com isso, aumento
de sedimentos a serem transportados pelos rios. Bacia do Paraguai
Essa realidade tem aumentado o assoreamento o
que causa, nos períodos de vazante, o surgimento Nasce na serra do Araporé, em Mato Gros-
de bancos de areia que atrapalham a navegação. so, a cerca de 100 km de Cuiabá, cortando de
norte a sul a enorme planície do Pantanal.
A bacia tem como característica um regime
misto: pluvial e nival. È uma bacia de planície, com bom aprovei-
tamento para a navegação. A bacia possui 2.345
km navegáveis, por onde circulam muitas merca-
Regime fluvial corresponde ao volume de água dos
dorias, destacando os minérios de ferro e manga-
rios durante o ano, se o aumento do volume das enchen‐
nês, extraídos do maciço do Urucum e embarca-
dos nos portos de Corumbá e Porto Murtinho.
tes e vazantes foi provocado por água da chuva caracteri‐
za‐se então por regime fluvial. Caso a enchente e vazante
sejam decorrentes do degelo em montanhas é denomi‐
nado de regime níval. Às vezes podem ocorrer os dois
Bacia do Uruguai
casos em um mesmo rio (ex. rio Amazonas) Formada pela junção do rio Canoas, que
vem de SC, com o rio Pelotas, que vem do RS.
Depois de fazer a divisa entre os dois estados o rio
Bacia do Tocantins‐ Araguaia Uruguai desvia-se para o sul. Separando as terras
do Brasil e Argentina, indo desembocar próximo a
Ocupa uma área de 803.250 km2, metade Buenos Aires, no rio da Prata, após ter percorrido
pertencente ao rio Tocantins e metade ao rio Ara- uma extensão de 1.500 km.
guaia.
O rio Tocantins nasce a cerca de 250 km
de Brasília com sua nascente no Brasil central, em Bacia Platina
Goiás. O rio Araguaia nasce em Mato Grosso, na
fronteira com o Goiás, circunda a ilha do Bananal É a segunda maior bacia do mundo e é
(maior ilha fluvial do mundo) e une-se ao rio formada pela confluência dos rios Paraná, Para-
Tocantins no estremo norte do estado de mesmo guai e Uruguai. A navegação nessa bacia é impor-
nome, ai definindo a região denominada Bico do tante devido permitir a integração de territórios
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
Papagaio. dos países pertencentes ao Bloco Econômico do
Mercosul.
Ambos os rios apresentam variações de
declividade ao longo do percurso, o que lhes con-
ferem bom potencial hidrelétrico. Nessa bacia é Bacia do São Francisco
importante lembrar a construção da Hidrelétrica
de Tucurui que foi construída com o objetivo de Drena terras de cinco estados, MG, BA,
fornecer energia para o Projeto Carajás. PE, SE e AL, fazendo a ligação entre o NE e o
SE.
O rio São Francisco tem extensão de 4.133
Bacia do Paraná km, drenando uma área de 631.133 km2, nasce na
Drena a porção centro-meriodional do país, serra da Canastra. Apesar de atravessar uma regi-
abrangendo os estados de MG, O, MS, SP, PR, ão de clima semi-árido, o rio é perene devido ter
SC com área de 891.309 km2. sua nascente em área de clima tropical, chuvoso.
Tem como rio principal o rio Paraná, o dé- No seu trecho inicial, após a descida da
cimo sétimo mais extenso do mundo, com 2.940 serra da Canastra, está a hidrelétrica de Três Ma-
km. rias. No interior do NE apresenta novas hidrelétri-
cas que tem função importante no fornecimento
O rio Paraná tem suas nascentes na região de energia para a região e no plano de desenvol-
Sudeste, separando as terras do Paraná do Mato vimento industrial do NE.
Grosso do Sul e do Paraguai. O rio Paraná é o
principal curso d'água da bacia, mas também são 63
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O trecho navegável dessa bacia está no tre- estados de MG, MS, GO, SP, PR, SC e RS. É um
cho entre Pirapora, em MG, até Juazeiro, na BA. sistema transnacional.
Atualmente, discute-se o uso das águas do A preocupação com o aquífero é manter a
São Francisco para outros fins, como o projeto de qualidade da água, que ainda está livre de conta-
transposição e ainda o uso para a irrigação. minação. Devido a sua ocorrência coincidir com
uma área de grande desenvolvimento agrícola,
com intenso uso de químicos no cultivo, é uma
Bacia do Nordeste preocupação o monitoramento e controle do uso
de agrotóxicos visando a preservação do aquífero.
Esse é um conjunto de bacias agrupadas
em uma área de 884.835 km2. Abrange grande
área no NE – do MA a SE – e caracteriza-se por
apresentar dois tipos de rios: Dinâmica da vegetação ‐
o Rios perenes – predominantes na parte oci- Aspectos Biogeográficos e os
dental da região, destacando-se o rio Parnaíba Ecossistemas no Brasil
no qual foi instalado a usina hidrelétrica de
Castelo Branco.
o Rios temporários – predominantes na parte DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS
mais interior do território e nos litorais do CE
e RN, Nessa áreas há inúmeros açudes, cons- Os domínios morfoclimáticos são entendidos
truídos para reter a água recolhida no período como a combinação ou síntese dos diversos
chuvoso e assim amenizar o efeito da seca. elementos da natureza, caracterizando ou
Destaca-se entre os açudes o de Orós, no rio individualizando uma determinada porção do
Jaguaribe. território.
A paisagem natural é constituída por vários
elementos: estrutura geológica, clima, relevo,
Bacia de Leste solos, vegetação e hidrografia - que se
Esse agrupamento de bacias entende-se de influenciam mutuamente, cada um deles
SE até o litoral paulista. Seus rios descem direta- interligado aos demais e definindo um conjunto
mente dos planaltos e serras para o oceano, apre- particular.
sentando, por isso, inúmeras corredeiras e quedas Dentre esses elementos, destaca-se,
d´água, o que dificulta a navegação, Devido a não principalmente, o clima e o relevo como
integração dos rios o volume de água é pequeno o
fundamentais pela influência que exercem sobre o
que também interfere no aproveitamento energéti-
meio ambiente. Desde a sua formação (± 4,5
co.
bilhões de anos), a Terra sofreu várias
modificações em seu clima, com períodos de
aquecimento e resfriamento, elevação ou
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
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GEO 02
suas estâncias (fazendas de gado) e a rizicultura - as espécies necessitam de uma quantida-
são as principais atividades econômicas nesse de de luminosidade para se reproduzirem;
domínio e contribuem para a modificação da co-
Observando essas afirmativas podemos
bertura vegetal original.
concluir que existem fatores que limitam à proli-
feração das espécies e desse modo influenciam na
cobertura vegetal. Assim, para compreendermos
DOMÍNIOS FITOGEOGRÁFICOS
as diversas coberturas vegetais é preciso conside-
Chamamos de domínio fitogeográfico ao rar os diversos domínios climáticos existentes.
conjunto de tudo aquilo que existe na natureza:
relevo, climas, tipos de solos, vegetação, hidro-
grafia, geologia, suas relações e importância para
os seres vivos do planeta. Como a vegetação é
uma das partes que mais se destaca chamando a
atenção das pessoas, normalmente utilizamos a
formação vegetal que predomina num determina-
do espaço geográfico para indicar o domínio.
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GEO 02
VAMOS À CARACTERIZAÇÃO DE CADA GRUPO. lucro diminuiu o que gerou pressão pela ocupação
de novas áreas aumentando, assim, o desmata-
mento.
FORMAÇÕES FLORESTAIS Floresta latifoliada tropical
São áreas vegetais com espécies de grande Floresta exuberante, bastante parecida com
porte abrigando arvores menores, arbustos e her- a floresta equatorial. Heterogênea e densa aparece
báceas sob as suas copas. O país tem grandes em diferentes pontos do país onde a temperatura é
formações florestais classificadas em dois tipos: elevada e é alto o teor de umidade.
latifoliadas e acicufoliadas.
No litoral, com o nome de mata atlântica,
Floresta latifoliada equatorial estende-se do RN ao RS. No interior do SE ela
Conhecida como floresta amazônica ou aparecia em quase toda a área drenada pelo rio
hiléia e ocupa cerca de 40% do território nacio- Paraná e seus afluentes, sendo por isso conhecida
nal. Estende-se por quase toda a região Norte, como mata da bacia do Paraná.
pela porção setentrional do Mato Grosso e pela A intensa ocupação humana na região de
porção ocidental do Maranhão. ocorrência dessa cobertura vegetal está muito
Característica de clima quente e superúmi- degradada, deixando de existir em muitos pontos
do a floresta é extremamente heterogênea e densa. sendo substituída por áreas agrícolas.
Divide-se em três extratos: As áreas mais preservadas são as da serra
Igapó – parte da floresta que se desen- de mar que, devido ao tipo de relevo, dificultou a
volve nas partes baixas onde o solo é permanen- ocupação humana e a exploração florestal.
te inundado. Tem sua principal área de ocorrên- A destruição dessa vegetação remonta a
cia no baixo Amazonas. Espécies: piaçava, açaí, ocupação do território pelos portugueses e o de-
vitória-régia. senvolvimento da agricultura comercial voltada à
Várzea – parte da floresta que se desen- exportação. A cultura canavieira no litoral do NE,
volve na parte de médio relevo. Nessas áreas as o avanço do cultivo de café em SP e MG e atual-
inundações são periódicas. Espécies: Seringuei- mente a expansão urbana e o crescimento da ação
ra, cacau. das madeireiras e da poluição são fatores que
contribuem para a destruição dessa floresta.
Uma importante relação dessa área com a
produção local de alimentos. Com a inundação é
periódica há uma fertilização do solo que é utili- Mata de cocais
zado na agricultura.
Formação de transição, concentrada no
Terra firme - é a parte da vegetação que meio-norte. Essa região é a transição de dois tipos
se desenvolve nas regiões mais altas que estão climáticos – a oeste o clima superúmido equatori-
livres da inundação. É o trecho mais exuberante al e a leste o semi-árido.
da floresta. Espécies: cedro, castanha, mogno.
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
Apesar da exuberância da floresta não en-
contramos grande fertilidade nos solos da região.
A manutenção da floresta se dá pela reciclagem
de nutrientes da própria floresta que disponibiliza
os nutrientes para a sustentação de tão grande
quantidade de plantas.
Como temos elevadas temperaturas e gran-
de umidade fica facilitada o trabalho dos microor-
ganismos na desintegração das folhas, galhos e
animais que morrem e recobrem o solo.
Experiências agrícolas na Amazônia mos-
traram-se desastrosas por negligenciar esse siste-
ma que ocorre na região. Com o desmatamento o
solo ainda mantinha boa fertilidade por alguns As espécies mais importantes dessa for-
anos. Com a agricultura intensiva, queimadas e a mação são o babaçu e a carnaúba. Essa última
falta de reposição o solo empobrecia, ficava ex- também é conhecida como a “árvore da providên-
posto ao grande volume de chuvas e em pouco cia” pois dela tudo se aproveita – a folha é utiliza-
tempo tornava o cultivo caro. É importante lem- da para retirar a cera e para cobertura das casas (é
brar que no inicio o baixo investimento em adu- ainda temos casebres cobertos de palha pelo Bra-
bação fez a atividade agrícola ter grande lucrativi- sil); o caule e a raiz dos quais são extraídos insu-
dade, mas após a queda da fertilidade natural o 69
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GEO 02
mos para medicamentos; sementes – bebida; fruto raízes longas que se aprofundam no solo em busca
– alimento. de água.
Como é uma região muito pobre e o extrativismo A visão paisagística do cerrado levou a
ser uma atividade importante a floresta foi prote- afirmação que seu aspecto era devido à pobreza
gida e é considerada de interesse social. As for- do solo sendo a área utilizada economicamente
mações naturais, mesmo em áreas privadas, po- para a pecuária extensiva, aproveitando o extrato
dem ser exploradas livremente pelas famílias. herbáceo do cerrado.
Com o crescimento da importância econômica do O desenvolvimento de novas técnicas agrí-
uso da cera e do óleo na indústria de cosméticos já colas e estudos sobre o solo do cerrado possibili-
se observa o plantio de cultivos comerciais de taram o cultivo nessa região o que acelerou o
babaçu e carnaúba na região. processo de degradação.
O cerrado está dividido em quatro estratos,
conforme a predominância vegetal:
Floresta Acicufoliada subtropical
o Campos limpos – predominam as gra-
A floresta acicufoliada é uma formação tí-
míneas;
pica do clima subtropical, menos quente e úmido.
As espécies de árvores têm as suas folhas finas e o Campos sujos – as gramíneas aparecem
alongadas (em forma de agulha - daí o nome aci- intercaladas com espécies arbustivas;
cufoliadas). Esse recurso no formato da folha
evita a perda de água pela transpiração devido ter o Campos cerrados (cerrado) – predo-
uma menor área para a transpiração. É relativa- minam as espécies arbustivas de menor
mente homogênea, apresentando poucas varieda- porte;
des, predominando a araucária (pinheiro-do-
paraná). o Cerradão – formações nas quais as co-
Estendia originalmente do sul de SP ao norte do pas das árvores se tocam criando som-
RS, mas devido ser uma formação mais homogê- bra. O estrato herbáceo-arbustivo fica
nea e aberta, com espécies de bom proveito para a reduzido.
indústria, facilitou a exploração intensa.
Nessa formação vegetal encontramos tam-
Espécies nativas: canela, araucária, imbuia. bém a presença das MATAS GALERIA ou MA-
TAS CILIARES que acompanham os cursos
d’água. A maior umidade das áreas próximas aos
FORMAÇÕES COMPLEXAS mananciais permite a predominância de espécies
de maior porte.
As formações complexas correspondem
aos domínios dos cerrados, caatinga e do pantanal, A mata mais aberta e a presença de um re-
nos quais os estratos arbóreos e herbáceos convi- levo plano, com formações do tipo mesa, facilitou
vem na paisagem. o avanço da agricultura mecanizada o que impri-
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
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xação das dunas, sem essa vegetação
as dunas ficam suscetíveis à ação do
FORMAÇÃO HERBÁCEA
vento.
Essas formações são também denominadas
Praia – são comuns as espécies halófi-
campestres e são compostas de vegetação rasteira,
las – planta adaptadas a ambiente sali-
com gramíneas e pequenos arbustos. Tem ocor-
nizados - que proliferam em ambientes
rência em todo território brasileiro e diferencia-se
ricos em sal, como a salsa-de-praia e o
de acordo com as características climática e pedo-
jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do
lógicas (solos) da área de ocorrência.
litoral paulista.
Campos ‐ são os campos meridionais,
destacando-se a campanha gaúcha, no
RS. Nessa área encontramos a área de
gramíneas mais extensa e homogênea. Dinâmica da crosta terrestre
Também encontramos os campos de Va- ‐ estudo do relevo
caria, em MS. A atividade econômica
nessas áreas é a pecuária, mas a agricul-
tura mecanizada tem ocupado lugar de
Geologia e evolução da Terra
destaque nos últimos anos.
Para o estudo da evolução da Terra tornou-
Campos de hileia – correspondem às
se necessário dividir a sua existência em Eras que
áreas inundáveis da Amazônia oriental, foram subdivididas em Períodos e estes em Épo-
como o litoral do Amapá, ilha de Marajó cas (subdivisões dos períodos Terciários e Qua-
e golfão maranhense. ternários). Tudo isso, porque durante os estudos
Campos de altitude – na serra da Manti- conseguiu caracterizar alguns acontecimentos que
queira e na região serrana dos planaltos haviam ocorrido estes demarcaram as divisões do
residuais norte-amazônicos – chamados tempo geológico.
campos de Roraima. Com a formação do continente ancestral -
PANGEIA - a intensa atividade vulcânica e dos
constantes movimentos tectônicos formou-se os
Formação litorânea. terrenos mais antigos - os ESCUDOS CRISTA-
As formações litorâneas estendem-se por LINOS - com rochas magmáticas e metamórficas.
toda costa do país e apresentam constituições Essa formação inicial foi fragmentada e
variadas, condicionadas ao tipo de solo e ao nível iniciou o processo de formação dos continentes.
de umidade.
Deriva Continental - no final do período
Mangues – vegetação adaptada ã in- Triássico começou a ruptura do pangeia. No he-
tensa salinidade e à falta de oxigena- misfério norte definiu-se a LAURÁSIA e no sul a
ção do solo. A vegetação tem raízes GONDWANA. No Cretáceo a América do Sul
aéreas para ajudar na respiração começou a se separar da África originando o Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
(pneumatóforas – raízes que respi- Atlântico.
ram).
Através do tempo geológico os continentes
É considerado um berçário devido ao estiveram expostos a intensos processos de des-
grande número de espécies que reproduzem e tem gaste, possibilitando a ocorrência de rebaixamen-
a primeira fase de desenvolvimento nessa área. tos e soerguimentos. Suas formas atuais são resul-
Devido a importância dos mangues para a vida tado da modelagem exercida pela ação dos
animal nos oceanos tornou-se uma área de prote- AGENTES EXTERNOS ou AGENTES EROSI-
ção permanente. VOS (chuva, vento, rios, neve, etc.) atuando du-
A exploração do mangue é proibida, mas rante milhões de anos sobre as formas definidas
nessa região se desenvolve atividades econômicas pelos AGENTES INTERNOS (tectonismo, vulca-
como a extração do caranguejo. nismo e os abalos sísmicos).
A intensa atividade do manto (magma) é
Restingas – misturam espécies herbá-
capaz de romper e deslocar as placas da crosta a
ceas, arbustivas e arbóreas como a
uma velocidade de 1 cm ao ano, lenta demais para
aroeira-de-praia e o cajueiro, favore-
a nossa percepção, tanto que, os atuais continentes
cendo a formação de dunas.
começaram a ser definidos nos últimos 200 mi-
Dunas – a vegetação de duna é rasteira lhões de anos a partir da fragmentação da massa
e tem raízes profundas e grande exten- continental. Nas margens das placas tectônicas
são horizontal, formando verdadeiros forma-se uma área de constante expansão levando
os continentes a se afastar "atropelar" outras pla-
cordões vegetais. É importante na fi-
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cas permitindo uma constante renovação dos Ação das águas ( fluvial, marinha e glaci-
assoalhos oceânicos. al)
O oceano Atlântico se expande a partir da fluvial - escavação dos vales dos rios; tra-
Dorsal Mesoatlântica (margem construtiva), as balho dos rios - ESCAVAÇÃO - alto curso,
regiões banhadas por ele possuem atividade sís- TRANSPORTE - médio curso e DEPOSIÇÃO -
mica e vulcânica baixa. baixo curso;
No oceano Pacífico as margens das placas marinha - atua sobre as áreas litorâneas
pressionadas a oeste da América e a leste da Ásia, (abrasão marinha);
configura uma faixa de grande instabilidade, o
Cinturão de Fogo Circumpacífico (margem des- glacial - atua nas altas latitudes - teve ação
trutiva), com fossas submarinas, ilhas vulcânicas e nas médias latitudes durante as glaciações (MO-
intensa atividade tectônica (sismos e vulcanismo). VIMENTO DAS GELEIRAS).
No TERCIÁRIO com a formação das cor- Plataforma das Guianas – estão os pontos
dilheiras atuais (Andes, Rochosas)
mais elevados como (serras do Tumucumaque,
Acaraí, Paracaima, Parima, Imeri e outras);
Agentes externos - são os transformadores Plataforma Sul – Amazônica – estão os
do modelado (relevo) pontos como Chapada dos Parecis (RO/MT),
Serra do Carajás (PA), Serra do Cachimbo (PA);
Intemperismo químico - em função do
contato das rochas com a água e a umidade. É Plataforma do São Francisco – encontra-se
muito intensa nas regiões tropicais e equatoriais, a Chapada Diamantina. Esta área confunde-se
como no Brasil. com as áreas dos dobramentos antigos que a mar-
geiam, sendo de difícil identificação a limitação
Intemperismo físico - desintegração das entre as duas formações.
rochas por processo mecânico - aquecimento e
resfriamento que causa ruptura (rachadura) nas
rochas. É muito significativa nos desertos e nas b) As áreas de dobramentos antigos
altas latitudes (próximo aos polos)
Correspondem aos cinturões orogenéticos
Ação dos ventos - pela retirada de peque- datados do pré-cambriano e muito resistentes à
nas partículas depositando em outro local e ex- erosão. Correspondem aos relevos com maiores
pondo uma nova camada da rocha. altitudes do relevo do Brasil, guardando, mesmo
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GEO 02
após várias fases erosivas, o aspecto serrano em
grandes extensões (mares de morros).
Estão divididas em três grandes grupos:
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GEO 02
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GEO 02
1 Planalto da Amazônia ocidental
2 Planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba
Planaltos sedimentares
3 Planaltos e chapadas da bacia do Paraná
4 Planalto e chapadas dos parecis
5 Planaltos residuais norte amazônicos
6 Planaltos residuais sul amazônicos
7 Planaltos e serra atlântico leste-sudeste
Planaltos - estruturas cristalinas e do-
8 Planaltos e serras goiás- minas
bramentos antigos
9 Planaltos residuais do alto Paraguai
10 Planalto da Borborema
11 Planalto sul rio grandense
12 Depressão da amazônia ocidental
13 Depressão marginal norte amazônica
14 Depressão marginal sul-amazônica
15 Depressão do Araguaia
16 Depressão cuiabana
Depressões 17 Depressão do alto Guaporé
18 Depressão do Miranda
19 Depressão sertaneja e do são Francisco
20 Depressão do Tocantins
21 Depressão periférica da borda leste da bacia do Paraná
22 Depressão periférica sul rio-grandense
23 Planície do rio amazonas
24 Planície do rio arguaia
25 Planície do rio Guaporé
Planície
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
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GEO 02
a) Um elevado porcentual da receita municipal
EXERCÍCIOS provém da reciclagem.
b) A quase totalidade é constituída por plásticos,
1. (Ufrs) A queimada nos ecossistemas campes‐ vidros e metais, facilmente decompostos em am-
tres do Brasil é uma prática a que os agricultores bientes anaeróbicos.
recorrem anualmente, como uma forma tradicio‐
nal de gestão agrícola em suas propriedades. c) A maior parte é enterrada em aterros sanitários
Com o decreto que institui a Lei de Crimes Ambi‐ apropriados, o que elimina a possibilidade de
contaminações.
entais no País (Lei nr 9605/98), esta prática é
considerada como sendo crime ambiental passí‐ d) As áreas onde o lixo é depositado são inóspitas
vel de aplicação de multas. Em relação à queima‐ devido à proliferação de animais transmissores de
da, são feitas as seguintes afirmações. doenças.
I - Favorece a disseminação de micro-organismos e) Os aterros sanitários são fertilizados pelos resí-
no solo, possibilitando, assim, uma maior fertili- duos sólidos, enquanto os mananciais se benefici-
dade. am com o chorume.
II - Diminui a biodiversidade dos ecossistemas
campestres, comprometendo o desenvolvimento
4. (Fuvest‐SP) As afirmações seguintes relacio‐
de uma série de espécies de gramíneas.
nam‐se a acordos internacionais ‐Rio de Janeiro
III - Favorece o rebrote acelerado das gramíneas (1992) e Kioto (1997) ‐para redução da emissão
palatáveis aos rebanhos, após sua ocorrência. de gases que intensificam o efeito estufa (gases‐
Quais estão corretas? estufa).
21. Um dos níveis das terras baixas amazônicas é
18. O vento é o ar atmosférico em movimento e a várzea que é considerada:
se forma pelas: a) a terra mais elevada, com constituição arenosa
a) sucessões do tempo. e inundada eventualmente.
c) diferenças de temperatura entre o mar e o con- c) a planície verdadeira, com terrenos quaterná-
tinente. rios, sujeita a inundações.
d) influências da latitude na umidade do ar. d) uma área pantanosa, com vegetação halófila e
constituída de terras cristalinas.
e) instabilidades do tempo em áreas extensas.
e) um baixo platô terciário, nunca inundado, com
vegetação rasteira.
19. Com relação às massas de ar que atuam no
Brasil:
22. Considere os mapas da Região Norte apre‐
I. A Tropical Continental é a mais seca e ocorre, sentados a seguir.
predominantemente, no período de verão.
II. A massa de ar Equatorial Continental, por for-
mar-se sobre o continente nas proximidades do
equador, é quente e extremamente seca.
III. A massa de ar Tropical Atlântica é gerada pelo
mesmo anticiclone que dá origem aos ventos
alísios de sudeste.
Capítulo: GEO 02 MEIO AMBIENTE E TERRITÓRIO
GABARITO
1. D 2. B 3. D 4. C
5. E 6. B 7. A 8. E
29. B
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GEO 03
GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO
podem ser classificados como subemprego. Isso
se aplica ao grande número de vendedores ambu-
Dinâmica populacional e lantes, empregadas domésticas, guardadores e
lavadores de carro nas ruas, etc.
urbanização
Em parte isso se explica, porque, como
vimos, a industrialização brasileira é do tipo tar-
dia, tendo se iniciado apenas no final do século
Urbanização brasileira XIX e mediante importação de tecnologia e má-
quinas dos países desenvolvidos. Essa tecnologia,
Considera-se errado falar de urbanização geralmente poupadora de mão-de-obra, foi desen-
no Brasil durante a época colonial, quando ocor- volvida em países em que o crescimento demográ-
reu na verdade um crescimento de cidades, pois a fico há muito tempo declinou, paralelamente à
população rural cresceu tanto quanto a urbana, e urbanização que ocorreu no século XIX ( no caso
às vezes até mais. A urbanização só começou a do Reino Unido, desde meados do século XVIII).
ocorrer de fato quando a indústria se tornou o No Brasil, assim como em outros países de indus-
setor mais dinâmico da economia, o que só acon- trialização tardia, essa tecnologia importada agra-
teceu no século XX. vou o problema desemprego e do subemprego, já
Quando a economia nacional foi domi- que o declínio das taxas de natalidade é bem mais
nada pelas atividades primárias de exportação, recente e menos acentuado que nos países em que
como o açúcar ( século XVI e XVII), a mineração ela foi elaborada.
( século XVIII), o café (de meados do século XIX
até o século XX) e outras, a população urbana
permaneceu mais ou menos estável, representada Urbanização e Êxodo Rural
entre 8 e 10 % do total. Isso é facilmente explica-
do pela predominância da força de trabalho no É um equívoco comum, livros revistas e
setor primário, pela quase inexistência do setor outras publicações, confundir urbanização com
secundário ou industrial e pela pequena necessi- crescimento urbano, na realidade são dois proces-
dade de mão de obra no setor terciário. sos interligados, mas distintos. O crescimento
urbano consiste na expansão das cidades e pode
“ O índice de urbanização pouco se alte- existir sem que, necessariamente, haja urbaniza-
rou entre o fim do período colonial até o final do ção.
século XIX e cresceu menos de quatro pontos nos
trinta anos entre 1890 e 1920 ( passando de 6,8% Esta só ocorre quando o crescimento ur-
a 10,7% ), foram necessários apenas vinte anos, bano é superior ao rural, ou seja, quando há mi-
Capítulo: GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO
entre 1920 e 1940, para que essa taxa triplicasse, grações rural-urbanas e a população das cidades
passando a 31, 24%. A população concentrada em aumenta proporcionalmente em relação à do cam-
cidades passa de 4,552 milhões de pessoas em po.
1920 para 6 208 699 em 1940. “ (SANTOS, Mil- Em alguns países desenvolvidos, como o
ton - A Urbanização Brasileira- 5 ed. – São Paulo- Reino Unido, a urbanização já cessou, passando a
Editora da Universidade de SP.) haver apenas um limitado crescimento urbano,
Com a industrialização, verificou-se uma que decorre, em parte, do crescimento natural da
urbanização intensa, ocorrendo aumento propor- população das cidades e, em parte, da imigração.
cional dos empregos no setor secundário e no Nesse país, a população urbana já chegou aos
terciário. A percentagem da população urbana 92% do total e prevalece uma situação estável
sobre o total da população brasileira passou de entre a cidade e o campo, com visível diminuição
cerca de 16% em 1920 para 31% em 1940, 45% da migração rural- urbana, que, por vezes, chega a
em 1960 e cerca de 86% em 2010. Afirma-se ser inferior à migração urbano-rural.
comumente que a urbanização brasileira não é A urbanização, portanto, tem um limite,
decorrência direta da industrialização, pois esta ponto final, ao passo que o crescimento das cida-
não gera empregos em números suficientes para des pode continuar indefinidamente. Um bom
atender ao grande êxodo rural e provoca, assim, exemplo é Cingapura, Estado-Nação com uma
desemprego e subemprego em grandes escalas nas única cidade e sem meio rural. Logo, sua popula-
cidades. De fato, quando comparamos a urbaniza- ção urbana é de 100%, mas existe crescimento
ção do Brasil com a que ocorreu em outros países urbano, ou seja, crescimento da população da
capitalistas desenvolvidos na época da revolução cidade e, concomitantemente uma renovação
industrial, verifica-se que aqui o setor secundário urbana, não existe mais urbanização, visto que
absorveu menos mão- de obra. E também que o não há migrações do campo para a cidade.
setor terciário se tornou hipertrofiado, pouco capi-
84 talizado e com atividades de pequeno porte que
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GEO 03
O ritmo de crescimento da população ur- qualidade do atendimento, isso quando a ci-
bana é 2,5 vezes superior ao da população rural, dade consegue atender a todos o que, na atua-
apesar das taxas de natalidade dos que habitam as lidade, é uma raridade. Em todos os grandes
cidades serem inferiores. Portanto, a elevação da centros os hospitais passam por uma crise de
população urbana, elemento responsável pelo atendimento com falta de médicos, enfermei-
processo de urbanização ainda em curso e de ros, leitos e medicamentos.
forma bastante intensa no mundo subdesenvolvi-
Na educação se verifica que as escolas
do, é decorrente da transferência em grande quan-
com excesso de alunos por sala de aula como
tidade da população do campo para a cidade.
consequência da falta de planejamento para aten-
De acordo com Milton Santos, os deter- der as demandas geradas por esse movimento
minantes do êxodo rural são múltiplos, podendo populacional.
ser:
Os municípios rurais também acabam
de ordem política: nos períodos de guerras sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminui-
e revoluções; ção da população local, diminui a arrecadação de
de ordem demográfica: em países de cres‐ impostos, a produção agrícola decresce e muitos
cimento demográfico maciço, como a Índia municípios acabam entrando em crise. Vários
e a China; municípios brasileiros tiveram decréscimo popu-
lacional devido ao êxodo para os centros regionais
de ordem econômica: por causa do desequi‐
e regiões metropolitanas.
líbrio econômico cada vez maior entre a ci‐
dade e o campo. O fenômeno do êxodo rural causa no ur-
bano duas faces bem distintas – nos municípios
A queda mundial dos preços dos produ- menores dependentes da atividade agrícola obser-
tos agrícolas, o protecionismo de mercado, dos va-se uma redução das atividades econômicas
países desenvolvidos e, em certos casos, a meca- com perda da população mais jovem tornando-se
nização contribuíram para acelerar o processo de municípios com um maior percentual de popula-
migração da população rural em direção às cida- ção idosa e nos municípios maiores – centros
des. Na América Latina, a estrutura fundiária regionais e regiões metropolitanas – observa-se
concentradora constitui um fator relevante ao um crescimento desordenado com grande parcela
êxodo rural. da população imersa no trabalho informal e com a
Causas do êxodo rural no Brasil: infraestrutura de serviços urbanos estrangulada
devido ao crescimento acelerado dessas cidades.
a) busca de empregos com melhor remu-
neração; O êxodo rural é uma realidade em todos
os países do mundo, mas o que se vê como pro-
b) mecanização da produção rural; blema não é a transferência da população rural
c) fuga de desastres naturais (secas, en- para a cidade, mas a incapacidade do Estado em
É apenas após a Segunda Guerra Mundial o cidades locais: Xique-xique, Irecê, Hidrolân-
que a integração do território se torna visível, dia.
quando as estradas de ferro até, então desconecta- o Observe o mapa da rede urbana (REGIC -
das na maior parte do País, são interligadas, cons- 2007 - IBGE)
troem-se estradas de rodagem, pondo em contato
as diversas regiões entre elas e com a região polar
do país, empreende-se um ousado programa de
investimentos em infraestruturas.
Ainda uma vez, uma nova materialidade de
superpõe novos sistemas de engenharia aos já
existentes, oferecendo as condições técnicas ge-
rais que iriam viabilizar o processo de substitui-
ção de importações para o qual todo um arsenal
financeiro, fiscal, monetário, serviria como base
Capítulo: GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO
Rio Grande do
Região Metropolitana de Porto Alegre
Sul
Processo de urbanização
brasileiro
Tipos de ocupação do espaço nacional
Refere-se à maneira como a população se distribui
no espaço nacional. Sabe-se que o processo de
ocupação do nosso território foi do LITORAL
Capítulo: GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO
para o INTERIOR.
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GEO 03
8. novas áreas de expansão agrícola na Amazônia f) perseguições religiosas ou políticas; e
(mais recente).
g) guerras.
Causas e consequências da urbanização no Brasil
A rápida urbanização dos países subdesenvolvidos
estabeleceu a criação dos enormes aglomerados
urbanos desprovidos das mínimas condições de
infraestrutura e saneamento básico, o que caracte-
Capítulo: GEO 03 EIXO 3: ESPAÇO URBANO BRASILEIRO
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GEO 03
Desigualdades e segregação
sócio‐espacial
Planejamento e Gestão ‐
Planos Diretores e Estatuto da
Cidade
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GEO 03
7. Sobre o processo de modernização da agricul‐
tura brasileira, é correto afirmar:
9. Sobre a ação das massas de ar na composição
a) a introdução de infraestruturas produtivas na dos sistemas atmosféricos e a dinâmica climática
exploração de borracha torna os rendimentos do Brasil, é correto afirmar:
atingidos em São Paulo superiores àqueles verifi-
cados na Amazônia. a) a massa Equatorial Continental é quente e seca,
nasce na região amazônica e é responsável pelos
b) no Nordeste, a introdução de inovações técni- invernos secos no interior do país.
cas na agricultura permitiu a formação de extensa
área contínua de modernização, integrando a pro- b) o centro do país possui um clima tropical típi-
dução da fruticultura do vale do São Francisco à co, com duas estações bem definidas: verão úmi-
zona produtora de grãos do Oeste Baiano. do, fruto do deslocamento para o norte da zona de
convergência intertropical, e inverno seco.
c) o surgimento de áreas modernizadas de produ-
ção de cana-de-açúcar no interior de São Paulo c) o encontro das massas Tropical Atlântica
gerou um abandono dessa cultura no cinturão (quente e úmida) e Polar Atlântica (fria e úmida)
histórico da Zona da Mata nordestina. gera no litoral brasileiro diminuição de temperatu-
ra e chuvas frontais, especialmente nos Estados do
d) as frentes pioneiras no Brasil contemporâneo Sudeste e sul do Nordeste.
associam-se, sobretudo, à ocupação plena da regi-
ão Sul, graças aos acréscimos técnicos ali realiza- d) ao longo de todo o ano, uma corrente da massa
dos nos últimos dez anos. Polar Atlântica sobe pelo “corredor” do Pantanal e
gera o fenômeno da Friagem no semi-árido nor-
e) a diminuição da área plantada de café e a sua destino, fazendo baixar a temperatura local.
expansão da fronteira para áreas mais afastadas
das grandes metrópoles resultaram em uma dis- e) uma barreira orográfica ao longo da faixa lito-
persão espacial da sua produção para além da rânea do país faz com que a chuva de relevo man-
Região Concentrada do país. tenha uma maior umidade na margem ocidental,
ao passo que no lado oriental o vento chega seco.
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GEO 04
Bandeirantismo
Ocorreu basicamente no século XVIII e foi
Prezado estudante, através da análise do motivada pela busca de metais preciosos e , sobre-
mapa acima, você pode perceber que o território tudo, pela caça de indígenas para serem vendidos
brasileiro praticamente triplicou durante a união como escravos. Movimento de penetração para o
ibérica (1580-1640), quando os portugueses avan- interior com origem, principalmente, em São
çaram além da linha de Tordesilhas, que dividia as Paulo e contribuiu para a expansão dos domínios
possessões portuguesas e espanholas. O avanço territoriais portugueses no continente.
além da linha do tratado possibilitou a ocupação
As bandeiras adentravam ao território com
efetiva do território em nome da coroa portuguesa
diversas finalidades:
que, durante o período da união ibérica, era exer-
Durante o século XVII, a economia açuca- Atenção! É muito comum a banca exami-
reira se desenvolveu e passou a ocupar maiores nadora associar o crescimento demográfico às
áreas, ao mesmo tempo em que desenvolveu-se a bandeiras. Porém, segundo William Vicentini, do 97
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GEO 04
ponto de vista do povoamento, o bandeirantismo
foi uma atividade despovoadora, pois extermina-
Imigração Alemã
ram um enorme número de índios que não queri-
am virar escravos. Porém serviu de base para o
conhecimento sobre as terras interioranas, que
foram importantes para a penetração posterior
rumo ao oeste.
Povoamento nos séculos XIX e XX
As áreas localizadas ao sul do trópico de
Capricórnio tornaram-se efetivamente povoadas a
partir do século XIX, com a chamada colonização
moderna, feita por imigrantes, especialmente
colonos alemães, italianos e eslavos.
A imigração no Brasil teve início em 1530
com a chegada dos colonos portugueses, que
vieram para cá com o objetivo de dar início ao
plantio de cana-de-açúcar. Durante todo período
colonial e monárquico, a imigração portuguesa foi
a mais expressiva.
Nas primeiras décadas do século XIX, imi-
grantes de outros países, principalmente europeus,
vieram para o Brasil em busca de melhores opor-
tunidades de trabalho. Compravam terras e come-
çam a plantar para sobreviver e também vender
em pequenas quantidades. Aqueles que tinham
profissões (artesãos, sapateiros, alfaiates, etc.) na Imigração Italiana
terra natal abriam pequenos negócios por aqui.
No começo da década de 1820, muitos
imigrantes suíços (primeiros imigrantes não por-
tugueses) se estabeleceram na cidade de Nova
Friburgo (estado do Rio de Janeiro). Neste mesmo
período os alemães começaram a chegar à Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. Estes imigrantes
Capítulo: GEO 04 EIXO 4: REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO
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GEO 04
construção de Brasília (1956-1960), e de estradas
ligando essa cidade a outras, o crescimento popu-
Imigrantes Japonês
lacional tornou-se mais intenso nessa região. Pos-
teriormente, a partir dos anos 1970, houve novo
impulso na ocupação do Brasil central por causa
do aproveitamento agrícola das áreas de cerrado
com o cultivo da soja e a criação de gado.
A Conquista da Amazônia
Foram as missões religiosas dos séculos
XVII e XVIII que iniciaram esse processo. A ação
catequizadora dos missionários era acompanhada
de tropas de resgate portuguesas, que visavam
caçar indígenas para escravizá-los.
De 1870 a 1910, ocorreu a fase da borracha
Bairro da Liberdade localizado no estado de São Amazônica, que deu novo impulso à ocupação da
Paulo região. Com o declínio das exportações desse
produto, por causa das plantações de seringueiras
na Ásia e, depois, da fabricação borracha sintética
(petróleo), a prosperidade declinou e em certas
áreas chegou haver refluxo. Nas últimas décadas,
especialmente a partir de 1970, vem ocorrendo
um aumento na ocupação da Amazônia brasileira,
agora por causa da presença de minérios (ouro,
ferro e etc), e da derrubada da floresta Amazônica
para o estabelecimento da agricultura (principal-
mente cultivo da soja) ou da pecuária extensiva de
corte (para exportação de carne). Foi um prolon-
gamento da ocupação do Brasil central.
OBS: Hoje o crescimento populacional no
Norte e no Centro-Oeste do país tem sido muito
grande, bem superior à média nacional.
Frentes Pioneiras
As últimas delimitações de fronteiras
Questão do Amapá
A questão do Amapá, que opôs o Brasil à
Guiana Francesa (colonizada pela França), tam-
bém foi resolvida por meio de arbitragem interna- Questão do Pirara
cional, dessa vez realizada pela Suíça. As autori- O último grave problema fronteiriço no
dades suíças, escolhidas de comum acordo pelos contorno terrestre foi a questão do Pirara, que
dois lados em litígio, decidiram em 1900 que essa opôs o Brasil à Guiana Inglesa, na época colônia
área, que corresponde aproximadamente à metade do Reino Unido e hoje país independente denomi-
do atual estado do Amapá, deveria continuar a nado Guiana. Ocorreu uma disputa sobre uma
fazer parte do Brasil. área de 22 015 km2 ao redor do lago de Pirara, na
Amazônia, e uma arbitragem internacional, reali-
zada pelo governo italiano, decidiu que a maior
parte desse território (12950 km2) ficaria sob
domínio da Guiana Inglesa e outra parte (9 065
km2 ), com o Brasil.
Capítulo: GEO 04 EIXO 4: REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO
Questão do Acre
Quanto ao Acre, a disputa principal foi
com a Bolívia, que reclamou da invasão da parte
leste do seu território por seringalistas brasileiros.
Durante alguns anos as tropas bolivianas e Descrição geral
brasileiras, em ação conjunta, tentaram expulsar
dessa área. os seringalistas, mas, após muitas O Brasil é o quinto maior país do mundo
lutas, eles se rebelaram e declararam a indepen- em área descontínua: tem 5,7% das terras emersas
dência do Acre em 1902. e ocupa 48% da América do Sul.
Brasil e Bolívia - e também o Peru, que te- Se forem consideradas apenas as áreas
ve um pequeno trecho do seu território invadido contínuas, ele passa a ocupar a 4ª (quarta) posi-
pelos seringalistas, reuniram-se em 1903 e assina- ção, já que os Estados Unidos possuem dois terri-
100 ram o Tratado de Petrópolis, segundo o qual essa tórios externos: Havaí e Alasca.
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GEO 04
Está localizado na porção centro-oriental Altitudes
do subcontinente sulamericano (entre os paralelos
de 5º16' de latitude norte e 33º44' de latitude sul, e De modo geral, as altitudes do território
brasileiro são modestas. O território não apresenta
entre os meridianos de 34º47' e 73º59' de longitu-
de oeste), com seu litoral banhado pelo oceano grandes cadeias de montanhas, cordilheiras ou
Atlântico. similares formados nos períodos mais recentes. O
ponto mais elevado no Brasil é o Pico da Neblina,
Como o Brasil tem o formato aproximado com cerca de 3.114 m de altitude.
de um gigantesco triângulo, mais precisamente de
um coração, sendo mais extenso no sentido leste-
oeste do que no sentido norte-sul. Entretanto, Fronteiras do Brasil
como essas distâncias são quase iguais, costuma-
se dizer que o Brasil é um país equidistante. O Brasil tem 23.086 km de fronteira, sendo
15.791 km terrestre e 7.367 km marítima.
Distância Leste-Oeste: (em linha reta)
4.328 km.
Distância Norte-Sul: (em linha reta) 4.320 Marítimas
km. O litoral estende-se da foz do rio Oiapo-
que, no cabo Orange, ao norte, até o arroio Chuí,
no sul. A linha costeira do Brasil tem uma exten-
Localização são de 7.491 km, constituída principalmente de
Nosso país é cortado ao norte pela Linha praias de mar aberto.
do Equador, que atravessa os estados do Amazo-
nas, Roraima, Pará e Amapá e pelo Trópico de
Capricórnio que passa pelos estados de Mato Terrestres
Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, aos 23º27’30" Com exceção de Equador e Chile, os de-
de latitude sul. mais países da América do Sul fazem fronteiras
Faz fronteira com quase todos os países com o Brasil, sendo as mais extensas com a Bolí-
sul-americanos. Somente não tem fronteira com o via e Perun, e menos extenso com o Suriname,
Equador e o Chile. Ao norte faz fronteira com a maior parte com o Pará e apenas 593 km 25 no
Guiana, Guiana Francesa, Suriname e a Venezue- leste com o Amapá.
la; a noroeste com a Colômbia; a oeste com o
Peru e a Bolívia; a sudoeste com o Paraguai e a
Argentina; e ao sul com o Uruguai. Toda a sua Pontos Extremos
extensão nordeste, leste e sudeste são banhados Os pontos extremos do território brasileiro
pelo Oceano Atlântico. são:
EUA.
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GEO 04
Observe a tabela abaixo com a evolução de nossa
industrialização Dessa forma, desencadeou-se um quadro
Número de estabelecimento industriais e de operários no de modernização de toda a economia, que elevou
Brasil segundo a época da fundação das empresas (1849- às cidades a posição central na vida econômica
1920)
brasileira.
Época da funda- Nº de estabeleci- Nº de operários Por outro lado, a modernização também
ção mentos industriais
atingiu as atividades agrárias, gerando desempre-
Até 1849 35 2.929 go e miséria nas zonas rurais, o que levou um
De 1850 a 1854 16 1.177 grande contingente populacional do campo em
direção às cidades. A modernização da agricultura
De 1855 a 1859 8 1.094 - revolução verde - permitiu aos fazendeiros, que
De 1860 a 1864 20 775 viam esse setor passar por um longo tempo de
crise, a retomar a produção a partir do incentivo
De 1865 a 1869 34 1.864
governamental e da necessidade de alimentos
De 1870 a 1874 62 6.019 gerado pelo crescimento das cidades e da popula-
De 1875 a 1879 63 4.230
ção absoluta do país.
rendimentos dos 20% mais ricos do país com os terrenos, trânsito engarrafado, distancia entre o
rendimentos dos 20% mais pobres. O Índice de local de moradia do trabalhador e o local de traba-
Gini do Brasil de 2010 com base em 2009 é de lho entre outros fatores. Devido à redução das
0,539 o que demonstra que nosso país tem uma vantagens produtivas os novos investimentos são
alta concentração de renda. Comparando a evolu- planejados para outras regiões levando a descon-
ção de Brasil com a implementação das políticas centração espacial das fábricas. Essa desconcen-
de inclusão e uma política de recuperação do tração foi beneficiada pela modernização dos
poder de compra do salário mínimo podemos ver setores de transportes e comunicações.
que o índice Gini do Brasil vem caindo lentamen-
te ao longo das duas últimas décadas, com a aber-
tura da economia do governo Collor, pelo período Veja a tabela a seguir com a participação
da estabilização da moeda iniciado no governo no PIB nacional para cada estado/região
Itamar, das mudanças administrativas de respon-
sabilidade fiscal, inicio da implementação das
políticas de transferência de renda para as cama-
das mais pobres e as privatizações do governo
Fernando Henrique, a ampliação dos programas
de transferência de renda e retomada do investi-
mento público voltado a fomentar a economia e o
consumo interno desenvolvida no governo Lula.
Em 1991 era de 0,6366; em 2005 =0,552; em
2009 = 0,544
O processo concentrador gerou o fenôme-
104 no urbano da metropolização. As duas maiores
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A propriedade confere os direitos de uso e
venda que são exercidos na esfera econômica.
A Constituição é um contrato entre a nação
e o Estado. Esse contrato define os princípios e as
leis que regulam a via política: as liberdades fun-
damentais, os direitos e deveres dos cidadãos, as
atribuições dos governantes e dos representantes
do povo.
A Soberania é a possibilidade que tem o
Estado de usar do poder, limitado somente pelas
condições da política interna e obrigações contra-
tuais para com outras nações. A soberania confere
o poder de mando, que se exerce na esfera políti-
ca. O Estado exerce a soberania sobre o conjunto
do território, mas a propriedade parcelar da terra
está distribuída entre particulares. Outros concei-
tos:
a) Autoridade moral considerada como su-
prema; poder supremo, irresistível.
b) Os direitos anexos ao soberano ou sobe-
rana.
Obs: A soberania de um Estado não se cir-
cunscreve apenas ao território terrestre.
Veja que a desconcentração das atividades produ- As fronteiras fixas e lineares são criações
tivas e a inclusão social fez com que as regiões humanas, da esfera da política. As linhas de fron-
periféricas ganhassem espaço e participação na teiras internacionais dos mapas políticos delimi-
produção da riqueza nacional. tam o território dos Estados-Nação.
As fronteiras do Brasil estendem-se numa
extensão de 23.086 quilômetros e são compostas
Regionalização e planejamento por uma seção terrestre de 15.719 quilômetros e
uma marítima de 7.367 quilômetros.
territorial
Território é o espaço geográfico submetido
a um poder central ou, mais precisamente, a área
106
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aos bens e serviços necessários ao bem comum, Ao observar os mapas da evolução da di-
bem como ser o articulador do desenvolvimento visão regional, apresentada anteriormente, pode-
local. mos verificar que as políticas regionais iniciaram
em 1940 quando o governo de Vargas implemen-
O Brasil é um país de dimensões continen-
tou uma forte política nacionalista que se segui-
tais e apresenta grandes diversidades regionais.
ram nos governos posteriores, sempre buscando
Mesmo tendo 92% de seu território dentro da
aplicar políticas de desenvolvimento regional.
zona intertropical o país apresenta diferentes cli-
mas, solos, hidrografia e desenvolvimento socioe- Para conseguir desenvolver suas políticas regio-
conômico. nais o governo buscou integrar as regiões levan-
do-se em conta as suas características fisiográficas
Com o objetivo de programar o desenvol-
e socioeconômicas. As potencialidades regionais
vimento do país e buscando diminuir a diferença
foram levantadas e com uma política de desenvol-
entre os mais diversos pontos do Brasil foi plane-
vimento regional foi implementado diversos pro-
jado políticas de desenvolvimento regional. Para
jetos visando conseguir desenvolver as regiões e
aplicar estas políticas o país foi dividido em regi-
conseguir um melhor equilíbrio entre as diversas
ões que diferenciam com o tempo.
regiões.
As regiões brasileiras são em número de
O desequilíbrio regional é fruto de um processo
cinco, conforme o mapa abaixo, e confundem-se
histórico aliado à integração do país na economia
com os limites dos estados que a compõem.
mundial. O modelo primário exportador permitiu,
durante a história, passarmos por ciclos econômi-
cos que estabeleceram nas regiões economias
locais que se integravam diretamente ao exterior:
Nordeste: economia do açúcar, algodão e cacau.
Norte: Amazônia - economia da exploração do
látex (borracha)
Centro‐Oeste: pouco explorada e ocupada - é uma
expansão da economia do ciclo do ouro
Sul: economia agrícola baseada na produção de
charque. Essa foi uma região que se integrou com
a economia interna, abastecendo a região sudeste
durante o ciclo do ouro.
Sudeste: essa região tornou-se a região central na
economia do país por apresentar diversos ciclos
crescimento urbano, em função da migração cam- salinidade em sua foz, o que afeta a vida nos
po-cidade provocada pela crise do complexo ga- manguezais; a transferência das águas do São
do-algodão-lavouras alimentares. Francisco, com os seres vivos que nele vivem,
para os rios do Nordeste Setentrional, poderia
Nos dias atuais, o “Velho Chico” - deno- afetar seriamente os ecossistemas fluviais do
minação cunhada pelos ribeirinhos - está no cen- semiárido.
tro das atenções devido ao projeto de transposição
de suas águas para as bacias hidrográficas do Embora a pecuária seja a atividade econô-
Sertão Setentrional = esse projeto é considerado, mica dominante no Sertão, realiza-se também o
por muitos, a melhor alternativa para minimizar o cultivo de algodão. “Um novo, desconhecido e
problema da vulnerabilidade climática e da tensão próspero Nordeste, uma nova fronteira agrícola
social no Nordeste Semiárido. que se consolida ano a ano com a produção de
grãos no oeste da Bahia, sul do Maranhão e sudes-
Aziz Ab’Saber, considerado um dos geó- te do Piauí. É esta a nova aposta da Companhia
grafos mais importantes do mundo, falando de Ferroviária do Nordeste (CFN) para tirar do papel
suas angústias de brasileiro para o caderno ALI- o secular projeto da Transnordestina. Com inves-
ÁS, declarou que “os governantes e os políticos timentos de R$ 4,5 bilhões em reforma ou amplia-
não têm noção de escala e sabem que o povo ção de 1.860 quilômetros de trilhos, o governo
também não tem”. Segundo ele, o semiárido tem federal planeja interligar as áreas produtoras de
750 mil quilômetros quadrados, no mínimo, e a soja, milho e algodão aos Portos de Suape, em
transposição das águas do São Francisco não vai Pernambuco, e de Pecém, no Ceará.” (“Jornal do
resolver o problema dessa região. Para Aziz, é Comércio. Nova fronteira agrícola aguarda a
preciso também saber a quem irá servir a transpo- Transnordestina” - 14/05/2006). O progresso
sição: se aos capitalistas, que têm fazendas e mo- agrícola na região é uma demonstração da adapta-
ram em apartamentos chiques em Fortaleza ou
112 Recife, ou aos pobres da região, “pessoas que
ção das lavouras modernas às regiões de caatinga
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e à seca. “O Nordeste segue seco tendo muito produtiva, em especial no setor agropecuário.
mais gente do que as relações de produção ali Com o avanço das fazendas há uma substituição
imperantes podem suportar. As secas espasmódi- da vegetação natural pelas pastagens e agricultura
cas que assolam a região criam descontinuidades e, consequentemente, uma discussão acerca da
forçadas na produção rural e conduzem a um proteção da floresta. O crescimento da integração
desemprego maciço dos que não tem acesso à da região Norte a economia nacional - mundial
terra, relegando-os à condição potencial de reti- trará, nas próximas décadas uma intensa discussão
rantes. Sem emprego e pão ninguém pode convi- que necessita ser capitaneada pelo nosso governo,
ver com as vicissitudes de uma natureza rústica para garantir a nossa soberania.
(...)” (AZIZ, Nacib Ab’ Saber. OS SERTÕES: A
originalidade da terra. Ciência Hoje, Eco-Brasil,
volume especial, maio, 1992.) REGIÃO CENTRO‐OESTE
Os projetos de irrigação no semiárido: os A região é composta pelas seguintes uni-
primeiros projetos de fruticultura irrigada às mar- dades da federação: Goiás, Mato Grosso, Mato
gens do São Francisco (no vale médio do S. Fran- Grosso do Sul e pelo Distrito Federal. Tem grande
cisco: cidades de Juazeiro, na BA e Petrolina, em importância no atual contexto do desenvolvimento
PE), começaram há 20 anos e, atualmente, produ- nacional uma vez que é uma importante fronteira
zem grande quantidade de frutas (mangas, uvas, agrícola em pleno desenvolvimento. Está rece-
melões) que são em boa parte exportadas para os bendo grandes investimentos desde a década de
Estados Unidos e Europa. 60 e com o aprimoramento da infraestrutura de
transportes proporcionou um melhor escoamento
da produção. Recebeu grande contingente de
REGIÃO NORTE imigrantes vindo da região sul e desenvolveu a
produção de soja no cerrado, do trigo no MS,
É composta pelos estados do Amazonas,
além do algodão, sendo hoje a região com a maior
Amapá, Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocan-
produção de soja e algodão.
tins. É a maior em extensão territorial região (58%
do território brasileiro) e devido a suas condições Hoje, a indústria do turismo tem grande
naturais é muito visada por outros países. Abrange expressão para a região, em especial com a eleva-
a maior bacia hidrográfica, grandes reservas mine- ção do pantanal mato-grossense como patrimônio
rais e tem o maior potencial hidrelétrico do país natural. Com o título há a necessidade de desen-
além de abrigar a maior biodiversidade do plane- volver projetos de preservação ambiental.
ta. Sua exuberante floresta latifoliada equatorial e
A inserção econômica da região está inte-
a riquíssima rede hidrográfica são os principais
grada ao desenvolvimento da região centro-sul
elementos formadores do quadro natural.
(Sudeste, Sul, Centro-Oeste)
Por vezes a região é confundida com a
Importantes projetos agroindustriais foram
Amazônia legal, mas seus limites não são idênti-
AMAZÔNIA
Com uma área de 5 milhões de Km² ( 58% da área
do país), é a mais extensa das regiões geoeconô-
micas. A Amazônia apresenta pequena população
absoluta, baixa densidade demográfica (7 hab.:
por km²), economia encalçada no extrativismo
mineral e vegetal e na agropecuária.
O complexo da Amazônia expressa a existência
de uma fronteira de expansão da economia nacio-
nal, que é tanto uma fronteira demográfica como
uma fronteira de recursos.
A indústria aparece na região geoeconômica da
Amazônia sob a forma de enclaves, estabelecidos
a partir de incentivos federais ou para explorar os
recursos minerais. Esses focos industriais não
Observe os mapas a seguir. estão conectados ao mercado regional, mas aos
zônia (SUDAM).
com novas aplicações tecnológicas (nióbio, man-
Com a criação da SUDAM definiu-se ganês, titânio).
uma nova estratégia para o território amazônico
Entretanto, a mais importante riqueza da
no cenário brasileiro e esta passa a configurar uma
região Norte neste final de século, dominado pela
nova região de planejamento, a Amazônia Legal,
revolução científica e tecnológica, reside na diver-
que atualmente engloba os estados do Acre, Ron-
sidade dos seus ecossistemas, representada pelo
dônia, Amazonas, Pará, Amapá, Mato Grosso,
material biológico de espécies vegetais, animais e
Tocantins e Roraima, além do oeste do Estado do
micro-organismos (plantas medicinais, aromáti-
Maranhão. Um novo modelo de desenvolvimento
cas, alimentícias, toxinas, tanantes, oleaginosas,
é implementado na região e tem como base o
fibrosas, fungos, bactérias etc.). Essas espécies
incentivo a grandes projetos agropecuários, prin-
tornam a região uma grande usina de vida: o mai-
cipalmente no oeste do Mato Grosso e ao longo da
or banco genético do planeta, contendo provavel-
calha do Rio Amazonas.
mente cerca de 30% do estoque genético mundial.
Essa mesma política vai se repetir nas É uma valiosa biblioteca viva para pesquisa no
demais regiões do país e no ano seguinte à criação terreno da genética e microbiologia e para o de-
da SUDAM, foi a vez da Superintendência para o senvolvimento da biotecnologia.
Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO) e
A grande concentração de riquezas em
da Superintendência para o Desenvolvimento do
recursos naturais torna a região Norte uma das
Sul (SUDESUL). Essa estratégia revela a forte
últimas fronteiras de recursos do mundo e, especi-
centralização do poder político característica des-
almente, do Brasil. Com o esgotamento de fontes
se período, já que todos esses órgãos de planeja-
internacionais e a implantação de vias de penetra-
mento são subordinados ao governo federal. Essa
ção econômica, a região Norte ganhou destaque
unidade socioeconômica e ambiental, de uma
120 perspectiva agregada, esconde uma grande diver-
nas últimas décadas e se transformou numa região
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GEO 04
de fronteira. Essa característica vai determinar e No Centro-Sul, localiza-se a megalópole
explicar as frentes de ocupação e as diversas ini- brasileira, que está em formação. Tal região é
ciativas políticas orientadas para a integração da considerada o “centro econômico” do país, além
região Norte na expansão econômica e moderni- de muitas áreas pouco industrializadas e agricultu-
zação brasileira. ra tradicional. Nesse complexo regional, estão seis
áreas metropolitanas do Brasil: São Paulo e Rio
Por outro lado, sua amplitude, localiza-
de Janeiro, as duas metrópoles globais; e Belo
ção e acumulação de biodiversidade tornam a
Horizonte, Curitiba, Brasília e Porto Alegre, qua-
região Norte uma base de interesses e disputas
tro metrópoles nacionais. O grau de urbanização
geopolíticas. Constituindo um complexo ecológi-
dessa enorme região é bem maior que o da Ama-
co transnacional integral e articulado pela conti-
zônia ou do Nordeste, com uma rede urbana mais
nuidade e contiguidade da floresta, juntamente
integrada, com maior concentração de cidades em
com seu amplo sistema fluvial, a região Norte une
relação ao espaço.
vários subsistemas ecológicos da América Latina.
A dimensão territorial da Amazônia brasileira lhe A divisão territorial do trabalho entre as
confere um estatuto de quase-continente, com a diversas áreas que compõem o Centro-Sul do país
floresta amazônica compondo um grande maciço é bem desenvolvida, com intensos fluxos de mer-
natural concentrado no território brasileiro. cadorias pelo espaço geográfico. As rodovias mais
movimentadas do Brasil localizam-se aí, bem
A ampliação recente da consciência in-
como os principais portos e aeroportos, a maior
ternacional dos problemas globais de conservação
rede de telefonia do país, etc.
ambiental realimenta o debate e os interesses
sobre as florestas tropicais úmidas, de modo que a Podem ser reconhecidas as seguintes
região Norte (Amazônia, num sentido mais am- unidades nesse conjunto regional do Centro-Sul:
plo) volta a ser objeto de pressões e disputas geo- megalópole, Zona da Mata mineira, Quadrilátero
políticas, que giram em torno das formas de apro- Ferrífero, Triângulo Mineiro, porção sul de Goiás,
priação de sua riqueza – especialmente a biodiver- Grande Belo Horizonte, Sul do país e outras áreas.
sidade – e da sua posição no controle das condi-
ções climáticas.
Todos esses fatores devem ter importante Megalópole
peso na definição de políticas e iniciativas volta- A megalópole ou “centro econômico” do
das à região Norte, à sua ocupação econômica, à Brasil é uma área que abrange a Baixada Santista
utilização de suas riquezas e ao controle político, - onde se localiza o principal porto do país inúme-
econômico e estratégico da fronteira norte do ras indústrias (siderúrgicas, petroquímicas, etc.) -,
Brasil. a Grande São Paulo, Campinas e Paulínia, o
Grande Rio de Janeiro e cidades ao longo de.
rodovia Presidente Dutra, principal eixo de liga-
REGIÃO CONCENTRADA
Anápolis e Brasília, a porção Sul de Goiás é uma mais difíceis de serem individualizadas ou que
região agrícola que se destaca pelo cultivo do sofrem grandes transformações na atualidade.
arroz e da soja, além de inúmeras atividades in-
dustriais e comerciais. Pode-se mencionar:
· Norte do Rio de Janeiro e Espírito San-
to - área de ocupação mais antiga do Centro-Sul,
Grande Belo Horizonte com o centro e o norte de Minas Gerais. Há imen-
sos canaviais nessa área. A descoberta e a explo-
É uma área de grande dinamicidade in- ração de petróleo no litoral do Rio de Janeiro e do
dustrial, com empresa automobilística e indústrias Espírito Santo modificaram bastante a paisagem
metalúrgicas , mecânica e inúmeras outras. regional, promovendo um grande aumento no
orçamento de inúmeros municípios em virtude do
recebimento dos royalties pelo produto. Nos anos
Sul do País 1990, o norte deste último estado foi incorporado
à área de atuação da Sudene, quando recebeu
A porção Sul do país é uma área que inúmeros incentivos fiscais e atraiu algumas in-
abrange três estados meridionais do Brasil (Para- dústrias.
ná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e na qual
também se pode incluir a maior parte do estado de · Mato Grosso do Sul - área onde se des-
São Paulo, que possui inúmeras características taca a pecuária de corte e onde os cultivos do trigo
comuns a esses três estados: forte presença de e da soja se expandiram bastante nos últimos
imigrantes e de seus descendentes, agropecuária anos. Destaca-se a cidade de Campo Grande (foto
moderna, grande número de cidades médias com acima). · Pantanal Mato-Grossense - área de pla-
indústrias, etc. nície fluvial, banhada pelo rio Paraguai e afluen-
122 tes, periodicamente inundada pelas chuvas em
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grande parte de sua extensão. É uma espécie de O elemento língua portuguesa foi muito im-
periferia do Centro-Sul, com pecuária extensiva portante como identidade na formação da nação
de corte, cujo gado é engordado nas invernadas, que nascia após a independência.
ou seja, áreas de pastagens utilizadas para engor-
dar o gado antes do abate, de Araçatuba, Presiden- Do século XVI ao início do século XIX, a
te Prudente e Andradina, para, depois, abastecer constituição étnica principal do Brasil foi o negro,
de carne a Grande São Paulo. o índio e o branco. A vinda da família real e a
preocupação da coroa em branquear a população
fez com que fosse incentivada a vinda de imigran-
tes europeus.
Identidade nacional e
A primeira leva de colonos veio da ilha dos
regionalismos Açores. Essa era uma migração diferente, pois não
estava em busca de um sujeito isolado, mas de
grupos familiares. No auge da produção do café
Matrizes culturais do Brasil veio a proibição do tráfego negreiro. Essa realida-
de fez com que os fazendeiros e o Estado fossem
A cultura nacional é resultado da contribuição
em busca de trabalhadores na Europa. No período
de vários grupos étnicos que, ao longo da história,
entre 1850-1930 chegaram ao Brasil migrantes de
passaram a integrar a sociedade brasileira e a
origem europeia e alguns asiáticos.
contribuir com as suas características para formar
as matrizes culturais do Brasil. Veja o gráfico abaixo:
A miscigenação de diversos povos - o branco
europeu, os diversos grupos indígenas o negro e,
posteriormente, no século XIX e XX, com a en-
trada de imigrantes europeus e asiáticos formou-
se esse povo que pode se ver em diversas outras
culturas, ou mesmo, diversos povos podem se ver
na sociedade brasileira.
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4. A inversão do fluxo migratório para o Centro-
Oeste e Amazônia deveu-se:
EXERCÍCIOS a) implementação do programa de recuperação
econômica de áreas pouco povoadas.
b) implementação de projetos de colonização
1. A primeira imigração de não portugueses para particulares em RR e MS.
o Brasil foi a dos;
c) implementação de projetos rodoviários aliados
a) alemães a programas de assentamentos.
b) italianos d) crescimento urbano devido a modernização dos
c) japoneses meios de transporte com a implementação de
novos portos.
d) suíços
e) obras gigantescas levou a indução de migração
e) poloneses em direção à Amazônia.
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Imigração no Brasil, por nacionalidade –
períodos decenais 1884‐1893 a 1924‐1933
Efetivos decenais
100661
Total 883668 852110 503981 717223
7
de 1970.
População e trabalho
Qualidade na força de trabalho
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FONTE: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. 2007. A mulher no Brasil – ISERÇÃO NO
MERCADO DE TRABALHO
O problema que se verifica ainda é o baixo Diversas conquistas têm colocado a mulher
índice de escolaridade, conformando grande par- numa posição de luta sem trégua na busca de uma
cela da população com menos de quatro anos de sociedade justa; no entanto, a participação da
estudo. Essa parcela da população é considerada mulher na sociedade sempre foi marcada pela
analfabeta funcional. interferência da instituição família, que sempre
enfrentou conceitos e ideologias machistas, prin-
Quando falamos em qualificação da força cípios inibidores do desempenho feminino na vida
de trabalho um parâmetro importante é o analfa‐ social e no mercado de trabalho. A herança de
betismo funcional - pessoas com 15 anos ou mais uma sociedade patriarcal retardou a inserção da
que têm menos de 4 anos de estudo completos - ou mulher no mercado de trabalho.
que não são capazes de ler mais e entender mais
do que uma palavra ou uma frase curta. Essas Pessoas Economicamente Ativas - 2006-2007
pessoas têm muita dificuldade de se inserir no
mercado de trabalho devido a exigência tecnoló-
gica que se verifica em qualquer função do mer-
cado. Veja o gráfico:
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GEO 05
dados e realizar as projeções necessárias para
subsidiar as ações do Estado.
casamentos mais tardios, principalmente no
meio urbano;
elevado custo da formação de um indivíduo
nas áreas urbanas;
maior integração da mulher no mercado de
trabalho;
Composição social e étnica maior acesso aos métodos anticoncepcio‐
nais nas últimas décadas.
Atenção candidato, não confundir a taxa de cres-
cimento vegetativo com a taxa de crescimento
demográfico. A segunda a população de um país
aumenta mediante dois processos: a diferença
entre o número de pessoas que entraram e o das
que saíram; e diferença entre os índices de natali-
dade e os de mortalidade que é o crescimento
vegetativo/ natural. Apesar de ter diminuído bas-
Capítulo: GEO 05 EIXO 5: DINÂMICA POPULACIONAL BRASILEIRA
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Taxa ou índice de mortalidade infantil: é o nú- mento Familiar”. O Brasil enviou representantes à
mero de crianças que nascem vivas, porém mor- Conferência de Bucareste promovida pela ONU,
rem até um ano de idade. Segundo dados de 2008- sobre Planejamento Familiar.
o Brasil, seria de 23%o ou 2,3%. Ainda é conside-
O modelo de planejamento adotado no Brasil tem
rada elevada.
como base o planejamento organizado pela pró-
Taxa de fecundidade: é o número médio de filhos pria família e, não pelo Governo. A posição do
nascidos vivos durante a fase reprodutiva femini- governo é neutra, pois há grande resistência social
na, considerada pelo IBGE para efeito estatístico, exercida principalmente pela Igreja e pelos Parti-
como sendo entre 15 e 49 anos. Esta taxa caiu em dos Progressistas. Devemos destacar que em nos-
19% no período de 1980 a 1984 (era de 4,35 e so território houve momentos de esterilização em
caiu para 3,53 em 1984). De 1960 a 1984 sofreu massa de mulheres de baixa renda, especialmente
uma queda da ordem de 50%. Isto se deve, princi- no Nordeste, sendo patrocinada por fundações
palmente, à grande frequência das ligaduras ou estrangeiras como é o caso da BEMFAM (Socie-
laqueadura das trompas. Atualmente, nossa taxa dade Brasileira de Bem-Estar Familiar). Nas dé-
de fecundidade está estimada em 1,8 filhos por cadas de 60 e 70 o governo, mesmo não tendo
mulher. uma política clara de controle populacional permi-
tiu atuação de instituições estrangeiras como a
Caro estudante, a queda da taxa de fecundidade no Fundação Rockenfeller e Fundação Ford no Bra-
Brasil avançou bastante nos últimos 46 anos. sil, o que acabou por influenciar influenciando as
Saindo de 6 filhos por mulher em 1960 e chegan- políticas sanitárias e de controle populacional.
do a 1,8 em 2010. Ou seja, abaixo da taxa de
reposição recomendada pela ONU, que é de 2,1 Atenção candidato, nossa constituição prevê que o
filhos por mulher. A continuar dessa forma a Estado deve dar as condições para a família reali-
população brasileira terá um decréscimo popula- zar o planejamento familiar por meio da educação
cional por volta de 2040, quando deverá está pró- e das condições materiais para isso, como é o caso
xima de 235 milhões de habitantes. da distribuição gratuita de camisinhas, pílulas e
ainda a realização, nos hospitais públicos de ci-
De acordo com a especialista do IBGE Sônia rurgias como a vasectomia e a laqueadura. As
Oliveira, a grande variação diz respeito à relação autoridades brasileiras, na realidade, especialmen-
entre o nível de instrução das mulheres e o plane- te no tocante ao posicionamento sobre o tema
jamento do número de filhos. “Em anos anterio- procura agradar a igreja católica e os demais gru-
res, os números de filhos por mulher caíam apenas pos cristãos, majoritários no país e radicalmente
em classes mais altas e para mulheres que tinham contra os métodos anticoncepcionais; e também se
Gráfico 2
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GEO 05
b) renovação tecnológica e informatização;
c) automação e privatização;
d) globalização e privatização;
e) terceirização e informatização.
8. (Unimep‐SP) A maioria dos estrangeiros que d) A taxa de natalidade, apesar dos esforços na
área de educação e saúde, teima em crescer nas
compõem a nova onda de imigrantes para o Bra‐
últimas décadas.
sil vem de países ricos, traz família, instala‐se em
São Paulo e Rio de Janeiro e tem mais de 30 anos. e) A diminuição da participação dos jovens (0-
No ano passado, 17.178 estrangeiros vieram 19 anos), entre 1970 e 1991, na estrutura etária
trabalhar legalmente no mercado brasileiro, um brasileira, confirma mudanças no comportamento
contingente mais de três vezes o total registrado reprodutivo da população.
em 1993, 5.256 segundo o Ministério do Traba‐
lho. Neste ano, o ritmo de chegada desses novos
imigrantes continua acelerado. Até junho, mais 11. (Cesgranrio) Em relação às fontes de energia
de 8.000 entraram no país com visto de trabalho. do Brasil, podemos afirmar que:
Essa tendência se acentuou fortemente em fun‐ a) O preço do quilowatt de energia nuclear é um
ção de dois processos nos anos 1990: estímulo à instalação dessa fonte energética.
a) terceirização e reengenharia; 141
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b) O aproveitamento dos nossos rios de planalto é d) Existe uma projeção de diminuição absoluta da
de aproximadamente 90%, donde se conclui que o população em idade ativa no país.
Brasil deva buscar outras fontes energéticas.
e) A população urbana brasileira apresenta uma
c) O carvão mineral é uma importante fonte de tendência futura de crescimento e envelhecimen-
energia, sendo que as principais vantagens das to.
jazidas brasileiras são o baixo custo da produção e
a grande quantidade de carvão coqueificável.
d) A produção de energia elétrica no Brasil é 14. (Fuvest‐SP)
basicamente de fonte hidráulica, e sua participa-
ção supera a ordem de 75%.
e) As regiões Sudeste e Sul, juntas, participam
com 75% da produção e 30% do consumo total de
energia elétrica.
12. (PUC‐MG) A distribuição da população brasi‐
leira no território constitui‐se um grave problema
atual, sendo incorreto afirmar que:
a) a luta pela posse da terra, no campo ou na cida-
de, para moradia ou trabalho, gera conflitos e
acentua a crise política, econômica e social.
b) ocorrem grandes aglomerações demográficas
em áreas urbanas, acentuadas pelo êxodo rural.
c) o fenômeno da metropolização especial- mente
se relacionou ao processo de industrialização.
d) cerca de um quarto da população vive em áreas
rurais, dispersas no território.
e) a ocupação do espaço é homogênea, por não
Capítulo: GEO 05 EIXO 5: DINÂMICA POPULACIONAL BRASILEIRA
17. A 18. D
17. (Mackenzie‐SP) "Este tipo de migração ocor‐
re entre o interior do Nordeste (principalmente o
Agreste) e o litoral. Logo após a colheita do milho
e feijão no interior, os pequenos produtores
deslocam‐se para a Zona da Mata onde vão tra‐
balhar no corte e na moagem da cana. Terminada
a tarefa, retornam ao interior. No ano seguinte a
migração se repete."
(COELHO, Marcos A. Geografia do Brasil. São Paulo, Mo-
derna.)