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ABORDAGENS E METODOLOGIAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM PSICOMOTOR,

DE HABILIDADES MOTORAS E TÉCNICAS.

Liana M. Carvalho Braid.

I - Introdução

O processo de ensino e aprendizagem na Educação Física acontece por meio de ações


realizadas pelos sujeitos partícipes, isto é, professores e alunos e técnicos e atletas. E para este
processo ocorrer há caminhos a serem escolhidos, iniciados pela abordagem a ser utilizada.

Por anos a ainda atualmente, vem sendo utilizada a abordagem analítico-sintética, na qual se
fragmenta o todo em partes e cada parte, por exemplo, de uma determinada técnica deve ser
ensinada, para posteriormente, ser unida às outras partes (SCAGLIA, 2014).

Segundo Scaglia (2019); Bolonhini; Paes (2019) há abordagens com uma lógica de
aprendizagem mais global, ativa e problematizadora, as quais colocam o aprendiz em situações
mais próximas da realidade das práticas dos esportes, ginásticas, danças, lutas e jogos.
Mesquita; Pereira; Graça (2009) destacam três abordagens ou modelos considerados,
atualmente, como possibilidades para se desenvolver processos de ensino e aprendizagem
com uma perspectiva global, ativa e problematizadora. As abordagen: Modelo de Ensino do
Jogo para a Compreensão - MEJC ( (do inglês TGfU – Teaching Games for Understanding);
Modelo Desenvolvimental e Modelo de Abordagem Progressiva do Jogo.

Em recente momento de estudo e reflexão dos docentes do Curso de Educação Física da


Unifor, após análise das propostas atuais para o processo de ensino e aprendizagem dos temas
da cultura corporal (jogo, ginástica, esporte, dança e luta), o grupo analisou os três modelos,
com fins de alinhar os caminhos a serem percorridos para os processos de ensino e
aprendizagem nos módulos do curso. Como o último modelo está direcionado ao ensino e
aprendizagem de uma única modalidade esportiva – o voleibol – este não será caracterizado
neste texto, podendo ser caracterizado no módulo Voleibol.

II – Modelos de ensino e aprendizagem na Educação Física

Serão caracterizados três modelos de ensino-aprendizagem na área da Educação Física. São


eles: 2.1 Analítico-Sintético; 2.2 Ensino do Jogo pela Compreensão (MEJC); 2.3
Desenvolvimental.

2.1 - Modelo de ensino-aprendizagem Analítico-Sintético – utilizado por aqueles que acreditam


que o todo só pode ser aprendido após o domínio de cada uma de suas partes, isoladamente.
Segundo Casagrande (2012) este método defende a necessidade da fragmentação da técnica,
por meio da segmentação dos exercícios, em uma sequência de ações de ensino e
aprendizagem, do mais simples para o complexo.

Garcez (2017) afirma que o modelo de ensino baseado na lógica analítica-sintética se subdivide
em três: (1º) ) A Analítica (A = B + C), na qual cada parte é fragmentada e ensinada de forma
lógica. (2º) A Repetitiva (A + AB + ABC), nesta o professor inicia com o ensino de um fragmento
do conteúdo, o qual, após ser aprendido é somado ao um novo, os quais são exercitados em
conjunto, e assim, sucessivamente, outros fragmentos vão sendo acrescentados. (3º) A
Isolada (J + A + D), na qual os conteúdos fragmentados são ensinados de forma isolada e sem
conexão entre si, portanto, ao aprender o primeiro conteúdo, haverá o ensino do segundo e
assim, sucessivamente.

Há somente um método na área da Educação Física, reconhecido com as características dessa


abordagem: Método Parcial.

2.2 - Modelo de Ensino do Jogo pela Compreensão (MEJC) - segundo Mesquita; Pereira; Graça
(2009) o MEJC propõe o ensino por meio do desenvolvimento da capacidade de jogo, ou seja,
aquisições progressivas da compreensão tática do jogo. Nesse caso, os problemas táticos
provocarão a necessidade das habilidades técnicas, por meio do confronto do aprendiz com
problemas que o desafie a resolver, em diferentes contextos simulados de jogo. Percebemos
que este é um modelo adequado de ser utilizado em esportes coletivos. O processo de ensino
e aprendizagem desenvolvido por meio do MEJC percorre seis etapas (1) escolha do jogo; (2)
apreciação do jogo; (3) consciência tática; (4) tomada de decisão (o que fazer; como fazer); (5)
execução das habilidades; (6) performance/rendimento) e utiliza quatro princípios
pedagógicos

“(1) amostragem criteriosa de jogos seleccionados, confrontando os praticantes


com a prática diversificada de jogos que imponham problemas distintos; (2)
modificação por representação, com a manipulação da complexidade do jogo
formal de forma a torná-lo mais simples e compreensível sem desvirtuar as
estruturas tácticas; (3) modificação por exagero, situando o praticante em
determinado problema táctico, específico, que o jogo reduzido não permite aceder;
(4) complexidade táctica, que se traduz pelo acréscimo de variáveis nas formas de
jogo” (MESQUITA; PEREIRA; GRAÇA, 2009, p. 946-947).

Segundo Bolonhini e Paes (2009) as ações desenvolvidas no jogo devem ser acompanhadas de
uma reflexão coletiva sobre a prática realizada, sobre o desempenho de cada aluno ou atleta,
bem como pela elaboração de estratégias para os próximos jogos. Outra característica forte é
que o professor deve estar atento para intervir durante os jogos reduzidos propostos em aula,
cuja finalidade não será a correção dos gestos técnicos dos alunos, mas sim, provocar
perguntas, questionamentos que levem o aluno a uma reflexão sobre sua prática durante o
jogo. Para outros pesquisadores (TEOLDO ; GRECO ; MESQUITA; GRAÇA ; GARGANTA, 2010) o
foco na contextualização de situações de jogo e nas competências dos praticantes,
principalmente quanto à tática provoca um maior envolvimento cognitivo e formal dos
praticantes nas atividades, conducentes ao incremento de competências. Tal como Bolonhinni
e Paes (2009), Teoldo; Greco; Mesquita et al (2010) destacam a função do professor/treinador
em todo o processo, dada a necessidade de possuir os conhecimentos e competências
requeridas para modelar e estruturar as fases constituintes do modelo, bem como coordenar
as atividades desenvolvidas pelos praticantes. Ao professor cabe o estabelecimento da forma
de jogo; a observação do desenvolvimento do jogo; investimento na parceria com os alunos
quanto às potenciais soluções aos problemas táticos; intervenção com vistas à melhoria das
habilidades dos alunos.

As metodologias ou estratégias de ensino e aprendizagem condizentes com o Modelo Ensino


do Jogo pela Compreensão (MEJC) são: Método Situacional, Jogo Reduzido, Jogo Adaptado,
Jogo Condicionado (detalhadas no item III deste texto).

2.3 - Modelo Desenvolvimental – este modelo é fundamentado em abordagem ecológica,


contextualizada na qualidade das respostas motoras dos praticantes com base na tríade:
professor(a) – praticante – tarefas, desenvolvidos em contextos particulares de ensino e
aprendizagem. Assim, o desenvolvimento do conteúdo a ser aprendido se faz por meio da
“...manipulação da complexidade e da estrutura funcional das tarefas motoras, adequando as
suas exigências à capacidade de resposta dos praticantes, sem desvirtuar a sua significância
em referência ao seu propósito final” (MESQUITA; PEREIRA; GRAÇA, 2009, p. 948).

Há um cuidado a ser observado: a adequação da complexidade das tarefas motoras dos


praticantes, as quais, nem podem ser demasiadamente fáceis (pois assim se perde a motivação
para a sua execução) ou difíceis (pois nesse caso, dificultará progressão da aprendizagem). Este
modelo assenta-se em três conceitos, os quais, o fundamenta funcionalmente: (a) progressão,
(b) refinamento, (c) aplicação. Mesquisa; Pereira e Graça (2009, p. 948) destacam que a
progressão precisa atender, simultaneamente, a uma articulação vertical (tarefas com níveis
de dificuldades distintas) e a uma articulação horizontal (tarefas com níveis de dificuldades
semelhantes), pois será da relação entre as duas que a progressão se caracteriza como ação
dinâmica. O refinamento é desenvolvido de forma articulada com as progressões, com fins de
melhorar de forma qualitativa a realização das ações motoras quanto a sua execução técnica,
por meio “... da decomposição de sub-passos nas tarefas, bem como no aporte informacional
substantivo emitido pelo professor/treinador, sobretudo na apresentação das tarefas e na
emissão de feedback” (p. 948). O terceiro conceito – aplicação – é contextualizado nas tarefas
de competição e autoavaliação, pois nesse caso, criará as condições para o praticante
confrontar-se com resultados pessoais obtidos na competição e refletir sobre seus próximos
passos/investimentos.

Segundo Baptista e Miranda Júnior (2011) nesta abordagem é esperado que o aluno ao
internalizar mentalmente determinados movimentos (por sua ação direta e do momento do
feedback junto ao professor/técnico), consiga, por meio da incorporação dos conceitos
necessários, solucionar diferentes problemas, e assim, “... mesmo diante de situações
imprevistas e aparentemente novas que acontecem no cotidiano, possa ter desenvolvido a
habilidade de organizar mentalmente os conceitos, informações e saberes necessários para
discernir as situações e tomar as decisões mais acertadas nas situações concretas” (p. 7).

Baptista e Miranda Júnior (2011) dão um exemplo prático de uma aula de corrida, dividida em
três momentos: reflexão, análise, internalização.

 1º Momento – Reflexão: o aluno reflete, partindo da fala inicial do docente sobre o


objetivo da aula e sobre alguns elementos teóricos do tema – corrida – e das técnicas
que serão utilizadas na aula.
 2º Momento – Análise ou Base Orientadora da Ação: há as orientações sobre a
técnica/habilidade a ser aprendida e a própria prática pelo aluno, por exemplo,
experimentando a diferença entre o correr e o andar, o correr trotando e o correr
rápido etc.;
 3º momento – Internalização dos Conceitos: momento de aplicação e avaliação do
ensinado – aprendido, no qual são desenvolvidas ações práticas de aplicação dos
conhecimentos, de modo a extrapolar as ações já realizadas com variações, nesse
caso, trazendo situações problematizadoras do cotidiano e provocando a resolução
com justificativas teóricas dos alunos. O momento de internalização é constituído de
duas ações complementares: (a) a problematização (na qual o aluno deve solucionar
problemas, como por exemplo, como “...tocar o pé no chão para aumentar a
velocidade da corrida, ou ainda, como tocar o pé no chão para evitar que se canse
rápido” (p. 8-9) e (b) a discussão acerca das tarefas realizadas e dos conceitos que
podem ser abstraídos dessas tarefas.
A idéia do uso dos três momentos na aula, extrapolando para qualquer tipo de processo de
ensino e aprendizagem de habilidades motoras/técnicas é, segundo Baptista e Miranda Júnior
(2011) e provocar a internalização no aluno de um repertório motor e respectivas formas mais
eficazes para aplicação dos gestos técnicos, os quais, “ ... mesmo diante de situações imprevistas e
aparentemente novas que acontecem no decorrer da prática...” (p. 9) possam ter possibilitado o
desenvolvimento de habilidades para a organização mental dos saberes que são necessários para o
aluno refletir acerca da situações vividas e desta reflexão, tomar decisões acerca dos movimentos mais
adequados, em situações concretas. Ou seja, para Baptista e Miranda Júnior (2011) “.... o papel ativo
dos sujeitos na aprendizagem, e especialmente, a necessidade dos sujeitos desenvolverem habilidades
de pensamento e competências cognitivas se constituem premissas orientadoras das práticas
educacionais na perspectiva do ensino desenvolvimental”. (p.9)
A Metodologia da Problematização ou Resolução de Problemas, utilizada em diferentes
contextos (níveis de escolaridade e diferentes áreas do currículo) e dimensões de
aprendizagem (cognitica, procedimental e atitudinal) é um exemplo de estratégia
metodológica com base na lógica da Abordagem Desenvolvimental.

III – Métodos de ensino a serem identificados nos planos de aula e treino

Em relação ao plano de ensino, o método de ensino-aprendizagem relaciona-se diretamente


aos objetivos, pois sua função é organizar as situações de ensino e aprendizagem de forma tal
que haja a aquisição dos saberes (aprendizagens) pelo educando.

A seguir será apresentado um quadro com exemplos de métodos de ensino adequados às três
diferentes áreas dos objetivos: teórica, habilidades, atitudes.

Objetivos por área Metodologia


Teórica ou cognitiva Exposição oral, Estudo de Caso, Trabalho em Grupo, Painel
Integrado, GV x GO, CDP, Tempestade de Ideias, Leitura
Pipoca, Problematização etc.
Habilidade, procedimental, Problematização, Global, Mét. Situacional ou Iniciação
psicomotor Esportiva Universal, Jogo Reduzido, Jogo Adaptado etc.
Atitudinal, sócio-afetiva Dramatização, Simulação, Problematização, Mét.
Situacional etc.

Aqui serão apresentadas as características dos métodos utilizados em aulas práticas (objetivos
procedimentais/de habilidades) do Curso de Educação Física.
Método para Habilidades– Têm a função de desenvolver um saber fazer, sejam eles:
habilidades psicomotoras, técnicas ou procedimentos (PACHECO, 1993; XAVIER, 1986). São
eles:

1 - Método Global - é também conhecida como total, pois parte da totalidade do movimento
ou do procedimento a ser aprendido, tem como foco a equipe em situação do jogo
propriamente dito, portanto não foca em determinados fundamentos do esporte e sim na
capacidade que o aluno tem da descoberta, por meio da prática, no jogo propriamente dito
(VARGAS et al, 2014), com o apoio do professor e baseado no princípio da aprendizagem por
tentativa e erro, o que significa, na prática, na proposição de tarefas com baixo nível de
complexidade. Borges (2017) salienta que no Método Global o aluno tem a ideia do todo de
determinada modalidade esportiva. SegundoPinho (2009, apud Borges, 201&), apesar de ser
ainda hoje, um dos métodos mais utilizados por professores de Educação Física escolar e de
iniciação esportiva, muitos destes professores o utilizam de forma equivocada, pois apenas
entregam a bola e deixam os alunos largados, a jogar de qualquer jeito, sem uma orientação,
sem correções e sem feedback das ações coletivas no jogo. Pode ser desenvolvido por meio do
denominado “jogo”, como por exemplo: (a) Jogo Adaptado; (b) Jogo Reduzido:

(a) Jogo adaptado o processo de ensino-aprendizagem se dá por meio de jogos adaptados


em termos de material, espaço, número e participantes. No caso de programa de
iniciação esportiva, é muito comum a sua aplicação. O “aprender a jogar jogando” é
base para este método, no qual o esporte é desenvolvido, na prática, a partir de
formas mais simplificadas. À medida que os alunos vão desenvolvendo as habilidades
próprias do esporte que estamos ensinando, vamos dando maior complexidade à
técnica e à tática, além de ir acrescentando a regulamentação definitiva, até chegar ao
jogo propriamente dito. O Jogo Adaptado também é utilizado para o desenvolvimento
do ensino-aprendizagem para pessoas com deficiência, pois sua lógica – a adaptação
de espaços, materiais, regras etc., é aplicada nesse contexto.
(b) Jogo Reduzido ou Condicionado, a criança aprende o esporte jogando em condições
diferenciadas, tais como a redução do tamanho da quadra, tamanho e peso da bola,
número reduzido de jogadores, pois se acredita que assim, o aprendiz terá maior
contato com a bola. “Os jogos condicionados devem manter uma diversificação que
propicie situações diferenciadas, criando um espaço de variabilidade e de tomada de
decisões constantes, características inerentes aos esportes coletivos” (CASAGRANDE,
2012, p. 57).
2- O Método Situacional ou Iniciação Esportiva Universal é utilizado na Escola da Bola
(CASAGRANDE, 2012). No caso dos esportes coletivos, o método situacional investe em
jogadas básicas recortadas de situações de jogo, as quais, contém a ideia central do jogo. Em
esportes coletivos e individuais, este método tem por princípio exercitar habilidades, com o
objetivo de o aluno adquirir uma capacidade motora global, com base na totalidade do
movimento, conforme situações ou problemas estabelecidos pelo professor. Segundo
Coutinho; Silva (2009) este método pretende desenvolver a competência para solucionar
problemas motores específicos do esporte, por meio do desenvolvimento das capacidades
coordenativas e técnico-motoras e de processos cognitivos, cujos objetivos são: a) formação
de automatismos flexíveis de movimentos ideais conforme modelos; b) otimização dos
programas motores generalizados; c) aprimoramento da capacidade de variação, combinação
e adaptação do comportamento motor na execução da técnica na situação de competição.
Segundo Casagrande (2012, p. 60) “o método estabelece que devem ser desenvolvidas as
capacidades táticas, as capacidades coordenativas, as estruturas funcionais e as habilidades
técnicas”.

3 – Método de Demonstração - é utilizado em contexto de refinamento de habilidades ou


técnicas, ou seja, quando alunos ou atletas precisam melhorar técnicas e habilidades já
aprendidas. Nesse caso o professor/técnico se utiliza de modelos a serem apresentados ao
aprendiz, por meio da apresentação do movimento por alguém que o desenvolva com
qualidade ou por meio de figuras e vídeos. Em seguida o aprendiz realiza o movimento ou a
técnica e o professor/técnico, se necessário, faz as devidas correções.

Não deve ser utilizado unicamente na totalidade de uma sessão de treino ou aula, portanto
necessita ser complementado com outras estratégias nas quais o aluno/atleta utilize a
técnica/habilidade motora, no contexto geral do esporte.

4 – Método Parcial – tal como o Método de Demonstração, o Método Parcial por ser utilizado
nos processos de ensino e aprendizagens das ginásticas, Lutas, danças e esportes. Seus
processos “... pautam-se basicamente nas aprendizagens e no treinamento das técnicas
(fundamentos) isoladamente, através dos chamados exercícios educativos” (PACHECO, 1993).
Um aspecto negativo do uso exclusivo deste método é que não há o estímulo à capacidade
cognitiva do aluno/atleta, pois a aula ou o treino desconsidera situações de jogo e a presença
de um adversário; e no caso dos esportes individuais, a aprendizagem se dará sem a idéia do
movimento e da habilidade em sua totalidade, pois quando fragmentamos a totalidade em
partes, podemos perder a essência, a lógica desse todo (BORGES, 2017).
Coutinho e Silva (2009) apontam também o fato do ensino ser bastante focado no comando do
professor, por meio de imitações de modelos. Costa (2003, apud Vargas et al, 2012) salienta
como desvantagens do Método Parcial, o fato deste não provocar ações de criatividade dos
alunos; o contexto da aula é monótono e descontextualizado, já que não são
criadas/vivenciadas pelos alunos, situações próprias das ações específicas nas práticas do
esporte.

Há entretanto, momentos no qual a lógica da prática parcial por ocorrer sem perdas ou danos
ao processo de ensino e aprendizagem: quando há necessidade de se especializar, aperfeiçoar
determinado movimento ou técnica. Nesse caso, se apresenta um modelo adequado das
partes do movimento/técnica e o aprendiz exercita cada parte para chegar no todo. Ressalta-
se aqui a necessidade de se complementar o processo com ações de inserção do movimento
fragmentado no todo, por meio de outras estratégias que atuem na lógica da totalidade.

5- Metodologia da Problematização - tem sua essência em desafios lançados pelo/a


professor/a para o/a aluno/a, por meio de perguntas-chave, como: quem pode? quem sabe?
como fazer? quem é capaz?; porque você fez assim? quem pode fazer diferente?
A todo momento o/a aluno/a é instigado a não só resolver os problemas, mas também
distinguir bem os motivos, as consequências e as implicações dos seus atos. É a aprendizagem
pensada, refletida e consciente, em lugar da pura imitação mecânica.
É ideal para ser utilizado na educação infantil e fundamental I, ou em escolinhas de iniciação
esportiva para crianças com foco na aprendizagem de habilidades motoras/psicomotoras.

REFERÊNCIAS

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