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OS SENTIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DIANTE DO

PROCESSO DE MORRER E MORTE DA CRIANÇA

SOUZA, Andreza Rozendo de


MACIEL, Rafaela Da Silva
CABRAL, Tatiana Alves Rodrigues
RIBEIRO, Maria da conceição Muniz

RESUMO

A morte é um evento biológico capaz de gerar no enfermeiro e sua equipe os mais


variados sentimentos e reações, que podem vir a interferir na assistência prestada aos
clientes. O presente trabalho objetiva conhecer e compreender os sentimentos e reações
dos profissionais de enfermagem diante da morte e do morrer de crianças, bem como
identificar suas dificuldades em lidar com essa questão. Utilizamos como instrumento de
coleta de dados uma entrevista semi-estruturada contendo 3 perguntas abertas. A pesquisa,
de natureza qualitativa, foi realizada em janeiro de 2004, na UTI- Neonatal do Hospital
Universitário Antônio Pedro. Comporam a amostra do estudo 7 profissionais de
enfermagem, sendo 2 enfermeiras e 5 auxiliares. Após discussão e análise dos conteúdos,
emergiram 3 categorias: os sentimentos dos profissionais ao lidarem com a morte de
crianças, suas dificuldades e suas reações frente à essa situação. Observamos que os
entrevistados sentem-se tristes, principalmente por tratar-se da perda de uma criança, e
que, embora neguem qualquer dificuldade em lidar com a morte, apresentam resistência no
relacionamento com os familiares. Constatamos, ainda, que as enfermeiras e os membros
de sua equipe desenvolvem maneiras peculiares de enfrentar a morte, buscando apoio com
os companheiros do setor, mascarando os seus sentimentos, ou buscando força nas suas
crenças e religiões. Concluímos, assim, que é necessário uma maior discussão sobre a
temática nas universidades e nas instituições de saúde, para que esses profissionais possam
melhor lidar com o sofrimento e com a perda na sua rotina de trabalho.

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FEELINGS OF THE NURSING PEOPLE STIMULATED BY THE IMMIENBT
DEATH AND DEATH OF CHILDREN

SOUZA, Andreza Rozendo de


MACIEL, Rafaela Da Silva
CABRAL, Tatiana Alves Rodrigues
RIBEIRO, Maria da conceição Muniz

Albeit death be a biological certitude its nearness elicits in nursing people feelings
and reactions that may strongly interfere in the nursing procedures. The aim of this work is
to analyze these feelings and reactions stimulated by the imminent death and death of
children. It also tries to characterize the troubles these professionals have when dealing
with these situation. Data was obtained by interviewing seven nursing people. There were
three open questions. Results were dealt quantitatively. We could create three groups of
responses. The feelings themselves, the difficulties of the professional dealing with
feelings and their reaction to the impending death. Our results show a mixed feeling.
Professionals say they can deal with death bur they are not able to explain the real situation
to the relatives of the dying child. Nursing people may develop rather personal ways of
facing death. They can also find support among their colleagues. Others conceal their
feelings or find support in their religious believes. We conclude that further discussion is
needed to determine the ways through each nursing professionals could better deal with
feelings like sorrow and loss in their work.
Keywords: Death, immiennt death, children

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OS SENTIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DIANTE DO
PROCESSO DE MORRER E MORTE DA CRIANÇA

SOUZA, Andreza Rozendo de


MACIEL, Rafaela Da Silva
CABRAL, Tatiana Alves Rodrigues
RIBEIRO, Maria da conceição Muniz

INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi elaborado por acadêmicas do 6º período de enfermagem da


Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, da Universidade Federal Fluminense, em
cumprimento às exigências da disciplina Saúde Integral do Adulto e do Idoso II. Optamos
pelo tema o sentimento dos profissionais de enfermagem diante do processo de morrer e
morte da criança, visto que estes muitas vezes apresentam dificuldades profissionais e
pessoais frente a este evento inevitável da vida, que acaba por interferir na dinâmica e
assistência prestada aos clientes.

JUSTIFICATIVA

Acreditamos que com a realização desta pesquisa possamos ampliar a abordagem das
questões relacionadas ao processo de morrer e morte, permitindo uma maior reflexão a
respeito dos sentimentos dos profissionais que estão diretamente ligados a esse momento
do ciclo da vida. O lidar com crianças fora de possibilidades terapêuticas, por sua vez,
representa um importante objeto de estudo, por acarretar nos profissionais uma maior
sensibilidade, estando estes mais suscetíveis a um envolvimento mais profundo na
problemática.
Enquanto acadêmicas de enfermagem, a discussão sobre a temática mostra-se
essencial, na medida em que contribui para que estejamos preparadas para essa experiência
do nosso cotidiano de trabalho e de vida.

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OBJETIVOS

•Conhecer e compreender os sentimentos e reações dos profissionais de


enfermagem diante da morte e do morrer de crianças.
•Identificar as dificuldades destes profissionais em lidar com as questões
emocionais frente à morte e o morrer.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa que obedeceu as normas da ABNT,


realizada nos dias 07 e 08 de janeiro de 2004. Apresenta como cenário a UTI Neonatal do
Hospital Universitário Antônio Pedro.
Utilizamos como instrumento de coleta de dados uma entrevista semi-estruturada
contendo 3 perguntas abertas, direcionadas a 7 profissionais de enfermagem, sendo 2
enfermeiros e 5 auxiliares. Essas entrevistas foram transcritas e, após análise e discussões
sobre os dados nelas contidos, emergiram 3 categorias, que foram abordadas isoladamente.
Foi considerado pré-requisito para a participação na pesquisa a convivência com
crianças fora de possibilidades terapêuticas no decorrer do exercício profissional.
Os personagens desta investigação deram o seu consentimento livre e esclarecido,
tendo sido assegurado o sigilo de sua identidade.

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O processo de morrer e a morte

A morte é um evento biológico, definido por Nunes at al. (2001) como falência
irreversível de um ou mais órgãos vitais, não sendo estes capazes de sustentar as
necessidades básicas do organismo. Este evento vital é capaz de gerar nos seres humanos
diversos sentimentos e reações emocionais tanto no indivíduo que está morrendo como nas
pessoas que o cercam.
Embora os termos morte e morrer sejam compreendidos geralmente como sinônimos,
Araújo e Vieira (2001) os diferenciam semanticamente ao apontarem que a morte é um
fenômeno individual e único, que apesar de poder ser acompanhada por outra pessoa,
somente é vivida por quem está morrendo, enquanto o morrer é um processo contínuo que
antecede a morte, ocorrendo a cada momento da vida. As referidas autoras, na pág. 102,
ressaltam que:

“Esses dois fenômenos devem ser compreendidos da mesma forma que se


tenta compreender a vida e suas fases.”

Atitudes do homem frente à morte e o morrer

A morte traz consigo um sentimento de angústia, de impotência e solidão. Desde os


primórdios, o temor deste evento influenciou o comportamento humano, pois o homem
sempre teve consciência de sua chegada, como afirma Kovács (1992), na pág.3:

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“(...) o homem é um ser mortal, cuja principal característica é a
consciência de sua finitude. Isso o diferencia dos animais, que não tem
consciência (...)”

A princípio, a morte não era considerada como o fim, acreditava-se na vida “além-
túmulo” onde a alma era encaminhada a outro mundo com possibilidade de retornar para
perturbar os vivos. Nesta época, segundo Araújo e Vieira (2001), os rituais funerários
objetivavam manter os mortos à distância, sendo os cemitérios situados longe das cidades.
Com o cristianismo, os enterros passaram a ser realizados no interior de igrejas
localizadas próximas a bairros populares. Nesta época, a morte deixa de causar medo aos
vivos e a coexistência entre eles passa a existir. Como naquela época a sociedade era
assolada por pestes incuráveis, o homem que adoecesse já se preparava para a morte e
aceitava o fim como sendo justo. Seu maior temor era uma morte repentina, no anonimato,
sem as últimas homenagens feitas nos velórios.
Em meio ao século XIX, a morte perdeu o seu teor obscuro, não sendo mais temida.
Passou a ser esperada e considerada o descanso eterno, a possibilidade de reencontro com
entes queridos antes perdidos, mas também poderia representar a separação de outro. Sobre
a representação da morte neste período Kovács (1992), na pág. 37, salienta que:

“A morte, no século XIX é a morte romântica. É considerada bela,


sublime repouso, eternidade e possibilidade de uma reunião com o ser
amado. A morte passa a ser desejada. A morte nesse período traz a
possibilidade de evasão, liberação, fuga para o além, mas, também, a
ruptura insuportável e a separação. Representa a possibilidade de
reencontro no além de todos os que se amavam.”

Este autor destaca que o temor naquela época era relacionado às “almas de outro
mundo” que assombravam os vivos. Diante disso, surgiram várias supertições e rituais
populares para afastar esses espíritos como “abrir uma janela ou porta logo depois da morte
para facilitar a saída da alma, senão volta para incomodar; relógios são parados, cobrem-se
os espelhos, os sinos são silenciados, joga-se sal, acendem-se velas.”
No século XX, a morte passa a ser considerada vergonhosa, objeto de interdito, não é
mais um fenômeno natural, e sim fracasso, frustração, interrupção no projeto da vida.
Perante esses sentimentos, Araújo e Vieira (2001) afirma que a morte é sempre
representada através do medo, do desespero e da negação. Surge a necessidade de se

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ocultar a doença e a morte, mantê-las na ignorância, longe dos olhos da sociedade. Esta
jamais deve ser percebida, como destacou Kovács (1992), pág.38:

“A morte não é mais considerada um fenômeno natural, e sim fracasso,


impotência ou imperícia, por isso deve ser ocultada. O trunfo da
medicalização está, justamente, em manter a doença e a morte na
ignorância e no silêncio.”

O morrer foi transferido, então, para o hospital, no intuito de esconder os aspectos


triste e feio de uma doença e pela esperança de se prolongar a morte, de ser surpreendido
por uma descoberta científica capaz de cancelá-la. O doente perde o controle sobre si. A
família, o médico, o enfermeiro assumem essa responsabilidade com o objetivo de vencer a
doença e reintegrá-lo à sociedade.
Essa concepção de morte como sendo o fim, ruptura, fracasso, vergonha e ocultação,
como abordado anteriormente, é cultivada pela sociedade ocidental. Esta, na tentativa de
ocultar a morte, a vivencia através das internações hospitalares, onde escondem dos
pacientes a gravidade de sua enfermidade, impedindo a percepção deste evento pelo
doente, como ressalta Tavares at al (2002), pág 29:

“Embora o homem seja o único ser consciente de sua mortalidade e


finitude, a sociedade capitalista, com toda a sua tecnologia, faz com que
os homens fiquem inconscientes e privados de sua própria morte. O
hospital é um microcosmo onde se reassumem, com muita clareza, os
conflitos constitutivos da sociedade ocidental, percebe-se que muitas
vezes o paciente não sabe como morrer e o profissional da saúde é
incapaz de lhe explicar o sentido da morte (...)”

As referidas autoras destacam, ainda, que nos centros urbanos brasileiros das regiões
mais desenvolvidas os rituais fúnebres acabam por refletir os interesses capitalistas, pois,
ao serem transferidos do espaço privado para o público, passam a sofrer com a exploração
que especula o seu aparato. Assim, há uma desigualdade diante da morte, onde os
indivíduos que apresentam melhores condições econômicas e políticas recebem as pompas
fúnebres, por submeterem-se aos valores impostos pela indústria funerária.
Já no Oriente a morte é vista como um estado de transição e de evolução onde,
segundo Kovács (1992), o doente deve ter seu processo de pensamento orientado para
encontrar a morte e este pensamento determinará o caráter da próxima reencarnação.
Sendo assim, a autora afirma na pág.47, que:

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"a morte é, portanto, apenas uma iniciação numa outra forma de vida
além daquela cujo fim representa.”

Para os orientais, aquele cujo a morte se aproxima deve ter consciência e lucidez
neste momento, manter a calma diante dos sofrimentos e enfermidades do corpo e não
temê-la. Em sua mente estarão presentes reflexões conscientes e subconscientes cultivadas
através de pensamentos e ações ao longo da vida que influenciarão no momento da morte
e, posteriormente, no renascimento.

Os profissionais de enfermagem diante da morte e do morrer

Embora venha ocorrendo ao longo dos anos um importante desenvolvimento no


campo da tecnologia e terapêutica em saúde, os profissionais ainda não se encontram
preparados para atender pessoas em processo de morte, bem como em lidar com seus
próprios medos e emoções diante desta circunstância.
O cuidado de pacientes fora de possibilidade terapêutica, segundo Silveira e Lunardi
(2001) representa uma das mais difíceis situações na prática dos profissionais de saúde, os
assustando e fragilizando.
Nunes at al. (2001) acreditam que essa experiência torna-se desagradável e
inadequada, tanto para os cuidadores quanto para os pacientes e seus familiares, devido à
inobservância ou mesmo a ignorância de aspectos relacionados a esta fase da vida.
Os conhecimentos existentes visam simplesmente a preservação e a recuperação da
saúde, fazendo com que a possibilidade de morte suscite sofrimento, refletindo, assim, a
fragilidade, vulnerabilidade, mortalidade e limitação do ser humano. Diante disso, o
enfermeiro e sua equipe, que permanecem o maior tempo em interação com o paciente, ao
cuidarem de indivíduos em fase terminal, confrontam-se com tais sentimentos e limitações,
lembrando e refletindo sobre a sua própria morte ou de seus entes queridos.(Balsanelli at
al., 2002).
Estes autores, concordando com Louzã e Louzã Neto (1982), ressaltam que a
situação conflitante de lidar com pacientes fora de possibilidade terapêutica fica agravada
pelo fato de que o preparo profissional nesta área geralmente limita-se ao desenvolvimento
de habilidades técnicas e à fundação teórica da fisiopatologia, estando em consonância

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com o atendimento em saúde despersonalizado, tecnicista e mecânico observado na
atualidade.
Apesar do enfermeiro ser a pessoa mais próxima do doente e de sua família, aquele
que lida com suas angústias, dúvidas e temores, seu preparo profissional não abrange o
atendimento no âmbito emocional e psicológico de pacientes em processo de morrer e
morte. Diante disso, Kovács (1992), na pág. 228, afirma que:

“No curso de enfermagem também são mais enfatizados os aspectos


técnicos e práticos da função de enfermagem. Há pouca ênfase em
questões ligadas à emoção.”

Martins at al. (1999) afirmam, portanto, que existe um hábito, uma “cultura” no
ambiente hospitalar de que o profissional de enfermagem não deve se envolver. Neste
enfoque, é comum que sejam vistos como “frios”, mas a verdade é que mascaram e negam
seus sentimentos e emoções ao lidar com a morte, no cumprimento da rotina de trabalho.
Estes autores sugerem uma reformulação dos currículos dos cursos de enfermagem,
com a elaboração de métodos de atuação em áreas de dor, perda e morte, para que se
ocorra uma mudança à nível de comportamentos e atitudes frente ao processo de morrer e
morte. Sendo assim, Balsanelli at al. (2002) acreditam que o preparo desses profissionais
deverá abranger conteúdos que os possibilitem minimizar seus receios e aliviar suas
tensões, bem como auxiliar os pacientes sem possibilidades terapêuticas e suas famílias.
De acordo com Grupo de Tanatologia de Passos (GRUTAPAS)*¹, o homem, por
natureza, é um ser místico e preconceituoso e que somente quando essa postura, mais
cômoda e facilmente mantida, for modificada, este será capaz de entender a morte como
aliada e não como inimiga. Para isso, seria necessário estudá-la e entendê-la no seu íntimo,
como estratégia para superar o medo.
Tavares at al. (2002), em seu trabalho de pesquisa realizado em uma Unidade Básica
de Saúde e em um Hospital Filantrópico de Ribeirão Preto, São Paulo, observaram que os
profissionais de saúde, inclusive os enfermeiros e os auxiliares de enfermagem, costumam
compreender a morte como fim, ruptura, fracasso e ocultação, o que demonstra que esses
profissionais não foram preparados para lidar com a morte enquanto um momento do ciclo
da vida. Desta forma, estes passam por momentos de questionamento sobre a sua
finalidade profissional, visto que é encarada como prática voltada para a vida e recusa da

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morte, gerando sentimentos de incapacidade, constrangimento, angústia, insegurança, dor,
sofrimento e culpa e levando-os, muitas vezes, a procurar falhas em seus procedimentos.
Outro estudo investigativo, desenvolvido por Balsanelli at al. (2002) com
enfermeiros de um Hospital Público, de grande porte, localizado no interior do Estado de
São Paulo, aborda questões sobre o cuidado diário de pacientes com risco de morte. A
maioria dos profissionais pesquisados demonstrou pensar e refletir sobre a morte, bem
como lembrar da sua própria finitude ao lidarem com essa experiência, acarretando, assim,
insegurança e medo. Estes consideram-se, portanto, em condições regulares de ajudar o
paciente fora de possibilidade terapêutica.
Nunes at al. (2001) acrescentam que grande parte dos profissionais de saúde que, no
cotidiano de seu trabalho, lidam com o processo de morrer e morte, parecem sentir o peso
da perda do paciente, mesmo que esgotados e investidos todos os recursos disponíveis e de
ter realizado tudo que está ao seu alcance para oportunizar-lhe uma morte digna. Parecem,
portanto, sofrer muito, seja por não aceitá-la ou por não se sentir suficientemente
instrumentalizado emocional e psicologicamente, percebendo-se impotente frente à morte e
às necessidades e exigências dos pacientes e familiares.
Entretanto, diante das questões abordadas, Silveira e Lunardi (2001, pág. 179)
concordam com Barbosa (1999, pág. 67), que ressalta o papel grandioso e enriquecedor da
enfermeira que lida com pacientes fora de possibilidades terapêuticas, ao afirmar que:

“Ser enfermeira cuidadora de quem vivencia o processo de morrer é


poder viver diariamente esse desafio, junto com os pacientes e seus
familiares; é cuidar humanamente, é observar constantemente, é estar
atenta ao seu nível de consciência, coloração, sinais vitais,
características da pele, à necessidade de realizar procedimentos, mas
mais do que isso é a possibilidade de “ser presença” junto ao paciente.
Entendo que a habilidade e a competência são fundamentais para
compreender a experiência de cuidar, o que requer ser receptiva e estar
atenta aos estímulos transmitidos pelos pacientes, mesmo que seja um
caminho de incertezas e expectativas, deixando ‘aflorar a sensibilidade e
a intuição para que possa adentrar no mundo dos clientes, ouvindo-os,
olhando-os, envolvendo-os de uma maneira empática, procurando
compreendê-los.””

Brunner e Suddarth (2002) acreditam, ainda, que a enfermeira representa um elo


consistente no sentido de promover a compreensão da doença e o processo de morte, bem
como tornar o evento mais controlável para o paciente e para a família.

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Segundo Silva (2003, pág. 68), os enfermeiros podem aprender muito com as pessoas
próximas da morte e que esse aprendizado facilita o cuidar, pois permite entender que “o
que podemos fazer é cuidar dela até que morra, e que rever as próprias expectativas, com
relação à própria morte, rever a nossa relação com o cuidar e curar, altera a maneira como
nos relacionamos com essas pessoas.”

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Caracterização da amostra

Os 7 (100%) profissionais que participaram da pesquisa eram do sexo feminino,


sendo 5 (71.5%) auxiliares de enfermagem e 2 (28.5%) enfermeiras, que atuavam na UTI-
neonatal do Hospital Universitário Antônio Pedro. Quatro (57%) encontravam-se na faixa
etária de 20 a 30 anos e 3 (43%) de 35 a 45 anos. Em relação ao tempo de atuação, 3 (43%)
trabalhavam no setor a cerca de 18 meses, 2 (28.5 %) a 3 anos, e 2 (28.5%) a,
aproximadamente, 20 anos. Quanto à religião, 6 (86%) afirmaram ser católicas não
praticantes e 1 (14%) protestante.

Sentimentos diante do morrer e morte de crianças

Quando perguntados sobre os seus sentimentos frente à morte de crianças, os


sujeitos da pesquisa relataram sentir-se tristes e abalados, principalmente por tratar-se de
um ser que acabara de nascer e que teria toda uma trajetória de vida a ser percorrida.

“Não é muito bom quando uma criança morre. Eu sinto tristeza. A gente
quer ver todo mundo sair bem daqui, quanto mais que são crianças, né,
que tem uma vida pela frente.” ( Auxiliar 2)

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“Eu sinto tristeza, porque o bebê não fez nada na vida ainda e já
morreu.” (Auxiliar 4)

Estas falas estão de acordo com os pensamentos de Nunes at al. (2001), que ressaltam
que um fator que tende a dificultar a aceitação da morte precoce é a frustração de uma
maior expectativa de vida dos pacientes jovens ou crianças, por uma enfermidade ou
acidente que resulte em morte. Neste sentido, na pág. 67, concordam com Athinkson e
Murray (1989), ao afirmarem que “A tristeza não se manifesta, apenas, pela ocorrência de
suas mortes, mas, também, por aquilo que eles poderiam se tornar e realizar, ou seja, pela
perda de seus futuros.”
Tavares at al. (2002) acreditam que a maneira como os profissionais de enfermagem
reagem diante da morte varia de acordo com a circunstância em que ocorreu essa morte, o
estado de saúde daquele que morre, e, principalmente, com a idade do paciente.
A experiência de prestar cuidados diretos e contínuos aos pacientes terminais torna-se
ainda mais difícil e conflituosa quando trata-se de uma criança ou jovem, em decorrência
dos mecanismos de projeção e empatia estabelecidos durante essa relação.

“Eu sou mãe, e quando a gente é mãe fica mais difícil. Por mais que a
criança venha cheia de problemas, a gente sempre tem esperança. Eu fico
imaginando que isso (a morte) também pode acontecer com o meu
filho...” ( Auxiliar 3)

Os enfermeiros que atuam na pediatria, segundo Oliveira e Araújo (2001), são mais
suscetíveis a um envolvimento mais profundo com a criança, visto que o fator primordial
para um bom exercício desta profissão é a sensibilidade. O profissional de enfermagem, ao
cuidar da criança, acaba por vivenciar junto a ela a até mesmo a ameaça de morte.
Outros sentimentos, entretanto, também são citados pelos entrevistados, tais como
piedade, impotência e revolta:

“Eu sinto pena da mãe também, porque deve ser muito ruim perder um
filho, que às vezes você não teve nem oportunidade de abraçar, brincar
com ele.” (Auxiliar 4)

“É complicado trabalhar quando envolve vidas. Primeiro surge um


sentimento de pena, piedade, porque é uma vida que estava começando e
foi interrompida. Depois vem o sentimento de impotência porque você tem
o conhecimento e não conseguiu salvar a vida. E depois vem ainda o
sentimento de revolta, quando você pensa que se você tivesse esse ou

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aquele aparelho, equipamentos adequados, a vida poderia ter sido salva
ou prolongada ” (Enfermeira 2)

Barbosa at al. (1999) ressaltam que o profissional de saúde vem sendo preparado para
“fazer viver”, portanto, ao responsabilizar-se pelos cuidados ao paciente, deve mantê-lo
vivo, combatendo a morte como se fosse a sua inimiga número um. Para essas autoras
(pág. 33), “Os aparatos e equipamentos médicos de diagnóstico e tratamento, junto à
exigência de cuidados assépticos e técnicos bem desenvolvidos, permitem o
prolongamento da vida (ou sobrevida?) e impossibilitam a chegada da morte, que fica meio
de espreita. Assume-se uma postura onipotente, coloca-se entre a vida e a morte e se
esquece, muitas vezes, que ali, sob seus cuidados, existe um ser humano infalivelmente
mortal e a qualquer momento sua morte colocará à prova a ‘competência do profissional,
que se sentirá ‘impotente” perante ela”.
Devemos, assim compreender a morte como parte da vida, como um processo natural
que pode nos surpreender em qualquer situação, em qualquer momento ou circunstância.

Dificuldades em lidar com os sentimentos que surgem frente à morte da criança

Todos os sujeitos do estudo relataram não sentir dificuldades em lidar com a morte
de crianças, afirmando, na sua maioria, que, com o passar do tempo, com o convívio
relativamente constante com a perda, as pessoas acabam por aprender a lidar com tais
sentimentos e até mesmo acabam se “acostumando” com esta situação.

“Até que agora não tenho dificuldades, mas foi com o tempo. A gente
acaba se acostumando.” (Auxiliar 1)

“Não acho difícil lidar com isso (a morte), pela vivência você vai se
acostumando.” (Enfermeira 1)

Os trechos acima mencionados refletem a banalização da morte e do morrer, que,


segundo Nunes at al. (2001), representam um mecanismo de proteção dos indivíduos
contra o sofrimento, considerando-se comum e rotineiro o distanciamento e endurecimento
das relações do profissional diante do paciente e da família.

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Entretanto, numa maior reflexão sobre os dados colidos na entrevista, constatamos
que, na realidade, estes profissionais apresentam certa dificuldade, especialmente em
relação ao relacionamento com os pais da criança que veio a falecer, como demonstrado
nas falas a seguir:

“ Eu não gosto muito é de lidar com a mãe e com o pai. Eles ficam muito
tristes e ,às vezes, revoltados conosco.” (Auxiliar 1)

“Nunca vou esquecer o dia em que a enfermeira estava preparando o


corpo do bebê que tinha acabado de morrer e a mãe chegou. Fui com ela
para uma sala e ela pediu para ver o corpo, pegar no colo pelo menos
uma vez. Eu dei o bebê para ela. Ela beijava, abraçava e pediu para eu
rezar com ela. Foi muito rui. Eu nunca vou esquecer. Foi a pior
experiência da minha vida.” (Auxiliar 3).

O enfermeiro e sua equipe devem estar preparados para que possam intervir de
maneira adequada nesse momento da sua rotina de trabalho, pois “dirigir a atenção aos
familiares pode proporcionar a descoberta de suas inseguranças e fragilidades, e esta
atitude, sem dúvida, repercutirá nas relações. Os familiares, quando ouvidos e orientados,
possivelmente, manifestem um comportamento mais tranqüilo.” (Nunes at al., 2001,
citando Beck, 1995)
Observamos ainda que alguns profissionais demonstram ficar tristes e sofrer, mas
que, para eles, as dificuldades vão sendo superadas por acreditarem que fizeram tudo
aquilo que está ao seu alcance para melhor atender ao paciente ou por buscarem força e
conformação nas suas crenças e religiões.

“As dificuldades vão sendo vencidas, conforme você vai vivenciando,


você vai amadurecendo. Então você passa a ver que existe um caminho
que você pode caminhar na vida, mas chega um momento em que você
não pode mais intervir. Eu sofro, mas não costumo levar para a vida
pessoal, pois sei perfeitamente que fui onde pude. Se a pessoa é
negligente, deixa de prestar algum cuidado, aí é diferente... A religião é
muito importante. Sou católica, acredito em Deus e que ele me ajuda a
cuidar dos bebês. Acredito que tudo na nossa vida faz bem para a gente.
De um modo ou de outro, sempre faz bem. Sendo assim, não é difícil, pois
você sente o seu sentimento, o sentimento do profissional. Nós
enfermeiras não somos criadoras e sim cuidadoras.” (Enfermeira 2)

“Quando vejo o sofrimento dos pais, isso me arrasa. Fico pensando nisso
e não consigo dormir. Mas aí paro e penso que se foi a vontade de Deus,
né, eu não tenho que falar nada, apenas aceitar .Os pais não entendem

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isso, mas eu tento conversar com eles, falar dos planos de Deus ao levar
essa criança. Chamo eles para orar pela alma da criança, para que ela
tenha paz onde quer que esteja. ” (Auxiliar 5)

Para Barbosa at al. (1999, pág. 27), “Se o tempo passa e a vida se desfaz, pode-se
driblar a morte, através da crença da imortalidade, senão do corpo, pelo menos do espírito
ou da alma, que parece ser a essência humana”. A religiosidade, segundo essas autoras,
leva-nos a acreditar na existência de uma outra vida, além da vida terrena, onde poderemos
desfrutar de um “mundo perfeito”, sem fome, dor ou medo. Surge, no entanto, uma
abordagem conflitante no que diz respeito a esse paraíso, pois seria um lugar para onde
iriam apenas os escolhidos, aqueles que vivessem de acordo com conceitos cristãos.
A religiosidade, seja qual for a doutrina seguida, representa um refúgio de conforto e
conformação, ajudando na superação da dor da perda e na continuação das rotinas de vida
e trabalho.

Reações diante da morte da criança

Os entrevistados, em sua maioria, quando questionados quanto às suas reações frente


à morte de uma criança no seu ambiente de trabalho, disseram buscar conversar com outros
membros da própria equipe de enfermagem, como forma de aliviar o estresse diante dessa
situação.

“Quando acontece uma morte eu costumo conversar, falar com o pessoal


daqui. A gente acaba se sentindo melhor.” (Auxiliar 1)

“Nós conversamos entre nós mesmos aqui do setor, para a gente se sentir
melhor.” (Auxiliar 4)

Essa estratégia é compreendida por Martins at al (1999) como uma maneira de


procurar compartilhar com as pessoas que sabidamente lhe dizem o que querem ouvir, ou
seja, pessoas que vivenciam o acontecimento com as mesmas resistências. Comentar com
os indivíduos de fora do ambiente hospitalar implicaria em compartilhar sentimentos de
perda e angústia, pois a morte é tema banido das comunicações rotineiras.
A realidade hospitalar, segundo eles, não comporta a vivência desses profissionais,
que, por não encontrarem espaço para expressar sua dor, acabam por se defender,

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racionalizando, negando, distanciando e encobrindo seus sentimentos. Esse aspecto
encontra-se claramente exemplificado nas seguintes falas:

“Eu procuro não pensar muito nisso, porque senão agente acaba ficando
mais triste ainda.” (Auxiliar 2)

“Eu procuro não me integrar muito, como um mecanismo de proteção


mesmo. Se você se sensibiliza demais, você pode ter um estresse ainda
maior. Se você interage muito, você acaba sentindo mais” (Enfermeira 1)

Nunes at al., afirmam, contudo, que, na realidade, o profissional de enfermagem, que


identifica e intervém principalmente nas necessidades físicas, deixa aflorar o seu
despreparo em permitir um envolvimento emocional para lidar com questões relacionados
à morte. Destacam, assim, na pág. 71, que “Ele (o profissional de enfermagem) não só
precisa como deve envolver-se emocionalmente, se deseja estabelecer uma relação
autêntica com o paciente ou com qualquer outro ser humano. Este envolvimento passa a
ser vital na relação terapêutica, pois promove empatia, permitindo ao profissional perceber
o outro, tornando-o sensível à situação que está vivenciando, o que o mobiliza a oferecer a
ajuda necessária para o paciente ou família, porém não deve torná-los incapazes de agir
frente a determinadas situações. Precisa ocorrer de forma madura, profissional, com os
devidos limites a serem respeitados.”
Martins at al., acrescentam, ainda, que ao se utilizarem desses mecanismos de defesa
para lidar com a morte, os cuidadores podem deixar de prestar uma assistência adequada,
por exemplo aos familiares, não percebendo suas reais necessidades e angústias.
Entretanto, acreditam que as estratégias de defesa, em parte, os protegem na vivência das
perdas e tristezas às quais está sujeito no ambiente hospitalar, minimizando seus medos,
tornando menos dolorosa a sua separação do paciente fora de possibilidade terapêutica.
Observamos, portanto, que as enfermeiras e os membros de sua equipe que,
cotidianamente convivem com o sofrimento e a morte, desenvolvem maneiras peculiares
de enfrentar tal ameaça, ora buscando apoio com os companheiros de trabalho, ora
mascarando os seus sentimentos.

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CONCLUSÃO

Com a elaboração desta pesquisa, observamos que o processo de morrer e a morte


são capazes de gerar nos profissionais de enfermagem os mais variados sentimentos, ainda
mais exacerbados quando trata-se da perda de uma criança.
De uma forma geral, constatamos que a maior dificuldade no enfrentamento dessa
situação e no relacionamento com a família está na própria mentalidade e atitude do
profissional (influenciados pela cultura da sociedade ocidental, capitalista) e na falta de
preparo dos mesmos, tanto durante a graduação quanto no ambiente de trabalho.
Diante disso, acreditamos que seja necessário uma maior discussão sobre a temática
nas universidades e nas instituições de saúde, para que esses profissionais possam lidar
com o sofrimento e com a morte de maneira menos irrealista e idealizada. Concordamos,
então, com Françoso (1996, pág.43) ao afirmar que:

“Há necessidade de que espaços sejam estabelecidos na rotina da


instituição (e nas faculdades), para que neles os profissionais (ou futuros
profissionais) possam falar, ouvir e serem ouvidos. É importante que

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troquem experiências, compartilhem seus sentimentos e dificuldades,
pensem sobre suas ações e avaliem continuamente as possibilidades e
limites de si próprios e no contexto no qual estão inseridos. Assim talvez
possam vislumbrar o sentido de seus trabalhos e participar ativamente da
construção de uma assistência que se aproxime das necessidades reais
das pessoas assistidas.”

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pediátrica. Revista latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v.4, n.3, p.41-48, dez. 1996

BARBOSA, S.; NOVA, L.S.V.; PENNA, C.M.M. Morte e seus significados: um estudo
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www.tanatologia.com.br. Acesso em: 11/05/01.

BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico- cirúrgica. Rio de Janeiro:


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Revista Mundo da Saúde, São Paulo, ano 27, v.27, n.1, p.64-70, jan./mar. 2003

ANEXO

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MÉDICO- CIRÚRGICA
DISCIPLINA: SAÚDE INTEGRAL DO ADULTO E DO IDOSO II
TRABALHO: OS SENTIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
DIANTE DO PROCESSO DE MORRER E MORTE DA CRIANÇA

ENTREVISTA

Idade: ___________ Sexo:_________


Tempo de atuação com crianças fora de possibilidade terapêutica: __________
Religião: ___________ Praticante: ( ) sim ( ) não

1) Quais são os seus sentimentos ao cuidar de crianças fora de possibilidade


terapêutica?

2) Quais as suas dificuldades em lidar com esses sentimentos?

3) Quais as suas reações ao lidar com o processo de morrer e morte de crianças?

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Niterói, janeiro de 2004

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