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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE JACOBINA-BA


FULANO DE TAL, brasileiro, casado, vigilante, portador da Cédula de Identidade nº
XXXXXXX SSP/BA, inscrito no CPF sob nº XXXXXXXX residente e domiciliado na
Rua, Bairro, Cidade - Estado, CEP 44700-000, por sua procuradora infra-assinada,
vem respeitosamente a digna presença de Vossa Excelência propor
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITOS C/C INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
em face de OPERADORA X Celular S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ: ______, com sede na ______________ - CEP: ________ pelas razões de fato e de
direito a seguir expostos.
1 . DA JUSTIÇA GRATUITA
Por ser a parte Autora pessoa carente na acepção jurídica do termo, não tendo
condições de arcar com o pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, sem prejuízo de seu próprio fim, com fulcro no art. 98 e seguintes do
CPC/2015, se requer a concessão de justiça gratuita.
2. DOS FATOS
A parte autora é titular do plano _________ de serviço de telefonia prestado pela
empresa ré, linha nº (...) xxxxxxx.
Ocorre que, há uns meses começou a perceber que os créditos acabavam
rapidamente, mesmo quando não utilizava o celular.
Em contato com o SAC, descobriu que a redução dos valores se davam pela suposta
contratação pelo autor do serviço ___________. Recebeu explicações evasivas,
atribuindo a assinatura do serviço a uma suposta ação por parte do cliente. Coisa
que, evidentemente, não ocorreu; a mensagem oferecendo o serviço exigia uma
resposta, nunca enviada, para ativá-lo. Informou ainda que no site da operadora é
disponibilizado extrato detalhado do consumo dos últimos dias.
Ao acompanhar extrato detalhado de consumo, o demandante constatou a
cobrança de "serviço", o qual não foi contratado pelo autor, tampouco tem
conhecimento da utilidade do mesmo.
Apesar das inúmeras tentativas, conforme protocolo de atendimento nº
________________, a empresa consumidora não logrou êxito em solucionar a questão
na via extrajudicial, razão pela qual ajuizou a presente demanda.

3. DO DIREITO
Os empresas de telefonia móvel aproveitam-se da vulnerabilidade do consumidor,
ante a facilidade imposição de serviços e tarifas que dificilmente são expostas aos
consumidores, que, ficam em manifesta desvantagem, tornando-se reféns da
ganância daquelas, em total desconformidade com Código de Defesa do
Consumidor que institui normas imperativas e proíbem a utilização de qualquer
cláusula abusiva, que vise assegurar vantagens unilaterais ou exageradas para o
fornecedor de bens e serviços, a exemplo da cobrança de tarifas abusivas sem
anuência e contratação por parte do consumidor, incompatível com a boa-fé e a
equidade, sobretudo, ferindo o direito informação do consumidor. Conforme pode
ser observado:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação
dada pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;

4. REPETIÇÃO DO INDÉBITO
O Código de Defesa do Consumidor traz em seu art. 42, parágrafo único que:
"Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável".
A quantia vem sendo descontada arbitrariamente pelo réu, de maneira não
autorizado, sendo indevida. A cobrança indevida consubstancia violação ao dever
anexo de cuidado e, portanto, destoa do parâmetro de conduta determinado pela
incidência do princípio da boa-fé objetiva.
Em todas as relações privadas, de consumo ou não, deve ser observado o princípio
da boa-fé objetiva. O Código de Defesa do Consumidor assim estabelece que:
"Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo,
atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com
base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores";(grifou-se).
Ademais, a boa-fé está expressa no Código de Defesa do Consumidor como cláusula
geral:
"Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que:IV- estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis como a boa-fé ou a equidade."(grifou-se).
O Código Civil também traz em seu bojo, como cláusula geral, a necessidade de
observância do princípio citado.
Portanto, nas relações de consumo deve prevalecer o princípio da boa-fé objetiva.
As partes contratantes têm de agir com lealdade para com o cumprimento do
contrato.
Vale lembrar que nas relações de consumo a responsabilidade do fornecedor é
objetiva, portanto não há que se analisar a culpa dos Réus.
Desta forma reza o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor:
"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos".(Grifou-se)
A jurisprudência também é neste sentido:
DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATAÇÃO NÃO RECONHECIDA. DÉBITO EM
CONTA CORRENTE NÃO AUTORIZADO ? RESTITUIÇÃO EM DOBRO. DANO
MORAL CONFIGURADO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. A relação das
partes é de cunho consumerista, devendo ser analisada sob a ótica do Código de
Defesa do Consumidor. 2. Aplicáveis como são as normas do CDC ao caso em
exame, caberia à recorrida/fornecedora a prova do acerto das cobranças
efetuadas, o que não ocorreu. 3. Em se tratando de cobrança indevida e
efetivamente paga, a restituição em dobro é medida que se impõe, salvo o caso de
engano justificável, que não é o caso dos autos. 4. O desconto automático de
valores em conta corrente, para o fim de pagar por serviços impugnados e não
comprovada a contratação, evidencia clara e manifesta abusividade e enseja
indenização por danos morais. 5. A fixação da indenização por danos morais no
valor de R$ 1.000,00 se mostra adequada às peculiaridades do caso e atende aos
requisitos da proporcionalidade e da razoabilidade, ainda mais porque o autor já
houve indenização de outra fonte pelo mesmo fato. 6.RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. 6. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA REFORMAR A SENTENÇA. 7.
Sem custas e sem honorários, porque provido o recurso.(TJ-DF - RI:
07119745120158070016, Relator: ASIEL HENRIQUE DE SOUSA, Data de
Julgamento: 23/02/2016, TERCEIRA TURMA RECURSAL, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 02/03/2016 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Só as situações de caso fortuito, força maior e o fato do príncipe eximiriam os Réus
da responsabilidade. Não obstante, não se trata aqui do ocorrido. Houve, sim, o
flagrante descumprimento do contrato em desrespeito à boa-fé objetiva.
5. DA PRÁTICA ABUSIVA
Conforme dispõe o art. 39, III do CDC:
39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas
abusivas:
III- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista
sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços;
Ao descontar arbitrária e sorrateiramente dos créditos da parte autora de forma
não autorizada ou mesmo prestado qualquer informação ao autor, bem como
negar-se à devolver os valores descontados indevidamente a empresa ré fere o
princípio da boa-fé objetiva a que está obrigada como fornecedora (art. 4º, III, c.c
art. 6º, IV, Lei 8078/90), e por consequência sua conduta revelou-se abusiva e
contrária aos deveres anexos de lealdade, cooperação e zelo com as necessidades
do cidadão-consumidor, devendo, portanto, responder pelos prejuízos causados ao
mesmo (art. 14, caput, Lei 8078/90).

6. DO DANO MORAL
Viola a dignidade do consumidor ter a sua vida financeira invadida através do
desconto dos serviços nos créditos, não sendo plausível sob qualquer argumento,
vez que retira do cidadão o direito de escolha, e aceitar-se isso é o mesmo que
andar na contramão das conquistas materializadas na moderna legislação em vigor
que reconhece a função social dos contratos, como se vê no novo CC/02.
Aproveitar-se ainda da hipossuficiência do consumidor, e da ignorância deste para
praticar o ilícito pela Ré, surge não somente o dever de indenizar os danos
patrimoniais, como também o de reparar os danos morais causados à parte Autora.
A Constituição Federal de 1.988, no artigo 5º, incisos V e X, prevê a proteção ao
patrimônio moral, in verbis:
“V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem”;
(…)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação.”
Destarte, in casu o DANO MORAL existe in re ipsa, bastando para a sua reparação
a prática do ato ilícito com reflexo nas relações psíquicas do Autor, notadamente,
no que tange à sua tranqüilidade, segurança, credibilidade no mercado, tendo sido
enganado, por sua hipossuficiência e ignorância o que caracteriza verdadeiro
abuso de direito por parte da demandada.
No caso em epígrafe, trata-se cobrança não autorizada pela parte autora, o que é
uma prática reiterada da Ré em face de inúmeros consumidores, deste modo
deve ser arbitrada mediante estimativa prudente, que leve em conta a
razoabilidade e proporcionalidade de modo a satisfazer a dor da vítima, além de
impor à ofensora uma sanção que lhe desestimule e iniba a prática de atos
lesivos à personalidade de outrem, notadamente no que tange à prática de
Abuso de Direito e Poder nas cobranças indevidas encaminhadas a inúmeros
consumidores.
Nesse sentido:
EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA E IDNENIZATÓRIA. CONTRATO BANCÁRIO.
AUMENTO UNILATERAL DE LIMITE DE CRÉDITO DISPONÍVEL EM CONTA
CORRENTE E COBRANÇA DE TARIFA DE ADIANTAMENTO A DEPOSITANTE A FIM
DE GARANTIR O DÉBITO DOS ENCARGOS E PRESTAÇÕES DE EMPRÉSTIMO
PESSOAL. ABUSIVIDADE. INFRINGÊNCIA AOS ARTIGOS 4º, 39 E 51, IV, § 1º, III, DO
CDC. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA ESCORREITA CONTRATAÇÃO DO
CRÉDITO E AUTORIZAÇÃO PARA AUMENTO UNILATERAL. FALHA NA PRESTAÇAO
DE SERVIÇOS. DANO MATERIAL E MORAL CONFIGURADOS. RESTITUIÇÃO EM
DOBRO. INDENIZAÇÃO FIXADA EM R$ 7.000,00. PRECEDENTES DESTA TURMA
RECURSAL. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 12.13 ?A? DA TRU/PR. SENTENÇA
REFORMADA. 2 s do Código de Defesa do Consumidor alhures mencionados,
segundo inúmeros excertos jurisprudenciais colacionados abaixo: EMBARGOS DE
DECLARAÇÃ (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0023014-96.2014.8.16.0035/0 - São José
dos Pinhais - Rel.: Marco VinÃ-cius Schiebel - - J. 12.05.2016)(TJ-PR - RI:
002301496201481600350 PR 0023014-96.2014.8.16.0035/0 (Acórdão), Relator:
Marco VinÃ-cius Schiebel, Data de Julgamento: 12/05/2016, 2ª Turma Recursal,
Data de Publicação: 18/05/2016)
APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA DE TARIFA DE EXCESSO DE LIMITE E INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. TARIFA ADIANTAMENTO AO DEPOSITANTE - RUBRICA
BHM ADTO DEPOSITANTE. NECESSIDADE DE PREVISÃO NA LEGISLAÇÃO
MONETÁRIA E NO CONTRATO. APELAÇÃO DO BANCO -RÉU É possível cobrança de
tarifa bancária de adiantamento ao depositante, no caso do cliente exceder o limite
de crédito disponibilizado pelo banco, desde que seja expressamente prevista no
contrato firmado entre a instituição financeira e o cliente, ou que o serviço tenha
sido autorizado ou solicitado pelo consumidor. Caso dos autos em que embora
conste na tabela de tarifas juntada pelo réu e apesar de prevista em Resolução do
Banco Central a possibilidade da cobrança da tarifa de adiantamento ao
depositante, o réu não logrou demonstrar que a autora tinha ciência da tabela de
tarifas no momento da assinatura dos contratos bancários, sendo vedada, pois, a
exigência. Correta a sentença que determinou a cessação dos descontos e a
devolução do valor pago à título de tarifa de adiantamento ao depositante. APELO
DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70064781396, Décima Sétima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em
02/07/2015).(TJ-RS - AC: 70064781396 RS, Relator: Giovanni Conti, Data de
Julgamento: 02/07/2015, Décima Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário
da Justiça do dia 08/07/2015)
7. DA PRESCRIÇÃO DECENAL
A prescrição está prevista no artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor.
Segundo o referido dispositivo:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por
fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria (fls.)
(grifamos).
Tal dispositivo, por força de disposição expressa, aplica-se às ações que pleiteiam
reparação de danos decorrentes de fato do produto, ou seja, os chamados
acidentes de consumo, quando há ofensa a incolumidade física e/ou psíquica do
consumidor.
Em contrapartida, não há disposições no Código de Defesa do Consumidor acerca
do prazo prescricional quanto à pretensão de reparação civil decorrentes de vícios
na prestação de serviços.
Ao ensejo, oportuno ressaltar que haverá vício quando o “defeito” atingir
meramente a incolumidade econômica do consumidor, causando-lhe tão somente
um prejuízo patrimonial. Nesse caso, o problema é intrínseco ao bem de consumo.
Nessa esteira, ante a ausência de disposições no Código de Defesa do Consumidor
acerca do prazo prescricional aplicável ao pedido de reparação civil decorrente de
vício na prestação de serviços, é de rigor a aplicação da norma de prescrição
prevista no artigo 206, parágrafo 3º, inciso V, do Código Civil que diz:
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo
menor.
Para Leonardo de Medeiros Garcia:
“Ao que parece, o CDC não desejou disciplinar toda espécie de responsabilidade.
Somente o fez em relação àquelas que entendeu ser específicas para relações de
consumo. Nesse sentido é que deu tratamento diferenciado para a
responsabilidade pelo fato e por vício do produto e serviço, deixando outras
modalidades de responsabilidade serem tratadas em normas específicas ou no
Código Civil.”(GARCIA, Leonardo de Medeiros. “Direito do Consumidor – Código
Comentado e Jurisprudência”, 04ª edição, revisada, ampliada e atualizada, Niterói-
RJ, Editora Impetus Ltda., 2008, p. 172)
Nesse mesmo sentido, a jurisprudência pátria:
DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM
REPETIÇÃO DE INDÉBITO E DANOS MORAIS. APELAÇÃO CÍVEL. PRESCRIÇÃO.
RELAÇÃO DE NATUREZA OBRIGACIONAL. PRAZO DECENAL. ART. 205, CC/02.
SENTENÇA MANTIDA. 1. O negócio jurídico celebrado entre as partes tem natureza
obrigacional, não sendo, portanto, caso de ressarcimento por enriquecimento sem
causa, para o qual é previsto o prazo prescricional de três anos, mas sim, de dez
anos, em atenção ao disposto no art. 205 c/c o artigo 2.028, ambos do Código Civil
de 2002, razão pela qual não há de se falar em prescrição da pretensão do autor. 2.
Recurso conhecido e não provido. (TJ-DF - APC: 20120111062877, Relator: LEILA
ARLANCH, Data de Julgamento: 17/06/2015, 2ª Turma Cível, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 03/07/2015 . Pág.: 336).
Deste modo, torna-se evidente que o prazo a ser aplicado na presente demanda é a
regra geral adotada pelo Código Civil de 2002, em que consagra a prescrição
decenal.
8. DO PEDIDO
Por todo o exposto, a parte Autora requer a V.Exa.:
1 - A citação da Ré, na pessoa de seu representante legal, por meio postal, nos
termos do art. 246, inciso I, do CPC/2015, para que, querendo, compareça à
Audiência designada e respondam a presente ação, sob pena de revelia;
2 - A designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do
CPC/2015;
3 – Requer, liminarmente, que seja expedido ofício requerendo que a parte ré traga
aos autos extrato detalhado de consumo dos últimos 120 (cento e vinte) meses, a
fim de que possa ser calculado valor real dos descontos do serviço objeto da lide.
4 – A condenação da Ré ao pagamento em dobro do valor referente aos cobrando
sem autorização e indevidamente do autor a título do serviço objeto da lide, valor a
ser apurado conforme junção pelo réu do extrato de consumo do período dos
últimos 10 (dez) últimos anos, sob pena de ser considerado parâmetro para cálculo
de indenização por dano material, o valor do extrato juntado pelo autor, calculado
pelo período descrito, equivalendo à soma de: R$ 237,60 (duzentos e trinta e sete
reais e sessenta centavos);
5 – A suspensão da cobrança do VO- BTFit_HUB.
6 – A condenação da Ré ao pagamento de DANO MORAL no valor de R$ 8.000,00
(oito mil reais);
7 – O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e
seguintes do CPC/2015;
8 – Seja condenada, as parte requerida ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios, estes a serem arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre
o valor da condenação.
9 – Requer ainda seja o pedido julgado de todo PROCEDENTE, e deferida a
inversão do ônus da prova, nos termos do disposto no artigo 6º, VIII do Código
de Defesa do Consumidor, posto que preenchidos os requisitos para sua concessão.
Requer provar o alegado por todos os meios de provas admitidos no direito pátrio,
especialmente prova documental, depoimento pessoal e oitiva de testemunhas.
Dá-se à presente demanda o valor de R$ R$ 8.237,60 (oito mil duzentos e trinta
e sete reais e sessenta centavos).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Jacobina, 27 de outubro de 2017.

Advogado
OAB/ESTADO

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