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Mas os registros históricos não remetem apenas aos chineses. Existem evidências de esportes
semelhantes ao futebol sendo praticado por japoneses, egípcios, além
de gregos e romanos antigos. Também há registros em diferentes povos mesoamericanos (da
região da Mesoamérica, atual México e América Central).
Eduardo Galeano traz relatos de algo parecido com o futebol sendo praticado na Inglaterra
durante a Idade Média. O jornalista uruguaio destaca que, no século XIV, o rei Eduardo II
condenava essa prática esportiva. Outros reis ingleses como Eduardo III, Henrique IV e
Henrique VI chegaram a proibir a prática do esporte.
Alguns séculos depois, ainda na Inglaterra, surgiria o futebol moderno. Isso ocorreu a partir da
junção de clubes que não aceitavam determinadas regras da prática do rugby e decidiram unir-
se para criar outro esporte, no qual não se conduzisse a bola com as mãos. As regras deste
novo esporte, o futebol, foram estabelecidas em 1846 pela Universidade de Cambridge.
Naturalmente, uma série de mudanças foram sendo realizadas ao longo do século XIX, como a
introdução do goleiro e do árbitro, a criação do pênalti para as faltas cometidas dentro da
área, além da utilização das mãos para a cobrança do lateral. O crescimento do esporte e sua
disseminação pela Europa levaram ao surgimento da Federação Internacional de Futebol (Fifa),
que contava inicialmente com as seguintes nações: Bélgica, Dinamarca, França, Holanda,
Espanha, Suécia e Suíça.
Uma importante observação é que a Fifa considera como data oficial do surgimento do futebol
o ano de 1863, quando foi fundada na Inglaterra The Football Association, a organização
responsável pela gestão do futebol naquele país.
Vista a complexidade do Jogo ter obrigatoriamente de integrar a totalidade dos elementos que
se lhes influenciam, a Especificidade sobre a qual nos referimos no presente documento vai
muito mais além do que a definição da modalidade enquanto elemento diferenciador dentro
do quadro dos jogos desportivos colectivos, pelo que os princípios específicos que de seguida
iremos enunciar se tratam de elementos assim gerais relativamente ao entendimento
sistémico do Jogo, existindo independentemente da Especificidade da forma de jogar, mas
importantes e fundamentais pela nomenclatura utilizada.
Assim, Queiroz (1983a, p. 17), bem como Ramos (2002), fala-nos de três princípios
fundamentais: “criar superioridade numérica”, “evitar igualdade numérica” e “recusar a
inferioridade numérica”, o que determina um aproveitamento imediato das situações
favoráveis (de superioridade) e uma eventual reconstrução do ataque em momentos opostos.
Da mesma forma, o ataque deve procurar situações de superioridade numérica, pelo menos
relativa, de forma a criar pequenas situações de vantagem sobre o adversário a fim de tornar o
seu ataque mais perigoso; acreditamos que a mobilidade dos jogadores da equipa seja uma
estratégia viável para tal.
Castelo (1996) enuncia igualmente três princípios gerais, no caso mais objectivos intencionais
do plano geral, sendo estes:
O entendimento dos princípios fundamentais traz para o jogo a noção de relação óptima entre
o número de jogadores da própria equipa para defrontar, em determinada situação pontual do
jogo, um conjunto de jogadores adversários. Assim sendo, estes princípios falam-nos da gestão
numérica ideal dos elementos a fim de se conseguir atingir os objectivos (parciais e finais) do
jogo, no caso revistos nos princípios gerais com o horizonte máximo no golo.
Penetração
Cobertura
Quando o jogador com bola encontra uma situação desfavorável à sua progressão, a cobertura
define o apoio directo mais marcante ao portador com bola, podendo redundantemente ser
conhecida por linha de passe. É essencial à progressão da equipa no terreno de jogo, dando a
opção por um passe de dificuldade reduzida, para a eventualidade de o necessitar, bem como
possibilita manter a posse de bola em poder da equipa; este apoio ofensivo serve igualmente
como primeira linha de defesa no caso de uma perda da possa da bola (Queiroz, 1983a;
Ramos, 2002).
Mobilidade
Uma vez o jogador com bola tenha apoio para a procura de soluções para o jogo da equipa, os
jogadores não directamente implicados nessa acção poderão assumir comportamentos de
mobilidade a fim de criar condições para a obtenção dos objectivos momentâneos com vista
aos objectivos colectivos (Queiroz, 1983a; Garganta & Pinto, 1998; Castelo, 1996), podendo
significar novas linhas de passe e/ou criação de novos espaços. Assim, falamos de uma grande
variabilidade de comportamentos com objectivos parciais variados, como seja o
“arrastamento” de defensores adversários ou a criação de novas linhas de passe de acordo
com as pretensões colectivas, ou seja, apoiando o colega com bola na configuração mais
favorável para o jogo da equipa
(Castelo, 1996; Ramos, 2002). Assim, a mobilidade deverá estar relativizada às pretensões da
equipa para o momento, coordenando-se com a configuração colectiva e as suas pretensões.
Este comportamento terá repercussões tanto em largura como em profundidade, a fim de
criar apoios e espaços para a progressão da bola, pelo que falamos em mobilidade
convergente (em direcção à baliza) e divergente.
Espaço
O espaço é uma essencialidade de jogo no processo ofensivo, pela necessidade de mais tempo
para pensar, criar e aprimorar as acções de jogo, definindo a disposição (dinâmica do sistema
de jogo) e comportamentos em largura e profundidade (Queiroz, 1983a; Garganta & Pinto,
1998; Ramos, 2002), tal como a própria mobilidade já fazia antever, por um lado, e dos quais a
necessita, por outro. Assim, a criação de relações faz-se com tanto mais clareza,
intencionalidade e direccionalidade, quanto mais estas forem relevantes para o momento
imediato da acção colectiva, na perspectiva de um futuro correspondente.
Assim, a dinâmica criada no colectivo acaba sempre por se revestir em aspectos particulares,
Específicos, resultando, em última análise, numa configuração funcional espacial
correspondente às pretensões dinâmicas da equipa.
Acerca deste aspecto, Garganta & Gréhaigne (1999) identificaram um padrão de disposição
espacial interessante, classificando sobre três formas:
o Ataque como elemento dominante: disposição em triângulo com o cume orientado para a
retaguarda do espaço de jogo;
o Defesa como elemento dominante: disposição em triângulo com o cume orientado para a
frente do espaço de jogo;
Assim se verifica o quanto a disposição espacial dos jogadores é determinada pela tendência
da forma de jogar, a fim de criar condições para que a dualidade defesa-ataque esteja de
acordo com as possibilidades do colectivo. Esta configuração de ocupação do espaço relaciona-
se com a dinâmica do colectivo, ou seja, as relações dentro da equipa determinam tal, e nunca
poderemos reduzir à estrutura da mesma.
No que diz respeito ao nosso tema de estudo, podemos ir mais além no nosso raciocínio: em
momento ofensivo, tendo o espaço como elemento fundamental positivamente relacionado
com o sucesso do ataque, este terá de ser gerido de forma muito meticulosa e coerente, de tal
forma que nos fazemos perguntas como: