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Anna Clara Horwath Almeida-Orientador(a)
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Simone Teixeira da Luz Costa -Coordenadora do Curso
Enfermeira Graduada pela Faculdade de Ciências e Tecnologias - FTC
Mestre em Ensino nas Ciências da Saúde – Universidade Federal de São Paulo –
UNIFESP
Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Dom Luiz de Orleans e
Bragança.
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Silvana Trindade Ferreira dos Santos –Convidada
Formada em Letras com Inglês da Faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança.
Pós graduada em Psicopedagogia e Libras
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À MULHER VÍTIMA DE
VIOLÊNCIA SEXUAL
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Atualmente a violência sexual configura-se como um problema de saúde pública no Brasil, e no mundo,
devendo receber da enfermagem a devida importância e sensibilização pelo assunto, visto que o
enfermeiro é o primeiro profissional a entrar em contato com a mulher vítima de agressão, além de ser
historicamente um agente formador de vínculo dentro da assistência hospitalar. O presente estudo tem
como objetivo geral avaliar os traumas dentro de um contexto biopsicossocial sofridos pela vítima desse
tipo de violência, assim como esclarecer a relevância do papel do profissional de enfermagem no
processo do cuidar dessas vítimas, para tanto. Elaborou-se uma pesquisa do tipo revisão bibliográfica
integrativa, de natureza descritiva e abordagem metodológica qualitativa. Foram usadas como ferramenta
de pesquisa as bases de dados da SciELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e do site da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). A
partir da análise do material pode-se classificar o conteúdo em duas categorias temáticas, a primeira
categoria discute o conceito de violência sexual tal qual os transtornos gerados por ela, a segunda, os
cuidados de enfermagem a vítima desse tipo de agressão. Conclui-se que a mulher sofre lesões no âmbito
psicológico e físico sendo as mais comuns: lesões, laceração, estados de depressão e isolamento e
ansiedade. O cuidar da enfermagem se dá em esferas biológicas, psicológicas e filosóficas atuando de
forma a identificar essa esfera de danos e intervir de forma a reduzir os prejuízos causados a vítima
através da escuta qualificada, implementação de protocolos vigentes relacionados a denúncias e
notificação e suporte emocional a vítima e família, sendo observado a falta de políticas públicas voltadas
a orientação do público feminino, tal qual a ausência da prática de educação continuada para fortalecer e
melhor embasar o conhecimento de enfermagem nessa esfera de atuação.
ABSTRACT
Currently, sexual violence is a public health problem in Brazil, and in the world, and must receive from
nursing the importance and awareness of the subject, since the nurse is the first professional to contact the
woman victim of aggression, besides being historically a bonding agent within hospital care. The
objective of this study is to evaluate the trauma within a biopsychosocial context suffered by the victim of
this type of violence, as well as to clarify the relevance of the role of the nursing professional in the
process of caring for these victims. A research of the type integrative bibliographical review, of
descriptive nature and qualitative methodological approach was elaborated. The databases of SciELO
(Scientific Electronic Library Online), LILACS (Latin American and Caribbean Literature in Health
Sciences) and the VHL (Virtual Health Library) website were used as research tool. From the analysis of
the material can classify the content into two thematic categories, the first category discusses the concept
of sexual violence as the disorders generated by it, the second, nursing care the victim of this type of
aggression. It is concluded that the woman suffers injuries in the psychological and physical sphere being
the most common: injuries, laceration, states of depression and isolation and anxiety. Nursing takes place
in biological, psychological and philosophical spheres, acting to identify this area of harm and intervening
in order to reduce the harm caused to the victim through qualified listening, implementation of effective
protocols related to denunciations and notification and emotional support the victim and family, and the
absence of public policies aimed at the orientation of the female public, such as the absence of the
practice of continuing education to strengthen and better support nursing knowledge in this sphere of
action.
SUMÁRIO
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1.
INTRODUÇÃO...............................................................................................................6
2. METODOLOGIA........................................................................................................7
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES...............................................................................8
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................19
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................20
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para melhor compreensão dos artigos analisados, foi elaborado um quadro onde se
apresenta os principais pontos discutidos em cada um deles, mostrando também os
autores, ano e país de publicação e o tipo de pesquisa.
Após a analise e pré-seleção dos dados obtidos, alguns abordavam a importância
do enfermeiro para mulheres vitimas de violência, já outros não se aproximavam dessa
temática sendo descartados, foram selecionados 9 artigos para o estudo. : Categoria 1:
Violência contra a mulher; Categoria 2 :Mortalidade por agressão das mulheres;
Categoria 3: Violência contra a mulher impacto biopsicossocial; Categoria 4: Papel de
enfermagem no cuidado das mulheres vitimas de agressão. Foram selecionados para a
pesquisa, os seguintes artigos como mostra o quadro 1:
4 O cuidar de MORAIS, Revisão Esse cuidar deve ser ampliado para uma
enfermagem á SCRV; literária ação acolhedora e humana, possibilitando
mulher vítima de MONTEIRO, qualitativa uma relação de partilha de valores e
violência sexual. CFS; emoções entre o ser cuidador e o ser
ROCHA, SS, cuidado, com uma atenção que transcenda
Brasil, 2010 o sentido de curar e tratar, contemplando
com atitudes de solicitude, paciência e
preocupação
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Os dados obtidos através da pesquisa são alarmantes em relação aos altos índices
de mortalidades de mulheres vitimas de violência. Existe uma fragilidade em relação à
proteção destas mulheres por não conseguir segurança com a própria vida, é algo que se
torna desconfortável para a equipe de enfermagem que acolhe estas mulheres e são
orientadas após os procedimentos de enfermagem, a serem encaminhados para ser
ouvidas por policiais ou delegados. (Meneghel, Mueller e Collaziol, 2011)
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zelar por sua privacidade e envolvê-la nos processos decisórios, ofertar um ambiente
acolhedor, uma escuta humanizada, sensibilidade diante da situação apresentada.
(Aguiar, 2013)
Santos (2012) afirma que os profissionais de saúde têm obrigação legal de
notificação de casos de violência sexual, porém, essas notificações geralmente são feitas
por parte da família para a polícia, que encaminham as vítimas para exame de corpo de
delito no IML.
De acordo o artigo 6 e 7 depois dos cuidados e orientações serem realizados a
vítima deve ser encaminhada para realizar tratamento com equipe multidisciplinar para
amenizar o sofrimento psicológico, já que o físico é mais fácil de cura, mesmo deixando
as marcas o sofrimento é menor que o transtorno cognitivo. Muitas mulheres depois das
agressões físicas ficam debilitadas e não consegue ter sua autoestima elevada e com
pensamentos negativos desenvolver quadros depressivos podendo cometer suicídio.
De acordo com Oliveira (2012) a assistência dos profissionais de enfermagem
para essas vitimas devem ser planejados, para que se promova a segurança, o
acolhimento correto e necessário, o respeito e a satisfação das pacientes. O
planejamento deve conter os instrumentos básicos da enfermagem, das politicas
públicas de saúde e na legislação é fundamental para a proteção dessas vitimas e para
prevenção de agravos que possam vim acontecer.
Porém, através dos artigos analisados pode-se perceber que muitas vezes dentro
do próprio sistema de saúde, alguns profissionais comentem violência contra essas
mulheres, violência essa feita através dos julgamentos, de rotulações, acontece porque
algumas mulheres apresentam maior dificuldade em mostrar os sinais e sintomas e em
contar as histórias. Diante de situações como essas é necessário a implantação de
serviços de atendimento as vitimas e que aconteça a capacitação de equipes medicas,
psicológicas, de enfermagem visando assim uma assistência integral para essas
mulheres. (Wailselfisz, 2015)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
mundial e de saúde pública. Por causa dos diversos danos que causa, tanto para a saúde,
como para convivência social da vítima, danos esses muitos preocupantes que afetam de
forma bastante direta a vida dessas.
Com isso, é de fundamental importância que as mulheres principalmente sejam
conscientizadas quanto os seus direitos, e também sobre os serviços no qual são
responsáveis por prestar apoio para elas, além também o conhecimento das politicas
públicas que te protegem.
Foi possível identificar que o impacto biopsicossocial na mulher são
principalmente em dois grandes níveis, sendo esses: o físico e psicológico, sendo que o
papel de enfermagem nesses casos é identificar e notificar situações que ameacem a
vida da mulher, cuidando dos danos físicos da mesma, e agindo de forma integral e
humanizada, no âmbito da assistência psicológica da mesma, sendo que embora não
haja a formação específica nessa área, o enfermeiro configura-se como agente
necessário nesse processo Inicial de reabilitação mental.
Portanto, o profissional de enfermagem ele tem papel fundamental em todo o
processo, desde do acolhimento dessa mulher vitima de violência no serviço de saúde,
como também na promoção e prevenção da saúde da mesma, o cuidados dos danos
físicos que foram causados, além de incentivar as mesmas as procuraram os serviços de
apoio e também realizar a denúncia dessa agressão, e também notificação dos casos. Em
relação ao atendimento a essa vítima, o enfermeiro ele deve atendê-la em toda sua
integridade, respeitar suas particularidades, cultura, entre outros. Realizar o exame
físico completo, ter cuidado com a linguagem e os termos que vão ser utilizados,
acionar as equipes de apoio CRAS e CREAS, para realizarem o acompanhamento que
ela necessita.
Porém, ainda se percebe que os profissionais envolvidos, muitas vezes não
sabem quais atitudes devem ser tomadas, mostrando assim uma deficiência que vem da
base curricular das faculdades, no qual se deveria investir mais em matérias voltadas
para esses tipos de agravos e também as politicas públicas voltadas para os mesmos.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, Antônio. Carlos. Técnicas de pesquisa em trabalho científico. 16. . São Paulo;
1996.
MORAIS SCRV, Monteiro CFS, Rocha SS. O cuidar de enfermagem á mulher vítima
de violência sexual. Rev. Contexto Enfermagem. Florianópolis, 2010. v.19 n.1 PG.
155-160. 2010.
REIS, Maria José dos et al. Vivências de enfermeiros na assistência à mulher vítima
de violência sexual. Revista de Saúde Pública, v. 44, p. 325-331, 2010.
SANTOS SR. As implicações subjetivas na família e na criança a partir do abuso
sexual. Interdisciplinar Rev Eletr Univar [Internet]. 2012. Disponível
em:<http://revista.univar.edu.br./index.php/interdisciplinar/article/view/91>Acesso em:
04/03/2018.
SILVA KS, RIBEIRO RG, KRUSE MHL. Discursos de enfermeiras sobre morte e
morrer: vontade ou verdade? Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v.3, n.62,
p.451-456. 2010.