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Aula 1 – 24/2/2016
Há manuais que falam em Direitos Reais e Direito das Coisas. Alguns autores
dizem que reais são mais abrangentes; outros dizem que isso decorre de uma
tradição histórica ao nominar. Em Portugal, na Áustria e na Alemanha, fala-se
em Direito das Coisas; na França, em Direitos Reais. No Brasil, há ambas as
formas, não havendo diferença entre se falar um ou outro. A posse é citada,
primeiramente, antes da propriedade, no Código Civil brasileiro. Há uma
discussão doutrinária sobre o lugar que ela deveria ocupar. É considera um
“fantasma” nos Direito Reais. A posse é considerada uma exteriorização da
propriedade.
Classificação
A coisa, em Direitos Reais, não é qualquer coisa. O ar, p.ex., não é, porque
não há o interesse em apropriar-se do ar. A água, p.ex., pode ser relevante ou
1
Professor Leonardo Zanini. Anotações: alexandrepastre@yahoo.com.br
1
não: a da chuva, p.ex., não. As coisas que não são raras, não são abundantes
e não interessam economicamente, não interessam aos Direito Reais.
Há bens que não são coisas, tais como o direito à liberdade, direito à honra e à
vida.
Outras características:
2
Exclusividade: não há possibilidade de duas ou mais títulos de
propriedade, com o mesmo conteúdo, sobre a mesma propriedade. Um
imóvel registrado não pode ser registrado em nome de outra pessoa.
Difere-se de uma copropriedade, na qual dois ou mais podem ser
proprietários (há simultaneidade e não exclusividade);
Direitos Reais: estão enumerados pela Lei (em leis esparsas ou no CC)
– a enumeração é taxativa (numerus clausus)
Os direitos reais podem ser criados por decreto? Não, apenas por lei.
Aula 2 – 25/2/2016
Posse
Posse não pode ser confundida com propriedade. São institutos diferentes. Há
uma sobreposição das coisas: às vezes são distintas, às vezes se confundem.
Ius possessionis3 – é o contrário. Trata-se de uma relação de fato que pode vir
desacompanha de um direito. Não há um ato jurídico, um contrato que vincule
a pessoa à terra. Por permanência na terra, a pessoa obtém o ius
possessionis.
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1) proteção possessória; 2) possibilidade de gerar a usucapião (adquire-se a
propriedade por permanência durante um tempo em imóvel). Não é qualquer
posse que gera a usucapião.
Teorias da posse
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Turbação -> PERturbação
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O correto é A usucapião (no feminino)
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e Ihering, mais recente que Savigny (alguns dizem que o Brasil a adotou,
sendo a versão mais aceita); outros consideram que ela eclética. Ihering fez
duras críticas ao anterior. Propôs um novo entendimento da posse. Para ele a
posse não é a mera detenção da posse e, sim, como o proprietário age em
face da coisa. O animus é, para ele, considerado como parte do corpus,
estando dentro dele.
Exemplo dado por Ihering: um lavrador que deixa a colheita no campo continua
sendo o seu posseiro (há o ânimo de recolhê-la). É a sua forma natural de
agir6.
Aula 3 – 2/3/2016
CC e Teoria da Posse
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Não há necessidade de provar a posse. O corpus é suficiente para comprová-la.
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O aspecto normal da relação do proprietário com a coisa constitui a posse.
8
O pássaro capturado é a situação normal para o possuidor.
5
Clóvis Bevilácqua, autor do Código de 1916, diz que o Brasil adotou a teoria de
Ihering; para outros, é mista.
Natureza da posse:
Este conceito é feito juntamente com os artigos 1.198 e 1.208 do CC. A posse
é a exteriorização do domínio.
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Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade.
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O rol não é taxativo, mas não se encontra a enumeração em outra lei
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qualquer momento. É possível também em caso de descumprimento de
contrato.
Posses justa e injusta: pelo art. 1.200 do CC é justa a posse que não é
violenta, clandestina (feita às escondidas) e precária. É traduzida pela
expressão vis clam et precario (advinda, portanto, do Direito Romano, com
mais de dois mil anos12). Violência (utilização de força injusta): roubo;
clandestinidade (ocupação de forma clandestina, às escondidas, de forma a
ocultar o comportamento para que não seja descoberta a apreensão física do
bem): furto; precariedade (recebimento da coisa para depois devolvê-la, como
no caso do usufrutuário, comodatário e depositário; o locatário que permanece
no imóvel tem detenção precária): apropriação indébita.
Aula 3 – 3/3/2016
Pelo art. 1208 do CC14, por não falar em “precariedade”/não fazer previsão a
respeito, a detenção precária não convalesce/jamais convalesce, ou
seja, continua precária: não induz posse, nem mesmo injusta. Portanto, a
detenção precária não tem proteção possessória. É um entendimento
majoritário da doutrina.
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É o caso de condomínio (com + domínio): domínio conjunto
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Cerca de 1,5 e 1,6 mil artigos são de origem romana
13
O convalescimento é a passagem da posse injusta para a posse justa.
14
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a
sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
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Há uma contraposição entre os artigos 1.203 e 1.208 do CC. Pelo 1203, a
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posse mantém o caráter com que adquirida, salvo previsão em contrário (quer
dizer que, se uma propriedade foi adquirida de forma injusta, ela continuará
sendo injusta); já o 1.208, pela presunção juris tantum, fala que há o
convalescimento.
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fé entre os tipos subjetivo e objetivo: Treu und glauben (confiança e
credibilidade).
Idade da Posse18
O sem terra invadiu a terra, cessada a violência, tem a posse nova. Passado
um ano e um dia, passa a ser posse velha. O prazo é contado a partir do
momento em que o sem terra entrou na posse.
Ação de força nova e ação de força velha: o prazo é contado a partir de um dos
vícios que levaram à ação possessória: a data do esbulho, da turbação ou da
ameaça para entrar com uma ação de força nova ou força velha.
Ocorreu um esbulho hoje: a ação é de força nova. Passado ano e dia, a ação é
de força velha. Para que isso serve?
Pode, então, ocorrer posse velha na ação de força nova ou velha. Assim como
é possível ter uma posse nova na ação de força nova ou velha.
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Dias a quo: o dia começa a ser contado; dias a quem: o dia que termina a contagem?.
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Posses pro diviso ou pro indiviso: resultado de uma construção
jurisprudencial.
Exemplo: dois irmãos são donos de uma fazenda, ambos têm composse, mas,
de repente, um deles quer ser dono sozinho de uma parte e resolve cercá-la.
Então, entra com uma ação possessória contra o outro. A jurisprudência tem
permitido a divisão da área, visando a harmonização. É a posse pro diviso.
Aula 4 – 9/3/2016
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A ocupação do imóvel é uma forma de apreensão e aquisição da posse. Uma
coisa com dono também pode ter a aquisição de um possuidor.
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Em Direito das Sucessões, há herdeiros e legatários. Os herdeiros recebem a título universal; os
legatários recebem a título singular (são determinados pelo testamento: o cachorro, p.ex., é um legado
– aquisição a título singular).
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Trecho colorido: a posse viciada, a título singular, não precisa ser juntada à
posse não viciada.
Saisina (do verbo francês saisir) – antes mesmo do inventário, os filhos são
compossuidores (sucessores a título universal). Por uma ficção jurídica
considera-se que há a transmissão automática.
Exemplo:
Aula 5 – 10/3/2016
12
Perda do objeto material: destruição do bem perda da posse. Exemplos:
animal que fugiu da jaula; ilha invadida por água por derretimento das
calotas polares; coisa colocada fora do comércio20.
Art. 1.224 CC. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou
o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou,
tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Efeitos da posse – a detenção não tem efeito jurídico (há apenas uma
relação de fato). O furto de um veículo, p.ex., não tem efeito jurídico
nenhum (há apenas efeito no plano fático, a relação de uma pessoa com a
coisa). Na posse há efeitos jurídicos, sendo os principais: 1) proteção
possessória e 2) pode gerar a usucapião.
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Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força,
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à
manutenção, ou restituição da posse.
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incontinenti à agressão, ou seja, logo após a agressão (não se pode
aguardar dois anos para repelir “sem terras”, estando o autor sujeito a
responder pelo crime de exercício arbitrário das próprias razões). Assim, o
desforço imediato não é admitido no caso de uma posse de força nova (é
necessária a ação possessória23). Portanto, a legítima defesa é diferente
do desforço imediato.
Fundamento legal para não dizer que não se pode alegar propriedade em juízo
possessório: Art. 1210, § 2º - Não obsta à manutenção ou reintegração na
posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Aula 6 – 16/3/2016
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É feita uma petição inicial, o rito da ação é especial (por ocorrer em menos de
ano e dia). Ajuizada a ação, o juiz pode deferir a liminar, sem ouvir as partes
(inaudita altera parte) ou, se não estiver suficientemente convencido pela
inicial, ouvi-las em audiência de justificação, nas quais as partes poderão
justificar a sua posse (previsão no art. 562 NCPC24).
Se o pedido pretende ser cumulativo sem previsão legal, é preciso entrar pelo
procedimento comum/ordinário. Ex.: o autor pretende cumular uma rescisão
contratual em um compromisso de compra e venda (não há previsão dessa
cumulação e, então, não pode o autor entrar com a ação pelo rito especial).
Outra situação: ação possessória cumulada com demarcação de área. Se a
cumulação pretende ocorrer além das previsões legais, é necessário entrar
pelo rito comum. Se o pedido cumulativo, sem previsão legal, é feito pelo rito
especial, o juiz pode pedir para emendar a ação ou extinguir o processo.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
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Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
15
554 NCPC26. Se, p.ex., entrou-se com uma ação de manutenção de posse,
mas a posse, em vez de ser turbada, é invadida/esbulhada. Nesse caso a ação
não é extinta, sendo possível a fungibilidade (a apreciação passa a ser de outro
pedido). Não é possível a fungibilidade em outros tipos de ação, como
relacionada à locação.
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com regulamentos administrativos. Ex.: construção de arranha-céus em
cidades como Brasília e Paris que não permitem prédios com mais de 6
andares.
Ela tem caráter possessório, porque pode ser utilizada também pelo possuidor
(e não apenas pelo proprietário). A Ação de Nunciação de Obra Nova, pelo rito
especial, não encontra previsão no NCPC. Nesse caso, entra-se com o pedido
pelo rito ordinário.
Embargo extrajudicial para nunciação de obra nova – não existe mais (por
não ter mais o rito especial). Havia notificação verbal. Com o NCPC, ele
deixa de existir.
Ação de Imissão na Posse – o NCPC não faz previsão para essa ação
pelo rito especial (mas continua sendo possível pelo rito ordinário). Em
resumo, serve para comprovar o domínio da coisa que não foi possuidora
de fato (natural) e pede-se a posse jurídica. Ex.: arrematação de imóveis –
arrematou-se o imóvel que estava vazio. Chegou-se lá e verificou-se que o
imóvel está ocupado pelos sem terra: a pessoa tem a propriedade, tem a
carta de arrematação levada a registro, mas, mesmo assim, não tem a
posse de fato/natural (apenas a jurídica). Daí, entra-se com a ação de
imissão para a comprovação do domínio (com a posse jurídica) e assim
ocorrer a retirada dos sem terra.
Aula 7 – 17/3/2016
17
Posse de servidões – é um direito real sobre coisa alheia. Há os prédios
dominantes e servientes (um prédio serve a outro).
Aula 8 – 30/3/2016
30
São periodicamente tiradas da coisa sem haver redução da coisa principal (natural; civil: como o
aluguel; industrial: manufatura; pendente: aguardando a retirada da coisa principal; percebidos: já
coletados; percepiendos: estão prontos para a coleta; consumidos; estantes: colhido e armazenado);
produto – tem a redução da coisa principal.
18
Importa, portanto, o pagamento de benfeitorias se o possuidor estiver de má
ou boa-fé. Escolha de boa-fé: valor atual; má-fé: o reivindicante escolhe o
valor.
Propriedade
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Transmissão da coisa móvel: dá-se apenas pela tradição.
31
As coisas têm valor, mas as pessoas não. Essas têm dignidade, como defende Kant, logo os Direitos de
Personalidade são os mais importantes para o Direito. A Parte Geral do DC é construída na linha
kantiana.
20
Ius abutendi (distraendi) – no sentido de abusar (não significa que a coisa
pode ser gratuitamente destruída em vista de sua função social). Significa
dispor, alienar a coisa a qualquer título. Interessam as coisas não
consumíveis.
Aula 9 – 31/3
Exclusividade e condomínio – .
21
Fundamentos da propriedade
22
própria propriedade era do proprietário romano. A partir da queda de Roma,
o feudalismo trouxe a concepção dualista da propriedade, entre o vassalo
(explorado) e o senhor (proprietário). O regime feudal durou até a
Revolução Francesa com o advento do Código Napoleônico. Entre as ideias
burguesas, o imposto ao senhor feudal não fazia mais sentido, e a
dualidade foi suprimida.
32
Alguns chamam isso de socialização da propriedade que não encontra aceitação por levar à ideia de
que a propriedade será socializada, ou seja, haverá sacrifício da propriedade privada.
33
O confisco é autorizado em casos de trabalho escravo e exploração de atividade ilegal (como uma
propriedade com plantação de maconha).
23
Aula 10 – 6/4/2016
24
A diferenciação entre bens móveis e imóveis é de origem medieval,
persistiu na legislação portuguesa (assim como outros códigos romano-
germânicos), a partir da qual se baseia a legislação brasileira.
Classificações:
Compra e venda de imóvel – por ser uma aquisição derivada, deve ser
verificada a cadeia de proprietários (linha sucessória) e o prazo da
usucapião (15 anos para extraordinária). Se até 15 anos antecedentes não
há problema algum com imóvel, não se contesta a propriedade.
Aula 11 – 7/4/2016
25
está ligada (jurisdição imobiliária). O registro leva à presunção relativa
(admite prova em contrário)35.
Lei 6.015/73 (Lei de Registros Públicos), art. 174; art. 182, 183, 184, 185,
186.
Outra ação que tem de ser levada a registro – herança (a partir da morte há
automática transferência da posse e propriedade). Apesar de ser
proprietário dos bens do falecido, a partilha (o inventário), registrada, leva a
continuidade no registro a fim de dar publicidade da informação.
Acessão
35
Pela doutrina alemã, feita por brasileiros, considera-se uma presunção absoluta. Originalmente, não é
assim considerada. Há dois contratos: um contrato de compra e venda e outro para transferência. Na
Áustria e Suíça, o sistema é similar ao brasileiro.
26
E o aumento do volume ou valor de uma coisa principal em razão de um
elemento externo. Uma coisa é incorporada por outra. Assim há aumento de
volume e também de valor. Ex.: um prédio construído num terreno, aumenta
o seu volume, constitui uma acessão.
A acessão pode se dar por causas naturais ou pela vontade humana. Ex.:
acréscimo de terra em propriedade decorrente de volume de água;
construção de ilhas artificiais no mar em Dubai (também é uma forma de
acessão). Quem será o proprietário da terra que aumentou de volume ou
valor?
Rios não navegáveis são os que importam para o Direito Civil, porque diz
respeito aos particulares.
Art. 1249 CC
Art. 1.250 CC
27
Aluvião – é o aumento insensível em rio anexa às terras marginais e de
forma vagarosa que, em dado momento, é impossível apreciar a quantidade
acrescida.
Aula 12 – 27/4/2016
Art. 1.251 CC
Abandono de Álveo
Plantações ou construções37
Situações: 1ª) o dono do solo que edifica ou planta em terreno próprio com
materiais alheios; 2ª) o dono da semente ou material de construção que
constrói ou planta em terreno alheio; 3ª) plantação ou construção alheia em
terreno alheio.
2ª) Art. 1.255 CC; § único (ex.: construção de prédio com metragem
superior à do terreno)
36
Tem de haver força maior. Do contrário, será força humana e ocorrerá indenização
37
Testes na P2. Descrição de cada um e respectiva identificação
28
3ª) Ambos de má-fé: art. 1.256 CC
Aula 13 - 28/4/2016
Pressupostos da usucapião
Res habilis (coisa hábil) – coisa que não esteja fora de comércio. Não pode
ser um bem público39.
38
Silvio Rodrigues: perda do direito de ação
39
Qualquer bem público: bens uso comum do povo, dominicais e uso comum do povo - artigos 98 e 99
CC
40
Causas que obstam (o prazo não começa), suspendem (o prazo volta ocorrer do zero) e interrompem
(para e volta a correr tudo de novo) a prescrição. Impedem e suspendem: arts. 196-201; Interrupção:
arts. 202-204
29
Possessio (Posse) – para aquisição da usucapião ordinária é necessária a
posse mansa e pacífica. A posse não pode ser perturbada, não pode ter
oposição. Acessão de posse – união de posse41.
Regra da enfiteuse (direito real que não está no rol do art. 1.225 CC): as
antigas continuam existindo (embora novas não possam ser constituídas).
Na enfiteuse o proprietário não tem uso, fruição e disposição (tem direito de
receber o cânon, espécie de aluguel anual pago ao proprietário; e laudêmio,
a palavra vem de laude, uma espécie de louvor, em referência à época
41
A acessão pode se dar por sucessão a título universal – herdam-se os vícios. Se a posse herdada do de
cujus foi de má-fé, a do sucessor assim também será.
42
Há posicionamento divergente, como o de Silvio Rodrigues (que considera a sentença como de caráter
constitutiva)
43
Teste da P2: fará menção a prazos.
44
Em prestígio da função social da propriedade
30
medieval, na qual o senhor feudal, em “louvor”, recebia uma taxa 45). Vende-
se a enfiteuse, não a propriedade.
Aula 14 – 4/5/2016
Usucapião especial – urbana e rural. São estabelecidas pela CF: arts. 183
e 191. Também há previsão no Estatuto da Cidade – arts. 9º (usucapião
urbana individual) e 10º (usucapião urbana coletiva).
Art. 191 CF: Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares 46 [PROVA],
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Não basta, portanto, uma posse simples, mas é preciso que a pessoa more
e trabalhe na terra. Não é necessário justo título e boa-fé.
PJ: pode adquirir usucapião rural? Não, porque não tem família e não vai
morar na terra.
Como se sabe se a área é urbana ou rural? Basta saber se ela paga IPTU
(urbana) ou ITR (rural).
45
O controle é feito pelo SPU
46
Um hectare: 10 mil metros.
31
Art. 183 – Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para a sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Requisitos: prazo de cinco anos; até 250 m², não se aplica a um simples
terreno (pois precisa ter uma construção). A PJ também não pode adquirir
esse bem pela usucapião, pois não estabelecerá nele moradia e não tem
família. Não é necessário justo título e boa-fé.
Art. 1.240 CC – Aquele que possuir, como sua, área urbana de até
duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-
á o domínio, desde que não seja proprietário ou de outro imóvel urbano ou
rural.
32
de ocupação irregular. Requisitos: área cima de 250 m², população de baixa
renda e não sendo possível individualizar a área de cada morador.
Usucapião familiar (inovação a partir de 2011): art. 1.240-A CC: aquele que
exercer, por dois anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m², cuja propriedade divida
com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou [abandono voluntário e
não por ordem judicial, Lei Maria da Penha] o lar, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não
seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 32 e 33 (dez anos, inferior a 250 m², moradia, não sendo exigidos justo
título e boa-fé, sendo, portanto, uma espécie de usucapião ordinária) do
Estatuto do Índio. Índio integrado ou não integrado – integrado pela Funai
ou não. Os índios não podem adquirir as terras da União constituídas em
reservas. Portanto, os índios adquirem as terras particulares e rurais (não
pode ser urbanas).
Aula 15 - 5/5/2016
47
Silva + incola: origem latina - silva – floresta; incola – habitante.
33
Não é possível a usucapião de bens incorpóreos (porque não tem como ter
a posse).
Não há procedimento especial para usucapião (246 e 259, I). Tem apenas o
rito comum. É uma ação declaratória. Tem de ser foro rei citie. Todos os
vizinhos têm de ser citados, exceto se em condomínio. Tem de ser
publicado edital (art. 259, I CPC).
Formas
Acessão
Especificação
Invenção (Tesouro)
Usucapião
Lei 7.542/86
48
Havia essa possibilidade no Direito Romano
34
Art. 1.266 CC Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por
igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro uando ele
mesmo seja o descobridor.
Art. 1.267 CC: tradição ficta - constituto possessório e traditio brevi manu.
Art. 1.270 – Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma
precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova.
35
Confusão, comistão e adjunção
Aula 16 - 11/5/2015
Perda da Propriedade
O rol do art. 1.275 CC não é taxativo, pois, como está descrito no caput, há
outras causas de perda de propriedade que estão no CC. Também há
perda da propriedade por confisco, em caso e exploração de trabalho
escravo (EC nº 81, de 2014) e cultura de plantas psicotrópicas, sendo a
36
referida propriedade destinada a programas de habitação popular e reforma
agrária (art. 243 CF).
Renúncia a sucessão aberta (bem imóvel, art. 82) -1.806 CC: a renúncia da
herança deve constar expressamente de instrumento público [escritura
pública] ou termo judicial. PROVA
37
Pode ser dar por interesse público, necessidade pública e interesse
social, conforme expresso pela CF (art. 5º, XXIV).
Aula 17 – 12/5/2016
10/6 – P2 ???
Direitos de Vizinhança
38
Direito de Vizinhança X Servidão – Servidão de passagem (Servidão) X
Passagem forçada (é Direito de Vizinhança)
O ato ilegal é o ato ilícito (art. 186 CC): Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Uso abusivo (art. 187) – Também comete ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Ex.: construção
de chaminé, sem necessidade, com a finalidade de prejudicar o vizinho que
tem a sua piscina sombreada. Há propósito deliberado de prejudicar o
vizinho, sem buscar a finalidade social. O critério, nesse caso, é objetivo
39
(não é necessário procurar a intenção do vizinho). A boa-fé é, assim,
objetiva.
Atos lesivos – são aqueles que causam dano ao vizinho, mas não são
considerados usos anormais, diferentemente dos outros dois casos (e sim
normais que causam dano). Pode, p.ex., existir uma autorização do Poder
Público, mas, mesmo assim, causar danos. É o caso de indústria que tem
autorização para funcionar, mas prejudica a vizinhança com o despejo no
rio, com fuligem. Outros exemplos: passagem de estrada de ferro rodoviária
em bairro residencial; rodoviária ao lado de residências.
40
suportáveis determinada cessação da atividade, demolição de obra; 5)
se não for determinada a cessação e há interesse social – 1.278 CC O
direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as
interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o
proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização
cabal.
Aula 18 – 18/5
Dia 15/6 – Toda matéria (porque as questões podem trazer algo sobre com
enfoque a partir de Direito de Propriedade)
41
propriedade vizinha para recolher o fruto. Se o fruto caiu na propriedade
pública, o fruto pertence ao dono da árvore. É necessário esperar a queda
do fruto, não sendo admitido sacudir a árvore.
Passagem forçada
Art. 1.285 CC O dono do prédio que não tiver acesso a via pública,
nascente ou porto [= imóvel encravado], pode, mediante pagamento de
indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo
será judicialmente fixado, se necessário.
42
Na passagem forçada, parte da doutrina considera que o proprietário não
pode escolher a passagem mais cômoda. Outra parte admite a comodidade
se a o caminho natural levar a algum tipo de perigo.
Das Águas
43
§ 2º O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a
canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou
quintais.
Aula 19 - 19/5/2016
44
Limites entre prédios – tapumes, genericamente se refere a um separador
entre dois prédios, podendo ser um muro ou uma cerca viva.
1.297 CC
49
Ou pode ser ajuizada uma Ação de Reintegração de Posse
45
pode haver demolição de parte do prédio. Em Brasília, também há limitação
relacionada à altura, também administrativa.
§ 1º As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as
perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco
centímetros.
46
414 – Não se distingue a visão direta da oblíqua, na proibição de abrir
janela, ou fazer terraço, eirado, ou varanda, a menos de metro e meio do
prédio de outrem.
Águas e Beirais
Cada proprietário pode construir o seu muro para ter direito a travejar, ou
seja, de utilizar o muro para intervenções próprias. Trave – vigas de
grandes dimensões utilizadas nas construções.
47
1.308 Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ou
quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou
interferências prejudiciais ao vizinho.
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