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PROCESSUAL CIVIL
IV
RECURSOS
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Processo Civil - Recursos
Aula 01 –
1) Aspectos Introdutórios
Durante mais ou menos, 11 séculos as pessoas não recorriam de decisões desfavoráveis. Elas não
tinham a possibilidade de recorrer.
Ao longo desse direito, houve 3 sistemas (meios ou métodos) de resolução de conflitos, de uma
determinada lide entre duas pessoas. Não existia processo coletivo, era sempre um processo mesmo, uma
questão individual.
Legis Actiones
O primeiro desses sistemas foi no início de Roma (+ ou – Séc. 7 a.C. até o Séc. 3 a.C.). Esse
sistema chamava-se LEGIS ACTIONES ou AÇÕES DAS LEIS. Basicamente, até o surgimento das leis
das ações, quando se tinha um determinado problema com alguém, esse problema seria resolvido de 2
formas muito simples: ou alguém renunciaria (deixaria de exercer o seu direito), ou resolveria mediante
a força física (violência) e quem saísse vencedor seria titular daquele direito.
O primeiro sistema de arbitragem foi o das ações das leis, que era um sistema extremamente
restrito, que previa que o cidadão romano poderia eventualmente acionar outro cidadão romano em 5
hipóteses específicas. Somente 5 hipóteses.
Em Roma, tinha que se ter o cuidado de verificar se aquele determinado negócio se encaixava em
uma dessas 5 ações, pois se não se encaixasse em determinada situação, o negócio não fosse cumprido,
restaria violência (autotutela). Além de ser resolvido na autotutela, só existir 5 ações, havia uma outra
restrição muito grande.
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Somente o cidadão romano é titular de direito a ser exercido no sistema das ações das leis, aquele
que efetivamente tivesse nascido em solo romano, filho de pais romanos e que era o chamado “Pater
Familiae”.
No direito romano quem exerce o direito é o “Pater Familiae”. Os outros não exerciam direito.
É um sistema extremamente restrito, tanto subjetivamente (somente poderia ser exercido por quem era
“Pater Familiae”), e, somado a isso, com outras possibilidades de uso na pratica.
O “PRETOR” não era um juiz, mas uma espécie de funcionário do império, que exercia uma
série de atividades. Ele era juiz, mas era um pouco de prefeito, legislador etc. ao mesmo tempo.
Procurava-se o pretor, narrava a situação fática. A função do pretor era analisar nas leis as tais situações e
analisar se o caso se encaixava em alguma das 5 ações. Se o caso não se encaixasse, nada se fazia; mas,
se o caso se encaixasse em alguma das ações, ele dizia qual que julgaria o caso deles. As partes tinham
que procurar um árbitro privado para julgar.
O pretor não exercia a função de julgamento, mas apenas fazia uma análise formal se o caso era
ou não regulado por uma dessas ações das leis, dizia qual se aplicava e estes tinham que procurar um
árbitro privado.
FIDES = CONFIANÇA.
Juris Consul é alguém com uma formação jurídica, conhecimento na área.
Nesse primeiro sistema de julgamento das ações das leis, que vai do início do império romano
(Séc. 7 a.C. até + ou – metade do Séc. 3 a.C.), não havia chance de se recorrer por 2 motivos:
Não era um órgão de Estado que julgava, quem julgava era um arbitro privado.
Se a confiança era depositada naquele escolhido para julgar, porque se pensar em recurso?
As ações das leis não foram extintas, mas foi aos poucos superados por ser tão restrito.
Per Formulas
Também chamado de “formulas”. Antes, somente quem podia exercer o direito eram somente
aqueles que possuíam o “Pater Familiae”. Porém, quem exercia o comércio, via de regra, eram os
estrangeiros. Ou seja, eles detinham o poder econômico. O comércio era, para os romanos, algo de “segunda
linha”, por isso era difícil que eles praticassem a LEIS ACTIONES.
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Como os estrangeiros não possuíam “Pater Familiae”, eles não podiam propor uma ação. Foi
necessário a criação de um segundo sistema, chamado de “IUS GENTIUM”, para regular as relações
jurídicas dos estrangeiros.
Ius Gentium (Direito das Gentes) era o direito aplicado àquele que não era cidadão
romano.
IusCivile era o direito dos romanos.
É, então, um sistema mais amplo que o primeiro. Pode-se utilizar aquele cidadão capaz romano.
Romano com romano; estrangeiro com romano; estrangeiro com estrangeiro.
O PRETOR passa a analisar se existe uma formula, uma espécie de roteiro para resolver o conflito,
ou seja, um meio procedimental para resolver determinado conflito.
A cada ano, o EDITO era “reformulado”, ou seja, a cada ano era possível reformular/criar novas
formulas.
Ao perceber que existia uma formula que pudesse julgar o caso, ele encaminhava para um arbitro
privado, ou seja, fazia apenas a análise formal, não julgava.
Essa parte era idêntica à fase da LEGIS ACTIONES. Também não era possível
recorrer.
Legis Actiones e Per Formulas são também chamados de “ORDO INDICIORUM PRIVARUM”
(Ordem Jurisdicional Privada).
OU seja, há um sistema dividido em duas fases, a primeira fase perante o Pretor (In Iure) e a segunda
fase perante um arbitro particular (Apud Iudicem).
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CognitioExtraordinem (Cognição Extraordinária)
É a partir dela que se começa a pensar no ato recursal.
Nesse período + ou -270 d.C. sobe ao poder Diocleciano, que pega o império romano em
decadência. Ao reunir ministros, ele procurou medidas para resolver os problemas do império para evitar a
queda.
O império romano criava suas próprias normas, ainda que o poder legislativo que conhecemos hoje
não seja daquela época, a sua “ideia” já existia. O Pretor exercia uma função executiva/administrativa, de
ordem público, cobrança de tributos.
Em 281 d.C., Diocleciano, através de uma lei, proibiu a arbitragem privada, excluindo assim, os dois
últimos sistemas. A partir daquele momento, se houvesse algum conflito de direito a ser analisado, esse
alguém deverá procurar o Pretor que irá julgar o caso, ou seja, o Pretor agora não faz só a analise formal,
cabe a ele julgar também, chamado isso de IURIS DICTIO (Jurisdição). Logo, cabe ao Estado, através de
um órgão público, solucionar eventuais casos conflituosos submetidos à sua análise. Compete ao Pretor
dizer o direito, no caso concreto.
Ele tornou o que era uma arbitragem particular em pública. O Pretor passa a analisar os aspectos
formais e a julgar. Muito provavelmente Diocleciano absolveu esses árbitros privados para dentro do Estado.
Ao trazer a jurisdição, Diocleciano traz um “problema” enorme aos romanos, já que não mais se
pode escolher o arbitro, quem julga é o Pretor e por ser público há uma exclusão da “FIDES”,foi que o
Pretor é escolhido pelo Estado. Isso gerou uma série de questionamentos.
Foi, então, que o Diocleciano dividiu os Pretores e Juris Consul em dois grupos criando uma espécie
de conselho de revisão com esses Juris Consus. Tem-se então um juiz de 1ª instância com os “Pretores” e
caso alguém discorde da decisão, como ele não escolhe mais, pode solicitar que esse órgão de 2º grau reveja
a decisão.
O meio através do qual era possível acessar esse segundo órgão foi chamado de “APPELLATIO”.
Além da “APPELLATIO” criou também a “SUPPLICATIO”, dentro do processo civil ela não faz
sentido e nem no Brasil, porém em alguns países que adotam a pena de morte, ela ainda existe. A
Supplicatioé uma suplica, na Roma era dirigida ao imperador. Era uma forma de pedir que a pena de morte
não fosse executada. Nos países que adotam a pena de morte ela é dirigida ao Governador do Estado.
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1.1) Motivação da Previsão Recursal
Existem quatro motivos para a previsão recursal. Dois deles são jurídicos, os dois primeiros motivos
não estão ligados/direcionados os direitos e sim da natureza humana.
Falibilidade Humana
Qualquer pessoa no desempenho de uma atividade pode errar, faz sentido ao imaginar que o juiz ao
julgar erra, e por isso é necessário em sistema de correção desse erro.
O julgador pode cometer algum erro, e, é por isso, que o sistema recursal, para permitir que as partes
possam pedir a correção desse erro.
Inconformismo
Na maioria das vezes, as pessoas buscam uma resposta para o “não”, pois não recebe em
conformidade um não.
O Brasil é um pais cujo sistema permite uma quantidade razoável de interpretações completamente
conflitantes e distintos de uma mesma situação jurídica.
A utilização reiterada de recursos de recursos tem por finalidade gerar a uniformização da aplicação
do direito.
Para alguns autores, há utilidade preventiva. É como se o juiz ao julgar o caso concreto pensasse
“devo executar minha atividade com capacidade e da melhor forma possível, pois se eu errar a parte irá
recorrer e seria punido com a anulação ou reforma da minha decisão”. Seria uma espécie de pressão
psicológica.
Para o professor:
Isso não faz sentido algum, pois o recurso não pune ninguém. Quem pune o juiz é o
Conselho, por um ato administrativo. O recurso é contra a decisão e não ao juiz.
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É claro que se o juiz quer ser desembargador, não jugara ao contrario o entendimento
dominante do tribunal em que ele faz parte.
Recurso vem do latim “RECURSUS”. Em termos etimológicos significar percorrer outro caminho.
Meio de Impugnação de Decisões Judicias: Todo e qualquer recurso temo objetivo questionar,
impugnar uma decisão judicial.
Voluntário: O ato de recorrer é um ônus processual, ele não é obrigatório. A pode não tem o dever
de recorrer. É um ônus, pois a partir do momento que é dado a parte o direito de recorrer e ela não recorre,
assume as consequências.
Inserido dentro do mesmo “PROCESSO”: Todo o processo se inicia coma Petição Inicial.
Dilação Temporal: Todo e qualquer recurso gera dilação temporal, ou seja, o tempo seja prolongado.
Não é objetivo do recurso.
Anulação, Reforma, Integração e Esclarecimento: A maioria dos recursos tem por objetivo anular
e reformar. Porém, é possível integração e esclarecimento no caso dos Embargos de Declaração, que não tem
por objetivo nem anular, nem reformar.
Antes de recorrer, o primeiro passo é ANALISAR QUAL É O ATO DECISÓRIO? Para saber
qual recurso é cabível.
Exemplo: Apelação: quando é cabível? Art. 1.009, CPC: Da sentença cabe apelação.
Sentenças e decisões interlocutórias são os atos de um juiz de primeira instância.
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Decisões interlocutórias: é a decisão proferida pelo juízo de primeira instância que resolve qualquer
questão que incide no curso da demanda, podendo ou não analisar parte do mérito da demanda.
Acórdãos: é uma decisão colegiada. É um somatório dos vários votos dos membros
(desembargadores) que participaram daquele julgamento.
Decisões monocráticas: Várias coisas dentro de um tribunal, e inclusive, recursos podem ser
decididos por uma pessoa sozinha (por um desembargador ou por um ministro). Não é o mesmo que
decisão interlocutória, pois esta pode julgar parte do mérito, mas não por completo a lide. Por outro
lado, a decisão monocrática tem a capacidade de julgar toda a lide.
Os despachos é o ato praticado pelo juiz ou pelo escrivão, mediante delegação do juiz, que dá mera
tramitação ao procedimento, não decide nada.
Exemplo:O juiz profere despacho: Dou vistas as partes para produzirem provas.
Isso não tem conteúdo decisório e nem impôs gravame as partes.
Recurso ordinário é aquele que está previsto em lei, com o objetivo imediato (direto) de permitir
aos interessados a tutela de seus próprios direitos e interesses debatidos em juízo.
Nesses recursos é possível discutir a matéria de fato e a matéria de direito.
A maioria dos recursos são ordinários.
Exemplo: Apelação, agravos, embargos de declaração.No art 994 do cpc fala apelaçãoagravos, e
recursos ordinarios tambem. A apelação está dentro do recurso orinário mesmo e o art tras essa
ambiguidade ou eu que entendi mal????
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Recursos “Extraordinários” (interpretação, aplicação e vigência das
normas)
Recurso extraordinário é um grupo de espécies recursais cujo objetivo não é de forma imediata a
tutela do interesse das partes envolvidas, daqueles interesses específicos debatidos no caso concreto.
São três espécies recursais que são extraordinárias:
1- Recurso Especial no STJ
2- Recurso Extraordinário no STF
3- Embargos de divergência no STF e no STJ
Esses recursos têm como objetivo imediato a análise em torno da interpretação, da aplicação e
da vigência das normas (Uniformização da aplicação das normas).
Esses recursos permitem ao sistema jurídico a verificação, a análise da interpretação, da
aplicação e da vigência de normas. Não se discute matéria de fato nesses recursos. A argumentação
nesses recursos é diferenciada, ou seja, se discute a interpretação, a aplicação ou a vigência das
normas.
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No curso de um procedimento em trâmite pode surgir uma lei processual nova. O que fazer nesse
caso?
A lei processual nova é aplicável aos procedimentos em trâmite, ou seja, aos processos abertos
antes da vigência do código novo aplicará a nova lei nos atos que ainda irão ser praticados.
A atividade recursal se vincula à publicação do ato decisório. Se quando o ato decisório foi
publicado eu tinha o direito a recorrer, eu continuo tendo o direito a recorrer, mesmo que a nova lei diga
que não.
Exemplo Real: O CPC 2015 acabou com o recurso chamado embargos infringentes.
Quando se fala aqui em publicação não se fala em publicação no diário oficial. A publicação é
tornar a decisão pública.
No processo terá a data da juntada da decisão aos autos que é diferente da data da publicação no
diário oficial. A regra é contar o prazo da data da juntada, por que a partir desse momento a decisão se
tornou pública.
O direito se constituiu no momento em que a decisão foi juntada aos autos. Devendo-se observar
qual lei estava vigente naquela data.
Nesse caso temos o direito adquirido ao recurso, contudo não significa dizer que temos direito
adquirido a forma (regra) de julgamento do recurso.
Exemplo: No código velho era possível fazer a sustentação oral na apelação. No código novo não é
mais possível (Só exemplo, é mentira).
A forma de julgamento pode ser diferente. O direito adquirido é ao recurso.
Aula 3
2) Efeitos Recursais
Consequências jurídicas decorrentes da recorribilidade / interposição
Os efeitos recursais são as possíveis consequências pratica jurídicas, seja da mera previsão legal
de que o recurso existe ou da sua efetiva utilização.
Seja pelo ordenamento prevê o recurso, seja pela utilização efetiva daquela espécie recursal, isso
se chama efeitos.
Há doutrinadores que defendem que há dois efeitos, suspensivo e devolutivo. Mas há autores que
enumeram 14 efeitos, só que parte desses efeitos não tem grau de generalidade.
2.1)Obstativo
Impedimento à formação da coisa julgada
Obstar = Impedir
Todo e qualquer recurso tem a capacidade de impedir a formação da coisa julgada. Todas as
espécies recursais têm essa capacidade.
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O ato de recorrer gera uma dilação temporal do procedimento, mantendo um espaço aberto para
que as partes continuem discutam aquele determinado caso.
O efeito obstativo decorre da mera previsão normativa de que existe um recurso aplicável. Ainda
que não utilize, o efeito ocorre.
Todo recurso impede o transito em julgado. Toda ação rescisória pressupõe a existência da
coisa julgada. É um marco temporal.
Um cuidado que se deve ter com o efeito obstativo, é no Embargo os recursos podem ser parciais.
Às vezes, num primeiro momento, imagina-se que o ato recursal se dá sempre pela integralidade
da decisão, e não necessariamente. Ainda, às vezes, tem-se uma concepção errada ou inadequada de que
o ato de recorrer abrange por completo a decisão, não necessariamente.
Lembrar-se da contestação em que o réu pode impugnar todos os pontos trazidos pelo autor,
ou não. Aquilo que não se impugna de forma especificada se torna incontroverso.
2.2) Suspensivo
Ineficácia da decisão (art. 995)
Impedimento ao cumprimento / execução
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão
judicial em sentido diverso.
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Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão
do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Alguns recursos (ainda que a exceção) são dotados de efeito suspensivo com força de lei. Não
significa dizer que a decisão se torna, ainda que temporariamente, ineficaz, que ela não é passível de
cumprimento, de execução.
Quando um recurso é dotado de efeito suspensivo, a mera previsão normativa da espécie recursal
já impede que a parte contrária favorecida, leve-a para cumprimento.
Basicamente, quando um recurso vem acompanhado desse efeito, aquele que saiu vencido e
recorre, tem a capacidade (12m10seg), no curso do julgamento do recurso. E quando tende (12m15seg).
No art. 995 diz que como regra, a interposição de recurso não impede o cumprimento da decisão.
O ato de recorrer, como regra, não é (13m55seg). Tem-se que dividir o efeito suspensivo em dois
tipos: “Ope Legis” e “OpeJudicis”.
Ope Legis
Esse efeito suspensivo está no parágrafo único do art. 995. O parágrafo único diz que, todavia,
pode o desembargador ou ministro responsável conceder, no caso concreto, efeito suspensivo todas as
vezes que o recorrente demonstrar que aquela decisão, caso cumprida de imediato, possa gerar uma lesão
grave de difícil ou impossível reparação, e que ele recorrente tem bons argumento.
A ideia do efeito suspensivo “OpeJudicis” é trabalhar exatamente com os recursos que não tem
efeito suspensivo por lei, mas no caso concreto o recorrente pode solicitar a concessão. Claro, desde que
convença o Órgão Jurisdicional, demonstrando o “Periculum In Mora” e o “Fumus Boni Iuris”.
Por exemplo, o Agravo de Instrumento não tem efeito suspensivo por lei, por exemplo. Então,
o fato da parte agravar da decisão, não impede a parte contrária executar o cumprimento da
decisão. No momento em que alguém agrava pode abrir um tópico dentro do recurso “da
necessidade de efeito suspensivo OpeJudicis” por força de uma decisão judicial, nesse caso.
Na redação originaria do CPC/15 a ideia foi acabar completamente com o efeito suspensivo
“Ope Legis”, e manter apenas o efeito suspensivo “OpeJudicis”. A redação originaria acabava com o
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efeito suspensivo por foça de lei, e mantinha só efeito suspensivo por força judicial. Mas durante o seu
processo de aprovação, voltaram o efeito suspensivo para a Apelação.
Hoje, no CPC/15, o efeito suspensivo por força de lei a Apelação e uma hipótese específica do
recurso ordinário. O restante não tem.
Suspensivo é a exceção.
Se o suspensivo for “Ope Legis”, a mera previsão legal do recurso, mesmo que ainda não tenha
se utilizado, já gera a suspensão.
2.3) Devolutivo
Tantum Devolutum Quantum Appellatum
O obstativo e o suspensivo são verificados pela mera previsão legal do recurso, o resto é só se
usar o recurso (pela interposição) que o efeito é verificado.
O efeito devolutivo já é definido desde Roma que dirá “é devolvido o que é apelado”. Significa
dizer que o ato recursal transfere para o Órgão Competente do julgamento do recurso a matéria objeto de
impugnação.
Desde de Roma as pessoas já reconheciam a possibilidade de o recurso ser parcial. Significa dizer
que só é devolvido para fins de reanalise ao Poder Judiciário, o que foi objeto de impugnação específica.
É como se trabalhasse com a ideia de inercia judicial. O recorrente é que delimita quais serão os tópicos
que quer que sejam analisados naquele recurso.
Por isso “Tantum Devolutum Quantum Appellatum”. Leia-se: é devolvido o quanto é apelado.
É claro que isso será aplicado a todas as espécies recursais.
Um cuidado que se deve ter é que o efeito devolutivo se tem o que chama de dimensão horizontal
e dimensão vertical. E efetivamente devolutivo é a dimensão horizontal.
Essa regra chamada efeito devolutivo, sofre uma exceção, que é o chamado “Efeito
Translativo”.
No âmbito horizontal, só pode analisar o tribunal aquilo que foi impugnado. Mas dentro daquilo
que foi impugnado, o tribunal tem amplo conhecimento.
Não significa dizer que, naquilo que o tribunal foi provocado, tem liberdade de análise. O
tribunal não pode adentrar naquilo no que ele não foi provocado.
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O tribunal está vinculado ao que foi impugnado, mas o argumento que é utilizado pode utilizar
outros.
O tribunal não se prende ao argumento apresentado pela parte. Ele pode usar um outro argumento
que está presente nos autos e não foi utilizado pela parte.
2.4) Translativo
Análise exofficio / questões de ordem pública
O efeito translativo diz que o tribunal pode conhecer de oficio qualquer matéria de ordem
pública, ainda que ela não tenha sido objeto de debate ou discussão pelas partes.
E no momento em que o tribunal, porventura, aplique o efeito translativo, pode acabar entrando
em tópico que discutiram as partes.
Mesmo que não questionada, quando matéria de ordem pública, tem que ser analisado.
O efeito translativo funciona como uma exceção ao devolutivo. Independentemente de ter ou não
impugnado de forma específica sobre um determinado ponto, no momento em que um recurso chega em
um tribunal, se existirem matérias de ordem pública, tem que ser feita a análise.
O translativo só ocorre se recorrer. Se não houve recurso, não chegará ao tribunal e a matéria não
será conhecida.
2.5) Regressivo
Possibilidade de juízo de retratação
É uma exceção.
A maioria esmagadora das espécies de recursos são entregues para quem proferiu a decisão.
Se pensar na ideia do efeito devolutivo, está se devolvendo o recurso, mas quem julgará é um
órgão distinto.
Tem-se um juízo chamado “Ad Quo” e outro chamado “Ad Quem”. O juízo “Ad Quo” é aquele
quem proferiu a decisão. O juízo “Ad Quem” é aquele que julga o recurso. São juízos distintos, com
normas diferentes etc. Os recursos são direcionados ao “Ad Quem”, ainda que às vezes, fisicamente,
tenha que passar nas mãos do “Ad Quo”, quando se apela é para o Tribunal resolver o problema.
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Mas, algumas espécies recursais abrem àquele que proferiu a decisão, a possibilidade de se
retratar.
Por exemplo, o Agravo. Quando se apresenta este recurso, pode chegar para o juiz que
proferiu a decisão e dar a possibilidade de se retratar. Tem que informar ao juiz de 1ª
instância. É condição formal do recurso. Quando se vê o efeito regressivo na prática, e se o
juiz exerce a retratação, muito provavelmente o agravo recebera uma resposta “o recurso
perdeu o objeto”.
Quando se fala que o recurso perdeu o objeto, significa que a decisão que gerou o recurso não
existe mais.
O juízo de retratação é possibilidade de solicitar a retratação do juiz. É claro que por força de lei,
o juiz já poderia se retratar, mas este não irá se retratar se não for provocado.
Por exemplo, a Apelação. A regra da Apelação é que o juiz não pode se retratar.
Por exemplo, a Sentença Terminativa. Quando o juiz profere uma sentença terminativa, sem a
análise do mérito, pode pedir para que este se retrate. Mas, sentença de mérito, não dá para
ficar pedindo a retratação.
2.6) Expansivo
Possibilidade de ampliação
O efeito expansivo, é mais ou menos uma espécie de acidente recursal. Em princípio, o recurso
atinge aquele que recorreu (parte contrária) e alcança a decisão discutida.
Mas, acidentalmente, o ato recursal pode ultrapassar tanto subjetivamente, quanto objetivamente,
os limites do recurso. Ou seja, (43m40seg) pode atingir alguém que não recorreu, sendo favorecido esse
alguém, bem como pode também alcançar uma decisão que não é (43m50seg) no recuso. Isso não é a
regra, é a exceção.
Subjetivo X Objetivo
Efeito Expansivo Subjetivo: É o direito civil que fala se a causa é comum ou não aos devedores
solidários. Se a causa é comum as partes, ainda que somente um deles recorra, atinge todos. Mas, se a
causa não é comum a todos, não tem a expansão. Depende muito mais da matéria que está sendo
discutida. O fato de alguém que não recorre, não é recorrente, ser favorecido pelo recurso.
Alguém que não decorre ser atingido pelo recurso. Poderia ser recorrente, mas não recorreu,
mas será atingido pelo resultado.
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Efeito Expansivo Objetivo: É a possibilidade do recurso em face de uma decisão, acabar
atingindo outra decisão (48m20seg). É razoavelmente comum, na relação entre decisão interlocutória das
sentenças. É a possibilidade de o julgamento do recurso atingir, não só a decisão que foi impugnada, mas
outras posteriores que há algum tipo de relação.
Um ato decisório que não foi impugnado, pode ser modificado por um recurso, em face de
uma outra decisão. Não é a regra, mas acidentalmente pode acontecer.
2.7) Substitutivo
Possibilidade de “troca” de decisões judiciais
Como regra, a decisão proferida no julgamento do recurso, atinge e substitui a decisão anterior,
passando valer a decisão que julgou o recurso.
Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que
tiver sido objeto de recurso.
Ainda que o recurso mantenha a decisão de 1ª instância nos seus termos (recorreu, mas perdeu),
mas no momento da execução, se executa o Acordão, não é mais a sentença.
Só não tem é a substituição se o recurso não for ADMITIDO (não conhecer do recurso).
Para ter efeito substitutivo, o mérito tem que ser julgado. Ainda que no mérito, a decisão
substituída seja mantida na sua integralidade. Mas se o mérito não é julgado, morre na admissibilidade,
não ocorrendo a substituição.
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3) Princípios Recursais
Observância dos princípios institutivos do processo
Os princípios básicos do processo civil são plenamente aplicáveis na fase recursal. Estudaremos
os princípios específicos dos recursos.
Concepção tradicional: apreciação por dois órgãos jurisdicionais distintos, devendo o segundo ser
de grau hierárquico superior
É o mais polêmico.
Tem-se uma ideia de que quando recorre, tem o direito de reapreciar a causa.
No duplo, há duas análises. Tem uma primeira a qual não gostou e recorre. Então haverá uma
segunda análise. E grau, imagina-se que a regra é, basicamente, que o recurso será julgado por um órgão
distinto e hierarquicamente superior.
A origem da ideia de duplo grau é antiga. Se fosse falar de uma concepção tradicional, ou de uma
concepção clássica de duplo grau de jurisdição diria: todas as decisões judiciais que desafiam o
(59m10seg), o recurso é obrigatoriamente julgado por um órgão distinto e hierarquicamente superior.
Essa é a ideia tradicional de duplo grau de jurisdição.
O problema dessa ideia é que ela funciona (59m25seg). Não se pode dizer toda e qualquer
decisão é recorrível, ainda que a maioria dos recursos sejam, mas existem recursos irrecorríveis. Não se
pode dizer que todo e qualquer recurso é julgado por um órgão distinto hierarquicamente superior.
O duplo grau de jurisdição não é um princípio expresso no texto constitucional. Não tem nenhum
artigo, parágrafo, inciso, nem alínea que assegure o duplo grau de jurisdição.
Pode-se alegar ser um problema porque é um princípio implícito na CF. Primeiro, que a regra é a
possibilidade de recorrer; e, segundo, a própria Constituição ao descrever o STF, o STJ etc., demonstram
que são tribunais de revisão em grau de hierarquia superior.
Tem que pegar o conceito tradicional e levar para o nosso sistema. No nosso sistema, em regra, as
decisões judiciais cabem recurso. Mas, quando se fala em regra, automaticamente aceita a existência de
exceções.
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Tem que entender que se está diante de uma das exceções, em que, o órgão recursal não é
distinto, quem dirá hierarquicamente superior. Mas tenha como exceções.
Tem que pegar a concepção tradicional e adaptar a essa ideia. Essa adaptação vai exigir entender
que, excepcionalmente, as decisões podem ser irrecorríveis; e, vai exigir entender também que,
excepcionalmente, não se terá um órgão distinto como hierarquicamente superior.
3.2) Taxatividade
Expressa previsão legal
A definição daquilo que é recurso, incumbe a lei federal. É competência privativa da União. Só é
recurso, aquilo que está previsto em um rol, taxativamente, disposto em lei.
Tem recursos que não estão no rol do art. 994 do CPC, mas estarão em algum outro dispositivo
de lei federal.
Para algo ser considerado recurso, esse algo tem que ter prévia e expressa menção em lei federal.
Lei estadual e municipal não cria, nem muda recurso. Nem as partes cria recurso. Partes não criam
espécies recursais. Tem que haver uma previsão taxativa em lei.
Quando a lei fala “esse recurso existe”, prevê taxativamente. Automaticamente dirá em qual
situação esse recurso é utilizado.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades
da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais,
antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade
ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em
manifesta situação de vulnerabilidade.
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Tem se uma cultura processual já de décadas que fala que: o processo é algo da jurisdição, é
permeado por normas de ordem pública, foi criado para atingir o exercício da função jurisdicional, ele
não é das partes.
Parte não pode mexer na estrutura do procedimento, isso foi criado para o juiz.
Se o juiz entender que essas alterações não violam normas de ordem pública, (1h12m15seg), e a
estrutura é aquela que foi decidida no negócio processual.
A maior parte da doutrina diz que através de negócios processuais não se pode criar norma que
somente lei federal pode fazer, mas pode alterar a estrutura do recurso, desde que não viole uma norma
geral.
Todos os negócios processuais em qualquer etapa, serão apresentados pelas partes em comum
acordo e exigem uma espécie de homologação por órgão jurisdicional.
A homologação por órgão jurisdicional não é assim: quero que homologue, quero que não
homologue. A obrigação do juiz é ver se norma (1h14m55seg) está sendo violada, porque se sim, o
negócio (1h15m).
Aula 4
3.3)Singularidade (Unicidade/Unirrecorribilidade)
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EXCEÇÃO:
O sistema recursal é construído com uma ordem lógica de etapas a serem seguidas. Essas etapas
estão previstas na lei e devem ser obedecidas.
Não pode pular uma etapa.
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A doutrina diz que é vedado no direito processual civil brasileiro o recurso per saltum.
Não é possível sair da primeira instância e fazer um recurso para o STF ou pro STJ. Não pode pular a
etapa da apelação.
Tem que esgotar todas as vias recursais prévias.
Súmula 207 do STJ: Não faz mais sentido na sua literalidade, mas o que está por trás dela
continua fazendo todo sentido.
Ela diz que não cabe recurso especial para o STJ, se antes couber embargos infringentes. Ou seja,
não cabe o recurso per saltum.
3.5)Fungibilidade Recursal
Inexistência de previsão expressa (?)
Fungir = Trocar/Substituir
Autorização para que um tribunal receba um recurso não cabível (não adequado) como se
fosse o recurso correto.
A fungibilidade é a exceção da singularidade que diz que para cada decisão há um recurso
cabível. A fungibilidade é uma flexibilização.
Ela era expressa no CPC de 1939 (O sistema recursal dessa época era muito ruim).
No CPC de 1973 e no de 2015 NÃO EXISTE A FUNGIBILIDADE COMO REGRA
EXPRESSA.
A fungibilidade ocorre quando, diante de uma decisão gera dúvida sobre qual o recurso cabível.
SÓ QUE ESSA DÚVIDA, não está só na cabeça das partes, ela está também na doutrina, ou na
jurisprudência ou em ambas.
A dúvida é objetiva quando ela está presente em uma discussão da doutrina e da jurisprudência. É
possível demonstrar a dúvida em juízo. O que é diferente da dúvida subjetiva, que não cabe
fungibilidade.
Pelo princípio da fungibilidade, se há dúvida na doutrina e na jurisprudência que em
determinada situação cabe apelação ou agravo, a parte poderá propor apelação, (pode justificando o
porquê da escolha de tal recurso), e o tribunal entenda que cabia agravo, ele conhece do recurso de
apelação como agravo.
A regra é: se errar o tipo de recurso cabível bomba, transita em julgado a decisão.
Em situações excepcionais pode ocorrer a fungibilidade.
Mas, ATENÇÃO: NÃO PODE OCORRER ERRO GROSSEIRO.
Exemplo: a dúvida está em: Apelação ou Agravo?
A parte escolhe o agravo, mas perde o prazo. (erro grosseiro)
A parte apresenta um recurso ordinário. (erro grosseiro, por que a dúvida era entre apelação
ou agravo)
A parte mistura os dois tipos recursais. (erro grosseiro) Escolhido um dos recursos segue as
características deste por completo.
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3.6)Irrecorribilidade em Separado das Decisões Interlocutórias
Tentativa de concentração da atividade recursal vinculada à decisão final (art. 1.009, §1º) (?)
Possíveis exceções
Em regra, as decisões interlocutórias não iram permitir recurso de imediato em separado. É preciso
aguardar a decisão final da 1º instância, e aí, ao recorrer da sentença, impugnar as decisões
interlocutórias desfavoráveis do curso do processo.
O recurso ao final discute a sentença e as decisões interlocutórias proferidas ao longo do
procedimento.
Isso ocorre no processo do trabalho e no Juizado especial.
Não é possível recorrer das decisões interlocutórias ao longo do procedimento.
O CPC adota em parte como regra esse princípio!
O CPC 2015 acabou com um recurso chamado agravo retido.
No CPC 1973, toda e qualquer decisão interlocutória é agravável, bastando que se escolhesse qual o
tipo de agravo: retido ou de instrumento. Mas, a regra era que se teve uma decisão interlocutória e eu
quero recorrer dela, tinha que ser na hora. Não tinha outro momento a frente para recorrer dela.
O CPC 2015 trouxe um rol de decisões interlocutórias no art. 1015, em que cabe agravo de
instrumento. O legislador selecionou algumas decisões que cabem agravo de instrumento.
Contudo, no art. 1009, § 1º, CPC diz que das decisões interlocutórias que não admitem o agravo de
instrumento, a impugnação será feita no texto das razões de apelação ou nas contrarrazões de apelação.
Esse parágrafo adota a irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias, mas faz a ressalva
de que existe o art. 1015.
Se a decisão interlocutória estiver no rol do art. 1015, eu tenho que apresentar um agravo de
instrumento. Se não, somente ao final na apelação. O CPC adotou parcialmente esse princípio.
Das decisões interlocutórias não cabe recurso de imediato, tendo as partes que aguardar a decisão
final para recorrer delas. Salvo, se as decisões interlocutórias estiverem no rol do art. 1015.
Se a decisão estiver no rol do art. 1015, a parte tem que agravar, por que ao final não caberá a
discussão dela na apelação.
Esse é um sistema misto. O problema é que o rol do art. 1015, do CPC deveria ser um rol taxativo
(fechado), contudo, ele está sendo visto como um rol exemplificativo.
Exemplo: Esse rol não fala nada sobre competência ABSOLUTA.
Não seria possível recorrer de uma decisão interlocutória de um Órgão que se julga competente. Teria
que esperar a sentença para discutir a competência. Imagina se o tribunal chega à conclusão que o Órgão
é incompetente, anula todo o procedimento para começar de novo.
Na prática já tem entendimento que, mesmo a competência absoluta não estar presente no rol dor art.
1015, se for proferida decisão interlocutória nesse sentido caberá agravo de instrumento.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua
revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;
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XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
A partir do momento que a parte interpõe um recurso ele não pode ser mais substituído, alterado,
complementado ou corrigido.
Ato praticado é ato consumado. O que significa que não é possível substituir, complementar ou
corrigir um recurso já interposto.
Preclusão temporal: exemplo: perco o direito de recorrer por que o prazo passou.
Preclusão Consumativa - Exemplo: No momento que a parte apresenta a apelação, não
dá para mudar mais.
Não sobra prazo.
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Exemplo: A pessoa tem quinze dias úteis para apresentar a apelação, e a faz no décimo
dia do prazo. QUALQUER PRAZO SE ENCERRA COM A PRÁTICA DO ATO.
Com a prática do ato, o prazo se encerra, seja no primeiro dia ou no último dia do prazo.
Recorrer não é algo que se pode fazer correndo. Se recorrer mal, não tem o que fazer para
consertar.
O princípio da consumação só irá ser afastado em um caso:
Por causa dos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Imagine a seguinte situação:
Fernando propõe uma ação em face da Roberta. Ao final, o pedido do Fernando é julgado
parcialmente procedente. Fernando pediu que a Roberta fosse condenada a pagar danos morais e
materiais. A sentença vem dizendo: Isto posto, julgo parcialmente procedente os pedidos para condenar
Roberta a pagar o dano material no valor de R$ X, mas não a condeno a pagar dano moral. Nesse caso,
ambas as partes têm interesse em recorrer, pois cada uma perdeu parcialmente.
Fernando não vê problema nenhum no texto da sentença, e apela no terceiro dia do prazo.
Roberta, um pouco mais cuidadosa, lê a decisão várias vezes e encontra um ponto que seria omisso,
obscuro. Dessa forma, Roberta apresenta embargos de declaração. Os embargos de declaração dela são
providos, e a sentença foi alterada.
O problema é que o recurso de Fernando foi feito antes dessa alteração. Ainda que em um
pequeno ponto, a sentença sofreu uma alteração.
Nesse caso, o art. 1024, CPC, vai dizer que se, eventualmente, a parte tiver apresentado recurso e
a decisão for modificada em virtude de embargos de declaração posterior, aquele que apresentou o
recurso principal, pode alterar pontualmente o texto do seu recurso.
O que isso significa:
No nosso exemplo, Fernando que já apelou pode apresentar uma petição simples, direcionada ao
mesmo Órgão recursal, fazendo menção ao ponto que foi alterado pelos embargos de declaração. Não
pode substituir a apelação.
Pode-se nesse caso modificar em parte o recurso, por que a decisão recorrida foi em parte
modificada.
Muitos juízes não aceitam isso, mesmo que esteja na lei.
Na prática, espera-se o prazo de 05 dias para a parte contrária oferecer ou não os embargos de
declaração. Depois disso, é que se recorre. Os embargos de declaração interrompem o prazo do recurso
principal. O prazo deste ainda vai fluir na sua integralidade lá na frente.
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Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá
o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a
documentação exigível.
O que realmente importa é o mérito. Esse princípio quer acabar com essa jurisprudência defensiva.
O recurso interposto antes da abertura do prazo não será considerado intempestivo. O CPC/2015
trouxe isso expresso. Só intempestivo o recurso interposto após o prazo.
4) Juízo de Admissibilidade
Juízo a quo: é o juízo prolator da decisão, é aquele que profere a decisão.
Juízo ad quem:é o juízo recursal, é quem tem competência para julgar os recursos.
A gente vai ver que alguns tribunais fazem a admissibilidade, mas quem julga o mérito é outro.
Outros conceitos importantes são:
Admissão: é usado pelo juízo singular quando conhece do recurso. Aspecto formal do
recurso.
Exemplo: embargos de declaração pro juiz de 1º instância, ele admite ou não o recurso.
Conhecimento: Manifestação sobre o aspecto formal do recurso.
Não conhecer do recurso: não analisa o mérito.
Conhecer do recurso: irão analisar o mérito.
Provimento: Análise do mérito recursal.
4) Juízo de Admissibiliade
Verificação da observância dos requisitos de admissibilidade
→ Análise prévia a respeito da existência do direito de recorrer e da regularidade do seu
exercício
Juízo a quo: é o juízo prolator da decisão, é aquele que profere a decisão.
Juízo ad quem:é o juízo recursal, é quem tem competência para julgar os recursos.
A gente vai ver que alguns tribunais fazem a admissibilidade, mas quem julga o mérito é outro.
Outros conceitos importantes são:
Admissão: é usado pelo juízo singular quando conhece do recurso. Aspecto formal do recurso.
Exemplo: embargos de declaração pro juiz de 1º instância, ele admite ou não o recurso.
Conhecimento: Manifestação sobre o aspecto formal do recurso. Não conhecer do recurso: não
analisa o mérito. Conhecer do recurso: irão analisar o mérito.
Admissão e conhecimento estão relacionados ao juízo de admissibilidade, com o foco formal.
Provimento: Análise do mérito recursal.
O julgamento de um recurso é dividido em duas etapas:
1º) Análise formal do recurso (Juízo de Admissibilidade)
São 7 requisitos de admissibilidade. O recurso deve preencher os sete.
2º) Análise do Mérito
O QUE É JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE?
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O juízo de admissibilidade nada mais é do que a análise feita pelo Órgão responsável (via de
regra o Órgão recursal) sobre a EXISTÊNCIA OU NÃO DO DIREITO DE RECORRER no caso
concreto, e se existente SE O EXERCÍCIO DESSE DIREITO SE DEU DE FORMA ADEQUADA.
Esse juízo de admissibilidade pode ser:
Juízo de admissibilidade positivo
→ Análise do mérito recursal / Possível provimento
POSITIVO: em termos práticos no juízo de admissibilidade positivo, o tribunal será muito
sucinto. Não vai expor de forma completa a análise de todos os requisitos do recurso. O
tribunal vai, simplesmente, dizer que o recurso passou no juízo de admissibilidade. Recurso
conhecido, admitido. Não é muito fundamentada (não há problema nisso).
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QUAIS SÃO OS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE?
Esses requisitos são divididos em dois grupos
Intrínsecos:EXISTÊNCIA. Verificação se existe ou não o direito recursal naquele caso concreto.
Condições da ação em grau recursal.
Extrínsecos: EXERCÍCIO correto ou não do direito de recorrer. Verifica a forma como esse direito
foi exercido.
Diante de uma decisão judicial a primeira pergunta a ser feita é: Qual o recurso cabível.
Verificar se aquela decisão é passível de recurso, o que na maioria das vezes será. E qual o recurso
cabível.
Somente uma única exceção na intervenção de terceiro não vira parte: é o assistente simples. Todas
as outras formas de intervenção de terceiros o terceiro vira parte, e recorre nessa qualidade.
28
Terceiro prejudicado é alguém que não é parte, mas que sofre, ainda que de forma indireta, os
efeitos da decisão.
Normalmente é terceiro prejudicado aquele que poderia ter ingressado no processo via intervenção
de terceiros, mas não ingressou.
Qual o cuidado com o terceiro prejudicado? O CPC vai dizer que quando o terceiro
prejudicado recorrer ele deve se qualificar e dizer qual relação ele tem com as partes e com a decisão.
Isso por que o Órgão Jurisdicional está acostumado com as partes, o terceiro prejudicado tem o
dever de se qualificar e demonstrar sua relação com as partes e com a decisão.
Ministério Público tem legitimidade AMPLA e AUTÔNOMA.
O MP recorre na qualidade de parte, bem como de fiscal da lei.
MP fiscal da lei tem sua LEGITIMIDADE AUTÔNOMA: ele não depende dos outros para
recorrer. O MP é fiscal da lei, não é fiscal do menor. Ele está no processo para assegurar a correta
aplicação da lei, e não para ser advogado de A, de B ou de C.
Exemplo: As partes são Fernando e Dandara. O MP precisa do nosso consentimento,
autorização ou concordância para recorre? NÃO.
Súmula 99 do STJ:O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo que
oficiou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte.
C) Interesse recursal
Utilidade / necessidade
Demonstração de prejuízo / gravame (?)
Réu e sentença terminativa (Arts. 4º e 488) (?)
EXPRESSA: Exemplo: ao final de um acordo homologado por um juiz, vir expresso que as
partes renunciam ao recurso. Ou faz uma petição e atravessa nos autos dizendo que renuncia do recurso,
para gerar um transito em julgado automático.
TÁCITA: Quando a parte não recorre, apenas espera que o prazo para o recurso acabe.
Só há desistência daquilo que já foi feito. Só se pode extinguir algo que já existe.
A parte já recorreu, já exerceu seu direito de recorrer, e durante esse processo desiste do recurso.
EXPRESSA: Formalmente apresenta nos autos a desistência. Ex: Desisto do recurso de
folhas tais. Tribunal, eu cheguei a um acordo com a outra parte, desisto do recurso que interpus. O
motivo é irrelevante. A desistência pode ocorrer até o julgamento do recurso. Só não será possível
desistir se o recurso já estiver sido julgado, ou seja, aberta a votação.
TÁCITA: Decorre de o fato da parte não dar continuidade ao tramite recursal. Diversos recursos
exigem que o recorrente pratique atos para dar continuidade ao recurso. A desistência tácita decorre da
não continuidade do tramite recursal.
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Exemplo: 13 pessoas apresentaram recurso especial discutindo a possibilidade de juros
compostos em contrato de financiamento.
Parao nosso recurso especial ser analisado, o Tribunal de 2º graus, olha para os 13 recursos e manda
2 ou mais para Brasília.
Vamos imaginar que o Tribunal escolheu o recurso do João e da Paula.
Os restantes ficam parados esperando o julgamento coletivo feito pelo STJ, pois ele irá refletir
nesses 11.
Vamos dizer que Paula e João desistiram do recurso no STJ. Se eles desistiram será não
admissibilidade (o mérito não será julgado). O que acontece com os outros 11? Já que o mérito do
modelo não será julgado?
As partes podem desistir dos recursos feitos ao STF e ao STJ, o que ocorre é que essa desistência
não gerará efeitos práticos para as outras pessoas.
O caso daquele que desistiu não vai ser afetado pelo julgamento, mas o julgamento vai ocorrer por
que o restante tem direito.
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja
repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.
A parte não tem que justificar por que está renunciando ou desistindo do recurso.
E) Regularidade formal
Forma escrita (?) / endereçamento / qualificação (?) / fundamentação / pedido recursal /
representação
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O recurso é entregue ao Órgão que proferiu a decisão, e ele é que manda, remete para o tribunal
ad quem.
Por isso, normalmente, o recurso é dividido em peça de interposição e razões recursais, porém
devem ser entregues em conjunto.
Exemplo: Exmo Juiz de direito da comarca de Belo Horizonte autos nº tal. Vem
apresentar recurso de apelação e requer que seja dado o devido processamento legal. E
que envie o recurso ao tribunal. (Peça de interposição: fazer com que o recurso chegue
aonde tem que chegar).
QUALIFICAÇÃO:
Como regra, não é preciso qualificar o recorrente.
A maioria dos recursos levam consigo os autos.
Exceção:
- No agravo de instrumento: sempre qualifica. Por que o agravo de instrumento deve ser entregue
direto ao tribunal. Não tem peça de interposição.
-Terceiro prejudica sempre se qualifica
FUNDAMENTAÇÃO:
Está dentro das razões recursais.
Se o recurso é ordinário a fundamentação é fática e jurídica.
Se o recurso é extraordinário a fundamentação é só jurídica.
PEDIDO RECURSAL:
Anular, reformar, esclarecer ou integrar a decisão.
Efeito devolutivo: só analisado aquilo que foi impugnado, pedido.
O pedido é a impugnação específica de pontos da decisão. Qual pedaço da decisão você quer
reformar? Só é analisado o que foi pedido. É impugnado o que é pedido.
REPRESENTAÇÃO:
Todos os recursos exigem a representação por um procurador habilitado nos autos.
Recorrer é ato de advogado, defensor público ou MP.
Não há a possibilidade de a parte recorrer diretamente. Nem no juizado especial é possível
recorrer sem advogado.
F) Preparo
Encargos financeiros (art. 1.007)
→ Possível inclusão do porte de remessa e retorno
Dispensa (§ 1º)
Deserção e recolhimento em dobro (art. 1.007, §§ 2° e 4º c/c 932, p. único)
E.C.A. (art. 198, I da Lei n. 8.069/90)
Atenção:
No CPC/73:
Era feita a distinção ente ausência de preparo e insuficiência de preparo.
Ausência de preparo: A parte tinha que recolhe o preparo e não recolheu nada. Recebia uma
decisão de deserção automática. O tribunal não intimava para que a parte pagasse, verificado o não
recolhimento do preparo o recurso não era conhecido.
Insuficiência de preparo: A parte recolheu o preparo, mas não o valor total. O tribunal intimava
a parte para que no prazo de 05 dias recolhesse a parte que faltava, havendo o pagamento prosseguia o
recurso, se não, não era conhecido.
No CPC/2015:
Mudou essa ideia. Pensando no princípio da primazia da análise do mérito. Não há mais deserção
automática. O que significa dizer que mesmo na ausência de preparo, o tribunal vai intimar a parte.
Ausência de preparo: A lei manda intimar o recorrente, e abrir um prazo de 05 dias para
que ele recolha o preparo EM DOBRO. Se a parte não recolher nada dentro desse prazo o recurso
será deserto.
Insuficiência de preparo: A regra do CPC/73 continua a mesma. O tribunal intima a parte
para que no prazo de 05 dias recolha a parte que falta, havendo o pagamento prossegue o recurso, se não,
ele não será conhecido.
Vamos supor que a parte até recolheu o preparo, contudo, esqueceu de colocar a guia nos autos. O
recurso subiu para o tribunal sem a guia que comprova o pagamento do preparo. Se isso acontecer duas
possibilidades: Se a parte esqueceu mesmo ela recolhe de novo para dar o dobro, ou se ela teve um justo
motivo pelo problema ela pode pedir pra não ser aplicada a sanção (mas, não conte com isso).
ATENÇÃO: Todo preparo é recolhido e comprovado com a interposição do recurso. Não é
aconselhável deixar para fazer isso no futuro.
O momento de comprovação do preparo é no ato de interposição do recurso.
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Duas exceções: nos Juizados Especiais o preparo do recurso inominado pode ser recolhido
em até 48 horas após a interposição do recurso, e na Justiça Federal tem uma regulamentação que
diz que no caso da apelação a parte tem até 05 dias após a interposição do recurso para comprovar
o recolhimento do preparo. Na prática não é bom fazer isso.
ECA:
São procedimentos isentos. Não há custas recursais.
G) Tempestividade
Prazo preclusivo (art. 1.003)
Prazo não tem como corrigir. Perdeu o prazo não tem o que fazer.
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.
§ 1o Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando
nesta for proferida a decisão.
§ 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de
recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3o No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou
conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§ 4o Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será
considerada como data de interposição a data de postagem.
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para
responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do
recurso.
Se a parte tem 15 dias para recorrer, a parte contrária tem 15 dias para responder o meu
recurso.
Com exceção dos embargos de declaração.
Como regra os embargos de declaração não abrem espaço de resposta para a parte contrária.
Quem responde é o Órgão jurisdicional, que geralmente, não dá vistas a parte contrária, por que os
embargos, em regra, não estão discutindo o mérito, mas somente a redação da decisão.
A exceção será dos embargos de declaração modificativos. Acidentalmente os embargos de
declaração com efeito modificativo (infringente), conseguem mudar o mérito da decisão.
34
Exemplo: Fernando foi condenado a pagar R$ 100.000,00. Ele faz embargos de
declaração dizendo que o juiz não apreciou sua alegação de prescrição. E o juiz
verifica que está realmente prescrito. Nesse caso os embargos de declaração
acabarão mudando a decisão. E o juiz intimará a parte contrária.
O litisconsórcio passivo, com procuradores distintos tem prazo em dobro para a prática de
atos, inclusive pra recorrer.
Tem que ter cuidado, por que pelo novo CPC esse prazo não será em dobro se os autos forem
eletrônicos. Em autos eletrônicos não há contagem de prazo em dobro para o litisconsórcio passivo.
Súmula 641 do STF: “não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos
litisconsortes haja sucumbido”
A decisão judicial pode encerrar o litisconsórcio passivo, e então o prazo não será mais em dobro.
Exemplo: Fernando propões uma ação em face de Luana e Roberta. Luana contrata o
advogado A e Paulo o advogado B. OS autos são físicos. Vem a sentença: Isto posto,
julgo procedente o pedido para condenar Luana no pagamento de R$ 100.000,00.
Todavia, julgo improcedente o pedido contra ré Paula, uma vez que ela não tinha,
quando da pratica dos atos, capacidade civil, portanto, o negócio jurídico não tem
validade e não gerou efeitos em relação a ela.
Essa decisão acabou com o litisconsórcio. Em tese, quem vai recorrer é somente a Luana. Não
há contagem de prazo em dobro para ela.
35
Comprovação de feriados locais (art. 1.003, § 6º)
Cabe ao recorrente comprovar os feriados locais (municipais e estaduais).
Exemplo: Vamos imaginar que hoje eu tenha que praticar um ato em Lagoa da Prata, pois
meu prazo recursal se encerra hoje. O problema é quem em Lagoa da Prata hoje é feriado.
E eu não vou praticar o ato, que será prorrogado para o dia útil subsequente. Contudo,
onde o recurso será julgado não era feriado. Eu tenho que provar no meu recurso que era
feriado local e por isso pratiquei o ato no dia útil seguinte.
5) Juízo de Mérito
Análise da decisão recorrida
37
5)Recurso Adesivo(Art. 997, §§ 1º e 2º)
Forma distinta de interposição dos recursos de apelação / recurso extraordinário / recurso
especial
→ Rol taxativo de espécies recursais (?)
→ AgRg nos ERESP nº 611.395/MG
Não é espécie recursal autônoma
Sucumbência recíproca
Interposição de recurso na “forma principal” por outra parte
Apresentação no espaço temporal das contrarrazões
Legitimação restrita às partes (?)
→ Cabimento vinculado ao recurso de parte (?)
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Aquele que fez o recurso na forma principal tem o direito de decidir se o recurso adesivo vai ou não
ser julgado, pois se ele desistir do próprio recurso ele mata o dele e o recurso adesivo da parte contrária.
CUIDADOS:
1) SOMENTE 3 ESPÉCIES RECURSAIS ADMITEM SEREM FEITOS NA FORMA ADESIVA:
C) RECURSO ADESIVO NÃO É PARA PARTE QUE PERDE PRAZO, LITIGANTES DE MÁ-
FÉ.
Em termos práticos a parte apresenta uma petição para as contrarrazões e outra para o recurso na
forma adesiva. O ideal é que se faça simultaneamente.
D) LEGITIMIDADE
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
O Art. 997, do CPC vai restringir o recurso adesivo a quem é parte.
Quem é legitimado para fazer recurso adesivo?
Somente as partes.
Não podem fazer recurso adesivo o terceiro prejudicado e o Ministério Público fiscal da lei. Esses
podem fazer o recurso na forma principal.
Eu só posso, sendo parte, aderir ao recurso de quem é parte. (Dupla questão da legitimidade).
Exemplo: Fernando propõe ação em face da Roberta. Fernando e Roberta podem usar o
recurso de forma adesiva, ambos podem fazer e ter o recurso adesivo aderido ao seu. O
MP apela como fiscal da lei. As partes podem fazer recurso adesivo do recurso do MP?
Não.
O recurso principal tem que ser de uma parte, para que outra parte possa fazer o recurso na forma
adesiva.
Não é pacifico esse entendimento.
39
Recursos Cíveis em Espécie
Aula 7
Recurso de Apelação
Arts. 1.009 e ss.
A apelação, é sem dúvidas, o principal recurso do Processo Civil, existem alguns aspectos que
fazem com que se tenham um cuidado com a apelação, pois:
1. Não custa lembrar que a apelação é um recurso mais antigo que existe no processo civil,
desde Roma já era possível fazer a tal da “Apelacius”, desde mais ou menos meados para
o final do Sec. III d.C apelar de uma sentença desfavorável já era possível.
2. Em termos práticos, a apelação representa a grande chance de mudar uma derrota. A
apelação é um recurso de devolução ampla, recurso de devolução profunda, sendo
possível discutir matéria de fato, de direito e até mesmo produzir novas provas em grau
de apelação. Depois que a apelação for julgada, muito provavelmente, vai sobrar ou
Especial para o STJ ou um Extraordinário para o STF, e ai a chance de modificar uma
situação desfavorável cai. A apelação é efetivamente a chance de se inverter essa posição
de vencido ou de pelo menos reduzir essa derrota.
3. O Código de Processo Civil, usa a apelação como uma espécie de teoria geral dos
recursos. Ele tem nos artigos 984 até 1008, regras gerais sobre recursos (prazo, recurso
adesivo, legitimidade), mas uma série de coisas a respeito dos recursos o código regula só
a apelação, ele não irá repetir essas normas nos artigos referentes aos outros recursos e
aquilo que for aprendido na apelação, em diversas situações, irá ser repetido em outros
recursos.
→ Exceções:
Essa regra do art. 1009 possui três exceções, ou seja, existem três sentenças que não são
apeláveis, que o recurso aplicado é outro.
Não cabe fungibilidade nesses casos, nessas três exceções se for feita a apelação não se poderá
alegar dúvida objetiva, pois são três sentenças cujo recurso será outro.
Existem autores que apontam mais de três exceções, porém, não estão corretos, pois apontam
como sentença o que na verdade seria uma decisão interlocutória.
A lei 1060 fala que da decisão do juiz que indefere ou não, cabe agravo. (Não é sentença).
O primeiro caso é em relação aos Juizados Especiais, as sentenças dos Juizados Especiais
permitem o uso de outro recurso, o recurso inominado.
40
Segundo o art. 41 da lei 9.099 da sentença proferida pelo juiz em primeiro grau cabe recurso para
a turma recursal desse próprio juizado. A lei não dei o nome para esse recurso, a doutrina adotou como
recurso inominado, devido a ausência de nome.
É comum as pessoas falarem que o recurso inominado é igual a apelação, porém, existem
algumas diferenças básicas grandes:
1. Prazo: O prazo do recurso inominado é de 10 dias, o prazo da apelação é de 15
dias.
2. Duplo Grau de Jurisdição: A apelação preenche a ideia clássica e tradicional de
duplo grau de jurisdição. A apelação remete o caso a um órgão jurisdicional
distinto (saio da 1° instância e vou para o tribunal) e esse órgão distinto é
hierarquicamente superior. Ex: quem sentenciou foi a 10° Vara Cível da comarca
de Belo Horizonte, ao apelar o caso sai da vara Cível e vai para uma das Câmaras
do TJ. O inominado é julgado pela turma recursal, que até é um órgão distinto,
mas uma turma recursal não é hierarquicamente superior. Ela é um órgão interno
ao sistema recursal e composta por juízes de 1° instância.
Havia uma época em Minas, que
o relator do recurso inominado era o
mesmo que proferia a sentença, ou seja,
a chance de mudar era quase zero.
É uma hipótese bem rara prevista no art. 34 da Lei. 6830/80 (lei de execuções fiscais).
Como regra, a sentença proferida nas execuções fiscais ou nos embargos à execução fiscal é uma
sentença apelável, mas o art. 34 trabalha com execuções fiscais de baixo valor, e diz que se o valor
discutido nesses embargos ou execuções fiscais não superar 50 OTN (obrigações do Tesouro Nacional),
não cabe apelação, cabe embargos infringentes de alçada.
O nome alçado é um termo que remete ao valor, pois o código antigo tinha um termo de
“embargos infringentes” que não tem nada haver com esse recurso. Por isso o nome “embargos
infringentes de alçada”.
OTN é Obrigação do Tesouro Nacional, qual é o detalhe? Final dos anos 70 e inicio dos anos 80,
o Brasil enfrentava alguns problemas econômicos extremamente graves, a inflação de 80% ao mês e
afins. Nessa época da ditadura, os generais não tinham conselheiros econômicos muito bons e eles
basicamente criaram o OTN, que eles achavam que seria capaz de acabar com essa desvalorização da
moeda. No final, a OTN foi substituída pela ORTN e depois por outros. Até a criação do real.
→ RESP n. 1.168.625/MG
A alteração de índices ao longo dos anos trouxe alguns problemas, como por exemplo, quantos
reais valem 50 OTN? Diante dessa divergência, o STF julgou um recurso especial n. 1.168.625/ MG que
teve como objetivo julgar quanto valeria 50 OTN’s. Em dezembro de 2000, o valor era de R$ 328, 27. A
partir de janeiro de 2001 esse valor deverá ser mensalmente atualizado pelo IPCA-E (índice de preços ao
consumidor amplo, alínea E).
Em comarcas com Belo Horizonte a chance de se ver embargos infringentes de alçadas é zero.
Não compensa economicamente.
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Diferença entre a Apelação e Embargos infringentes de alçada:
1. Prazo: o prazo dos embargos infringentes de alçada possui os 10 dias, já a
apelação é de 15 dias.
2. Órgão recursal: A apelação é para o tribunal, duplo grau de jurisdição, já os
embargos infringentes de alçada são julgados pelo próprio juiz que proferiu a
decisão embargada. É quase uma espécie de juízo de retratação. Se não tem
nem órgão distinto imagina grau de hierarquia.
3. Efeito suspensivo:A apelação, é como regra, dotada de efeito suspensivo, os
embargos infringentes de alçada não, o que significa que já é passível de
cumprimento provisório.
c) Recurso ordinário constitucional (arts. 1.027, inc. II, b c/c 105, inc.
II, c CB/88)
Estamos diante de uma hipótese que tramita mediante uma jurisdição federal, isso nunca vai
acontecer em jurisdição estadual, salvo se ela estiver agindo na função delegada pela jurisdição federal.
O art. 109 da CF define qual a competência da justiça federal de primeira instância. O inc. II diz que
ações que tenham como partes de um lado Estado estrangeiro ou organismo internacional e do outro
município ou pessoas residentes e domiciliadas no Brasil, é de Competência Federal.
Exemplo: Fernando é arquiteto e foi contratado pela embaixada do Japão para fazer
uma reforma no prédio da embaixada, e não recebe. Ele irá propor uma ação em face
do Estado Japão para cobrar e isso irá para Vara Federal.
Exemplo: Fernando bate no carro consular da Noruega e não paga, o consular entra
com processo contra Fernando.
Qual o problema? Essa ação será decidida por uma sentença e dessa sentença não cabe apelação,
cabe recurso ordinário constitucional que vai direto para o STJ. Sai da primeira instância diretamente
para o STJ.
É chamado de recurso ordinário constitucional por dois motivos: são raríssimos os recursos em
que a hipótese está prevista na constituição e porque no processo do trabalho a apelação se chama
recurso ordinário.
Diferença: quem julga uma apelação é o TJ, quem julga o recurso ordinário constitucional é o
STJ.
“Da sentença cabe apelação”, mas a apelação discute mais coisas, não somente a sentença.
Ao estudar os princípios recursais vimes um princípio recursal que é o princípio da
irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias. O código de 2015 ao adotar, ainda que de
forma parcial esse princípio, ele ampliou o objeto de discussão da apelação.
Até o código de 2015, a apelação só discutia a sentença porque cada decisão interlocutória que
era proferida no curso da demanda permitia agravo (retido ou por instrumento) e se não houvesse agravo
ela se tornava preclusa, ou seja, não era possível voltar a debater aquela questão.
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O novo código matou a ideia de agravo retido e manteve o agravo de instrumento para algumas
decisões interlocutórias.
O problema atual é que o juiz profere uma decisão interlocutória, a primeira coisa a ser feita é
pegar essa decisão e ver se ela está inserida no art. 1015, caso esteja é necessário agravar, pois se não
agravar é matéria preclusa e não passível de discussão depois. Mas se não estiver no rol o 1015, será
discutido lá na frente na apelação.
Ao ampliar o objeto da discussão da apelação, ela passa a discutir sentença e decisões
interlocutórias.
Exemplo: Vem uma decisão interlocutória e no meio do procedimento fala assim: o
autor pleiteou prova pericial, indefiro porque não há necessidade de conhecimento
técnico. Se for pegar a literalidade do 1015, essa decisão interlocutória não é passível de
agravo. Nesse caso, a apelação será da sentença e da decisão interlocutória.
Os §§ 1° e 2° das decisões interlocutórias, não cabendo agravo, a parte deverá alegar problema
em preliminar de apelação ou em contar razoes de apelação.
Exemplo: Fernando é autor e pleiteou prova pericial e o juiz indeferiu, o processo
continuou desenvolvendo e no final juiz julgou improcedente o pedido de Fernando. Ele
apela, e ao apelar ele abre um tópico que ele chamara de preliminar, antes de falar da
sentença ele fala da decisão interlocutória.
Recebe o nome de preliminar pois o tribunal deve julgar isso antes de julgar a questão da
sentença. Ao anular a decisão interlocutória os atos seguintes também serão anulados.
Pode ser que a pessoa perdeu na decisão interlocutória, mas venceu na sentença ao final. A
contrarrazão é um meio 50 mim
O apelado tem direito de falar da preliminar nas contrarrazões, pois pode não haver interesse de
recorrer, mas já que a parte contraria apelou ele mantêm o interesse de discutir a interlocutória.
§2° se eventualmente o apelado alegar a preliminar nas contrarrazões, é necessário dar
vista para que o apelante se manifeste em 15 dias.
É necessário um cuidado razoável, pois o que basicamente o legislador fez foi ampliar o objeto
de discussão da apelação. Até a vigência desse código novo a apelação somente discutia a sentença, mas
como agora as decisões interlocutórias não vão permitir o agravo (salvo as hipóteses do 1015). Ou seja,
havendo uma decisão interlocutória é necessário saber se ela se encaixa no rol do art. 1015, caso esteja é
possível agravo e caso não agrave, não será possível discutir isso na apelação, se não se encontra no rol
não é possível agravar, quando vem a sentença, na apelação irá discutir essas decisões interlocutórias na
preliminar. Se não for discutida na preliminar ela preclui.
Tempestividade
→ Prazo de 15 dias uteis
15 dias para apelar e 15 dias para a parte contraria responder à apelação, lembrando que existem
sujeitos que possuem prazo em dobro (Fazenda Pública, Ministério Público).
→ Exceção: E.C.A. (art. 198, inc.II Lei n. 8.069/90)
A apelação admite a possibilidade de forma adesiva, então se eventualmente se uma parte não
recorrer no prazo de 15 dias, mas a outra sim, há a possibilidade de ser feita no prazo das contrarrazões
de forma adesiva.
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Se já houve apelação de forma principal, a mesma parte não pode fazer apelação de forma
adesiva
Segundo o art. 1010, são requisitos para a formação da peça a qualificação das partes, porem há
um equívoco, já que não é necessário qualificar as partes na apelação. Só se qualifica o terceiro
prejudicado, pois a apelação leva com ela os autos.
A apelação será entregue perante Juízo A Quo, ou seja, não se entrega apelação no tribunal e sim
no juiz que proferiu a sentença e ele dá processamento e encaminha ao tribunal. Se a sentença foi
proferida pela 10° vara de família da Comarca de BH, a apelação é protocolada na 10° vara de família,
ou seja, no mesmo órgão.
É por isso que a apelação, em termos práticos, tem o que se chama de peça de interposição. Qual
a ideia? Ao entregar a peça ao mesmo órgão que proferiu a sentença, está se entregando a quem não tem
competência para julgar, por isso será feita a peça de interposição direcionada ao juízo que proferiu a
sentença.
As razões recursais serão feitas atrás das contrarrazões e serão direcionadas ao tribunal.
Direcionamento: ao tribunal
Apelante:
Apelado:
Autos: n°
Comarca:
Breve síntese:
Fundamentos: (pode-se discutir matéria de fato e de direito):
Conclusão (coloca-se os pedidos da apelação)
Preparo: incidência
A apelação é um recurso que exige preparo, ou seja, possui custas recursais. Não são todos os
recursos que tem preparo.
Exemplo: os embargos de declaração não possuem preparo.
É claro que existem pessoas isentas. Quem é beneficiário da assistência gratuita não recolhe
preparo, mas na hora de apelar é importante escrever “deixa de recolher o preparo...”
É muito comum, dentro dos fundamentos, se falar da admissibilidade, mas não é obrigado a falar,
é só um modo de facilitar.
O valor do preparo varia de tribunal para tribunal, varia da matéria discutida.
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Apelação
EFEITOS:
Efeito devolutivo: a devolução da apelação é ampla e profunda. A apelação é um recurso ordinário
por excelência, pois permite a discussão tanto da matéria de fato, quanto a matéria de direito. A
apelação devolve ao tribunal a análise por completo tanto das questões de direito, quanto das
questões fáticas.
Atenção!!! Só é devolvido aquilo que é matéria de impugnação específica.
A Apelação permite a discussão dos chamados fatos novos de tão ampla que é a devolução.
Fatos novos a serem alegados em sede de apelação devem ser entendidos em duas demissões:
Fatos novos podem ser tanto aqueles que ocorreram após a prolação da sentença, como os que
ocorreram antes da sentença ser prolatada e que poderiam ter sido debatidos em primeiro grau de
jurisdição, mas não foram por algum motivo de força maior.
Em relação a esses fatos novos deve-se tomar cuidado, o que é superveniente, que acontece
depois da sentença é tranquilo de se discutir. Em relação aos fatos que ocorreram antes da sentença e
não foram debatidos, deve-se provar esse motivo de força maior que impediu a parte de alegar em
primeiro grau de jurisdição.
Efeito suspensivo: Como regra a Apelação tem efeito suspensivo.
A apelação é um dos poucos recursos que é dotado de efeito suspensivo por força de lei.
Automaticamente a apelação vai ter efeito suspensivo por força de lei.
A apelação tem a capacidade de tornar a sentença apelada ineficaz enquanto pender a análise do
recurso. Vamos ver que o agravo de instrumento, por exemplo, não é dotado de efeito suspensivo.
Como regra, os recursos não têm efeito suspensivo, mas a apelação é dotada desse efeito.
Existem exceções:
Tem exceções dentro do CPC e fora dele.
Existe apelação que não vai ser dotada de efeito suspensivo, e a sentença irá produzir seus efeitos de
imediato.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
Exceções:
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua
publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
A apelação de sentença que condena a pagar alimento não é dotada de efeito suspensivo, pois aquele
que pleiteia alimentos, geralmente, já vai receber os alimentos provisórios. Se a apelação tivesse efeito
suspensivo, aquele que estava recebendo alimentos, e teve confirmado seu pedido pela sentença, iria
parar de receber até que a apelação fosse julgada.
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
Extinção ou improcedência dos embargos do executado é feito por meio da sentença. A apelação
não terá efeito suspensivo.
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
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A apelação de sentença que confirma, concede ou revoga tutela provisórianão é dotada de efeito
suspensivo.
Foi concedida a tutela provisória, e ao final a sentença confirma o que foi decidido ou revoga, cabe
apelação, mas sem efeito suspensivo.
Conceder tutela provisória em sentença?
O normal seria ao longo do procedimento, em situações de urgência, afinal é uma tutela provisória.
Mas, isso é uma técnica, justamente para tirar o efeito suspensivo da apelação. Alguns juízes antecipam
efeitos da tutela provisória na sentença, para que a sua decisão gere efeitos de imediato. Pode ser que a
parte peça a tutela provisória e o juiz não conceda por algum motivo, e ao final na sentença ele
reconhece a tutela provisória para tirar o efeito suspensivo da apelação.
VI - decreta a interdição.
Reconhecer formalmente a incapacidade de uma pessoa e nomear um curador para essa pessoa.
Pode apelar, mas ela não terá efeito suspensivo.
O incapaz pode constituir advogado para recorrer da sentença, é como se desse para ele uma
capacidade extraordinária só para ele constituir o advogado que vai defendê-lo.
Exceções fora do CPC: Outras leis que retiram o efeito suspensivo da apelação.
Mandado de segurança: A sentença do mandado de segurança cabe apelação, mas ela não tem
efeito suspensivo.
ECA: visa à melhor condição possível para a criança e para o adolescente. Em tese, quando tem uma
sentença em um procedimento do ECA, essa sentença já é considerada como melhor interesse do menor,
e por isso ela deve produzir seus efeitos de imediato. Pode apelar, mas não terá efeito suspensivo.
Lei de locações: Sentença deDespejo. Cabe apelação, mas ela não terá efeito suspensivo.
Ação popular: A sentença é apelável, mas a sentença não tem efeito suspensivo.
ATENÇÃO: Nessas hipóteses de exceção, a parte pode tentar pedir o efeito suspensivo
“opejudicis”, desde que consiga convencer o Órgão jurisdicional dessa necessidade.
Pode requerer o efeito suspensivo da apelação que não é dotada de efeito suspensivo para:
1) A apelação já foi distribuída no tribunal. O apelante faz um requerimento para o RELATOR. Se já
não escreveu na própria peça de apelação, o apelante faz uma petição dirigida para esse relator fazer
o deferimento do efeito suspensivo.
O apelante pode colocar dentro das razões da apelação esse requerimento de concessão de efeito
suspensivo. Se o apelante assim não o fizer, e a apelação já estiver lá no tribunal, o relator já foi
escolhido, faz um requerimento direcionado a este.
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2) Quando a Apelação ainda não subiu para o tribunal, ou seja, ainda está na primeira instância (a
apelação não é entregue para o tribunal, ela é entregue para o juiz que proferiu a sentença que dá o
processamento adequado, e depois remete para o tribunal). Faz um requerimento para que o tribunal
conceda o efeito suspensivo, esse requerimento deve ser instruído com algumas cópias de peças do
processo (nesse requerimento fala para o tribunal que há uma apelação sem efeito suspensivo que
ainda está na primeira instância, mas que deseja que esse efeito seja concedido). O relator que
receber esse requerimento já fica prevento para julgar a apelação. Nesse caso haverá distribuição
livre.
3) O CPC esquece que o relator já pode se tornar prevento antes mesmo desse requerimento. O agravo
de instrumento é julgado pelo tribunal, se eu fizer esse requerimento de efeito suspensivo, já haverá a
prevenção do desembargador que julgou o agravo de instrumento. A câmara que conhece do primeiro
agravo de instrumento, ela vai conhecer de todos os futuros agravos, inclusive da possível futura
apelação (por uma questão de economia processual, celeridade e para evitar decisões contraditórias).
O requerimento do tópico 2 não será distribuído livremente, pois já teve um agravo antes, e esse
agravo já tornou a câmara preventa. Aqui haverá distribuição por dependência.
Efeito regressivo:
Até o CPC de 1973: A apelação como regra não tem efeito regressivo, ou seja, não era possível
o juízo de retratação, salvo 3 exceções (que continuam a existir no CPC 2015). O problema é que o novo
CPC trouxe uma quarta exceção.
HIPOTÉSES DE EXCEÇÃO:
1) É possível que um juiz se retrate diante de uma apelação, quando for uma sentença de
indeferimento da petição inicial.
Ex: O autor distribuiu a petição inicial, mas o juiz entendeu que a petição estava inepta
(identificou algum vício grave) e a indefere, sem nem mesmo citar o réu. O juiz matou o
procedimento de forma madura. O autor apela, e nesse caso admite-se a retratação do juiz. Aqui
não houve a análise do mérito (sentença terminativa sem análise do mérito).
Art. 331, CPC: Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5
(cinco) dias, retratar-se.
§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
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→ Possibilidade de julgamento liminar monocrático pelo desembargador relator (art. 1.011
c/c 932, incs. III a V):
É a possibilidade de um relator sozinho (por isso monocrático) julgar o recurso, ou seja, não
vai remeter o recurso para análise do colegiado.
Apelação
→ Elaboração de Relatório
A apelação chegou no Tribunal, foi distribuída, chegou nas mãos do Desembargador. A primeira
coisa que se pergunta é “posso aplicar esse sistema?”, “posso julgar sozinha?”. Se sim, a apelação já foi
julgada. O Desembargador caso não encontre nenhuma dessas possibilidades, não haja precedente
jurisprudencial, a primeira coisa a ser feita (6m55).
O relator lança nos autos o relatório. O relatório é uma síntese, é um breve relato: o que
aconteceu na 1ª instância, qual foi a decisão proferida pelo juiz sentenciante, e porque as partes estão
recorrendo.
No Processo Civil I foi estudada a estrutura da sentença, e uma das coisas da estrutura da
sentença é o relatório, que é um breve relato do que houve no caso concreto. É mais ou menos a mesma
ideia.
→Primeiro: o relatório não é uma manifestação de concordância com A ou com B. Não está se
posicionando se é favorável ao recurso ou não; está, única e exclusivamente, narrando o caso.
→Segundo: irá se deparar com uma situação muito simples, para que serve o relatório?
Os vogais não estudam o caso. Eles julgam com base no relatório, conhecem o caso pelo
relatório.
Quando um vogal pedir vista o meio do julgamento, é porque algo que foi falado na sessão de
julgamento, discorda no relatório. Se não tiver dissonância, se tiver essa discordância, não há vista.
→Terceiro: verá vários relatores que falam “adoto o relatório da sentença como relatório do
caso”.
O relatório do juiz na sentença foi tão bem construído, que tudo aquilo que aconteceu na 1ª
instância está no relatório da sentença.
Feito o relatório, lançado o relatório nos autos, o relator fará uma pergunta: esse caso gera
intervenção do Ministério Público?
Exemplo: a ação versa sobre o interesse de um incapaz. Da mesma forma que intervêm na 1ª
instância, terá que intervir (10m50).
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Então, ele analisa o caso para ver se há ou não a necessidade de intervenção do MP. Caso haja
necessidade, irá (11m). Têm-se os Promotores de Justiça no 1º grau de jurisdição, e os Procuradores de
Justiça nos tribunais. Quando é jurisdição federal, têm-se os Procuradores da República em 1ª instância,
os Procuradores Regionais em TRF’s.
Caso seja caso de intervenção do MP, manda para (11m25); não é caso de intervenção do MP,
manda os autos para o Presidente da Câmara.
Algumas vezes, verá um relator escrever em uma folha: peço dia de julgamento. O que isso
significa?
Os autos são encaminhados para o Presidente da Câmara, pois é ele quem controla a pauta da
sessão de julgamento.
Exemplo: do mesmo jeito que uma Vara tem uma agenda de audiências, uma Câmara tem
uma agenda de sessão de julgamento. A ideia é, razoavelmente, a mesma. E quem controla a
agenda é o Presidente de cada Câmara, não é o Presidente do Tribunal.
Exemplo: o julgamento em que a Ana foi relatora está para ser julgado no dia 10/02/2017.
Então, está com o relator; lançou o relatório; se tinha que mandar para o MP, mandou; caso
não, manda direto para o Presidente.
→ Primeiro: a intimação das partes para a sessão de julgamento e a efetiva realização dessa
sessão de julgamento, prazo mínimo de 5 (CINCO) DIAS.
A Súmula nº 117 foi redigida pelo STJ, foi redigida na vigência do CPC/73.
No CPC/73 esse prazo era de 48 (QUARENTA E OITO) HORAS. Só que o CPC/15 alterou esse
prazo para 5 (CINCO) DIAS. Muitos estão dizendo que a Súmula está em confronto com a nova lei, mas
ela (a Súmula) não está em confronto. Deve se dar a interpretação correta a Súmula.
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Ou seja, é nulo o julgamento do recurso se não for observado o prazo mínimo de 48 horas entre a
intimação das partes e a data da sessão de julgamento.
A parte importante da Súmula é falar que tem que respeitar esse prazo mínimo. Existe esse prazo
mínimo para que as partes possam se preparar para o julgamento.
O detalhe é que a Súmula fala que caso não seja respeitado esse prazo mínimo, o julgamento é
NULO.
O que é importante não é falar das 48 horas, mas da NULIDADE. É dar a Súmula nº 117 a
aplicação adequada.
Não precisa “jogar a Súmula no lixo”, pois está não é contrária à lei. Muito pelo contrario, ela
reforça a lei. O que há, na verdade, é só uma divergência de prazo.
Exemplo: a Súmula nº 267 do STF, uma das mais importantes que tem sobre Mandado de
Segurança (se não for a mais importante). O texto literal dessa Súmula não é aplicado hoje,
mas o STF não cancelou (revogou) a Súmula. O que fez foi dar interpretação adequada a
Súmula. O texto da Súmula diz que não cabe MS se cabe recurso. Só que a redação adequada
é do art. 5º da Lei do MS, que irá dizer que não cabe MS se cabe recurso dotado de efeito
suspensivo. Há um complemento.
Toda vez que há uma alteração legislativa, não significa dizer que o STF e o STJ irão rever as
suas Súmulas. Basta dar a interpretação adequada.
Exemplo: hoje é o dia da sessão de julgamento. Em termos práticos, ocorre na parte da tarde.
Tolentino é o Presidente da Câmara, ele está com a pauta de audiência em mãos. Ele olha e vê
que o primeiro da lista é um Agravo que a relatora é a Paula, ou o primeiro é uma Apelação e
que a relatora é a Fernanda. Declara aberta a sessão de julgamento, dando seguimento a
pauta, e passa a palavra para o relator e este lê o relatório. Às vezes é necessário ler o
relatório, mas o relator geralmente lê o relatório e dá a palavra ao advogado de apelante (15
minutos), dá a palavra ao advogado do apelado (15 minutos), e depois volta para o relator e
este finalmente vota.
A sustentação oral reforça o que está no recurso. A sustentação oral geralmente é feita quando é
uma matéria de divergência e quer chamar atenção para isso (matéria pacificada não se perde tempo
fazendo sustentação oral), ou é um caso em que já quer se fazer uma pega para um RESP mais adiante. É
um momento de chamada de atenção, se é que é necessário.
Passou a sustentação oral, votação. Vota relator, vota o primeiro vogal, vota o segundo vogal.
Tecnicamente falando, o julgamento da apelação se encerraria nesse ponto. Depois é de responsabilidade
de o relator colocar os votos, montar o acordão.
O art. 942 do CPC é uma técnica de segunda votação, que vota em alguns procedimentos,
inclusive a apelação.
Essa técnica de novo julgamento veio pelo legislador para ocupar o lugar dos EMBARGOS
INFRIGENTES que foi excluído do CPC.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face do João. Após muita discussão na 1ª instância,
o juiz fala “exposto, julgo procedente o pedido do Fernando em face do João”, Fernando
venceu. João apela. Vem o julgamento da apelação “damos provimento ao recurso para
reformar a sentença” por 2 votos a 1 voto.
Será que esse não seria o tipo de caso que mereceria uma nova analise, chamando mais pessoas?
Os EMBARGOS INFRINGENTES vieram desde o Código de 1939; até agora, tendo o seu
caminho diminuído. Antes, qualquer votação não unânime cabia embargos infringentes. O legislador
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começou a diminuir a possibilidade de uso. E os últimos anos do CPC/73, quando obteve uma das
ultimas reformas no Código, só 2 casos permitiriam embargos infringentes, 2 muito específicos, sendo:
→ Sentença de mérito da 1ª instância que era reformada por uma apelação não (30m10). Se a
sentença fosse terminativa, não caberia, pois tinha que ter mérito. Se, eventualmente, o tribunal, ainda
que por 2 votos a 1, mantivesse a sentença não caberia embargos.
A tendência era acabar com os embargos infringentes, tanto que o legislador de 2015 acabou com
os embargos.
Mas, o legislador de 2015 (de forma não muito inteligente) colocou o art. 942 no Código, que diz
o seguinte:
Ou seja, todas as vezes que uma apelação for julgada de forma não unânime, é necessário uma
nova votação. AUTOMÁTICO!
Antes tinha que recorrer, agora a lei fala que se ao final do julgamento de uma apelação deu 2 a 1,
tem que se fazer uma segunda votação, com novos meios, em número suficiente para a mudança de
resultado no julgamento.
O Código está dizendo, que de forma automática, se uma apelação saiu 2 a 1, tem que se ter uma
segunda votação. E nessa segunda votação tem que ter a presença de mais julgadores, em número
suficiente para mudar o resultado da primeira votação.
Além disso, o Código dirá que se na própria sessão que ocorreu a primeira votação, se estes
membros estiverem presentes, é possível que se faça, naquele exato momento, a segunda votação.
Exemplo: a apelação de Fernando foi julgada pela Paula, João e Hellem. Paula e Hellem não
gosta de Fernando, João gosta; 2 a 1. Só que a Câmara também é composta pela Roberta e
pela Nayara. Se a sessão está completa, o que acontece? Imagina que a Paula é a relatora
“considerando o disposto no art. 942 do Código, e verificada a votação não unânime por 2 a
1, nova votação do caso”. Não é só ouvir os outros 2 votos, é nova votação completa; pois a
própria fala que é resguardado ao desembargador que já votou, o direito de mudar de
posicionamento.
Exemplo: imagina-se que essa votação se dará em outra data. A lei fala que é resguardado ao
advogado o direito de fazer novamente sustentação oral, porque há outras pessoas para
convencer.
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O detalhe é que, por celeridade e economia, o próprio Código dirá que se os membros estiverem
todos os presentes na sessão de julgamento, é possível que essa segunda votação seja de imediato.
O problema é que tem dado muita confusão. Tem Câmara fazendo de jeito diferente. Tem Câmara
que acha que obrigatoriamente tem que ser para uma sessão, em outro dia. Tem Câmara que acha que
tem que ser sempre na mesma sessão. Só que nem sempre dá para ser na mesmo sessão.
Exemplo 1: imagina que a Roberta é irmã de Fernando. A Câmara não é impedida de julgar o
recurso de Fernando, quem é impedido é a Roberta. Mas, no momento de se aplicar o art.
942, a Roberta será chamada, ela não poderá votar, tendo que chamar o seu substituto legal.
Sendo assim, terá que marcar outra sessão.
Exemplo 2: Tem Câmara que já sabe que tem divergência de matéria, já sabe que vai dar 2 a
1. Cada um tem um posicionamento, não adianta insistir para mudar de posicionamento. Vai
dar divergência. Sabido isso, não faz o julgamento virtual, já manda para o presencial.
Antes, havia uma hipótese de cabimento muito clara: sentença de mérito, objeto de reforma por 2
votos a 1 na apelação. Agora, 2 a 1. Se teve mérito ou não, se manteve a sentença de 1ª instância, deu 2 a
1.
Muitos falam que o legislador foi razoavelmente burro. Observando o parágrafo 3º do art. 942,
fala-se da antiga hipótese dos embargos infringentes na ação rescisória, e manteve a hipótese velha.
O detalhe é: antes havia pouca incidência dos embargos infringentes, eram poucos casos que
permitiam. Agora se tem uma quantidade razoável de (37m10), sem falar que é automática, é uma
obrigação (37m15). E se não dá para fazer na mesma sessão, automaticamente (37m20).
Se tem um vício de forma, de estrutura do procedimento, o tribunal anula e devolve para o juízo
A Quo, para corrigir o erro e sentenciar de novo.
Qual é a lógica?
Exemplo: Fernando propõe uma ação. Dandara sentencia. Fernando pediu dano material,
dano moral e lucro cessante. No momento que Dandara vai sentenciar, ela fala “ isto posto,
julgo procedente dano material, julgo improcedente dano moral”. Fernando observa que
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Dandara esqueceu uma parte. É uma sentença “Citra Petita”. Fernando faz embargos pela
decisão ser omissa, ela não lê os embargos de declaração, pega o modelo pronto, sobe para o
tribunal via apelação. Quando chega no tribunal, este observa que é problema de estrutura da
sentença.
Sentença Citra ou Infra Petita é uma sentença NULA. Tem que ser anulada, devolver para o juiz
de 1ª instância para que este julgue novamente.
Lembra-se que na TGP foi visto que há uma correlação ao que se pode e ao que se julga. A
sentença tem que ser Petita; não pode ser extra, ultra, citra petita.
(41m35) o tribunal não devolve, ele mesmo julga o pedido que ficou omisso.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face da Lorena. Lorena, citada, comparece na
audiência de conciliação e eles não faz acordo. Lorena, contesta, não discute prescrição, mas
discute outras coisas. O juiz fala “reconheço a existência da prescrição no caso”. Quando o
juiz reconhece a prescrição (42m35). Qual é o problema? O juiz comete um equívoco. A
relação é de consumo, a prescrição e de 5 anos; mas ele entenderia que é uma relação civil
básica, e aplica a prescrição de 2 anos. Fernando, apela ao tribunal, falando que não está
prescrito. O tribunal quando analisa apelação, observa que Fernando tem razão. Não está
prescrito.
Quando o juiz mata um procedimento de forma prematura, reconhecendo prescrição, este não deu
o desenvolvimento completo da ação na 1ª instância.
Anular a decisão que reconheceu, erroneamente, a prescrição, manda para o juiz de 1ª instância e
fala para o juiz desenvolver tudo e julgar o mérito.
No caso da teoria da causa madura, o tribunal observa que foi errada a atitude do juiz de
reconhecer a prescrição. Mas o tribunal não devolve, pois já tem informações suficientes nos autos para
entender o caso de Fernando x Lorena e julgar o mérito. Não precisa de mais dilação probatória, perícia,
testemunhas, é uma ação que se julga com base em prova documental. O juiz de 1ª instância podia ter
feito o julgamento antecipado do mérito, não fez porque é apressado.
A teoria da causa madura funciona permitindo ao tribunal que anule a sentença, mas não devolva
o caso para o juiz sentenciante corrigir o erro e julgar de novo. O tribunal anula, já apresenta o
julgamento do caso, porque entende que aquela demanda já está em condições de imediato julgamento.
Não há necessidade de maior dilação probatória, as provas que constam nos autos já são
suficientes. O que consta nos autos, seja matéria de fato ou de direito, já é o suficiente para poder julgar.
Quando o Código fala “condições de imediato julgamento” é daí que vem o nome TEORIA DA
CAUSA MADURA.
A causa já está pronta para ser julgada o seu mérito. Não foi por um erro, ou de forma incorreta,
inadequada, pelo juízo de 1ª instância.
→Primeiro: tem uma diferença razoável da teoria da cauda madura do CPC/73 para o CPC/15.
→ Hipóteses:
a) Sentença Terminativa
No momento em que um juiz profere uma sentença TERMINATIVA, se está estiver errada, o juiz
construiu o procedimento de forma errada; matou o procedimento de forma prematura, pois não há
desenvolvimento do mérito.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face do João. João citado, se defende e tal; chega lá
na frente o juiz fala “reconheço a litispendência, extingo o procedimento sem a análise do
mérito”, dizendo que existe uma outra ação Fernando x João. O primeiro caso é o contrato X,
prestação de serviços; o segundo caso é o contrato Y, representação (47m45). As partes até
são as mesmas, mas a causa de pedir é distinta.
Se tem uma sentença terminativa errada, o tribunal deveria anular a sentença terminativa,
devolver para o juiz de 1ª instância julgar o mérito. Mas o tribunal não faz isso, ele aplica a TEORIA DA
CAUSA MADURA. O tribunal anula, e ele mesmo julga.
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Tradicionalmente, sentença Extra, não julga o que foi pedido; sentença Ultra, até julga o que foi
pedido, mas vai além; sentença Citra, aquela que fica aquém do que foi pedido. Essas sentenças devem
ser anuladas e devem ser devolvidas para o juiz julgar novamente.
Mas, mesmo assim, há juízes que não fundamenta. Se a sentença não é fundamentada, o tribunal
deveria anular e devolver.
O tribunal vai anular, mas não irá devolver. Ele julga, fundamentando de forma adequada.
A maioria da doutrina acha “a coisa mais linda” a teoria da causa madura. O STJ já falou que é
“fantástico” a teoria da causa madura, inclusive fala que a norma da teoria da causa madura (disse para o
CPC/73, mas continuará dizendo para o CPC/15) é uma NORMA DE ORDEM PÚBLICA. Significa
dizer que o tribunal aplica a teoria da causa madura de forma discricionária. Se quiser aplicar, aplica; se
entender que não é caso, não aplica.
Mas, o problema da teoria da causa madura é que se perde a principal instância que julga (a 1ª
instância).
Teoria da causa madura é “bonitinho” para quem vence, porque para quem perde é “o cão
chupando manga”.
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Perde-se a 1ª instância de julgar o caso.
O detalhe é que a teoria da causa madura é “bonito no papel”. Mas, em termos práticos,
representa uma supressão. E uma supressão muito simples, perde-se 1ª instância.
Se anulasse e devolvesse para a 1ª instância, teria uma nova sentença. Dessa nova sentença
caberia apelação. Quando se aplica a teoria da causa madura, quem sabe cabe Especial ou
Extraordinário. A chance de reversão é pendente a ZERO.
A primeira coisa para se ter em mente é que o sistema de agravos contra decisões
interlocutórias no código velho de 73 e no código novo mudou razoavelmente. Na vigência do código
velho, as suas decisões interlocutórias (decisões de primeira instância que não foram sentenciadas) eram
sempre agravadas (no código de 73 o nome do recurso era “recurso de agravo” com duas modalidades
diferentes, agravo retido e agravo por instrumento), se não fosse apresentado o recurso, variando a
modalidade entre agravo retido e agravo de instrumento, a matéria iria precluir.
No novo código, o agravo retido não existe mais, porque foi adotada (de forma parcial) o
princípio da irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias, as antigas hipóteses práticas em
que se utilizava o agravo retido são agora, situações em que não se pode mais recorrer de imediato da
decisão interlocutória, tendo que esperar ao final da sentença e se apelar naquela sentença é feita em
preliminar de razões ou contrarrazões e discutem a matéria. Não é que não se possa mais recorrer, não se
pode mais recorrer de imediato. Ou seja, o agravo retido “some” do novo código, pois a matéria tratada
por ele, agora é tratada lá nas razões.
Proferida uma decisão interlocutória a primeira coisa a se fazer é analisar o art. 1015, que traz o
rol das decisões interlocutórias que desafiam agravo.
Se a decisão interlocutória está dentro do 1015, cabe agravo e se não for feita o agravo de
instrumento a matéria irá precluir, ou seja, se a decisão interlocutória está arrolada no art. 1015 e eu não
agravo, não será possível discutir isso na preliminar da apelação. Se a decisão não está dentro do
1015, preliminar de apelação.
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Logo, se apresenta agravo de instrumento nas decisões interlocutórias previstas neste art. 1015. O
art. 203 §2° do CPC define o que decisão interlocutória são as decisões proferidas por juízo de primeira
instância, no curso do desenvolvimento do procedimento, resolvendo eventuais questões incidentes
(questões que aparecem no meio da tramitação) podendo ou não até julgar ou resolver parte do mérito.
O código novo é bem claro em relação às decisões interlocutórias ao reconhecer o poder que ela
tem de poder julgar parte do mérito da causa. O que ela não tem capacidade é de encerrar um órgão de
conhecimento ou de execução na primeira instância, já que isso fica a cargo da sentença.
Exemplo: julgamento antecipado da parcela incontroversa. Fernando faz três pedidos dano
moral, material e lucros cessantes, em face de Izabella. Izabella só contesta dois, dano
material e cessantes.
Pedido que não foi contestado ou impugnado se torna incontroverso e o juiz já pode julgar essa
parcela não impugnada (dano moral) através de decisão interlocutória.
O rol do art. 1015 foi feito para ser um rol taxativo, fechado.
Em princípio, somente caberia agravo de instrumento em face daquelas decisões ali indicadas.
O legislador, para chegar à esse rol fez uma pesquisa junto ao CNJ e levantou quais eram as
decisões interlocutórias que mais geravam agravo de instrumento na vigência do código velho.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I – tutelas provisórias;
Tutela provisória é um nome novo para uma coisa velha, a antecipação dos efeitos da tutela, ou
seja, necessidade de decisões céleres/ rápidas dentro do procedimento,
impedindo, por exemplo, um dano grave de impossível ou difícil reparação.
Tutela da Evidência: Trabalha com o direito do autor que é muito claro/ evidente no caso
concreto.
Existe, por exemplo, súmula do STF que diz que ele tem razão, ou o réu já até contestou, mas não
apresentou nenhuma prova que afaste a tutela do autor.
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A tutela da evidência não está preocupada com o dano, mas está preocupada com o fato de que o
processo demora muito e esse demorar muito é sempre prejudicial ao autor porque ele não
está fluindo do direito.
II – mérito do processo;
A decisão interlocutória pode julgar o mérito, sendo possível então, o agravo de instrumento
quando ocorrer esse julgamento de mérito. Então, se parcela daquela lide entre autor e réu já for julgada
pela decisão interlocutória, cabe agravo.
Se o juiz rejeita a alegação de convenção de arbitragem que foi feita pelo réu. Já se sabe que ao
lado da função jurisdicional, é possível se obter uma solução pela função arbitral. As partes, capazes,
discutindo direitos disponíveis, podem optar pela arbitragem ao invés do órgão jurisdicional.
Exemplo: Fernando fez um negócio com a Paula e, nesse negócio, consta que quem vai
julgar é a arbitragem e independentemente disso, Fernando propõe uma ação no judiciário. A
Paula quando for contestar vai alegar convenção de arbitragem. Se o Juiz
não aceitar a contestação de Paula, ela deverá agravar. Se ele aceita, ele está proferindo uma
sentença terminativa. Cabendo então, apelação.
A nossa discussão aqui, não tem nada a ver com o que motiva a desconsideração, mas sim a
forma como a desconsideração era feita na prática, que era feita de forma errada, principalmente no
judiciário trabalhista.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face da empresa X, a empresa X tem como sócias
Paula, Luana e Hellen. As sócias não são partes no processo e, portanto, não exercem direito
de defesa, quem faz isso é a PJ, devido a separação patrimonial. Depois de um procedimento
exaustivo, a empresa X é condenada a pagar para Fernando R$ 10.000,00. Agora, em fase de
execução, ao tentar achar os bens da PJ não foi possível, devido a uma fraude. Em uma
canetada, ou Juiz falava “desconsidero a personalidade jurídica de uma das sócias”.
Qual o problema disso? As sócias não participaram da formação das dívidas, como se
executa algo em face de quem não é parte?
O Código novo diz que desconsiderar é plenamente possível, desde que antes ocorra o incidente
de desconsideração da personalidade jurídica. Ou seja, seja em fase de conhecimento, seja em fase de
execução, a personalidade jurídica só poderá ser desconsiderada se instaurado incidente que abre prazo
para os sócios se defenderem, para ver se efetivamente existe ou não o tal vício. No final o Juiz julga se
desconsidera ou não a personalidade jurídica.
Da decisão que desconsidera (direta, aquela que a PJ não tem nada e se encontra com o sócio ou
indiretamente, aquela que a pessoa física não possui
nada e vai no patrimônio da PJ), cabe agravo de instrumento.
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São Duas hipóteses.
2ª Hipótese: Fernando já pediu a assistência e ela já foi deferida, mas em algum momento
posterior dentro do processo o Juiz revoga.
Um documento comum, por exemplo, um contrato assinado pelas partes que se encontra com
uma das partes. Ela não pode se negar a exibir, pois é um documento comum.
Todas as vezes que se requer essa exibição de documento ou coisa como meio de produção de
prova, não se pede a coisa como objeto principal da lide, é somente um meio de prova. O juiz deverá
deferir ou não essa exibição e dessa decisão caberá agravo.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face de Roberta e João, Litisconsorte passivo. O
juiz recebe a PT e indefere em relação ao réu João devido a sua legitimidade e determina a
citação da ré Roberta. É uma decisão interlocutória. Já que o processo irá seguir em face de
Roberta, mas o João foi excluído da lide (sentença terminativa).
Antigamente, havia uma confusão quanto a isso, sendo possível a fungibilidade. No código novo,
não cabe mais fungibilidade, pois foi determinado que cabe agravo em caso de exclusão de litisconsorte.
O litisconsórcio multitudinário é aquele que é muito grande, que possui uma quantidade elevada
de pessoas na sua constituição.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face de 100 pessoas. Às vezes, ao invés de ganhar
tempo, o processo demora mais, pois pense, esse processo não começa enquanto as 100
pessoas não forem devidamente citadas.
Todas as vezes que se tem um litisconsórcio multitudinário é possível que as partes envolvidas
solicitem o fatiamento do processo. Ou seja, Fernando propõe ação contra 100 réus, é possível que esses
réus requeiram o fatiamento para facilitar o andamento do processo.
Se o juiz rejeita esse pedido, cabe agravo. Se ele aceitar não cabe nada.
Só existe limitação do litisconsórcio multitudinário facultativo.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face de João, Luana quer ser assistente, ela faz um
requerimento ao juiz. Fernando propõe uma ação em face da Ana, mas na verdade há uma
solidariedade
entre Ana e Dandara, ela faz um requerimento para chamar a Dandara ao processo. Fernando
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quer denunciar à lide sua concessionária, mas deverá fazer um requerimento ao juiz.
Nesse caso, o juiz deverá aceitar ou não a intervenção de terceiros.
A forma de defesa em execução autônoma são os embargos à execução, e em princípio eles não
são dotados de efeito suspensivo, ou seja, o ato de embargar não impede a continuidade da execução,
mas é possível se pleitear a concessão do efeito suspensivo ao juiz que deverá se manifestar. Como ele
poderá mudar de ideia no meio do
caminho, quando já concedido o efeito, podendo modificar ou revogar.
Qual o detalhe?
Quando se chega no parágrafo único do 1015, que diz que as decisões interlocutórias proferidas
em série de cumprimento de sentença, liquidação de sentença, execução e processo de inventário, são
objeto de agravo de instrumento.
O inciso X, existe então quando se fala em embargos à execução que são de conhecimento
autônomo, mesmo que uma parte da doutrina só o veja como uma defesa, a jurisprudência entende ser
uma ação de conhecimento que corre em paralelo com a execução. Uma coisa é falar que as decisões
dentro da execução são passíveis de agravo, outra é falar que as decisões dentro dos embargos à
execução são passíveis de agravo.
XII – Vetado;
Vetado porque o art. 333 foi vetado. O art. 333 era um negócio meio audacioso para o legislador
brasileiro, permitia ao juiz converter uma ação individual em uma ação coletiva.
Exemplo: Fernando foi afetado pelo problema de Mariana e propõe uma ação individual em
face da Vale. Por mais que a ação de Fernando seja individual, o direito debatido é um direito
coletivo. O 333 permitia que o juiz de ofício ou a requerimento, diante dessa ação individual,
convertesse essa ação em ação coletiva, transformando Fernando em um assistente.
Principalmente na legislação extravagante, existe uma série de decisões que cabem agravo.
Como por exemplo a lei de Mandado de Segurança, cabe agravo da decisão que defere ou
indefere a concessão de mandado de segurança. Lei de falência, lei de locações.
O que o inc. XIII diz é que além das hipóteses tratadas nesse rol do 1015, outras leis também
podem prover o que cabe agravo.
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Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.
O motivo é até muito simples, principalmente nas execuções, cumprimento de sentença o que traz
prejuízo para as partes é decisão interlocutória, sentença e nada nesses processos é quase a mesma coisa,
ela fala “crédito satisfeito ou não há como satisfazer o crédito”. É necessário discutir a decisão que
mandou penhorar o bem, que não reconheceu que aquele bem era de família.
A sentença será anulada, volta o processo, se faz a perícia e julga novamente. Não cabe agravo
sobre decisão que se manifesta sobre incompetência, em especial sobre a absoluta.
Exemplo: Fernando propõe ação contra Luana, Luana citada, após a audiência fala de
incompetência absoluta, o órgão nega, não cabe agravo, tramita o procedimento, vem a
sentença. Luana apela, e na apelação ela fala que avisou que o órgão era incompetente. Será
anulada e mandada para o órgão competente.
Diante desse rol, se tem uma primeira hipótese que é, praticamente falando, a pior delas para o
tribunal, impetrar mandado de segurança.
Na hora que se pega a lei 12.016, no art. 5°, a lei fala das hipóteses que não cabe mandado de
segurança. Não cabe mandado de segurança em face de decisão judicial passível de recurso dotado de
efeito suspensivo. Primeiro, não cabe recurso e quem dirá com efeito suspensivo; segundo, mesmo que
coubesse recurso, mas que não tenha efeito suspensivo.
Qual o problema?
O STF, durante anos, brigou para restringir o cabimento do MS, o código novo ressuscita o MS
contra decisão judicial.
Logo, a doutrina passa a dizer que esse rol não é taxativo, basta se fazer certas interpretações,
isso tudo para se evitar o MS. No Código de 73, o principal uso do agravo não era nada disso, o art. 522
falava cabe agravo de instrumento sobre decisão que traga dano grave de difícil ou impossível reparação.
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Ao tentar diminuir os
agravos, o código acabou ampliando. Os agravos não foram diminuídos e o MS ainda foi “ressuscitado”.
Não é possível afirmar que não cabe agravo nos juizados especiais.
No juizado especial estadual, aquele que é regulado pela lei 9099/95, não é possível agravo. A
decisão interlocutória é irrecorrível de imediato, é necessário se esperar a sentença e fazer o recurso
inominado se discutindo a decisão interlocutória.
Mas essa lógica não é aplicada tão certinha aos juizados especiais Federais, lei
10.259/01, e ao juizado especial da Fazendo Pública, lei 12.153/09, por que?
Pega a lei do juizado especial federal (10.259/01) nos art. 4° pode o juiz federal, deferir medidas
urgentes para impedir dano grave de difícil ou impossível reparação, logo, ele reconhece a possibilidade
de tutela provisória pelo juiz em sede de juizado e 5° dessa decisão do art. 4° cabe recurso.
Logo, esses artigos afirmam que embora a regra no juizado especial seja a não possibilidade de
recurso imediato da decisão interlocutória, há a possibilidade de recurso quando se tratar de tutela de
urgência. Essa lei é aplicada subsidiariamente ao Juizado Especial da Fazenda Pública.
Na prática, pois a doutrina e jurisprudência já encontra exceções ao rol taxativo, cabendo agravo.
● Tempestividade
O prazo é de 15 dias para agravar, tendo a parte contrária 15 dias para responder.
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Diante de uma decisão interlocutória, se ela está dentro do artigo 1015 apresentar agravo de
instrumento, não apresenta a matéria PRECLUI. Se a decisão interlocutória NÃO está no rol do artigo
1015, vira preliminar em sede de razões de apelação, ou contrarrazões. No CPC de 73 tinha um inciso
que previa uma hipótese de lesão grave, por isso em termos práticos vai existir ou um rol jurisprudencial,
ou vai ocorrer mudança no CPC.
1) Y é excluído do litis
2) Citação de Z
3) Indefere a antecipação da tutela
Se agravo só da tutela provisória, o tribunal não analisará a exclusão.
Efeito Suspensivo / Ativo (art. 1.019, inc. I)
Art. 1.019, I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de
tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
Enquanto na apelação é regra, o agravo segue a regra dos recursos em geral, que o recurso não
impede o efeito da execução, logo o agravo não é dotado de efeito suspensivo.
Pode tentar o efeito suspensivo OpeJudicis, artigo 955, parágrafo único (se existe lesão grave, de
difícil ou impossível reparação e os argumentos são plausíveis) cumulado com artigo 1019, I (efeito
suspensivo no agravo).
O fato de você está agravando não impede a execução, se nem a decisão interlocutória está
suspensa quem dirá o procedimento em primeira instância. Não ocorre uma paralisação e espera que
ocorra decisão do agravo, as hipóteses de suspensão estão no artigo 313 e lá não tem interposição de
recurso.
Efeito Ativo no Agravo: é o nome dado pela doutrina para a antecipação dos efeitos
da tutela recursal, ou seja, seria dado aquilo que você pede desde o início do recurso sendo proferido.
Exemplo: Fernando interpõe uma ação em face do Estado pedindo medicamentos, com tutela
antecipada, porque sentença pode demora, juiz nega a tutela antecipada, Fernando agrava. Esse
agravo que tramita no tribunal vai demorar um ano ou mais, por isso pede ao relator, que
disponibilize o medicamento desde o início, é a tutela antecipada dentro do tribunal.
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A diferença entre o Efeito Suspensivo e o Ativo: Se a decisão de 1º grau concede, determina
algo, o seu agravo terá efeito suspensivo, já que o juiz determinou e o agravante não quer que haja o
cumprimento, pede-se a suspensão da decisão.
Já as decisões que são negativas se agravadas pede-se o efeito ativo, ou seja, conceder a tutela
antecipada a partir do Agravo.
Exemplo: Interponho Agravo, mas as vezes ele demora para ser julgado, requer-se nesse
caso, que desde o início seja concedido o seu pedido, se tem uma urgência.
Não confunda efeito ativo com julgamento liminar monocrático, pois são coisas distintas. No
julgamento liminar, o desembargador julga sozinho o recurso. No efeito ativo é a antecipação dos efeitos
para usufruir de um direito, lá na frente a decisão será revista.
Como diferenciar se precisa de efeito suspensivo normal ou de um efeito ativo?
Exemplo: um pai entra com pedido de guarda de fato do filho menor e pede antecipação da
tutela.
Hipótese 1: o juiz defere a tutela antecipada do pai, a mãe vai agravar, nesse caso o
feito suspensivo é o suficiente, já que ela quer ficar com o filho.
Hipótese 2: indefere a tutela antecipada, o pai ira agravar, mas se ele usar efeito
suspensivo não adianta, afinal a guarda permanece com a mãe, a decisão lhe foi desfavorável.
QUAL A LÓGICA: Se a decisão de primeiro grau for positiva (concede, defere,
determina) o agravo precisa vim com o pedido de efeito suspensivo. Se a decisão de primeiro
grau for negativa (indefere, não concede) precisa do efeito ativo, para alterar decisão.
Efeito Regressivo: Juízo de Retratação (art. 1.018, § 1º)
Art. 1.018, § 1º. Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator
considerará prejudicado o agravo de instrumento.
Todo e qualquer agravo cabe retratação, porém é mais complicado, pois o agravo é interposto
direto no tribunal. O Juiz pode voltar atrás na decisão proferida, sendo mesmo mais difícil, porque o
Agravo não é entregue no juiz “A Quo” e já entrega no tribunal, embora deva-se fazer a petição de
conhecimento, informa ao juiz a quo que recorreu e se ele deseja voltar a trás.
Efeito devolutivo o Agravo tem sempre, igual ao da apelação. Suspensivo não tem (em regra),
porém pode-se tentar o OPE JUDICIS. Todo Agravo possui efeito regressivo.
O nome instrumento se dá porque precisa-se instruir as razões recursais com peças da 1ª
instância, visto que os tribunais não estão com os autos. Tem que montar um caderno com as cópias dos
autos.
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Procedimento do Agravo de Instrumento
→ Formação do Instrumento (cópias):
O recurso se chama agravo de instrumento porque deve instruir o recurso, o desembargador não
tem conhecimento do que se passa no julgamento, ele teria de decidir sem saber porque o juiz decidiu
daquela forma, por isso deve instruir o agravo, com copias que estão na primeira instancia, montar
copias das peças e entregar ao tribunal, três tipos de peças:
a) Peças obrigatórias (art. 1.017, inc. I): petição inicial / contestação / petição que ensejou a
decisão agravada / decisão agravada / certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial
que comprove a tempestividade / procurações outorgadas aos advogados do agravante e do
agravado
A) Peças Obrigatórias: Todo agravo deve ter, tem que seguir a instrução, 6 peças obrigatórias:
A.1) PETIÇÃO INICIAL, para conhecer o caso, o que autor e réu discutem na primeira instancia;
A.2) CONTESTAÇÃO;
A.3) PETIÇÃO QUE ENSEJOU A DECISÃO AGRAVADA, se foi feito em uma peça avulsa,
qual a petição que provocou o juiz a agir e dar a decisão que será agravada;
A.4) DECISÃO AGRAVADA como vai o tribunal julgar sem a decisão, qual o conteúdo da
decisão, mesmo porque essa decisão deve estar fundamentada;
A.5) CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO, acerca da decisão, para aferir a tempestividade do recurso.
Pode ser por outro documento que comprove a decisão. Tem como saber se é tempestivo sem certidão.
Basta que entre a data da decisão e a data da interposição do agravo se tenha até 15 dias úteis;
A.6) PROCURAÇÃO OUTORGADA DOS ADVOGADOS, do agravante e do agravado, o
tribunal não se comunica com as partes, apenas com os procuradores, só comunica com a parte se
eventualmente ela não tiver procurador constituído nos autos;
Cópia simples, não precisa ser cópia autenticada, mesmo porque o advogado pode autenticar sob
pena administrativa e criminal. Pode ser quer em algumas situações, alguma das peças acima ainda não
existam ainda, por exemplo: ao entrar com uma ação Fernando solicita os benefícios da assistência
jurídica gratuita, o juiz despacha e indefere solicitando que Fernando pague as custas necessárias, ainda
não tem contestação, não decisão separada, o próprio código reconhece que em alguns casos não existe
algumas peças, assim deve o advogado manifestar, não junto contestação porque réu nem foi citado.
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Certidão de intimação, não tem porque ficar discutindo tempestividade em um caso, o juiz
apresenta decisão interlocutória com data de dia 22/09/2016, sabemos que o prazo só conta depois da
intimação, porém a parte agrava com data de 02/10/2016, é fisicamente impossível ser intempestivo,
entre a data da decisão e do recurso não tem 15 dias, antes não tinha que intimar a parte porque faltava
uma peça obrigatória, o tribunal já rejeitava seu recurso de plano. Se eventualmente falta a certidão de
intimação, o tribunal deve fazer uma análise muito simples, pega data da decisão e data do protocolo, se
entre essas datas estou dentro do prazo não tem como recurso ser intempestivo.
Se faltar alguma peça, deve intimar nos termos do artigo 932 e do 1017, dando a parte 5 dias para
sanar o vício. No código anterior, se faltasse alguma peça era bomba direto, agora pela supremacia do
julgamento do mérito intima-se para corrigir em 5 dias.
É a peça não indicada pela lei como obrigatória, mas faz indispensável, porque sem ela não tem
como entender o caso e julgar o recurso. O tribunal requererá.
Exemplo: no caso da assistência jurídica gratuita, se Fernando recebe R$12.000,00, mas ele
cuida do pai e da mãe, o pai tem uma doença rara, ele não tem casa própria e ele ainda paga a
faculdade do irmão, tem gastos extraordinários, o juiz apenas indefere, Fernando agrava, sem
contestação, teria como desembargador julgar o caso só com a petição inicial, decisão
agravada, certidão de intimação e procuração, nem tem como ele entender o caso, precisa de
laudos médicos, cópia do contrato do imóvel.
Peças necessárias são aquelas que a lei não exige, mas o desembargador exige para
entender e julgar.
Se faltar peça necessária, o razoável é que o juiz intime e solicite que junte a peça, não da para
imaginar que a parte sempre saiba quais são as peças necessárias, supremacia do julgamento do mérito.
São 5 dias para juntar, se não juntar, falta admissibilidade por vício formal.
Se os autos forem eletrônicos não precisa juntar peças, não é bem assim, já que nem todos os
tribunais tem o sistema.
O agravo é interposto diretamente no tribunal, pode ser via protocolado por protocolo postal ou
pode ser no fórum da cidade no setor de distribuição e o encarregado busca os outros autos leva os
agravos, pode interpor via fax (desde que junte em até 5 dias depois).
O legislador esqueceu de falar do sistema eletrônico, porém expressa por outros meios.
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No código novo fala que não é necessário juntar as peças obrigatórias, necessárias e outras se o
processo for eletrônico. Há um enunciado no TJMG que diz que até a integração dos sistemas
eletrônicos, deverá se juntar as peças. O TJMG possui 3 sistemas eletrônicos: PROJUDI – juizado
especial; PJE – 1ª instância; JPE – 2ª instância.
e) Ausência de Peças / Vício de Forma (arts. 1.017, § 3º c/c 932,
parágrafo único)
Art. 1.017, § 3º. Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que
comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto
no art. 932, parágrafo único.
Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a
documentação exigível.
Se faltar alguma peça obrigatória ou essencial haverá a intimação para sanar o vício.
→ Formas de interposição (art. 1.017, § 2º)
Interpõe diretamente no tribunal
Art. 1.017, § 2º. No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.
a) Protocolo realizado diretamente no Tribunal Competente
b) Protocolo realizado na própria Comarca, Seção ou Subseção Judiciárias
Em comarcas que não são sedes do tribunal, pelo código novo, pode protocolizar o Agravo no
próprio Fórum da comarca – novidade.
c) Postagem, sob registro, com aviso de recebimento
Não esquecer do AR.
d) Transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei
Lei 9800/99 – qualquer ato processual pode ser realizado por fax – desde que se junte os originais
em 5 dias.
e) Outra forma prevista em Lei (?)
Mais importante no futuro.
Em termo práticos, se precisar de efeito ativo ou suspensivo no Agravo é importante que
despache no Tribunal.
→ Petição de conhecimento (art. 1.018): possibilidade ou dever? Autos eletrônicos? Não
admissão?
O agravo é entregue no “Ad Quem”, mas ainda assim o juiz da 1° instância pode retratar (artigo
1018).
71
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da
petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos
documentos que instruíram o recurso. Faculdade de informar, porém só no eletrônico
§ 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará
prejudicado o agravo de instrumento.
Se os autos forem físicos, o agravante DEVE fazer o que está no caput no prazo de 3 dias a partir
da interposição do recurso, sob pena do seu agravo não ser conhecido.
Nos autos físicos a petição de conhecimento vira um requisito de admissibilidade. Se feito fora
do prazo ou não feita à petição de conhecimento cabe ao agravado falar sobre essa falta de
admissibilidade, a tempo e a hora, preliminarmente. Não cabe ao tribunal conhecer desse vício de oficio,
se o agravado não falar nada sobre a petição de conhecimento nada será feito sobre essa petição. É um
recurso de admissibilidade posterior (não é no ato da interposição) e que não pode ser conhecido de
oficio. Todos os outros requisitos de admissibilidade você comprova no ato da interposição e é analisado
de ofício.
Como no eletrônico é um pode, se fizer com 5 dias não tem sanção, porem se for no físico pode
gerar perda recurso se a outra parte falar.
→ Possibilidade de julgamento liminar monocrático pelo desembargador relator (art. 1.019 c/c
932, incs. III a V)
O Agravo foi distribuído e caiu na mão do desembargador X e este verificará se cabe julgamento
liminar monocrático (art. 932, III, IV, V). O desembargador sozinho pode solucionar o recurso com a
verificação do cabimento ou então de jurisprudência pacificada favorável ou contra o agravante. O
agravado só é intimado depois que o Agravo chega ao tribunal.
Exemplo: Tempestividade. O agravado não é ouvido, pois não há prejuízo. Por isso o
desembargador julga de imediato.
Exemplo:Hellem X Fernando – O agravado não será ouvido, visto que não sofrerá prejuízo.
Exemplo: Fernando X Hellem. Fernando perdeu e agravou da decisão, o relator diz que
Fernando tem razão, o tribunal dá uma decisão contra Hellem sem ter ouvido seu
contraditório.
No art. 932, V, diz que esse julgamento deve ser depois a de facultada a apresentação do
contraditório. O cód. Ressaltou que para não provimento da decisão agravada, não precisa o agravado ser
ouvido, já que não sofre prejuízo.
Agora para usar a manifesta procedência, o desembargador só pode usá-la depois de ouvido o
agravado. Em todas as hipóteses do 932 é possível o julgamento liminar, contudo há a especificidade do
inciso V.
Ele só poderá usar dessa técnica após o respeito ao contraditório da parte contrária. Isso quer
dizer que usar o julgamento monocrático por não admissão ou usar o julgamento monocrático
73
para não provimento o desembargador poderá fazer mesmo sem que o agravado tenha sido
ouvido porque ele não estaria sofrendo prejuízo já que a decisão que foi favorável a ele está
sendo mantida mas para usar a manifesta procedência, o relator só poderá fazer isso depois que
ocorrer a intimação do agravado.
1º - Verificar se cabe a hipóteses do inciso III, do Art. 932- se pode ou não conhecer do recurso;
4º- Intimar o agravado, no prazo de 15 dias para apresentar sua contraminuta de agravo (são as
contrarrazões);
OBS: É nessa hora (contraminuta) que o agravado pode falar sobre a Petição de Conhecimento,
se não falar não pode mais.
No Agravo tem-se que abrir prazo para o contraditório, o que na apelação já sobe junto. Tem-se
prazo de 5 dias entre a intimação e a sessão de julgamento. A votação é igual a apelação, mín. 3
desembargadores.
74
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem
sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o
disposto no art. 984, no que couber.
§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da
sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação
oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela
onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o
dia anterior ao da sessão.
O Agravo de Instrumento não admite sustentação oral, salvo se a discussão for de tutela
provisória, de urgência ou da evidência.
OBS: Essa sustentação oral foi concedida no inciso I, do art. 1015, contudo deveria ter sido dada
no inciso II, pois não há justificativa do porquê cabe sustentação oral no caso da tutela.
Devia ter sido dada quando há a decisão interlocutória que julga parte do mérito, por questão de
isonomia.
O mérito é julgado por sentença e de sentença cabe apelação e na apelação cabe sustentação oral.
Agora em decisão interlocutória que julga parte do mérito cabe Agravo e nesse não cabe a sustentação
oral.
O TJMG tem uma portaria que fala que de Agravo cabe sustentação oral, contudo essa portaria é
ilegal.
Técnica de julgamento em votação não unânime (art. 942, § 3º, inc. II)
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para
garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais
terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
↓ ↓
75
(art. 1015, I)
Já foi estudado na apelação, quando a votação termina 2x1, chama-se mais 2 para votarem.
Pode ser na mesma sessão ou não. Veio no lugar dos Embargos Infringentes. No Agravo é de uso
específico.
Tive uma decisão interlocutória que decidiu parte do mérito, essa decisão foi agravada e esse
agravo deu provimento ao caso, ou seja, reformou a decisão de 1ª instância e ele foi provido por 2x1.
Nesse caso cabe rejulgamento com 5 membros. SÓ NESSE CASO.
Agravo Interno
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento
interno do tribunal.
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os
fundamentos da decisão agravada.
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se
sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator
levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno.
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da
causa.
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do
valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade
da justiça, que farão o pagamento ao final.
Tem-se a ideia de que quando um recurso vai ser analisado pelo tribunal, a decisão será
colegiada, contudo há várias decisões monocráticas, como exemplo as decisões liminares monocráticas.
Por questão de celeridade vou atribuir a um relator a competência para julgar sozinho. O Agravo Interno
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traz para o recurso essa colegialidade. O CPC regula esse Agravo no art. 1021 e diz que o cabimento é
em face de uma decisão monocrática proferida por um relator.
Ministros também são relatores, não é só para desembargador. Ou seja, cabe aos ministros do STJ
e STF, pois estes são relatores também. E ainda no TJ.
A decisão vem de quem tem a função de relator, TOMAR CUIDADO principalmente com o
mandado de segurança. O presidente e vice dos tribunais podem decidir algumas questões, mas não são
relatores.
Forçar a colegialidade.
OBS: Há várias decisões que são tomadas pelo presidente e vice do TJ, dessa forma, como ele
não está no exercício da relatoria, NÃO cabe Agravo Interno.
Exemplo: Fernando fez concurso e foi excluído por sua altura, ele impetra mandado de
segurança (MS). O juiz recebe a petição inicial e determina a tutela antecipada. Só que o MS tem um
negócio que se chama Suspensão de Segurança→ Quando um Ente público se vê com uma antecipação
de tutela desfavorável no MS ele pode fazer um Agravo de Instrumento e pode também fazer um
requerimento direto ao presidente do TJ, esse julgamento é mais político, é uma discussão sobre ordem
pública, saúde, economia, mostrando que o Estado terá grande prejuízo com aquela decisão. O
presidente tem 5 dias para se manifestar se ele suspende ou não a liminar. Dessa decisão NÃO cabe
Agravo Interno, já que o presidente não está na função de relator.
O nome é Agravo Interno. No código de 73 é que falava que haveria a possibilidade de agravo
em 4 hipóteses. Como o código não regulamentava esse tipo de Agravo, os regimentos internos dos TJ`s
que tinham que regular, por isso se chamava regimental.
Contudo, no código atual não é mais possível esse nome, visto que o CPC prevê as possibilidades
de Agravo Interno. Embora possua algumas coisas que o CPC não regule e os regimentos internos o
farão, mas não criaram um tipo de agravo.
Tempestividade
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados,
a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.
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O art. 1021 não fala de prazo de interposição, mas nem precisa, pois, a regra geral fala em 15
dias, salvo os ED`s.
Preparo (?)
O art. 1021 não fala se tem preparo. No 1007 fala o que é, mas não fala quais recursos tem
preparo.
Na realidade os regimentos internos que vão determinar se há ou não preparo, pois o CPC não
regula de forma geral quanto ao preparo.
Vai se ter um problema, pois vai ter que verificar nos regimentos internos do tribunal, mas grande
chance que terá.
O Agravo Interno possui efeito possui efeito devolutivo, mas não se discute o caso concreto, está
discutindo a decisão monocrática que julgou o recurso, é muito mais o uso inadequado da decisão
monocrática.
A regra geral dos recursos (art. 995), fala que os recursos não possuem efeito suspensivo.
Sendo assim, o Agravo Interno não o possui, salvo, se conseguir o efeito OPE JUDICIS (de difícil
reparação e causar lesão grave). Não cabe ao regimento interno falar se cabe efeito suspensivo.
Procedimento
É simplificado. A lei fala que da intimação terá o prazo de 15 dias para interpor agravo interno, em
petição dirigida ao relator (quem proferiu a decisão que você não gostou).
É para o relator que proferiu a decisão que você não concorda. Não cabe decisão liminar
monocrática, já que o objetivo é que a decisão seja colegiada. As razões não podem ser copia e cola das
razões do recurso que acaba de ser julgado monocraticamente, se fizer isso o relator está autorizado a
não conhecer do recurso.
As razões recursais do Agravo Interno discutem com as razões da decisão monocrática, não tem
nada a ver com a decisão lá trás que gerou uma apelação ou Agravo de Instrumento.
O relator abre vista para a parte contrária se manifestar. Ele pode dar efeito suspensivo e depois
abrir vista à parte contrária para responder, ela respondendo ou não, os autos voltam para o relator e ele
pode exercer juízo de retratação.
→ Possibilidade de Retratação
Fernando pede tutela provisória para que a criança fosse retirada da mãe e entregue à ele →
Indeferido → Agravo de Instrumento → Juízo de Retratação→ O juiz defere a tutela provisória. No
Agravo de Instrumento, na retratação, o juiz dá uma decisão contrária a que ele deu anteriormente.
2º- Ou, o juiz dá uma nova decisão em sentido contrário. Dá provimento ao pedido, anula a 1ª
decisão e dá outra decisão. Nesse caso cabe Agravo Interno da outra parte. Porém, não é julgamento
liminar antecipado e sim juízo de retratação da 1ª decisão. Julgou no sentido errado.
Se a votação for unânime por inadmissão ou por improcedência, se terá uma multa, porque o cód.
Incentiva o julgamento liminar monocrático.
OBS: Há o esgotamento das vias recursais. Para se fazer Recurso Especial (REsp) e Recurso
Extraordinário (Rext) tem – se que esgotar – súmula 207 STJ.
Exemplo: Decisão monocrática contrária a Fernando que viola o texto da CF, não pode fazer
Rext, pois não esgotou as vias recursais (já é pacificado que não cabe REsp e Rext de decisão
monocrática que ainda cabe recurso). Fernando quer fazer Rext, para isso terá que interpor Agravo
Interno, correr o risco de tomar multa (3x0), para depois fazer Rext. A multa tem que ser recolhida para
que o próximo recurso seja conhecido. O tribunal tem a discricionariedade de cobra ou não a multa.
Vai ter papel relevante, pois vai ter alguma regulação sobre Agravo Interno. O código regula muito
pouco. Os regimentos são residuais.
79
Recursos Cíveis em Espécies
Embargos de Declaração
É um dos recursos mais estranhos do processo civil.
LEMBRE-SE: no início do semestre quando falou sobre a definição técnica do que seria
recurso, no final falou que o recurso tem o objetivo de anular ou reformar uma decisão, e ainda
disse que como a lei considera Embargos no recurso, esse será corrigir ou integrar.
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Se Embargos de Declaração não fosse uma espécie recursal, basicamente, não colocaria esse
“esclarecer” e “integrar” na definição daquilo que é recurso. O objetivo é diferente. A ideia que traz,
digamos assim, trabalhar com a necessidade de melhoria do texto decisório.
É um recurso diferente que tem, sem sombra de dúvidas, a maior hipótese de cabimento de todas
as outras espécies recursais.
Pensa, na Apelação: da sentença cabe Apelação; um tipo de decisão, um tipo de recurso. No
Agravo de Instrumento: as decisões interlocutórias indicadas no art. 1.015, cabe Agravo de Instrumento.
Da decisão monocrática, cabe Agravo Interno. Uma ideia bem direta para cada tipo de decisão, um tipo
de recurso. Já nos Embargos de Declaração é bem simples: toda e qualquer decisão judicial desafia a
oposição de Embargos de Declaração.
Independentemente do grau jurisdicional, qualquer decisão judicial que apresente um dos quatros
vícios que a lei indica, desafia Embargos de Declaração.
Seja de 1º grau, seja de Tribunal de 2º grau, de Tribunal Superior, STF, enfim, decisões judiciais
unipessoais, pluripessoais, desafiam Embargos de Declaração.
Na vigência do Código de 73, quem falava do cabimento dos Embargos de Declaração era o art.
535, e este tinha 2 incisos.
O inciso I falava que da sentença omissa cabia Embargos de Declaração, e o inciso II falava das
decisões judiciais contraditórias ou obscuras caberiam Embargos de Declaração.
O problema é que tinham pessoas que liam o art. 535 de forma literal e falavam que só poderia
discutir omissão em sentença. Agora, os outros dois vícios, obscuridade e contradição, qualquer tipo de
decisão.
O STJ já havia falado que isso foi mero erro por parte do legislador. Da mesma forma que uma
sentença pode ser omissa, o acordão também pode ser. Cabe, tranquilamente, Embargos de Declaração
em face de uma omissão de decisão de Tribunal. Essa discussão já havia sido encerrada a muito tempo.
O Código de 2015 tomou o cuidado de falar qualquer decisão judicial.
O cabimento dos Embargos de Declaração é tão amplo, que basicamente verá o seguinte:
encontrar decisões do STJ que diz que até mesmo de despachos cabe Embargos de Declaração. Por mais
que o Despacho não tenha conteúdo decisório, como que se cumprira um despacho sem entender o que
está escrito nele. Se, eventualmente, não consegue entender a informação do despacho, como cumprir
este despacho.
Então, é realmente bem amplo. É claro, toda e qualquer decisão que apresente um dos 4 vícios
apontados pelo art. 1.022, sendo eles: omissão, obscuridade, contradição, correção de erros materiais.
Então, toda e qualquer decisão judicial que apresente um desses problemas é passível de correção
via Embargos de Declaração.
81
Decisão Judicial com Vício de Fundamentação
Decisão judicial omissa é aquela que não se manifesta sobre algum (12m45).
A decisão judicial omissa é aquela que e silente sobre alguma questão relevante que deveria ter
sido objeto de manifestação.
Exemplo: sentença citra ou ultra petita. Fernando propõe uma ação e face da Luana, pede que
Luana seja condenada a danos matérias, morais e lucro cessante. Fernando fez três pedidos,
vem a sentença. A sentença condena a Luana a danos materiais e morais, nada fala sobre o
lucro cessante. Fernando ganhou ou perdeu o lucro cessante? Sentença citra ou ultra petita.
Imagine um caso em os réus levantaram como tese de defesa a prescrição. Por mais que o
Magistrado entenda que não há a prescrição, no caso concreto, essa é uma matéria sobre a
qual ela não pode se calar. Não pode omitir, tem que responder.
O que o Código/15 fez foi ampliar essa ideia do que é omissão judicial em algumas questões que
geravam dúvida na jurisprudência, e STJ em alguns casos ia responder, outros não.
O Código amplia um pouco a ideia da omissão.
O código diz que considera omissão, para fins de Embargos de Declaração, o fato do órgão
jurisdicional não se manifestar sobre algum tipo de tese jurídica, que já foi firmada em julgamento de
casos repetitivos.
Exemplo: está se julgando um caso sobre a possibilidade ou não de pessoas tatuadas fazerem
concurso da PM. Acabou de ter uma REXT que fala sobre o mesmo assunto em questão.
Órgãos jurisdicionais de 1ª instância, Tribunais de 2º grau, ao julgarem ações que versem sobre
tema, obrigatoriamente devem se manifestar sobre esse precedente, pode até afastar o precedente, mas
tem que falar sobre ele.
Dentro da ideia de casos repetitivos, tanto RESP, como REXT repetitivo, como IRDR.
Tese firmada em julgamento de casos repetitivos, inclui Especial e Extraordinário repetitivo e o
tal do IRDR (Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas). Embaixo é tese firmada em julgamento
de IAC (Incidente de Assunção de Competência).
O IRDR é um sistema para enfrentar julgamentos que são apresentados em massa aos Tribunais.
É aquela ideia de ações que se repetem várias vezes, tratando exatamente do mesmo tema, por isso que o
nome é Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas.
Enquanto STF e STJ enfrentam essa demanda repetitiva, com REXT/RESP repetitivo, os
Tribunais de 2º grau usam o tal de IRDR.
O IAC não trabalha com a litigância repetitiva, mas com a divergência de entendimento dentro de
um Tribunal.
Exemplo: a 18ª Câmara Cível tem determinado entendimento diverso da 16ª Câmara Cível.
É possível que esse incidente seja instaurado para definir uma linha de pensamento e acabar com
essa divergência.
Antigamente, no CPC/73 tinha um negócio que se chamava Incidente de Uniformização de
Jurisprudência; só mudou de nome. Agora chama Incidente de Assunção de Competência (IAC).
Também, considera-se omissa eventual decisão judicial, cuja fundamentação não se encaixa art.
489, §1º do CPC.
Sabe-se muito bem que o art. 489 explica como é redigida a sentença. E o §1º desse art. 489 faz
uma série de exigências sobre a fundamentação de uma decisão. Na verdade, ele diz que se considera
decisão não fundamentada se, e começa a explicar o que seria uma decisão não fundamentada.
82
Exemplo: imagina que, eventualmente, uma sentença ou um acordão da decisão monocrática
se encaixa nas hipóteses, poderia fazer Embargos de Declaração para corrigir a
fundamentação.
Se a sentença é mal fundamentada, apresenta através, via Embargos de Declaração por omissão,
alegando o vício ou o problema na fundamentação.
Exemplo: quando o juiz começa a usar o mesmo, este, cujo, daquele etc. Se o juiz usa
alguma dessas expressões de forma incorreta, faz a reverência a pessoa errada.
O texto decisório tem que ser o mais claro possível, até por uma questão muito simples. O texto
decisório mais à frente será base para uma execução, um cumprimento de sentença.
Já a obscuridade material não consegue nem ler o texto decisório.
Na ideológica, acessa a informação, mas não entende. Na material nem acessa.
Exemplo: juiz proferiu uma decisão interlocutória a mão e não consegue entender o que
escreveu.
No final das contas, se chega ao mesmo lugar: não compreender. Na maior parte das vezes,
porque leu e não compreendeu, ou não conseguiu nem ler o texto decisório.
Erro de fato é um trecho da decisão falar que um fato aconteceu, e outro trecho falar que não
aconteceu. Erro de fato é um vício tão grave, permite até fazer Ação Rescisória. Mesmo depois do
trânsito em julgado, pode-se tentar (27m10).
Contradição: afirmações, proposições que conflitam, que não conseguem conviver dentro de um
mesmo texto decisório.
A novidade no CPC/15 é inserir os erros materiais como tipo de vício a ser discutido em
Embargos de Declaração.
O CPC/73, art. 463 falava que o juiz não pode alterar sentença que já foi publicada. Ou seja, não
poderia modificar, alterar uma sentença que já (28m25); salvo Embargos de Declaração ou os meros
erros materiais.
83
Através de uma petição simples, do órgão jurisdicional, poderia pedir para corrigir um mero erro
material em uma sentença.
Erro material, por exemplo, é um erro indicando uma data, um nome etc. são pequenos erros.
Como havia uma previsão expressa do erro material no art. 463, não falava nada sobre erro
material no art. 535, algumas pessoas falavam que poderia provocar o órgão para corrigir um erro
material na sentença, mas não pode provocá-lo para corrigir o erro material em outro tipo de decisão.
O STJ já havia dito que, o juiz pode, até mesmo, de oficio, corrigir os meros erros materiais. Mas
o problema era muito simples. Veio um acordão do TJ que tinha um mero erro material, publicada a
decisão ia lá e fazia uma petição simples. Essa petição não tinha a capacidade de parar o prazo do
Recurso Especial/Extraordinário. O Tribunal ia demorar muito tempo para responder e o prazo iria
passar.
Para, inclusive, evitar esse tipo de discussão/problema, o código colocou como um quarto tipo de
problema/vício, os meros erros materiais, inclusive, qualquer tipo de decisão.
Enquanto está discutindo erro material, corrigindo o texto decisório, o prazo de um eventual
recurso posterior está interrompido. É claro que pode haver um acumulo de vícios.
A exceção que há nos Embargos de Declaração é até uma exceção aceitável, uma exceção
razoável.
O objetivo dos Embargos de Declaração não tem nada com conteúdo, mérito da decisão. O
problema é de redação. Já o recurso principal irá discutir o conteúdo da decisão, o seu mérito efetivo.
O primeiro cuidado que se deve ter é o da ordem em que se usa os recursos. A ordem é sempre a
mesma. Primeiro, Embargos de Declaração; depois, recurso principal. O recurso principal é entendido
como as outras espécies recursais.
A ordem é sempre essa, até por uma questão lógica. Como apelar de uma decisão que não se
compreende? Como agravar uma decisão que não se compreende?
A primeira coisa que tem que fazer é entender a decisão completa. Se ela tiver algum ato,
preencher a lacuna, retirar eventuais contradições/erros. Primeiro, corrige esses pontos; depois é que
apela, agrava etc. A ordem é sempre a mesma.
84
Se fizer Embargos de Declaração TEMPESTIVOS (essa é a única questão que é analisada, é o
ponto principal), se os Embargos de Declaração é apresentado no prazo correto; o prazo do recurso
principal é INTERROMPIDO.
LEMBRE-SE: o prazo do recurso principal ainda ira flui pela integralidade no momento futuro.
Exemplo: veio uma sentença. Fernando foi condenado por essa sentença a pagar 100.000
reais para Marcela, só que antes disso, Fernando faz Embargos de Declaração. Aberto o
prazo, tem 15 dias para apelar; no 4º dia do prazo Fernando apresenta os Embargos (o prazo
para interposição dos Embargos é de 5 dias, tempestivos). Os Embargos serão julgados e o
Fernando é intimado do julgamento. A partir desse momento é que irá fluir o seu prazo
recursal. O Fernando tem o prazo de 15 dias.
Tempestividade
Prazo de 5 dias (art. 1.023)
Exemplo: Fernando propôs uma ação em face do João. Fez 2 pedidos, dano material e moral.
Ao final veio a sentença, jugando procedente o pedido de dano material e improcedente o
pedido de dano moral. Fernando venceu o material, João foi venceu o moral porque não foi
condenado. Fernando lê o texto da sentença e entende que estava tudo claro, com 3 dias
apela. João lê o texto da sentença e entende que há uma omissão, faz Embargos de
Declaração. Os Embargos do João são considerados providos.
Qual o problema?
Fernando apelou de uma decisão que não é mais a mesma. Excepcionalmente, Fernando pode
fazer uma complementação (art. 1.024, §4º).
Irá alterar aquele determinado ponto, no tópico X, levando em consideração o provimento dos
Embargos de Declaração.
Não pode colocar outro recurso no lugar do que já foi interposto. A lei é bem clara. É
complementação, adaptação das razões recursais que já foram apresentadas.
Por mais clara que a decisão seja para alguns, que o texto decisório na leitura de alguns não
apresenta vícios, deixe fluir os 5 dias dos Embargos de Declaração. Deve analisar primeiro se houve
Embargos.
O cuidado que se deve ter é com a tempestividade.
85
LEMBRE-SE: O EFEITO DE INTERRUPÇÃO ATINGE A PARTE QUE INTERPOS OS
EMBARGOS E A PARTE CONTRÁRIA.
Prazo é de 5 dias. É uma exceção aos demais recursos que tem o prazo de 15 dias (uniformização
dos prazos pelo CPC/15).
Dentro da questão da tempestividade, 2 pontos:
1º. Não pensar em recurso adesivo em Embargos de Declaração.
Só a Apelação é quem tem essa possibilidade. Recurso Especial/Extraordinário também tem essa
possibilidade. Em regra, só a Apelação, Especial e Extraordinário.
2º. Os Embargos de Declaração não abre prazo para resposta.
Tem-se muito a ideia que o prazo que uma parte tem para recorrer, a parte contrária tem para
responder ao recurso.
Exemplo: se Fernando tem 15 dias para interpor a Apelação, Luana tem 15 dias para
responder. Se Fernando tem 15 dias para interpor Agravo Interno, a Izabella terá 15 dias para
responder.
Os Embargos de Declaração, como regra, são julgados sem abrir prazo para resposta.
A lógica legal é que está se discutindo com o órgão jurisdicional a redação da decisão. Em
princípio, não se está modificando, não está alterando o texto da decisão que diz respeito ao mérito ou ao
seu cumprimento.
Exemplo: João foi condenado a 100.000 reais em uma sentença omissa. Faz Embargos de
Declaração. Em princípio, sairá continuando com os 100.000 reais de condenação. Fernando,
parte contrária, tem como resolver o problema de redação? Não. Quem resolve o problema de
redação é o órgão que proferiu a decisão. Mudou-se a posição do Fernando diante da decisão?
Não continuou com uma decisão boa para ele, condenando o João a 100.000?
O entendimento é que Embargos de Declaração são julgados sem a abertura de um prazo para
resposta pela parte que (46m55).
Se parar para pensar, ainda tem mais um problema com o recurso adesivo. Como fazer adesivo se
não será chamado nem para responder os Embargos? Não haverá um prazo posterior.
Como regra, os Embargos de Declaração são julgados sem a abertura de prazo para resposta. Mas
essa regra comporta exceção.
Não se fala em efeito devolutivo ou regressivo. É como se houvesse uma mistura dos dois nos
Embargos de Declaração. O caso retorna exatamente para quem o proferiu, para corrigir o problema. Em
tese, não muda o conteúdo do mérito da decisão, só corrige o problema na redação.
86
Em relação ao efeito suspensivo, o CPC/73 é silente. Não fala se Embargos de Declaração tinha
ou não efeito suspensivo. O CPC/15 é claro, bem claro em relação ao efeito suspensivo nos Embargos de
Declaração.
Embargos de Declaração NÃO tem efeito suspensivo (CPC/15). Então, por força de lei, os
Embargos de Declaração não têm a capacidade de suspender os efeitos da decisão.
O único erro do código, foi esquecer de um caso.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face da Lorena. Ao final o pedido é julgado
procedente. Lorena é condenada a pagar 100.000 reais para Fernando. A Apelação tem efeito
suspensivo. O efeito suspensivo “Ope Legis” flui a partir do momento em que a decisão é
publicada. Só que antes da interposição da Apelação, Lorena interpõe Embargos de
Declaração. A sentença está suspensa, mas está por causa da Apelação.
Exemplo: veio uma sentença do Juizado Especial. Fernando, intimado, 10 dias para fazer o
recurso inominado. No 3º dia do prazo, Fernando apresenta Embargos de Declaração. Os
Embargos de Declaração são tempestivos. Julgados os Embargos, Fernando tinha 7 dias para
fazer o recurso inominado, na regulamentação antiga. Era mera suspensão do prazo do
recurso principal.
Na vigência do CPC/73, existia uma situação divida. A força de interrupção dos Embargos em
procedimentos regulados pelo CPC, e apenas a força de suspensão nos Juizados Especiais.
87
O art. 1.065 simplesmente equiparou, para não ficar pensando em regra diferente. A regra é só
uma. Mesmo, nos Juizados Especiais, os Embargos de Declaração têm força de INTERRUPÇÃO do
recurso seguinte.
O sistema de julgamento dos Embargos de Declaração é bem mais simples do que o dos outros
recursos.
O código fará uma diferença quando falar do procedimento nos Embargos de Declaração,
levando em consideração se o orgão é unipessoal ou pluripessoal. É a diferença que a lei faz.
Qual é a lógica?
É uma sentença, é uma decisão interlocutória, é uma decisão monocrática, ou seja, decisões
unipessoais. Tem 5 dias para embargar e o órgão jurisdicional tem 5 dias para responder.
Exemplo: proferida a decisão, João faz Embargos de Declaração no prazo legal de 5 dias.
Recebido os embargos pelo órgão jurisdicional, tem 5 dias para responder. Um detalhe que
não deve esquecer é que não há abertura para prazo de resposta.
Se os Embargos de Declaração for contra uma decisão de um órgão plripessoal, “A Quo”, quem
responde é o órgão pluripessoal. A lei dirá que, nesse caso, os Embargos serão julgados EM MESA.
Julgado em mesa, significa dizer que não tem sistema de intimação para julgamento. O recurso é
inserido para votação na primeira sessão posterior a proposição dos Embargos de Declaração. É
automático.
Apresentado os Embargos, cabe ao órgão, simplesmente, inclui-lo para julgamento para a
primeira sessão subsequente. Não espere uma intimação. Sistema de julgamento em mesa, inclusão
automática para julgamento na primeira sessão subsequente. Se não conseguir julgar na primeira sessão
subsequente, na sessão seguinte.
Da mesma forma, não há, como regra, espaço para resposta em sede de Embargos de Declaração.
Essa ideia sofre uma exceção, é o que se chama de Embargos de Declaração com efeitos
MODIFICATIVOS. Quando tem efeito modificativo, também chamado de efeito infringente, a lógica
será diferente.
Os Embargos de Declaração não têm objetivo de alterar o mérito da decisão. Mas,
acidentalmente isso pode acontecer.
Exemplo: Fernando propõe uma ação em face da Nayara, pedindo que seja condenada ao
pagamento do não cumprimento de um contrato X, no valor de 25.000 reais. Nayara, citada,
alega em defesa a prescrição da dívida, dação em pagamento. Depois de toda instrução do
processo, em 1ª instância, vem a sentença. O juiz fala que não há prova nos autos da aceitação
de Fernando sobre a dação em pagamento. Como não houve a capacidade de provar o ato
extintivo, condena a Nayara a pagar os 25.000 reais a Fernando.
Embargos de Declaração por omissão, alegando que este não analisou a prescrição da dívida,
sendo esta apresentada como tese de defesa, pedindo ao juiz para sanar a omissão.
88
Os Embargos serão conhecidos, pois é tempestivo e também pela omissão, pois o juiz realmente
foi omisso.
Duas hipóteses:
1ª. O juiz olha e percebe que Nayara tem razão, que ele esqueceu de falar desse tema, mas não
está prescrito, pois é uma relação de consumo (5 anos) e não uma relação civil base (2 anos). Não está
prescrito porque na época da realização do negócio, Fernando era incapaz.
Não irá mudar o resultado do julgamento. O juiz até aceitou, deu provimento aos Embargos, pois
existia a omissão, mas não teve a modificação da decisão.
2ª. O juiz olha os Embargos da Nayara e percebe que ela tem razão, ele esqueceu de falar da
prescrição. O juiz chega à conclusão de que estava prescrito.
Ao suprir essa omissão, o julgado será modificado. Ao receber esses Embargos e dar provimento,
dizendo que está prescrito, está diante de um problema, que ao suprir essa omissão, está efetivamente
mudando a decisão.
Agora virá uma sentença dizendo que Nayara tinha razão, que o juiz deu provimento aos
Embargos de Declaração por não ter falado sobre a prescrição e está prescrito. Os 25.000 reais do
Fernando irão para o espaço.
Isso é Embargos de Declaração com efeito modificativo. Na pratica, a maioria dos Embargos que
podem ter efeito modificativo são para suprir omissão. Contradição em alguns casos, mas principalmente
para suprir omissão. No momento em que supre essa omissão, pode modificar.
O STJ já havia falado que, todas as vezes que um juiz perceber que os Embargos podem ter efeito
modificativo, tem que ABRIR VISTAS AO EMBARGADO, e dar a este 5 dias para responder.
Ou seja, a ideia de abertura de prazo de resposta dos Embargos de Declaração. A regra é que os
Embargos não tenham prazo para resposta. Nesse ponto, se o juiz entender que pode ter efeito
modificativo, abre prazo de resposta.
Se fizer Embargos de Declaração e a parte contrária está sendo intimada para responder, o juiz
mais ou menos já deu a deixa de que irá mudar a decisão. Mesmo que ele dê provimento, ele não abrirá
prazo de resposta. Quando o juiz abre prazo de resposta, se a parte contrária for intimada para responder
Embargos de Declaração, o juiz já deu a deixa de que há um problema. Já está pré-julgando, está dando
uma dica de que “irá mudar a decisão”.
Primeiro detalhe, se for intimado para responder Embargos de Declaração, não perde tempo
discutindo que os Embargos é intempestivo, não pode modificar etc., mas discutir com o tema alegado
pelo embargante. Discute o tema apresentado pelo embargante como ponto omisso, isso que é relevante.
Se a parte é intimada para responder, já teve uma pequena deixa de que haverá efeito
modificativo.
Segundo detalhe, não escrever no texto do recurso “Embargos de Declaração com efeito
modificativo”. O efeito modificativo é um acidente, pode acontecer no caso concreto, mas não peça na
petição de forma expressa. Embargos de Declaração é uma coisa que juiz não gosta, eles acham que é
protelatório. Toda vez que coloca “efeito modificativo”, já tem um pré-conceito dos Embargos. Apontar
na peça o ponto alegado que foi omisso pelo juiz.
89
Exemplo: Paula acaba de receber uma sentença que lhe foi desfavorável. Foi intimada, prazo
dela começa a contar. No 5º dia do prazo, Paula apresenta Embargos, e o juiz demora 5 dias
para responder. De uma forma, ou de outra, ela ganhou mais 10 dias úteis. Só que não tinha
omissão, obscuridade, contradição. Ela fez isso, com o intuito de protelar. Se isso acontecer, o
juiz está autorizado a considerar os Embargos de Declaração protelatórios. Paula faz
Embargos da resposta dos Embargos. Ela reincide no ato protelatório.
Não havendo omissão, obscuridade, contradição, o juiz está autorizado a considerar os Embargos
de Declaração protelatórios.
A primeira vez que protela, essa multa é de até 2% sobre o valor da causa.
Reincidindo no ato protelatório, a multa é até 10% sobre o valor da causa.
O código deixa claro que a multa fará parte do preparo do recurso principal. Para apresentar o
recurso principal, não tem que só recolher o preparo deste, mas como provar também que pagou a multa.
E se não pagar a multa, o recurso seguinte não será conhecido (claro que será intimado).
Embargos de Declaração com efeitos modificativos (infringentes) (art. 1.023, §2º)
Processo Civil
Fungibilidade
O Código prevê uma espécie de fungibilidade específica dos embargos de declaração com o
agravo interno. Ex.: veio uma decisão monocrática, em face de decisão monocrática é possível o agravo
interno com intuito de forçar o colegiado, mas antes da interposição desse agravo interno o vencido opõe
os embargos de declaração. Quando o relator recebe esses embargos de declaração ele percebe que o que
há ali é mais uma fundamentação de agravo interno do que uma discussão à respeito de uma omissão,
contradição, obscuridade. Quando ele recebe esses embargos (como foi uma decisão única e inicialmente
a competência seria dele) ele analisa essas declarações apresentadas pelo embargante e vê que é uma
discussão sobre o mérito da decisão monocrática e a necessidade de manifestação do órgão colegiado.
Em termos práticos. Sendo assim para não “dar bomba” no recurso, o código autoriza, nesse caso
especifico, que o desembargador relator que proferiu a decisão monocrática receber os embargos de
declaração como se fosse um agravo interno. Ele intima o embargante para que este adapte a peça para
uma peça de agravo interno e dá processamento ao recurso como se agravo fosse.
Visa uma celeridade e economia processual. Em termos práticos o relator sabe que virá o agravo
interno em seguida e percebe que na verdade o que o embargante faz não é tentar esclarecer a decisão,
ele apresenta argumentos que dariam base a um agravo interno, para uma necessidade de discussão do
órgão colegiado. Para ganhar tempo, ao invés do desembargador relator rejeitar os embargos ele
automaticamente faz a fungibilidade.
Prequestionamento
Para entender o que tem a ver o prequestionamento com embargos de declaração, é necessário
dar um pulo no especial e extraordinário e depois voltar.
Prequestionamento é um requisito de admissibilidade específico de recurso especial e de recurso
extraordinário. Para que um recurso especial ou extraordinário seja conhecido pelo STJ ou STF eles
exigem o prequestionamento, que seria a necessidade de que os órgãos anteriores a STF e STJ tenham se
manifestado sobre o tema que será discutido. Pré questionar significa que STF e STJ não se manifestam
sobre temas que não foram previamente debatidos nas instâncias originárias.
STJ e STF dirão em sua jurisprudência “não discuto temas novos”, ou seja, eles perguntam se no
caso concreto isso já foi discutido lá em baixo, se sim, eles podem olhar, se não, eles não mexem.
90
Ex.: Fernando versus empresa “x”, Fernando consumidor, empresa “x” fornecedora. Houve um
problema contratual e Fernando propõe uma ação em face de empresa “x” e não faz, em nenhum
momento, um requerimento de inversão do ônus da prova. Fernando perde e vai apelar. Em grau de
apelação ele também não fala sobre a inversão do ônus da prova, ele perde, também, em segundo grau.
Fernando quer chegar ao STJ, olha o caso resolve alegar que houve violação ao art. 6° inc. XIII do
código do consumidor que fala sobre a inversão do ônus da prova, faz um recurso especial, discutindo a
violação ao art. 6°, que este deveria ser analisado mesmo sem a parte requerer. O STJ não vai analisar
isso, de forma alguma, pois isso não for discutido no tribunal de origem, ou seja, não houve
prequestionamento.
Existem três tipos de prequestionamento
Prequestionamento Numérico: É aquele no qual o acórdão que vai sofrer o recurso especial
ou extraordinário é o número do artigo, letra da alínea, de forma bem clara.
Prequestionamento Expresso: Não faz referência ao número do dispositivo, mas faz
referência ao termo normativo que se quer discutir.
Prequestionamento Implícito: é aqui que entram os embargos de declaração. Ex.: Na
apelação de Fernando ele escreveu em um dos fundamentos e nos pedidos para que o tribunal anulasse a
decisão, uma vez que foi feita o pedido de inversão do ônus da prova em favor do consumidor e o Juiz a
quo não fez essa inversão. Vem um julgado do TJ e diz um monte de coisas, mas não fala sobre esse
pedido. Como não houve a manifestação do tribunal sobre o tema que Fernando quer discutir em recurso
especial, ele faz embargos de declaração. Quando se faz o embargo de declaração, só há duas respostas
possíveis “conheço do recurso de embargo de declaração e dou provimento ou não há violação ao art. 6°,
não há violação à regra de inversão”. No primeiro caso há ou um prequestionamento expresso ou um
numérico, o problema é o segundo tipo de decisão “conheço dos embargos por serem tempestivos, mas
nego provimento, pois não há omissão a ser sanada já que o órgão não é obrigado a responder tudo que
for questionado”, nesse caso a decisão não falou sobre a inversão do ônus da prova, mas Fernando, como
parte, não tem mais o que fazer. Isso é o que se chama de prequestionamento implícito, é exatamente
essa tentativa de prequestionamento via embargos de declaração, mas que não teve resposta do tribunal.
Até o código novo, o STF aceitava esses três tipos de prequestionamento. Mass o STJ só
aceitava o prequestionamento numérico e expresso não aceitava o prequestionamento implícito. Ele
falava claramente “só é prequestionamento a manifestação do órgão jurisdicional, ele quem tem que
falar” e no prequestionamento implícito o órgão não fala. Existia um problema gigantesco, pois era
necessário fazer primeiro um recurso especial alegando violação a regra de que decisões omissas devem
ser respondidas via embargos de declaração e o STJ se concordasse, mandava uma ordem para que o
tribunal de segundo grau respondesse o prequestionamento e dessa resposta caberia recurso. O CPC
2015 generalizou a ideia de prequestionamento implícito. O Art. 1025 afirma que pode o STF ou STJ
considerar prequestionada a matéria mesmo que os embargos de declaração não sejam efetivamente
respondidos.
91
Recurso Ordinário Constitucional
É de competência do STF ou STJ, é um recurso ordinário, ou seja, permite a discussão tanto da
matéria de fato quanto da matéria de direito. Há uma tendência de se achar que STF e STJ só discutem
matéria de direito.
É ordinário constitucional porque é um dos poucos recursos que tem sua hipótese de cabimento
na constituição, e segundo, porque o processo trabalhista tem um recurso ordinário que seria a apelação
deles, então se escreve “Constitucional” para não confundir com o processo do trabalho.
Ex.: Helen estudou muito e passou no concurso para analista do ministério da cultura. Tomou
posse e está lá trabalhando como servidora. Vem um ato normativo do ministro da agricultura que altera
determinada questão no regime de trabalho (carga horaria, horário de trabalho). Helen olha para esse ato
normativo e pensa em impetrar um mandado de segurança contra o ministro da agricultura. Esse
mandado de segurança será distribuído no STJ e ao final não será proferida uma sentença, pois quem
profere sentença é o juiz de primeira instância, se não tem sentença não cabe apelação. E se a Helen
perder? Ela está dentro do STJ, teria que fazer um extraordinário ao STF, suas chances de reverter seriam
mínimas.
Ex.2: O juiz de direito profere uma decisão que seria ilegal, impetra-se um mandado de
segurança contra esse juiz. MS contra ato de juiz compete originalmente ao tribunal de qual ele faz parte,
ou seja, se é um Juiz ou desembargador federal a competência é o TRF ao qual ele se vincula, se é um
juiz de direito ou desembargados de justiça estadual é de competência do tribunal ao qual se vincula. Se
já esta dentro de um tribunal de segunda instancia não tem sentença, se não tem sentença não tem
apelação.
O recuso ordinário pensa em tratar o STJ e STF como cortes de segundo grau, em alguns casos se
comparam STF e STJ aos tribunais de segundo grau, permitindo que em determinadas situações STF e
STJ julguem como se estivessem analisando uma apelação. Não é uma apelação, porque para ser
apelação a decisão deveria ser uma sentença, mas para que a parte ter uma chance maior de ganhar
pensa-se em dar a ela uma chance mais ampla e é isso que fundamenta a existência do recurso ordinário.
O recurso ordinário pega STF e STJ e diz que eles estão atuando como se fossem segundo grau.
Cabimento
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Nesse caso é necessário fazer uma diferença entre o cabimento pra STF e para STJ. Deve-se
pensar para onde se está mandando o recurso (STF ou STJ).
O CPC fala do cabimento no art. 1027, mas o cabimento para o STF é o art. 102, inc. II da
Constituição, para o STJ é o art. 105, inc. II da constituição.
Cabe recurso ordinário constitucional para STF contra acórdão denegatório em mandado de
segurança, mandado de injunção e habeas data cuja competência originária é de tribunais superiores. Ou
seja, alguém impetrou ou MS ou MI ou HD cuja competência era do STJ, TSE, TST ou STM, ao final
esse tribunal denegou (negou) aquilo que a parte impetrou. A possibilidade de cabimento nesse caso é só
para decisão que NEGA o que foi impetrado.
Cabe recurso ordinário constitucional para STJ em duas hipóteses, a primeira delas é
razoavelmente parecida com a do STF, para ir para o STF se estava em tribunal superior, para ir para
STJ, se estava em tribunal de segundo grau. Segundo o art. 105 cabe recurso ordinário para STJ em face
do acordão que nega a ordem do mandado de segurança de competência originária de tribunais de justiça
ou tribunais regionais tribunais. Alguém impetrou MS em um tribunal de segundo grau TJ ou TER e o
resultado final foi negativo, ou seja, a ordem foi negada. Para ir para STF é possível três ações
diferentes, MS, MI ou DH, mas para ir para STJ é só para MS. Ambos falam de HC, mas isso é matéria
penal. A segunda é que cabe recurso constitucional nas chamadas causas internacionais, lembrando
que essa é uma das exceções ao recurso de apelação. São causas internacionais os art. 109 inc. II + art.
105 inc. II da CF/88. Segundo o art. 109 inc. II compete a um juízo federal de primeiro grau, processar e
julgar ações (não ta nem ai pra qual ação que é) que tenham como partes um estado estrangeiro ou
organismo internacional de um lado e município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil. Ex.:
Fernando faz serviço de pintura e foi contratado pela embaixada do Iraque para fazer a fachada do prédio
e ela não paga Fernando que propõe uma ação contra a embaixada. Pessoa residente e domiciliado no
Brasil versus estado estrangeiro. São ações que começam no jurisdição federal de primeira instância,
vem a sentença, como é uma exceção à apelação, elas saem direto da primeira instância federal e vão
para o STJ.
O código regula o recurso ordinário constitucional no art. 1027 e 1028, é uma regulamentação
bem escarça. O código novo acaba com a dúvida do código antigo em relação às decisões interlocutórias
nas causas internacionais.
Ex.: Lá no procedimento de Fernando contra o estado iraquiano, ele pediu a inversão do ônus da
prova e o juiz negou, ele pediu assistência judiciaria gratuita e o juiz negou. A constituição não fala sobre
essas decisões interlocutórias, diante do silencio da constituição houveram três posicionamentos. O
primeiro deles que era mais do que minoritário que seria o de não caber recurso algum devido ao silêncio
da constituição; o segundo falava que se era uma decisão interlocutória (CPC de 73 toda decisão era
passível de agravo de instrumento) cabe agravo, só que esse agravo seria direcionado – de acordo com o
primeiro grupo – ao tribunal regional respectivo, já que a constituição só mandou pular instâncias em
sentença, mas tinha um problema muito simples nesse segundo posicionamento, a decisão intermediaria
o tribunal reconhece, mas a decisão final é o STJ? O mesmo caso sendo julgado por tribunais diferentes
ao mesmo tempo? Era uma coisa louca; o terceiro entendimento é que cabe agravo em decisão
interlocutória e mesmo que a constituição não fale – por uma questão de isonomia – se o recurso
ordinário sai da primeira instancia e vai para o STJ, o agravo, excepcionalmente, sai da primeira
instância e vai para o STJ, para que um único tribunal possa conhecer de todos os aspectos daquele caso
concreto, evitando decisões conflitantes.
Foi esse terceiro posicionamento que o Código de 2015 trás como lei no art. 1027, §1° no qual o
legislador da um passo certo e resolve esse conflito afirmando que das decisões interlocutórias proferidas
93
nas causas internacionais, cabe agravo de instrumento processado perante o STJ. Qual o cuidado? Só
caberá agravo, se a decisão for agravada. Segundo o código cabe agravo de instrumento para STJ nas
causas internacionais se a decisão interlocutória estiver no art. 1015 do CPC, já que não são todas as
decisões interlocutórias que desafiam agravo, pois o Brasil adotou – mesmo que de forma parcial – o
principio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.
Se a decisão interlocutória nas causas internacionais não estão no art. 1015, preliminar em sede
de recurso ordinário, como se fosse a apelação. Se a decisão interlocutória em causas internacionais
estiver no art. 1015, se apresenta agravo de instrumento, a única diferença é que ele vai ser direcionado
ao STJ.
Tempestividade
Prazo de 15 dias para apresentar recurso ordinário e 15 dias apara a parte contraria responder ao
recurso. Não cabe recurso adesivo.
Preparo
Há recolhimento de preparo. Tanto STF quanto STJ recolhem preparo em recurso ordinário.
Efeito devolutivo
O efeito devolutivo é igual ao efeito devolutivo da apelação, é um efeito amplo, no qual se
discute tanto matéria de fato quanto matéria de direito. É um recurso julgado por STF e STJ, mas que se
tem todo direito de discutir aspecto probatório, aspecto fático.
Só é devolvida a matéria que foi objeto de impugnação especifica. Aquilo que não foi impugnado
de forma especifica não entra.
Efeito suspensivo
Via de regra o recurso ordinário constitucional não é recebido com efeito suspensivo, porque ele
não é dotado de efeito suspensivo por força de lei. A regra é que os recursos não impedem a eficácia da
decisão, salvo disposição em contrário. O Art. 995 afirma que a interposição do recurso não impede o
cumprimento da decisão recorrida, salvo se a lei dispuser em sentido contrário.
É claro que todas as vezes que um recurso não é dotado de efeito suspensivo por força de lei é
possível tentar o “opeJudices”, ou seja, demonstrar que no caso concreto é possível a ocorrência de uma
lesão grave ou de difícil reparação e os argumentos são argumento plausíveis.
Logo, não há efeito suspensivo por força de lei, apresentar recurso ordinário constitucional não
impede a execução da decisão, mas no caso concreto, se diante de pericullum in mora é possível se pedir
o efeito suspensivo.
Todas as vezes que se fizer um recurso ordinário constitucional e achar que faltam informações –
e isso vai acontecer porque ele só é regulado por dois artigos no CPC – se deve ir aos regimentos do STJ
e STF (daquele em que você esta recorrendo) e se o regimento dele não falar nada, você pensa como se
fosse uma apelação. Literalmente uma apelação. Já que não há norma no CPC e nem no regimento
interno, pensa-se que é uma apelação, menos na concessão do efeito suspensivo.
Na concessão do efeito suspensivo o código afirma que se deve seguir a regra do art. 1029, 5° do
CPC. Ou seja, o sistema de concessão do efeito suspensivo no recurso ordinário não é igual a apelação, é
igual ao especial e extraordinário.
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Súmula 634 e 635 do STF, que também é aplicada ao STJ, afirmam que não são analisados
requerimento de concessão de efeito suspensivo. Esse é o motivo pelo qual a forma de se pedir o efeito
suspensivo do recurso ordinário não é a mesma que da apelação.
Art. 1028 aplica-se subsidiariamente ao recurso ordinário constitucional as regras dos regimentos
internos de STF ou STJ e as regras da apelação, salvo se conflitantes.
Efeito Regressivo
O entendimento majoritário do STJ é de que não cabe retratação
Recurso Especial
Art. 105, inc. III CB/88 c/c art. 1.029 CPC)
Aspecto Histórico:
O STJ é um dos tribunais mais novos que temos no Brasil. Ele foi criado pela CF/88. Antes disso
não existia o STJ. Até a constituição de 88, tudo aquilo que é hoje competência do STJ era competência
STF. Não é à toa que veremos muitas sumulas do STF aplicáveis ao recurso especial.
E aí, em 88 tivemos uma cisão de competência. O que quer dizer como isso? O STF é um
tribunal pequeno, tem 11 membros. Em termos de composição, o maior que já tivemos tinha 16
membros. E aí no final da década de 70 e 80, o STF já estava se tornando inviável em termos práticos.
Ele já não conseguia enfrentar a grande quantidade de casos que eram apresentados, em especial, não
conseguia julgar a grande quantidade de recursos extraordinários. Porque cabia, até então, ao STF, a
ultima palavra sobre aplicação, interpretação e vigência das normas federais, fossem elas: constitucionais
ou infraconstitucionais.
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Cabe ao STF a analise, a discussão sobre a interpretação, aplicação e vigência das normas
constitucionais federais.
Cabe ao STJ a analise, a discussão sobre a interpretação, aplicação e vigência das normas
infraconstitucionais federais.
Não olhem para a relação STF e STJ, como se o STJ fosse nosso 3º grau de jurisdição e o STF o
4º grau.
Exemplo: Muito comum as pessoas pensarem que tem a 1º instancia na comarca de BH, se
eu perdi, tenho TJ como 2º grau, se eu perdi, tenho o 3º no STJ e se eu perder de novo eu
tenho a 4º chance no STF. SEM CHANCE!!!
Tem que olhar para o STF e STJ como se eles fossem equiparados. Estão praticamente no mesmo
grau de jurisdição, porque aquilo que é competência do STJ, o supremo não se mete, e vice-versa. A
súmula 636 diz claramente isso.
O art. 105 fala da competência do STJ. Inciso I, fala da competência originária. Inciso II, fala da
competência de recurso ordinário. E inciso III, recurso especial.
O texto do inciso III, já traz 2 regras e depois 3 cabimentos. As regras que estão previstas no
texto do inciso III e as hipóteses de cabimento, estão previstas nas três alíneas
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições
distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da
divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado,
inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a
reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte,
devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos
confrontados.
§2º - revogado
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§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício
formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.
§ 4o Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas,
o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de
suspensão de processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá,
considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a
todo o território nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser
interposto.
§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial
poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de
admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para
julgá-lo;
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a
interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o
recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
Regras:
A decisão tem que ser de única ou última instância. Inclusive, isso é um dos princípios recursais.
Se ainda existe algum recurso na instancia de origem, tem que fazer o recurso na instancia de
origem. Se não fizer, não cabe recurso especial.
Exemplo: Há uma decisão liminar monocrática que eu acho que viola o CDC. Cabe RESP?
Não cabe Resp, pois cabe ainda Agravo Interno.
Súmula 207, STJ → Ideia de esgotamento de vias recursais. A literalidade da súmula 207,
perdeu um pouco o sentido. Mas a ideia continua plenamente válida.
A súmula diz: que seu eu tenho uma decisão (isso na vigência do código velho) do tribunal, 2 votos a
1, que viola o Código Civil, viola CDC etc., mas ainda cabe os embargos de infringentes, dá para pular essa
etapa e ir direto para o recurso especial? Não. Esquece essa espécie de embargos de infringente e pega a
ideia da súmula. A súmula 207 esta dizendo claramente que só cabe especial depois que esgotar as vias
recursais prévias. É isso que está sendo dito. E a ideia da súmula continua correta. A literalidade do texto
perde um pouco o sentido porque não existe embargos infringentes.
O inciso III ainda fala que cabe recurso especial, em face da decisão de única ou última instância,
esgotadas as vias ordinárias. Decisão essa que tem que ser oriunda de um tribunal, ou seja, a decisão de
vocês tem que sair, ou de um TJ ou de um TRF.
97
Súmula 203, STJ → Não cabe Resp em face de decisão do juizado especial. Por que? Porque turma
recursal não é tribunal e o texto constitucional, lá no art. 105, exigiu que a origem da decisão que está sendo
objeto de RESP seja do tribunal. A decisão tem que sair de um TJ ou TRF para caber Resp.
Cabimento:
Que já fique bem claro na nossa cabeça: eu não faço a menor ideia se a decisão do TJ ou se a
decisão do TRF está certa ou se está errado. Esse, alias, é o mérito do RESP. Eu estou alegando que essa
decisão de única ou última instancia, seja do TJ ou TRF, teria contrariado ou negado vigência a
dispositivo normativo de tratado ou lei federal; cabe ao STJ dá a última palavra sobre isso. Dizendo:
contrariou ou não contrariou, negou ou não negou vigência e por aí vai.
Exemplo: Imagine que você esta diante de um caso concreto em que o TJ fala que “nesse
caso não é aplicado o art. 2º e 3º do CDC, vez, então, que não é relação de consumo entre as
partes”. A decisão ate pode está certa e se tiver certa, o RESP não vai chegar a lugar nenhum.
Mas a decisão pode está errada. Pode ser que na relação de consumo eu tenha uma negativa
de vigência daquela norma naquele caso. Isso é o mérito, vamos dizer assim, que vai ser
discutido lá na frente.
As espécies normativas previstas no art., 59, CF com exclusão da Emenda a Constituição, são
todas leis federais para fins de RESP.
Pode ter RESP discutindo teto de medida provisória? Sim. De lei delegada? Sim. De lei
ordinária? Sim. Só não vai ter RESP discutindo texto a Emenda a Constituição. Pois esta é competência
do STF em REXT.
Ainda no contexto de amplitude de lei federal, na verdade o mais correto seria dizer lei nacional e
lei federal. Hoje em dia a gente usa apenas o termo “federal” e o mais correto seria usar o termo
“nacional”, por razão simples: o cód. Civil é lei nacional, do consumidor é lei nacional, etc., são
aplicados a todos de forma indistinta, isso seria lei nacional. A Lei 8112 é que seria Lei federal, pois é
uma relação da União com seus servidores. A lei federal regula a relação da União com seus Entes,
servidores, prestadores de serviços, etc.
Então, leia-se lei federal como também lei nacional. Só tome cuidado com a sumula 280 do STF
Súmula 280 - Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.
Não cabe Resp, Rext quando há violação à Lei Estadual e/ou municipal (leis locais). Essas
normas são problemas dos TJ`s. O STJ e STF é só Lei federal e constitucional respectivamente.
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Os tratados internacionais, como regra, são recepcionados como Lei Ordinária, por isso cabe
Resp.
O cuidado que se deve ter é com o art. 5º, § 3º, CF “O Brasil pode ser signatário de tratado
internacional que verse sobre Direito Fundamental”.
É plenamente possível então, que o Brasil assine determinado tratado internacional cujo tema é
Direito Fundamental de Direito Humano. E ao recepcionar esse tratado, o Congresso pode fazer essa
recepção utilizando o sistema de votação da Emenda, ou seja, invés de ter um sistema de votação de lei
ordinária, pode ser votado no quórum de Emenda Constitucional tornando-se status de EC. Em EC cabe
Rext e não RESP (Já teve tratados recepcionados assim). Portanto, se seu tratado se encaixar no art. 5º, §
3º, CF, não cabe RESP, cabe REXT.
O único que gera mais duvida é o Pacto de San José da Costa Rica, porque ele é um tratado que
versa sobre direitos e garantias fundamentais. Só que esse tratado foi internalizado em 94, dez anos antes
desse parágrafo 3º existir (só passou a existir dia 8/12/2004, com a EC 45). Foi considerado pelo STF
como lei supralegal (é hierarquicamente superior as normas infraconstitucionais (ordinárias) e
hierarquicamente inferiores às5 normas constitucionais). Esse pacto fala que não pode prender o
depositário infiel. Até 2004/2005 o STF mandava prender. E ainda falou que esse pacto pode até alterar
normas infraconstitucionais, mas não pode alterar a CF. por isso, em dezembro de 2009, o STF formulou
uma súmula vinculante nº. 25, que proibiu essa prisão. Mas o texto constitucional continua o mesmo.
Quando ocorrer a declaração de validade de ato de governo local contestado em face à lei federal.
Exemplo: Governador de Minas, no exercício de suas funções, faz um decreto sobre licitação
para compra de pneu de carros da polícia militar. É um ato normativo, administrativo, que diz
que não precisa de licitação para essa compra. Não é uma lei estadual, é um ato normativo de
governo. Contudo, a Lei 8666 não isenta de licitação esse tipo de compra; isso é discutido na
justiça. O TJMG diz que o Ato de Governo é válido.
Nesse caso, quando o TJMG diz que o ato é válido, pode-se discutir no STJ, pois a Lei federal
(8666) foi descumprida. Quem dá a última palavra sobre aplicação, vigência e interpretação da norma
infraconstitucional é o STJ.
É ato de governo e não lei local. Isso porque lei local não briga com a lei federal no STJ.
Quando o TJ disser que o ato é inválido não cabe REsp.
A Lei local não briga com Lei federal no STJ e sim no STF.
Essa hipótese mostra claramente o que é um tribunal superior, ele serve para uniformizar a
aplicação da norma, acabar com divergências.
99
Exemplo: Antigamente existia uma dúvida se era ou não aplicado o CDC aos bancos, hoje já
existe súmula dizendo que aplica. Com isso houve uma batalha judicial entre bancos e a
aplicação do CDC. Se aplicava CDC aos bancos ou não. Em alguns tribunais aceitavam a
aplicação e em outros não. Sendo assim, necessária uma uniformização.
→ Uniformização de jurisprudência
Outro caso era o reconhecimento ou não de união estável entre homoafetivos. Alguns tribunais
aceitavam e outros não. O próprio TJMG não aceitava, enquanto o TJRS aceitava. Isso gerava conflitos,
sendo necessária a uniformização.
Para caber RESP por divergência de interpretação da alínea ‘c’ essa divergência tem que ser
EXTERNA, o STJ só se mete em divergência de interpretação de tribunais diferentes. Não se mete em
uniformização interna de um tribunal.
Exemplo: imagine que a 1ª câmara cível, do TJMG, entende que é caso de aplicação do CDC
no banco e a 18ª câmara entende que não cabe CDC no banco. Isso é uma divergência
INTERNA do TJMG
Não cabe Resp para uniformização interna. Para uniformização interna do tribunal cabe IAC.
O IAC (Incidente de Assunção de Competência) tem como uma de suas funções a uniformização de
jurisprudência interna de um tribunal.
OBS: Acabou de perder no TJMG, busque jurisprudências em outros tribunais se há julgados
diferentes, porque assim pode-se subir um REsp, por divergência de aplicação da norma. Só não
procure no tribunal onde você está, porque no tribunal que você faz parte, não caberá RESP.
Não Cabimento:
Súmula 203 - Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau
dos Juizados Especiais. (*) (*) A Corte Especial, na sessão extraordinária de 23 de maio de 2002,
julgando o AgRg no Ag 400.076-BA, deliberou pela ALTERAÇÃO do enunciado da Súmula n. 203.
REDAÇÃO ANTERIOR (decisão de 04/02/1998, DJ 12/02/1998, PG: 35): NÃO CABE RECURSO
ESPECIAL CONTRA DECISÃO PROFERIDA, NOS LIMITES DE SUA COMPETÊNCIA, POR ÓRGÃO
DE SEGUNDO GRAU DOS JUIZADOS ESPECIAIS. (Súmula 203, CORTE ESPECIAL, julgado em
23/05/2002, DJ 03/06/2002)
São 3 hipóteses de cabimento, a que mais se usa é a alínea “a”, depois a alínea “c”. Atos de
Governo são difíceis de ter.
100
Recurso Extraordinário
Art. 102, inc. III CB/88 c/c art. 1.029 CPC)
Art. 102.
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição,
será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições
distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da
divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado,
inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a
reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte,
devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos
confrontados.
§ 2º (Revogado).
§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício
formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.
§ 4o Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas,
o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de
suspensão de processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá,
considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a
todo o território nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser
interposto.
§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial
poderá ser formulado por requerimento dirigido:
101
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de
admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para
julgá-lo;
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a
interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o
recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
Sempre que for estudar o cabimento de REsp, estudar em conjunto com o Rext, fazendo um
paralelo.
O Rext possui 4 hipóteses de cabimento e 1 regra:
Regra:
1) Esgotamento das vias recursais -decisão de única ou última instância.
→ Julgamento em única ou última instância
No art. 102, tem a exigência do esgotamento das vias recursais, e isso a gente viu no Especial do
STJ (esgotar todos os recursos ordinários que existam na instancia de origem, enquanto não acabar com
esse ordinário nada feito). Mas tem uma diferença entre o Resp e o Rext: Lá no art. 105, tem uma
exigência que é que a origem da decisão tem que partir de um Tribunal. Essa exigência não é feita no art.
102 da CF/88.
O cabimento do Rext, o legislador não colocou que tem que ser decisão de tribunal, logo, pode
fazer Rext contra uma decisão de juizados especiais. O único cuidado que temos que ter é que tem que
esgotar as vias recursais.
Responda se está verdadeiro ou falso: cabe Rext em face da sentença do juizado especial que
nega vigência ao art. 170 da CF/88? Falso. Pois, da sentença do juizado especial cabe recurso
inominado. Tem que esgotar as vias recursais, primeiro fazer o recurso inominado. Da decisão do recurso
inominado, pela turma recursal é que caberá Rext. O Rext neste aspecto é mais amplo. Temos a
possibilidade de fazermos Rext até para decisão de juiz de 1º grau – mais aí é um caso muito específico.
Para e pensa: Lembra, da Execução Fiscal com valor abaixo de 50 OTN`s? Quando estamos
estudando apelação o professor disse que na execução fiscal de até 50 OTN’s não cabe apelação contra a
sentença, cabe Embargos Infringentes de Alçada (art. 34 da Lei de Execução Fiscal) e quem julga os
embargos infringente de alçada é o próprio juiz que proferiu a sentença. Da decisão que ele proferir,
violar a CF, caberá Rext. Isso porque não cabe mais nada.
Cabimento:
a) Contrariedade (ou negativa de vigência) à CB/88
Mais utilizado na prática.
Contrariar ou negar vigência à dispositivo normativo desta CF.
Tanto o STF como doutrina diz que contrariedade E negativa de vigência. É mais amplo.
Cuidado com a súmula 280, STF → em especial as Constituições Estaduais - Não cabe Rext se
houver ato que viola constituição estadual, cabe recurso ao tribunal local (TJ).
102
O STF dá aplicação, vigência e interpretação às normas constitucionais federais. STF não se
mete em constituição estadual.
Cabe Rext para o STF contra decisão de única ou última instância que declarar a
inconstitucionalidade de dispositivo normativo de tratado ou lei federal.
Estudamos controle de constitucionalidade e vimos que qualquer órgão jurisdicional pode declarar
incidentalmente uma norma inconstitucional, portanto o STF também pode. Isto é, de forma DIFUSA, o
tribunal declara a lei inconstitucional de forma incidental. É através da análise de um Rext, que o
Supremo manifesta o controle difuso.
Cuidado que se deve ter neste caso: Tribunal de 2º grau só interferirá se no juízo de 1º
instancia houver uma declaração de inconstitucionalidade. O que isso quer dizer? Quando
estou em uma determinada ação e nesta ação a decisão final do TJ declarar a
constitucionalidade, não caberá Rext, pois o STF só vai se meter no meio, se tiver uma
declaração de inconstitucionalidade desta instancia.
Portanto, o STF só pode participar de ação que declara a inconstitucionalidade de uma lei de
forma incidental, contudo, o tribunal tem que decidir que a norma é inconstitucional. Se o TJ declara
constitucional, não caberá o Rext.
Exemplo: Ana propôs uma ação e a decisão final do TJ foi “Ana sinto muito, mas a norma X
é constitucional”. Dessa forma, NÃO cabe Rext. O STF Sá vai se meter quando houver
declaração de INCONSTITUCIONALIDADE, porque as normas são presumidas
constitucionais, salvo se houver uma declaração em sentido contrário.
c) Validade de lei ou ato de governo local contestado em face da CB/88 (abrangência (?))
Declaração de validade de lei ou ato de governo contestado em face da CF. A lei local ou ato de
governo que viola a CF.
Em um caso concreto teve discussão se o ato/lei do governador violou a CF/88 e há uma decisão
falando que esse ato/lei foi válido.
CUIDADO: tem que ter declaração de VALIDADE. Se a decisão foi de invalidade não cabe
Rext.
La no especial, o ato de governo local brigou com a lei federal. Aqui, a lei local e o ato de
governo local estão brigando com a Constituição.
Não está faltando ninguém não?! Porque que a lei local não briga com a lei federal? Isso é um
problema do STF. Essa é a quarta hipótese de cabimento.
Lei local não briga com lei federal. Existe uma outra briga por detrás disso. E é por isso que o
STF resolve o problema. Quando alguém fala que uma lei local está sendo ai pressionada, discutida em
face de uma lei federal, você tem que olhar através desse conflito, pois por trás disso há outra briga, que
é de competência. Isto é, o legislador local usurpou competência legislativa do legislador federal.
Estudamos competência legislativa, nos arts. 21 e ss da CF. eles dispõe sobre competência e
pode haver confusão quando o legislador for formular uma lei e se meter em competência do legislador
federal.
Qual o detalhe?
O detalhe é que o legislador local pode escrever bobagens em sua lei. A Lei de ISS do município
de Nova Lima é errada, pois viola lei complementar nº 106. Aprenderemos lá, que quando tem atividades
de profissionais liberais, mesmo sendo PJ, o ISS pode ser recolhido por cabeça.
Meu escritório tem 3 advogados, recolho o ISS para o município de BH por cabeça, no caso 3
cabeças e não por faturamento. Em Nova Lima a lei fala que é por faturamento do escritório.
Quando se fala que lei local viola lei federal, esta se dizendo que, na realidade, o legislador local
(ex. Nova Lima), ao exercer sua competência residual/concorrente usurpou competência da União.
Quem regula competência legislativa é a CF.
rigida com a EC 45/04, cabendo, portanto, neste caso Rext. Ficar atento!
OBS: Teve uma prova da OAB que caiu uma peça, na qual narrava um caso que a lei local violava a
CF no art. X e ainda violava a Lei 8666 no art. Y, qual era a processual cabível? Teve várias
reclamações, contudo a única peça cabível era Rext, só que com 2 argumentos diferentes e 2 tipos de
discussão (alínea C e D)
OBS: tem que ser declarada válida, se a decisão de origem declarar invalida a lei local, não cabe
Rext.
104
Dois detalhes:
1º. Muito cuidado com a súmula 636 do STF. É uma das súmulas mais importantes do STF.
Não Cabimento:
SÚMULA 636
Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade,
quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela
decisão recorrida.
A súmula diz que não cabe Rext pelo Supremo, por violação indireta ou violação reflexa a CF/88.
Nesse caso cabe Resp. Isso significa dizer que caberá Rext quando houver violação direta/frontal. Se
essa súmula não existisse, tudo caberia Rext e inviabilizaria o STJ.
Na nossa CF tem regulação para tudo, várias coisas que uma Constituição não deveria falar.
Se bate na norma infraconstitucional e reflete na CF esquece Rext, vai propor Resp no STJ.
Repercussão geral no REXT (art. 102, § 3° CB/88 c/c art. 1.035 CPC)
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos
deste artigo.
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva
pelo Supremo Tribunal Federal.
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II – (Revogado);
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da
Constituição Federal.
§ 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita
por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
105
§ 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a
suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a
questão e tramitem no território nacional.
§ 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que
exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto
intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º ou que aplicar entendimento firmado
em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá agravo interno.
§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará
seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica.
§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano
e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
§ 10. (Revogado).
§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no diário
oficial e valerá como acórdão.
→ Requisito de admissibilidade
O recurso extraordinário não discute aspecto fático. O STF julga a tese jurídica aplicada ao caso
concreto. A CF não fez essa exigência no Resp.
Quando se faz o Rext tem-se que abrir um tópico de repercussão geral. Tem-se que convencer o
STF de que o que será discutido, na tese jurídica, vai repercutir em vários outros casos concretos
idênticos, atingindo grande quantidade de pessoas. Tenho que conseguir demonstrar que a minha tese
jurídica transcende o meu caso e atingirá vários outros.
Exemplo: Governo muda a regra da aposentadoria e fala que agora se aposenta com 45 anos
de trabalho e que ainda não há hipótese de transição, mesmo para quem faltava 1 dia para se
aposentar. Vai chover ações no judiciário, vários casos se encaixando na mesma situação.
Demonstrar a repercussão geral é você convencer o STF de que julgando o seu caso, estará
julgando a tese e resolvendo vários casos iguais ao mesmo tempo.
A CF em seu art. 102, § 2º e no CPC, declara que quando alguém for propor um Rext, abre um
tópico sobre admissibilidade específica e vai ter que convencer que por uma questão de ótica jurídica,
política, social e econômica, ultrapassa o caso da Maria X José e atinge toda a coletividade.
Definir o que são esses elementos é bem difícil. São conceitos abertos
São conceitos abertos que o STF pode dizer se acha que tem ou não.
106
Se o STF fala que tem repercussão, ok; ou se fala que não, também ok. Não tem o que fazer. Pois
a decisão é irrecorrível.
Se o STF reconhece a resistência da repercussão, ele emite uma ordem de suspensão de todos os
processos no país que discutem o mesmo tema. Ele, STF, define e manda todos aguardarem. Suspende
até o julgamento da repercussão geral número x
Na lei fala que o prazo máximo de suspensão é de 01 ano e se não for julgado em 01 ano, volta a
tramitar. Contudo, na prática o prazo é bem maior, tem que aguardar o STF falar.
OBS: A repercussão tem até lógica de existir, porém a forma de sua escolha é que é
complicada, pois não tem debate amplo entre os Ministros e a decisão ao final proferida é
irrecorrível, não cabe recurso.
Tempestividade
→ Prazo de 15 dias
ATENÇÃO:
SÚMULA 7 do STJ: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
SÚMULA 279 do STF: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
Não posso ao fazer um RESP ou um REXT requerer que o tribunal reveja provas produzidas.
107
A redação desses recursos é diferente, e só podem trazer a discussão de matéria de direito.
Não é possível a discussão fática sobre o reexame de provas.
Mas, isso não significa dizer que não é possível se ter a discussão da matéria de direito
probatório. Se eventualmente uma decisão viola uma norma de direito probatório é possível que seja
feito um RESP. Não vai discutir a interpretação da prova no caso concreto, mas sim a violação da
interpretação do art. X, que trata de direito probatório, por exemplo, que fala que aquele que ainda vai
depor não pode ouvir o depoimento pessoal da parte contrária, e essa norma foi violada, a parte perde e
recorre alegando a violação a esse art. X.
Não pode discutir a análise das provas no caso concreto, mas é plenamente possível que se
discuta sobre as normas de direito probatório.
REXT e RESP não são dotados de efeito suspensivo, ou seja, a mera interposição desses recursos
não tem a capacidade de impedir a execução da decisão recorrida.
A apelação assim como a maioria dos recursos passa por um juízo de admissibilidade no juízo ad
quem, ou seja, não passa pela admissibilidade no juízo a quo. Só que isso não funciona em REXT ou
RESP, pois eles passam por um duplo juízo de admissibilidade.
O REXT e o RESP passam por uma admissibilidade no juízo a quo, e, se passarem por essa
admissibilidade no a quo, que eles poderão chegar ao tribunal (juízo ad quem), onde passaram por mais
um juízo de admissibilidade.
1º) O RESP ou o REXT já foi admitido pelo juízo a quo (admissibilidade positiva), mas o recuso
ainda não chegou ao tribunal (STJ ou STF) para fins de distribuição: nesse caso é feito uma petição de
requerimento de efeito suspensivo lá no STJ ou STF, que será distribuído para um ministro, que
inclusive se tornará o relator no julgamento do recurso.
108
2º) Quando o recurso já foi distribuído a um relator.
Art. 1.029.
SÚMULA 634
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo
a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem.
SÚMULA 635
Cabe ao Presidente do Tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso
extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade.
Preparo: incidência
A peça de especial e de extraordinários tem certas exigências que se deve tomar cuidado.
Primeiro, o recurso é entregue ao juízo a quo que vai fazer um processamento incluindo o juízo
de admissibilidade, para depois, quem sabe, o recurso chegar em Brasília.
Segue a ideia da apelação: o recurso é entregue ao juízo a quo e depois é direcionado ao ad quem.
Se for um REXT tem que lembrar que deve-se abrir um tópico para falar da repercussão geral (a
análise compete ao STF, e a decisão sobre isso é irrecorrível).
→ Instrumentalidade das formas, desde que tempestivo o recurso (art. 1.029, § 3º)
Porém existem vícios que não tem correção, como por exemplo tempestividade.
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
Não irá dar processamento ao recurso: ou por que previamente esse tema já foi analisado pelo
STF que já decidiu que não há repercussão geral nesse caso, ou por que eventualmente o STF até falou
que tem repercussão geral, mas o STF se pronunciou dizendo que a decisão do tribunal recorrido está
correta.
É devolver para quem para quem proferiu a decisão se retratar, ou seja, não será enviado direto
para o STJ ou STF por que existe a possibilidade de retratação.
110
O RESP e o REXT ao chegar nas mãos do Presidente ou vice, ele verifica que o recorrente tem
razão, que aquela decisão esta de acordo com entendimento pacificado pelo STJ e pelo STF em
julgamento de recursos repetitivos.
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria
constitucional ou infraconstitucional;
Sobrestar seu recurso, que já tenham outros iguais (repetitivos), do mesmo tema, pendentes para
julgamento.
O STF e o STJ ainda não julgaram sobre aquele tema. O tribunal pegará seu recurso e irá
sobrestá-lo junto com outros que não foram escolhidos para representar aquela controvérsia.
Esse sobrestamento pela lei deve ser de 1 ano, porém na prática pode demorar muito mais.
Pode escolher um recurso como representativo dos demais, para enviar para o STF ou STJ.
a)o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de
recursos repetitivos;
O Presidente ou vice não nega seguimento, não faz o sobrestamento, mas seleciona o seu recurso
para mandar pra Brasília, dessa forma ele faz o juízo de admissibilidade e envia, desde que:
a)o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de
recursos repetitivos;
111
§ 2o Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário,
em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal
Federal.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se o relator do recurso extraordinário, em decisão
irrecorrível, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça
para o julgamento do recurso especial.
O que importa na possibilidade de interposição simultânea é a (30seg) feita pelo órgão jurídico
anterior no que diz respeito a ordem de julgamento dos outros.
Apesar do STF já ter dito algumas vezes, o STJ era um sujeito meio “chato”, e, às vezes, falava
que o STF tinha que julgar primeiro o recurso extraordinário, para depois julgar o especial. O STF já
havia dito várias vezes que primeiro julga-se o especial. Se ainda houver interesse, julga-se o recurso
extraordinário.
Só que na prática existia uma espécie de (1m5s). Chegava no TJMG, entregava especial e
extraordinário ao mesmo tempo. Se há um acordão que se manifesta sobre vários temas, pode ser que
uma parte desse acordão viole norma infraconstitucional (cabe especial), e pode ser que outra parte viole
norma constitucional federal (cabe extraordinário). Apresenta os dois recursos ao mesmo tempo, especial
e extraordinário. O TJ recebia o recurso e mandava tudo para o STJ, em sentido, STJ julga o especial,
depois você mesmo remete os autos para o STF para ele julgar o extraordinário. O STJ pegava os autos e
mandava para o STF julgar, e o STF mandava de volta.
O artigo 1.031 do CPC/15 veio exatamente para acabar com essa discussão. Já era jurisprudência
no STF, agora é norma expressa que diz que se ocorrer interposição simultânea de RESP e REXT, a
ordem de julgamento necessariamente é: primeiro, vai para o STJ e este julga o RESP; e, depois, vai
para o STF e este julga o REXT, se ainda existir interesse recursal.
ATENÇÃO!!!Se o acordão do tribunal de origem em um ponto viola norma
infraconstitucional, e em outro ponto viola norma constitucional, tem que fazer os dois recursos.
Não adianta fazer só o RESP ou só o REXT. O STF e o STJ concordam nos termos de
jurisprudência nessa questão que o não questionamento da matéria constitucional teria força por si só
para transitar em julgado o acordão por inteiro, e vice-versa para a matéria infraconstitucional.
Em termos práticos, se tem dupla violação, tem que fazer os dois recursos. Caso contrário,
entendimento tanto de STF quanto de STJ, que transita.
A única coisa que o CPC/15 fez foi falar que a ordem legal é:
1º. STJ;
2º. STF.
Fungibilidade
Tem uma regra expressa de fungibilidade entre RESP e REXT.
A doutrina (4m) bastante com essa regra de fungibilidade, pois em determinadas situações (4m5s)
a distinguir se o cabimento é do especial ou do extraordinário.
RESP convertido em REXT
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial
versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o
recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional.
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o
recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao
Superior Tribunal de Justiça.
112
REXT convertido em RESP
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à
Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei
federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como
recurso especial.
Em especial, quando se vê algumas situações que está diante da ofensa ou violação reflexa
indireta a Constituição. Às vezes, realmente a violação seria direta a Constituição, caberia REXT. Mas,
segundo a interpretação feita pelo STF, seria uma violação meramente indireta.
Não cabe recurso extraordinário por violação ou por ofensa indireta a Constituição (Súmula nº
636, STF).
Qual é a prática do STF?
Se chegasse um REXT, que na “cabeça” do STF, discutisse matéria infraconstitucional, ele
simplesmente falava “bomba no seu REXT”.
Essa regra de fungibilidade entre os dois recursos tenta combater essa situação. Os artigos 1.032
e 1.033, ambos do CPC/15, irão dizer que:
1º. Se eventualmente chegar um RESP no STJ, se entender que se discute a norma constitucional
federal, mas que o erro é aceitável, existe uma dúvida objetiva (lembrar que a fungibilidade sempre
trabalha com a dúvida objetiva), não irá simplesmente falar que não conhece do RESP porque não cabe
discussão da Constituição. Dirá que fará uma fungibilidade, que irá remeter o RESP para o STF como se
fosse um REXT.
2º.Se manda um REXT para o STF, pega o caso e entende que é uma situação de dúvida objetiva
(existe discussão na doutrina), o STF fala que a violação é indireta, ao invés dele não conhecer o REXT,
manda para o STJ para que processe como se fosse um RESP.
ATENÇÃO!!!A questão é que tem que haver dúvida objetiva.
Tem que se imaginar que o STF já recebeu o REXT, o STJ já recebeu o RESP, mas no momento
da admissibilidade do recurso, na verdade, o cabimento seria do outro recurso.
Tem uma regra de fungibilidade de mão dupla: tanto a possibilidade do STF receber o REXT e
converter em RESP, manda para o STJ; quanto a possibilidade do STJ receber o RESP e converter em
REXT, manda para o STF.
Só há um detalhe que pode (11m25s). Quando a fungibilidade se dá em um sentido de um RESP
virar um REXT e mandar para o STF, o STJ antes irá intimar. O STJ mandará fazer a adaptação da peça
para um REXT, por causa de um ponto: repercussão geral.
No momento em que mandou o RESP para Brasília, não tem repercussão geral. O restante, em
termos de forma são parecidos, mas no ponto da repercussão geral, o RESP subiu sem. Agora imagina, o
STJ fala “faço a fungibilidade entre as espécies recursais, remeto para o STF”. Automaticamente o
recurso não seria reconhecido, pois faltaria um requisito de admissibilidade, que é a repercussão geral.
Então, nessa hora o Código fala que antes de subir o recurso para o STF, o STJ deve intimar o
recorrente para que faça a adaptação da peça, inclua a repercussão geral e manda para o STF.
Reformando ou não reformando, tem que mandar para o STF, pois pode ser que tenha o não
provimento do RESP, mas tenha o provimento do REXT.
O recurso vai para o STJ. Se o STJ falar que o RESP é um REXT, manda para o STF. Se o STF
fala que o REXT é um RESP, volta para o STJ e este tem que julgar. Não tem como o STJ mais brigar
com o STF falando que é o STF quem julga.
Prequestionamento (Requisito de Admissibilidade)
O prequestionamento é um requisito de admissibilidade de RESP/REXT.
113
Não existe uma norma que fale sobre o prequestionamento. O prequestionamento é uma
construção jurisprudencial de STF/STJ, e no caso especifico dessa (15m10s), ele já se manifesta sobre a
obrigatoriedade do prequestionamento desde a década de 60. Ou seja, tem mais de 50 anos que isso não
está no texto da lei, mas é aceito pelos dois tribunais.
O prequestionamento é a exigência feita, tanto do STF, quanto do STJ, de que o tema que será
discutido no REXT ou no RESP tenha sido previamente debatido na instância de origem.
O STF e o STJ não se manifestam sobre um tema que é completa novidade. Algo que,
porventura, será debatido em especial ou extraordinário, já tem que ter sido debatido, pelo menos, pelo
tribunal A Quo. Pode ser que já tenha sido debatido antes, mas a decisão que irá sofre RESP ou REXT,
ou seja, a decisão que será apagada pelo RESP ou REXT tem que se manifestar sobre o tema que será
discutido.
O prequestionamento é exatamente a exigência de manifestação. O STF e STJ são tão “chatos”
com prequestionamento, que dirão que nem matéria de ordem pública, se não tiver sido prequestionada,
não analisa.
O prequestionamento se dá de três formas distintas:
A) Numérico
Aquele no qual a decisão que está se fazendo RESP ou (19m58s) fala sobre expressamente o
número do dispositivo.
B) Expresso (Explícito)
Ao invés de fazer referência ao número do dispositivo normativo, fala o texto do dispositivo
normativo.
C) Implícito (Art. 1.025, CPC/15 – STJ)
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante
suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam
inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão,
contradição ou obscuridade.
Embargos de Declaração.
A grande mudança no novo código é do prequestionamento implícito.
A decisão não se manifesta. Até no momento em que apresentou a Apelação, Agravo de
Instrumento, etc., falou sobre o prequestionamento, pediu para se manifestar sobre determinado tema,
mas não houve manifestação.
Embargos de Declaração por omissão. É nesse momento que entra o artigo 1.025 do CPC/15.
Quando se faz um Embargos de Declaração com o intuito de prequestionamento, se os Embargos
são providos, tem um prequestionamento numérico/expresso. O problema é quando faz Embargos de
Declaração, para fim de prequestionamento, e a resposta é nego provimento. Não está numericamente
prequestionado, expressamente prequestionado, isso é o que se chama de prequestionamento implícito.
O artigo 1.015 do CPC fala que fez Embargos de Declaração, com o intuito de
prequestionamento, mas o tribunal falou que não tem (22m50s). O tribunal, STF ou STJ, irá considerar a
matéria prequestionada.
Na verdade, o STF já aceitava o prequestionamento implícito, mesmo antes. Quem tinha
problema com isso era o STJ. O STJ não aceitava o prequestionamento implícito.
Exemplo: Imagina que veio uma decisão. Na cabeça do recorrente, essa decisão desafia
RESP por violação ao Código de Defesa do Consumidor (CDC). Queria apresentar o RESP,
discutindo o CDC. Só que essa decisão não é expressa sobre a questão do prequestionamento.
114
Apresentava Embargos de Declaração, e a resposta do tribunal é não há omissão (resposta
julgando os Embargos de Declaração). Iria apresentar RESP contra a decisão que falava que
não tinha omissão, alegando violação ao artigo 535 do CPC/73. O artigo 535 do CPC/73 era o
cabimento dos Embargos de Declaração. Estaria dizendo que está diante de um acordão que
fala que não há omissão, quando há omissão. Estaria dizendo “Tribunal, receba os Embargos
de Declaração propostos pelo embargante as folhas XXX, todavia negue provimento, uma
vez que não há obrigatoriedade de se manifestar sobre todos os pontos da decisão”. Faria esse
RESP falando “Ao não suprir a omissão, o julgador viola o artigo 535 do CPC/73”. Subia
esse recurso especial e o STJ falava se tinha ou não violação ao artigo 535. Se p STJ falasse
que não havia violação ao artigo 535, assunto encerrado. Se ele falasse que havia violação,
porque havia omissão e tinha que responder, ele devolvia para o tribunal e falava “Tribunal,
prequestiona, responda a omissão”. No momento que descia o acordão do STJ mandando
prequestionar, agora surgia o prequestionamento da matéria do CDC, e, finalmente, fazia o
RESP.
Decisão RESP => CDC
Embargos de Declaração
115
Lembre-se que, como regra, especial/extraordinário são julgados de forma coletiva. E é
exatamente isso que o artigo 1.036 tentará explicar.
Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com
fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as
disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal
Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal
selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados
ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação,
determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos,
que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
Exemplo: Suponha-se que todos apresentaram RESP que discute a possibilidade ou não de
taxa de comissão de permanência de contratos X. imagina que tem 1.000 recursos sobre esse
tema no TJMG. O TJMG não vai mandar todos os 1.000. Tem 1.000 RESP/REXT tratando
sobre o mesmo tema, vai escolher 2 ou mais que sejam representativos da controvérsia.
Primeiro detalhe: a competência para fazer essa escolha é do Desembargador-
presidente ou Vice-presidente (31m18s), no caso terceiro vice-presidente.
Segundo detalhe: tem que escolher 2 ou mais, não pode escolher só um, e este que
ele escolhe devem ser recursos admissíveis. Significa recursos que, em tese, passam pelo
juízo de admissibilidade. A decisão de escolha é discricionária, não tem recurso contra essa
decisão.
Quando o terceiro vice-presidente faz a escolha, ele emite uma ordem de suspensão de
todos os processos do tribunal. A competência territorial do Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais. Então, o terceiro vice-presidente fala: reconheço da legitimidade desse tema,
fiz a escolha do recurso da Hellem e da Isabella, vou sobrestar todos os outros 998 recursos e
vou sobrestar todas as ações em tramite no Estado de Minas Gerais que versam sobre essa
matéria.
ATENÇÃO!!! Cuidado na comparação do CPC/73 com o CPC/15.
Já existia julgamento de RESP/REXT coletivo no CPC/73. O CPC/73, o artigo 1.036 e ss. é o
artigo 543 (33m20s).
Na vigência do CPC/73, já existia a ordem desse terceiro vice-presidente mandando sobrestar a
todos os RESP/REXT em Minas que falavam sobre o mesmo tema. Só que no CPC/15, a ordem de
suspensão é uma ordem para todos os processos, em especial aqueles que estão na 1ª instância.
No momento em que reconhece que aquele tema é um tema de julgamento repetitivo, Fernando é
o terceiro vice-presidente do TJMG e fala que esse tema é um tema repetitivo. A decisão de suspensão
vai, não só para todos os processos dentro do tribunal, mas para todos os processos da comarca de
Porteirinha que versam sobre aquele tema etc.
O CPC/73 não tinha essa força. Já o CPC/15 aumentou essa capacidade, atingindo todos os
processos.
Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do
pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:
I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;
III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos
tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.
116
§ 1o Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou pelo vice-presidente de
tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, não se proceder à afetação, o relator, no
tribunal superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente que os houver enviado,
para que seja revogada a decisão de suspensão referida no art. 1.036, § 1o.
§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 3o Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver proferido a
decisão a que se refere o inciso I do caput.
§ 4o Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e terão preferência sobre
os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
§ 5o(Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 6o Ocorrendo a hipótese do § 5o, é permitido a outro relator do respectivo tribunal superior
afetar 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia na forma do art. 1.036.
§ 7o Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput contiverem outras questões
além daquela que é objeto da afetação, caberá ao tribunal decidir está em primeiro lugar e
depois as demais, em acórdão específico para cada processo.
§ 8o As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser proferida
pelo respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refere o inciso II do caput.
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada
no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu
processo.
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9o será dirigido:
I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso
extraordinário no tribunal de origem;
IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo
processamento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o § 9 o, no prazo de 5
(cinco) dias.
§ 12. Reconhecida a distinção no caso:
I - dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao processo;
II - do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao presidente ou ao vice-presidente que
houver determinado o sobrestamento, para que o recurso especial ou o recurso extraordinário
seja encaminhado ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.030, parágrafo único.
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9o caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.
Exemplo: O RESP/REXT várias pessoas chegaram, basicamente ele olhará se escolhe ou não
o recurso o recurso dessas pessoas. Suponhamos que alguns foram sortudos e foram
escolhidos. Ele remete o recurso, mas emite uma ordem de suspensão que atinge o território
do tribunal. Na hora que o RESP/REXT chega em Brasília, ele emite uma ordem. Agora
ministro-relator, de suspender todos os recursos do território nacional.
Enquanto o desembargador de baixo, presidente ou vice-presidente, tem competência na origem,
quando chega lá em cima e é escolhido um ministro-relator, ele emite uma ordem de suspensão, de
sobrestamento para todo o território nacional.
O código inclusive dirá que será considerado relator, aquele que vai emitir a ordem de suspensão
em primeiro lugar.
Primeiro detalhe: Para que caia nas mãos do ministro-relator, (37m50s) emitir a ordem de
suspensão, ele pode discordar da escolha feita pelo tribunal de origem.
117
Exemplo: O terceiro vice-presidente do TJMG escolheu o recurso da Luana e da Paula,
manda os dois. Chega em Brasília, Fernando é o relator, ele escolhe o da Nayara e o da
Isabella. Ele tem, inclusive, o direito de mandar que o tribunal mande os outros.
A escolha feita pelo tribunal de origem não vincula o ministro. Se o ministro quiser escolher
outros, problema do ministro.
Alguns detalhes:
Esse prazo de suspensão, esse prazo de sobrestamento pela lei é de 1 ano. Significa dizer que,
STF e STJ devem julgar a questão em 1 ano. A lei fala em um prazo limite de 1 ano.
Recurso Sobrestado Intempestivo no Juízo A Quo
A lei fala que tem dois possíveis problemas:
Problema 1: Fernando propôs uma ação em face do Banco, perde e basicamente agora Fernando
fez um RESP. O Banco está querendo cobrar o dinheiro, afinal de constas, este saiu vencedor. Só que
aconteceu a ordem de sobrestamento. Mas tem um detalhe, o RESP que o Fernando apresentou é
intempestivo.
O código fala que, se por algum erro, sobrestarem um recurso intempestivo, é direito da parte
contrária, do recorrido, fazer uma petição para o presidente ou vice-presidente do tribunal de origem,
pedindo para tirar o caso do sobrestamento.
É claro que está contando, de certa forma, com a espécie de um erro do presidente ou vice-
presidente, pois já era para ter analisado essa questão da admissibilidade.
Não há necessidade de ficar esperando 1 ano. Faz uma petição para o presidente ou vice-
presidente a alegando que o recurso é intempestivo e pedindo para retirar do sobrestamento, reconhecer
o trânsito em julgado e mandar para a comarca de origem.
Se for feito esse requerimento, o presidente ou vice-presidente intima o recorrente e este tem um
prazo de 5 dias para se manifestar sobre o problema, e decide.
Problema 2: Um outro cuidado que se deve tomar é com a 1ª instância.
Exemplo: O procedimento de várias pessoas está tramitando na 1ª instância. De repente,
chega uma ordem de sobrestamento dizendo “Esse tema está sendo discutido no RESP nº
XXX/REXT repetitivo nº XXX”. O fato é que aquele não é o caso dessas pessoas. Imagina
que estas pessoas estão discutindo com construtoras. Só que em alguns casos estão discutindo
rescisão contratual por perda do prazo de entrega de imóvel. Só que em outras estão
discutindo a atualização do saldo devedor por valor, índice que não seja o IMCC ou MGBN,
por exemplo. São temas diferentes. O problema é que sobe um RESP para Brasília para
discutir a possibilidade ou não de juros compostos no contrato de financiamento. Veio a
ordem, o juiz da Vara Cível lê mais ou menos o oficio e fala “Suspende todos os processos de
Banco”. Alguém fala “Não estou discutindo juros compostos, estou discutindo,
eventualmente, a devolução de taxas cobradas indevidamente.
O Código cria um sistema, quando está na primeira instância, que é um direito que tem de pedir
para o juízo que sobrestou o caso de forma equivocada, fazer um requerimento. Vem a ordem de
sobrestamento. O juiz interpreta de forma inadequada o que seria a forma de sobrestado, e sobrestá um
processo errado, tem-se o direito de fazer um requerimento a este juiz.
ATENÇÃO!!!
Se o que está sobrestado é o RESP/REXT dentro o tribunal, o requerimento é para o
presidente ou vice-presidente.
118
Se o que está sobrestado é a ação em 1º grau de jurisdição, o pedido é para o juiz que
comanda aquela Vara, aquele órgão jurisdicional.
Julgamento
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:
119
I - o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos
especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a
orientação do tribunal superior;
II - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de
competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão
recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;
III - os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para
julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior;
IV - se os recursos versarem sobre questão relativa a prestação de serviço público objeto de
concessão, permissão ou autorização, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao
ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos
entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
§ 1o A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida
a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da
controvérsia.
§ 2o Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte ficará isenta do pagamento
de custas e de honorários de sucumbência.
§ 3o A desistência apresentada nos termos do § 1o independe de consentimento do réu, ainda que
apresentada contestação.
Se (55m45s) sobrestamento, sobrestamento regional, sobrestamento nacional, na hora que parte
para o julgamento terá a votação. O RESP/REXT é votado por turmas, 5 ministros das turmas, todos os 5
votam (seis turmas com cinco no STJ; duas turmas com cinco no STF). Somado a isso, tem a
possibilidade de:
1º.Do caso ser remetido para o Pleno (56m15s);
2º. Permite-se sustentação oral.
Quando se pega o regimento interno do STJ, ele dirá que há um Pleno. Só que o Plena não tem
competência jurisdicional, só tem competência administrativa.
O STF é: Pleno, 1ª e 2ª turma. O extraordinário é julgado por turma, se for caso que entenda que
há necessidade, vai para o Pleno.
O STJ é: Pleno, Corte (efetivamente, é o órgão máximo do STJ), Sessão (1ª à 3ª), e cada Sessão é
divido em duas Turmas (totalizando 6 Turmas). Precisa saber qual é o tipo da relevância, pois pode ser
que saia para uma Sessão, mas se existir divergência entre Sessões pode ser que saia da Turma de Sessão
e vai para a Corte. As Sessões são divididas em temas.
Julgou o RESP/REXT, sistema repetitivo.
O Código dirá o seguinte: lembra dos sobrestados que estão no TJMG, aplicará a tese que foi
definida no julgamento repetitivo. Se a tese definida lá em cima é não dou provimento ao RESP/REXT,
se tem 998 casos sobrestados, basicamente, não dá provimento para os 998 casos sobrestados. Aqueles
que sobem, normalmente, alguns autores chamam eles de julgado paradigma, significa que são modeles
que serão replicados lá em baixo. Agora, subiu, foi julgado, e no julgamento repetitivo dou provimento
ao RESP/REXT.
O detalhe é que se o repetitivo foi provido, significa que, automaticamente, os 998 que
ficaram lá em baio são providos?
Não. E essa é “uma pequena sacanagem”, pois para dar bomba, para negar provimento ao recurso
o julgamento é coletivo, mas quando há provimento, o STF e STJ faz: julgamos o RESP/REXT, demos
provimento, manda para o tribunal de origem.
Quando chega no tribunal de origem, o presidente ou vice-presidente remete para o órgão
colegiado.
Abre-se a possibilidade de retratação.
120
Retratou, assunto encerrado. Se não retratar, remete os 998 recursos para Brasília. Os 998 quando
subir, cairá nas mãos do ministro-relator (quando teve julgamento repetitivo, tinha um relator). Ele dará
provimento a todos com base no precedente nº XXX.
A doutrina, para tentar explicar isso, dirá que o Código não vincula no provimento, pois
basicamente não seria possível forcar o desembargador a mudar a decisão dele. O ministro pode até
proferir uma decisão que fique no lugar da decisão do desembargador, mas não pode “pegar a mão” do
desembargador e fazer com ele mude de opinião, ele escrevendo A Quo. Eles falam que pela autonomia
funcional dos desembargadores, devolve-se e fala: o STF/STJ já decidiu nesse determinado sentido.
Processo Civil
Aula 18 do dia 31/10/2016
Recurso de Agravo em Resp e Rext
Arts. 1.042 c/c 1.030, § 1º
Exemplo: A admissibilidade passa no A Quo como positiva, mas toma bomba no Ad Quem,
isso está correto, pois quem tem a competência para decidir sobre a admissibilidade é
Brasília, mas se toma bomba lá em baixo, Brasília não irá reconhecer do RESP ou REXT.
O meio que se tem, é o agravo do artigo 1.042, que servirá para “destrancar” esse recurso.
→ Observar a ressalva da questão da repercussão geral ou do sistema de julgamento de
recursos repetitivos
O maior cuidado que se deve ter é o de se fazer a leitura do artigo 1.042 conjugado com o artigo
1.030, §1°. Isso porque na decisão de presidente ou vice-presidente de tribunal de origem que não admite
RESP ou TEXT cabe agravo, salvo se encaixado na hipótese do 1.030, já que se a decisão é de negar
seguimento ao RESP ou REXT em virtude de entendimento já pacificado em especial ou extraordinário
repetitivo ou de questão de repercussão geral não cabe agravo para STF ou STJ e sim agravo interno do
próprio TJ ou TRF. -
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal
recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação
de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
121
§1 Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao
tribunal superior, nos termos do art. 1.042.
§2 Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos
do art. 1.021.
Basicamente, o recurso não foi admitido, mas é necessário saber por qual motivo. Já que “não
seguir” é diferente de “não admitir”. Se nega seguimento quando já existe entendimento jurisprudencial
já pacificado, e ao falar que nega seguimento porque já tem um extraordinário ou especial em tese de
julgamento repetitivo ou extraordinário em caso de repercussão geral, não cabe o agravo do 1.042 e sim
o agravo interno. Sendo assim, é necessário identificar se a admissibilidade está sendo negada porque
existe entendimento jurisprudencial já pacificado em casos repetitivos ou se ele está não admitindo
porque ele acha que o recurso é intempestivo ou não foi recolhido o preparo.
Se o fundamento para negar seguimento ao recurso é a existência de repercussão geral
desfavorável ou o STF ter dito que aquele caso não é de repercussão geral ou existência de uma tese de
julgamento repetitivo, cabe agravo interno. Agora, se eventualmente está no inciso V do artigo 1.030, ou
seja, se encaixa nas hipóteses e ele faz o juízo de admissibilidade e da bomba na matéria, cabe o agravo
do 1.042.
A grande diferença é que o agravo interno é julgado pelo próprio tribunal de origem, já o agravo
do 1.042 será julgado pelo STF e STJ. Se a questão foi negar seguimento: agravo interno. Se a questão
for negar admissibilidade: agravo do 1.042.
● Tempestividade: prazo de 15 dias (art. 1.003, § 5º)
O prazo é de 15 dias para agravar e 15 dias para responder, sem possibilidade de pensar em
recurso adesivo.
● Preparo: inexistência (art. 1.042, § 2º)
A lei é clara, não há preparo. Lá no agravo interno, a lei não fala sobre o preparo e cabe ao
regimento interno de cada tribunal falar se tem ou não tem preparo, mas no agravo do 1.042 a lei é clara
ao falar que não há preparo.
● Regularidade Formal: petição dirigida ao juízo a quo (art. 1.042, § 2º)
Será uma petição dirigida ao juízo a quo (aquele que proferiu a decisão de não admissibilidade),
sendo que é possível ter o sobrestamento deste recurso.
→ Possibilidade de Sobrestamento
O inciso III do art. 1030 fala da possibilidade de sobrestar.
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria
constitucional ou infraconstitucional;
O grande problema é que pode ser que existam um monte de agravo do art. 1042
discutindo a mesma pretensão, e esse monte de agravo pode se dar por julgamento repetitivo.
O grande ponto estranho é que está diante de uma hipótese no qual o especial ou extraordinário
está definindo uma tese “X”, só que esses especiais e extraordinários estão sobrestados em virtude de
julgamento colegiado visto no artigo1036 e ss. Aí tivemos especiais e extraordinários que conversavam
sobre o mesmo tema, mas que receberam uma decisão de não admissão, então, será feito o agravo. Eu
não remeto esse agravo ao STF ou STJ julgarem antes da decisão do especial e extraordinário repetitivo
porque pode ser que a decisão do especial e extraordinário repetitivo influencie nesse julgamento.
Mais uma vez, Luana, Fernanda, João, Helen fizeram um especial e esse especial está no sistema
de julgamento coletivo, vai para a pilha do sobrestado. Só que teve alguém que fez um recurso especial
que basicamente foi negada a admissão. Cabe agravo do 1042, mas isso não significa dizer que ele será
automaticamente encaminhado à Brasília, porque se esse agravo do 1042 que destranca o especial está
discutindo um especial cuja tese ainda está sendo definida em julgamento colegiado em Brasília é
necessário esperar o julgamento deste especial para remeter esse agravo do 1042.
122
● Efeito Suspensivo: inexistência
Esse agravo não discute o caso concreto, discute apenas a admissibilidade em especial e
extraordinário, pois isso não tem efeito devolutivo. O agravo do 1042 não está discutindo o caso, está
unicamente discutindo porque o especial ou extraordinário não foram admitidos.
Não existe efeito suspensivo no agravo do 1042, mas é possível a concessão do efeito
OpeJudicis, se tiver lesão grave de difícil ou impossível reparação.
● Efeito Regressivo (art. 1.042, § 2º)
Há o efeito regressivo, é plenamente possível a retratação.
● Possibilidade de julgamento conjunto com o RESP ou REXT (art. 1.042, § 5º)
Na vigência do código velho, quando um RESP ou REXT não subia, o agravo do 1042 (antes art.
544 no código velho) era feito para destrancar. Em baixo o TJMG, por exemplo, mandava só o agravo
para destrancar, o STJ julgava, dava provimento porque concordava como agravante e só depois, subia
esse RESP ou REXT.
No processo do trabalho, o agravo e o RESP ou REXT já subiam juntos, enquanto no código
antigo não. Agora, é possível que na sessão de julgamento que STF ou STJ julgar o agravo para
destrancar o REXT ou RESP, ele já julgue o REXT ou REST, se isso já for possível. Eles sobem juntos.
● Possibilidade de Interposição em Duplicidade (art. 1.042, §§ 6º, 7º e 8º)
Como é possível ser feito o REXT e RESP juntos, é possível tomar bomba de admissibilidade
nos dois e caso isso ocorra, é necessário fazer um agravo do 1042 para cada um dos recursos, de forma
separada, pois esse agravo será julgado por órgãos diferentes.
Embargos de Divergência
Exemplo: quem julgou o caso de Fernando foi o STF. Será necessário um acórdão (não pode
ser decisão monocrática) interno ao STF. STF tem o pleno e a 1° e 2° turma e foi julgado pela
1° turma. O julgado paradigma será o acórdão interno de órgão colegiado distinto, nesse caso,
a 2°.
O detalhe: o acórdão que será o paradigma não necessariamente será o julgamento de um recurso
especial ou extraordinário. Imagina que o pleno do STF julgou um Mandado de Segurança e a tese
defendida é favorável a Fernando. Ele poderá usar este acórdão porque não é obrigatório que seja um
julgamento de recurso especial ou extraordinário.
Isto pode parecer simples no extraordinário, mas quando vai para o especial é algo mais
complicado.
Imagine que quem julgou o especial foi a 1° turma, saber quem vai julgar os embargos de
divergência pode ser um pouco mais complicado. Se a divergência estiver dentro da sessão é ela quem
julga os embargos. Se estiver entre sessões distintas é o órgão/corte especial.
A única chance de se buscar jurisprudência dentro da mesma turma é se pegar um acórdão
anterior cuja composição é com pelo menos três membros diferentes.
Continuação
Aula 19 do dia 03/11/2016
Primeiro nós conversamos sobre o agravo (00:19), basicamente trabalha com a possibilidade de
receber em juízo de admissibilidade negativo na instância de origem quando apresenta recurso especial e
recurso extraordinário.
Art.1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
I – negar seguimento:
a)a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal
Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto
contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado
no regime de repercussão geral;
b)a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;
a)o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de
recursos repetitivos;
Qual é o detalhe?
Se olhar para essas 5 possibilidades, concorda comigo que o inciso II e IV não são objetos de
recurso. Afinal de contas, as decisões (02:10), estou devolvendo para Câmara fazendo juízo de
retratação, e isso não cabe recurso. “Escolhi seu recurso, ele vai pra Brasília”, também não cabe recurso.
Logo que eventualmente que ao apresentar em especial extraordinário podem querer recorrer,
são os incisos I, III e V.
O grande cuidado que deve ter, é que o agravo do art. 1042 só é cabível no juízo de
admissibilidade negativo. Não confundam admissibilidade, requisitos de admissibilidade com negar
seguimento sobrestado. Porque na hora que pega o art. 1030, ele vai falar que dessa decisão cabe agravo
interno. Que fique claro a diferença: o agravo interno é julgado pelo próprio tribunal jurídico, enquanto o
agravo do art. 1042 é julgado por STF e STJ. Esse é o primeiro ponto.
O segundo ponto que gerou uma certa dúvida na nossa cabeça na hora da aula que não pode ter
confusão, é a possibilidade de sobrestamento do agravo.
(Pergunta de aluno 03:40) lembra que o negar seguimento é discutir a existência ou não de
jurisprudência em STF e STJ que fala que o recurso não vai chegar em lugar nenhum. Na verdade, ele
não esta falando sobre tempestividade, se recolheu ou não o preparo, se matéria tal esta questionada, o
negar seguimento esta dizendo que não vai mandar o recurso para Brasília porque o STF já disse que não
cabe extraordinário nesse caso que não tem (04:50) federal, ou porque eventualmente STF ou STJ já
julgaram recursos repetitivos dizendo que esse recurso não faz sentido. Então não é admissibilidade.
Voltando...
O segundo ponto que gerou uma certa dúvida na nossa cabeça na hora da aula que não pode ter
confusão, é a possibilidade de sobrestamento do agravo.
Poxa, o sujeito está apresentando um agravo do art. 1042 justamente para destrancar o especial
do extraordinário, e aí agora o recurso não sobe? Lembrem-se que se eventualmente a tese que está
sendo discutida no seu especial e no seu extraordinário, é uma tese que está parada que vai ser julgada
125
por STF e STJ, não faz sentido mandar o agravo de uma vez. Porque pensa: eu recebi uma decisão
dizendo que o recurso do Fernando intempestivo deu bomba na admissibilidade. Ai o vice-presidente e
presidente estão errados. Ele é tempestivo. Eu faço o agravo. Mas o tema que estou discutindo nesse
recurso que ele falou que é intempestivo, é um tema que encontra a sua discussão paralisada lá em cima
no STF e no STJ para julgamento repetitivo.
Olha que coisa estranha: ao mandar processamento ao agravo e manda pra Brasília, só. O agravo
é julgado, e por exemplo, provido.
Não porque está no sistema julgamento repetitivo sobrestado. E mais, seja intempestivo, seja do
exercito, seja o que for, imagina que eu no recurso estou defendendo uma tese que esta sendo discutida lá
em Brasília, e no final ela fala que não para essa tese, todos os recursos especiais e extraordinários estão
automaticamente não providos porque Brasília entendeu que é “não” para essa tese.
Então vou mandar o recurso para cima para que? Ainda que ele seja tempestivo ele vai
chegar em algum lugar?
Não.
O agravo se a tese está sendo discutida no especial e extraordinário esta sobrestada. Eu espero o
julgamento da tese. Passou o julgamento da tese e ainda tem interesse, aí tudo bem, mando o agravo.
Primeiro deles. Lembrem-se que vocês estão discutindo uniformização de jurisprudência interna
de STF e STJ. E dentro dessa uniformização, lembrem-se que os embargos de divergência, para
entender o seu cabimento e que situação ele é utilizado, tem que pensar em dois julgados. Primeiro que
chamamos de julgado embargado e segundo que chamamos de julgado paradigma.
Qualquer outro acórdão proferido pelo STF ou STJ (ação rescisória, mandado de
segurança, recurso ordinário constitucional), estes acórdãos permitem o uso de embargos de
divergência?
Não.
Basicamente não pode ser uma decisão monocrática, tem que ser uma decisão coletiva, mas que
não necessariamente é um acórdão que julgou especial ou extraordinário. O paradigma pode ser o
julgamento de um mandado de segurança, de uma ação declaratória de constitucionalidade.
A questão é: tem que ser um acórdão de dentro do STF ou do STJ, de um colegiado diferente
daquele que acaba de julgar o meu caso.
Então foi a primeira turma do STF que julgou meu caso, tem que procurar jurisprudência ou na
segunda turma ou no (11:40); em uma das sessões ou em órgão especial.
Colegiado distinto. A única chance de utilizar um acórdão do mesmo colegiado que estamos, é se
demonstrar a modificação dos membros da composição daquela turma, de pelo menos 3 membros.
Problema que demora muito tempo, e lembrem-se que a divergência interna que vocês vão uniformizar
tem que ser uma divergência atual, ela tem que existir no momento que é feito o embargo de divergência.
Se por algum motivo já ocorreu uma mudança de posicionamento, os embargos já não são mais cabíveis.
Vamos imaginar que até semana passada tinha divergência entre a primeira turma e a segunda do
STF com relação a um determinado direito fundamental de servidor público, que não existe mais a
divergência, não cabe mais embargos. Pode ser de seis meses atrás, se não tem mais divergência, não
cabe embargos.
Embargos de Divergência
Não cabimento:
Na verdade, já vimos que vamos ter dificuldade disso no recurso especial, por causa da Súmula
nº 7.
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são
intimados da decisão.
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-
lhes é de 15 (quinze) dias.
127
Regra em geral, tem 15 dias para embargar, parte contraria tem 15 dias para responder, sem
nenhuma possibilidade no uso de recurso adesivo.
Não se esqueça que as leis em espécie que admitem o uso de recurso adesivo: apelação, recurso
especial e recurso extraordinário.
Preparo: incidência
Salvo aí eventual situação que vocês sejam a parte pública (MP, beneficiário da assistência
judiciária gratuita, etc.), tem que recolher o preparo.
Aquele mesmo cuidado que falei para vocês no especial, é cabível aqui. Lembrem-se que se fizer
pesquisa de jurisprudência, pegar artigo velho, decisão velha, até 2008 o STJ não cobrava custas de
nada. No final de 2008 teve uma mudança legislativa, e no inicio de 2009 ele passa a cobrar tudo.
“Achei um artigo que fala que não tem preparo nos embargos de divergência”, olha a data!
Exemplo: quem foi relatora do recurso especial foi a Luana, eu faço os embargos direcionado
a ela. Mas é ela que vai ser a relatora dos embargos de divergência? Não. Vai ter uma
redistribuição ate para garantir, no caso concreto, um pouquinho de imparcialidade. Imagina
ela fazendo o relatório que ela já foi contraria a ele no especial, situação complicada.
O maior cuidado que deve ter na peça dos embargos de divergência, é lembrar da regra que a
gente conversou no recurso especial por divergência de interpretação. Vamos lembrar que uma das
hipóteses de cabimento do recurso especial é a existência de divergência de interpretação entre os
tribunais, art. 105, inciso III, alínea “c”. E lá foi falado que na hora que aponta a divergência de
interpretação, tem que fazer uma analise bem pontual, bem analítica de cada parte e de cada acórdão.
Não pode simplesmente virar e falar que o meu acórdão julgou o caso assim e eu perdi, mas existe o
acórdão tal de tal tribunal que quero igual a ele; se fizer isso, o recurso vai ser não conhecido por
irregularidade formal.
Indo ao exemplo do próximo tópico – vamos imaginar que na rescisão não tem divergência. Pode
encontrar uma no sentido de quem vai ficar com o valor da multa, mas o direito de rescindir o contrato
você vai ter, ainda que sofra uma sanção. Nesse tópico não tem divergência, mas foi encontrada
divergência tanto no índice de correção das parcelas quanto na questão que diz respeito a incidência da
multa. Na hora que for partir pra redação, vamos copiar e colar: “no julgado embargado o trecho que diz
respeito ao índice de correção das parcelas a serem devolvidas, no julgamento do recurso especial,
acolhendo a primeira turma do STJ julgou no sentido da imposição do IPCEA”, aí copia e cola e
continua, “todavia observando julgado da segunda turma do STJ, o adequado seria a imposição do índice
do INCC, IGPM, etc. considerando a divergência entre esses trechos requer uniformização da
128
jurisprudência para que então seja reformado o acórdão e aplique-se o índice mais favorável ao
recorrente.” Tópico 2: “em diz respeito a multa, considerando o julgado embargado no trecho tal,
primeira turma, favor disso...”. Pesquisando a jurisprudência do STJ, a quinta turma decide em sentido
diferente, falando que na verdade a multa deve ser reduzida para apenas 2% para aplicação...”.
Sem chance.
Se já não conseguiu discutir o aspecto fático, no especial e extraordinário, que dirá nos embargos
de divergência sobre o especial e extraordinário.
Basicamente vai aplicar os embargos de divergência, sumula 7 STJ, sumula 279 STF.
Temos 3 temas discutidos nesse caso: possibilidade ou não de rescisão do contrato, possibilidade
ou não de devolução e incidência do índice de correção monetária, possibilidade ou não de condenação
da construtora no pagamento da multa de x%. Perdemos os 3, somos a construtora. E é bem provável
que vamos perder os 3. Queremos fazer embargos de divergência. Começamos a pesquisar
jurisprudência do STJ. Achamos uma, sem nenhum acórdão, é unanime entre as turmas e os outros
órgãos que a pessoa tem direito de rescisão. Mas aí no ponto da correção tem uma divergência, tem gente
dizendo que tem que aplicar o IPCAE, outras um outro mais baixo. Continua a pesquisa, tem um
contrato que fala da multa, que é “x” em favor da construtora, quanto daquele que comprou o imóvel.
129
Tem como fazer embargos de divergência para discutir direito de rescindir o contrato?
Não. Somente a matéria que conseguimos demonstrar naquele determinado caso que existe
divergência, é devolvido.
Imagina que nesse caso concreto partimos para a redação dos embargos de divergência e
discutem a questão da rescisão do índice de devolução das parcelas e da multa.
No tópico rescisão e no tópico multa, o recurso não é cabível. Vamos ver se tem razão no índice
de correção.
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão
judicial em sentido diverso.
Já sabemos que a decisão em sentido contrário é apelação. Tirando apelação, os outros recursos
não são dotados de suspensivo Ope Legis.
Pode.
Primeiro de ordem pratica, qual a chance de conseguir efeito suspensivo nos embargos de
divergência?
Ele vira e fala que esse caso já passou pela primeira instancia, já recebeu um julgamento
judiciário; foi para o tribunal de segundo grau e já foi revisto; chegou aqui no STF ou no STJ e nós já
130
analisamos o caso e já julgamos o especial e extraordinário. Por qual motivo esse recorrente acha que
seus argumentos são tão fortes, tão plausíveis para eu suspender a eficácia da decisão? Plenamente
possível tentar, mas em termos práticos, a chance de conseguir é quase zero. Na tentativa, lembre-se que
já esta em STF e STJ, requerimento de concessão segue o art. 1029, §5º, que já estudamos lá atrás para
especial e extraordinário.
Imagina a seguinte situação: na hora que veio o julgamento do tribunal de 2º grau, eles
analisaram o caso, perceberam que ali existia violação a norma infraconstitucional federal. E aí foi feito
recurso especial. Esse recurso subiu, foi julgado e perdeu. Quando o julgamento (29:08) especial, nós
identificamos agora uma violação frontal ao texto da CF. Agora o julgamento do recurso especial, temos
um probleminha: uma violação direta ao texto constitucional. Mas, ao mesmo tempo, estamos
identificando que existe divergência dentro STJ.
O código vai deixar bem claro o seguinte: basta os embargos de divergência. Resolve aí a questão
da uniformização, e por aí vai. Porque o seu prazo para o extraordinário está interrompido, sem muito
problema. Vai resolver (30:06) embargos de divergência, se é possível nessa situação de existência de
posicionamento (30:12) para o STJ, e depois do julgamento continua sendo possível o recurso
extraordinário. O prazo dele está interrompido.
É no STJ que eu interrompo o REXT. Porque não é a hipótese de você virar e falar que já interpôs
lá em baixo especial e extraordinário, se você já interpôs, ainda que você tenha embargos de divergência
no julgamento especial, você já fez o extraordinário.
O que artigo está dizendo que quando o julgamento do especial passou a ser cabível o
extraordinário. E aí você quer fazer o extraordinário, mas ao mesmo tempo você vê que tem os embargos
de divergência. Ou seja, faz os embargos de divergência porque o seu prazo de extraordinário está
interrompido; depois do julgamento dos embargos de divergência do recurso especial é que vai fluir os
seus 15 dias de extraordinário, para evitar confusão.
131
O que isso significa?
Primeiro vai ser julgado os embargos de divergência, afinal de contas porque o eu vou
mandar para o STF julgar o extraordinário para devolver para o STJ julgar os embargos?
Precisamos falar que já fizemos um extraordinário, quero ratificar o que vai ser julgado?
No STF é muito fácil, só responder à pergunta. Porque se quem julga o extraordinário é a turma,
tem que ser um órgão hierarquicamente superior, que só é um, o Pleno.
Sucedâneos Recursais
Meios de impugnação de decisões judiciais não arrolados dentre os recursos em espécie (art.
994).
Para a piada do professor, seria um denorex, só que a maioria esmagadora não viu a propaganda
do denorex, que era um shampoo anticaspa, que tinha um bordão de “parece, mas não é”; e sucedâneo
recursal é algo que se parece com um recurso, é algo que pode ser utilizado de forma ou semelhante,
parecida como você utilizaria um recurso, mas que não é espécie recursal.
Se fossemos definir sucedâneo recursal é meio de impugnação de decisão judicial não arrolado
por lei como um recurso em espécie. Então, é algum meio processual que pode ser utilizado com o
intuito de impugnar uma determinada decisão que a lei, em alguns casos ou ate mesmo de oficio, manda
que seja feito no caso concreto, mas que não é um recurso em espécie; não está arrolado como um
recurso em espécie no art. 994 do código, e não só isso.
Os sucedâneos recursais, de uma forma ou de outra, não irão conseguir preencher aquela
definição técnica do que é recurso. Todos os sucedâneos recursais que vamos estudar, em um ponto ou
outro, vão falhar naquela identificação do que falamos do que é recurso.
132
ideia daquilo do que é recurso. Em algumas situações não vai caber recurso, talvez permita o sucedâneo
que pode até resolver o problema.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido
na causa for de valor certo e líquido inferior a:
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e
fundações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
CONCEITO: A remessa ou reexame necessário é uma condição legal para que sentenças
contrárias ao interesse da Fazenda Pública, venham a transitar em julgado e produzam seus efeitos.
133
Enquanto não ocorre a remessa ou reexame aquela decisão não transita e nem gera efeitos. Já devem ter
ouvido falar que toda vez que um ente público é condenado, necessariamente o caso tem que ser revisto
pelo tribunal. É mais ou menos isso. Tanto que o próprio código chama isso de duplo grau obrigatório.
Historicamente, tem que imaginar o seguinte: hoje a estrutura de Procuradorias, seja da União,
dos Estados Municípios, ela já é razoável e em alguns casos até (43:13), mas no passado não tão
distante, essas procuradorias tinham poucos servidores, poucos advogados, poucos membros, e de uma
forma ou de outra, as vezes um volume processual muito grande, existia um problema.
Pega um advogado da União, e imagina que ele perde o prazo da apelação. Se perde o prazo da
apelação, vai transitar em julgado a condenação contra a União.
Mas é a União que esta sendo condenada ou é o bolso de todo mundo que está na sala?
A remessa ou reexame necessário surge no direito brasileiro, e já tem décadas, exatamente para
trabalhar com essa situação. Quando eu tenho uma sentença que condena a Fazenda Pública, ainda por
ventura esse Procurador do Município, esse advogado da União, do Estado, não recorra, esta decisão não
irá transitar em julgado, porque necessariamente ela tem que ser enviada para uma instância superior um
TJ ou um TRF, dependendo de onde estamos para uma análise. Para verificar se a condenação do ente
público foi correta, foi adequada, até para uma questão simples. Basicamente se eventualmente juiz de
primeira instância que sentenciou o município de Belo Horizonte condenando ele a pagar 3 milhões de
reais estiver errado, eu tenho interesse público em corrigir esta situação. Porque não só é um problema
para o patrimônio publico, como é um problema para todos, que de uma forma ou de outra vão sofrer
com essa condenação. Exatamente por esse interesse publico existente, nas relações contra Fazenda
Pública, que foi criada a remessa ou reexame.
Por que não se pode chamar de apelação exofficio? Vocês já viram uma remessa?
Ela é uma folha que o juiz simplesmente escreve “nos termos do art. 496 do CPC, remeto os
autos para o egrégio do tribunal de justiça do estado de MG, na oportunidade (45:48), extinta
consideração. ” Se isso fosse apelação, teria de ter apresentação de pelo menos razões recursais., uma
indicativa de qual ponto da decisão está incorreto, por qual motivo aquilo tem que ser modificado, etc.
Não; ele não decorre da própria decisão. Você cumpre um requisito legal.
Segundo detalhe: vai no art. 496 e repara que a decisão que sofre a remessa ou reexame
necessário, é uma espécie de decisão, as sentenças. Não tem remessa ou reexame necessário em face de
outros tipos decisórios contra fazenda pública. Do tipo, veio uma decisão interlocutória contra a Fazenda
Pública, ela não terá remessa ou reexame; o procurador vai agravar. Tem um acórdão do TJMG contra a
Fazendo Pública, aí vai fazer seu especial ou extraordinário, se não fizer, vai transitar. É uma espécie
rescisória, sentenças.
É até engraçado que se caso não tiver uma divisão que existia no código de 1973 e código de
2015. Ele fala assim: “teremos duplo grau obrigatório quando: I- a sentença condenar a União / Estados /
DF / Municípios / Autarquias e fundações públicas; II- a sentença julgar procedentes os embargos à
execução movidas pela União / Estados / DF / Municípios / Autarquias e fundações públicas. ”
134
Não era mais fácil escrever “sentença contrária ao interesse do ente público”?
Porque é obvio que a sentença que julga procedente os embargos a execução fiscal, é contraria ao
interesse do ente público.
NÃO inclui nesse sistema: sociedade de economia mista nem empresas mutua, até mesmo porque
eles são pessoas de direito privado.
Tem um (49:24) automático pelo juízo, tendo ou não tendo apelação. É mais ou menos assim:
Fernando propõe uma ação um pedido ao Município de BH que seja condenado a pagar 5 milhões de
reais. Ao final, a ação e julgado procedente e o Município é condenado a pagar o valor. O procurador
apela, na hora que os autos sobem para o Tribunal, vai ter remessa e apelação. Procurador não apela, vai
ter remessa.
A remessa tramita no Tribunal de forma idêntica a uma apelação. A remessa só tem uma coisa
mais vantajosa que a apelação, a apelação trabalha com a ideia do devolutivo, é devolvido aquilo que é
apelado, o tópico que não foi analisado, não é impugnado; a remessa não tem essa restrição.
Então tem uma condição legal para o transito em julgado de sentenças contrárias ao interesse da
Fazenda Pública e para que essas sentenças venham a gerar efeitos.
Exceções:
Existe aí uma cultura meio incorreta de que toda e qualquer sentença contrária ao interesse da
Fazenda Pública tem remessa ou reexame necessário, e esse é o ponto que foi modificado e muito
modificado no início dos anos 2000, e agora com o código de 2015 mais modificado ainda.
Quando pega o §3º e 4º do artigo, basicamente existem exceções ao sistema de remessa, ou seja,
hipóteses que mesmo estando diante de uma sentença contrária ao interesse da Fazenda Pública não tem
remessa nem reexame.
Isso era exatamente o teto do Juizado Especial. É engraçado que quando pega a Lei de Juizado
Especial Federal e da Fazenda Pública, cada uma delas tem um artigo falando que não tem remessa e
nem reexame, que não era necessário, pelo limite da causa. Mas isso mudou muito.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido
na causa for de valor certo e líquido inferior a:
135
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
A primeira delas, essa condenação é de até mil salários mínimos. Não custa lembrar que o salário
mínimo é no valor de R$ 880,00, ou seja, uma condenação de ate R$ 880 mil reais. Se a União,
autarquias federais e empresas públicas da União, forem condenadas via sentença até esse valor, não tem
remessa. Advogado da União vai recorrer, porque se não recorrer vai transitar em julgado.
Se constar que o DF, um Município que é capital, for condenado até R$ 440 mil reais, não há
remessa nem reexame necessário.
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e
fundações de direito público.
A menor faixa agora é 100 salários, sendo que no código antigo, eram 60 para todos os entes. Na
virada do ano, salário mínimo vai para R$900, vai chegar a quase que 1 milhão de reais para a União. E
pensando, tirando grandes empresas discutindo questões tributárias, tirando situações um pouco mais
complexas, contra União, contra Caixa Econômica Federal, está sempre abaixo de mil.
O que na verdade o código de 2015 fez, ele diminui a quantidade de remessas ou reexames, a
partir do momento que ele aumenta a faixa da exceção. Antes, passados os 60 salários mínimos, iria ter
remessa ou reexame. Agora se é contra a União para ter remessa ou reexame tem que passar de mil, se
não ter remessa ou reexame, vai apelar, se não apelar, transita. A mesma coisa nas outras faixas.
A coisa que mais esquecemos são as capitais. Ás vezes lemos a exceção do §3º muito rápido e
pensa até mesmo na esfera da divisão União/Estados/DF e Municípios. A União é o mínimo, Estado/DF
500 e Municípios 100; cuidado com as capitais.
A lógica é: como o valor discutido é considerado o valor baixo, não há necessidade da remessa ou
do reexame; se o ente público quiser, vai recorrer.
QUE FIQUE CLARO, a remessa ou reexame não é nunca um impeditivo para o recurso. E
como advogado da União, procurador do Estado/Município, tem mais que recorrer, não ficar contando
com remessa ou reexame, porque eles não têm fundamentação, impugnação de ponto específico,
tentativa de prequestionamento de matéria, nada disso.
Pode ter uma condenação de 100 milhões de reais, e ainda sim não ocorrerá remessa ou reexame
se a decisão/sentença tiver como base súmula de STF, STJ.
136
A União tomou a condenação de 8 milhões de reais, só que a base da condenação é uma tese que
já foi firmada em um recurso especial ou extraordinário repetitivo.
Não.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
E o mais curioso, que não existia na legislação anterior. Também não há remessa ou reexame
necessário se a sentença contraria ao interesse do ente público, se tiver baseada, com fundamento em
entendimento sumulado administrativamente pelo próprio ente público.
Exemplo: você é advogado de um ente público, veio uma sentença condenatória, vai fazer
algumas perguntas. Primeira delas: é caso de juizado? Se for, faz um recurso inominado,
então não é jurisdição comum. Segunda pergunta: está acima do limite? Se tiver acima, tem
que ver se tem jurisprudência, por ter remessa. Está abaixo do valor? Vai recorrer. Não é puro
e simplesmente pegar sentença, ser procurador do Estado de MG e ver que foi condenado a 3
milhões e pensar que tem remessa. E se a sentença estiver baseada em um entendimento
jurisprudencial do §4º? Prestar atenção.
Apesar de ser um sucedâneo recursal, o STJ já deferiu que se aplica o princípio da proibição do
reformatio in pejus na remessa ou reexame necessário, súmula nº 45. O que significa isso?
137
A Fazendo Pública foi condenada a pagar R$ 500 mil no Município do interior. Ai basicamente
tem a remessa e quando chega no Tribunal ele fala que a condenação foi pouca, tinha que ser R$ 600
mil. Isso NÃO pode acontecer em remessa ou reexame.
LEMBRA que a remessa ou reexame foi criada para favorecer o ente público, não para
prejudica-lo.
Não, princípio da proibição do reformatio in pejus, salvo existência de matéria de ordem pública.
A mesma lógica se aplica a remessa ou reexame.
O Município de BH foi condenado a pagar R$ 1 milhão. Sobe para o TJ via remessa ou reexame.
Agora imagina o TJ analisando o caso, diz que o valor tem que ser maior.
Não, princípio da proibição do reformatio in pejus, quando tenho só a remessa. A mesma ideia do
recurso. Se eu recorrer para aumentar o valor, sem stress.
(Pergunta de aluno, não deu para entender o contexto) a devolução tem limite de
impugnação, o recurso sim.
Imagina: o município só esta discutindo o tópico X, na hora sobre a remessa, ele tem que analisar
todos os tópicos.
O STJ não pode aumentar só pela remessa. Se ele aumentar a condenação do ente público, é por
causa do recurso, e não pela remessa.
Eu considerar o recurso do ente público prejudicado, tudo bem, porque basicamente a remessa
vai atingir toda a discussão da causa e ela vai ser sempre pelo menos igual ou mais ampla do que o
recurso de apelação do ente público, mas da outra parte não.
Eu posso até prejudicar a apelação do ente público nesse sentido, mas do outro não.
Vocês concordam comigo que a remessa ou reexame necessário não é recurso porque falta ela,
por exemplo, voluntariedade. Não tem ninguém ali voluntariamente recorrendo contra decisão.
2) Correição Parcial
Procedimento administrativo – disciplinar
Hipótese de omissão judicial em proferir decisão (?)
CONCEITO – a correição parcial é um procedimento administrativo “diz que não”. Pode ser
utilizado por vocês contra a pessoa do juiz que eventualmente comete algum tipo de falta ou equivoco no
exercício das suas inscrições como julgador.
138
Basicamente vocês vão falar para o Fernando: “para quê que a gente ta pensando então esse
negócio dentro dos recursos e não no direito administrativo?
A correição parcial, com certeza, nunca vai ser pensada no recurso, afinal de contas se é um
procedimento administrativo está fora da nossa conversa. Estamos conversando sobre recursos cíveis.
Em algumas hipóteses, o juiz se nega a decidir. Juiz que decide a termo ainda que contrária ao
seu interesse, não se pode reclamar nada dele. Ele tem direito de ter o entendimento divergente do seu.
Graças à Deus que ele decidiu, aí vamos recorrer.
Mas vamos deparar com alguns juízes que negam a decisão. Não é legal o que vocês recorreram
não. Eles não decidem. É muito comum, juiz pega uma petição inicial, essa petição inicial tem um
requerimento de tutela provisória que inaudita altera partis, ou seja, tutela antecipada. (Essa frase não
deu para ter certeza se foi isso mesmo que ele disse - 1h07). O juiz ao receber uma petição inicial
despachada, tem que decidir. Ele tem todo direito do mundo de falar: “indefiro a tutela antecipada
requerida porque não tem nos autos fumus boni iuris suficientes para deferir; não há prova constante nos
autos para tal. ”
Tem vários juízes que despacham essa petição inicial dizendo que: “deixo para analisar o
requerimento de tutela provisória após a citação do réu. ” É muito comum, mas não pode fazer isso. Já
fiz o requerimento, se você acha que não tem prova, indefere. Diante disso vocês poderiam fazer o que,
se é uma situação de extrema urgência? Porque se não é uma situação de extrema urgência, deixa citar o
réu se dá para esperar a citação do réu, e aí depois ele vai ter que se manifestar.
Mas imagina, vocês acham que dá para citar o réu precisando de um medicamento ou de uma
cirurgia imediata? E aí ele vira e fala: “ deixo para manifestar depois”; em um caso desses, poderia
pensar na correição parcial. Porque a correição parcial vai apontar uma falha na atividade do juiz, ele se
negou a decidir; e ele não vai poder usar o argumento mais comum do judiciário que seria a falta de
tempo. Ele está dizendo isso porque diversas vezes um juiz não decide pois ele tem uma pilha de coisa e
vai demorar a hora de chegar o seu. Ai não seria o caso dele estar se negando a decidir não, vai para uma
vara cível com milhares de coisas que ele tem que julgar e tem mais mil pessoas dizendo que seu caso é
mais urgente que o do outro.
Mas não é quando o juiz chega e fala: “deixo para decidir em momento posterior”, que ele teve
tempo para decidir, ele não decidiu porque ele não quis.
Sim.
Ele vai ser punido administrativamente, significa dizer que isso vai piorar a sua progressão na
carreira, em especial a você que tem pretensão de algum dia ser desembargador, isso não é uma boa
ideia.
139
Cada tribunal tem uma corregedoria, e cabe a corregedoria processar e julgar as correições. Aí o
juiz vai ser intimado, vai juntar as defesas, etc.
Tem que estar em diante de exatamente situações como estas nas quais vão ser demonstradas:
A urgência;
O juiz poderia ter julgado, porque ele gastou tempo para falar que não vai julgar, então tempo
para julgar ele tinha
Quando eventualmente ele cometeu alguma falta grave, mas se ele cometeu falta grave, não
interessa muito para a gente dentro do âmbito dos recursos, interessa dentro do dia a dia da
advocacia, mas como recurso pensa na situação que o juiz se nega a decidir.
Porque uma coisa é ele virar e falar que indefere, aí cabe agravo de instrumento e vai para o
tribunal discutir, problema quando ele vira e fala que não vai decidir.
A resposta do tribunal não vai ser a decisão que queremos, que fique CLARO, a correição vai
virar e falar para decidir dentro de um prazo, sob pena de algum substituto decidir no lugar dele. Ai ele
decidir, sendo provavelmente indeferir o que você pediu, mas pelo menos agora você tem um recurso,
sem stress.
3) Pedido de Reconsideração
• Ausência de previsão legal / distinto do juízo de retratação
Surge da prática forense, principalmente da mais antiga, há uns 40 anos atrás era muito mais
usado que hoje, que trabalha com a ideia de que proferida uma decisão, e ela é contrária. Ou seja, antes
de você recorrer, você faz uma petição simples e vai despachar com o juiz, pedindo para ele reconsiderar
a decisão proferida. Isso surge muito de uma coisa que hoje faz muito menos sentido, na década de
50/60, seria um deus intocável, seria (1h19? Recorrer) da decisão deles, sendo “mal-educado” com esse
deus. O advogado não precisa agravar de uma decisão ou antes de apelar, ele tentava modificar a decisão
com o (1h19), dizendo que queria voltar atrás.
140
Eu tenho recursos que automaticamente admitem juízo de retratação; efeito regressivo. E aí nesse
caso, vai recorrer. Até por uma coisa simples.
Exemplo: Fernando propõe ação em face da Luana e pede que Luana seja condenada a pagar
R$ 2 milhões após todo o tramite processual, ele é julgado procedente e Luana é condenada a
pagar. A Luana vai lá, antes de apelar, e pergunta ao juiz se ele não quer se retratar, e ele fala
que até quer, mas não pode.
O juiz não pode se retratar de uma sentença se a lei não autoriza juízo de retratação na
apelação. E já sabemos que se não é indeferimento da petição inicial, improcedência liminar, ECA ou
sentença terminativa, não cabe retratação. Não adianta pedir, nem se você estiver se apelando e pedisse a
retratação, ia adiantar de alguma coisa.
Mesma coisa chegar lá no tribunal, proferir um acordão que diz: “eu vou fazer o especial, mas
antes disso você não quer voltar atrás não? ”.
Se eventualmente a decisão proferida é passível de recurso e esse recurso admite retratação, vai
recorrer. Recurso não é falta de educação ou falta de respeito com ninguém, recurso é o exercício de um
direito constitucional que nós temos. Tem mais que recorrer.
Não confundam isso com juízo de retratação do efeito regressivo, que aí a lei prevê. E qual o
grande problema do pedido de reconsideração em termos práticos.
Vem uma decisão interlocutória que indeferiu aquela provisória. Ao invés de agravar, fui lá pedi o
juiz uma petição pedindo para reconsiderar/voltar atrás. E o juiz fala que vai analisar. Passados 15 dias
ele ainda não analisou, aí perdi o prazo do agravo. Pedido de reconsideração não tem efeito obstativo!
Vai recorrer, problema do juiz se ele não gostou do recurso.
Uma petição simplificada, duas ou três laudas, pedindo para o juiz voltar atrás. Pelo amor de
Deus, não pede para juiz voltar atrás em sentença, nem pede para o juiz ou tribunal voltar atrás em
acordão, até mesmo porque ele não pode, vai recorrer. Talvez na prática, que efetivamente isso pode ser
útil, essa decisão é irrecorrível, mas não significa dizer que ela é não alterável.
Vamos ver algumas em alguns procedimentos específicos determinadas decisões que não
admitem recurso, irrecorrível por lei. Mas como é uma decisão de caráter interlocutório, ela pode ser
cancelada e proferida outra no lugar.
Você só usa isso na pratica, hoje em dia, mais nessas situações de irrecorribilidade. Não há
necessidade de você fazer um pedido de reconsideração se já há petição nos autos, tem que ir lá e
despachar, se ainda não despachou. É mais ou menos pensar que o advogado cometeu um equívoco, se
ele está em uma situação de urgência, uma situação que exija uma atenção especial, ele simplesmente vai
lá e distribui a petição, protocoliza a petição e não sobe para despachar, ela vai subir para o (1h26). Ele
tem que ir lá, informar que acabou de juntar uma petição e foi lá para despachar.
141
CUIDADO! Esse negócio não interrompe prazo de nada.
Continuação
Sucedâneos Recursais
Parece um recurso, mas nenhum sucedâneo pode ser considerado recurso.
Revisão do caso quando se tem uma sentença condenatória contraria ao interesse da fazenda
pública.
2) CORREIÇÃO PARCIAL
3) PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
Mero pedido para que o órgão volte atrás na decisão proferida, juízo de retratação, melhor
utilização quando não como recorrer da decisão, nem tem previsão e para ser recurso tem que estar
previsto em lei.
Pode vim a ser um sucedâneo recursal, deixa de ser usado como ação constitucional (para
proteger direito líquido e certo) autônoma e passa ser usado para impugnar uma decisão judicial,
encaixa-se a figura do juiz/relator, como autoridade coatora. O juiz profere uma decisão que viola direito
líquido e certo, não é cabível em qualquer decisão.
Cabimento como Sucedâneo: Art. 5° da lei 12016/09. Não pode interpor mandado de segurança
contra decisão judicial, porque em principio cabe um recurso.
143
vinculante pelo STF, e o juiz da 1° vara cível de BH desobedece, não é necessário fazer um
agravo, porque desobedece sumula por isso pode reclamar direto no STF.
A CF só previa as duas hipóteses súmula vinculante, ou decisão de controle de
constitucionalidade concentrado, o código de 2015 cria no artigo 927 o sistema de precedente, amplia
a vinculação, agora pode reclamar se desobedece aos julgamentos de RESP e REXT repetitivos. Aquilo
que for definido pelo TJMG em IRDR, a primeira instancia é OBRIGADA a seguir.
A reclamação garante um acesso rápido a quem teve a competência usurpada ou a quem teve seu
precedente desrespeitado. O que se discute na reclamação pode ser discutido em agravo, apelação, mas
tem um tempo de julgamento muito maior.
Prazo
144
Autoridade Coatora: 10 dias.
Beneficiário Citado: 15 dias.
MP: 5 dias.
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do
processo por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da
contestação pelo beneficiário do ato impugnado.
CUIDADOS:
1. Não cabe reclamação: Se a decisão já tiver transitado em julgado, caberia rescisória, por isso
na pratica utilize o recurso para não perder o prazo.
SÚMULA 734
Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega
tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
2. Não cabe reclamação: Para discutir precedentes obrigatórios em REXT e RESP, antes de
esgotar as vias ordinárias.
145
Não aquela que apresenta algum vicio, chamado de vicio rescisório, 966 que é um rol fechado,
taxativo, interpretado restritivamente de vícios.
Lembre-se que a coisa julgada está descrita no artigo 5°, XXXVI da constituição, sendo assim é
uma garantia constitucional gerando a segurança jurídica. Por isso que para desconsiderar a coisa julgada
tem que apresentar um vício grave.
Não é recurso, é uma ação autônoma de competência originaria de tribunais, não existe
tramitação de ação rescisória na 1° instancia, até pode ser contra decisão de 1° instancia, mas não tramita
na 1° instancia.
Não cabe ação rescisória em juizado especial, se é competência de tribunais, juizado não é
tribunal.
Não é recurso por que ação só é possível depois que transita em julgado e todo e qualquer recurso
tem efeito obstativo, tem um marco temporal que impede que esta ação seja considerada recurso.
Objetiva a desconstituição da coisa julgada material
→ Juízo rescindendo (rescindente) x juízo rescisório
Ação rescisória é divido em duas etapas: juízo rescendente ou juízo rescindendo e o juízo
rescisório. Quem propõe rescisória deseja desconstituir coisa julgada e alcançar um novo julgamento.
Juízo rescindente ou juízo rescindendo: Analise se de fato existe o vício, se provar que existe o
vício vai para segunda etapa.
NÃO É ANÁLISE DE ADMISSIBILIDADE (admissibilidade é aspectos formais), está
em análise o mérito, existe um vício?
Juízo rescisório: Não faz sentido após prover ação rescisória, devolver a mesma para o juiz de
primeira instancia julgar novamente, e possível nova apelação.
É o novo julgamento do caso, não quer dizer que a decisão será diferente daquela
proferida de início, NÃO É OBRIGATORIAMENTE OU AUTOMATICAMENTE A DECISAO
SERÁ FAVORAVEL A AQUELE QUE PROPOE A RESCISORIA.
Exemplo: Fernando cobra uma dívida de Dandara, Fernando ganha na 1° instância, Dandara
apela, mas não altera o resultado, Dandara propõe RESP não é provido, transita em julgado.
Ao analisar caso Dandara percebe que juiz que julgou era incompetente, propõe rescisória, a
rescisória será admitida, porém continua provado de que Dandara devia Fernando, logo
rescisória foi admitida, teve um novo julgamento, mas Dandara ainda será condenada a pagar
Fernando.
A decisão foi rescindida, mas não altera o resultado, vence o primeiro juízo. Normalmente na
mesma sessão, ato continuo, somente se for complexo que se estende. Permite especificação de provas,
novas ou não.
Nem sempre que ocorre o juízo rescindente positivo terá automaticamente o rescisório, vence o
rescindente, mas não vai para segunda etapa.
Um dos argumentos que permite a coisa julgada é a violação da coisa julgada. Fernando propõe
ação contra Roberta, essa perde indignada Roberta propõe em outra comarca (salvador) a mesma ação,
porem Fernando não alega coisa julgada, esqueceu-se da 1° ação (pensa como se Fernando fosse uma
grande empresa), com isso 2° ação é julgada, proferindo uma segunda coisa julgada, essa segunda viola
a coisa julgada da 1°, assim pode-se fazer rescisória da 2° ação, apresenta o vício de violação a coisa
julgada previa. O tribunal concorda que existia coisa julgada previa, e desconstitui a coisa julgada da 2°
ação, se em ato continuo o relator fizer o juízo rescisório, estará violando a coisa julgada da 1°
novamente, estará cometendo o mesmo equivoco que ele acabou de rescindir.
A coisa julgada n°2 viola a coisa julgada n°1, não tem logica desconstituir a coisa julgada n°2
para fazer nova coisa julgada. Assim o juízo rescindente foi positivo, e não terá juízo rescisório.
146
● Adequação Específica (súmulas nº 268 e 734 – STF)
Essas duas súmulas de uma forma ou de outra, reafirmam que a ação adequada, a ação que é o
meio específico para desconstrução da coisa julgada é a Ação Rescisória. E o argumento por trás dessas
duas súmulas é basicamente o mesmo. A ação rescisória é um procedimento bem aberto, uma ação cujo
espaço de debate é razoavelmente grande. Os argumentos são amplos, diferente do mandado de
segurança que trabalha com prova pré-constituída documental, não há a possibilidade de perícia, oitiva
de testemunhas.
O que as súmulas falam, é basicamente que mandado de segurança e reclamação não desfazem
coisa julgada, quem desfaz coisa julgada é a ação rescisória.
Existem duas espécies de coisa julgada, a material e formal. Em tese, só se pensa ação rescisória
em face de coisa julgada material. Não há necessidade de uso da ação rescisória para desfazer coisa
julgada formal. Em regra, em coisa julgada formal não houve análise do mérito, logo, não faz sentido
usar a ação rescisória para isto.
As sentenças homologatórias não dependem para sua desconstituição de ação rescisória, basta
uma mera ação anulatória perante ao juízo que homologou o acordo. Assim como não se propõe ação
rescisória em face de processo inexistente, o clássico caso em que não ocorreu citação e o réu foi
condenado.
A ação rescisória não exige esgotamento das vias recursais. É claro que ninguém vai deixar de
recorrer para só propor ação rescisória, pois a chance de êxito em ação rescisória é muito menor do que
no recurso.
Mas, se eventualmente, o trânsito em julgado ocorrer sem o esgotamento, ainda assim é possível
utilizar a ação rescisória, até porque se fosse exigido somente STF e STJ julgariam.
Qualquer tribunal tem competência para julgar ação rescisória. Basta saber quem será competente
para julgar e, a regra da competência da rescisória, é algo bem simples: compete ação rescisória ao
tribunal de mérito que será desconstituída.
Em algumas situações, a coisa julgada é meramente formal, mas ela impede a propositura da
ação. (Perempção, litispendência e coisa julgada prévia. São sentenças terminativas sem análise do
mérito, mas que não possibilitam uma nova propositura da ação, pois são vícios insanáveis, mas se não é
possível repropositura há uma complicação).
O código prevê que será possível propor ação rescisória contra coisa julgada meramente formal
quando ela impede a propositura de ação. No caso, perempção, litispendência ou coisa julgada prévia.
147
Art. 966, §2º. Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão
transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
O uso da ação rescisória é sempre um uso residual, só pode pensar na ação rescisória se for
possível encaixar o caso concreto em uma das hipóteses previstas no art. 966 e entender que esse rol é
interpretado pela doutrina e jurisprudência de forma restritiva.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; tem
que se dar no próprio julgamento que se pretende rescindir. Aprevaricação deve ser voto vencedor.
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; Não pode ser
relativamente, deve ser impedimento ou incompetência absoluta.
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda,
de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
V - violar manifestamente norma jurídica; Essa violação deve demonstrar que essa norma só
tinha uma interpretação e esta foi violada.
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a
ser demonstrada na própria ação rescisória; Exige a capacidade de demonstrar que a prova base que
fundamentou o juízo de sentenciar era falsa, se não for a prova base, não há que se falar em ação
rescisória. No código velho, falava de prova documental falsa, o que foi alterada.
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Não é erro de interpretação, é
erro de fato, o fato aconteceu, mas o juiz sentencia falando que ocorreu, ou o contrário.
Apresentada em prazo decadencial de até dois anos contados do trânsito em julgado da decisão.
Prazo decadencial o que quer dizer que se ele começou a contar, ele vai acabar.
148
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput,
quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente
forense.
Em prazo decadencial não há suspensão ou interrupção, o que quer dizer que não importa, por
exemplo, que exista um menor no caso.
O código novo reconhece que se há trânsito em julgado parcial (um pedaço transita no TJ outro
no STJ), o prazo só conta do trânsito em julgado final, ainda que se tenha um trânsito em julgado parcial.
O lado ruim, do novo código, se encontra no §§ 2º e 3º, no qual o prazo poderá ser bem maior
que 2 anos.
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo.
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em
julgado da última decisão proferida no processo.
Problema: descoberto o documento flui dois anos, tendo limite máximo 5 anos contado do
transito em julgado, como provar que o documento foi achado em tal data.
Transitou em 10/11/2016 limite ate 10/11/2021, agora se a nova prova foi achada 05/02/2017 tem
dois anos dessa data, difícil será fazer a prova dessa data. Ate 05/02/2019 para apresentar. Se propõe a
ação dia 05/03/2019 o prazo estaria decaído, mas a parte afirma que achou em 15 de março como a outra
parte ira provar que não?
Limite máximo de 5 anos para propor ação rescisória, descoberta a prova nova os mesmo 2
anos para propor. O prazo mais elástico da rescisória 5 anos!
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o
terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento
em que têm ciência da simulação ou da colusão.
Se o 3° descobrir coação daqui 10 anos ele pode propor rescisória? Deve-se ressalvar o código
civil que expressa que o direito nesse caso decai em 4 anos, não tem como a propor a rescisória depois
de decaído o direito. O código não fez essa ressalva, pelo paragrafo parece que assim que descobrir a
fraude tem 2 anos para anular. O problema é que parte da doutrina considera que o prazo decai depois de
descoberto a simulação, muito elástico esse entendimento. O código devia ter colocado um limite.
Coisa soberanamente julgada, não admite nem mais rescisória, depois de 2 anos.
Ampliados para os sucessores, mas a morte não interrompe o prazo, igual interrompe para
recorrer.
Participado ou não do procedimento originário, normalmente são os que fizeram ou poderiam ter
feito intervenção de terceiro, se ele interveio no procedimento originário já é parte na rescisória.
→ Aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
Alguns estão falando que é o amicuscuriae, mas participação dele não é obrigatória.
Não existe possibilidade de efeito suspensivo, ocorreu o transito em julgado nem a execução para
o seu curso.
→ Possibilidade de suspensão;
150
Pode pedir efeito opejudicis, impedindo a execução, se tiver uma prova pré-constituída muito
relevante, pode ser que seja concedido, mais fácil conseguir na rescisória que no RESP e REXT, afinal a
matéria aqui é fática.
Toda e qualquer ação tem um documento indispensável; a decisão judicial a ser rescindida.
Pedido de desconstituição MAIS pedido de novo julgamento. Exceção; 966, V – violação a coisa
julgada- única rescisória que tem apenas um pedido o rescindente.
Exige do autor o deposito sobre o valor da causa. Se de forma unânime a rescisória não foi
admitida, ou não passar no juízo rescindente, os 5% serão entregues a parte contraria. Espécie de
desestimulo para propor a rescisória. Se o autor vencer, ou pelo menos um desembargador concordar
com o autor o tribunal devolve.
151
Beneficiário da assistência gratuita, não te isenta de multa, assim o beneficiário não precisa pagar
no inicio, mas se perder terá que pagar.
Fazenda pública também não recolhe os 5%de inicio, mas no final se perder terá que pagar.
→ Distribui a ação normalmente, se tiver vicio sanável, intima autor para sanar, depois e tudo
verificado, intima-se o réu para apresentar defesa em prazo não inferior a 15 dias não maior que 30
dias (art. 970);
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15
(quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com
ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
Aqui não tem ação conciliatória, citado para se defender. Existe dúvida até se é possível acordo
em rescisória, desconstituir coisa julgada em acordo?
→ Prazo:
Entre 15 e 30 dias; o desembargado tem certa liberdade para escolher de acordo com a
complexidade do caso.
→ Não há verificação dos efeitos da revelia; o ônus da prova é todo do autor, presunção de
veracidade não desconstitui coisa julgada.
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a
competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses
para a devolução dos autos.
Se eventualmente precisar, ira acontecer, mas em juízo de 1º grau, por carta de ordem, dá-se
preferencia para o juízo que conheceu a ação.
● Razões Finais:
Produzidas a provas, volta para o relator, intima as partes para apresentar razoes, prazo de 10 dias
para cada um (art. 973).
Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais,
sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento
pelo órgão competente.
Intime-se Ministério Público (art. 976, p. único), para qualquer ação rescisória, menos se for
parte.
152
Julgamento:
Definido pelo regimento interno, 3 etapas:
1) Admissibilidade: tempestividade, multa de 5% foi paga, legitimidade.
2) Juízo rescidente: analisa o vício
3) Juízo rescisório: novo julgamento
1. Voto completo, o relator já fala se é admissível, se existe vicio, sobre novo julgamento, o próximo
desembargador fala sobre as 3 coisas. Não viável, porque se chega à conclusão que não há vicio
perdeu tempo sobre o julgamento, sendo que ele não era necessário.
2. Lê-se relatório, então coloca em votação a admissibilidade, todos votam, admitido, juízo rescidente,
e assim por diante, claro que tudo fundamentado - mais adequado.
No curso pode ter uma decisão monocrática e ser cabível agravo interno.
Decisão final da ação rescisória depende do grau que você se encontra, pode caber RESP ou
REXT.
A decisão que julga sua rescisória uma hora transita em julgado, cabe ação rescisória do acordão
que julgou a rescisória.
O que eu quero dizer com isso: o IAC existe para que todas as vezes que o Tribunal identifique
um tema ou uma matéria relevante e que ele saiba que essa matéria relevante apresenta uma possível
divergência entre seus órgãos fracionários para que seja possível definir uma linha de interpretação.
Não existindo aquele determinado caso, situações fáticos-jurídicas já ajuizadas pelo poder
judiciário, (02:46), não há ainda essa repetição. A gente vai ver que nessas situações fáticas, que tem 10,
15, 20 mil ações idênticas, já se pensa logo no IRDR, pois o IAC não tem a exigência. Aliás, ele não
trabalha com a ideia dessa repetição de ações iguais, na qual o IRDR vai tratar.
O IAC entra no código de 2015, no lugar da antiga uniformização de jurisprudência do art. 476
do código velho. Se você pegasse o CPC/73 no art. 476 falava da uniformização de jurisprudência; a
possiblidade de no curso do julgamento de recurso, no curso de julgamento de uma ação originária pelo
Tribunal, eventualmente, o julgamento ser suspenso porque existiria divergência de interpretação para
que se definisse uma interpretação e depois, basicamente, aplicasse essa definição a determinado caso
concreto. Mas qual que era o principal problema desse art. 476? Ele não tinha força vinculante, como
veremos que o IAC tem.
154
Aquilo que for definido do IAC se torna um precedente a ser seguido pelos Tribunais em outros
casos semelhantes.
Imagine o seguinte: Fernando produz uma ação em face da Paula e agora estão grau recursal e a
apelação vai ser julgada por uma determinada câmara (06:04). No curso dessa apelação se é julgada pela
Câmara (maior órgão dentro do Tribunal) ou Fernando ou Paula ou MP ou algum desembargador de
oficio levanta mão e fala: Olha, basicamente, eu entendo que aqui existe uma possível divergência de
interpretação com outros órgãos e quero uniformizar a jurisprudência do Tribunal. Então, um órgão
maior, um órgão hierarquicamente superior assume a competência no caso. Imagine que no exemplo
dado quem ia julgar a apelação é a 14º Câmara Civil do TJMG, esse julgamento passaria, p.ex., a ser
julgado por um conjunto de câmaras ou por um órgão especial. Isso dependerá de cada regimento interno
do Tribunal. O CPC não define qual órgão é.
O regimento interno de cada Tribunal vai definir quem tem competência para julgar o IAC, mas
basicamente, o que que está sendo dito é que, vou retirar aquilo que é competência de um órgão menor e
passar para um órgão hierarquicamente superior. Então, em vez da apelação ser julgada pela 14º câmara,
subirá para o grupo de câmaras. Isso chama Assunção de Competência.
O REGIMENTO INTERNO DE CADA TRIBUNAL( 2 INST, STF, STJ, E TC)É QUEM VAI
DETERMINAR QUEM VAI JULGAR O IAC.
Exemplo 1: 1º Câmara do TJMG está em divergência com a 3º câmara. Não teria como a própria
câmara solucionar o problema. Então, quem julga é órgão superior.
Exemplo 2: Nos embargos de divergências, não tem como a 1º turma do STJ forçar seu
entendimento sobre a 2º turma. Pois são turmas de mesma hierarquia, então, deve julgar um órgão
superior.
O IAC, então, trabalha com essa ideia. Eu vou pegar um determinado caso para ser julgado por
um órgão hierarquicamente inferior e transportar a competência, neste caso, por um órgão
hierarquicamente superior e a decisão que vai ser proferida JULGA o caso.
Então, naquele exemplo dado Paula x Fernando, a apelação que seria julgada pela 14º câmara
cível, será levado para um grupo de câmaras. Este julgará o caso de Fernando e Paula. Ele que vai definir
a tese aplicável a situação e por aí vai. Vai criar um precedente, que será observado pelos órgãos
jurisdicionais dentro da competência daquele Tribunal. Ou seja, o IAC foi feito pelo TJMG, ele vai
definir a interpretação na competência territorial do TJMG. O IAC foi feito no TJ da BA, então
competência territorial da BA.
155
OBS: O IAC surge no momento em que está em grau recursal. O IRDR não, neste você pode está lá na
1º instancia da comarca de Moçambique e suscitar o IRDR, exatamente por essa repetitividade. E o IAC
não tem essa característica de repetição. Então, se o caso que estou discutindo com a Paula é um caso
que apresenta repetição em várias outras situações fáticas jurídicas, aí se usa o IRDR e não o IAC.
O que quero dizer, é que não tem como eu chegar no TJMG e falar: olha, eu gostaria de propor
um IAC para definir se pode ou não pode fazer concurso da PM. Não tenho competência para isso.
Agora, se num caso na qual eu sou autor (parte) e isso está sendo discutido, aí sim posso fazer o
requerimento do IAC.
As partes;
MP (como parte ou fiscal da lei);
Relator que atua no caso, seja ele relator do recurso, da remessa ou do procedimento
originário;
Defensoria Pública.
Uma dessas 3 figuras fazem o requerimento. E é claro que esse requerimento já tem que ter a
capacidade de comprovar a existência da divergência.
Então, eu já tenho que ter a capacidade de demonstração da existência dessa divergência. Se esse
IAC for aceito haverá a transferência da competência. Isso se dá nos termos do regimento interno, isto é,
cada Tribunais é quem vai definir o competente para julgar esse incidente. E obviamente, os colegiados
de maior hierarquia. As câmaras ou turmas não terão essa competência. Isso vai ser, como foi dito, pelo
regimento interno. É possível que cada Tribunal de forma discricionária escolha quem vai fazer essa
análise, mas tem que ser órgão superior.
Exemplo: imagine que vocês estão no STF. E lá tem a 1º turma e 2º turma e pleno. Lá só tem
um órgão para julgar o IAC.
Diferente no STJ que tem:a Corte, tem a 1º sessão, 2º sessão, 3ºsessão e depois vem 1º/2º turma;
3º/4º turma e 5º/6º turma. Excluídas as turmas, os outros quatros órgãos podem ter competência, vai
depender do regimento interno.
Porque volta na discussão que tivemos sobre os embargos de divergência. Num determinado
caso, eu tenho uma discussão ‘n” a 1º turma do STJ e a 5º turma. Quem vai julgar esse incidente é um
órgão que tenha hierarquia sob as duas turmas em discussão. A sessão não vai ter essa capacidade.
Porque a sessão que fica em cima da 1º turma é a 1º sessão e da 5º turma é a 3º sessão.
156
Exatamente por essa complexidade interna de cada Tribunal é que o CPC não vai se meter nesse
assunto. Ele não vai dizer isso nunca: eu quero fulano que julgue o IAC. O CPC vai deixar a cargo de
cada Tribunal com sua estrutura. Afinal de contas, vocês têm alguma dúvida que TJMG é um tribunal
menor do que o TJ de SP, mas ao mesmo tempo muito maior que o TJ, por exemplo, do Acre, Mato
Grosso do Sul, Rondônia e por aí vai. A estrutura desses Tribunais é definida exatamente pelos seus
regimentos internos. Por isso que é hoje devido essa transferência, quem julga o feito.
Basicamente, o que vai acontecer: Imagine que vocês têm uma apelação: Fernando x Paula. Na 3º
câmara. E alguém suscita o IAC. É definido, vai para um órgão “x” superior e este vai uniformizar a
jurisprudência no caso. Ele vai julgar a apelação como seria julgado lá embaixo. Só que a tese definida
vai vincular, vai ter FORÇA VINCULANTE. E, aquele caso, Fernando x Paula está julgado. A decisão
proferida é de cumprimento obrigatório naquele caso. E somado a isso, o órgão superior está
uniformizando essas posições que são contraditórias, que são divergentes, dizendo: a partir de agora
estou dando o sentido “x”.
Exemplo: 3º vara cível divergir da 5º e da 6º. Define-se uma linha de interpretação e todo
mundo vai ter que seguir essa linha de interpretação.
EX:QUEM JULGA O IAC FOI A CORTE DO STJ, TODOS OS TJ, TRF, JUIZOS DE
PRIMEIRO GRAU SERÃO OBRIGADOS A SEGUIR O ENTENDIMENTO DO IAC .
O IAC NAO SÓ JULGA O CASO CONCRETO COMO TRAS PRECEDENTES
VINCULANTES.
Lembra-se: se IAC é do TJMG a força de vincular só é dentro da sua competência territorial. Não há
possibilidade de vocês exigirem o cumprimento do IAC do TJMG lá na Bahia, p.ex.
Assim como não há possibilidade de vocês exigirem o cumprimento do IAC do TJMG na Justiça
Federal. “Cada macaco no seu galho”. Pois cada um tem a sua competência territorial.
Se eventualmente, vocês tiverem o IAC em Brasília o STJ ou STF, aí sim você, realmente, terá
uma decisão de cada território nacional.
Exemplo: Fernando estava na 3º vara cível com a Paula, discutindo matéria “x” era suscitada
a uniformização do art. 476; suspendia o julgamento da apelação, subia para definir a
uniformização e depois de definido devolvia a tese para 3º câmara para que esta julgasse o
recurso. Eu não tinha o deslocamento da competência. O que passa ter agora com CPC/15 e
somado a isso eu vou vincular todo mundo que está pra baixo, tendo todos que seguir aquela
decisão.
Quando um órgão especial julga uma tese jurídica, ele não vai precisar analisar os aspectos
fáticos do caso concreto, tipo rever as provas etc.
157
Agora, quando ele faz o julgamento do IAC ele tem que julgar o caso por completo, tem que
analisar o aspecto fático-jurídico e solucionar a questão. Pode até ser que demore um pouco mais, mas
no antigo, basicamente, eu devolvia para outro ainda proferir um acórdão julgando o caso. Agora, seu
caso já está julgado. E no outro eu não tinha força cogente, podia aparecer no dia seguinte outro Acórdão
de outra câmara em sentido distinto.
Com IAC agora não pode, pois agora vincula. Ainda que gaste um pouquinho de mais tempo para
julgar o IAC do que eu gastava para uniformização do art. 476, mas pelo menos agora defina-se a tese.
CÓDIGO DE 73 FOI CRIADO PARA CRIAR CASOS INDIVIDUAIS, COM O TEMPO FOI
APARECENDO LITIGANCIA REPETITIVA. NAO EXISTIANO CODIGO DE 73 NENHUM
INSTRUMENTO PARA OS TRIBUNAIS DE 2 GRAU RESOLVEREM QUESTOES REPETITIVAS.
Também trabalha com uniformização, mas para o uso do IRDR é necessário demostrar que há
repetição desta questão, em vários outros casos idênticos.
O uso do IRDR exigi a demonstração dessa grande quantidade demanda. Se não consegui
demostrar essa grande quantidade de demanda de ações versando sobre a mesma questão, então melhor
pensar no IAC.
Pode suscitar o IRDR desde a 1º instancia. O quem não tem como fazer no IAC.
Exemplo: Vocês estão lá na 1º vara cível da Comarca de Alfenas. Só que vocês já sabem que
determinada matéria é de grande repetição. Alguém aqui duvida que se BH vocês estão
discutindo litisconsorte em um contrato bancário, lá em Alfenas vocês estão também
discutindo isso!?
NÃO TEM IRDR SOBRE FIXAÇÃO DE VALOR DE ALIMENTOS, POIS AQUELE QUE VAI
PAGAR OU RECEBER VAI TER QUE VER CASO A CASO. O IRDR É VIAVEL EM CASOS DE
QUESTÕES DE DIREITO RELEVANTE.VAI DEPENDER MUITO DA ESTRUTURA DA COMARCA,
ESSA MULTIPLICIDADE PODE TER UM NUMERO INDEFINIDO POIS DEPENDE DA ESTRUTURA
DE CADA TRIBUNAL.
TEM QUE MOSTRAR QUE TEM CASOS IGUAIS SENDO DISCUTIDO DE MANEIRAS
DISTINTAS ENTRE VARAS DISTINTAS. FALTANDO UM DESSES DOIS REQUISITOS VAI SER
INDEFERIDO.
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente
de direito;
1) Demostrar que existi essa multiplicidade de ações que versem sobe o mesmo tema, discutindo
matéria apenas de direito
2) Demostrar que existem decisões/entendimentos que são divergentes.
É relevante demostrar isso porque querendo ou não o IRDR tem uma questão que é a capacidade
de julgamento ao mesmo tempo de várias ações, definindo a tese para várias ações, mas eu tenho que
demonstrar que é possível a existência de decisões contraditórias, o que traria insegurança jurídica.
Exemplo: meu caso versos Ana é igual o caso da Paula x Joao, igual o caso da Isabela x
Dandara e por aí vai. Eu suscito o IRDR. O IRDR vai julgar o meu caso, eu vou ter a
159
transferência da minha ação versos Ana, que está em 1º instância para um Tribunal? Não! O
meu caso com Ana, vai ficar sobrestado, paralisado enquanto se julga o IRDR. Mas a tese
jurídica definida pelo IRDR vai ser replicada para todos os casos, inclusive o meu.
E aí está mais uma diferença. O IAC um órgão assume a competência do outro. No IRDR isso
não vai acontecer. No IRDR, eu tenho a suspensão daquela determinada discussão. Definida a tese
jurídica pelo Tribunal, as ações voltam a tramitar.
→ Vedação: Análise prévia ou em curso por um dos tribunais superiores com relação ao
mesmo tema de direito material ou processual (art. 976, § 4º)
Por que o IRDR foi criado? Isso explica claramente o porquê que só os Tribunais de 2º grau
fazem o IRDR, por uma coisa muito simples: quando vocês têm tese repetitiva no STJ, vocês vão fazer
Resp repetitivo. Quando vocês têm tese repetitiva do STF, vocês irão fazer Rext repetitivo.
O STF e STJ, desde 2006 e 2007, já tem sistema de julgamento coletivo para demandas que são
idênticas. A gente conversou há 10/15 dias atrás sobre isso, quando a gente falou de Resp e Rext. Os
tribunais de 2º não tinham instrumento para fazer enfrentamento desse tipo de litigância e até surge essa
possibilidade.
No CPC/73, tinha o art. 542 e 543, que permitiam ao STF e ao STJ fazer um julgamento coletivo
para essa grande quantidade de recursos iguais. Em tese, o Resp discutia a matéria “x”, julga 10 mil ao
mesmo tempo e a decisão que sair dali é coletiva.
Se eu tenho 10 mil Resp que discutem um tema “x”, vocês concordam comigo que esses 10 mil
especiais um dia já foi 10 mil petições iniciais, 10 mil contestações, 10 mil despachos, 10 mil sentenças
etc., se eu já tenho 10 mil Resp discutindo o mesmo tema, quantas mil ações em 1º grau de jurisdição
estão tramitando discutindo aquele mesmo tema? Eu só tinha um sistema de enfrentamento de
julgamento de demandas repetitivas que era lá no STF ou STJ.
Ele trouxe essa possibilidade de enfrentamento de questões coletivas aos Tribunais de 2º grau. Eu
entreguei nas mãos dos tribunais de 2º grau a possibilidade de fazer esse julgamento.
160
OBS:NÃO TEM IRDR EM STF E NEM NO STJ.
Lembra-se que eles já têm os seus sistemas próprios de enfretamento de litigância repetitiva, que
seria Resp repetitivo e Rext repetitivo.
Na hora que vocês estiverem do STJ como relatores receberem esse requerimento de IRDR,
vocês têm que ter a consciência de que essa tese que vocês querem discutir aqui no IRDR já foi discutida
no Resp repetitivo ou no Rext repetitivo ou está sendo discutida no Resp ou Rext repetitivo? Se sim, o
IRDR não aceita.
Até por uma coisa muito simples, olha que coisa mais esdrúxula: está sendo desenvolvido no STJ
um Resp repetitivo para definir taxa de comissão de permanência de contrato bancário. Ai o TJ vai lá e
instaura o IRDR. Vocês concordam comigo que a definição da tese do Resp vai vincular todo o país!?
Primeiro, porque perder tempo fazendo IRDR se já está sobrestado o Resp repetitivo e cúpula ao definir
o Resp repetitivo vai vincular o país inteiro. E segundo, a decisão do IRDR é conflitante ou contraria ao
Resp repetitivo.
Portanto, se já existiu no passado Resp ou Rext repetitivo ou se está em tramitação Resp ou Rext
não é possível instaurar IRDR sobre aquele tema.
E aí, o nosso TJ já fez uma bobagem, pois ele instaurou o IRDR para definir se o tatuado podia
fazer concurso público para PM no estado de Minas Gerais. E isso já estava sendo discutido em Brasília
pelo STF.
161
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à
demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.
Por que?
As partes;
MP;
Juiz (pode ser eventualmente, de 1º instância ou de 2º grau - Desembargador);
Defensoria Pública.
Não! Pois tem que ser o relator. Desembargador ou relator ministro. Dependendo de qual
Tribunal nós estaremos.
Como IRDR trabalha até mesmo com as ações que estão lá na Comarca de Muzambinho, que
acabou de começar. O juiz aí tem que decidir de forma ampla. O juiz que controla o procedimento lá no
1º grau de jurisdição ou o juiz que controla o procedimento dentro do Tribunal, o que a gente chama de
Relator.
Art. 979 A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica
divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça.
162
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da repercussão
geral em recurso extraordinário.
O IRDR ao ser distribuído passa para uma análise de cabimento ou não. Principalmente, se estão
presentes os requisitos, que são: multiplicidade de ações que versam sobre o tema e divergência de
entendimento; somado a isso, não adianta conseguir demostrar os requisitos se já existir Resp ou Rext
repetitivos, pois se já existir o IRDR não será instaurado.
Mas vamos supor que foram comprovados os requisitos e seu IRDR foi instaurado. Isso será
encaminhado para um Relator dentro do Tribunal (não se esqueçam de que quando um procedimento
tramita no Tribunal recebe a figura de relator, sem exceção).
Dará ampla publicidade ao IRDR (art. 979). Cada Tribunal, cada um com sua competência,
tem que manter um sistema de divulgação eletrônica de quais IRDR’s já existem, quais estão
em tramitação e quais já foram, eventualmente, julgados.
Até para facilitar essa divulgação da informação de que p.ex., ou seu caso será sobrestado e não
vai continuar tramitando (IRDR não julgado), mas também por outro motivo, por exemplo., todo mundo
aqui está processando o Estado, todo mundo aqui na sala é tatuado e todo mundo aqui está querendo ser
PM.
O João já instaurou o IRDR validamente, foi aceito pelo TJMG. Isabela pode instaurar o
IRDR de novo?
Não. Ninguém mais pode instaurar. Pois só terá um IRDR sobre o mesmo tema.
Essa ampla divulgação que será dada ao IRDR, inclusive através da internet e que fique bem
claro que cada TJ, cada TRF, o próprio STJ e STF, através da figura do Conselho Nacional de Justiça,
vão ter um sistema geral de divulgação de editais e o novo CPC exige isso.
Procedimento:
163
→ Oitiva das partes e interessados – prazo de 15 dias
Encaminhado para este Presidente, manda distribuir para um determinado Desembargador e que
se torna o relator do caso. Compete a ele a condução do seu IRDR. Assim como compete a um relator a
condução da Apelação, a condução da remessa do exame necessário, ação rescisória.
Feita a distribuição, aceita o nosso IRDR é emitido uma ordem de suspensão. Todos os processos
que tramitam na competência territorial daquele Tribunal ficarão suspensos.
Exemplo: Fernando está discutindo com Ana lá na comarca de Nova Lima. Ou Fernando ou
Ana ou juiz de oficio ou MP, seja lá quem for instaura o IRDR. Vai lá e apresenta a petição.
Distribuído para o Relator, ele vai ver se estão presentes os requisitos e emiti uma ordem de
suspensão. O caso, Fernando x Ana para de tramitar, mas ele continua ainda na Comarca de
Nova Lima.
Lembra-se que IRDR não retira a competência do órgão originário. Diferente no IAC.
Feito isso, esse relator depois emitir essa ordem de sobrestamento, que pela lei dura até 1 ano
(Lembra-se que o IRDR tem ordem preferencial de julgamento, só perde para processo que envolve réu
preso e para Habeas Corpus, tirado isso, ele é julgado antes do restante).
Art. 980 O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais
feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista
no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário.
164
A gente vai ter uma série de atos de complicação praticados por esse Relator:
1. Informações pelos órgãos: O IRDR veio lá da 1º Vara Cível da Comarca de Nova Lima. Mando um
oficio lá para comarca de Nova Lima para apresentarem argumentos daquele determinado tema. Eu
intimo o órgão competente para o julgamento da causa da onde sair o IRDR para que ele apresente
argumentos que sejam relevantes do tema, para que apresente melhor a situação, pelo prazo de 15
dias.
2. Oitiva das partes e interessados: Eu intimo eventuais interessados, bem como as partes no
procedimento originário para que no prazo de 15 dias se manifestem.
A ação que gerou o IRDR suspende os processos pendentes, portanto, todas partes deveriam ser
chamadas/ intimadas para serem ouvidas. A opinião do professor é que isso não acontece.
Exemplo 1: IRDR de João x Ana, suspende ação de Dandara x Isabela; Fernando x Paula
etc., então todos deveriam ser intimados.
Exemplo 2:Tem 15 mil ações tramitando no Estado de MG em 1º e 2º grau. Vamos deduzir
que tem 2 pessoas em cada ação. Isso dá 30 mil manifestações. Por isso, que o professor fala
que não ocorrerá a oitiva de todas as partes.
O MP sempre participa do IRDR, salvo se é ele que instaura.se ele que instaura não poderá ele
ser ouvido. Porque normalmente quando ele instaura o IRDR, ele não é fiscal. Se ele é autor não será
ouvido.
Art. 981 Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente procederá ao
seu juízo de admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos do art. 976.
II – poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o
objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias;
III – intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde
tramita o processo suspenso.
165
especial, a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que
versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.
§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for interposto
recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no incidente.
Art. 983 O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e
entidades com interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, poderão requerer a
juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito
controvertida, e, em seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.
§ 1º Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência pública, ouvir
depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
Julgamento:
→ Sustentações orais
QUEM GEROU O IRDR VAI TER 30 MIN PARA FALAR. E 30 MIN PARA A OUTRA
PARTE.
→ Votação
Art. 978 O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre
aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica
julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se
originou o incidente.
b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre todos, sendo exigida
inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
166
§ 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados
concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.
Art. 986 A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício
ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
Como funciona o julgamento do IRDR: vamos supor que vocês já passaram pela distribuição da
petição e foi aceito. Teve uma ordem de sobrestamento e chegou o dia da sessão.
Todo procedimento dentro de um tribunal tem um relator. Todo relator faz SEMPRE um relatório.
Não tem como haver julgamento liminar monocrático.
Depois que ele ler o relatório, as partes do procedimento mais o MP se manifestaram. Expondo
suas razoes (sustentação oral). Depois que eu tiver essa sustentação oral vota-se o IRDR.
E a decisão que foi obtida vai ser replicada para todos os casos que tenha julgamento na
competência territorial daquele tribunal.
Dessa decisão que julga o IRDR é possível vocês pensarem em Resp ou Rext. E aí tem algo
interessante, pois o IRDR pode acabar virando um negócio de âmbito nacional (art. 987)
Exemplo: vocês estavam discutindo um tema em IRDR em MG. Vem a decisão num sentido
“x”. Só que vem a Paula e faz recurso especial. O STJ entende que esse tema é de repercussão
nacional. Ele não pode em Resp suspender a tese inteira? A mesma coisa o STF em Rext.
O tema que estava sendo discutido no IRDR suscitou o Resp ou suscitou o Rext.
Mais uma vez: o STF e o STJ não vão instaurar em julgar em IRDR. Isso não é competência
deles. Mas se o tema discutido em IRDR chega lá em cima, o que vai acontecer? Se eu tenho Resp e o
STJ entender que a matéria é relevante no país inteiro, ele emite uma ordem de suspensão no país inteiro.
E aí terá que esperar o julgamento do Resp.
CUIDADO COM ESSE ART POIS É ELE QUEM DEFINE O ALCANCE DO IRDR.A
TESE FIRMADA DO IRDR VINCULA TAMBEM A ADM PUBLICA.
I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e
que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados
especiais do respectivo Estado ou região;
167
II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no
território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.
§ 2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido
ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora
competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese
adotada.
§ 2º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os processos individuais
ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito.
SE AQUELE QUE PROPOS QUISER DESISTIR, PASSA PARA O MP, ELE QUEM VAI
SEGUIR.
Exemplo: Ana que solicitou o IRDR. E ela desisti porque percebe que o IRDR será julgado
sentido contrário a posição dela. A desistência dela não acaba com a tramitação do IRDR.
Quem assumirá será o MP.
168
§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer
de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente
novamente suscitado.
Eventual decisão que virá e fala que você não preencheu os requisitos para propor o IRDR; então,
ele não vai ser instaurado. Proferida hoje, não impede que há daqui 2,3 dias alguém queira novamente
instaurar outro IRDR.
É claro que se eu tive o IRDR e ele foi processado e julgado, a decisão vincula todos os casos.
Não podendo, portanto, ser reproposto.
Vamos imaginar que a Paula instaura o IRDR. Vai lá e apresenta a petição, só que ela não
preencheu todos os requisitos. Ela não consegue demostrar, por exemplo, a multiplicidade de casos
idênticos. O Tribunal fala: Paula sinto muito, não vou dá processamento ao seu IRDR.
Isso não impede que ela ou outrem de repropor no futuro, comprovando os requisitos.
Processo Civil
Precedentes
Arts. 926/928
O LEGISLADOR APOSTA MUITO NA FIGURA DOS PRECEDENTES MAS ELE NAO VAI
RESOLVER TODOS OS PROBLEMAS.
1) ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Para começar a entender porque o código adotou o sistema de precedentes, é que basicamente,
via de regra, o direito processual e a própria organização judiciária brasileira, é que ele sempre foi
pensada para dois tipos principais de litigância:
Tipos de Litigiosidade:
É muito comum no nosso estudo, e mesmo no nosso direito, pensar sempre casos
individualizados. E que fique claro, que os códigos anteriores, pensavam única e exclusivamente neste
tipo de procedimento.
b) Coletiva
Exemplos: “Uma ação civil pública proposta, ou uma ação popular, uma ação coletiva de
consumo”.
O que eu quero dizer, o direito pensando em direitos difusos, coletivos, cria uma espécie de um
microssistema, principalmente ação civil pública em face do direito do consumidor de ações coletivas,
em que eu tenho direitos coletivos que serão em juízo debatidos e analisados por um ente representativo,
o direito processual e coletivo brasileiro ele sempre adotou a ideia de que eu tenho um ente que propõe
uma ação e basicamente este ente que propõe uma ação representaria toda a coletividade, dentro de um
determinado dano ambiental ou dentro de determinado direito de ordem econômica tributária, vai lá o
MP e propõe, ou uma associação de defesa do consumidor e propõe uma única ação.
O que o direito brasileiro nunca trabalhou de forma muito adequada, digamos assim, pensou de
forma muito adequada é que a cada dia que passa vocês vão trabalhar muito mais com um terceiro tipo
de litigância que é muito próprio por exemplo de áreas como direito tributário, direito previdenciário,
direito do consumidor, vocês tem dentro do judiciário brasileiro a cada dia que passa, uma litigância de
massa = significa que tem uma quantidade enorme de ações idênticas que versam sobre um mesmo
tema, sendo a cada dia apresentada no judiciário brasileiro, qual é o problema, lá no processo coletivo
temos UMA AÇÃO que discute o interesse de cem mil, duzentas mil pessoas, na litigância de massa
não funciona dessa forma, e via de regra são direitos individuais homogêneos que cada uma das
pessoas que tem um direito isolado vai lá e ajuíza uma ação, propõe uma ação própria.
Exemplo: Vamos imaginar que por ventura o governo modifica alguma regra relativa ao
FGTS, como efetivamente ele fez, quantas mil pessoas serão afetadas? Milhões, que irão
processar a União ou a CEF em busca de um mesmo pedido com a mesma resolução jurídica.
170
Dificuldades da dogmática processual tradicional no enfrentamento da litigiosidade repetitiva
O problema é que o direito brasileiro, em especial o direito processual civil, e mais ainda a
estrutura do judiciário brasileiro, não foi pensado para esse tipo de estrutura.
→ Abarrotamento do judiciário
A diferença entre eles é que um tem a condição de contratar advogado ao longo do ano inteiro, e
o outro vai sozinho à audiência, e do outro lado um representante da empresa.
QUANDO TEM MUITAS AÇOES SOBRE UMA TEMATICA ESPALHADAS PELO BRASIL
AUMENTA MUITO A POSSBILIDADE DE DECISOES DISTINTAS. ASSIM, PROBLEMA DE
SEGURANÇA JURIDICA.
Decisões que tratam de um mesmo tema, matéria com resultados distintos, e isso em termos
processuais, tem que ter uma organização para evitar quebras de isonomia e coisa do tipo.
2) PRECEDENTES JUDICIAIS
O legislados escolheu um sistema de precedentes obrigatórios, a ideia é pegar algo que não é da
origem, do meu país, e aplicar por entender que se eu tiver decisões fortes de tribunais, principalmente
de tribunais superiores e forçar as instâncias inferiores “copiar e colar” essas decisões eu vou conseguir
enfrentar o problema. (Pode começar a pensar que a chance de isso dar certo é quase 0).
Está ligado ao sistema common law, que é completamente distinto do nosso sistema jurídico.
Lá na teoria geral dos processos, vimos que o os países têm dois tipos de procedimentos:
→ Ruleofprecedent (Inglaterra)
Distinções Necessárias:
Precedente é uma forma de PENSAR o direito e não de enfrentar a litigância de massa (o juizado
foi pensado para enfrentar a litigância de massa) e o problema é o próprio Brasil não consegue entender
que uma coisa é precedente e outra coisa é jurisprudência.
O precedente é um caso concreto, julgado por alguma corte, que em virtude da relevância da
matéria debatida, basicamente vai ter a interpretação de um órgão jurisdicional entendendo que aquilo
gera uma espécie de modelo, uma espécie de paradigma para julgar casos futuros.
Para entender um precedente é necessário saber que ele tem dois aspectos:
c) SÚMULA: resumo / síntese das teses jurídicas vencedoras que compõem a jurisprudência
dominante de um tribunal.
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Exemplo: Caso de Madley X Madson
Pode ou não um juízo inferior que não o STF ou STJ declarar a inconstitucionalidade de uma
norma.
b) OBITER DICTUM
Argumentos marginais, vão gravitar em um ponto, mas não vai atingir a transcendência.
c) DISTINGUISHING
Capacidade de analisar um precedente e compreender que tal não se aplica ao caso, porque é
diferente.
Como?
Principalmente pelo aspecto fático, pelo aspecto jurídico é muito fácil, o problema é o caso.
d) OVERRULING
Superação do precedente é virar e falar “Sabe aquele precedente que existia? Não penso mais
dessa maneira”.
3) PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS
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III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas
repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação
do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos
termos do art. 241.
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação
do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no
prazo de 15 (quinze) dias.
O juiz pode receber uma inicial e julgar todos os pedidos improcedentes, porque já tem
entendimento anterior que o autor nunca tem razão neste caso.
O precedente não é aplicável, mas tem que explicar o porque, se existe um precedente sobre o
tema, cabe ao juiz falar sobre o precedente na decisão.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em
que:
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Existe reclamação para duas coisas: fazer com que o tribunal exerça sua competência que esta
sendo usurpada por alguém, mas também vai fazer com que o precedente ao tribunal seja cumprido.
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Processamento de RE e RESP nos tribunais de origem (art. 1.030, incs. I, b, II e III)
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão
conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação
dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei
nº 13.256, de 2016) (Vigência)
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o
acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos
repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não
decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de
matéria constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016) (Vigência)
Fim:
Criar precedente vai diminuir o número de demandas em massa? Não, se um juiz julgar 1000
casos essa semana, não adiantou de nada, porque muito provavelmente na mesma semana vão chegar
mais 150 casos, aí na próxima semana ele trabalha bastante e julga mais 100, e chega mais duzentos e
por ai vai. É claro que o brasileiro tem que entender que determinadas questões não deveriam ser levadas
ao judiciário.
Basicamente se tiver ideias bonitas no papel e não na prática, não vai adiantar de nada.
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