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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

| Apostila 2018 – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano


OS: 0146/2/18-Gil

CONCURSO: CARREIRAS POLICIAIS

Capítulo 1 – Direito Administrativo...................................................................................................02


Capítulo 2 – Princípios da Administração Pública..............................................................................04
Capítulo 3 – Organização da Administração Pública.........................................................................16
Capítulo 4 – Poderes Administrativos..............................................................................................37
Capítulo 5 – Atos Administrativos....................................................................................................52
ÍNDICE:
Capítulo 6 – Controle da Administração Pública...............................................................................74
Capítulo 7 – Responsabilidade da Administração Pública ................................................................83
Capítulo 8 – Serviços Públicos .....................................................................................................95
Capítulo 9 – Legislação- Constituição Federal- Arts. 37 a 42 .......................................................108
Capítulo 10 – Questões de Concursos................................................................................................113

CAPÍTULO 1 – DIREITO ADMINISTRATIVO CAPÍTULO 5 – ATO ADMINISTRATIVO


1.1 – Origem do Direito Administrativo 5.1 – Ato da Administração e Ato Administrativo
1.2 – Objeto e Conceito do Direito Administrativo 5.2 – Atributos
1.3 - Fontes do Direito Administrativo 5.3 – Elementos
1.4 – Administração Pública 5.4 – Classificação
1.5 – Federação 5.5 – Espécies
1.6 – Separação dos Poderes 5.6 – Extinção

CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO 9– CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


2.1 – Princípio da Supremacia do Interesse Público 10.1 – Controle Administrativo
2.2 – Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 10.2 – Controle Jurisidicional
2.3 – Princípio da Legalidade 10.3 – Controle Legislativo
2.4 – Princípio da Moralidade
2.5 – Princípio da Impessoalidade CAPÍTULO 10 – RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
2.6 – Princípio da Publicidade PÚBLICA
2.7 – Princípio da Eficiência 9.1 – Evolução
2.8 – Princípio da Isonomia 9.2 – Irresponsabilidade
2.9 – Princípio da Vinculação ao Poder Judiciário 9.3 – Responsabilidade Subjetiva
2.10 – Outros Princípios 9.4 – Responsabilidade Objetiva
9.5 – Responsabilidade por Ação
CAPÍTULO 3 – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 9.6 – Responsabilidade por Omissão
PÚBLICA
3.1 – Áreas de atuação do Estado CAPÍTULO 11 – SERVIÇOS PÚBLICOS
3.2 – Administração Pública Direta e Indireta Capítulo 12 – LEGISLAÇÃO- CONSTITUIÇÃO FEDERAL-
3.3 – Órgãos Públicos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
3.4 – Autarquias
3.5 – Fundações Capítulo 13 - QUESTÕES DE CONCURSOS
3.6 – Empresas Públicas Visite nossas redes sociais:
3.7 – Sociedades de Economia Mista
3.8 – Consórcio Público
3.9 – Agências
3.10 – Entidades Paraestatais
Fanpage: Profa. Lidiane Coutinho
CAPÍTULO 4 – PODERES ADMINISTRATIVOS Perfil: Lidiane Coutinho
4.1 – Instrumentalidade Perfil: Giuliano Menezes Campos
4.2 – Abuso do Poder
4.3 – Poder Vinculado
4.4 – Poder Discricionário
4.5 – Poder Hierárquico
4.6 – Poder Disciplinar
4.7 – Poder Regulamentar
4.8 - Poder de Polícia profalidianecoutinho
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– Capítulo 1 – realizá-lo, terá que restringir a esfera individual dos


particulares. Ex.: multa de trânsito aplicada em decorrência
DIREITO ADMINISTRATIVO do poder de polícia do Estado, fechamento de
estabelecimentos comerciais que desobedecem as normas
sanitárias, concessão de licenças para construir,
1.1) ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO desapropriação, dentre outras.
O Direito Administrativo, como ramo autônomo do direito, Hely Lopes Meireles afirma que o Direito Administrativo
começa a se organizar no final do século XVIII e início do Brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios
século XIX, com as revoluções liberais desse período, jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades
particularmente a Revolução Francesa. Antes, os estados públicas tendentes a realizar concreta, direta e
europeus eram monarquias absolutas e, evidentemente, imediatamente os fins desejados pelo Estado”(Direito
referidos estados não se submetiam às regras jurídicas, Administrativo Brasileiro, 28ª ed., São Paulo: Editora
posto que, os monarcas concentravam em suas mãos todos Malheiros, 2003, p. 38).
os poderes e, consequentemente, jamais se submeteriam a
um regime jurídico-administrativo. Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que: Direito
Administrativo é “o ramo do direito público que tem por
Após a Revolução Francesa, com o surgimento do objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas
constitucionalismo, do princípio da Legalidade e da administrativas que integram a Administração Pública, a
Separação dos Poderes, começam a surgir normas atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de
administrativas, que, mais tarde, seriam estudadas de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza
forma mais harmônica, organizando-se como um ramo pública.” (Direito Administrativo, 19º ed, São Paulo: Editora
específico do direito. Atlas, 2006, p. 66).
Inicialmente, não se pode falar em Direito Administrativo José dos Santos Carvalho Filho afirma que o Direito
como um ramo próprio do direito, posto que, existiam leis Administrativo é “o conjunto de normas e princípios que,
que cuidavam da matéria administrativa, porém estas leis visando sempre ao interesse público, regem as relações
eram esparsas, inexistindo uma sistematização entre as jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e
mesmas. Eram estudadas de acordo com os princípios do as coletividades a que devem servir.” (Manual de Direito
Direito Civil. Administrativo, 15ª ed., Rio de Janeiro: Lúmen Júris Editora,
O Direito Civil disciplinava as matérias, que atualmente são 2006, p. 07).
estudadas pelo Direito Administrativo. No Brasil, ainda hoje Celso Antônio Bandeira de Mello define o Direito
o Código Civil, por exemplo, classifica bens públicos, em seu Administrativo como “o ramo do direito público que
art. 99. disciplina a função administrativa e os órgãos que a
Posteriormente, em função das novas funções assumidas exercem.” (Curso de Direito Administrativo, 20ª ed., São
pelo Estado, aumentando a complexidade da sua estrutura Paulo, Editora Malheiros, 2006, p. 37).
organizacional, o Direito Civil não consegue mais disciplinar Pode-se conceituar o Direito Administrativo como o ramo
as novas relações jurídico-administrativas, surgindo a do direito público que disciplina o conjunto de regras e
necessidade da organização de um novo ramo do Direito, princípios jurídicos, visando a realização do interesse
que seria o Direito Administrativo. público, aplicáveis às relações entre os diversos órgãos e
No final do século XIX e início do século XX, com o entes estatais com os particulares e a coletividade em geral.
surgimento do Estado Social, que veio substituir o Estado
Liberal, prevalente nos séculos XVIII e XIX, o Direito
Administrativo ganha um impulso extraordinário, pela 1.3) FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
necessidade de conferir ao Estado poderes até então A Constituição Federal apresenta-se como a fonte
inexistentes, tornando-se definitivamente um ramo próprio primordial do Direito Administrativo, porque nela estão
do direito, com regras sistematizadas, com princípios disciplinadas as principais regras e princípios que
próprios e com uma hermenêutica própria. estruturam e disciplinam o Estado. A Lei aparece como uma
das principais fontes, posto que no Direito Administrativo o
Princípio da Legalidade tem uma presença muito forte, na
1.2) OBJETO E CONCEITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO medida em que o agente público só pode fazer aquilo que a
O Direito Administrativo disciplina as relações entre os lei previamente lhe autoriza que o faça.
diversos entes e órgãos estatais, assim como a relação A doutrina, a jurisprudência e os costumes diários são
destes com os particulares, sempre buscando a realização outras fontes do Direito Administrativo na aplicação e
do interesse público. Na relação com os particulares, o interpretação dos diversos atos praticados pelo Estado,
Estado sempre terá prerrogativas, posto que sempre busca exercendo a função administrativa.
a realização do interesse público e, muitas vezes, para

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1.4) A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA exerce funções de outros poderes, quando expressamente
autorizado pelo texto constitucional.
A expressão Administração Pública é usada pela doutrina
administrativa em dois sentidos básicos: um, subjetivo, Desta forma, a função administrativa não é exclusiva do
formal ou orgânico e o outro, material, objetivo ou Poder Executivo. Os outros poderes (Judiciário e Legislativo)
funcional. também exercem função administrativa. Quando um
Tribunal de Justiça promove um juiz de uma comarca para
Na acepção subjetiva, compreende todos os órgãos e entes
outra, pratica ato administrativo, e, não, função
que integram a Administração Pública, ou seja,
jurisdicional. Quando a Câmara dos Deputados realiza uma
corresponde a toda a estrutura administrativa do estado,
licitação pratica inúmeros atos administrativos. O exercício
englobando autarquias, fundações, empresas públicas,
de funções administrativas pelos Poderes Legislativo e
sociedades de economia mista e consórcios públicos, além
Judiciário é essencial para que preservem maior
dos diversos órgãos que integram o Estado e na acepção
independência no exercício de suas funções típicas de
objetiva compreende a própria atividade administrativa, ou
legislar e de julgar.
seja, a própria função administrativa, compreendendo a
prática dos atos administrativos. Sendo assim, não se deve restringir a função administrativa
apenas ao Poder Executivo, posto que os Poderes
Legislativo e Judiciário também exercem função
1.5) FEDERAÇÃO administrativa.
A Teoria Geral do Estado costuma classificar o Estado de _______________________________________________
diversas formas. Uma das classificações (forma de Estado)
_________________________________________________
subdivide o Estado em Estados Unitários ou Federativos,
difereciando-se basicamente pela centralização ou não do _________________________________________________
poder estatal. No Estado Federativo, o poder não está
_________________________________________________
centralizado numa única instância, mas, sim, em várias
esferas de poder. No Brasil, integram a Federação a União _________________________________________________
Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art.
_________________________________________________
18 da Constituição Federal). No Estado Unitário, o poder
está centralizado numa única instância de governo. Os _________________________________________________
Estados que têm uma grande dimensão territorial
_________________________________________________
geralmente são estados federativos.
_________________________________________________
Os entes integrantes da Federação possuem eleições
próprias, competência administrativa própria para a _________________________________________________
prestação de serviços públicos, autonomia administrativa e
_________________________________________________
competência tributária própria, dentre outras
características, o que demonstra a autonomia de tais entes. _________________________________________________
No Brasil, o princípio federativo está inserido no rol de
_________________________________________________
cláusulas pétreas, previsto no art. 60, paraágrafo 4º da
Constituição Federal. _________________________________________________
_________________________________________________
1.6) SEPARAÇÃO DOS PODERES _________________________________________________
A Separação dos Poderes, prevista expressamente no art. 2º _________________________________________________
da Constituição Federal, representa uma das maiores
_________________________________________________
contribuições da Revolução Francesa no final do século
XVIII. Implica na limitação dos poderes estatais, _________________________________________________
entregando-se a órgãos distintos as três principais funções
_________________________________________________
estatais de administrar, julgar e legislar. O gênio político
francês de Montesquieu sistematizou esta teoria no famoso _________________________________________________
livro: “O espírito das Leis”.
_________________________________________________
Esta separação absoluta, que prevaleceu inicialmente, não
_________________________________________________
existe mais, posto que, atualmente, fala-se mais em
separação de funções, entregando-se a órgãos diferentes _________________________________________________
funções distintas. No entanto, estes mesmos órgãos, além
_________________________________________________
das funções que lhes são próprias (funções típicas),
exercem funções de outros órgãos (funções atípicas), ou _______________________________________________
seja, o Poder Judiciário, essencialmente julga, mas também
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– Capítulo 2 – princípios são dotados de um alto grau de generalidade,


falando a doutrina em normas de tipo fechado (regras) e
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO normas de tipos abertos (princípios). Esclarecendo tal
PÚBLICA diferenciação, assinala o prof. Willis Santiago Guerra Filho 2
que; “uma das características dos princípios jurídicos que
melhor os distinguem das normas que são regras é sua
maior abstração, na medida em que não se reportam, ainda
2.1) ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL
que hipoteticamente, a nenhuma espécie de situação fática,
As modernas Constituições dos países ocidentais, que dê suporte à incidência de norma jurídica. A ordem
principalmente após a Segunda Guerra Mundial, período jurídica, então, enquanto conjunto de regras e princípios,
em que a legalidade estrita serviu de esteio a um dos piores pode continuar a ser concebida, à la KELSEN, como formada
períodos da história do homem ocidental, em que inúmeros por normas que se situam em distintos patamares,
absurdos foram praticados sob o argumento de conforme o seu maior ou menor grau de abstração ou
cumprimento à lei, passaram a consagrar a existência de concreção, em um ordenamento jurídico de estrutura
direitos que seriam fundamentais à pessoa humana, escalonada (Stufenbau). No patamar mais inferior, com o
introduzindo-os em seus textos. Afasta-se assim de um maior grau de concreção, estariam aquelas normas ditas
apego formal e “cego” à lei, para a consagração de uma individuais, como a sentença, que incidem sobre situação
pauta mínima de direitos fundamentais, que não podem jurídica determinada, à qual se reporta a decisão judicial. O
jamais ser afastados, sob a alegativa de obediência à lei, grau de abstração vai então crescendo até o ponto em que
posto que, estas é que devem obediência àqueles. Os não se tem mais regras, e sim, princípios, dentre os quais,
direitos fundamentais é que condicionam todo o contudo, se pode distinguir aqueles que se situam em
ordenamento jurídico. diferentes níveis de abstração”. Em suma, pode-se
diferenciar tais espécies, pelo diferente grau de abstração,
É corrente hoje na moderna teoria do Direito Constitucional
maior, nos princípios, e menor, nas regras.
a distinção entre normas que são regras e normas que são
princípios, distinção esta brilhantemente realizada por A nossa Constituição traz a previsão de inúmeros princípios
Ronald Dworkin e Robert Alexy. Desta forma, os princípios jurídicos, que em muitas ocasiões, colidem com outros
jurídicos foram “normatizados”, sendo uma das espécies de princípios constitucionais. Em outras ocasiões, há a colisão
norma, ao lado das regras, que antes eram confundidas de duas regras, ou ainda, a colisão entre uma regra e um
com o próprio conceito de norma. Hodiernamente, nada princípio. A solução para referidas situações de conflito
mais são do que uma de suas espécies. permite uma melhor diferenciação das normas, em relação
aos princípios.
Os modernos textos constitucionais, de forma crescente,
consagram uma grande quantidade de princípios em seus Quando uma regra colide com um princípio, é
textos, positivando-os, princípios estes consagradores de inquestionável, como afirmado anteriormente, que este
direitos fundamentais. Assim nos ensina Paulo Bonavides 1, prevalece sobre aquela, posto que as regras encontram
ao comentar a evolução histórica da juridicidade dos seus fundamentos nos princípios, que estão na base do
princípios: “A terceira fase, enfim, é a do pós-positivismo, ordenamento jurídico. O conflito entre duas regras, resolve-
que corresponde aos grandes momentos constituintes das se pelo aniquilamento de uma delas, aplicando-se a outra,
últimas décadas deste século. As novas Constituições ou seja, uma das regras é afastada pela perda de validade,
promulgadas acentuam a hegemonia axiológica dos reputando-se a outra como válida. Helenilson Cunha
princípios, convertidos em pedestal normativo sobre o qual Pontes3 nos ensina que “duas regras jurídicas em oposição,
assenta todo o edifício jurídico dos novos sistemas diante de um caso concreto, consubstanciam um conflito de
constitucionais”. regras. Os conflitos entre regras jurídicas resumem-se a
uma questão de validade, isto é, quando para uma mesma
Referidos princípios previstos no texto constitucional, sendo
situação de fato, duas regras aparecem para o intérprete
a nossa Constituição um exemplo da consagração de tais
como igualmente aptas à regulação do caso, a escolha de
princípios, servem de fundamento a todo o ordenamento
uma levará necessariamente à declaração de invalidade da
jurídico, prevalecendo, em caso de confronto, sobre as
outra, mediante a aplicação de outras regras (de
regras.
interpretação) tais como lex posterior derrogat legi priori ou
É importante ressaltar a distinção entre as espécies de lex specialis derrogat legi generali. O fundamental é que o
normas (princípios e regras), para melhor entender a sua conflito entre regras reduz-se a uma questão de validade.”
natureza e, consequentemente, dar-lhes a melhor e mais
efetiva aplicação, diante das respectivas situações fáticas.
Enquanto as regras são dotadas de um caráter “bem
2
GUERRA FILHO, Willis Santiago, Processo Constitucional e
fechado”, com um grande grau de especificidade, os
Direitos Fundamentais, 1ª ed., São Paulo : Celso Bastos Editor, pp.
52-53
1 BONAVIDES, Paulo, Curso de Direito Constitucional, 8ª ed., São 3 PONTES, Helenilson Cunha, O Princípio da Proporcionalidade e o

Paulo : Malheiros, p. 237 Direito Tributário, 1ª ed., São Paulo : Dialética, pp 33-34
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Trata-se da aplicação das regras clássicas de soluções de disso, afirma o Prof. Willis Santiago Guerra Filho 6 que: “o
antinomias (hierarquia, especialidade e critério temporal). traço distintivo entre regras e princípios por último referida
aponta para uma característica desses que é de se destacar:
Tratando-se de conflitos entre princípios, a solução é bem
sua relatividade”.
distinta, abandonando-se todos os métodos clássico-liberais
de solução de antinomias, tais como a subsunção ou o Ressalte-se ainda que, além dos princípios expressamente
método silogístico. Considerando a natureza do princípio de previstos no texto constitucional, existem princípios
grande generalidade, não referindo-se a um caso específico, implícitos, que resultam da própria estrutura do texto
é comum, que diante de um caso concreto, dois ou mais constitucional, da opção política feito pelo legislador, bem
princípios colidam. Neste caso, sempre diante do caso como do disposto no art. 5º, par. 2º do texto constitucional
concreto a ser solucionado, prevalece um princípio em de 1988 segundo o qual: “Os direitos e garantias expressos
relação ao outro, sem, no entanto, este ser anulado. nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
Apenas, diante daquela situação fática prevalece um regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
determinado princípio, sem prejuízo de, em outra situação, internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
mudadas as condições e ocorrendo semelhante conflito, parte”. É importante destacar a possibilidade de colisão
prevaleça o outro princípio que fora afastado. Continuando entre princípios explícitos e implícitos, que são resolvidos
em seu livro, Helenilson Cunha Pontes4 ensina que: “A semelhantemente à colisão entre princípios expressos.
oposição entre princípios, por outro lado, consiste em uma
colisão de princípios. As colisões entre princípios jurídicos
resolvem-se segundo uma técnica de composição, em que 2.2) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
um dos princípios deve ceder diante do outro sem que, por
A solução para a colisão entre princípios previstos no texto
isso, o princípio que teve a sua aplicação afastada tenha
constitucional deve ser feita de forma, segundo a situação
que perder a sua validade. A precedência de um princípio
fática a ser solucionada, a dar prevalência a um princípio,
em relação a outro deve ser aferida sempre diante das
afetando o mínimo possível o outro princípio colidente, ou
circunstâncias do caso concreto e do respectivo peso que
seja, o princípio que “cede” em face do outro deve ser
cada um dos princípios assume diante dessas
desrespeitado somente no que for necessário para a
circunstâncias. A dimensão de peso inerente aos princípios
solução do caso concreto. Sintetizando a importância desse
jurídicos permite que as colisões entre eles resolvam-se
princípio, nos ensina Willis Guerra Filho 7 que: “para resolver
segundo uma ponderação dos pesos dos princípios
o grande dilema da interpretação constitucional,
colidentes, sem que o princípio afastado perca a sua
representado pelo conflito entre princípios constitucionais,
dimensão de validade.” No mesmo sentido, a lição de
aos quais se deve igual obediência, por ser a mesma a
Marciano Seabra de Godoi5: “as colisões de princípios
posição que ocupam na hierarquia normativa, se preconiza
devem ser solucionadas de maneira totalmente diversa.
o recurso a um ‘princípio dos princípios’, o princípio da
Quando dois princípios entram em colisão, um deles deve
proporcionalidade, que determina a busca de uma ‘solução
ceder ao outro. Mas isto não significa declarar inválido o
de compromisso’, na qual se respeita mais, em determinada
princípio que deu lugar a outro nem que naquele deva ser
situação, um dos princípios em conflito, procurando
introduzida uma cláusula de exceção. O que ocorre é que,
desrespeitar o mínimo ao(s) outro(s), e jamais lhe(s)
sob certas circunstâncias, um dos princípios precede ao
faltando minimamente com o respeito, isto é, ferindo-lhe
outro, e sob outras circunstâncias a questão da precedência
seu ‘núcleo essencial’. Esse princípio, embora não esteja
poderia ser solucionada de maneira inversa. Isto é o que se
explicitado de forma individualizada em nosso
quer dizer quando se afirma que nos casos concretos os
ordenamento jurídico, é uma exigência inafastável da
princípios têm pesos diferentes e que prima o princípio de
própria fórmula política adotada por nosso constituinte, a
maior peso. Aqui a argumentação de Alexy é idêntica à de
do ‘Estado Democrático de Direito’, pois sem a sua
Dworkin.”
utilização não se concebe como bem realizar o
É inquestionável, por conseguinte, que a solução das mandamento básico dessa fórmula, de respeito simultâneo
colisões de princípios só pode ser feita à luz do caso dos interesses individuais, coletivos e públicos.”
concreto. Inexiste a solução pré-determinada de caráter
Desta forma, o princípio da proporcionalidade é
abstrato, simplesmente verificando se aquela situação
indispensável à correta interpretação constitucional que
fática adequa-se à hipótese abstrata prevista pelo
privilegia um princípio, desrespeitando o mínimo possível o
legislador. Hoje, diante da possibilidade de colisão entre
princípio colidente, procurando não afetar o seu “núcleo
dois mais princípios previstos no texto constitucional, a
essencial”.
solução mais próxima do ideal de justiça, perseguido por
todos, obriga a uma análise do caso concreto. Em face É corrente na doutrina a consideração de três aspectos do
princípio da proporcionalidade, aspectos estes que foram
sendo desenvolvidos pela jurisprudência da Corte
4In ob. cit. p. 34
5 GODOI, Marciano Seabra de, Justiça, Igualdade e Direito 6 In ob. cit. p. 45

Tributário, 1ª ed., São Paulo : Dialética, p. 119 7 In. ob. cit., p. 59

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Constitucional Alemã, quais sejam: adequação, necessidade Constituição e a lei ao caso concreto, porém, ele também
e proporcionalidade em sentido estrito. Pela adequação, tem algumas funções legislativas, como o envio do projeto
exige-se que o meio utilizado seja adequado para o alcance de lei, referente ao Estatuto da Magistratura, ao Congresso
do objetivo visado, apto à realização do fim colimado. A Nacional, de iniciativa exclusiva do Supremo Tribunal
necessidade, por sua vez, implica na adoção do meio mais Federal, bem como algumas funções administrativas, como
suave, ou seja, se para a solução de uma colisão de a administração dos seus próprios servidores. Assim
princípios, existem vários meios, deve-se buscar aquele que também ocorre em relação ao Poder Legislativo, cuja
menor ofensa causar ao(s) outro(s) princípio(s). A função principal é legislar, porém, excepcionalmente ele
proporcionalidade em sentido estrito é o núcleo do julga (Ex.: Julgamento do ex-presidente Collor por crime de
princípio da proporcionalidade, significando a relação entre responsabilidade pelo Senado Federal) e também
o meio utilizado e o objetivo colimado, ou seja, se o fim administra suas próprias casas.
alcançado supera o prejuízo causado a outros interesses
Desta forma o Direito Administrativo estuda também os
igualmente protegidos.
atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário e
Legislativo, além da atividade do Poder Executivo,
essencialmente administrativa.
2.3) DIREITO CONSTITUCIONAL x DIREITO
ADMINISTRATIVO
O Direito Constitucional, que tem por objeto principal o 2.5) PRINCÍPIOS DA SUPREMACIA E DA
estudo da Constituição Federal, funciona como um “vetor” INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
na interpretação da legislação infraconstitucional. As
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que
normas legais devem estar de acordo com o texto
estes dois princípios norteiam toda a atividade
constitucional. Quanto ao Direito Administrativo, ramo do
administrativa, decorrendo os demais princípios dos
direito público por excelência, qualquer aplicação de suas
mesmos. Segundo ele, referidos princípios caracterizam o
normas deve levar em consideração o que encontra-se
regime jurídico-administrativo. É o interesse público
previsto na Constituição, que atualmente (CF de 1988),
superior ao interesse privado e, conseqüentemente,
consagra um capítulo inteiro à Administração Pública
supremo e indisponível, ou seja, o administrador não tem o
(Capítulo VII).
poder de disponibilizar referido interesse público,
consistindo sua obrigação a sua preservação.
2.4) ESTADO – CONCEITO - ELEMENTOS O Estado pode compulsoriamente condicionar o interesse
privado à satisfação do interesse público. A esfera
Conceituar Estado é uma das mais difíceis tarefas do Direito
individual, antes intocável, no auge do Liberalismo, pode ser
Constitucional e da Teoria Geral do Estado. No entanto,
limitada em prol do interesse público. Pode-se afirmar que
respaldado na teoria do Contrato Social de Rousseau, pode-
referido princípio está implícito no ordenamento jurídico,
se afirmar, que as pessoas resolveram abdicar um pouco da
sendo inerente à própria sociedade. Como afirma o Prof.
sua liberdade, para poder viver em sociedade sob o governo
Celso Antônio Bandeira de Mello: “O princípio da
de uma determinada entidade, que, conhecemos,
supremacia do interesse público sobre o interesse privado é
hodiernamente como Estado.
princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade. É a
própria condição de sua existência. Assim, não se radica em
dispositivo específico algum da Constituição, ainda que
2.5) PODERES DO ESTADO
inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas
As revoluções liberais do final do século XVIII, capitaneadas dele, como, por exemplo, os princípios da função social da
pela Revolução Francesa, praticamente estruturaram o propriedade, da defesa do consumidor ou do meio
Estado Moderno, que hoje, encontra-se presente em ambiente (art, 170, III, V e VI), ou tantos outros. Afinal, o
praticamente todos os Estados ocidentais. Entre as suas princípio em causa é um pressuposto lógico do convívio
principais contribuições, a separação de poderes constitui social”. (IN Curso de Direito Administrativo, 13ª ed., Edit.
uma das mais importantes. Imaginavam os teóricos que o Malheiros, p. 67/68).
poder de legislar, julgar e administrar não podia continuar
Em relação ao princípio da indisponibilidade do interesse
concentrado nas mãos de uma só pessoa. Montesquieu, em
público, é importante ressaltar que o administrador público
seu famoso livro: “O Espírito das Leis”, sistematizou a
exerce um encargo público, um “munus” público,
separação dos poderes.
administra em nome e em favor do povo, verdadeiro titular
Prevista no art. 2º da Constituição Federal Brasileira de do patrimônio público. Desta forma, ele não tem
1988 e elencada como cláusula pétrea em seu art. 60, § 4º , disponibilidade em relação ao patrimônio público. Deverá
a Separação de Poderes, atualmente, não é mais vista como administrá-lo em conformidade com a lei e, não, segundo
uma separação absoluta. Quando se refere ao Poder sua vontade, como acontece em relação aos
Judiciário, por exemplo, não significa que o Poder Judiciário administradores privados.
só julgue. A sua função principal é julgar, aplicando a
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2.6) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 2.9) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE


Sendo o povo o titular do poder, o seu representante Os atos administrativos devem ser publicados em órgão
(administrador público) não tem a liberdade para agir, oficial do ente estatal, até para facilitar o controle por parte
segundo sua vontade. A sua atuação deve ser previamente do povo. A publicidade é indispensável para garantir a todos
precedida de uma lei, posto que em última instância, é o o acesso aos atos administrativos que nos interessam, bem
povo que legisla, através de seus representantes. como para permitir o controle sobre os atos estatais.
É o Direito Administrativo um ramo do direito onde a
legalidade é estrita, ou seja, qualquer atividade do
2.10) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
administrador deve ser precedida de uma prévia
autorização legal. É o princípio da legalidade que melhor O Poder Constituinte Derivado elevou este princípio a um
caracteriza o Estado de Direito, ou seja, um Estado nível constitucional. Consagrado pela legislação
disciplinado por normas jurídicas, normas estas que se infraconstitucional, encontra-se o mesmo previsto de forma
impõem ao próprio Estado. A competência administrativa expressa na Constituição no “caput” do art. 37. A emenda
deve ser previamente estabelecida para a prática de constitucional n. 19/98 conferiu a este princípio uma
quaisquer atos administrativos. posição de destaque em nosso ordenamento jurídico-
constitucional. Inicia-se um terceiro estágio de nossa
Administração Pública. Após a Administração Pública
2.7) PRINCÍPIO DA FINALIDADE E DA IMPESSOALIDADE Patrimonialista e, posteriormente, Burocrática, nasce o
Estado Gerencial.
O administrador público deve ser impessoal, não
beneficiando ninguém, mas contratando, por exemplo, Deve-se ressaltar, no entanto, que, como todo princípio,
servidores, através de concurso público, não tem o mesmo caráter absoluto, posto que, não é
independentemente de quem sejam “os candidatos”. A possível, afastar a legalidade, sob o argumento de dar maior
impessoalidade está intimamente ligada à legalidade, posto eficiência à Administração Pública. As etapas legais de um
que a atividade do administrador, sendo pautada na procedimento administrativo, como a licitação, por
legalidade, não pode beneficiar ou prejudicar ninguém. exemplo, não podem ser afastadas. Deve-se buscar uma
Contrata o administrador, por exemplo, um particular, forma de realizar a eficiência sem subverter outros
mediante uma prévia licitação, como determina a princípios administrativos.
Constituição Federal no seu art. 37, XXI.
A finalidade pública deve sempre ser o escopo do
2.11) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
administrador. Ainda que o Estado esteja realizando
atividades econômicas (art. 173 da Constituição Federal), Os atos administrativos devem ser justificados. O
busca realizar o interesse público, posto que a atuação na administrador deve sempre motivá-los. A exigência da
esfera econômica só pode ocorrer por razões relevantes de motivação funciona como instrumento de controle em
interesse coletivo ou por razões de segurança nacional. relação às atividades do administrador. Devidamente
motivado, o povo, titular do patrimônio público, consegue
identificar as razões que levaram o administrador público a
2.8) PRINCÍPIO DA MORALIDADE praticar determinado ato administrativo. O art. 50 da lei n.
9784/99 elenca os atos que devem ser motivados.
Hoje, o legislador constituinte originário elenca várias
exigências morais, que devem ser observadas pelo
legislador e pelo administrador. Apesar da dificuldade de
2.12) PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO
definir o que seja moral, sabe-se qual situação fática está de
CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
acordo com a moral ou não. Não basta ser legal, tem que
ser moral também. A moralidade funciona como um vetor Cuida-se de princípios semelhantes aos que são exigidos em
que deve nortear a atuação e a interpretação do processos judiciais, podendo a parte opor-se ao que é
administrador público. afirmado sobre ela (princípio do contraditório), utilizando-
se de todos os meios de prova para defender-se (princípio
A Constituição Federal não se limita a colocar o princípio da
da ampla defesa) em processos administrativos. O devido
Moralidade como um princípio a ser realizado pela
processo legal é decorrência lógica dos princípios da
Administração Pública. Assegura instrumentos processuais
segurança jurídica e da legalidade.
para a efetivação do princípio, tais como a Ação Popular
(art. 5º , LXXIII da CF) e a Ação de Improbidade
Administrativa (art. 37, parágrafo 4º da CF), que visam a
2.13) PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO PODER
punição de agentes ímprobos e a anulação de atos
JUDICIÁRIO.
administrativos ilegais.
Em nosso sistema, nada foge ao controle do Poder
Judiciário (art.5º, XXXV, CF). Nenhuma jurisdição
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administrativa pode, pela Lei Maior, dar a palavra final. 2.16) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS
Inexiste a “coisa julgada administrativa” para o ATOS ADMINISTRATIVOS
administrado, que mesmo diante de decisões desfavoráveis
A presunção de legitimidade dos atos administrativos é
na esfera administrativa, pode socorrer-se do Poder
decorrência lógica do princípio da legalidade. O
Judiciário, para modificar as decisões administrativas.
administrador só pode agir, quando previamente
Referido princípio, também chamado de princípio da autorizado por lei. Desta forma, sua conduta é
jurisdição única, implica na não necessidade de prévio presumivelmente legal. Presunção esta que não é absoluta,
esgotamento da instância administrativa, como requisito podendo ser afastada por prova em contrário do
para a propositura de uma ação judicial. O administrado, administrado que, eventualmente, seja prejudicado com as
como regra, pode propor uma ação judicial sem a atividades da Administração Pública.
necessidade de, previamente, esgotar a via administrativa.

2.17) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO


2.14) PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Os bens que são afetados à prestação do serviço público
A exigência de um tratamento igual de pessoas que se são impenhoráveis em razão deste princípio, posto que, o
encontram em situação igual é uma das grandes interesse público não pode sucumbir perante os interesses
preocupações do legislador constituinte de 1988. Em privados de eventuais credores individuais. O serviço
inúmeros artigos, há uma referência a este princípio. público não pode ser afetado. Os bens indispensáveis à sua
prestação são intocáveis, existindo outros meios, como o
É importante ressaltar, no entanto, que a Isonomia,
precatório judicial, para satisfazer os interesses individuais
atualmente, é vista como um tratamento igual de pessoas
em face do Estado.
que se encontrem em situação igual e, desigual, de quem se
encontre em situação desigual. O critério que diferencia, no Outros princípios norteiam a atividade do Poder Judiciário e
entanto, deve ser um critério razoável, cujo tratamento do Administrador, quando da aplicação da lei
diferenciado seja exigido, como meio à realização da justiça. administrativa. Pode-se elencar outros, além dos já citados,
tais como: da Proporcionalidade, da Razoabilidade, da
Segurança Jurídica, da Tutela, da Autotutela, da
2.15) PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO Especialidade e da Hierarquia.
Este princípio decorre diretamente do Estado de Direito. Em SÚMULAS
um Estado regido por normas jurídicas, estas obrigam-no
Súmula n. 346, STF: A administração pública pode declarar a
também, ou seja, se eventualmente, na realização de suas
nulidade dos seus próprios atos.
atividades, causa o Estado prejuízo a um terceiro, deve ser
responsabilizado, patrimonialmente, pelos seus atos (art. Súmula n. 473, STF: A administração pode anular os seus
37, parágrafo 6º da CF). próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

ESQUEMAS DE SALA DE AULA

1. Conceito e Fontes do Direito Administrativo

NOÇÕES PRELIMINARES

FUNÇÃO FUNÇÃO
POVO TÍPICA ATÍPICA

PODER ADMINISTRAR ART. 62, CF.


ESTADO TERRITÓRIO EXECUTIVO Lei infranconstitucional*

PODER LEGISLAR E ART. 52, CF


LEGISLATIVO FISCALIZAR ART. 37, XXI, CF
GOVERNO PODER JULGAR ART 96,I, a. CF
JUDICIÁRIO ART 96,I, f. CF

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- CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o ramo do Direito Público que estuda as normas e princípios que regulam a
atuação dos órgãos, entidades e agentes públicos no desempenho das atividades-fim e das atividades-meio da
Administração Pública.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

É a fonte primária do direito administrativo, abrangendo esta expressão desde a


LEI Constituição até os regulamentos executivos**.
É fonte secundária do direito administrativo; formam o sistema teórico de princípios
aplicáveis ao direito positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual pertence a
DOUTRINA disciplina em causa. Influi não só na elaboração da lei como nas decisões contenciosas e
não contenciosas.
É fonte secundária do direito administrativo;
Traduz-se na reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a
JURISPRUDÊNCIA construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo. Tem um caráter mais
prático que a doutrina e a lei. Outra característica é seu nacionalismo.
É fonte secundária do direito administrativo;
COSTUMES Corresponde a prática administrativa; para Hely Lopes a praxe burocrática passa a suprir a
lei, ou atua como elemento informativo da doutrina.

* Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Executivo desenvolver a função de julgar.


** Há divergências doutrinárias sobre a os atos normativos serem apenas a CF as leis em sentido estrito.

 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: entende-se como Administração Pública o conjunto


de entidades (pessoas jurídicas- políticas e administrativas), órgãos e agentes públicos no desempenho da função
administrativa.

A Administração Pública pode ser vista sob duas análises:


1ª análise: Administração Pública em sentido amplo ou sentido estrito.
2ª análise: Administração Pública em sentido subjetivo (formal ou orgânico) ou sentido objetivo (material ou funcional).

1ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO OU SENTIDO ESTRITO.

- Administração Pública em sentido amplo corresponde as funções políticas e funções administrativas desenvolvidas pelo
órgãos governamentais e órgãos administrativos.

- Administração Pública em sentido estrito corresponde às funções administrativas desenvolvidas pelos órgãos administrativos.

2ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO (FORMAL OU ORGÂNICO) OU SENTIDO OBJETIVO (MATERIAL OU
FUNCIONAL).

 Administração Pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico, compreende as entidades (políticas e administrativas)
componentes da Administração Pública, os órgãos e os agentes públicos.

- Entidades políticas (art. 18 da CF): União, Estados, DF e Municípios- formam a Administração Direta.
- Entidades administrativas (art.37, XIX da CF): Autarquia, Fundação Pública, Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública-
formam a Administração Indireta.
- Órgãos: compartimentos internos, unidades integrantes da Administração Direta e Indireta
- Agentes públicos: pessoas físicas que desenvolvem as funções do Estado.

 Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública corresponde às diversas atividades
finalísticas exercidas pelo Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função administrativa.

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ANÁLISE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


SENTIDO AMPLO - FUNÇÕES POLÍTICAS
ADMINISTRAÇÃO - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
1ª ANÁLISE PÚBLICA
SENTIDO ESTRITO - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

SENTIDO ANALISA A ESTRUTURA:


SUBJETIVO, ENTIDADES
FORMAL OU ÓRGÃOS
2ª ANÁLISE ADMNISTRAÇÃO ORGÂNICO AGENTES PÚBLICOS
PÚBLICA SENTIDO ANALISA A ATIVIDADE
OBJETIVO, (ATIVIDADE- FIM):
MATERIAL OU - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA
FUNCIONAL - FOMENTO
- INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA(EM SENTIDO SUBJETIVO E OBJETIVO)


UNIÃO
POLÍTICAS ESTADO, DF
ENTIDADES MUNICÍPIO
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATIVAS
PÚBLICA AUTARQUIA
FUND. PUB.
SOC.ECON.MISTA
EMP. PÚBLICA
ÓRGÃOS

AGENTES PÚBLICOS
- SERVIÇO PÚBLICO
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA
- FOMENTO
- INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE
NO DOMÍNIO ECONÔMICO

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO:


ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA –ENTIDADES, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS
EXEC- PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA
LEG- SENADO E CAM. DOS DEPUTADOS
UNIÃO JUD- STF, STJ, TST, TSE, STM, TRF, TRT, TRE, TJDFT E CNJ.
MPU- MPF, MPT, MPM, MPDFT E CNMP.
DPU
DIRETA TCU

ESTADOS EXEC- GOVERNADORIA DO ESTADO


ADMINISTRAÇÃO
E DF* LEG- ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
PÚBLICA
JUD- TRIBUNAL DE JUSTIÇA
MPE- PROCURADORIA DE JUSTIÇA
DPE
TCE  (OBS.: EM 3 ESTADOS DO PAÍS(CE, PA, BA E GO)
EXISTEM OS TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNIPIOS- QUE
É ÓRGAO ESTADUAL.
MUNICÍPIOS
EXEC- PREFEITURA
LEG- CAMARA MUNICIPAL
(OBS.: A CF/88(ART. 31, § 4º) PROIBIU A CRIAÇÃO DE TRB.
CONTAS MUNICIPAIS, MAS ANTES DE 1988 FORAM
CRIADOS 2 (DOIS) TRIB.CONTAS MUNIPAIS (ÓRGÃO
MUNIPAL), EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO.

AUTARQUIA
INDIRETA FUNDAÇÃO PUBLICA

SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA
EMPRESA PÚBLICA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO OBJETIVO


-ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA-

1) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é toda atividade concreta e imediata que a Administração exerce, por si ou por
meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas necessidades coletivas, sob regime exclusiva ou
preponderantemente de Direito Público. Exemplos: saúde, educação, saneamento, transporte etc.
De acordo com a CF, a referida atividade pode ser desenvolvida pela Administração Pública (direta e indireta) e
pelo particular (por delegação, em uma de suas formas: concessão, permissão ou autorização).

CENTRALIZADA DESCENTRALIZADA

ADMINISTRAÇÃO OUTORGA DELEGAÇÃO


PÚBLICA DIRETA

ADM. PARTICULAR
INDIRETA
UNIÃO, ESTADOS, DF E AUTARQUIAS, FUND. PÚB, CONTRATO ATO
MUNCÍPIOS SOC. ECON. MISTA, EMP.
PÚBLICA

CONCESSÃO PERMISSÃO
AUTORIZAÇÃO

* DF tem estrutura anômala (que é estudada em Direito Constitucional).


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2) POLÍCIA ADMINISTRATIVA: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe limitações e


condicionamentos ao gozo de bens e ao exercício de atividades e direitos individuais em prol do interesse coletivo. Ex:
fiscalização, multas de trânsito, licença para dirigir, autorização para porte de arma, apreensão de bens, interdição de
estabelecimentos etc.

3) ATIVIDADE DE FOMENTO: consiste na atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante
benefícios e privilégios fiscais, auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos a juros facilitados, recursos orçamentários,
entre outros instrumentos de estímulo.

4) INTERVENÇÃO:

4.1 – NA PROPRIEDADE- consiste em atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos
incidentes sobre destinatários específicos. Ex.: desapropriação, servidão, ocupação temporária, tombamento, etc.

4.2- NO DOMÍNIO ECONÔMICO- consiste na regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza


privada e na atuação direta do Estado no domínio econômico, dentro dos permissivos constitucionais, por meio de
empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias.

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LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Art. 31, § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

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Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros
de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.

Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


II- disponham sobre:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso
Nacional.

Art. 96. Compete privativamente:


I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e
administrativos;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente
vinculados;

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006).

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

LEI Nº 9.503/1997- CTB


Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades:
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos
normativos, consultivos e coordenadores;
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
V - a Polícia Rodoviária Federal;
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e

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VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.


(...)
Art. 17. Compete às JARI:
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas
aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas
observados nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.

LEI Nº 9.784/99
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE PRINCÍPIOS


1) STF- SÚMULA Nº 339

NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA.

2) SÚMULA VINCULANTE 37

NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB O FUNDAMENTO DE ISONOMIA.
3) Necessidade de Observância ao Princípio da Publicidade
STJ - AGRESP 200701330243- AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - 959999
Relator(a): NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Órgão julgador: QUINTA TURMA
Fonte: DJE DATA:11/05/2009

Ementa
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA.
CONVOCAÇÃO DOS CANDIDATOS HABILITADOS PARA A SEGUNDA FASE NOVE ANOS APÓS O RESULTADO. PRAZO
DECADENCIAL CONTADO DA CIÊNCIA DO INDEFERIMENTO DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. PUBLICAÇÃO
EXCLUSIVAMENTE NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO EDITAL DO CONCURSO. NÃO OBSERVÂNCIA
DOS PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE E DA RAZOABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. A fluência do prazo decadencial só se
inicia na data em que o ato a ser impugnado se torna operante ou exequível, a dizer, capaz de produzir lesão ao direito
vindicado, que, no caso em tela, deu-se com o indeferimento do requerimento administrativo do candidato pela
Administração Pública. 2. De acordo com o princípio da publicidade, expressamente previsto no texto constitucional (art. 37,
caput da CF), os atos da Administração devem ser providos da mais ampla divulgação possível a todos os administrados e,
ainda com maior razão, aos sujeitos individualmente afetados. 3. Se não está previsto no Edital do concurso, que é a lei do
certame, a forma como se daria a convocação dos habilitados para a realização de sua segunda etapa, referido ato não pode
se dar exclusivamente por intermédio do Diário Oficial, que não possui o mesmo alcance que outros meios de comunicação,
sob pena de violação ao princípio da publicidade. 4. Recurso desprovido.

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4) Princípio da Impessoalidade Vincula as Divulgações dos – Capítulo 3 –


Atos de Governo
STF- RE N. 191.668-RS ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
RELATOR: MIN. MENEZES DIREITO PÚBLICA
EMENTA
Publicidade de atos governamentais. Princípio da 3.1) ÁREAS DE ATUAÇÃO ESTATAL
impessoalidade. Art. 37, parágrafo 1º, da Constituição A Constituição Federal, em seus dispositivos, admite a
Federal. possibilidade do Estado prestar serviços públicos (art. 175
1. O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição da Constituição Federal) ou exercer atividades econômicas
Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação (art. 173 da Constituição Federal). A prestação de serviços
entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os públicos, evidentemente, consiste a área de atuação
partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo própria do Estado, posto que a organização estatal existe
constitucional que assegura o princípio da impessoalidade essencialmente para a realização do interesse público,
vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou finalidade esta que é atingida também pelo fornecimento
de orientação social é incompatível com a menção de de serviços públicos aos administrados.
nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que
caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. O exercício de atividades econômicas ocorrerá de forma
A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação excepcional, posto que em países capitalistas, a esfera
com o partido político a que pertença o titular do cargo econômica deve ser exercida essencialmente pelos
público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura particulares. A própria Constituição Federal exige, em seu
o caráter educativo, informativo ou de orientação que art. 173, relevante interesse coletivo ou razões de
constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta. segurança nacional, que justifiquem a atuação estatal na
2. Recurso extraordinário desprovido. economia.
_______________________________________________ A prestação de serviços públicos poderá ser feita de forma
_________________________________________________ centralizada através dos órgãos públicos,
_________________________________________________ despersonalizados, bem como de forma descentralizada,
_________________________________________________ transferindo a execução dos serviços públicos aos entes de
_________________________________________________ administração pública indireta (art. 37, XIX, CF e art. 241,
_________________________________________________ CF) ou aos particulares (concessionários e permissionários
_________________________________________________ de serviços públicos).
_________________________________________________
_________________________________________________ Os concessionários de serviços públicos não integram o
_________________________________________________ estado, ou seja, o fato de prestarem serviços públicos não
_________________________________________________ os colocam como ente da administração pública indireta,
_________________________________________________ razão pela qual continuam regidos por normas de direito
_________________________________________________ privado na sua organização, aplicando-se, no entanto,
_________________________________________________ normas públicas quanto ao objeto (prestação de serviços
_________________________________________________ públicos), tais como: licitação para transferir a execução de
_________________________________________________ serviço público, fixação da tarifa cobrada, controle do
_________________________________________________ serviço público pelas agências reguladoras. Cuida-se de
_________________________________________________ aplicação de legislação privada e pública, regendo-se por
_________________________________________________ este regime misto.
_________________________________________________ Na esfera econômica, o estado atua através de empresas
_________________________________________________ públicas e sociedades de economia mista, posto que a
_________________________________________________ Constituição Federal expressamente admite no art. 173, §
_________________________________________________ 1º, inciso II, a flexibilização do regime público a estas
_________________________________________________ empresas que atuam na economia, determinado a sujeição
_________________________________________________ ao regime jurídico próprio das empresas privadas em
_________________________________________________ relação às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
_________________________________________________ tributárias. A atuação na esfera econômica só é possível,
_________________________________________________ com a flexibilização do regime público. No entanto, é
_________________________________________________ fundamental ressaltar que estas empresas não estão
_________________________________________________ sujeitas a um regime exclusivamente privado. O próprio
_________________________________________________ dispositivo constitucional supra citado determina a
_________________________________________________ aplicação da licitação a estas empresas (art. 173, § 1º, inciso
_________________________________________________ III, CF). Estas empresas também são obrigadas a realizar
concurso público (art. 37, inciso II, CF) e o Tribunal de
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Contas da União exerce fiscalização sobre as suas contas O ente autárquico, pessoa distinta do ente central, em
(arts. 70 e 71, incisos II e III, CF). Estas empresas estão função de ser dotado de personalidade jurídica própria, tem
sujeitas a um regime híbrido (público e privado). patrimônio próprio e é criado para o exercício de funções
Organizam-se segundo regras públicas (concurso público, típicas do Estado.
licitação, controle pelos Tribunais de Contas), aplicando-se,
O Decreto-lei 200/67 assim define: autarquia é “o serviço
no entanto, regras privadas quanto ao objeto econômico
autônomo criado por lei, com personalidade jurídica,
(art. 173, inciso II, CF)
patrimônio e receita próprios, para executar atividades da
Administração Pública que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira
3.2) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ESTATAL
descentralizadas”
A organização interna da Administração Pública constitui
Criada por lei (art. 37 XIX, CF), está a autarquia sujeita a um
um dos principais objetos de estudo do Direito
regime público, tais como: licitação, concurso público,
Administrativo. Estabelecendo a Constituição a base da
controle finalístico exercido pelo ente central e controle
organização do estado, preocupa-se o Direito
externo exercido pelos Tribunais de Contas. São exemplos
Administrativo com a organização e funcionamento diário
de autarquias: o INSS, o IBAMA, o Banco Central, o DNOCS,
dos componentes do estado.
as Agências Reguladoras, dentre outras.
A administração pública divide-se em administração pública Existem algumas autarquias que sujeitam-se a um regime
direta e indireta. A administração pública direta é formada especial, ou seja, mesmo sujeitas ao regime jurídico próprio
pelos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e das autarquias, gozam de algumas prerrogativas, aplicando-
Municípios) e seus respectivos órgãos públicos. se às mesmas regras específicas, que, geralmente, lhes
conferem maiores prerrogativas, tais como o processo de
A administração pública indireta, por sua vez, é composta
escolha dos seus dirigentes, como ocorre com o Banco
por entes dotados de personalidade jurídica, quais sejam:
Central, a Universidade Federal do Ceará (UFC), chamadas
autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de
de “autarquias sujeitas a um regime especial”, a
economia mista (art. 37, XIX, CF), além dos consórcios
estabilidade maior dos seus dirigentes.
públicos, com personalidade jurídica de direito público (art.
Nesse grupo de autarquias, podem ser incluídas as Agências
241, CF e Lei n. 11107/05).
Reguladoras. Em função da opção dos últimos governos de
Os órgãos públicos caracterizam-se pela inexistência de delegar a prestação de serviços públicos a particulares
personalidade jurídica própria. São despersonalizados e (concessão e permissão de serviços públicos), surge a
subordinados ao ente central, ou seja, os órgãos públicos necessidade de descentralizar o gerenciamento dessa nova
são disciplinados de forma hierarquizada. Atualmente, forma de prestação dos serviços públicos, feita por
entende-se que o órgão integra o próprio ente estatal particulares.
(Teoria do Órgão). A Teoria do Órgão prevalece, superando A agência Reguladora resulta da descentralização do
as teorias do Mandato ou da Representação. A União estado, posto que as atividades de fiscalização,
Federal é a soma de seus órgãos públicos. Fala-se em administração, licitação e regulação dos serviços públicos
desconcentração administrativa quando ocorre a criação de executados por particulares são transferidas do estado para
órgãos públicos. Os órgãos são dispostos de forma a agência reguladora. A função dessas agências alcança hoje
hierárquica (Órgão Independente, Autônomo, Superior e até mesmo o exercício de atividades econômicas.
Subalterno). Embora não exista lei alguma disciplinando de forma
uniforme referidas agências, posto que cada uma delas foi
Os entes da administração indireta, dotados de
criada por uma lei específica, são organizadas sob a forma
personalidade jurídica própria, não são subordinados ao
de autarquias. Podem ser citadas como exemplos a ANEEL
ente central. São vinculados ao ente federativo. A relação
(Lei 9472/97), a ANATEL (Lei 9472/97), a ANP (Lei 9478/97).
entre eles não é de subordinação, mas, de coordenação. O
A Lei 9986/00 disciplina algumas normas gerais comuns às
controle feito pelo ente central liga-se ao cumprimento das
agências reguladoras no âmbito federal, assim como a Lei
finalidades que justificaram a criação do respectivo ente
10871/04.
(controle finalístico ou princípio da Tutela).
As fundações públicas (Lei nº 7596/87) também integram a
A autarquia, pessoa jurídica de direito público, apresenta-se administração pública indireta. São criadas para a execução
como o ente mais próximo do ente central. Goza das de atividades do ente central. A doutrina administrativa
mesmas prerrogativas dos entes federativos. Seus atos são diverge a respeito de sua natureza jurídica, prevalecendo o
atos administrativos e, conseqüentemente, são entendimento de que poderiam ser pessoas jurídicas de
presumivelmente legais; os prazos processuais são direito privado e de direito público. As fundações estatais,
diferenciados (art. 188 do Código de Processo Civil); são juntamente com as autarquias podem se qualificar como
beneficiadas pela imunidade recíproca (art. 150, VI, a c/c agências executivas, beneficiando-se com a duplicação dos
art. 150, § 2º, CF), bem como sujeição ao pagamento de limites de dispensa de licitação, como dispõe o § único do
seus débitos através de precatório judicial (art. 100, CF). art. 24 da Lei n. 8666/93.

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As empresas públicas e sociedades de economia mista também integram a Administração Pública Indireta, sendo pessoas
jurídicas de Direito Privado, posto que a lei específica apenas autoriza a criação das mesmas (art. 37, XIX, CF), sendo
necessário o arquivamento dos seus atos constitutivos para que adquiram personalidade jurídica própria. A diferença entre
elas reside basicamente na composição do capital (100% público na empresa pública e misto – público e privado na
sociedade de economia mista) e na organização societária, posto que a sociedade de economia mista somente pode
organizar-se sob a forma de sociedade anônima e a empresa pública pode organizar-se de outras formas, do ponto de vista
societário (S/A, LTDA, etc).
A Lei n. 11107/05 disciplina a criação de Consórcios Públicos, que resultam da convergência de interesses dos entes
federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para a execução de serviços públicos comuns aos mesmos.
Referidos consórcios, previstos na Constituição Federal (art. 241, CF) podem ser pessoas jurídicas de direito privado e
pessoas jurídicas de direito público, sendo que neste último caso (direito Público) integram a Administração Indireta de todos
os entes consorciados, apresentando-se como um novo ente estatal ao lado de autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista. Os consórcios públicos de direito privado, que para existirem, deverão atender os requisitos
da lei civil, não integram a administração pública indireta dos entes consorciados, devendo, no entanto, cumprir regras
públicas no que diz respeito aos contratos e licitação, aos concursos públicos e controle de gastos (prestação de contas).
Há de se ressaltar que ao lado da administração direta ou centralizada, formada pelos órgãos públicos e da administração
indireta, formada pelas entidades estatais, existem as entidades do terceiro setor ou paraestatais.
As entidades paraestatais não integram a administração pública. São parceiros do estado na realização do interesse público,
atuando em serviços não exclusivos do estado, como saúde e educação. Não são pessoas estatais. Auxiliam o estado,
mediante parceria, na consecução do interesse público. Podem ser citados como exemplo os Serviços Sociais Autônomos
(SESC, SESI, SENAI, etc.), as Organizações Sociais (Lei nº 9637/98) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
(Lei nº 9790/99).

ESQUEMAS DE SALA DE AULA

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E


DESCONCENTRAÇÃO
O Estado exerce a função administrativa através das pessoas jurídicas (entidades políticas –U,E,DF e M- e entidades
administrativas- A, FP, SEM e EP), órgãos e agentes públicos. As formas de realização das função administrativa são
centralização, descentralização, concentração e desconcentração.

CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO CONCENTRAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO

OCORRE A OCORRE OCORRE QUANDO OCORRE QUANDO


CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO UMA DETERMINADA UMA DETERMINADA
QUANDO O ESTADO QUANDO O ESTADO PESSOA JURÍDICA PESSOA JURÍDICA
EXECUTA SUAS EXECUTA ALGUMAS DE INTEGRANTE DA DISTRIBUI
TAREFAS SUAS ATRIBUIÇÕES POR
ADMISTRAÇÃO COMPETÊNCIAS NO
DIRETAMENTE, PELAS MEIO DE OUTRAS
ENTIDADES POLÍTICAS PESSOAS, QUE NÃO AS
PÚBLICA, EXTINGUE ÂMBITO DE SUA
(U, E, DF E M), POR PESSOAS DA ADMINIST. ÓRGÃOS ANTES DA PRÓPRIA ESTRUTURA
MEIO DE SEUS ÓRGÃOS DIRETA. É O QUE SUA ESTRUTURA, A FIM DE TORNAR
E AGENTES. NESSA OCORRE NA REUNINDO EM UM MAIS ÁGIL E
FORMA DE REALIZAÇÃO INSTITUIÇÃO DAS NÚMERO MENOR DE EFICIENTE A FUNÇÃO
DA FUNÇÃO ENTIDADES UNIDADES AS ADMINISTRATIVA.
ADMINISTRATIVA, ADMINISTRATIVAS QUE RESPECTIVAS
TEMOS A COMPÕEM A COMPETÊNCIAS.
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
DIRETA. INDIRETA.

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ANÁLISE DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

DESCENTRALIZAÇÃO:

U, E, D.F, A, F.P, S.E.M,


M E.P
DIRETA UNIÃO
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
INSS
INDIRETA FUNAI
BANCO DO BRASIL
CAIXA ECONOMICA FEDERAL

DESCONCENTRAÇÃO:
UNIÃO

Presidência da República
Ministério da
Justiça Ministério da
Fazenda

Ministério da Ministério da Educação


Saúde

ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DIRETA UNIÃO Poder Executivo

Presidência da República

Ministério da Fazenda

Delegacia da Receita Federal

Setor de Atendimento- CAC

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ÓRGÃOS PÚBLICOS
Conceito (doutrinário): são centros de competências, compartimentos
internos das entidades, divisões da pessoa jurídica.

Conceito (legal)- a unidade de atuação integrante da estrutura da


Administração direta e da estrutura da Administração indireta (Lei
97884/99- artigo 1º, §2º, I)
ÓRGÃO
PÚBLICO
Características:
-são criados e extintos por lei;
- não têm personalidade jurídica;
- são resultado da desconcentração;
- expressam a vontade das entidades a que pertencem (União, Estado,
Município)- TEORIA DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA;
- não possuem patrimônio próprio.
- não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram;
- alguns têm capacidade processual(ou personalidade judiciária) para
defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais;

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS


1) SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto Quanto


à posição à Estrutura à Atuação
Estatal Funcional
Independentes

Subalternos
Autônomos

Superiores

Composto

Colegiado
Singular
Simples

Presidência Ministérios Gabinetes Protocolo Portaria Sec. de Presidência Câmara dos


Senado Secretarias Sec. Gerais Portaria Educação da República Deputados
STF

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2) SEGUNDO MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto à
Quanto Quanto Quanto sua esfera
à posição à Estrutura à Composição de ação
Estatal
Independentes

Subalternos
Autônomos

Superiores

Composto

Coletivo
Singular
Simples

Locais
Centrais

CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGAOS
SEGUNDO HELY LOPES SEGUNDO DI PIETRO
1) DE ACORDO COM À POSIÇÃO ESTATAL:
1.1- ÓRGÃOS INDEPENDENTES: “são os originários da Constituição e representativos dos três poderes de Estado, sem
qualquer subordinação hierárquica ou funcional; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica”.
Exemplos: Presidência da República, Senado, Câmara dos Deputados, Tribunais Superiores etc .
1.2- ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: “são os localizados na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos
órgãos independentes; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica e participam das decisões
governamentais”. Ex.: Ministérios, AGU, Secretarias de Estado e Município etc.
1.3- ÓRGÃOS SUPERIORES: “são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa nem financeira”. Exemplos: Departamentos,
Coordenadorias, Divisões, Gabinetes etc .
1.4- ÓRGÃOS SUBALTERNOS: “são os que se acham subordinados hierarquicamente à órgãos superiores de decisão;
exercem funções de execução”. Ex.: Seções, Setor etc.
2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA:
- ÓRGÃOS SIMPLES(OU UNITÁRIOS): “são constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas”.
Exemplos: Setor de Protocolo, Portaria etc.
- ÓRGÃOS COMPOSTOS: “são constituídos por vários outros órgãos”. Ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, Secretarias
de Município etc.
3) QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL: (SEGUNDO HELY 3) QUANTO À COMPOSIÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO)
LOPES) - ÓRGÃOS SINGULARES: “quando integrados por um único
- ÓRGÃOS SINGULARES (OU UNIPESSOAIS): “são os que agente”. Exemplos: Presidência da República, Diretoria de
atuam e decidem através de um único agente,”. uma escola etc.
Exemplos: Presidência, Governadoria, Prefeituras - ÓRGÃOS COLETIVOS: “quando integrados por vários
etc. agentes”. Ex.: Tribunais etc.
- ÓRGÃOS COLEGIADOS ( OU PLURIPESSOAIS): “são todos
aqueles que atuam e decidem pela manifestação
conjunta e majoritária da vontade de seus
membros”. Ex.: Corporações Legislativas, Tribunais
etc.

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4) QUANTO À ESFERA DE AÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO):


- ÓRGÃOS CENTRAIS: “são aqueles que exercem atribuições
em todo o território de competência (seja nacional,
-- estadual ou municipal)”. Exemplos: Ministérios,
Secretarias Estaduais ou Municipais etc.
- ÓRGÃOS LOCAIS: “são aqueles que atuam sobre uma parte
do território”. Ex.: Delegacias Regionais da Receita
Federal, Delegacias de Polícia, Postos de Saúde etc.

3) SEGUNDO CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto
à função à Estrutura
Consultiv

Colegiais
Controle

Simples
Ativos

De

os

4) SEGUNDO RENATO ALESSI:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto
à função à Estrutura
Burocráti
Controle

Consulti

Colegia
Ativos

vos

dos
cos
De

CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGÃOS
SEGUNDO CELSO ANTÔNIO SEGUNDO RENATO ALESSI
1) DE ACORDO COM A FUNÇÃO:
1.1)ÓRGÃOS ATIVOS: “os que expressam decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica”. Ex.: Conselho
Monetário Nacional, que edita resoluções obrigatórias para todo o sistema financeiro nacional.
1.2)ÓRGÃOS CONSULTIVOS: “os de aconselhamento e elucidação (pareceres) para que sejam tomadas as providências
pertinentes pelos órgãos ativos”. Ex.: Advocacia-Geral da União, que expede pareceres para a resolução de problemas
jurídicos.
1.3)ÓRGÃOS DE CONTROLE: “são os prepostos a fiscalizar e controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Ex.: Tribunal de
Contas da União, que controla (fiscaliza e revisa) as despesas governamentais.
2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA: 2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA:
2.1) ÓRGÃOS SIMPLES: “são aqueles cujas decisões são -2.1)ÓRGÃOS BUROCRÁTICOS: “são aqueles que estão a cargo
formadas e manifestadas por uma só pessoa ”. Ex.: de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas
Presidência da República VERTICALMENTE ”. Ex.: Diretoria
2.2)ÓRGÃOS COLEGIAIS: “são aqueles cujas decisões são 2.2) ÓRGÃOS COLEGIADOS: “são aqueles formados por uma

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formadas e manifestadas por um grupo de pessoas”. coletividade de pessoas físicas ordenadas


Ex.:Plenário. HORIZONTALMENTE, com base em uma relação de
coligação ou coordenação”.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

CONCEITO: A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração
direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas.
CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS ENTIDADES:
- São pessoas jurídicas, de direito público ou privado, instituídas por determinada entidade política para exercer uma parcela
de sua capacidade de autoadministração.
- Capacidade de autoadministração: segundo a qual exercem com autonomia a atividade que lhe foi transferida pela entidade
política, nos termos e limites da lei.
- Não possuem capacidade de autogoverno nem de autoconstituição, nem mesmo de autolegislação.
- São resultado do fenômeno da descentralização.
- Têm patrimônio próprio, receitas e orçamentos próprios.

ANÁLISE DAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS

FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO EMPRESA PUB. E


AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) SOC. ECON. MISTA
Pessoas jurídicas de
Pessoa jurídica de direito Pessoa jurídica de direito público direito privado, destinadas
público, criada por lei, para (entendimento jurisprudencial) ou de à atividades
desenvolver atividades direito privado; as fundações são econômicas(art. 173, CF)
típicas e próprias da pessoas jurídicas que nascem em razão ou prestação de
CONCEITO Administração. da existência de um patrimônio serviços(art. 175, CF)
vinculado ao cumprimento de uma industriais ou comerciais,
finalidade: desenvolver atividades com em que o Estado tenha
um fim social. interesse próprio ou
considere convenientes à
coletividade.
Fund. Pub. (Publico) - criada por lei
CRIAÇÃO Criada por lei Fundação Pub (Privado) - autorizada Autorizadas por lei.
por lei
PERSONALIDADE
Direito Público Direito Público ou Privado Direito Privado
JURÍDICA
Vinculação Vinculação Vinculação
RELAÇÃO COM O (controle finalístico; (controle finalístico; (controle finalístico;
ENTE POLÍTICO supervisão ministerial; tutela supervisão ministerial; tutela supervisão ministerial;
administrativa) administrativa) tutela administrativa)
Fund. Pub. (Publico)- Reg. Jur. Direito
Regime Jurídico de Direito Público
REGIME JURÍDICO Regime Híbrido
Público Fundação Pub (Privado)- Regime
Híbrido
Fund. Pub. (Publico) – Estatutária.
Estatutária
(Obs.: o STF suspendeu o uso do
RELAÇÃO DE (Obs.: o STF suspendeu o
regime celetista através da ADI- Celetista
TRABALHO uso do regime celetista
MC 2135).
através da ADI-MC 2135).
Fundação Pub (Privado) – Celetista.

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LICITAÇÃO E Realizados através de Realizados através de


Realizados através de LICITAÇÃO
CONTRATOS LICITAÇÃO LICITAÇÃO

CONTROLE
Contorle feito pelo Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas
EXTERNO

RESPONSABILI- Art. 173: subjetiva


Objetiva Objetiva*
DADE CIVIL Art. 175: objetiva

FALÊNCIA NÃO
Na forma que a lei ou
o estatuto estabe-
lecer; a nomeação do
Na forma que a lei ou o estatuto estabelecer; a nomeação do dirigente compete ao
NOMEAÇÃO DOS
dirigente compete ao Chefe do Executivo com prévia aprovação Chefe do Executivo,
DIRIGENTES do Poder Legislativo. mas não é válida a
exigência prévia
aprovação do Poder
Legislativo.
 Empresas Públicas:
UFC, INSS, Conselho Federal Correios, CEF, CASA DA
de Farmácia (Aut. Reg. Esp), MOEDA,SERPRO,
FNS, UECE, UVA, URCA, IBGE, FUNAI
Banco Central (Aut. Reg. EMBRAPA etc.
EXEMPLOS etc.
Esp.), ARCE, SEMACE, JUCEC,  Soc. Economia Mista:
ISSEC, DER, DETRAN, IJF, Banco do Brasil S/A,
IPM, AMC, etc. Petrobrás S/A, Cagece
S/A, Docas S/A etc.

DISTINÇÕES ENTRE EMPRESA PÚBLIC A E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA


SOC. ECON. MISTA EMP. PÚB
Devem ter a forma de S/A Podem revestir qualquer das formas
FORMA JURÍDICA (sendo reguladas basicamente pela Lei das Soc. admitidas no direito
por Ações -Lei nº 6.404/76)
COMPOSIÇÃO DO É obrigatoriamente formado pela conjugação de É integralmente público
CAPITAL capital público e privado (ela pode ser unipessoal ou pluripessoal).
(e o controle acionário deve ser da Adm. Pública)
FORO Em matéria comum, não foram contempladas Em matéria comum, as causas serão
PROCESSUAL com o foro na Justiça Federal. ¹ contempladas na Justiça Federal.
PARA ENTIDADES (art. 109, I, CF)
FEDERAIS
1. Súmulas 508, 517 e 556 do STF.
CLASSIFICAÇÃO DE AUTARQUIAS
1. ORDINÁRIAS OU COMUNS
2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS (COM PERSONALIDADE DE DIR. PÚB)
CLASSIFICAÇÃO 3. AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL  ANTIGAS A.R.E
AGÊNCIAS REGULADORAS
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
4. CONSÓRCIOS PÚBLICOS (COM PERSONALIDADE DE DIREITO PUB).
5. TERRITÓRIOS

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AGÊNCIAS REGULADORAS
1) São criadas como autarquias;
2) Objetivo: NORMATIZAR, REGULAMENTAR, FISCALIZAR, CONTROLAR AS DIVERSAS ATIVIDADES- para exercer este papel, ela acaba tendo
mais autonomia e liberdade que as demais autarquias;
3) Não tem função legislativa, POIS NÃO TEM CAPACIDADE POLÍTICA;
4) SOBRE OS DIRIGENTES:
4.1) Nomeação do Executivo com a aprovação do Legislativo.
4.2) Mandado fixo com estabilidade
4.3) Período de quarentena: 4 meses* (*quando a lei específica expressamente não mencionar, aplica-se a Lei nº 9986/2000)
4.4) Das decisões não cabe recurso hierárquico impróprio para o órgão revisor.
5) Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANVISA, ANS, ANA,ANTT, ANTAQ, ANP(Monopólio do Petróleo), ANCINE.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS
- É UMA AUTARQUIA OU FUNDAÇÃO PÚBLICA, QUE VISANDO MELHORAR, TORNAR-SE EFICIENTE assina um Contrato de
Gestão.
Exemplos: INMETRO, ADA (Ag. de Des. Da Amazônia, velha SUDAM), ADENE (velha SUDENE).
- Cuidado, amanhã pode deixar de ser, se acabar o contrato.
- Dispostivos: Art. 37, §8º da CF e Lei 9.649/1998.

CONSÓRCIOS PÚBLICOS- LEI Nº 11.107/2005


1) São pessoas jurídicas que surgem a partir do ajuste de vontades de entes políticos.
2) Finalidade: realização de objetivos de interesse comum.
3) PERSONALIDADE JURÍDICA: os consórcios públicos têm personalidade jurídica, que pode ser (art. 6º, §1º da lei):
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
4) PROTOCOLO DE INTENÇÕES:
 Nos consórcios públicos, para que seja possível a sua formação, é necessária a realização de um protocolo de intenções
(art. 3º e 4º);
 No protocolo de intenções define-se a finalidade do consórcio, qual o prazo do consórcio, aonde será a sede do consórcio,
quem são os consorciados, que vai administrar o consórcio (a administração será feita através de uma assembléia geral).
-A ratificação por lei desse protocolo. há exceção, dispensando a ratificação, prevista no §4º do artigo 5º da lei caso a
entidade que quer celebrar o consórcio público já tiver a matéria disciplinada em lei, não há que se falar em ratificação.
5) CONTRATO DE PROGRAMA- refere-se à obrigação que se estabelece o ente da administração para o consórcio (o §2º do
art. 13) e define quais as cláusulas deve haver nesse contrato de programa. O objetivo desse contrato de programa é evitar
que o ente se aventure a participar do consórcio, não cumprindo com suas obrigações.
6) CONTRATO DE RATEIO - é o pressuposto para os entes consorciados transferirem recursos ao consórcio público com base
na Lei Complementar 101/2000.

LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
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processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts.
49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84,
VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviços públicos.

DECRETO- LEI 200/67


Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos Ministérios.

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II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de
competência estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado do § 1º pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 2 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 3 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:


I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa
e financeira descentralizada.
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de
contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em
virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades
de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá
apenas à União, em caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes dêste
artigo.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura
pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil
concernentes às fundações. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

LEI Nº 9.784/99
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

LEI Nº 9649/98
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os
seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§ 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
§ 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando
assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o
cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.

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LEI Nº 11.107/2005
o
Art. 1 Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios
estejam situados os Municípios consorciados.
§ 3o Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema
Único de Saúde – SUS.
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados
os limites constitucionais.
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos de
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
§ 2o Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros
preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou,
mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.
§ 3o Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante
autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão,
permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.
Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de
intenções.
Art. 4o São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a representar os entes da Federação
consorciados perante outras esferas de governo;
VI – as normas de convocação e funcionamento da assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e modificação
dos estatutos do consórcio público;
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de votos para as suas
deliberações;
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente,
deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado;
IX – o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
X – as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria;
XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:
a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados;
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços;

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d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão associada envolver também a prestação
de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação consorciados;
e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão;
e
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das
cláusulas do contrato de consórcio público.
§ 1o Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área de atuação do consórcio público,
independentemente de figurar a União como consorciada, a que corresponde à soma dos territórios:
I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios com
territórios nele contidos;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for, respectivamente, constituído por mais
de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal;
III – (VETADO)
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
V – (VETADO)
§ 2o O protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada ente da Federação consorciado possui na
assembléia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado.
§ 3o É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições financeiras ou econômicas de ente
da Federação ao consórcio público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as
transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.
§ 4o Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições
da legislação de cada um.
§ 5o O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.
Art. 5o O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
§ 1o O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos entes
da Federação que subscreveram o protocolo de intenções.
§ 2o A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento
parcial ou condicional.
§ 3o A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções dependerá de homologação da
assembléia geral do consórcio público.
§ 4o É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de
intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da
Federação consorciados.
§ 2o No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito
público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Art. 7o Os estatutos disporão sobre a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio
público.
Art. 8o Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
§ 1o O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das

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dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em
programas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou
outros preços públicos.
§ 2o É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas genéricas,
inclusive transferências ou operações de crédito.
§ 3o Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
§ 4o Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, o
consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos entes
consorciados, todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que
possam ser contabilizadas nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das
atividades ou projetos atendidos.
§ 5o Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei
orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato
de rateio.
Art. 9o A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis
às entidades públicas.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas
competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à
legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle
externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.
Art. 10. (VETADO)
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obrigações
contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as
disposições dos respectivos estatutos.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal de seu representante na assembléia
geral, na forma previamente disciplinada por lei.
§ 1o Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos no
caso de expressa previsão no contrato de consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação.
§ 2o A retirada ou a extinção do consórcio público não prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os contratos de
programa, cuja extinção dependerá do prévio pagamento das indenizações eventualmente devidas.
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembléia
geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.
§ 1o Os bens, direitos, encargos e obrigações decorrentes da gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou
outra espécie de preço público serão atribuídos aos titulares dos respectivos serviços.
§ 2o Até que haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação, os entes consorciados responderão
solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos
que deram causa à obrigação.
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que
um ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão
associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou
de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.
§ 1o O contrato de programa deverá:
I – atender à legislação de concessões e permissões de serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de
tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos serviços a serem prestados; e
II – prever procedimentos que garantam a transparência da gestão econômica e financeira de cada serviço em relação a
cada um de seus titulares.
§ 2o No caso de a gestão associada originar a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à

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continuidade dos serviços transferidos, o contrato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusulas que
estabeleçam:
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsidiária da entidade que os transferiu;
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação aos encargos transferidos;
III – o momento de transferência dos serviços e os deveres relativos a sua continuidade;
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passivos do pessoal transferido;
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua gestão e administração transferidas e o preço dos que sejam
efetivamente alienados ao contratado;
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados mediante
receitas de tarifas ou outras emergentes da prestação dos serviços.
§ 3o É nula a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento,
regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.
§ 4o O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o convênio de cooperação
que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
§ 5o Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa poderá
ser celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração indireta de qualquer dos entes da
Federação consorciados ou conveniados.
§ 6o O contrato celebrado na forma prevista no § 5o deste artigo será automaticamente extinto no caso de o contratado não
mais integrar a administração indireta do ente da Federação que autorizou a gestão associada de serviços públicos por meio
de consórcio público ou de convênio de cooperação.
§ 7o Excluem-se do previsto no caput deste artigo as obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer ônus, inclusive
financeiro, a ente da Federação ou a consórcio público.
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentralização e a
prestação de políticas públicas em escalas adequadas.
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados pela
legislação que rege as associações civis.

JURISPRUDÊNCIA- STF/STJ
SÚMULAS DO STF SÚMULAS DO STJ
SÚMULA VINCULANTE Nº 22 Súmula 15
A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR OS
LITIGIOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO.
PROCESSAR E JULGAR AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E PATRIMONIAIS DECORRENTES DE
STJ Súmula nº 42
ACIDENTE DE TRABALHO PROPOSTAS POR EMPREGADO Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as
CONTRA EMPREGADOR, INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e
NÃO POSSUÍAM SENTENÇA DE MÉRITO EM PRIMEIRO os crimes praticados em seu detrimento.
GRAU QUANDO DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA
STJ Súmula nº 82
CONSTITUCIONAL Nº 45/04.
Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações
trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos a
SÚMULA VINCULANTE Nº 27 movimentação do FGTS.
COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL JULGAR CAUSAS ENTRE
CONSUMIDOR E CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO DE STJ Súmula nº 150
Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de
TELEFONIA, QUANDO A ANATEL NÃO SEJA LITISCONSORTE
interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da
PASSIVA NECESSÁRIA, ASSISTENTE, NEM OPOENTE. União, suas autarquias ou empresas públicas.

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SÚMULA Nº 501 STJ Súmula nº 333


COMPETE À JUSTIÇA ORDINÁRIA ESTADUAL O PROCESSO E O Cabe mandado de segurança contra ato praticado em
licitação promovida por sociedade de economia mista ou
JULGAMENTO, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, DAS CAUSAS DE
empresa pública.
ACIDENTE DO TRABALHO, AINDA QUE PROMOVIDAS
CONTRA A UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS, EMPRESAS PÚBLICAS STJ Súmula nº 374
OU SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para
anular débito decorrente de multa eleitoral.

SÚMULA Nº 508 STJ Súmula nº 525


COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica,
PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS EM QUE FOR PARTE O apenas personalidade judiciária, somente podendo
BANCO DO BRASIL S.A. demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.
SÚMULA Nº 517
AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA SÓ TÊM FORO NA
JUSTIÇA FEDERAL, QUANDO A UNIÃO INTERVÉM COMO
ASSISTENTE OU OPOENTE.

SÚMULA Nº 556
É COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR AS
CAUSAS EM QUE É PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.

1) Empresas públicas prestadoras de serviços públicos, os 2) Empresa pública prestadora de serviço público
bens são considerados impenhoráveis beneficia-se da imunidade recíproca tributária

STF- RE 230051- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACO N. 765-RJ


RELATOR:Maurício Correa. RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 11/06/2003. Órgão Julgado: Tribunal Pleno. Ementa.
Ementa:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EMENTA: CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. SUPREMO
EXTRAORDINÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TRIBUNAL FEDERAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. ART. 102, I,
TELÉGRAFOS. IMPENHORABILIDADE DE SEUS BENS, RENDAS “F”, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. EMPRESA BRASILEIRA
E SERVIÇOS. RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO DECRETO-LEI Nº DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - EBCT. EMPRESA PÚBLICA.
509/69. 1. À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POSTAL E CORREIO AÉREO
pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o NACIONAL. SERVIÇO PÚBLICO. ART. 21, X, DA
privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
serviços. Recepção do artigo 12 do Decreto-Lei nº 509/69 e
não-incidência da restrição contida no artigo 173, § 1º, da 1. A prestação do serviço postal consubstancia serviço
Constituição Federal, que submete a empresa pública, a público [art. 175 da CB/88]. A Empresa Brasileira de
sociedade de economia mista e outras entidades que Correios e Telégrafos é uma empresa pública, entidade da
explorem atividade econômica ao regime próprio das Administração Indireta da União, como tal tendo sido criada
empresas privadas, inclusive quanto às obrigações pelo decreto-lei nº 509, de 10 de março de 1969. 2. O Pleno
trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que não do Supremo Tribunal Federal declarou, quando do
exerce atividade econômica e presta serviço público da julgamento do RE 220.906, Relator o Ministro MAURÍCIO
competência da União Federal e por ela mantido. Execução. CORRÊA, DJ 14.11.2002, à vista do disposto no artigo 6o do
Observância ao regime de precatório, sob pena de decreto-lei nº 509/69, que a Empresa Brasileira de Correios
vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição e Telégrafos é “pessoa jurídica equiparada à Fazenda
Federal. Vícios no julgamento. Embargos de declaração Pública, que explora serviço de competência da União (CF,
rejeitados. artigo 21, X)”. 3. Impossibilidade de tributação de bens
públicos federais por Estado-membro, em razão da garantia
constitucional de imunidade recíproca. 4. O fato jurídico
que deu ensejo à causa é a tributação de bem público

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federal. A imunidade recíproca, por sua vez, assenta-se EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES DE FUNDAÇÕES
basicamente no princípio da Federação. Configurado INSTITUÍDAS OU MANTIDAS PELO ESTADO E SERVIDORES
conflito federativo entre empresa pública que presta DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS: INCONSTITUCIONALIDADE. 1. A
serviço público de competência da União e Estado-membro, distinção entre fundações públicas e privadas decorre da
é competente o Supremo Tribunal Federal para o forma como foram criadas, da opção legal pelo regime
julgamento da ação cível originária, nos termos do disposto jurídico a que se submetem, da titularidade de poderes e
no artigo 102, I, “f”, da Constituição. 5. Questão de ordem também da natureza dos serviços por elas prestados. 2. A
que se resolve pelo reconhecimento da competência do norma questionada aponta para a possibilidade de serem
Supremo Tribunal Federal para julgamento da ação. equiparados os servidores de toda e qualquer fundação
privada, instituída ou mantida pelo Estado, aos das
3) Sociedade de economia mista se submete a fiscalização fundações públicas. 3. Sendo diversos os regimes jurídicos,
por parte do Tribunal de Contas diferentes são os direitos e os deveres que se combinam e
formam os fundamentos da relação empregatícia firmada. A
STF- MS 25092 ED / DF - DISTRITO FEDERAL equiparação de regime, inclusive o remuneratório, que se
EMB.DECL.NO MANDADO DE SEGURANÇA aperfeiçoa pela equiparação de vencimentos, é prática
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI vedada pelo art. 37, inc. XIII, da Constituição brasileira e
Julgamento: 28/08/2008 Órgão Julgador: Tribunal contrária à Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal.
Pleno Precedentes. 4. Ação Direta de Inconstitucionalidade
julgada procedente.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL
DE CONTAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 5) Quando a lei instituidora de uma entidade da
FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO Administração Indireta já prevê a criação de subsidiárias
EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE APRESENTAR não é necessário autorização legislativa para a criação
APELAÇÃO EM QUESTÃO RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de
Contas da União compete julgar as contas dos destas subsidiárias.
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens
e valores públicos da Administração Direta e indireta, ADI 1649 / DF - DISTRITO FEDERAL -AÇÃO DIRETA DE
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas INCONSTITUCIONALIDADE
pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que Julgamento: 24/03/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, Ementa
art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI
economia mista, integrantes da administração indireta, 9478/97. AUTORIZAÇÃO À PETROBRÁS PARA CONSTITUIR
estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS 2º E 37, XIX E XX, DA
obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO
celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o IMPROCEDENTE. 1. A Lei 9478/97 não autorizou a
responsável pelo seu acompanhamento em juízo deixa de instituição de empresa de economia mista, mas sim a
apelar. O argumento de que a não-interposição do recurso criação de subsidiárias distintas da sociedade-matriz, em
ocorreu em virtude de não ter havido adequada consonância com o inciso XX, e não com o XIX do artigo 37
comunicação da publicação da sentença constitui matéria da Constituição Federal. 2. É dispensável a autorização
de fato dependente de dilação probatória, o que não é legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde
possível no processo do mandado de segurança, que que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a
pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei
segurança indeferido. criadora é a própria medida autorizadora. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente.
4) O Supremo Tribunal Federal admite a existência de
6) OAB não integra a Administração Pública Indireta da
fundações públicas com personalidade de direito público,
União
e fundações públicas com personalidade jurídica de direito
privado. STF- ADI 3026 / DF - DISTRITO FEDERAL - AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE
STF- ADI 191 / RS - RIO GRANDE DO SUL - AÇÃO DIRETA DE Relator(a): Min. EROS GRAU
INCONSTITUCIONALIDADE Julgamento: 08/06/2006 Órgão Julgador: Tribunal
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA Pleno
Julgamento: 29/11/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Ementa
Ementa
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 28 DA EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE 7) NATUREZA AUTÁRQUICA DOS CONSELHOS DE
POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. PROFISSÃO
COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO
MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. STJ- RECURSO ESPECIAL Nº 507.536 - DF (2003/0037798-3)
IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI
PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37,
II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE EMENTA
CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS DIREITO ADMINISTRATIVO. CONSELHOS DE
CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. NATUREZA JURÍDICA.
AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE AUTARQUIAS CORPORATIVAS. REGIME DE
PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CONTRATAÇÃO DE SEUS EMPREGADOS. INCIDÊNCIA DA
CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES LEI N. 8.112/90.
JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. 1. A atividade de fiscalização do exercício profissional é
AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO estatal, nos termos dos arts. 5º, XIII, 21, XXIV, e 22, XIV, da
DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA Constituição Federal, motivo pelo qual as entidades que
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. exercem esse controle têm função tipicamente pública
8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, e, por isso, possuem natureza jurídica de autarquia,
cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime sujeitando-se ao regime jurídico de direito público.
celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser Precedentes do STJ e do STF.
paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação 2. Até a promulgação da Constituição Federal de 1988, era
de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à possível, nos termos do Decreto-Lei 968/69, a contratação
Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma de servidores, pelos conselhos de fiscalização
entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é profissional, tanto pelo regime estatutário quanto pelo
um serviço público independente, categoria ímpar no celetista, situação alterada pelo art. 39, caput, em sua
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito redação original.
brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual 3. O § 1º do art. 253 da Lei n. 8.112/90 regulamentou
se inserem essas que se tem referido como "autarquias o disposto na Constituição, fazendo com que os
especiais" para pretender-se afirmar equivocada funcionários celetistas das autarquias federais
independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não passassem a servidores estatutários, afastando a
consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a possibilidade de contratação em regime privado.
OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a 4. Com a Lei n. 9.649/98, o legislador buscou afastar a
qualquer das suas partes está vinculada. Essa não- sujeição das autarquias corporativas ao regime jurídico
vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB de direito público. Entretanto, o Supremo Tribunal
ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que Federal, na ADI n. 1.717/DF, julgou inconstitucional o
exercem função constitucionalmente pr ivilegiada, na dispositivo que tratava da matéria. O exame do § 3º do art.
medida em que são indispensáveis à administração da 58 ficou prejudicado, na medida em que a superveniente
Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é Emenda Constitucional n. 19/98 extinguiu a
afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não obrigatoriedade do Regime Jurídico Único.
há ordem de relação ou dependência entre a OAB e 5. Posteriormente, no julgamento da medida liminar na
qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do ADI n. 2.135/DF, foi suspensa a vigência do caput do art.
Brasil, cujas características são autonomia e independência, 39 da Constituição Federal, com a redação atribuída
não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de pela EC n. 19/98. Dessa forma, após todas as mudanças
fiscalização profissional. A OAB não está voltada sofridas, subsiste, para a administração pública direta,
exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade autárquica e fundacional, a obrigatoriedade de adoção do
institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime jurídico único, ressalvadas as situações consolidadas
regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é na vigência da legislação editada nos termos da emenda
compatível com a entidade, que é autônoma e declarada suspensa.
independente. 9. Improcede o pedido do requerente no 6. As autarquias corporativas devem adotar o regime
sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, jurídico único, ressalvadas as situações consolidadas na
inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da vigência da legislação editada nos termos da Emenda
Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime Constitucional n. 19/97.
trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência 7. Esse entendimento não se aplica a OAB, pois no
de concurso público para admissão dos contratados sob o julgamento da ADI n. 3.026/DF, ao examinar a
regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. constitucionalidade do art. 79, § 1º, da Lei n. 8.906/96, o
Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do Excelso Pretório afastou a natureza autárquica dessa
princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, entidade, para afirmar que seus contratos de trabalho
que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do são regidos pela CLT.
próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade.
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8. Recurso especial provido para conceder a segurança JURÍDICO FUNCIONAL DAS EMPRESAS ESTATAIS.
e determinar que os impetrados, com exceção da OAB, INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL. INTERPRETAÇÃO
tomem as providências cabíveis para a implantação do CONFORME À CONSTITUIÇÃO. 1. Esta Corte em
regime jurídico único no âmbito dos conselhos de oportunidades anteriores definiu que a aprovação, pelo
fiscalização profissional, incidindo no caso a ressalva Legislativo, da indicação dos Presidentes das entidades da
contida no julgamento da ADI n.2.135 MC/DF. Administração Pública Indireta restringe-se às autarquias e
fundações públicas, dela excluídas as sociedades de
economia mista e as empresas públicas. Precedentes. 2. As
8) Fundações Públicas de Direito Público– Competência da sociedades de economia mista e as empresas públicas que
Justiça Federal explorem atividade econômica em sentido estrito estão
sujeitas, nos termos do disposto no § 1º do artigo 173 da
Constituição do Brasil, ao regime jurídico próprio das
STF- RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 215741/SE
empresas privadas. 3. Distinção entre empresas estatais
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
que prestam serviço público e empresas estatais que
Julgamento: 30/03/1999 Órgão Julgador: Segunda Turma
empreendem atividade econômica em sentido estrito 4. O
Ementa
§ 1º do artigo 173 da Constituição do Brasil não se aplica
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAÇÃO
às empresas públicas, sociedades de economia mista e
NACIONAL DE SAÚDE. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE
entidades (estatais) que prestam serviço público. 5. A
A JUSTIÇA FEDERAL E A JUSTIÇA COMUM. NATUREZA
intromissão do Poder Legislativo no processo de
JURÍDICA DAS FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS PELO PODER
provimento das diretorias das empresas estatais colide
PÚBLICO. 1. A Fundação Nacional de Saúde, que é mantida
com o princípio da harmonia e interdependência entre os
por recursos orçamentários oficiais da União e por ela
poderes. A escolha dos dirigentes dessas empresas é
instituída, é entidade de direito público. 2. Conflito de
matéria inserida no âmbito do regime estrutural de cada
competência entre a Justiça Comum e a Federal. Artigo 109,
uma delas. 6. Pedido julgado parcialmente procedente
I da Constituição Federal. Compete à Justiça Federal
para dar interpretação conforme à Constituição à alínea
processar e julgar ação em que figura como parte fundação
"d" do inciso XXIII do artigo 62 da Constituição do Estado
pública, tendo em vista sua situação jurídica conceitual
de Minas Gerais, para restringir sua aplicação às
assemelhar- se, em sua origem, às autarquias. 3. Ainda que
autarquias e fundações públicas, dela excluídas as
o artigo 109, I da Constituição Federal, não se refira
empresas estatais, todas elas.
expressamente às fundações, o entendimento desta Corte é
o de que a finalidade, a origem dos recursos e o regime
10- Ato praticado em procedimento licitatório por
administrativo de tutela absoluta a que, por lei, estão
dirigente de sociedade de economia federal, a
sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia. 4.
competência da Justiça Federal
Recurso extraordinário conhecido e provido para declarar a
CC 200602110313- CC - CONFLITO DE COMPETENCIA –
competência da Justiça Federal.
71843
Relator(a): ELIANA CALMON
9) PROVIMENTO DE CARGOS DIRETIVOS DAS ENTIDADES Sigla do Órgão: STJ Órgão Julgador: PRIMEIRA SEÇÃO
DA ADM. INDIRETA Data: 17/11/2008
STF- ADI 1642 / MG - MINAS GERAIS Ementa
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE CONFLITO NEGATIVO DE
Relator(a): Min. EROS GRAU COMPETÊNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA.ATO
Julgamento: 03/04/2008 Órgão Julgador: Tribunal PRATICADO EM PROCEDIMENTO LICITATÓRIO POR
Pleno DIRIGENTE DESOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA FEDERAL.
Publicação: 19-09-2008 AUTORIDADE FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
FEDERAL. 1. Conforme o art. 109, VIII, da Constituição,
Ementa compete à Justiça Federal processar e julgar "os
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. mandados de segurança e os habeas data contra ato de
ALÍNEA "d" DO INCISO XXIII DO ARTIGO 62 DA autoridade federal". Para fixar a competência, portanto, a
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. norma constitucional leva em consideração a posição da
APROVAÇÃO DO PROVIMENTO, PELO EXECUTIVO, DOS autoridade impetrada (se federal ou não), atenta ao
CARGOS DE PRESIDENTE DAS ENTIDADES DA princípio federativo por força do qual a autoridade federal
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ESTADUAL PELA não está sujeita à Justiça dos Estados federados. 2. Ao
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO estabelecer que "cabe mandado de segurança contra ato
DISPOSTO NO ARTIGO 173, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. praticado em licitação promovida
DISTINÇÃO ENTRE EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE por sociedade de economia mista ou empresa pública", a
SERVIÇO PÚBLICO E EMPRESAS ESTATAIS QUE súmula 333/STJ parte do pressuposto necessário que o ato
DESENVOLVEM ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO praticado em processo licitatório é ato de autoridade. Não
ESTRITO. REGIME JURÍDICO ESTRUTURAL E REGIME fosse assim, não caberia mandado de segurança. 3. Ora, em
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se tratando de ato praticado em licitação promovida 4. A exigência de apresentação do certificado de reservista


por sociedade de economia mista federal, a autoridade que de primeira categoria não guarda pertinência com os
o pratica é federal (e não estadual, distrital ou municipal). princípios da impessoalidade e da razoabilidade que
Ainda que houvesse dúvida sobre o cabimento da norteiam a Administração Pública, porque, na espécie, a
impetração ou sobre a natureza da autoridade ou do ato dispensa dos candidatos do serviço militar obrigatório se dá
por ela praticado, a decisão a respeito não se comporta no de acordo com a discricionariedade e a conveniência da
âmbito do conflito de competência, devendo ser tomada Administração, que, unilateralmente, estabelece o número
pelo Juiz Federal (Súmula 60/TFR). 4. No caso, o ato atacado do efetivo das Forças Armadas, não podendo os recorridos,
foi praticado pelo Superintendente da Companhia Brasileira reservistas de 2ª categoria, serem penalizados com a
de Trens Urbanos - CBTU (sociedade de economia exclusão do certame pelo fato de o próprio Poder Público
mista federal) e consistiu em declarar a empresa Prisma - os terem dispensados de prestar o serviço militar
Consultoria e Serviços Ltda. vencedora de processo obrigatório.
licitatório. Tratando-se (a) de ato praticado em licitação (b) 5. Recurso especial não provido.
por autoridade federal, a competência é da Justiça Federal.
Precedentes: CC 46035/AC, 1ª S., Min. José Delgado, DJ de 12- NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA PARA
01.02.2006; CC 54140/PB; 1ª S., Min. Eliana Calmon, DJ de EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE SERVIÇO PUBLICO
02.05.2006; CC 46740/CE, 1ª S., Min. Luiz Fux, DJ de STF- RE 589998 / PI - PIAUÍ
17.04.2006; CC 54854/SP, 1ª S., Min. José Delgado, DJ de Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
13.03.2006. 5. Conflito conhecido para declarar competente Julgamento: 20/03/2013 Órgão Julgador: Tribunal
a Justiça Federal. Pleno
Ementa
11 - Sociedade de Economia Mista – Cabível Mandado de EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT.
Segurança quando a autoridade exerce ato investido em DEMISSÃO IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS.
função delegada pelo Poder Público IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA
Processo: RESP 201000550784- RESP - RECURSO ESPECIAL - DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO.
1186517 I - Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade
Relator(a): BENEDITO GONÇALVES prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em
Órgão Julgador: xPRIMEIRA TURMA período anterior ao advento da EC nº 19/1998.
Fonte: DJE DATA:13/09/2010 Precedentes.
Ementa II - Em atenção, no entanto, aos princípios da
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. concurso publico, a dispensa do empregado de empresas
PETROBRÁS. EXCLUSÃO DE CANDIDATOS DO CERTAME EM públicas e sociedades de economia mista que prestam
RAZÃO DE NÃO ATENDER A NORMA EDITALÍCIA. ART. 1º DA serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se,
LEI 1.533/51. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RECORRENTE assim, que tais princípios, observados no momento
NÃO CONFIGURADA. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 2º CAPUT, DA daquela admissão, sejam também respeitados por ocasião
LEI N. 9.784/99 E 41 DA LEI. N. 8.666/91 QUE NÃO SE da dispensa.
VERIFICA. EDITAL. EXIGÊNCIA DE CERTIFICADO DE III – A motivação do ato de dispensa, assim, visa a
RESERVISTA DE 1ª CATEGORIA. REQUISITO QUE NÃO resguardar o empregado de uma possível quebra do
ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA postulado da impessoalidade por parte do agente estatal
RAZOABILIDADE. investido do poder de demitir.
2. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de IV - Recurso extraordinário parcialmente provido para
que cabe mandado de segurança contra ato de dirigente afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se,
de sociedade de economia mista quando investido em entretanto, a motivação para legitimar a rescisão
função delegada pelo Poder Público. Precedentes: AgRg no unilateral do contrato de trabalho.
REsp 1.067.107/RN, Rel. Ministro Herman Benjamin,
Segunda Turma, DJe 17/6/2009 e AgRg no CC 101.260/SP,
Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe
9/3/2009.
3. A Constituição Federal, ao determinar a realização de
concurso público como forma de investidura em cargo ou
emprego público (art. 37, II, da CF/88), estabelece que os
atos emanados pela Administração devem estar em
conformidade com os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, estando tais
princípios cristalizados no texto do art. 2º, caput, da Lei n.
9784/99.

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– Capítulo 4 – 4) CLASSIFICAÇÃO:

PODERES ADMINISTRATIVOS De acordo com o grau de liberdade, o poder pode ser:


4.1 VINCULADO
1) CONCEITO: são instrumentos e prerrogativas de atuação
administrativa. Poderes da Administração são diferentes de 4.2 DISCRICIONÁRIO
poderes do Estado. 1º A doutrina mais moderna fala que essa classificação não
tem pertinência, porque o ato é que é vinculado ou
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO # PODERES DO ESTADO
discricionário.
2º Um poder não será sempre com atos vinculados ou
Instrumentais Estruturais sempre com atos discricionários; esses atos se misturam no
mesmo poder.
2) CARACTERÍSTICAS:
4.1.1) Poder vinculado: é aquele que não tem liberdade,
2.1) DE EXERCÍCIO OBRIGATÓRIO: PODER-DEVER: não é juízo de valor, conveniência e oportunidade. Preenchidos os
faculdade, é obrigação – praticada a infração tem que requisitos legais,o administrador é obrigado a praticar o
instaurar o processo; comprovada a infração, tem que ato. Analisar se presentes os requisitos.
aplicar a sanção.
2 exemplos:
2.2 O EXERCÍCIO DO PODER É IRRENUNCIÁVEL: o
 1º – sujeito comprova 60 anos de idade, 35 de
administrador não pode abrir mão desse poder (ex. não
contribuição, servidor público. Pede
aplicar sanção por falta). O administrador tem esse
aposentadoria. Preenchidos os requisitos legais,
instrumento, por ex. Poder Disciplinar, e, por exercer
pode a Administração negar? Não, concessão de
função pública, em nome e no interesse do povo, essa
aposentadoria é ato vinculado.
ferramenta não é dele, e se justifica pelo fato de ele exercer
função pública, atividade em nome e no interesse do povo.  2º – cumpridos os requisitos legais, a autoridade
Não pode renunciar àquilo que não lhe pertence. O tem que praticar o ato: licença para dirigir.
administrador de hoje não pode criar entraves, obstáculos
4.1.2) Poder discricionário: com liberdade, juízo de valor,
ao administrador de amanhã.
conveniência e oportunidade, PORÉM, nos limites da lei.
- LIMITES LEGAIS: AUTORIDADE COMPETENTE. Praticar fora dos limites da lei, o ato é ilegal, arbitrário, não
NECESSIDADE, ADEQUAÇÃO E PROPORCIONALIDADE PARA discricionário.
EXERCÍCIO DO PODER. 2 exemplos:
Medida adequada + necessidade + proporcionalidade.  1º – permissão de uso de bem público. Ex.:
Sempre que o administrador extrapola na atuação, deve ser restaurantes colocam mesas em calçadas de ruas
responsabilizado. No exercício do poder, cabe tranquilas.
responsabilização por conduta abusiva ou ilegal, comissiva
ou omissiva.  2º – autorização para circulação de veículos acima
do tamanho normal e/ou peso.
3) ABUSO DE PODER: O ADMINISTRADOR EXTRAPOLA OS
LIMITES LEGAIS. A lei dá alternativas; ou quando a lei atribui competência,
mas não diz como a autoridade deve exercê-la; quando a lei
• EXCESSO DE PODER: A AUTORIDADE ULTRAPASSA OS utiliza conceitos vagos/indeterminados, a autoridade deve
LIMITES DE SUA COMPETÊNCIA; ERA COMPETENTE PARA preencher os conceitos.
AGIR, MAS EXAGEROU.
5. TIPOS DE PODER:
• DESVIO DE FINALIDADE: SIGNIFICA VÍCIO IDEOLÓGICO, É
VÍCIO NA VONTADE, É DEFEITO SUBJETIVO, O DEFEITO 5.1 PODER HIERÁRQUICO
DESSA CONDUTA ESTÁ NA CABEÇA DO ADMINISTRADOR. -É o poder que o administrador de escalonar, hierarquizar e
FORMALMENTE, O estruturar os quadros da Administração. Define quem
ATO É PERFEITO, PORÉM ELE É REALIZADO COM manda e quem obedece.
FINALIDADES OUTRAS QUE NÃO A DE ESTRITAMENTE Características: DAR ORDENS, CONTROLAR, FISCALIZAR OS
CUMPRIR A FUNÇÃO. POR TER APARÊNCIA DE LEGALIDADE, ATOS PRATICADOS PELOS SUBORDINADOS, DELEGAR
O DESVIO DE FINALIDADE É DE DIFÍCIL COMPROVAÇÃO. EX.: COMPETÊNCIA, AVOCAR COMPETÊNCIA, REVISÃO DOS
REMOÇÃO “POR NECESSIDADE DO SERVIÇO”. ATOS PRATICADOS PELOS SUBORDINADOS, PUNIÇÃO,
SANÇÃO POR INFRAÇÃO FUNCIONAL (TAMBÉM É EXERCÍCIO
DO PODER DISCIPLINAR, QUE DECORRE DA HIERARQUIA E
ENCONTRA-SE DENTRO DO PODER DISCIPLINAR).

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5.2 PODER DISCIPLINAR: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem


como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
- É decorrente do poder hierárquico (regra geral). É o poder
execução;
que o Estado tem para apurar e aplicar sanção, penalidade,
em razão da prática de uma infração. Atinge também VI - dispor, mediante decreto, sobre:
aqueles que tem relação de subordinação direta com a
a) organização e funcionamento da administração federal,
Administração Pública.
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
Exs.: 1º) prática de infração funcional- aplicação das extinção de órgãos públicos; (Incluída pela EC nº 32, de
penalidades; 2º) Contratado inadimplente – a 2001)
Administração aplica as sanções.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
- O PODER DISCIPLINAR TEM DECISÕES/PROVIDÊNCIAS vagos;(Incluída pela EC nº 32, de 2001)
VINCULADAS E DISCRICIONÁRIAS.
Cargo criado por lei deve ser extinto por lei. Paralelismo das
5.3 PODER REGULAMENTAR/NORMATIVO: formas
- Disciplina complementar à previsão legal, normatiza, Cargo vago pode ser extinto por decreto. O decreto ocupou
disciplina, regulamenta, complementando a previsão legal, o lugar da lei. É executivo ou autônomo? É Autônomo!
buscando sua fiel execução.
O fundamento do Regulamento Autônomo é direto da
Ex: Lei 10.520/2002 – definiu o pregão enquanto Constituição, “pula um degrau”, sem lei entre ele e a CF.
modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços
- Regulamento Autônomo- fundamento de validade: direto
comuns.
na CF.
Decreto nº 3555/2000 como exercício de poder
Maioria: doutrina, jurisprudência, STF: regulamento
regulamentar, permitindo perfeita aplicação, fiel execução
autônomo é possível a partir da EC 32/2001, que alterou o
da lei.
art. 84, VI, da CF. Só é possível em exceção e expressamente
ATOS: autorizado pela CF.
- REGULAMENTOS 5.4 PODER DE POLÍCIA:
- DECRETO(REGULAMENTAR E AUTÔNOMO) - CTN ,Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade
da administração pública que, limitando ou disciplinando
- INSTRUMENTOS NORMATIVOS
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
_ REGIMENTOS abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
_ RESOLUÇÕES
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
_ DELIBERAÇÕES exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
Regulamento direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato
Complementar nº 31, de 28.12.1966)
Normatiza uma situação – conteúdo. Para divulgar o
regulamento, o conteúdo, fazemos isso por meio de Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder
Decreto (modelo, forma) de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo
No direito comparado e no Brasil há 2 tipos de
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
regulamento:
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
• Regulamento Executivo/Decreto Regulamentar – serve
- No exercício do Poder de Polícia, o Poder Público vai
para complementar a previsão legal, permitindo sua fiel
frenar/restringir/limitar a atuação do particular em nome
execução. Art. 84, IV,CF/88.
do interesse público.
• Regulamento Autônomo – exerce o papel da lei,
- Compatibilização de interesses públicos e privados. O que
disciplina, normatiza, independentemente de lei anterior.
se busca é o bem-estar social. É a compatibilização dos
Art. 84, VI, CF/88.
interesses em busca do bem-estar da sociedade.
CF/88:
Basicamente, atinge dois direitos:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
a) Liberdade
República:
b) Propriedade

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Características:
Poder de Polícia Preventivo: evita um prejuízo maior
Poder de Polícia Fiscalizador
Poder de Polícia Repressivo/Sancionador
Na sua maioria, traz uma abstenção, obrigação de não fazer.
O Poder de Polícia não guarda relação anterior com o particular. Não há relação jurídica anterior no Poder de Polícia.
- FUNDAMENTO: SUPREMACIA GERAL- No exercício do Poder de Polícia, o fundamento é a chamada
SUPREMACIA GERAL, atuação do Poder de Polícia que independe de relação jurídica anterior, de vínculo anterior. Ex.:
controle alfandegário, controle de consumo de bebidas alcoólicas, velocidade em vias públicas.
- Poder de Polícia
- ato normativo (também será poder regulamentar)
- ato punitivo
OBS: O PODER DE POLÍCIA É, EM REGRA, NEGATIVO. MAS NÃO É SEMPRE NEGATIVO!
5.4.1) ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA:
 DISCRICIONARIEDADE (regra geral).
 AUTO-EXECUTORIEDADE (regra geral)
 COERCIBILIDADE (regra geral)..
Polícia Administrativa # de Polícia Judiciária, que busca aplicação da lei penal, a contenção do crime e não pode ser exercida
por qualquer órgão. A Polícia Judiciária tem corporação própria.

LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

LEI Nº 5.172/66- CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN)


Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos

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individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)


Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos
limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária,
sem abuso ou desvio de poder.

MEMOREX -PROCESSO ADMINISTRATIVO-LEI Nº. 9.784/99


É um conjunto de atos coordenados e interdependentes necessários a produzir uma
CONCEITO decisão final a respeito de alguma função ou atividade administrativa.
- Legalidade Objetiva: exige que o processo seja instaurado e conduzido com base na
lei.
- Oficialidade: à Administração compete a movimentação do processo administrativo.
PRINCÍPIOS INFORMADORES DOS - Informalismo: os atos praticados não exigem formalidades especiais.
PROCESSOS ADMINISTRATIVOS
- Verdade Material: o que importa é conhecer o fato efetivamente ocorrido, como se
deu no mundo real.
-Contraditório e ampla defesa: princípio constitucional assegurado em todos os tipos
de processo.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de
poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de
agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas na Constituição;
PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA LEI Nº VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e
9.784/99 sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
(art. 2º) interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,
segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à
produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam
resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
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interpretação.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito
da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem
prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição
DIREITOS DOS ADMINISTRADOS de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
(art. 3º) conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão
objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros
previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
DEVERES DO ADMINISTRADOS II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
(art. 4º)
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.

DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses
individuais ou no exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam
ser afetados pela decisão a ser adotada;
LEGITIMADOS NO PROCESSO
(NA QUALIDADE DE INTERESSADO) III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
(art. 9º) coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou
interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos,
ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que
COMPETÊNCIA foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
(arts. 11 a 17) admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento

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legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de
competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das
respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em
matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser
iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou
parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo
cônjuge ou companheiro.
DO IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato
(arts. 18 a 21)
à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta
grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem
efeito suspensivo.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada
senão quando a lei expressamente a exigir.
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data
ATOS DO PROCESSO e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
(arts. 22 a 25)
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade.

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§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão


administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo
adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado
ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável
pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo
de cinco dias, salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro,
mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão,
cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo
determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
diligências.
§ 1o A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu
comparecimento;
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS comparecimento.
(arts.26 a 28) § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso
de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio
indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais,
mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade
dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla
defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o
interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
- Instauração
FASES DO PROCESSO - Instrução (e relatório)
(arts. 29 a 47)
- Decisão

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Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.


Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida
solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
- DA INSTAURAÇÃO
(INÍCIO DO PROCESSO) V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
(arts. 5º a 8º)
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de
documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
eventuais falhas.
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou
formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e
fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo
preceito legal em contrário.
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados
necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias.
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários
à decisão do processo.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do
modo menos oneroso para estes.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios
ilícitos.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão
competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública
para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
para a parte interessada.
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a
DA INSTAURAÇÃO fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo
para oferecimento de alegações escritas.
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de
interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta
fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da
questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do
processo.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão
estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio
de organizações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de
participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do
procedimento adotado.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou
entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a
participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a
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respectiva ata, a ser juntada aos autos.


Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do
dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta
Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em
outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à
obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e
da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas
propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de
provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim,
mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se
entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a
decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem
necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado
pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do
processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com
antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de
realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se
quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado,
o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo
da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos
laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo
assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo
máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente
adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e

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à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final
elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à
autoridade competente.
- É a peça informativa -opinativa, que informa à autoridade (competente para decidir)
DO RELATÓRIO tudo o que ocorreu no processo e opina por uma decisão.Não é vinculativo, podendo a
autoridade divergir de suas conclusões.
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o
(arts. 48 e 49)
prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período
expressamente motivada.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
DA MOTIVAÇÃO VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
(art. 50) administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio
mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique
direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo escrito.
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou
parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a
tenha formulado.
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o
DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público
(arts. 51 e 52)
assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua
finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.

DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
CONVALIDAÇÃO legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
(arts. 53 a 55) respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
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efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e
de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de
caução.
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da
súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a
reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído
pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias
administrativas, salvo disposição legal diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E
coletivos;
DA REVISÃO
(arts. 56 a 65) IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de
recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser
decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão
competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual
período, ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá
expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que
julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá,
de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar
os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

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I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente,
sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o
ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à
situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações
antes da decisão.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de
2006). Vigência
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação
de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão
competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas
esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-
se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento
cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora
normal.
DOS PRAZOS § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
(art. 66 e 67)
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como
termo o último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais
não se suspendem.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza
DAS SANÇÕES pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre
(art. 68) o direito de defesa.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei
própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os
procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: pessoa com
DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; pessoa portadora de deficiência, física ou
DO PROCESSO
mental; pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
(art. 69-A)**
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
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Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave,


estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por
radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base
em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
após o início do processo.
- A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição,
deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as
providências a serem cumpridas
** acrescentado pela Lei nº 12.008, de 29/07/2009.
CLASSIFICAÇÃO
ATOS PRAZOS ART.
Intimação para comparecimento Mínimo de 3 dias úteis Art. 26
Intimação dos interessados de prova ou Mínimo de 3 dias úteis Art. 41
diligência ordenada
Intimação dos interessados no recurso 5 dias úteis para apresentação de alegações Art. 62
Reconsideração do recurso pela 5 dias; se não o considerar, encaminhará à autoridade superior Art. 56
autoridade que proferiu a decisão
5 dias, salvo força maior, podendo ser dilatado até o dobro se Art. 24
Para todos os atos do órgão ou entidade
justificado
Interposição de recurso Máximo de 10 dias Art. 59
Manifestação após encerrada a instrução Máximo de 10 dias, salvo determinação legal Art. 44
Máximo de 15 dias, salvo norma especial ou comprovada Art. 42
Emissão de parecer de órgão consultivo
necessidade de maior prazo
Decisão após a instrução Até 30 dias, podendo ser prorrogáveis, se motivado. Art. 49
Máximo de 30 dias, contados do recebimento dos autos, Art. 59
Decisão de recurso prorrogáveis se justificados

JURISPRUDÊNCIA STF/STJ
1) PODER REGULAMENTAR. NÃO PODE INOVAR OU EXTRAPOLAR O QUE DISPÕE A NORMA PRIMÁRIA

Processo-ROMS 200602146908
ROMS - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA - 22828
Relator(a)
ARNALDO ESTEVES LIMA
Sigla do órgão: STJ
Órgão julgador: QUINTA TURMA
Fonte: DJE DATA:19/05/2008
Decisão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do
Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.
Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr.
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Ementa
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR DO ESTADO DE SANTA
CATARINA. INDENIZAÇÃO DE ESTÍMULO OPERACIONAL. ALTERAÇÃO DA FORMA DE CÁLCULO DA PARCELA POR DECRETO.
ILEGALIDADE. RECURSO PROVIDO.

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1. O decreto, como norma secundária – que tem função eminentemente regulamentar, conforme o art. 84, inc. IV, da
Constituição Federal –, não pode contrariar ou extrapolar a lei, norma primária. Não pode restringir os direitos nela
preconizados. Isso porque tão-somente a lei, em caráter inicial, tem o poder de inovar no ordenamento jurídico. 2. Os
Decretos Estaduais 2.697/04 e 2.815/04 modificaram substancialmente a forma de cálculo da Indenização de Estímulo
Operacional, parcela destinada ao pagamento de serviço extraordinário e noturno, consoante estabelecido nas Leis
Complementares Estaduais 137/95 e 254/03. Em conseqüência, quanto a esse aspecto, mostram-se ilegais, porquanto
contrariam a lei. 3. Os decretos em referência foram além das leis que regulamentaram, ao autorizarem que o administrador
não mais pagasse ao servidor público o valor correspondente às horas extras efetivamente trabalhadas, de acordo com a
forma de cálculo fixada pela lei, permitindo, assim, o enriquecimento sem causa do Estado. Além disso, permitiram que o
servidor público percebesse menos pela mesma quantidade de horas extras prestadas. Assim, violaram o princípio da
irredutibilidade de vencimentos, preconizado pelo art. 37, inc. XV, da Constituição Federal. 4. Recurso ordinário provido.

2) ATOS QUE EXORBITAM O PODER REGULAMENTAR

ADI 1553- AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE


Relator(a): MARCO AURÉLIO
Sigla do órgão: STF
Decisão
O Tribunal, por unanimidade, rejeitou as preliminares de inépcia e de prejuízo da ação. No mérito, também por unanimidade,
julgou procedente, em parte, a ação para declarar a inconstitucionalidade do Decreto Legislativo nº 111, de 06 de dezembro
de 1996, no que veio a sustar a eficácia, no Decreto nº 17.128, de 31 de janeiro de 1996, do Distrito Federal, relativamente
ao artigo 1º, cabeça, ao § 1º, ao § 2º, incisos I e II, e ao § 3º, nele inserido, bem como dos artigos 6º e 7º, nos termos do voto
do Relator. Votou o Presidente. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa.
Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Nelson Jobim, Vice-Presidente no exercício da Presidência. Plenário, 13.05.2004.
..FLAG: F

Ementa

REGULAMENTO - BALIZAS - SUSTAÇÃO - EXECUTIVO VERSUS LEGISLATIVO. Mostra-se constitucional decreto legislativo que
implique sustar ato normativo do Poder Executivo exorbitante do poder regulamentar. TETO - APLICAÇÃO - LEI E
REGULAMENTO. O regulamento pressupõe a observância do objeto da lei. Extravasa-a quando, prevista a aplicação do teto
de remuneração de servidores considerada a administração direta, autárquica e fundacional, viabiliza a extensão às
sociedades de economia mista e empresas públicas.

3) PODER DE POLÍCIA, O SEU EXERCÍCIO NÃO PODE SER DELEGADO A ENTIDADES PRIVADAS

ADI 1717 / DF - DISTRITO FEDERAL


AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES
Julgamento: 07/11/2002
Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação :DJ 28-03-2003 PP-00061
Ementa
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 58 E SEUS PARÁGRAFOS
DA LEI FEDERAL Nº 9.649, DE 27.05.1998, QUE TRATAM DOS SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO DE PROFISSÕES
REGULAMENTADAS. 1. Estando prejudicada a Ação, quanto ao § 3º do art. 58 da Lei nº 9.649, de 27.05.1998, como já decidiu
o Plenário, quando apreciou o pedido de medida cautelar, a Ação Direta é julgada procedente, quanto ao mais, declarando-
se a inconstitucionalidade do "caput" e dos § 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º do mesmo art. 58. 2. Isso porque a interpretação
conjugada dos artigos 5°, XIII, 22, XVI, 21, XXIV, 70, parágrafo único, 149 e 175 da Constituição Federal, leva à conclusão, no
sentido da indelegabilidade, a uma entidade privada, de atividade típica de Estado, que abrange até poder de polícia, de
tributar e de punir, no que concerne ao exercício de atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com os
dispositivos impugnados. 3. Decisão unânime.

4) DESMEMBRAMENTO DO EXERCÍCIOS DO PODER DE POLÍCIA - POSSIBILIDADE DE DELEGAÇÃO À PESSOAS PRIVADAS


APENAS DOS ATOS DE CONSENTIMENTOS E FISCALIZATÓRIOS

REsp 817534 / MG RECURSO ESPECIAL 2006/0025288-1


Relator(a):Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (1141)
Sigla do órgão: T2 - SEGUNDA TURMA

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Data do julgamento: 10/11/2009


Data da publicação / Fonte: DJE 10/12/2009
Ementa
ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
IMPOSSIBILIDADE.
1. Antes de adentrar o mérito da controvérsia, convém afastar a preliminar de conhecimento levantada pela parte recorrida.
Embora o fundamento da origem tenha sido a lei local, não há dúvidas que a tese sustentada pelo recorrente em sede de
especial (delegação de poder de polícia) é retirada, quando o assunto é trânsito, dos dispositivos do Código de Trânsito
Brasileiro arrolados pelo recorrente (arts. 21 e 24), na medida em que estes artigos tratam da competência dos órgãos de
trânsito. O enfrentamento da tese pela instância ordinária também tem por consequência o cumprimento do requisito do
prequestionamento. 2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser
conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em favor do interesse público. A
controvérsia em debate é a possibilidade de exercício do poder de polícia por particulares (no caso, aplicação de multas de
trânsito por sociedade de economia mista). 3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser
sumariamente divididas em quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) sanção. 4. No
âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos ficam bem definidos: o CTB
estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da
carteira corporifica a vontade o Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicos para
verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e também a Administração sanciona aquele que não
guarda observância ao CTB (sanção). 5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois
aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. 6. No que tange aos atos de
sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas
para aumentar a arrecadação. 7. Recurso especial provido.

5) DECRETO AUTÔNOMO. CHEFE DO EXECUTIVO ESTADUAL

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 6.835/2001 do Estado do Espírito Santo. Inclusão dos nomes de pessoas físicas e
jurídicas inadimplentes no Serasa, Cadin e SPC. Atribuições da Secretaria de Estado da Fazenda. Iniciativa da Mesa da
Assembleia Legislativa. Inconstitucionalidade formal. A Lei 6.835/2001, de iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa do
Estado do Espírito Santo, cria nova atribuição à Secretaria de Fazenda Estadual, órgão integrante do Poder Executivo daquele
Estado. À luz do princípio da simetria, são de iniciativa do chefe do Poder Executivo estadual as leis que versem sobre a
organização administrativa do Estado, podendo a questão referente à organização e funcionamento da administração
estadual, quando não importar aumento de despesa, ser regulamentada por meio de Decreto do chefe do Poder Executivo
(...). Inconstitucionalidade formal, por vício de iniciativa da lei ora atacada." (ADI 2.857, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 30-8-2007, Plenário, DJ de 30-11-2007.)

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– Capítulo 5 –
ATOS ADMINISTRATIVOS

 CONCEITO DE ATO JURÍDICO: é uma manifestação da vontade humana, destinada a produzir efeitos jurídicos.
 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO: é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública; é todo o ato
lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos; só pode ser praticado
por agente público competente;
Logo:
Ato jurídico  gênero
Ato administrativo espécie.
 Ato administrativo # Fato administrativo.
 Fato Administrativo: é o acontecimento material da Administração, em cumprimento de um ato administrativo
que o determina, que poderá produzir consequências jurídicas. Ex.: a construção de uma ponte, a instalação de um
serviço público etc.
OBS: Di Pietro traz uma análise diferente entre fato administrativo e fato da administração:
1) FATO ADMINISTRATIVO – ocorre quando o fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do direito administrativo.
Ex.: morte do servidor tem repercussão jurídica (gera pensão e vacância);
2) FATO DA ADMINISTRAÇÃO- se o fato não produz qualquer efeito jurídico no direito administrativo.
Ex.: servidor cai da escada no Ministério da Fazenda e rapidamente se levanta, sendo uma ocorrência dentro da
Administração, mas sem repercussões jurídicas.

ANÁLISE DE VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO: REQUISITOS (OU ELEMENTOS) DO ATO ADMINISTRATIVO


REQUISITOS  (CFFMO)  Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto.
 COMPETÊNCIA: é o poder, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a capacidade de praticar o ato
administrativo; é VINCULADO;
 É o primeiro requisito de validade do ato administrativo. Inicialmente, é necessário verificar se a Pessoa Jurídica tem
atribuição para a prática daquele ato. É preciso saber, em segundo lugar, se o órgão daquela Pessoa Jurídica que
praticou o ato, estava investido de atribuições para tanto. Finalmente, é preciso verificar se o agente público que
praticou o ato, fê-lo no exercício das atribuições do cargo. O problema da competência, portanto, resolve-se nesses
três aspectos.
 A competência ADMITE DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO. Esses institutos resultam da hierarquia.
 FINALIDADE: é o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo; é vinculado;
O ato deve alcançar a finalidade expressa ou implicitamente prevista na norma que atribui competência ao agente para a
sua prática. O Administrador não pode fugir da finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de NULIDADE do ato pelo
DESVIO DE FINALIDADE específica. Havendo qualquer desvio, o ato é nulo por DESVIO DE FINALIDADE, mesmo que haja
relevância social.
 FORMA: é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser praticado; É o revestimento externo do ato; é
VINCULADO.
Em princípio, exige-se a forma escrita para a prática do ato. Excepcionalmente, admitem-se as ordens através de sinais ou
de voz, como são feitas no trânsito. Em alguns casos, a forma é particularizada e exige-se um determinado tipo de forma
escrita.
 MOTIVO: é a situação de fato e a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo;
 OBJETO: é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é aquilo que o ato dispõe. Pode ser
VINCULADO ou DISCRICIONÁRIO.

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ato vinculado: o objeto já está predeterminado na lei (Ex.: aposentadoria do servidor).


ato discricionário:há uma margem de liberdade do Administrador para preencher o conteúdo do ato (Ex.: desapropriação –
cabe ao Administrador escolher o bem, de acordo com os interesses da Administração).

 MOTIVO e OBJETO, nos chamados atos discricionários, caracterizam o que se denomina de MÉRITO
ADMINISTRATIVO.
- MÉRITO ADMINISTRATIVO: corresponde à esfera de discricionariedade reservada ao Administrador e, em princípio, não
pode o Poder Judiciário pretender substituir a discricionariedade do administrador pela discricionariedade do Juiz. Pode,
no entanto, examinar os motivos invocados pelo Administrador para verificar se eles efetivamente existem e se porventura
está caracterizado um desvio de finalidade.
- TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES.
Se o Administrador invoca determinados motivos, a validade do ato fica subordinada à efetiva existência desses motivos
invocados para a sua prática.
motivação obrigatória - ato vinculado  pode estar previsto em lei (a autoridade só pode praticar o ato caso ocorra a
situação prevista),
motivação facultativa - ato discricionário  não está previsto em lei (a autoridade tem a liberdade de escolher o motivo
em vista do qual editará o ato);
Requisitos Tipo do Ato Características
 é O PODER, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a
COMPETÊNCIA Vinculado capacidade de praticar o ato administrativo. Admite DELEGAÇÃO e
AVOCAÇÃO.
 é o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato administrativo; é ao que o
FINALIDADE Vinculado
ato se compromete;
 é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser
FORMA Vinculado
praticado; É o revestimento externo do ato.
Vinculado ou  é a situação de fato e de direito que autoriza ou exige a prática do
MOTIVO
Discricionário ato administrativo;
Vinculado ou  é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é
OBJETO
Discricionário aquilo de que o ato dispõe, trata.

ATRIBUTOS E QUALIDADES DO ATO ADMINISTRATIVO


 (P A I) - DOUTRINA TRADICIONAL
 (PATI) - DOUTRINA MODERNA
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: todo ato administrativo presume-se legítimo, isto é, verdadeiro e conforme o direito; é
presunção relativa (juris tantum).
Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao particular o ônus de provar que não deve ou que o valor está errado.
Espécies (segundo Celso Antônio Bandeira de Mello e Maria Sylvia Zanela Di Pietro):
 Presunção de legitimidade: diz respeito à conformidade do ato com a lei.
 Presunção de veracidade: diz respeito aos fatos.
AUTO-EXECUTORIEDADE: é o atributo do ato administrativo pelo qual o Poder Público pode obrigar o administrado a
cumprí-lo, independentemente de ordem judicial; não existe em todos os atos, por exemplo, cobrança de uma multa.
Ex. : fechamento de um estabelecimento, demolição de um prédio etc.
Espécies (segundo Celso Antônio Bandeira de Mello e Maria Sylvia Zanela Di Pietro):
 Exigibilidade: a Administração se utiliza de meios indiretos de coerção, como a multa.

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 Executoriedade: permite à Administração executar diretamente a sua decisão pelo uso da força.
IMPERATIVIDADE: é a qualidade pela qual os atos dispõem de força executória e se impõem aos particulares,
independentemente de sua concordância; não existe em todos os atos, por exemplo, na permissão, na autorização etc.
Ex.: Secretário de Saúde quando dita normas de higiene – decorre do exercício do Poder de Polícia – pode impor obrigação
para o administrado. É o denominado poder extroverso da Administração.
TIPICIDADE* (entendimento de Marya Silvia Zanela Di Pietro): é o atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Trata-se de uma
decorrência do princípio da legalidade.
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
 Atos Normativos: aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei;
estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. Exs.: Decretos, Regulamentos,
Regimentos, Resoluções, Deliberações, etc.
 Atos Ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Emanam do poder hierárquico da Administração. Exs.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço,
Ofícios, Despachos.
 Atos Negociais: aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do
particular; visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao particular. Ex.: Licença;
Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto; Homologação; Dispensa; Renúncia;
 Atos Enunciativos(atos declartóriaos): aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião
sobre determinado assunto; NÃO SE VINCULA A SEU ENUNCIADO.
Ex.: Certidões; Atestados; Pareceres.
 Atos Punitivos: atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta
irregular dos administrados ou de servidores. É a APLICAÇÃO do Poder de Policia e Poder Disciplinar. Ex.: Multa;
Interdição de atividades; Destruição de coisas; Afastamento de cargo ou função.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS- temos vários doutrinadores classificando os atos administrativos. Isso torna
o entendimento confuso. Algumas dessas classificações são:
1. ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS;
2. ATOS EXTERNOS E INTERNOS;
3. ATOS DE IMPÉRIO, GESTÃO E EXPEDIENTE;
4. ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS;
5. ATOS SIMPLES, COMPLEXOS E COMPOSTOS;
6. ATOS PUROS, MEROS ATOS ADMINISTRATIVOS E NEGOCIAIS;
7. ATOS CONSTITUTIVOS, DECLARATÓRIOS E ENUNCIATIVOS;
8. ATOS UNILATERAIS E BILATERAIS;
9. ATOS VÁLIDOS, PERFEITOS, IMPERFEITOS, PENDENTES E CONSUMADOS;
10. ATOS AMPLIATIVOS OU RESTRITIVOS;
11. ATOS ABSTRATOS OU CONCRETOS;
12. ATO-REGRA, ATO-SUBJETIVO E ATO-CONDIÇÃO;
13. ATOS PRINCIPAL, COMPLEMENTAR, INTERMEDIÁRIO, CONDIÇÃO E JURISDIÇÃO;
14. ATOS ATIVOS, CONSULTIVO, CONTROLADOR, VERIFICADOR E CONTENCIOSO;
15. ATOS CONSTITUTIVO, EXTINTIVO, DECLARATÓRIO, ALIENATIVO, MODIFICATIVO E ABDICATIVO.

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EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS(PELA RETIRADA DO ATO):


 ANULAÇÃO: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e
ilegitimidade. Pode ser examinado pelo Poder Judiciário (razões de legalidade e legitimidade) e pela Administração
Pública (aspectos legais e no mérito).
EFEITO EX-TUNC = com efeito retroativo; invalida as conseqüências passadas, presentes e futuras.
 REVOGAÇÃO: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e
oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário. O ato revogado conserva os efeitos
produzidos durante o tempo em que operou. A partir da data da revogação é que cessa a produção de efeitos do
ato até então perfeito e legal. Só pode ser praticado pela Administração Pública por razões de oportunidade e
conveniência. A revogação não pode atingir os direitos adquiridos
EFEITO EX-NUNC = sem efeito retroativo
 CADUCIDADE: É a cessação dos efeitos do ato em razão de uma lei superveniente, com a qual esse ato é
incompatível. A característica é a incompatibilidade do ato com a norma subsequente.
 CASSAÇÃO: embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução; quando o
destinatário descumpre condições pré-estabelecidas. Ex.:: alguém obteve uma permissão para explorar o serviço
público, porém descumpriu uma das condições para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, como
penalidade, procede a cassação da permissão.
O INSTITUTO DA CONVALIDAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO:
 CONVALIDAÇÃO ( ou saneamento) é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com
efeitos retroativos à data em que este foi praticado. A convalidação está prevista na Lei nº. 9784/99, nos artigos 54
e 55.
A convalidação tanto pode ocorrer nos atos vinculados como nos atos discricionários.
Com relação aos elementos do ato ( C F F M O), vejamos:
Pode ser convalidada, desde que não se trate de competência outorgada com exclusividade, caso
em que se exclui a possibilidade de delegação ou avocação. Também não se admite a convalidação
COMPETÊNCIA
de incompetência em razão da matéria (por exemplo, quando um Ministério pratica ato de
competência de outro Ministério, porque existe exclusividade de atribuições).
Não pode ser convalidada, pois não se pode mudar a intenção do agente. E ela deve ser sempre o
FINALIDADE
interesse público.
FORMA Pode ser convalidada, desde que a forma não seja essencial à validade do ato.
MOTIVO Não pode ser convalidado. Não há como alterar, com efeito retroativo, uma situação de fato.
OBJETO Não pode ser convalidado.

TEORIA DAS NULIDADES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


A DIVISÃO DO ATO ADMINISTRATIVO EM REQUISITOS SERVE PARA FACILITAR A IDENTIFICAÇÃO DE DEFEITOS. UM
DEFEITO SURGE SEMPRE QUE O ATO ADMINISTRATIVO FOR PRATICADO EM DESCONFORMIDADE COM AS EXIGÊNCIAS
LEGAIS. PORÉM HÁ DIVERSOS NÍVEIS DE DESCUMPRIMENTO DA LEI E CONSEQUENTEMENTE VÁRIOS GRAUS DE
NULIDADE.
1ª CORRENTE- TEORIA UNITÁRIA: essa teoria sustenta que qualquer ILEGALIDADE é causa de nulidade. Todo ato
viciado é nulo. Inexiste graus de violação. Ou é ou não é. Não se aceita
convalidação.
2ª CORRENTE- TEORIA BINÁRIA: essa teoria divide os atos administrativos ilegais em nulos e anuláveis.
3ª CORRENTE- TEORIA TERNÁRIA: para essa teoria os atos administrativos ilegais podem ser divididos em nulos,
anuláveis e irregulares.
4ª CORRENTE- TEORIA QUATERNÁRIA essa teoria reconhece quatro tipos de atos ilegais: nulos, anuláveis, irregulares e
(MAJORITÁRIA EM CONCURSOS): inexistentes.

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ATOS NULOS E ATOS ANULÁVEIS :


Atos Nulos: são aqueles que atingem gravemente a lei ( Ex.: prática de um ato por uma pessoa jurídica incompetente).
Atos Anuláveis: representa uma violação mais branda à norma (Ex.: um ato que era de competência do Ministro e foi
praticado por Secretário Geral. Houve violação, mas não tão grave porque foi praticado dentro do mesmo órgão).

NOTA DE AULA

ATOS ADMINISTRATIVOS

É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública


ATO que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
ADMINISTRATIVO
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria. (Hely Lopes Meirellles,
Direito Administrativo Brasileiro, p. 145)

É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que


produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime
jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.
(Maria Sylvia Z. Di Pietro, Direito Administrativo, p. 196)

É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício


de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas
complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e sujeitas a
controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais. (Celso Antônio B. de
Mello, Curso de Direito Administrativo, p. 16)

NÃO CONFUNDIR: ATO JURÍDICO E ATO ADMINISTRATIVO!!!!

ATO
ADMINISTRA-
Ato jurídico  gênero TIVO

Ato administrativo espécie. ATO


JURÍDICO

ATO

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NÃO CONFUNDIR: ATO ADMINISTRATIVO COM ATO DA ADMINISTRAÇÃO


1ª CORRENTE

ATOS DA
ADMINISTRAÇÃO

ATO ATO ATO ATOS REGIDOS PELO


ADMINISTRATIVO LEGISLATIVO JUDICIAL DIREITO PRIVADO

2ª CORRENTE

ATOS DA
ADMINISTRAÇÃO

ATO ATOS ATO ATO ATOS REGIDOS CONTRATOS


POLÍTICOS ENUNCIATIVO NORMATIVO PELO DIREITO
ADMINIS- PRIVADO
TRATIVO

NÃO CONFUNDIR ATO ADMINISTRATIVO E FATO ADMINISTRATIVO:


1ª CORRENTE 2º CORRENTE
– FATO ADMINISTRATIVO – ocorre quando o fato descrito na
Fatos Administrativos: correspondem à atividade material. norma legal produz efeitos no campo do direito
administrativo.
Ex.: morte do servidor tem repercussão jurídica (gera pensão
e vacância);
FATO DA ADMINISTRAÇÃO- se o fato não produz qualquer
efeito jurídico no direito administrativo.
Ex.: servidor cai da escada no Ministério da Fazenda e
rapidamente se levanta, sendo uma ocorrência dentro da
Administração, mas sem repercussões jurídicas .

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ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


ATRIBUTOS DOS ATOS
São características próprias dos atos
administrativos, que os diferencia
dos atos jurídicos privados.
Doutrina Clássica - PAI Doutrina moderna - PATI

Presunção de legitimidade e veracidade

Presunção de legitimidade e Presunção de legitimidade Presunção de veracidade


veracidade
Auto - executoriedade

Auto-executoriedade Exigibilidade Executoriedade

Tipicidade

Imperatividade Imperatividade

ANÁLISE DO ATO ADMINISTRATIVO

ANÁLISE DE O ato administrativo é válido quando Analisa a conformidade do ato administrativo com OS
VALIDADE produzido de acordo com as normas REQUISITOS FIXADOS NO ORDENAMENTO para a sua
jurídicas que o regem (adequado à correta produção. A doutrina fala em REQUISITOS,
ordem jurídica). PRESSUPOSTOS OU ELEMENTOS para se referir às
condições de validade do ato.
ANÁLISE DE O ato administrativo é perfeito Importa verificar se o ato cumpriu integralmente o ciclo
EXISTÊNCIA (concluído) quando cumpre os requisitos jurídico de formação, revestindo-se dos elementos e
(DE PERFEIÇÃO) de existência jurídica. pressupostos necessários para que possa ser considerado
um ato administrativo.

ANÁLISE DE O ato administrativo é eficaz quando Analisa a aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos
EFICÁCIA está apto a produzir efeitos. (criar, modificar, preservar e extinguir direitos e
obrigações).

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ANÁLISE DE VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO

REQUISITOS (OU ELEMENTOS) DO ATO ADMINISTRATIVO PARA A FORMAÇÃO DO ATO-VALIDADE


(C F F M O)- DOUTRINA CLÁSSICA(LEI 4717/65)

COMPETÊNCIA

FINALIDADE

ATO
ADMINISTRATIVO FORMA

MOTIVO

OBJETO

ATO ADMINISTRATIVO
ATO VINCULADO ATO DISCRICIONÁRIO
-Também chamado de ato regrado C -Os três primeiros elementos são vinculados
-Todos os elementos são vinculados F -Vício de legalidade gera anulação (via de regra).
-Vício de legalidade gera anulação (via de regra). F -Anulação Administração ou Judiciário
-Anulação Administração ou Judiciário -A anulação opera um efeito retroativo (ex tunc)- invalida tudo,
- A anulação opera um efeito retroativo (ex tunc) desde o início, não atingindo o terceiro de boa-fé.
- invalida tudo, desde o início, não atingindo o M - Elementos discricionários.
terceiro de boa-fé. O - Formam o chamado “MERITO ADMINISTRATIVO”.
Ex: licença –maternidade. - Pode ocorrer revogação (por motivo de oportunidade e
conveniência).
- Revogação: somente a Administração ( ou os outros Poderes na
função atípica de administrar).
- A revogação opera um efeito proativo (ex nunc), respeitados os
direitos adquiridos.
Ex: aplicação da penalidade de suspensão em um servidor público.

OBS: ALGUNS ATOS SÃO IRREVOGÁVEIS:


 Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos.
 Os atos vinculados, pois nesse o Administrador não tem escolha na prática do ato.
 Os atos que geram direitos adquiridos.
 MAIS MOTIVOS PARA ANULAÇÃO DE UM ATO:

1) TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES:

TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES


Se o Administrador invoca determinados Ex: Prefeito da cidade “A” exonera um -Exoneração de cargo em comissão:
motivos, a validade do ato fica servidor de cargo em comissão alegando ato discricionário.
subordinada à efetiva existência desses excesso de despesa com pessoal. Uma Alegação de excesso de despesa com
motivos invocados para a sua prática. semana depois ele nomeia outra pessoa pessoal: motivação. (acaba por
para o cargo. vincular o ato).

EXCESSO DE PODER COMPETÊNCIA


2) ABUSO DE
PODER

DESVIO DE PODER
FINALIDADE

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3) FERIR OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

***ATENÇÃO ESPECIAL PARA A RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE!!!!!!!!****

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ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

NORMATIVOS

PUNITIVOS ORDINATÓRIOS

ESPÉCIES DE
ATOS

ENUNCIATIVOS NEGOCIAIS

ATOS NORMATIVOS

Decreto
(Ato exclusivo do Chefe do Executivo)

Regulamentos

Instruções Normativas
Regimentos

Resoluções

Deliberações

ATOS ORDINATÓRIOS
Instruções
Provimentos
Circulares
Avisos
Portarias
Ordens de Serviço
Ofícios
Despachos

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ATOS NEGOCIAIS
Licença
Autorização
Permissão
Aprovação
Admissão
Visto
Homologação
Dispensa
Renúncia
Protocolo Administrativo

ATOS ENUNCIATIVOS
Certidões
Atestados
Pareceres
Apostilas

ATOS PUNITIVOS

Externos

Internos

ATOS

Decreto  Regulamentar: visa explicar a lei e facilitar sua execução, aclarando seus
(Ato exclusivo do mandamentos e orientando sua aplicação.
Chefe do Executivo)  Autônomo: dispõe sobre a matéria ainda não regulada especificamente em lei.
NORMATIVOS

Regulamentos  são atos administrativos, posto em vigência por decreto, para especificar os
mandamentos da lei ou prover situações ainda não disciplinada por lei. Estabelecem
relações jurídicas entre a Administração e os administrados.

 são atos administrativos expedidos pelos Ministros de Estado para a execução das
Instruções
Leis, decretos e regulamentos (CF, art. 87, § único, II), mas também utilizadas por
Normativas
outros órgãos superiores para o mesmo fim.

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 são atos administrativos normativos de atuação interna, dado que se destinam a


Regimentos
reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas.

 são atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do


Resoluções Executivo(mas não pelo Chefe do Executivo) ou pelos Presidentes dos Tribunais, órgãos
legislativos e colegiados, para disciplinar matéria de sua competência específica.

Deliberações  são atos administrativos normativos ou decisórios emanados de órgãos colegiados.

 são ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de execução de


Instruções determinado serviço público, expedidas pelo superior hierárquico com o escopo de
orientar os subalternos no desempenho das atribuições que lhe são afetas.

 são atos administrativos internos, contendo determinações e instruções que a


Provimentos Corregedoria ou os tribunais expedem para a regularização e uniformização dos
serviços, especialmente os da Justiça.

 são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados agentes


Circulares
públicos incumbidos de certo serviço ou do desempenho de certas atribuições.
ORDINATÓRIOS

 são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos afetos aos
Avisos
ministérios.

 são atos administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições, ou


Portarias* serviços expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados ou designam
(Regra geral) servidores para funções e cargos secundários.(atos de funcionamento interno da
Administração que não geram direitos).

 são determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços


Ordens de Serviço públicos autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter administrativo, ou
especificações técnicas sobre o modo e forma de realização.

 são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e
Ofícios
superiores e entre a Administração e particulares, em caráter oficial.
 são decisões que as autoridades proferem em papéis, requerimentos e processos
Despachos
sujeitos à sua apreciação.

 ato administrativo vinculado e definitivo pelo o qual o Poder Público verificando que
Licença o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de
atividades ou a realização de fatos materiais antes vedado ao particular.
 ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível
Autorização ao pretendente a realização de certa atividade, serviço ou utilização de determinados
bens particulares ou públicos.
NEGOCIAIS

 ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público


Permissão
faculta ao particular o uso especial de bens públicos ou prestação de serviços públicos*.
 ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidade e o mérito de
Aprovação outro ato ou de situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras
entidades ou de particulares, dependentes de seu controle.É discricionário.
 ato administrativo vinculado pelo qual o Poder Público, verificando a satisfação de
Admissão todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de
seu exclusivo ou predominante interesse.

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 ato administrativo pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria
Visto Administração ou do administrado, aferindo sua legitimidade formal para dar-lhe
exeqüibilidade.
 ato administrativo de controle pelo qual a autoridade superior examina a legalidade
Homologação e a conveniência de ato anterior a da própria Administração, de outra entidade ou de
particular, para dar-lhe eficácia. É VINCULADO.
 ato administrativo que exime o particular do cumprimento de determinada
Dispensa
obrigação até então exigida por lei. Ex: serviço militar obrigatório.
 ato pelo qual o Poder Público extingue unilateralmente um crédito ou um direito
Renúncia
próprio, liberando a pessoa obrigada perante a Administração.
 ato negocial pelo qual o Poder Público acerta com o particular a realização de
Protocolo
determinado empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no
Administrativo
interesse recíproco da Administração e do administrado.

 são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de


Certidões
processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas.
(DECLARATÓRIOS
ENUNCIATIVOS

 são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que
Atestados
tenha conhecimento por seus órgãos competentes.
 são manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua
Pareceres
consideração.
 são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei.
Apostilas
Equivale a uma averbação.

 são atos que velam pela correta observância das normas administrativas. Ex: multas,
Externos
PUNITIVOS

interdição de atividades, destruição de coisas.


 são atos que visam punir disciplinarmente seus servidores ou decorrentes de
Internos inadimplemento contratual. Ex: suspensão, demissão, sanção administrativa
decorrente de contratos administrativos como sanções.

COMPARATIVO DA CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:

1) Gerais e individuais:

HELY LOPES MEIRELLES MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTOS AOS DESTINATÁRIOS QUANTOS AOS DESTINATÁRIOS QUANTOS AOS DESTINATÁRIOS

Destina-se a uma São os que Os que têm por


pessoa em produzem destinatário sujeito
particular ou a um efeitos jurídicos ou sujeitos
grupo de pessoas no caso especificamente
1) INDIVIDUAIS determinadas. 1) INDIVIDUAIS concreto. 1) determinados.
(OU ESPECIAIS) INDIVIDUAIS
Ex.: Demissão, Ex.: Nomeação; Ex.: Demissão,
exoneração, demissão; exoneração,
outorga de autorização. outorga de
Licença. Licença
Destinam-se a Atingem todas as Atingem todas as
uma parcela pessoas que se pessoas que se
grande de encontram na encontram na
sujeitos mesma situação.
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indeterminados mesma situação. Pode ser


2) GERAIS e todos aqueles 2) GERAIS Ex.: 2) GERAIS concreto(esgota-se
que se veem Regulamentos, numa única
(REGULAMENTARES) (NORMATIVOS)
abrangidos pelos aplicação) ou
regimentos,
seus preceitos; abstrato( renova-
resoluções. se
Ex.: Edital de um
concurso; interativamente).
regulamentos; Ex.: Edital de um
instruções concurso,
normativas. concessão de
férias coletivas,
regulamento.

2) Atos externos e internos:

HELY LOPES MEIRELLES CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTOS AO ALCANCE QUANTOS À SITUAÇÃO DE TERCEIROS

Os destinatários são os órgãos e Produzem seus efeitos apenas


1) INTERNOS agentes da Administração; não se 1) INTERNOS no interior da Adm.
dirigem a terceiros. Ex.: Parecer,
Ex.: Ordens de serviço, informações.
memorando, portarias
Alcançam os administrados de modo Produzem efeitos sobre
geral (só entram em vigor depois de terceiros.
2) EXTERNOS publicados). 2) EXTERNOS Ex.: Licença,
Ex.: Decreto, admissão.
admissão.

3) Atos de império, gestão e expediente:

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QUANTOS AO OBJETO QUANTOS À PERROGATIVA QUANTOS À POSIÇÃO ESTATAL

Aquele que a São os que a


Aquele que a
administração pratica Administração
administração
no gozo de suas pratica no gozo de
pratica no gozo de
prerrogativas; em prerrogativas de
1) IMPÉRIO suas prerrogativas 1) IMPÉRIO 1) IMPÉRIO
posição de autoridade.
em posição de
supremacia perante o Ex.: A ordem de
supremacia perante
administrado. interdição de um
o administrado.
Ex.: estabelecimento.
Ex.: Desapropriação;
Desapropriação;
interdição,
interdição,
Requisição
requisição
São os praticados São os praticados São os que a
pela Administração pela Administração Administração pratica
em situação de em situação de sem o uso de poderes
igualdade com os igualdade com os comandantes.
particulares, SEM particulares, SEM Ex.: Venda de um
2) GESTÃO USAR SUA 2) GESTÃO USAR SUA 2) GESTÃO bem.
SUPREMACIA; SUPREMACIA;

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Ex.: Alienação. Ex.: Alienação.

Aqueles praticados -- -- -- --
3) EXPEDIENTE por agentes
subalternos; atos de
rotina interna.
Ex.: Protocolo.

4) Atos puros, meros atos administrativos e negociais:

MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTO À FUNÇÃO DA VONTADE QUANTO À FUNÇÃO DA VONTADE


Há uma declaração de vontade, Também chamados de negócios
1) ATOS voltada para obtenção de 1) NEGOCIAIS jurídicos- são aqueles que a
ADMINISTRATIVOS determinados efeitos jurídicos. (OU NEGÓCIOS vontade administrativa é
PUROS (PROPRIAMENTE Ex.: Demissão, JURÍDICOS) preordenada à obtenção de um
DITOS) tombamentos, resultado jurídico, criando
permissão imediatamente efeitos jurídicos.
Ex.: Admissão
Há uma declaração de opinião,  também chamados de meros
conhecimento ou desejo. atos administrativos- são os que
2) MEROS ATOS Ex.: Parecer, 2) ATOS PUROS correspondem a simples
ADMINISTRATIVOS certidão (OU MEROS ATOS manifestações de conhecimento
voto num órgão colegiado. ADMINISTRATIVOS) ou desejo.
Ex.: Certidão,
voto em órgão colegial

5) Atos vinculados e discricionários:

HELY LOPES MEIRELLES CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTO AO REGRAMENTO QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE

Quando não há, para o Quando não há, para o


agente, liberdade de agente, liberdade de
escolha, devendo se sujeitar escolha, devendo se sujeitar
1) VINCULADO às determinações da Lei. 1) VINCULADO às determinações da Lei.
Ex.: Licença, Ex.: Licença,
aposentadoria aposentadoria compulsória
compulsória

Quando há liberdade de Quando há liberdade de


escolha (na LEI) para o escolha (na LEI) para o
2) DISCRICIONÁRIO agente, no que diz respeito 2) DISCRICIONÁRIO agente, no que diz respeito
ao mérito - CONVENIÊNCIA ao mérito - CONVENIÊNCIA e
e OPORTUNIDADE . OPORTUNIDADE.
Ex.: Autorização Ex.: Autorização,
permissão de uso de bem.

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6) Atos unilaterais e bilaterais:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À FORMAÇÃO
Os que são formados pela declaração jurídica de uma só parte.
1) UNILATERAIS Ex.: Demissão, multa, autorizações.
Os que são formados por um acordo de vontades entre as partes.
2)BILATERAIS Ex.: Contratos de concessão.

7) Atos constitutivos, declaratórios e enunciativos:

MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTO AOS EFEITOS QUANTO AOS EFEITOS


É aquele pelo qual a Os que fazem nascer uma
Adm. cria, modifica ou situação jurídica, seja
extingue um direito ou produzindo-a
1) ATOS CONSTITUTIVOS uma situação jurídica. 1) ATOS CONSTITUTIVOS originariamente, seja
Ex.: Permissão, autorização extinguindo-a ou modificando
revogação, dispensa, situação anterior. Ex.:
aplicação de penalidade a Autorização, nomeação
servidor.

É aquele em que a Adm. Os que afirmam a


apenas reconhece um preexistência de uma situação
2) ATOS DECLARATÓRIOS direito que já existia antes 2) ATOS DECLARATÓRIOS de fato ou de direito.
do ato. Ex.: Vistoria, certidão.
Ex.: anulação, licença
homologação, isenção
admissão.
É aquele pelo qual a -- --
3) ATOS ENUNCIATIVOS Adm. apenas atesta ou
reconhece determinada
situação jurídica de fato
ou de direito. Não
manifestam vontade
produtora de efeitos
jurídicos.
Ex.: certidões , atestados
pareceres.

8) Atos ampliativos ou restritivos:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO AO RESULTADO NA ESFERA JURÍDICA
Os que aumentam a esfera de ação jurídica do destinatário.
1) AMPLIATIVOS Ex.: Permissão, autorização, licença.

Os que diminuem a esfera jurídica do destinatário ou lhe


2) RESTRITIVOS impõem novas obrigações, deveres ou ônus.
Ex.: Sanções, proibições, ordens..

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9) Atos simples, complexo e composto:

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QUANTO À FORMAÇÃO DO ATO QUANTOS À FORMAÇÃO DA QUANTO À COMPOSIÇÃO DA


VONTADE VONTADE PRODUTORA
Decorre da Os que são
Produzido por um declaração de produzidos pela
único órgão; podem vontade um único declaração jurídica de
ser simples 1) SIMPLES órgão, seja ele 1) SIMPLES um único órgão;
1) SIMPLES singulares ou singular ou podem ser simples
simples colegiais. colegiado. singulares ou simples
Ex.: Despacho. Ex.: Deliberação de colegiais.
um Conselho. Ex.: Licença para
dirigir automóvel.
Resultam da soma de São os que resultam São os que resultam
vontades de dois ou da manifestação de da conjugação de
mais órgãos. É o dois ou mais órgãos, vontade de órgãos
concurso de vontades que se funde para diferentes.
de órgãos diferentes 2) COMPLEXO formar um ato 2) COMPLEXO Ex.: Analise de
2) COMPLEXO para a formação de único. validade da
um único ato. Ex.: Decreto aposentadoria de um
Ex.: Investidura de um assinado pelo Chefe servidor de um órgão
servidor. do Executivo e feita pelo TCU
referendado pelo
Ministro de Estado.
Produzido por um É o que resulta da
órgão, mas 3) COMPOSTO manifestação de
dependente da dois ou mais órgãos,
verificação, em que a vontade
ratificação de outro de um é
órgão para se tornar instrumental em -- --
exeqüível. relação a de outro,
3) COMPOSTO
Ex.: Autorização que que é principal.
dependa de um visto Ex.: A nomeação do
de uma autoridade Procurador da
superior. República,
depende de prévia
aprovação pelo
Senado.

10) Atos abstratos ou concretos:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À ESTRUTURA
Os que dispõem para um único e específico caso, esgotando-se
1) CONCRETOS nesta única aplicação
Ex.: Exoneração.
Os que preveem reiterada e infindas aplicações, as quais se
repetem cada vez que ocorra a reprodução da hipótese neles
2) ABSTRATOS previstas, alcançando um número indeterminado e
indeterminável de destinatários..
Ex.: Regulamento.

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11) Atos válidos, perfeitos, imperfeitos, pendentes e consumados:

HELY LOPES MEIRELLES MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO

QUANTO À EFICÁCIA QUANTO À EFICÁCIA E EXEQUIBILIDADE


Teve seu ciclo de formação Teve seu ciclo de formação
encerrado, que já esgotou encerrado, que já esgotou
todas as fases necessárias todas as fases necessárias de
de formação (está formação(está relacionado
relacionado com a com a finalização das etapas
1) PERFEITO finalização das etapas de 1) PERFEITO de formação do ato).
formação do ato). Ex.: Um ato que tenha sido
Ex.: Um ato que tenha sido motivado, escrito, assinado e
motivado, escrito, assinado publicado na imprensa oficial.
e publicado na imprensa
oficial.
Ainda não completou o seu Ainda não completou o seu
ciclo de formação. ciclo de formação.
2) IMPERFEITO Ex. Um ato não publicado, 2) IMPERFEITO Ex.: Um ato não publicado,
caso a publicação seja caso a publicação seja
exigida por lei. exigida por lei.
É aquele que, embora É aquele que, embora
perfeito, está sujeito a perfeito, está sujeito a
condição ou termo para condição ou termo para
começar a produzir começar a produzir efeitos
3) PENDENTE efeitos (é um ato 3) PENDENTE (é um ato perfeito).
perfeito). Ex.: Ato de concessão de
férias, publicado em um
mês e que só poderá ser
gozada meses depois.
É aquele que produziu É aquele que produziu
todos os efeitos (é todos os efeitos (é
definitivo e imodificável). definitivo e imodificável).
Ex.: A autorização para a Ex.: A autorização para a
4) CONSUMADO 4) CONSUMADO
realização de uma realização de uma
passeata, depois de passeata, depois de
realizada, torna-se realizada, torna-se
consumada. consumada.
Está conforme todas as
exigências legais para a
5) VÁLIDO sua regular produção de -- --
efeitos (está em
conformidade com a lei).
Ex.: Licença à
maternidade.

Nasce afetado pelo vício


insanável por ausência
substancial em seus -- --
6) NULO
elementos constitutivos.
Ex.: Ato praticado com
desvio de finalidade.
Possui aparência de
manifestação de vontade
7) INEXISTENTE da Administração Pública,
mas não chegou a se -- --
aperfeiçoar como ato
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administrativo.
Ex.: Ato praticado por um
usurpador de função.

12) Ato-regra, ato-subjetivo e ato- condição:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À NATUREZA DAS SITUAÇÕES JURÍDICAS QUE CRIAM
Os que criam situações gerais, abstratas e impessoais e modificáveis a qualquer tempo pela
1) ATO-REGRA vontade de quem os produziu.
Ex.: Regulamento.
Os que criam situações particulares, concretas e pessoais, sendo imodificáveis pela vontade
2) ATO SUBJETIVO de uma só das partes.
Ex.: Contrato.
Os que alguém pratica incluindo-se, isoladamente ou mediante acordo com outrem, que
3) ATO - CONDIÇÃO sujeitam-se às eventuais alterações unilaterais.
Ex.: Aceitação de cargo público.

13) Atos ativos, consultivo, controlador, verificador e contencioso:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À NATUREZA DAS ATIVIDADES
Os que visam criar, produzir, uma utilidade pública, constituindo situações jurídicas.
1) ATIVO
Ex.: Autorizações, licenças, concessões.
Os que visam a informar elucidar, sugerir providências a serem estabelecidas nos atos da
2) CONSULTIVO Adm. ativa.
Ex.: Parecer, informação
Os que visam a impedir ou permitir a produção ou a eficácia de atos da administração ativa
mediante exame prévio ou posterior da conveniência ou legalidade.
3) CONTROLADOR Ex.: Aprovação,, homologação
Os que visam apurar ou documentar a preexistência de uma situação de fato ou de direito.
4) VERIFICADOR
Ex.: Registro, certificação, inscrição
Os que visam a julgar, em um procedimento contraditório, certas situações.
5) CONTENCIOSO
Ex.: Julgamento no PAD

14) Atos principal, complementar, intermediário, condição e jurisdição:

HELLY LOPES MEIRELLES


QUANTO AO OBJETIVO VISADO
Encerra a manifestação de vontade final da Administração.
1) PRINCIPAL
Ex.: Nomeação do Procurador Geral da Rep.
É o ato que aprova ou ratifica o ato principal para lhe dá exeqüibilidade.
2) COMPLEMENTAR
Ex.: Aprovação do Senado na nomeação do PGR.
É o que concorre para a formação do ato principal e final.
3) INTERMEDIÁRIO
Ex.: Julgamento das Propostas.
É todo aquele que antepõe a outro para permitir a sua realização.
4) CONDIÇÃO
Ex.: O concurso para a nomeação de cargo efetivo.
É todo aquele que contém decisão sobre matéria controvertida.
5) JURISDIÇÃO
Ex.: Revisão de ato inferior por superior hieráquico.

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15) Atos constitutivo, extintivo, declaratório, alienativo, modificativo e abdicativo:

HELLY LOPES MEIRELLES


QUANTO AO CONTEÚDO
Cria uma nova situação jurídica individual para seus destinatários, em relação à Administração.
1) CONSTITUTIVO
Ex.: Licença, aplicação de sanções administrativas

2) EXTINTIVO Põe termo a situações jurídicas individuais.


Ex.: Cassação de autorização, demissão de um servidor
Visa preservar direitos, reconhecer situações preexistentes ou, mesmo, possibilitar seu exercício.
3) DECLARATÓRIO Ex.: Expedição de certidões, apostilamento de títulos de nomeação.

Opera a transferência de bens e direitos de um titular a outro.


4) ALIENATIVO
Ex.: Edição de um decreto que transfere bens móveis de uma entidade a outra.
Tem por fim alterar situações preexistentes, sem provocar a sua supressão.
5) MODIFICATIVO
Ex.: Alteração de horários numa da repartição.
O titular abre mão , abdica de um determinado direito
6) ABDICATIVO ( exige uma autorização legislativa).
--

LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE

LEI Nº 4.717/65
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência.

LEI 9.784/99
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência
a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

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Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos
respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária
de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos
das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de
termo escrito.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

JURISPRUDÊNCIA
SÚMULAS DO STF:

SÚMULA STF 346:


A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA STF 473:


A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

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1- STJ- CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS.

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 25.652 - PB (2007/0268880-8)


JULGAMENTO: 16/09/2008
EMENTA
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS QUE ASSUMIRAM CARGOS EFETIVOS
SEM PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO, APÓS A CF DE 1988. ATOS NULOS. TRANSCURSO DE QUASE 20 ANOS. PRAZO
DECADENCIAL DE CINCO ANOS CUMPRIDO, MESMO CONTADO APÓS A LEI 9.784/99, ART. 55. PREPONDERÂNCIA DO
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO.
1. O poder-dever da Administração de invalidar seus próprios atos encontra limite temporal no princípio da
segurança jurídica, de índole constitucional, pela evidente razão de que os administrados não podem ficar
indefinidamente sujeitos à instabilidade originada da autotutela do Poder Público.
2. O art. 55 da Lei 9.784/99 funda-se na importância da segurança jurídica no domínio do Direito Público, estipulando o
prazo decadencial de 5 anos para a revisão dos atos administrativos viciosos e permitindo, a contrario sensu, a manutenção
da eficácia dos mesmos, após o transcurso do interregno quinquenal, mediante a convalidação ex ope temporis, que
tem aplicação excepcional a situações típicas e extremas, assim consideradas aquelas em que avulta grave lesão a
direito subjetivo, sendo o seu titular isento de responsabilidade pelo ato eivado de vício.
3. A infringência à legalidade por um ato administrativo, sob o ponto de vista abstrato, sempre será prejudicial ao
interesse público; por outro lado, quando analisada em face das circunstâncias do caso concreto, nem sempre sua
anulação será a melhor solução. Em face da dinâmica das relações jurídicas sociais, haverá casos em que o próprio
interesse da coletividade será melhor atendido com a subsistência do ato nascido de forma irregular.
4. O poder da Administração, dest'arte, não é absoluto, de forma que a recomposição da ordem jurídica violada está
condicionada primordialmente ao interesse público. O decurso do tempo, em Certos casos, é capaz de tornar a
anulação de um ato ilegal claramente prejudicial ao interesse público, finalidade precípua da atividade exercida pela
Administração.
5. Cumprir a lei nem que o mundo pereça é uma atitude que não tem mais o abono da Ciência Jurídica, neste tempo em que
o espírito da justiça se apóia nos direitos fundamentais da pessoa humana, apontando que a razoabilidade é a medida
sempre preferível para se mensurar o acerto ou desacerto de uma solução jurídica.
6. Os atos que efetivaram os ora recorrentes no serviço público da Assembléia Legislativa da Paraíba, sem a prévia aprovação
em concurso público e após a vigência da norma prevista no art. 37, II da Constituição Federal, é induvidosamente
ilegal, no entanto, o transcurso de quase vinte anos tornou a situação irreversível, convalidando os seus efeitos, em
apreço ao postulado da segurança jurídica, máxime se considerando, como neste caso, que alguns dos nomeados até
já se aposentaram (4), tendo sido os atos respectivos aprovados pela Corte de Contas Paraibana.
7. A singularidade deste caso o extrema de quaisquer outros e impõe a prevalência do princípio da segurança jurídica na
ponderação dos valores em questão (legalidade vs segurança), não se podendo fechar os olhos à realidade e aplicar a
norma jurídica como se incidisse em ambiente de absoluta abstratividade.
8. Recurso Ordinário provido, para assegurar o direito dos impetrantes de permanecerem nos seus respectivos cargos
nos quadros da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba e de preservarem as suas aposentadorias.

2) STF- ACONVALIDAÇÃO DE ATOS.

RE 489776 AgR / MG - MINAS GERAIS


AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. EROS GRAU
Julgamento: 17/06/2008 Órgão Julgador: Segunda Turma
Publicação: 01-08-2008
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MAGISTÉRIO. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE UMA
APOSENTADORIA COM DUAS REMUNERAÇÕES. RETORNO AO SERVIÇO PÚBLICO POR CONCURSO PÚBLICO ANTES DO
ADVENTO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98. POSSIBILIDADE. 1. É possível a acumulação de proventos oriundos de
uma aposentadoria com duas remunerações quando o servidor foi aprovado em concurso público antes do advento da
Emenda Constitucional n. 20. 2. O artigo 11 da EC n. 20 convalidou o reingresso --- até a data da sua publicação --- do inativo
no serviço público, por meio de concurso. 3. A convalidação alcança os vencimentos em duplicidade se os cargos são
acumuláveis na forma do disposto no artigo 37, XVI, da Constituição do Brasil, vedada, todavia, a percepção de mais de uma
aposentadoria. Agravo regimental a que se nega provimento.
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– Capítulo 6 –
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E IMPROBIDADE

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

Controle da administração pública é o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos
CONCEITO: quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade estatal em qualquer das esferas de poder.

CLASSIFICAÇÃO
1) QUANTO À EXTENSÃO DO CONTROLE (OU QUANTO AO ÓRGÃO) :
1.1- Controle interno (autocontrole): é o controle que cada um dos poderes exerce sobre seus próprios atos e agentes.
OBS.: CUIDADO!!!!!!!!
Controle interno exterior: nomenclatura de Celso Antônio Bandeira de Mello, referente aos casos onde haveria duplo
controle, assim, um controle seria realizado pelo próprio órgão e o outro controle seria realizado pela administração direta.

1.2- Controle externo (heterocontrole): é o controle exercido por um dos poderes sobre o outro. Ex.: controle que a
administração pública direta exerce sobre a administração pública indireta; controle que o judiciário realiza perante atos
praticados pelo executivo; controle do Tribunal de Contas sobre atos do judiciário;
Obs.: o controle popular trata se de controle externo, sendo decorrência do princípio da publicidade. O controle popular
pode ser realizado conforme a lei 4.898/65, pela lei 8.429/95 (art. 14, art. 22), conforme o art. 31, §3º da CRFB/88.

2) QUANTO À NATUREZA DO CONTROLE (OU QUANTO AO ASPECTO CONTROLADO):


2.1- Controle de legalidade: pode ser realizado pela administração (súmula 346 do STF), pelo judiciário (art. 5º, XXXV,
CRFB/88) e pelo legislativo (quando autorizado pela Constituição)
2.2- Controle de mérito: é o controle realizado em relação à conveniência e oportunidade, prevalecendo o princípio da
separação dos poderes, assim, não cabe ao judiciário substituir o mérito administrativo (súmula 473 do STF). Quanto ao
controle de mérito, deve haver atenção especial para a ADPF 4511, que trata de políticas públicas: quando uma decisão
administrativa viola a razoabilidade e a proporcionalidade (previstas no artigo 2º da lei 9.784/99), o judiciário pode sim
exercer o controle, sendo um controle de legalidade, porém, que, indiretamente, atingirá o mérito do ato administrativo;
3) QUANTO AO MOMENTO (OU QUANTO À OPORTUNIDADE):
3.1-Controle prévio: exercido antes de se consumar a conduta administrativa;
3.2-Controle concomitante (sucessivo): é o controle realizado à medida que a conduta está se desenvolvendo. Ex.:
fiscalização de um contrato que está em andamento; art. 67 da lei 8.666/93, que consiste na fiscalização dos agentes
públicos durante a realização de obras públicas;
3.3-Controle posterior (corretivo/subsequente): traz a ideia de revisão, buscando confirmar ou corrigir o ato. Ex.: típico ato
de controle do judiciário em relação a ato já praticado: visto das autoridades superiores; homologação da autoridade
superior.

4) QUANTO À INICIATIVA:
4.1- De ofício: trata se de manifestação da própria autotutela;
4.2- Provocado: é o controle deflagrado por terceiro, sendo caso claro, por exemplo, dos recursos administrativos.

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5) QUANTO À NATUREZA DO CONTROLADOR:


5.1- CONTROLE ADMINISTRATIVO: é o controle que vai confirmar, rever, alterar, condutas internas quanto à legalidade e à
conveniência, sendo sempre realizado pelo executivo ou pelos órgãos administrativos do legislativo e do judiciário. Tudo
isso decorre da autotutela. Tal controle é exercido pelos órgãos superiores em relação aos órgãos inferiores, com o auxílio
de órgãos julgadores de recursos e também com o auxílio de órgãos especializados (ex.: controle técnico de auditoria). O
objetivo desse controle é: confirmação do ato; correção do ato; alteração do ato.
 FUNDAMENTO DO CONTROLE (CELSO ANTÔNIO):
-Hierárquico (controle por subordinação): escalonamento vertical dos órgãos – decorrência do princípio da hierarquia entre
órgão superior e órgão inferior, tratando de caso típico de exercício do poder hierárquico;
- Finalístico (controle por vinculação): controle de legalidade da atuação administrativa, exercendo a administração direta
controle sobre a administração indireta;
 OS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA REALIZAÇÃO DESSE CONTROLE SÃO:
A) direito de petição - direito de postular aos órgãos públicos algum direito em decorrência da cidadania (previsto no artigo
5º, XXXIV, “a”, da CRFB/88). Depois de exercido o direito de petição, o recebimento do pedido pela autoridade é obrigatório.
b) controle ministerial - é o exercício feito pelo Ministério sobre os órgãos da administração pública a ele vinculado e sobre
as pessoas da administração indireta federal (art. 19 do decreto 200/67);
c) fiscalização hierárquica (Celso Antônio) - esse é o “sistema organizacional da administração”, decorrente do
escalonamento dos quadros da administração, onde o órgão superior exerce o controle sobre o órgão inferior;
d) controle social - é o controle do poder público que é realizado pela sociedade. Existem vários instrumentos que mostram
esse controle social, como por exemplo: leis de iniciativa popular (art. 61, §2º da CRFB/88) + EC 19/98, com o art. 37, §3º +
ações e serviços de saúde (art. 198, III, CRFB/88) + participação social na seguridade social (art. 194, VII, da CRFB/88) +
consulta pública e audiência pública (lei 9.784/99). Esse controle social pode ser efetivado através de um controle natural
(associações, fundações, sindicatos realizando o controle) ou também pode ser um controle institucional, exercido por
órgãos (entidades) do poder público, que tem por escopo a defesa de interesses gerais da coletividade (ex.: Defensoria
Pública, Ministério Público).
e) instrumentos legais - a Lei Complementar 101/2.000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) é um instrumento legal de controle
dos atos;
f) recursos administrativos lato sensu - tais recursos devem se sujeitar ao princípio da publicidade e também ao princípio do
formalismo, sendo necessário também que haja (para que possa recorrer) o inconformismo. Aqui, resta lembrar, fala se
apenas dos recursos administrativos, não dos recursos judiciais. O fundamento do recurso está no sistema de hierarquia
orgânica, o exercício do direito de petição, a garantia de contraditório e de ampla defesa. Não há uma regra geral para os
recursos. Os recursos administrativos dispensam advogado, e a petição já vem com a razão em uma peça só (não há petição
de interposição separado das razões).

 ESTUDO DOS RECURSOS EM ESPÉCIE:


F.1) representação administrativa: o recorrente denuncia irregularidades, ilegalidades ou condutas abusivas dos órgãos e
agentes públicos, tudo isso com o objetivo de apuração e de regularização do ato. Nesse caso, o recorrente pode ser
qualquer pessoa, mesmo aquele que ainda não tenha sido afetado pela conduta abusiva – assim, a administração pública ao
receber essa representação do recorrente, necessariamente instaura um processo administrativo, que nada mais é do que
um poder dever que a administração pública tem de averiguar e punir os responsáveis por ter praticado condutas
abusivas(exemplo: art. 74, §2º da CRFB/88; lei 4.898/65, nos artigos 3º e 4º);·.
F.2) reclamação administrativa: prevista no decreto 20.910/32, conceitua se como “o ato pelo qual o administrado, seja
particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a administração pública, visando obter o reconhecimento de
um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão”. Na reclamação, o recorrente é o interessado
direto (já na representação, o recorrente é qualquer pessoa, ainda que não afetada pelo ato).
OBS.: CUIDADO: Não se deve confundir essa reclamação com a reclamação cabida ao STF em razão de ato administrativo
contrário à orientação de súmula vinculante (essa última de caráter nitidamente jurisdicional);
F.3) pedido de reconsideração: trata se de pedido de reexame da matéria pela própria autoridade que emitiu aquele ato, só
podendo ser esse pedido ser feito uma única vez (assim, se for indeferido, total ou parcialmente, não admite uma nova

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postulação). Não há lei específica cuidando do pedido de reconsideração, embora haja alguns diplomas que se referem a
esse recurso: lei 8.112/90; art. 109, III, da lei 8.666/93. O prazo para esse pedido é de um ano (utiliza se por analogia o prazo
da reclamação administrativa).
F.4) revisão do processo: prevista nos artigo 174 a 182 da lei 8.112/90 e no artigo 65 da lei 9.784/99. A revisão nada mais é
do que o reexame da punição (ou do servidor, ou do administrado) em razão da ocorrência de: um fato novo; circunstância
que justifique a inocência; inadequação da penalidade aplicada. Pode a revisão do processo ser feita de ofício, a pedido e
também a qualquer tempo.
F.5) recurso hierárquico:
F.5.1) recurso hierárquico próprio: é aquele recurso dirigido para a autoridade hierarquicamente superior (portanto, é um
recurso interno). Esse recurso decorre da própria hierarquia dos órgãos, portanto, não precisa de lei que o preveja, sendo
lícito que o administrado recorra à autoridade superior àquela que realizou o ato que lhe prejudicou. Exemplos: artigos 56 a
64 da lei 9.784/99.
F.5.2) recurso hierárquico impróprio: não decorre da hierarquia, uma vez que o recurso se dá para outro órgão que não
exerce hierarquia sobre o primeiro (ex.: o dirigente de uma autarquia profere um ato, e há recurso para o Ministério em que
se acha vinculado aquela autarquia): É NECESSÁRIO EXPRESSA PREVISÃO LEGAL!!!!!
6.2- CONTROLE LEGISLATIVO OU PARLAMENTAR:
6.2.1- CONTROLE POLÍTICO: vai analisar as decisões administrativas sobre os aspectos da discricionariedade, ou seja, da
oportunidade e da conveniência ao interesse público. O artigo 49, X da CRFB/88, atribui como competência do Congresso
Nacional “[...] fiscalizar e controlar diretamente ou por qualquer de suas casas os atos do Poder Executivo [...]”. O controle
do Congresso Nacional acima prevista, do artigo 49, X, trata-se de uma hipótese de controle político;
- O art. 49, V, da CRFB/88 traz a possibilidade de controle dos atos pelo Congresso quando os atos do Executivo suplantarem
os limites da regulamentação; O art. 50 da CRFB/88 trata do poder convocatório; O art. 58, §3º trata das CPI´s; As
aprovações e autorizações do Congresso Nacional para que o Executivo realiza alguns atos trata de mais uma forma de
controle legislativo. Ex.: é preciso que o Congresso Nacional aprove o ato de renovação de um contrato de emissora de TV –
o artigo 49, I, XII, XIII, XV e XVII traz outros exemplos de controle; O senado também pode exercer o controle (art. 52, III a IX
da CRFB/88);
6.2.2- CONTROLE FINANCEIRO: previsto no artigos 70 a 75 da CRFB/88, abarca todos os poderes da República. É o controle
realizado, principalmente, pelo TCU. Existe tanto o controle interno quanto o controle externo;
- O artigo 71 da CRFB/88 diz quais são as atribuições do Tribunal de Contas. Seria possível ao Tribunal de Contas, ainda que
realizando o controle financeiro, poderia ele realizar o controle abstrato de constitucionalidade? Não, a realização de
controle abstrato de constitucionalidade é competência do STF, e o que o Tribunal de Contas pode é apreciar a
constitucionalidade de leis e atos do poder público (nesse sentido: súmula 347 do STF). Seria cabível ao Tribunal de Contas
rever uma decisão judicial transitada em julgado? O MS 28.150 julgado recentemente (em 2009), diz que não cabe ao
Tribunal de Contas rever decisões transitadas em julgado, sob pena de violar a segurança jurídica e a boa fé objetiva. A lei
9.478/97, no seu artigo 67, prevê um procedimento simplificado de licitação para a Petrobrás: o STF concedeu liminar no
MS 28.252 (em 29/09/09) no sentido de que seria permitido que a Petrobrás utilizasse o procedimento simplificado da lei
9.478/97, suspendendo os efeitos de um acórdão do Tribunal de Contas (que trazia orientação de que a Petrobrás deveria
seguir a lei 8.666/93).
6.3 CONTROLE JUDICIAL:
Vigora o sistema da jurisdição única, ou seja, cabe ao judiciário dar a decisão final em relação ao ato; O judiciário pode
anular os atos ilegais, havendo várias medidas para isso: habeas corpus, mandado de segurança, habeas data, mandado de
injunção, ação civil pública, ADI, dentre outras, sem prejuízo das ações ordinárias;

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LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só


deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
CONSTITUIÇÃO FEDERAL membros da Câmara Municipal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, legitimidade, nos termos da lei.
nos termos seguintes:
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém de Contas Municipais.
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
de poder; I - autorizar, por dois terços de seus membros, a
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou Presidente da República e os Ministros de Estado;
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou II - proceder à tomada de contas do Presidente da
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado legislativa;
por: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
a) partido político com representação no Congresso II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal
Nacional; Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do
b) organização sindical, entidade de classe ou associação Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda
associados; Constitucional nº 45, de 2004)

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício pública, a escolha de:
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo
LXXII - conceder-se-á habeas data: Presidente da República;
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas c) Governador de Território;
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos
de dados de entidades governamentais ou de caráter d) Presidente e diretores do banco central;
público; e) Procurador-Geral da República;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público diplomática de caráter permanente;
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento operacional e patrimonial da União e das entidades da
de custas judiciais e do ônus da sucumbência; administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, controle interno de cada Poder.
na forma da lei.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
Municípios, onde houver. assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de
ao qual compete: imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
da República, mediante parecer prévio que deverá ser prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
II - julgar as contas dos administradores e demais § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da débito ou multa terão eficácia de título executivo.
administração direta e indireta, incluídas as fundações e
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao Art. 74 § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao
erário público; tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
União, sob pena de responsabilidade solidária.
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
para cargo de provimento em comissão, bem como a das irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, da União.
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos ■ JURISPRUDÊNCIA
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, ■ SÚMULAS DO STF
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo  Súmula Vinculante 3- Nos processos perante o Tribunal
de Contas da União asseguram-se o contraditório e a
e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
ampla defesa quando da decisão puder resultar
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas anulação ou revogação de ato administrativo que
supranacionais de cujo capital social a União participe, de beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
forma direta ou indireta, nos termos do tratado legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
constitutivo; reforma e pensão.
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados  Súmula Vinculante 5- A falta de defesa técnica por
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros advogado no processo administrativo disciplinar não
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a ofende a Constituição.
Município;
 SÚMULA Nº 101: O MANDADO DE SEGURANÇA NÃO
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso SUBSTITUI A AÇÃO POPULAR.
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
 SÚMULA Nº 266: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre CONTRA LEI EM TESE.
resultados de auditorias e inspeções realizadas;  SÚMULA Nº 267: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de CONTRA ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE RECURSO OU
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas CORREIÇÃO.
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa  SÚMULA Nº 268: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA
proporcional ao dano causado ao erário; CONTRA DECISÃO JUDICIAL COM TRÂNSITO EM
JULGADO.
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se  SÚMULA Nº 269: O MANDADO DE SEGURANÇA NÃO É
verificada ilegalidade; SUBSTITUTIVO DE AÇÃO DE COBRANÇA.
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,  SÚMULA Nº 270: NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao PARA IMPUGNAR ENQUADRAMENTO DA LEI 3780, DE
Senado Federal; 12/7/1960, QUE ENVOLVA EXAME DE PROVA OU DE
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades SITUAÇÃO FUNCIONAL COMPLEXA.
ou abusos apurados.

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 SÚMULA Nº 271: CONCESSÃO DE MANDADO DE Esta última regra, segundo o relator, estaria atingida por
SEGURANÇA NÃO PRODUZ EFEITOS PATRIMONIAIS EM arrastamento pela declaração de inconstitucionalidade já
RELAÇÃO A PERÍODO PRETÉRITO, OS QUAIS DEVEM SER proferida. E a primeira implicaria declaração de
RECLAMADOS ADMINISTRATIVAMENTE OU PELA VIA competência originária não prevista no rol taxativo da
JUDICIAL PRÓPRIA. Constituição Federal. Ressaltou que a ação de improbidade
 SÚMULA Nº 330: O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NÃO administrativa é de natureza civil, conforme se depreende
do § 4º do art. 37 da CF e que o STF jamais entendeu ser
É COMPETENTE PARA CONHECER DE MANDADO DE
competente para o conhecimento de ações civis, por ato de
SEGURANÇA CONTRA ATOS DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA
ofício, ajuizadas contra autoridades para cujo processo
DOS ESTADOS.
penal o seria" (STF – Pleno ADI nº 2.797/DF e ADI nº
 SÚMULA Nº 346: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE 2860/DF – Rel. Min. Sepúlveda Pertence –, Informativo STF
DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS ATOS. nº 362, p.1).
 SÚMULA Nº 347: O TRIBUNAL DE CONTAS, NO
2) Punição dos Agentes Políticos:
EXERCÍCIO DE SUAS ATRIBUIÇÕES, PODE APRECIAR A
CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS DO Na Reclamação 2138/DF, que teve por relator o Ministro
PODER PÚBLICO. Nelson Jobim, em decisão de 12.06.2007, o STF decidiu, por
 SÚMULA Nº 365: PESSOA JURÍDICA NÃO TEM maioria de votos (6 X 5), que os agentes políticos passíveis
LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO POPULAR. de responsabilização por crime de responsabilidade estão
excluídos de serem processados por improbidade
 SÚMULA Nº 473: A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR administrativa, devendo responder especificamente por
SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS seus atos, como sendo atos unicamente políticos. Isso
QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE significa que o ilustre relator entendeu as infrações como
ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE político-administrativas, estando enquadradas na classe dos
CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS crimes de responsabilidade, com apuração e punição pela
DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS Lei 1079, e pelo Decreto-lei 201/67. Com isso, aos juízos de
CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL. 1º grau faltaria competência para processarem tais delitos,
em razão da prerrogativa de função.

Rcl 2138 / DF - DISTRITO FEDERAL


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA-LEI Nº. RECLAMAÇÃO
Relator(a): Min. NELSON JOBIM
8.429/92
Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES
(ART.38,IV,b, DO RISTF)
Julgamento: 13/06/2007 Órgão Julgador: Tribunal
■ JURISPRUDÊNCIA DO STF Pleno

1) Foro processual: JUSTIÇA COMUM. Parte(s)


Não existe foro especial. Só para ações de caráter penal. RECLTE.: UNIÃO
Lei 10.628/02 - foi considerada inconstitucional. ADV.: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Por tais motivos, em 15.9.2005, no julgamento das ADIN’s RECLDO.: JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 14ª VARA DA
2797/DF e 2860/DF, que teve por relator o Min. Sepúlveda SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
Pertence, o STF julgou inconstitucional a Lei 10628/02: DISTRITO FEDERAL
RECLDO.: RELATOR DA AC Nº 1999.34.00.016727-9 DO
O ministro-relator, Sepúlveda Pertence, declarou TRIBUNAL REGIONAL
inconstitucional o § 1º do art. 84 do CPP, por "considerar FEDERAL DA 1ª REGIÃO
que o mesmo, além de ter feito interpretação autêntica da INTDO.: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Carta Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia Ementa
constitucional, teria usurpado a competência do STF como EMENTA: RECLAMAÇÃO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA
guardião da Constituição Federal ao inverter a leitura por DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPROBIDADE
ele já feita de norma constitucional, o que, se admitindo, ADMINISTRATIVA. CRIME DE RESPONSABILIDADE.
implicaria sujeitar a interpretação constitucional do STF ao AGENTES POLÍTICOS. I. PRELIMINARES. QUESTÕES DE
referendo do legislador ordinário. Declarou, também, a ORDEM. I.1. Questão de ordem quanto à manutenção da
inconstitucionalidade do § 2º do art. 84 do CPP. Disse que competência da Corte que justificou, no primeiro
esse parágrafo veiculou duas regras: a que estende a momento do julgamento, o conhecimento da reclamação,
competência especial por prerrogativa de função para diante do fato novo da cessação do exercício da função
inquérito e ação penais à ação de improbidade pública pelo interessado. Ministro de Estado que
administrativa e a que manda aplicar, em relação à mesma posteriormente assumiu cargo de Chefe de Missão
ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado artigo. Diplomática Permanente do Brasil perante a Organização
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das Nações Unidas. Manutenção da prerrogativa de foro 3) PREFEITO - APLICAÇÃO DA LEI 8.429/92
perante o STF, conforme o art. 102, I, "c", da Constituição.
Questão de ordem rejeitada. I.2. Questão de ordem REsp nº 764.836 - SP (2005/0110965-0)
quanto ao sobrestamento do julgamento até que seja RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO
possível realizá-lo em conjunto com outros processos R.P/ACÓRDÃO : MINISTRO FRANCISCO FALCÃO
sobre o mesmo tema, com participação de todos os RECORRENTE : EDSON MOURA
Ministros que integram o Tribunal, tendo em vista a ADVOGADOS : PAULO HENRIQUE DOS SANTOS LUCON E
possibilidade de que o pronunciamento da Corte não OUTRO
reflita o entendimento de seus atuais membros, dentre os JOÃO PAULO HECKER DA SILVA E OUTRO(S)
quais quatro não têm direito a voto, pois seus RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO
antecessores já se pronunciaram. Julgamento que já se PAULO
estende por cinco anos. Celeridade processual. Existência EMENTA
de outro processo com matéria idêntica na seqüência da AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. EX-
pauta de julgamentos do dia. Inutilidade do PREFEITO. COMPETÊNCIA. FALTA DE
sobrestamento. Questão de ordem rejeitada. II. MÉRITO. PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 7/STJ.
II.1.Improbidade administrativa. Crimes de I - Ex-prefeito não se enquadra dentre aquelas autoridades
responsabilidade. Os atos de improbidade administrativa que estão submetidas à Lei nº 1.079/1950, que dispõe
são tipificados como crime de responsabilidade na Lei n° sobre os crimes de responsabilidade, podendo responder
1.079/1950, delito de caráter político-administrativo. por seus atos na via da ação civil pública de improbidade
II.2.Distinção entre os regimes de responsabilização administrativa.
político-administrativa. O sistema constitucional brasileiro II - O STF, ao julgar a ADIN 2797, declarou a
distingue o regime de responsabilidade dos agentes inconstitucionalidade dos parágrafos 1º e 2º do artigo 84 do
políticos dos demais agentes públicos. A Constituição não CPP, acrescidos por força da Lei nº 10.628/02,
admite a concorrência entre dois regimes de remanescendo patente a inexistência de foro privilegiado
responsabilidade político-administrativa para os agentes na hipótese.
políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° III - Acerca da existência de improbidade administrativa,
8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", verifica-se que a irresignação do recorrente, forte na
(disciplinado pela Lei n° 1.079/1950). Se a competência afirmação de que não configurada atitude ímproba, ou
para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, mesmo que seria desproporcional a condenação, impõe o
§ 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos reexame do conjunto probatório, o que é insusceptível no
agentes políticos, submetidos a regime de âmbito do recurso especial. Incide na espécie o teor da
responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab- súmula 7/STJ.
rogante do disposto no art. 102, I, "c", da Constituição. IV - Sendo indicadas diversas matérias constantes de
II.3.Regime especial. Ministros de Estado. Os Ministros de dispositivos infraconstitucionais, a não apreciação destas
Estado, por estarem regidos por normas especiais de pelo Tribunal a quo atrai o comando da súmula 282 do STF.
responsabilidade (CF, art. 102, I, "c"; Lei n° 1.079/1950), V - Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte
não se submetem ao modelo de competência previsto no improvido.
regime comum da Lei de Improbidade Administrativa (Lei
n° 8.429/1992). II.4.Crimes de responsabilidade. 4) VEREADORES – APLICAÇÃO DA LEI Nº 8.429/92.
Competência do Supremo Tribunal Federal. Compete PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL
exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal processar e PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – EX-PREFEITO
julgar os delitos político-administrativos, na hipótese do – NULIDADE DA CITAÇÃO – SÚMULA 7/STJ – INEXISTÊNCIA
art. 102, I, "c", da Constituição. Somente o STF pode DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO – PAS DE NULLITÉ SANS
processar e julgar Ministro de Estado no caso de crime de GRIEF – APLICAÇÃO DA LEI 8.429/1992 – COMPATIBILIDADE
responsabilidade e, assim, eventualmente, determinar a COM O DECRETO-LEI 201/1967 – AUSÊNCIA DE DANO AO
perda do cargo ou a suspensão de direitos políticos. ERÁRIO – VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS –
II.5.Ação de improbidade administrativa. Ministro de ART. 11 DA LEI 8.429/1992 – ELEMENTO SUBJETIVO – DOLO
Estado que teve decretada a suspensão de seus direitos GENÉRICO – DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE
políticos pelo prazo de 8 anos e a perda da função pública INCONSTITUCIONALIDADE – POSSIBILIDADE –
por sentença do Juízo da 14ª Vara da Justiça Federal - CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO.
Seção Judiciária do Distrito Federal. Incompetência dos 1. Inviável a verificação de irregularidade no mandado
juízos de primeira instância para processar e julgar ação citatório, afastada pela instância ordinária, por demandar a
civil de improbidade administrativa ajuizada contra agente reapreciação das provas. Incidência da Súmula 7/STJ.
político que possui prerrogativa de foro perante o 2. A decretação de nulidade do julgado depende da
Supremo Tribunal Federal, por crime de responsabilidade, demonstração do efetivo prejuízo para as partes ou para a
conforme o art. 102, I, "c", da Constituição. III. apuração da verdade substancial da controvérsia jurídica, à
RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE. luz do princípio pas de nullités sans grief. Precedentes do
STJ.
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3. Não há antinomia entre o Decreto-Lei 201/1967 e a Lei Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade
8.429/1992. O primeiro impõe ao prefeito e Vereadores um contra seus membros” (QO na Pet. 3.211-0, Min. Menezes
julgamento político, enquanto a segunda submete-os ao Direito, DJ 27.06.2008). Considerou, para tanto, que a
julgamento pela via judicial, pela prática do mesmo fato. prerrogativa de foro, em casos tais, decorre diretamente do
4. O julgamento das autoridades – que não detêm foro sistema de competências estabelecido na Constituição, que
constitucional por prerrogativa de função, quanto aos assegura a seus Ministros foro por prerrogativa de função,
crimes de responsabilidade –, por atos de improbidade tanto em crimes comuns, na própria Corte, quanto em
administrativa, continuará a ser feito pelo juízo crimes de responsabilidade, no Senado Federal. Por isso,
monocrático da justiça cível comum de 1ª instância. "seria absurdo ou o máximo do contra-senso conceber que
5. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de ordem jurídica permita que Ministro possa ser julgado por
estar configurado ato de improbidade a lesão a princípios outro órgão em ação diversa, mas entre cujas sanções está
administrativos, independentemente da ocorrência de dano também a perda do cargo. Isto seria a desestruturação de
ou lesão ao erário público. todo o sistema que fundamenta a distribuição da
6. Não caracterização do ato de improbidade tipificado no competência" (voto do Min.Cezar Peluso).
art. 11 da Lei 8.429/1992, exige-se o dolo lato sensu ou 3. Esses mesmos fundamentos de natureza sistemática
genérico. autorizam a concluir, por imposição lógica de coerência
7. É possível a declaração incidental de interpretativa, que norma infraconstitucional não pode
inconstitucionalidade, de lei ou ato normativo do Poder atribuir a juiz de primeiro grau o julgamento de ação de
Público, em ação civil pública desde que a controvérsia improbidade administrativa, com possível aplicação da pena
constitucional não figure como pedido, mas sim como causa de perda do cargo, contra Governador do Estado, que, a
de pedir, fundamento ou simples questão prejudicial, exemplo dos Ministros do STF, também tem assegurado
indispensável à resolução do litígio principal. Precedentes foro por prerrogativa de função, tanto em crimes comuns
do STJ. (perante o STJ), quanto em crimes de responsabilidade
8. A contratação de funcionário sem a observação das (perante a respectiva Assembléia Legislativa). É de se
normas de regência dos concursos públicos caracteriza reconhecer que, por inafastável simetria com o que ocorre
improbidade administrativa. Precedentes. em relação aos crimes comuns (CF, art. 105, I, a), há, em
9. Recurso especial não provido. casos tais, competência implícita complementar do Superior
(REsp 1106159/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, Tribunal de Justiça. 4. Reclamação procedente, em parte.
SEGUNDA TURMA, julgado em 08/06/2010, DJe Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima
24/06/2010). indicadas, decide a Egrégia CORTE ESPECIAL do Superior
Tribunal de Justiça, por unanimidade, julgar procedente em
5) COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DE GOVERNADOR parte a reclamação, nos termos do voto do Sr. Ministro
STJ- RECLAMAÇÃO Nº 2.790 - SC (2008/0076889-9) Relator. Os Srs. Ministros Castro Meira, Nilson Naves,
RELATOR : MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI Fernando Gonçalves, Felix Fischer, Aldir Passarinho Junior,
RECLAMANTE : LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA Hamilton Carvalhido, Eliana Calmon, Laurita Vaz, Luiz Fux e
ADVOGADO : RONEI DANIELLI E OUTRO(S) João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro
RECLAMADO : JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Cesar
PÚBLICA DE JOINVILLE - SC Asfor Rocha e Gilson Dipp e, ocasionalmente, os Srs.
INTERESSADOS : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE Ministros Francisco Falcão e Nancy Andrighi. O Sr. Ministro
SANTA CATARINA Gilson Dipp foi substituído pelo Sr. Ministro Castro Meira.
EMENTA Sustentou oralmente, pelo reclamante, o Dr. Ronei Danielli.
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE (Reclamção2.790- EMENTA / ACORDÃO - DJe: 04/03/2010)
CONTRA GOVERNADOR DE ESTADO. DUPLO REGIME
SANCIONATÓRIO DOS AGENTES POLÍTICOS: LEGITIMIDADE. 6) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONTRATAÇÃO DE
RECONHECIMENTO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STJ. SERVIDORES SEM CONCURSO PÚBLICO. AUSÊNCIA DE
PROCEDÊNCIA PARCIAL DA RECLAMAÇÃO. ELEMENTO SUBJETIVO (DOLO OU CULPA GRAVE) NA
1. Excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados CONDUTA DO DEMANDADO.
pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se
dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há 1. É firme a jurisprudência do STJ, inclusive de sua Corte
norma constitucional alguma que imunize os agentes Especial, no sentido de que "Não se pode confundir
políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de qualquer improbidade com simples ilegalidade. A improbidade é
das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo
4.º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito da conduta do agente. Por isso mesmo, a jurisprudência
normativo infraconstitucional que impusesse imunidade do STJ considera indispensável, para a caracterização de
dessa natureza. improbidade, que a conduta do agente seja dolosa, para a
2. Por decisão de 13 de março de 2008, a Suprema Corte, tipificação das condutas descritas nos artigos 9º e 11 da Lei
com apenas um voto contrário, declarou que “compete ao 8.429/92, ou pelo menos eivada de culpa grave, nas do
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artigo 10" (AIA 30/AM, Corte Especial, DJe de Carta Política, a afastar, do âmbito de suas atribuições
27/09/2011). jurisdicionais originárias, o processo e o julgamento de
2. Agravo regimental a que se nega provimento. causas de natureza civil que não se acham inscritas no
(AgRg no REsp 975.540/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO texto constitucional (ações populares, ações civis públicas,
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/11/2011, DJe ações cautelares, ações ordinárias, ações declaratórias e
28/11/2011) medidas cautelares), mesmo que instauradas contra o
Presidente da República ou contra qualquer das
autoridades, que, em matéria penal (CF, art. 102, I, b e c),
AÇÃO DE IMPROBIDADE PARA PARLAMENTARES: dispõem de prerrogativa de foro perante a Corte Suprema
STF- ARE 806293 ED / DF - DISTRITO FEDERAL ou que, em sede de mandado de segurança, estão sujeitas
EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO à jurisdição imediata do Tribunal (CF, art. 102, I, d).
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA Precedentes” (Pet 1.738-AgR, Relator o Ministro Celso de
Julgamento: 03/06/2014 Órgão Julgador: Segunda Mello, Plenário, DJ 1º.10.1999, grifos nossos). “Agravo
Turma regimental no agravo de instrumento. Improbidade
administrativa. Prerrogativa de foro. Inexistência.
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO Precedentes. 1. Inexiste foro por prerrogativa de função
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EFEITOS INFRINGENTES. nas ações de improbidade administrativa. 2. Agravo
CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. regimental não provido” (AI 556.727-AgR, Relator o
CONSTITUCIONAL. 1. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 26.4.2012, grifos
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONTRA DEPUTADO nossos). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
FEDERAL: AUSÊNCIA DE FORO POR PRERROGATIVA DE EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO
FUNÇÃO. 2. RECEBIMENTO DA AÇÃO. REEXAME DE JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU PARA JULGAMENTO DE AÇÃO
PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL CIVIL PÚBLICA CONTRA PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. DECLARAÇÃO DE
PROVIMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 10.628/2002.
(...) 4. Ademais, como afirmado na decisão agravada, este ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM A
Supremo Tribunal Federal tem reconhecido a JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
impossibilidade de equiparação da ação por improbidade AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO
administrativa, de natureza civil, à ação penal, para o fim ”(RE 444.042-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe
de estender o foro por prerrogativa de função às ações de 15.10.2012, grifos nossos).
improbidade: 5. Os argumentos do Agravante, insuficientes para
“PROTESTO JUDICIAL FORMULADO CONTRA DEPUTADO modificar a decisão agravada, demonstram apenas
FEDERAL - MEDIDA DESTITUÍDA DE CARÁTERPENAL (CPC, inconformismo e resistência em pôr termo a processos que
ART. 867) - AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO se arrastam em detrimento da eficiente prestação
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - RECURSO DE AGRAVO jurisdicional. 6. Pelo exposto, nego provimento ao agravo
IMPROVIDO. A PRERROGATIVA DE FORO - UNICAMENTE regimental.
INVOCÁVEL NOS PROCEDIMENTOS DE CARÁTER PENAL -
NÃO SE ESTENDE ÀS CAUSAS DE NATUREZA CIVIL. - As STJ- REsp 1382920 / RS
medidas cautelares a que se refere o art. 867 do Código de RELATOR : MINSTRO HUMBERTO MARTINS
Processo Civil (protesto, notificação ou interpelação), JULGAMENTO: 5/12/2013
quando promovidas contra membros do Congresso EMENTA
Nacional, não se incluem na esfera de competência PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE
originária do Supremo Tribunal Federal, precisamente ADMINISTRATIVA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DE
porque destituídas de caráter penal. Precedentes. A PRIMEIRO GRAU. PRECEDENTES. NULIDADE DO PROCESSO
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - CUJOS NÃO DEMONSTRADA.
FUNDAMENTOS REPOUSAM NA CONSTITUIÇÃO DA 1. A Corte Especial firmou entendimento no sentido de que
REPÚBLICA - SUBMETE-SE A REGIME DE DIREITO ESTRITO. - o foro por prerrogativa de função não se estende ao
A competência originária do Supremo Tribunal Federal, processamento das ações de improbidade administrativa.
por qualificar-se como um complexo de atribuições (AgRg na Rcl 12.514/MT, Rel. Ministro Ari Pargendler, Corte
jurisdicionais de extração essencialmente constitucional - Especial, julgado em 16.9.2013, DJe 26.9.2013.) No mesmo
e ante o regime de direito estrito a que se acha submetida sentido: EDcl no AgRg no REsp 1216168/RS, Rel. Ministro
- não comporta a possibilidade de ser estendida a Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 24.9.2013,
situações que extravasem os limites fixados, em numerus DJe 4.10.2013.
clausus, pelo rol exaustivo inscrito no art. 102, I, da 2. A norma constitucional que estabelece a prerrogativa de
Constituição da República. Precedentes. O regime de foro perante o Supremo Tribunal Federal para
direito estrito, a que se submete a definição dessa parlamentares federais diz respeito exclusivamente às
competência institucional, tem levado o Supremo Tribunal ações penais, não alcançado, portanto, as ações de
Federal, por efeito da taxatividade do rol constante da improbidade administrativa, disciplinadas pela Lei n.
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8.429/92, que possuem natureza cível, nos termos do art. – Capítulo 7 –


37, § 4º, da Constituição Federal.
3. Havendo indícios de cometimento de atos enquadrados RESPONSABILIDADE DA
na Lei de Improbidade Administrativa, a petição inicial deve ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ser recebida, pois, na fase inicial prevista no art. 17, §§ 7º,
A responsabilidade da Administração Pública por Ação é
8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, vale o princípio do in dubio pro
objetiva, ou seja, o elemento subjetivo do agente público
societate, a fim de possibilitar o maior resguardo do
quando pratica o ato é irrelevante, sendo suficiente a ação
interesse público. Desse modo, o procedimento
do Estado, o dano causado e o nexo de causalidade entre a
investigatório adotado pelo Ministério Público Federal não
ação estatal e o dano. No Brasil, prevalece a
extrapolou suas atribuições constitucionais e legais. Agravo
responsabilidade objetiva informada pela teoria do Risco
regimental improvido.
Administrativo, em que a culpa exclusiva do particular
_______________________________________________ afasta a responsabilidade do Estado. Nesse sentido, o
_________________________________________________ parágrafo 6º do art. 37 da Constituição Federal:
“Art. 37 § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de
_________________________________________________
direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
_________________________________________________ pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
_________________________________________________ terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
_________________________________________________ nos casos de dolo ou culpa.”
_________________________________________________ A consagração da responsabilidade objetiva é resultado de
_________________________________________________ uma evolução histórica, posto que, inicialmente (até a
_________________________________________________ Revolução Francesa), o Estado era irresponsável pelos seus
_________________________________________________ atos, posto que prevalecia a teoria de que o “Rei nunca erra”,
consequentemente o Estado nunca poderá responder pelos
_________________________________________________
seus atos. Posteriormente, com a Revolução Francesa e a
_________________________________________________
consagração do Estado de Direito, consagra-se a teoria da
_________________________________________________
Responsabilidade Subjetiva, regida pelas regras do direito civil,
_________________________________________________ em que o elemento subjetivo (Dolo ou Culpa) do agente
_________________________________________________ público é indispensável para configurar a responsabilidade do
_________________________________________________ Estado, ou seja, o Estado só será responsabilizado se o seu
_________________________________________________ agente agir com dolo ou culpa. Na segunda metade do século
_________________________________________________ XIX, desenvolve-se na França a teoria da “Faute de Service”
_________________________________________________ (Falta do Serviço) para fundamentar a responsabilidade do
_________________________________________________ Estado, ou seja, o Estado seria responsabilizado em caso de
_________________________________________________ dano causado pela omissão na prestação de um serviço
_________________________________________________ público. A falta do serviço se configuraria de três formas: falta
_________________________________________________ do serviço, serviço atrasado e o mau funcionamento do
_________________________________________________ serviço. Esta responsabilidade é subjetiva, posto que quando
_________________________________________________ se apura se o serviço faltou, se busca alguma culpa do Estado.
_________________________________________________ Esta teoria ainda hoje serve de fundamento para aqueles que
_________________________________________________ defendem que a responsabilidade estatal por omissão é
_________________________________________________ subjetiva. Finalmente, ao longo do século XX, consagra-se a
_________________________________________________ responsabilidade objetiva do Estado, em que o elemento
subjetivo dolo ou culpa são irrelevantes para configurar a
_________________________________________________
responsabilidade estatal. Destacam-se duas teorias: Risco
_________________________________________________
Administrativo e Risco Integral, diferenciando-se pela
_________________________________________________
possibilidade da primeira admitir excludentes de
_________________________________________________ responsabilidade, enquanto a última não admite referidas
_________________________________________________ excludentes. A Teoria do Risco Administrativo é adotada
_________________________________________________ atualmente pela nossa Constituição e é aceita no Brasil desde a
_________________________________________________ Constituição de 1946.
_________________________________________________ A responsabilidade objetiva alcança também as empresas
_________________________________________________ concessionárias e permissionárias de serviços públicos, como
_________________________________________________ expressamente determina referido art. 37, § 6º. Por outro lado,
_________________________________________________ as empresas públicas e sociedades de economia mista, que
_________________________________________________ exercem atividades econômicas, estão sujeitas ao regime de
_________________________________________________ responsabilidade subjetiva, posto que aplicam-se a elas o
_________________________________________________ regime jurídico próprio das empresas privadas no que se refere
_________________________________________________ às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias (art.
_________________________________________________ 173, § 1º, II, CF).
_________________________________________________
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LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na
sentença;

Art. 21 Compete à União:


XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a
lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados,
atendidos os seguintes princípios e condições:
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 49, de 2006)

Art. 37 § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Art. 37 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

DECRETO Nº 20.910/32
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a
Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou
fato do qual se originarem.

LEI Nº 9.494/97
o
Art. 1 -C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de
direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. (Incluído pela Medida provisória
nº 2.180-35, de 2001)

LEI Nº 10. 744/2003


o
Art. 1 Fica a União autorizada, na forma e critérios estabelecidos pelo Poder Executivo, a assumir despesas de
responsabilidades civis perante terceiros na hipótese da ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros ou não,
provocados por atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil ou no exterior, contra
aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de
táxi aéreo.

NOTA DE AULA
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
- CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL: É a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a
outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam. (Silvio Rodrigues)
- CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO: é a obrigação de reparar danos causados a terceiros em
decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos
agentes públicos. (Maria Sylvia Zanella Di Pietro)

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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

DECISÕES DO STF E STJ SOBRE O ASSUNTO.

1) STF - RESPONSABILIDADE POR ATOS OMISSIVOS


RE 369820 / RS - RIO GRANDE DO SUL
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO
Julgamento: 04/11/2003
Órgão Julgador: Segunda Turma
Publicação DJ 27-02-2004 PP-00038 EMENT VOL-02141-06 PP-01295
Ementa
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS PÚBLICAS. ATO OMISSIVO DO
PODER PÚBLICO: LATROCÍNIO PRATICADO POR APENADO FUGITIVO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: CULPA
PUBLICIZADA: FALTA DO SERVIÇO. C.F., art. 37, § 6º. I. - Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade
civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência, a imperícia ou a
imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de forma
genérica, a falta do serviço. II. - A falta do serviço - faute du service dos franceses - não dispensa o requisito da causalidade,
vale dizer, do nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a terceiro. III. -
Latrocínio praticado por quadrilha da qual participava um apenado que fugira da prisão tempos antes: neste caso, não há
falar em nexo de causalidade entre a fuga do apenado e o latrocínio. Precedentes do STF: RE 172.025/RJ, Ministro Ilmar
Galvão, "D.J." de 19.12.96; RE 130.764/PR, Relator Ministro Moreira Alves, RTJ 143/270. IV. - RE conhecido e provido.

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2) STF- RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR INTEGRIDADE DE PRESO.


RE 272839 / MT - MATO GROSSO
Relator(a): Min. GILMAR MENDES
Julgamento: 01/02/2005 - Órgão Julgador: Segunda Turma - Publicação: DJ 08-04-2005 PP-00038
Recurso extraordinário. 2. Morte de detento por colegas de carceragem. Indenização por danos morais e materiais.
3. Detento sob a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva.
4. Teoria do Risco Administrativo. Configuração do nexo de causalidade em função do dever constitucional de guarda (art.
5º, XLIX). Responsabilidade de reparar o dano que prevalece ainda que demonstrada a ausência de culpa dos agentes
públicos.
5. Recurso extraordinário a que se nega provimento
Decisão: A Turma, por votação unânime, conheceu do recurso extraordinário, mas lhe negou provimento, nos termos do
voto do Relator. 2ª Turma, 01.02.2005.

3)SUICÍDIO DE DETENTO: RESPONSABILIDADE OBJETIVA

DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO NO CASO DE SUICÍDIO DE DETENTO.

A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais no caso de morte por
suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento prisional mantido pelo Estado. Nessas hipóteses, não é necessário
perquirir eventual culpa da Administração Pública. Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos
presidiários é objetiva em face dos riscos inerentes ao meio no qual foram inseridos pelo próprio Estado. Assim, devem ser
reconhecidos os referidos direitos em consideração ao disposto nos arts. 927, parágrafo único, e 948, II, do CC.

AgRg no REsp 1.305.259-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em 2/4/2013.

4) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público

Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro Não-Usuário do Serviço -

Enfatizando a mudança da jurisprudência sobre a matéria, o Tribunal, por maioria, negou provimento a recurso
extraordinário interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, que concluíra pela
responsabilidade civil objetiva de empresa privada prestadora de serviço público em relação a terceiro não-usuário do
serviço. Na espécie, empresa de transporte coletivo fora condenada a indenizar danos decorrentes de acidente que
envolvera ônibus de sua propriedade e ciclista, o qual falecera. Inicialmente, o Tribunal resolveu questão de ordem suscitada
pelo Min. Marco Aurélio, no sentido de assentar a necessidade de se ouvir o Procurador-Geral da República, em face do
reconhecimento da repercussão geral e da possibilidade da fixação de novo entendimento sobre o tema, tendo o parquet se
pronunciado, em seguida, oralmente. No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas instâncias ordinárias, que o
acidente fatal que vitimara o ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em razão de força maior, reputou-se comprovado
o nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, e julgou-se tal
condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado, nos termos do art. 37,
§ 6º, da CF (“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.”). Asseverou-se que não se poderia interpretar restritivamente o alcance do art. 37, § 6º, da CF,
sobretudo porque a Constituição, interpretada à luz do princípio da isonomia, não permite que se faça qualquer distinção
entre os chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e não-usuários do serviço público, haja vista que todos eles, de igual
modo, podem sofrer dano em razão da ação administrativa do Estado, seja ela realizada diretamente, seja por meio de
pessoa jurídica de direito privado. Observou-se, ainda, que o entendimento de que apenas os terceiros usuários do serviço
gozariam de proteção constitucional decorrente da responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito subjetivo de
receber um serviço adequado, contrapor-se-ia à própria natureza do serviço público, que, por definição, tem caráter geral,
estendendo-se, indistintamente, a todos os cidadãos, beneficiários diretos ou indiretos da ação estatal. Vencido o Min.
Marco Aurélio que dava provimento ao recurso por não vislumbrar o nexo de causalidade entre a atividade administrativa e

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o dano em questão. Precedentes citados: RE 262651/SP (DJU de 6.5.2005); RE 459749/PE (julgamento não concluído em
virtude da superveniência de acordo entre as partes). RE 591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009. (RE-
591874)

5) Responsabilidade subsidiária do Estado em relação aos danos causados pelas pessoas descentralizadas

Acordão
Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL - 738026
Processo: 200500524678 UF: RJ Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA
Data da decisão: 26/06/2007 Documento: STJ000299854

Fonte
DJ DATA:22/08/2007 PG:00452 RDTJRJ VOL.:00074 PG:00053

Relator(a)
ELIANA CALMON

Decisão
Prosseguindo no julgamento, os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça acordam, por maioria, dar
provimento ao recurso nos termos do voto do Sr. Ministro João Otávio de Noronha. Vencida a Sra. Ministra Relatora.
Votaram com o Sr. Ministro João Otávio de Noronha os Srs. Ministros Castro Meira e Humberto Martins. O Sr. Ministro
Herman Benjamin não proferiu voto nos termos do art. 162, § 2°, do RISTJ.

Ementa
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL ADMINISTRATIVA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ESTADO.

1. As regras de Direito Administrativo e Constitucional dispõem que as empresas criadas pelo Governo respondem por danos
segundo as regras da responsabilidade objetiva, e , na hipótese de exaurimento dos recursos da prestadora de serviços, o
Estado responde subsidiariamente (art. 37, § 6º, da Constituição Federal). 2. É defeso atribuir o cumprimento de obrigação
por ato ilícito contraída por empresa prestadora de serviços públicos a outra que não concorreu para o evento danoso,
apenas porque também é prestadora dos mesmos serviços públicos executados pela verdadeira devedora. Tal atribuição não
encontra amparo no instituto da responsabilidade administrativa, assentado na responsabilidade objetiva da causadora do
dano e na subsidiária do Estado, diante da impotência econômica ou financeira daquela. 3. Recurso especial provido.

6) Culpa exclusiva da vítima. Causa excludente da responsabilidade

EMENTA: - Responsabilidade objetiva do Estado. Ocorrência de culpa exclusiva da vítima. - Esta Corte tem admitido que a
responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito público seja reduzida ou excluída conforme haja culpa concorrente do
particular ou tenha sido este o exclusivo culpado (Ag. 113.722-3-AgRg e RE 113.587). - No caso, tendo o acórdão recorrido,
com base na análise dos elementos probatórios cujo reexame não é admissível em recurso extraordinário, decidido que
ocorreu culpa exclusiva da vítima, inexistente a responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público, pois foi a vítima
que deu causa ao infortúnio, o que afasta, sem dúvida, o nexo de causalidade entre a ação e a omissão e o dano, no tocante
ao ora recorrido. Recurso extraordinário não conhecido. (RE 120924 / SP. Min. Moreira Alves. 25/03/1993).

7) Força Maior. Causa excludente de responsabilidade

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. FORÇA MAIOR. A FORÇA MAIOR EXCLUI A RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO, QUANDO DESCARACTERIZA O NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O EVENTO DANOSO E O SERVIÇO PÚBLICO;
NÃO SE QUALIFICA COMO TAL A TENTATIVA DE ROUBO DE VEÍCULO APREENDIDO POR TRAFEGAR SEM LICENÇA, QUE SE
ENCONTRAVA SOB A GUARDA DE REPARTIÇÃO PÚBLICA, PORQUE NESSE CASO O ESTADO DEVE ESTAR PREPARADO PARA
ENFRENTAR A PEQUENA CRIMINALIDADE.

RESPONSABILIDADE PELOS DANOS CAUSADOS NO VEÍCULO. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. (REsp 135259 / SP. Min.
Ari Pargendler. 05/02/1998).

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8) Responsabilidade Civil do Estado e Ato Decorrente do Exercício da Função

A Turma deu provimento a recurso extraordinário para assentar a carência de ação de indenização por danos morais ajuizada
em desfavor de diretor de universidade federal que, nessa qualidade, supostamente teria ofendido a honra e a imagem de
subordinado. De início, rejeitou-se a pretendida competência da Justiça Federal (CF, art. 109, I) para julgar o feito. Asseverou-
se que a competência é definida pelas balizas da ação proposta e que, no caso, a inicial revela que, em momento algum, a
universidade federal fora acionada. Enfatizou-se, no ponto, que o ora recorrido ingressara com ação em face do recorrente,
cidadão. Desse modo, pouco importaria que o ato praticado por este último o tivesse sido considerada certa qualificação
profissional. De outro lado, reputou-se violado o § 6º do art. 37 da CF, haja vista que a ação por danos causados pelo agente
deve ser ajuizada contra a pessoa de direito público e as pessoas de direito privado prestadoras de serviços públicos, o que,
no caso, evidenciaria a ilegitimidade passiva do recorrente. Concluiu-se que o recorrido não tinha de formalizar ação contra o
recorrente, em razão da qualidade de agente desse último, tendo em conta que os atos praticados o foram personificando a
pessoa jurídica de direito público.

RE 344133/PE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.9.2008. (RE-344133)

9) PRAZO PRESCRICIONAL DE 5 ANOS PARA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

STJ - PETIÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL PET no AREsp 295729 GO 2013/0034666-0 (STJ)

Data de publicação: 27/05/2014

Ementa: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. PETIÇÃO RECEBIDA COMO AGRAVO REGIMENTAL. APLICAÇÃO DO DECRETO
20.910 /32. PRESCRIÇÃOQUINQUENAL NAS AÇÕES INDENIZATÓRIAS AJUIZADAS CONTRA A FAZENDAPÚBLICA.
ENTENDIMENTO FIRMADO EM RECURSO REPETITIVO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Petição recebida como Agravo
Regimental em homenagem ao princípio da fungibilidade recursal e economia processual. 2. A Primeira Seção desta Corte
Superior de Justiça, no julgamento do REsp. 1.251.993/PR, sob o rito do art. 543-C do CPC , firmou o entendimento de que
deve ser aplicado o prazo prescricional quinquenal previsto no Decreto 20.910 /32 nas ações indenizatórias ajuizadas contra
a Fazenda Pública, em detrimento do prazo trienal contido do Código Civil de 2002 . 3. Agravo Regimental do Município de
Aparecida de Goiânia/GO desprovido.

10) IMPRESCRITIBILIDADE DE PRAZO PRESCRICIONAL : MOTIVAÇÃO POLÍTICA

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 146.370 - PR (2012⁄0031522-5)


RELATOR : MINISTRO ARI PARGENDLER
EMENTA
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. São imprescritíveis as ações de reparação de dano, quando
este resulta de motivação política. Agravo regimental desprovido.

11) Ações de Indenização por danos derivados de prisão, perseguição ou tortura ocorridos durante o Regime Militar, em
razão de serem propostas com a finalidade de defender os direitos fundamentais são imprescritíveis.
RECURSO ESPECIAL Nº 529.804 - PR (2003/0056842-1)
RELATOR : MINISTRO FRANCISCO FALCÃO
EMENTA
ADMINISTRATIVO. ATIVIDADE POLÍTICA DURANTE A DITADURA MILITAR. PRISÃO E TORTURA. INDENIZAÇÃO. LEI Nº
9.140/1995. INOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. REABERTURA DE PRAZO.
I - "Em casos em que se postula a defesa de direitos fundamentais, indenização por danos morais decorrentes de atos de
tortura por motivo político ou de qualquer outra espécie, não há que prevalecer a imposição qüinqüenal prescritiva. " (REsp
nº 379.414/PR, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 17/02/2003, p. 225)
II - O artigo 14 da Lei nº 9.140/95 não restringiu seu alcance aos desaparecidos políticos, pelo contrário, ele abrangeu todas
as ações indenizatórias decorrentes de atos arbitrários do regime militar, incluindo-se aí os que sofreram constrições à sua
locomoção e torturas durante a ditadura militar. Em assim fazendo, reabriram-se os prazos prescricionais quanto às
indenizações pleiteadas pelas pessoas ilegalmente presas e torturadas durante o período.

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III - Recurso especial improvido.


12) RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR DECRETAÇÃO DE PRISÃO CAUTELAR INDEVIDA
RE 385943 AgR / SP - SÃO PAULO
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO
Julgamento: 15/12/2009 Órgão Julgador: Segunda Turma
Publicação: 19-02-2010
Ementa

E M E N T A: RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO (CF, ART. 37, § 6º) - CONFIGURAÇÃO - "BAR BODEGA" -
DECRETAÇÃO DE PRISÃO CAUTELAR, QUE SE RECONHECEU INDEVIDA, CONTRA PESSOA QUE FOI SUBMETIDA A
INVESTIGAÇÃO PENAL PELO PODER PÚBLICO - ADOÇÃO DESSA MEDIDA DE PRIVAÇÃO DA LIBERDADE CONTRA QUEM NÃO
TEVE QUALQUER PARTICIPAÇÃO OU ENVOLVIMENTO COM O FATO CRIMINOSO - INADMISSIBILIDADE DESSE
COMPORTAMENTO IMPUTÁVEL AO APARELHO DE ESTADO - PERDA DO EMPREGO COMO DIRETA CONSEQÜÊNCIA DA
INDEVIDA PRISÃO PREVENTIVA - RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL, DE QUE SE ACHAM PRESENTES
TODOS OS ELEMENTOS IDENTIFICADORES DO DEVER ESTATAL DE REPARAR O DANO - NÃO-COMPROVAÇÃO, PELO ESTADO
DE SÃO PAULO, DA ALEGADA INEXISTÊNCIA DO NEXO CAUSAL - CARÁTER SOBERANO DA DECISÃO LOCAL, QUE,
PROFERIDA EM SEDE RECURSAL ORDINÁRIA, RECONHECEU, COM APOIO NO EXAME DOS FATOS E PROVAS, A
INEXISTÊNCIA DE CAUSA EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO - INADMISSIBILIDADE DE
REEXAME DE PROVAS E FATOS EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA (SÚMULA 279/STF) - DOUTRINA E PRECEDENTES EM
TEMA DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO - ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE AJUSTA À JURISPRUDÊNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.
12) INDENIZAÇÃO- RESPONSABILIDADE CIVIL- MENORES BENEFICIÁRIOS.
STJ- RECURSO ESPECIAL Nº 1.007.101 - ES (2007/0273184-8)
RELATOR : MINISTRO CASTRO MEIRA
EMENTA
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. MORTE DE PRESO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. REVISÃO DE FATOS E
PROVAS. SÚMULA 7/STJ. FILHOS DA VÍTIMA. PENSIONAMENTO. TERMO FINAL. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA. SÚMULA 83/STJ.
1. É impossível alterar as premissas fáticas consignadas no aresto atacado, para concluir no sentido de que a indenização é
desarrazoada, sob pena de revolverem-se fatos e provas dos autos. Pela mesma razão não cabe analisar a assertiva do
recorrente de que "não há nos autos qualquer elemento probatório a justificar o pagamento da pensão de 2/3 do salário
mínimo" (fl. 310), ao argumento de não existir prova de que o de cujus auferisse renda.
2. A pensão em decorrência da morte do pai deve alcançar a data em que os beneficiários completem 25 anos de idade,
quando se presume terem concluído sua formação, incluindo-se a universidade. Precedentes. Súmula 83/STJ.
3. Recurso especial não conhecido.

13) Concessionária de energia tem responsabilidade objetiva em acidente com rede elétrica
RECURSO ESPECIAL Nº 1.095.575 - SP (2008/0230809-3)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
JULGAMENTO: 03/03/2011
EMENTA
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO POR DANOS
MORAIS PROPOSTA POR FAMÍLIA DE VÍTIMA DE ACIDENTE FATAL.
CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA.
1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e precisa sobre a questão
posta nos autos. 2. Inviável a análise da negativa de vigência a dispositivo legal que não estava em vigor à época dos fatos.
3. Mesmo antes da entrada em vigor do Código Civil de 2002, já se reconhecia a responsabilidade objetiva da empresa
concessionária de energia elétrica, em virtude do risco da atividade, com fundamento no art. 37, §6º, da CF/88. 4. O risco
da atividade de fornecimento de energia elétrica é altíssimo sendo necessária a manutenção e fiscalização rotineira

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das instalações. Reconhecida, portanto, a responsabilidade objetiva e o dever de indenizar. 5. Conforme a jurisprudência
sedimentada no Superior Tribunal de Justiça, sendo incontroverso o óbito, as despesas com o funeral, são presumidas, de
modo que é adequada sua fixação limitada ao mínimo previsto na legislação previdenciária.
6. É inolvidável a dependência econômica do descendente em relação ao ascendente e do dever deste de prover a
subsistência daquele, sendo, consequentemente, devida reparação por danos materiais ao filho menor.
7. Reconhece-se também que a viúva sofreu prejuízos materiais em decorrência da morte do marido, cuja renda era de
fundamental importância para o sustento da família.
8. Diante das peculiaridades do caso, razoável a fixação da compensação por danos morais no valor de 300 salários
mínimos a cada um dos recorrentes. 9. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, provido.
14) RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATOS LEGISLATIVOS
STJ- RECURSO ESPECIAL Nº 571.645 - RS (2003/0109498-0)
RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
EMENTA
ADMINISTRATIVO. CRUZADOS NOVOS BLOQUEADOS. MP N. 168/90. LEI N. 8.024/90. CORREÇÃO MONETÁRIA. BTNF. DANO
MORAL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO LEGISLATIVO. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI.
NÃO-CABIMENTO. 1. Consolidado está, no âmbito do STJ, o entendimento de que a correção dos saldos bloqueados
transferidos ao Bacen deve ser feita com base no BTNF. Precedentes. 2. Apenas se admite a responsabilidade civil por ato
legislativo na hipótese de haver sido declarada a inconstitucionalidade de lei pelo Supremo Tribunal Federal em sede de
controle concentrado. 3. Recurso especial provido.

15) RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR ERRO JUDICIÁRIO


STF- RE 505393 / PE - PERNAMBUCO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
Julgamento: 26/06/2007
Órgão Julgador: Primeira Turma
EMENTA
EMENTA: Erro judiciário. Responsabilidade civil objetiva do Estado. Direito à indenização por danos morais decorrentes de
condenação desconstituída em revisão criminal e de prisão preventiva. CF, art. 5º, LXXV. C.Pr.Penal, art. 630. 1. O direito à
indenização da vítima de erro judiciário e daquela presa além do tempo devido, previsto no art. 5º, LXXV, da Constituição, já
era previsto no art. 630 do C. Pr. Penal, com a exceção do caso de ação penal privada e só uma hipótese de exoneração,
quando para a condenação tivesse contribuído o próprio réu. 2. A regra constitucional não veio para aditar pressupostos
subjetivos à regra geral da responsabilidade fundada no risco administrativo, conforme o art. 37, § 6º, da Lei Fundamental: a
partir do entendimento consolidado de que a regra geral é a irresponsabilidade civil do Estado por atos de jurisdição,
estabelece que, naqueles casos, a indenização é uma garantia individual e, manifestamente, não a submete à exigência de
dolo ou culpa do magistrado. 3. O art. 5º, LXXV, da Constituição: é uma garantia, um mínimo, que nem impede a lei, nem
impede eventuais construções doutrinárias que venham a reconhecer a responsabilidade do Estado em hipóteses que não a
de erro judiciário stricto sensu, mas de evidente falta objetiva do serviço público da Justiça.

16) RESPONSABILIDADE OBJETIVA- DANOS AMBIENTAIS- TEORIA DO RISCO INTEGRAL


STJ- REsp 1.346.430-PR
Relator: Min. Luis Felipe Salomão
Julgamento:18/10/2012.
A responsabilidade por dano ambiental é objetiva e pautada no risco integral, não se admitindo a aplicação de
excludentes de responsabilidade. Conforme a previsão do art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/1981, recepcionado pelo art. 225, §§
2º e 3º, da CF, a responsabilidade por dano ambiental, fundamentada na teoria do risco integral, pressupõe a existência de
uma atividade que implique riscos para a saúde e para o meio ambiente, impondo-se ao empreendedor a obrigação de
prevenir tais riscos (princípio da prevenção) e de internalizá-los em seu processo produtivo (princípio do poluidor-pagador).
Pressupõe, ainda, o dano ou risco de dano e o nexo de causalidade entre a atividade e o resultado, efetivo ou potencial, não
cabendo invocar a aplicação de excludentes de responsabilidade. Precedente citado: REsp 1.114.398-PR, DJe 16/2/2012
(REPETITIVO).

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17) POSSIBILIDADE DE PRESCRIÇÃO NA AÇÃO REGRESSIVA MOVIDA PELA FAZENDA PÚBLICA


STF- RE 669069 - RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Origem: MG - MINAS GERAIS
Relator atual MIN. TEORI ZAVASCKI

É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder
Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo
prescricional previsto em lei.Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos que decorram de ato de
improbidade administrativa que, até o momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF.
Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3/2/2016

JURISPRUDÊNCIA POLÊMICA
17) STF- RESPONSABILIDADE DO ESTADO SOBRE USO DE ARMA DA CORPORAÇÃO
1ª CORRENTE 2ª CORRENTE
RELATOR: MINISTRO CELSO DE MELLO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. LESÃO CORPORAL.
DISPARO DE ARMA DE FOGO PERTENCENTE À
EMENTA: "POLICIAL MILITAR - Responsabilidade Civil - Morte
CORPORAÇÃO. POLICIAL MILITAR EM PERÍODO DE FOLGA.
acidental - Disparo de arma de fogo - Policial de folga e à
Caso em que o policial autor do disparo não se encontrava na
paisana - 'Respondendo tiros com arma da Corporação, cujo
qualidade de agente público. Nessa contextura, não há falar
uso e porte lhe eram proibidos durante a folga, o agente
de responsabilidade civil do Estado. Recurso extraordinário
lançou mão de sua qualidade de policial militar, o que leva à
conhecido e provido. (STF- RE 363.423/ SP -DJe-047 DIVULG
responsabilidade objetiva do Estado.(STF- RE 291.035, Rel.
13-03-2008 PUBLIC 14-03-2008)
Min. Celso de Melo, Informativo 421.

18) A vítima poderá propor a ação diretamente contra o servidor causador do dano (e não contra o Estado)?
1ª corrente: NÃO 2ª corrente: SIM
A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado A vítima tem a possibilidade de escolher se quer ajuizar a
(Poder Público). Se este for condenado, poderá acionar o ação:
servidor que causou o dano.
• somente contra o Estado;
O ofendido não poderá propor a demanda diretamente
• somente contra o servidor público;
contra o agente público.
• contra o Estado e o servidor público em litisconsórcio.
Para essa corrente, ao se ler o § 6º do art. 37 da CF/88, é Para essa corrente, o § 6º do art. 37 da CF/88 prevê tão
possível perceber que o dispositivo consagrou duas somente que o lesado poderá buscar diretamente do Estado
garantias: a indenização pelos prejuízos que seus agentes causaram.
Isso não significa, contudo, que o dispositivo proíba a vítima
• a primeira, em favor do particular lesado, considerando
de acionar diretamente o servidor público causador do dano.
que a CF/88 assegura que ele poderá ajuizar ação de
indenização contra o Estado, que tem recursos para pagar, Dessa forma, quem decide se irá ajuizar a ação contra o
sem ter que provar que o agente público agiu com dolo ou agente público ou contra o Estado é a pessoa lesada, não
culpa; havendo uma obrigatoriedade na CF/88 de que só ajuíze
contra o Poder Público.
• a segunda garantia é em favor do agente público que
causou o dano. A parte final do § 6º do art. 37, A vítima deverá refletir bastante sobre qual é a melhor opção
implicitamente, afirma que a vítima não poderá ajuizar a porque ambas têm vantagens e desvantagens.
ação diretamente contra o servidor público que praticou o
Se propuser a ação contra o Estado, não terá que provar dolo
fato. Este servidor somente pode ser responsabilizado pelo
ou culpa. Em compensação, se ganhar a demanda, será pago,
dano se for acionado pelo próprio Estado, em ação
em regra, por meio de precatório.
regressiva, após o Poder Público já ter ressarcido o
ofendido. Se intentar a ação contra o servidor, terá o ônus de provar
que este agiu com dolo ou culpa. Se ganhar, pode ser que o
referido servidor não tenha patrimônio para pagar a
Outro argumento invocado é o princípio da
indenização. Em compensação, o processo tramitará muito
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impessoalidade. O agente público atua em nome do Estado mais rapidamente do que se envolvesse a Fazenda Pública e a
(e não em nome próprio). O servidor realiza a vontade do execução é bem mais simples.
Estado em sua atuação. Logo, quem causa o dano ao
particular é o Estado (e não o servidor).
Essa posição foi denominada de tese da dupla garantia, Adotada pela 4ª Turma do STJ no REsp 1.325.862-PR, Rel.
tendo sido adotada há alguns anos em um precedente da Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/9/2013 (Info 532).
1ª Turma do STF (RE 327904, Rel. Min. Carlos Britto,
É a posição também da doutrina majoritária (exs: Celso
julgado em 15/08/2006). No mesmo sentido, mas sem
Antônio Bandeira de Melo, José dos Santos Carvalho Filho).
mencionar o nome “dupla garantia”, existe outro
precedente: RE 344133, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 09/09/2008; RE 720275/SC , Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 10/12/2012.
STF- RE 470.996/RO STJ- REsp 1.325.862-PR
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. SENTENÇA PUBLICADA
EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ERRONEAMENTE. CONDENAÇÃO DO ESTADO A MULTA POR
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO: § 6º DO ART. 37 LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. INFORMAÇÃO EQUIVOCADA. AÇÃO
DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. AGENTE PÚBLICO. INDENIZATÓRIA AJUIZADA EM FACE DA SERVENTUÁRIA.
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. O Supremo Tribunal LEGITIMIDADE PASSIVA. DANO MORAL. PROCURADOR DO
Federal, por ocasião do julgamento da RE n. 327.904, ESTADO. INEXISTÊNCIA. BOA-FÉ OBJETIVA. DEVER DE
Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 8.9.06, fixou MITIGAR O PRÓPRIO DANO. 1. O art. 37, § 6º, da CF/1988
entendimento no sentido de que "somente as pessoas prevê uma garantia para o administrado de buscar a
jurídicas de direito público, ou as pessoas jurídicas de recomposição dos danos sofridos diretamente da pessoa
direito privado que prestem serviços públicos, é que jurídica que, em princípio, é mais solvente que o servidor,
poderão responder, objetivamente, pela reparação de independentemente de demonstração de culpa do agente
danos a terceiros. Isto por ato ou omissão dos respectivos público. Vale dizer, a Constituição, nesse particular,
agentes, agindo estes na qualidade de agentes públicos, e simplesmente impõe ônus maior ao Estado decorrente do
não como pessoas comuns". Precedentes. Agravo risco administrativo ; não prevê, porém, uma demanda de
regimental a que se nega provimento” (RE nº 470.996/RO- curso forçado em face da Administração Pública quando o
AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de particular livremente dispõe do bônus contraposto.
11/9/09). Tampouco confere ao agente público imunidade de não ser
demandado diretamente por seus atos, o qual, aliás, se ficar
comprovado dolo ou culpa, responderá de outra forma, em
regresso, perante a Administração. (STJ- 4ª Turma. REsp
1.325.862-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
5/9/2013).

19) AGRESSÃO SOFRIDA POR PROFESSOR E CAUSADA POR ALUNO:


STF- RE 633138 DF STJ- REsp 1.142.245-DF
Relator: Min. LUIZ FUX Rel. Min. Castro Meira
Julgamento: 29/03/2012 Julgamento: 5/10/2010
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
ADMINISTRATIVO. DANOS MORAIS. PROFESSOR. SALA DE
EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. OMISSÃO.
AULA. ALUNOS. ADVERTÊNCIA. AMEAÇAS VERBAIS.
NEXO. INAÇÃO DO PODER PÚBLICO. DANO. CULPA.
AGRESSÃO MORAL E FÍSICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
CABIMENTO.
DO ESTADO. ARTIGO 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
O recurso aborda lamentável ocorrência, em que professora
REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA N. 279 DO
de uma das escolas públicas do Distrito Federal
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INVIABILIDADE DO RECURSO
sofreu agressão física partida de um dos alunos no interior
EXTRAORDINÁRIO.1. O reexame dos fatos e provas que
do estabelecimento educacional, quando a direção da
fundamentaram a decisão recorrida inviabiliza o
escola, apesar de ciente das ameaças de morte, não
processamento do recurso extraordinário, ante a vedação
diligenciou o afastamento imediato do estudante da sala
contida no enunciado da Súmula n. 279 desta Corte, verbis:
de aula e providências para quanto à segurança segurança
"para simples reexame de prova não cabe recurso
da docente ameaçada. Destacou-se, à vista de provas
extraordinário".2. In casu, a recorrida moveu ação de
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conhecimento com o fim de promover a responsabilização colacionadas aos autos, que houve negligência quando da
civil do Distrito Federal e dos Diretores do Colégio nº 06 em prestação do serviço público, já que se mostrava razoável,
Taguatinga, por terem agido com culpa, por negligência, ao tempo dos fatos, um incremento na segurança dentro do
em agressão sofrida pela professora, provocada por parte estabelecimento escolar, diante de ameaças perpetradas
de um aluno daquela escola.3. O Tribunal a quo, ao proferir pelo aluno, no dia anterior à agressão física.Esse quadro
o acórdão recorrido, consignou, verbis:"CÍVEL E PROCESSO fático a ser demonstrado e julgado configura omissão e
CIVIL. DANOS MORAIS. DISTRITO FEDERAL. PROFESSOR. falha na prestação de serviço, CUJA RESPONSABILIDADE
SALA DE AULA. ALUNOS. ADVERTÊNCIA. AMEAÇAS VERBAIS. PELOS DANOS CAUSADOS DEPENDE DE CULPA. Esse
AGRESSÃO MORAL E FÍSICA. OMISSÃO E NEGLIGÊNCIA DOS ELEMENTO SUBJETIVO É EXIGIDO tanto para os agentes
AGENTES PÚBLICOS. SENTENÇA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. públicos, pessoas físicas, quanto para o Estado, pessoa de
RECURSOS DE APELAÇÃO.PRELIMINAR. REJEIÇÃO. MÉRITO. direito público.(…) No que tange ao dever de agir do Estado,
DESPROVIMENTO. MAIORIA.Os réus não apresentaram é certo que cabe ao Poder Público a vigilância e proteção aos
elementos suficientes que justificassem a declaração de alunos, enquanto mantidos no âmbito escolar, o que se
não-conhecimento da apelação da autora.Tratando-se de estende aos professores que ali exercem as suas atividades.
ato omissivo do Poder Público, a responsabilidade civil por Portanto, se a apelada-autora foi agredida dentro do
esse ato é subjetiva. Imprescindível, portanto, a estabelecimento educacional, houve inequívoco
demonstração de dolo ou culpa, esta numa de suas três descumprimento do dever legal do Estado na prestação
modalidades -negligência, imperícia ou imprudência. O efetiva do serviço de segurança, uma vez que a atuação
dano sofrido pela autora ficou demonstrado pelos relatórios diligente impediria a ocorrência da agressão física
médicos, laudo de exame de corpo de delito, relatório perpetrada pelo aluno. Assim, resta claro que, se o Poder
psicológico e relatório do procedimento sindicante, bem Público tivesse agido, no sentido de prestar a segurança
como por meio dos depoimentos acostados. Se a autora foi adequada e satisfatória dentro do ambiente escolar, a ação
agredida dentro do estabelecimento educacional, houve que provocou o dano à apelada-autora não teria
inequívoco descumprimento do dever legal do Estado na ocorrido. Dessa forma, DIANTE DA PRESENÇA DOS
prestação efetiva do serviço de segurança, uma vez que a ELEMENTOS ESSENCIAIS que CARACTERIZAM
atuação diligente impediria a ocorrência da agressão física A RESPONSABILIZAÇÃO SUBJETIVA do Estado, quais sejam,
perpetrada pelo aluno. A falta do serviço decorre do não- o dano, a omissão, consubstanciada na falha na prestação
funcionamento, ou então, do funcionamento insuficiente, do serviço, a CULPA e o nexo causal, está presente o dever
inadequado ou tardio do serviço público que o Estado deve da Administração de indenizar o dano moral sofrido pela
prestar. O fato de haver no estabelecimento um policial apelada- autora.
militar não tem o condão de afastar a responsabilidade do
Estado, pois evidenciou-se a má-atuação, consubstanciada
na prestação insuficiente e tardia, o que resultou na
agressão à professora. Agressão a professores em sala de
aula é caso de polícia, e não de diretor de estabelecimento
e seu assistente. A responsabilidade éobjetiva do Distrito
Federal, a quem incumbe garantir a segurança da direção e
do corpo docente, por inteiro, de qualquer
estabelecimento. (...)

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– Capitulo 8 –
SERVIÇOS PÚBLICOS

SERVIÇOS PÚBLICOS
CONCEITO é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles
(segundo Hely Lopes estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples
Meireles): conveniências do Estado.

TITULARIDADE DO a titularidade é do Poder Público, podendo ser feita diretamente ou mediante execução indireta
SERV.PÚBLICO (de (por meio de concessão ou permissão), SEMPRE ATRAVÉS DE LICITAÇÃO – obrigatoriamente!)
acordo com a CF/88):
1) CORRENTE ESSENCIALISTA (acepção material): considera que determinadas atividades, POR
SUA NATUREZA, devem ser consideradas serviço público, que tem por objeto a satisfação de
necessidades coletivas.
CORRENTES
DOUTRINÁRIAS SOBRE 2) CORRENTE SUBJETIVA: considera público qualquer serviço prestado diretamente pelo Estado
O CONCEITO DE (essa acepção entrou em declínio a partir do surgimento das formas de prestação indireta,
SERVIÇO PÚBLICO: mediante delegação).
3) CORRENTE FORMALISTA (acepção formal): considera serviço público qualquer atividade de
oferecimento de utilidade material à coletividade, desde que seja desenvolvida sob regime de
Direito Público. (não é possível identificar um núcleo essencial irredutível. É público todo e
qualquer serviço que a CF ou as leis afirmem ser público, independente de sua natureza).
POSIÇÃO ADOTADA PELO BRASIL

CLASSIFICAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS (SEGUNDO A DOUTRINA TRADICIONAL)

1) QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:


 SERVIÇOS GERAIS OU UTI UNIVERSI: os serviços ditos gerais são prestados a toda coletividade, seus usuários são
indeterminados e indetermináveis. Não é possível mensurar a parcela utilizada por cada um. Os serviços gerais são ditos
indivisíveis. Ex: iluminação pública, limpeza urbana, conservação de logradouros públicos, de policiamento urbano. Não
podem ser remunerados por taxas nem por tarifas, devendo ser custeados pelos impostos.
 SERVIÇOS INDIVIDUAIS OU UTI SINGULI: são prestados a um numero determinado ou determinável de indivíduos. A
Administração sabe a quem presta o serviço e é capaz de mensurar a utilização separada por parte de cada um dos
usuários. Tais serviços são ditos divisíveis, são passiveis de utilização, separadamente. Podem ser remunerados mediante a
cobrança de taxas (regime legal) ou de preços públicos (regime contratual). Ex: coleta domiciliar de lixo, fornecimento
domiciliar de água, gás, energia elétrica, serviço postal, telefônico.
2) QUANTO À ESSENCIALIDADE:
 SERVIÇOS PÚBLICOS - propriamente ditos- (visa satisfazer necessidades gerais e essenciais da sociedade, parque ela
possa subsistir e desenvolver-se com tal)- A Administração presta diretamente à coletividade, são considerados
privativos do Poder Público, exigem atos de império e medidas compulsórias em ralação aos administrados. Ex: defesa
nacional, preservação da saúde pública etc.
 SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA (visa facilitar a vida do indivíduo na coletividade, pondo à disposição utilidades que
lhe proporcionarão mais conforto e bem-estar)- são os que a Administração, reconhecendo sua conveniência para os
membros da coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce que se sejam prestados por terceiros. Ex: transporte
coletivo, energia elétrica, telefone etc.
3) QUANTO À FINALIDADE:
 SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS: são os serviços prestados para atender as necessidades internas da Administração
Pública. Ex: imprensa oficial.
 SERVIÇOS SOCIAIS: são os serviços que têm como finalidade as justiças sociais. Ex: assistência social, saúde,

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educação etc.
 SERVIÇOS INDUSTRIAIS (OU COMERCIAIS): são os serviços consistentes na exploração de atividades que produzem
renda para a Administração.Ex:
4) QUANTO À ADEQUAÇÃO:
 SERVIÇOS PRÓPRIOS: são aqueles vinculados às atribuições essenciais do Estado, sendo em regra prestados
diretamente pela Administração Pública, de modo gratuito ou mediante baixa remuneração. Ex: saúde, educação,
segurança etc.
 SERVIÇOS IMPRÓPRIOS: são aqueles que não afetam substancialmente as necessidades coletivas e podem ser
prestados de forma descentralizada. Ex: telefonia.
OBS: CUIDADO!!!!! ALGUNS DOUTRINADORES ENTENDEM QUE, QUANDO O ESTADO DESENVOLVE ATIVIDADE DE
NATUREZA ECONÔMICA E/OU QUE ENVOLVEM ATIVIDADES COMERCIAIS OU INDUSTRIAIS, TAIS SERVIÇOS SÃO
CONSIDERADOS IMPRÓPRIOS.

FORMAS E MEIOS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO:


DIRETAMENTE INDIRETAMENTE
- A prestação direta é aquela realizada pela Administração . Os serviços públicos podem ser prestados INDIRETAMENTE -
Pública, seja ela Administração Direta ou Administração neste caso, serão delegados a particulares, por meio de
Indireta. celebração de contratos (de concessão ou permissão de
- Quando a Administração prestar diretamente serviços serviços públicos) ou autorização.
públicos, os mesmos serão prestados centralizadamente, - A prestação indireta realizada pelos particulares, mediante
pela própria Administração Direta, ou de forma delegação, nas modalidades concessão ou permissão de
descentralizada, pelas entidades da Administração Indireta. serviços públicos, obrigatoriamente serão precedidas de
licitação.
FORMA CENTRALIZADA FORMA DESCENTRALIZADA
- Na prestação descentralizada do serviço, esta será sempre
- A prestação centralizada pela Administração Direta pode feita, mediante outorga ou delegação, por uma pessoa jurídica
ser feita desconcentradamente. É possível termos diferente daquela que representa a Administração Direta
prestação desconcentrada centralizada (realizada por competente para a prestação (União, Estado-membro, DF,
órgãos específicos integrantes da Administração Direta) ou Município).
prestação desconcentrada descentralizada (quando o - Quando a descentralização ocorre mediante outorga do
serviço é realizado por setores ou departamentos, serviço, há criação por lei, ou autorização legal para
especificamente criados para esse fim, integrantes da instituição, de uma entidade com personalidade jurídica
estrutura de uma entidade da Administração Indireta). própria, à qual é atribuída a titularidade da prestação daquele
Ex: um Estado-membro pode prestar de forma centralizada serviço. Essa entidade pode ser uma autarquia, uma empresa
e desconcentrada o serviço de conservação de rodovias pública, uma sociedade de economia mista ou uma fundação
estaduais. A titularidade desse serviço é sempre da pública. A prestação de serviço descentralizada em que o
Administração Pública e a prestação realizada pela serviço é outorgado à pessoa jurídica é realizada pelas
Administração Direta será uma prestação centralizada, por entidades da Administração Indireta.
meio de um órgão. - A segunda forma de prestação descentralizada
- Serviço centralizado ou serviço de prestação centralizada: consubstancia-se na delegação de um serviço público a
é aquele prestado pela Administração Direta, por meio de particular não integrante da Administração Pública, a qual
seus órgãos e agentes. Verifica-se a coincidência entre o pode se dar por concessão, permissão ou autorização para
titular desse serviço e a pessoa jurídica prestadora. prestação do serviço.
Classifica-se como prestação direta de serviços - A prestação de serviços públicos sob regime de delegação
centralizados .Ex: emissão de passaportes, expedição de deve ser classificada como prestação indireta, uma vez que a
certidões, manutenção e conservação de algumas rodovias titularidade do serviço permanece com o Poder Publico
federais ou estaduais. delegante, diferentemente do que ocorre nos casos de
outorga.
- Serviço descentralizado ou de prestação descentralizada: é
aquele prestado por pessoa jurídica diversa da União, Estados-
membros, do DF e dos Municípios. As pessoas prestadoras de
serviços descentralizados podem ser integrantes da
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Administração Indireta (autarquias, fundações públicas,


empresas publicas e sociedades de economia mista) ou
particulares.
- No caso de serviço prestado por entidades da Administração
Indireta, diz-se que há outorga do serviço. Ex: serviço de
transporte ferroviário urbano prestado pela TRENSURB,
empresa pública federal, o serviço postal prestado pela ECT,
empresa pública federal, os serviços de abastecimento de água
prestados por empresas públicas estaduais.
- A prestação de serviços públicos por particulares é possível
por delegação. A delegação consiste em transferir ao
particular, sempre temporariamente, a incumbência de
prestar, mediante remuneração, determinado serviço publico.
A titularidade do serviço, em qualquer hipótese, permanece
sendo do Poder Publico.
- A CF menciona duas modalidades de delegação de serviços
públicos, a concessão e a permissão. Ao lado dessas
modalidades de delegação, existe ainda a possibilidade de
prestação de serviços públicos por particulares mediante
autorização, modalidade de delegação expressamente prevista
no art. 21, XI e XII da CF.

1) Concessão de serviço público e concessão de serviço público precedida da execução de obra


pública;
2) Permissão de serviço público;
3) Autorização de serviço público.
 CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO:
Conceito: é a mais importante forma de delegação da prestação de serviço público. É a delegação do
MODALIDADES DE serviço público, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
DELEGAÇÃO: de empresas. (Obs: não se admite concessão à pessoa física).
1. Características:
- É obrigatória a edição de lei autorizativa para a execução indireta de serviços mediante concessão
ou permissão;
- Licitação prévia à concessão: toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de
obra pública, será objeto de prévia licitação.
- A modalidade de licitação aplicável às concessões de serviços públicos é a concorrência.
- Em igualdade de condições, será dada preferência às proposta apresentada por empresa brasileira
2. Intervenção na Concessão:
- O poder concedente poderá intervir no serviço quando este esteja sendo inadequadamente
prestado. A intervenção será provisória e o prazo de duração deverá vir expresso.
- A intervenção não resulta obrigatoriamente na extinção de concessão. Cessada a intervenção a
administração do serviço será devolvida à concessionária.
3. Extinção da Concessão:
- Quando extinta a concessão, o poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios
transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
4. Causas de extinção:
a) Advento do termo contratual (reversão): corresponde ao término regular do contrato por haver
sido atingido o prazo de sua duração.
b) Encampação: ocorre nas hipóteses de interesse público superveniente à concessão. Obs:
ocorre pagamento de indenização e a competência para determinar a existência de interesse
público e do Poder Legislativo.

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c) Caducidade: ocorre sempre que houver inadimplemento ou inadimplemento defeituoso por


parte da concessionária. Deve ser declarada por decreto.
d) Rescisão: por iniciativa da concessionária por descumprimento de normas contratuais do poder
concedente. È necessário que a concessionária entre com uma ação judicial específica para esse
fim e que não paralise ou interrompa o serviço até o trânsito em julgado da sentença que
reconheça a inadimplência contratual da Administração.
e) Anulação: decorre da ilegalidade da licitação prévia à concessão ou do contrato e acarretará a
responsabilização de quem houver dado causa à ilegalidade.
f) Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no
caso de empresa individual.
-Subconcessão:
-A lei permite que a concessionária, sem que isso afaste sua responsabilidade, contrate com
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço
concedido, bem como a implementação de projetos associados, desde que expressamente
autorizado pelo concedente.
-Esses contratos são regidos pelo Direito Privado, não estabelecendo qualquer relação com o poder
concedente.
-A concessão será precedida de concorrência.
-A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do
poder concedente implicará na caducidade da concessão.
 PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO
- Conceito dado pela Lei nº 8.987/95 e pela CF/88: a permissão de serviço público é a delegação, a
título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
- Características:
- A conceituação de permissão como ato unilateral não e mais admissível em se tratando de
permissão de serviços públicos.
- Elas serão formalizadas mediante contrato de adesão.
 AUTORIZAÇÃO (SERVIÇOS AUTORIZADOS)
-Conceito: é aquele que o Poder Público, mediante ato unilateral, discricionário e precário,
denominado termo de autorização, consente seja executado por particular para atender a interesses
coletivos instáveis ou emergência transitória.
- Características:
-É a única forma de delegação de prestação que não exige licitação e não depende de celebração de
contrato.
- É adequada para todos aqueles serviços que não exigem execução pela própria Administração, nem
exigem grande especialização.
Ex: serviços de táxi, de despachantes, de segurança particular de residências ou estabelecimentos
etc.
- De regra não haverá indenização para o particular que tenha sua autorização revogada.
- Toda a prestação de serviço público deve assegurar aos usuários o que a lei 8.987/1995 denominou
serviço adequado. Considera-se adequado o serviço que satisfaça as exigências estabelecidas na Lei,
nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
REQUISITOS DO
SERVIÇO PÚBLICO: - A Lei estabeleceu a exigência de que o serviço satisfaça as seguintes condições (princípios):
1) Regularidade;
2) Continuidade – não se caracteriza a descontinuidade a interrupção do serviço quando: motivada
por razoes de ordem técnica ou segurança das instalações; por inadimplemento do usuário;
3) Eficiência;
4) Segurança;
5) Atualidade;

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6) Generalidade – deve ser assegurado o atendimento sem discriminação a todos os que se situem na
área abrangida pelo serviço, desde que atendam a requisitos gerais e isonômicos;
7) Cortesia na prestação;
8) Modicidade das tarifas – a remuneração pelo serviço deverá ser razoável, vedada a obtenção de
lucros extraordinários ou a prática de margens exorbitantes pelas delegatárias.
- Em qualquer hipótese, sejam serviços prestados direta ou indiretamente, a regulamentação e o
controle dos serviços públicos são sempre atribuições do Poder Público.
- As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela
delegação, com a cooperação dos usuários.
- Modalidades de fiscalização:
a) fiscalização permanente – será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por
REGULAMEN-TAÇÃO
entidade com ele conveniada.
E CONTROLE:
b) fiscalização realizada periodicamente – realizada por uma comissão tripartite.
As concessões e permissões de serviços públicos de contratos administrativos, sujeitando-se,
portanto, às clausulas exorbitantes peculiares a esses contratos, as quais conferem à Administração
prerrogativas próprias de Direito Público, como a possibilidade de rescisão unilateral do contrato.

LEI 8.987/95
DO REGIME DE CONCESSÃO E PERMISSÃO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO PREVISTO NO ART. 175 DA CF
- As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos
reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais
pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.
- A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações
necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender as peculiaridades das
diversas modalidades dos seus serviços.
DAS DISPOSIÇÕES - As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela
PRELIMINARES delegação, com a cooperação dos usuários.
- A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada
mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes e do edital
de licitação.
- O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação, ato justificando a
conveniência da outorga de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, área e prazo.
- Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência
se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de
concessão ou permissão;
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou
parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse
CONCEITO público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por
sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado
mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação
de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
- Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento

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dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
- Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
DO SERVIÇO - A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua
ADEQUADO conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
- Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de
emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
- Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações
dos usuários:
I - receber serviço adequado;
II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses
individuais ou coletivos;
DOS DIREITOS E
OBRIGAÇÕES DOS III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços,
USUÁRIOS quando for o caso, observadas as normas do poder concedente. (Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998)
IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que
tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na
prestação do serviço;
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes
são prestados os serviços.
-As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito
Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o
mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.
- A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e
preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato.
- A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos
expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço
público alternativo e gratuito para o usuário. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
- Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio
econômico-financeiro.
- Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou
encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a
DA POLÍTICA revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.
TARIFÁRIA - Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-
financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.
- Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido seu equilíbrio
econômico-financeiro.
- No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever,
em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes
de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem
exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17
desta Lei.
- As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição
do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
- As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos
específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.

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DA LICITAÇÃO
- Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto
de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos princípios da
legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da
vinculação ao instrumento convocatório.
-O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os
critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá,
especialmente:
I - o objeto, metas e prazo da concessão;
II - a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço;
III - os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e assinatura do contrato;
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados, os dados, estudos e projetos
necessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas;
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade técnica, da
idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal;
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as
CARACTERÍSTICAS
provenientes de projetos associados;
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em relação a alterações e
expansões a serem realizadas no futuro, para garantir a continuidade da prestação do serviço;
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados no julgamento técnico e
econômico-financeiro da proposta;
X - a indicação dos bens reversíveis;
XI - as características dos bens reversíveis e as condições em que estes serão postos à disposição,
nos casos em que houver sido extinta a concessão anterior;
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução
do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de servidão administrativa;
XIII - as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em que for permitida a
participação de empresas em consórcio;
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo contrato, que conterá as cláusulas essenciais
referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;
XV - nos casos de concessão de serviços públicos precedida da execução de obra pública, os
dados relativos à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que permitam sua plena
caracterização, bem assim as garantias exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas
a cada caso e limitadas ao valor da obra; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser firmado.
- O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em
que: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será aberto o
invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação
do atendimento das condições fixadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado vencedor;
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos habilitatórios do
licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, até que um
licitante classificado atenda às condições fixadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor nas
condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
- Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as
seguintes normas:
I - comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio, subscrito
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pelas consorciadas;
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e XIII do artigo anterior, por parte de
cada consorciada;
IV - impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação, por intermédio
de mais de um consórcio ou isoladamente.
- O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a
constituição e registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
- A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do
contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas.
- É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do serviço a ser
concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua em empresa
antes da celebração do contrato.
- Os estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e despesas ou investimentos já
efetuados, vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados pelo poder
concedente ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, devendo o
vencedor da licitação ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados no edital.
- É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, contratos, decisões ou
pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.
- No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios: (Redação dada pela Lei
nº 9.648, de 1998)
I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
1998)
II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão;
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII; (Redação dada pela Lei
nº 9.648, de 1998)
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço
público a ser prestado com o de melhor técnica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da
concessão com o de melhor técnica; ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
DO JULGAMENTO DA VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas. (Incluído
LICITAÇÃO pela Lei nº 9.648, de 1998)
- A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando previamente estabelecida
no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avaliação econômico-
financeira. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
- Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital de licitação conterá
parâmetros e exigências para formulação de propostas técnicas. (Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998)
- O poder concedente recusará propostas manifestamente inexequíveis ou financeiramente
incompatíveis com os objetivos da licitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
- Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por empresa
brasileira.
- A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, salvo no caso de
inviabilidade técnica ou econômica justificada no ato a que se refere o art. 5 o desta Lei.
- Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou
subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à disposição de todos os
concorrentes.
- Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de entidade estatal alheia à esfera político-
administrativa do poder concedente que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou
subsídios do poder público controlador da referida entidade. (Renumerado do parágrafo único
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pela Lei nº 9.648, de 1998)


- Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qualquer tipo de tratamento
tributário diferenciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica do licitante, que
comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre todos os concorrentes. (Incluído pela Lei
nº 9.648, de 1998)

DO CONTRATO DE CONCESSÃO
- O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução
de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no
Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
- Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos
os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização
exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
- Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionária poderá
contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados.
- Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que se refere o parágrafo
anterior reger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre
os terceiros e o poder concedente.
CARACTERÍSTICAS - A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento das normas
regulamentares da modalidade do serviço concedido.
- É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que
expressamente autorizada pelo poder concedente.
- A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência.
- O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro
dos limites da subconcessão.
- A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia
anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.
- Nos contratos de financiamento, as concessionárias poderão oferecer em garantia os direitos
emergentes da concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização e a
continuidade da prestação do serviço.
- São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:
I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas;
V - aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária, inclusive os
relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e
consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das
instalações;
DAS CLÁUSULAS
VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço;
ESSENCIAIS
VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de
execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;
VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e sua forma
de aplicação;
IX - aos casos de extinção da concessão;
X - aos bens reversíveis;
XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à
concessionária, quando for o caso;
XII - às condições para prorrogação do contrato;

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XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da concessionária ao


poder concedente;
XIV - à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária; e
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.
- Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública
deverão, adicionalmente:
I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão; e
II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras
vinculadas à concessão.

DOS ENCARGOS
DO PODER CONCEDENTE DA CONCESSIONÁRIA
- Incumbe ao poder concedente: - Incumbe à concessionária:
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas
permanentemente a sua prestação; normas técnicas aplicáveis e no contrato;
II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais; II - manter em dia o inventário e o registro dos bens
III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condições vinculados à concessão;
previstos em lei; III - prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente
IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na e aos usuários, nos termos definidos no contrato;
forma prevista no contrato; IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as
V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na cláusulas contratuais da concessão;
forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato; V - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações
serviço e as cláusulas contratuais da concessão; integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;
VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e VI - promover as desapropriações e constituir servidões
solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no
cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas; edital e no contrato;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação
execução do serviço ou obra pública, promovendo as do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e
desapropriações, diretamente ou mediante outorga de VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros
poderes à concessionária, caso em que será desta a necessários à prestação do serviço.
responsabilidade pelas indenizações cabíveis; - As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela
IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de concessionária serão regidas pelas disposições de direito
instituição de servidão administrativa, os bens necessários à privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo
execução de serviço ou obra pública, promovendo-a qualquer relação entre os terceiros contratados pela
diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária e o poder concedente.
concessionária, caso em que será desta a responsabilidade
pelas indenizações cabíveis;
X - estimular o aumento da qualidade, produtividade,
preservação do meio-ambiente e conservação;
XI - incentivar a competitividade; e
XII - estimular a formação de associações de usuários para
defesa de interesses relativos ao serviço.
- No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso
aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos
técnicos, econômicos e financeiros da concessionária.
- A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão
técnico do poder concedente ou por entidade com ele
conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma
regulamentar, por comissão composta de representantes do

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poder concedente, da concessionária e dos usuários.

DA INTERVENÇÃO
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a
adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais,
regulamentares e legais pertinentes.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a
designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida.
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar
procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar
responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.
§ 1o Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e
CARACTERÍSTICAS regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido
à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização.
§ 2o O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo deverá ser
concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a
intervenção.
Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será
devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que
responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.

DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
- Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual;
II - encampação;
TIPOS DE EXTINÇÃO III - caducidade;
IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular,
no caso de empresa individual.
- Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e
privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no
contrato.
- Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente,
procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
- A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder
concedente, de todos os bens reversíveis.
- Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente, antecipando-se à
extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação
CARACTERÍSTICAS dos montantes da indenização que será devida à concessionária.
- A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos
investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que
tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço
concedido.
- Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da
concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.
- A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a
declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as

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disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.


- A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as
normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares
concernentes à concessão;
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses
decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a
adequada prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;
VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a
prestação do serviço; e
DA INEXECUÇÃO DA
CONCESSÃO VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento e
oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão,
na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº
12.767, de 2012)

- A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da


inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla
defesa.
- Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à
concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste
artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o
enquadramento, nos termos contratuais.
- Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será
declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia,
calculada no decurso do processo.
- A indenização será devida na forma desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas
contratuais e dos danos causados pela concessionária.
- Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de
responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros
ou com empregados da concessionária.
- O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial
especialmente intentada para esse fim (art. 39).
- Na hipótese prevista no caput do artigo 39 desta Lei, os serviços prestados pela
concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada
em julgado.

DA PERMISSÃO
- A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das
demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato
pelo poder concedente.
- Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.

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JURISPRUDÊNCIA
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL- STF SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA- STJ
SÚMULA VINCULANTE 2 Súmula 356
É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços
que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, de telefonia fixa.
inclusive bingos e loterias.
Súmula 407
SÚMULA VINCULANTE 12 É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas as categorias de usuários e as faixas de consumo.
viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
Súmula 412
SÚMULA VINCULANTE 19
A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de
Civil.
lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo
145, II, da Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
mediante taxa.

SÚMULA 545
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,
porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e
têm sua cobrança condicionada à prévia autorização
orçamentária, em relação à lei que as instituiu.

SÚMULA 670
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
mediante taxa.

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– Capítulo 9 – IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de
LEGISLAÇÃO excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou
BRASIL DE 1988 alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada
CAPÍTULO VII pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
DISPOSIÇÕES GERAIS funções e empregos públicos da administração direta,
Art. 37. A administração pública direta e indireta de autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do
lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
aprovação prévia em concurso público de provas ou de Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie,
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do
livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Constitucional nº 19, de 1998) Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois 19.12.2003)
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
convocação, aquele aprovado em concurso público de Poder Executivo;
provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
emprego, na carreira; espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de
pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por Constitucional nº 19, de 1998)
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em público não serão computados nem acumulados para fins de
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela
assessoramento; (Redação dada pela Emenda Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 19, de 1998) XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto
associação sindical; nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos Constitucional nº 19, de 1998)
limites definidos em lei específica; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
os critérios de sua admissão; 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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b) a de um cargo de professor com outro técnico ou § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário
científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, na administração pública direta e indireta, regulando
de 1998) especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001) em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda
funções e abrange autarquias, fundações, empresas
Constitucional nº 19, de 1998)
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, informações sobre atos de governo, observado o disposto
de 1998) no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, III - a disciplina da representação contra o exercício
precedência sobre os demais setores administrativos, na negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
forma da lei; administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
de economia mista e de fundação, cabendo à lei suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública,
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
de 1998) penal cabível.
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
anterior, assim como a participação de qualquer delas em causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
empresa privada; de ressarcimento.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
obras, serviços, compras e alienações serão contratados privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
mediante processo de licitação pública que assegure danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
igualdade de condições a todos os concorrentes, com terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, responsável nos casos de dolo ou culpa.
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
técnica e econômica indispensáveis à garantia do
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
cumprimento das obrigações. (Regulamento)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados,
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais
órgãos e entidades da administração direta e indireta
ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
seus administradores e o poder público, que tenha por
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada,
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído
Constitucional nº 19, de 1998)
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - o prazo de duração do contrato;
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
educativo, informativo ou de orientação social, dela não direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
III - a remuneração do pessoal."
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos. § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de
responsável, nos termos da lei.
pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
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§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 Municípios instituirão conselho de política de administração
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, e remuneração de pessoal, integrado por servidores
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. nº 2.135-4)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites componentes do sistema remuneratório observará:
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constitucional nº 19, de 1998)
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco Constitucional nº 19, de 1998)
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
Constitucional nº 47, de 2005)
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, Constitucional nº 19, de 1998)
aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do
cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
de 1998)
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração; § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
III - investido no mandato de Vereador, havendo
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada
espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
a norma do inciso anterior;
disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o Constitucional nº 19, de 1998)
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
por merecimento;
menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela
afastamento, os valores serão determinados como se no Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
exercício estivesse.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
Seção II anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos
cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Constitucional nº 19, de 1998)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinará a aplicação de recursos
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, orçamentários provenientes da economia com despesas
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
da administração pública direta, das autarquias e das aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
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público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de do servidor aos regimes de previdência de que tratam este
produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela
de 1998) Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
ressalvados, nos termos definidos em leis complementares,
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,
os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
Constitucional nº 47, de 2005)
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda
contribuição do respectivo ente público, dos servidores Constitucional nº 47, de 2005)
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
Constitucional nº 47, de 2005)
neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003) III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no §
19.12.2003) 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
I - por invalidez permanente, sendo os proventos
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
15/12/98)
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
19.12.2003) acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
de previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão
nº 88, de 2015) por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
observadas as seguintes condições: (Redação dada pela regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de
contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
Constitucional nº 20, de 15/12/98) cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda
em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em
conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
municipal será contado para efeito de aposentadoria e o
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
tempo de serviço correspondente para efeito de
ocasião da sua concessão, serão consideradas as
remunerações utilizadas como base para as contribuições
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disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
de 15/12/98) aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
para os benefícios do regime geral de previdência social de
contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como
completado as exigências para aposentadoria voluntária
de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
geral de previdência social, e ao montante resultante da
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
adição de proventos de inatividade com remuneração de
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º,
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98) § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio
de previdência social para os servidores titulares de cargos
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo
previdência dos servidores públicos titulares de cargo
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art.
efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído
19.12.2003)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração
de pensão que superem o dobro do limite máximo
bem como de outro cargo temporário ou de emprego
estabelecido para os benefícios do regime geral de
público, aplica-se o regime geral de previdência social.
previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional
Municípios, desde que instituam regime de previdência nº 47, de 2005)
complementar para os seus respectivos servidores titulares
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime
virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para
Constitucional nº 19, de 1998)
os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação
de 15/12/98) dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
II - mediante processo administrativo em que lhe seja
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda
fechadas de previdência complementar, de natureza
Constitucional nº 19, de 1998)
pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos
de benefícios somente na modalidade de contribuição III - mediante procedimento de avaliação periódica de
definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
19.12.2003) ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
tiver ingressado no serviço público até a data da publicação estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da
do ato de instituição do correspondente regime de vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
previdência complementar. (Incluído pela Emenda direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
Constitucional nº 20, de 15/12/98) em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
Constitucional nº 19, de 1998)
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
Constitucional nº 41, 19.12.2003) servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
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adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada – Capítulo 10 –


pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
MÓDULO DE REVISÃO
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
obrigatória a avaliação especial de desempenho por
QUESTÕES DE CONCURSOS
comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Módulo I
Seção III NOÇÕES PRELIMINARES REGIME JURÍDICO, PRINCIPIOS E
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Parte 1 - Organização da Administração Pública
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998) 01) (CESPE/2017/TRE-PE/Técnico Judiciário – Área
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Administrativa) As autarquias
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito a) são criadas, extintas e organizadas por atos
Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda administrativos.
Constitucional nº 18, de 1998) b) têm sua criação e sua extinção submetidas a reserva
legal, podendo ter sua organização regulada por
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito decreto.
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em c) têm sua criação submetida a reserva legal, mas
lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. podem ser extintas por decreto, podendo ter sua
142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor organização regulada por atos administrativos.
sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as d) são criadas e organizadas por decreto e podem ser
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos extintas por essa mesma via administrativa.
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional e) são criadas e extintas por decreto, podendo ter sua
nº 20, de 15/12/98) organização regulada por atos administrativos.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado 02) (CESPE/2017/TRE-PE/Técnico Judiciário – Área
em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada Administrativa) As empresas públicas
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
a) admitem a criação de subsidiárias, exigindo-se, para
_______________________________________________ tanto, autorização legislativa.
_________________________________________________ b) dispensam, para sua extinção, autorização legislativa.
_________________________________________________ c) integram a administração direta.
_________________________________________________ d) possuem regime jurídico de direito público.
_________________________________________________ e) são criadas por lei.
_________________________________________________
_________________________________________________ 03) (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos
_________________________________________________ 36 e 37) Em relação aos princípios da administração
_________________________________________________ pública e à organização administrativa, julgue o item
_________________________________________________ que se segue.
_________________________________________________ Por terem personalidade jurídica de direito privado,
_________________________________________________ as sociedades de economia mista não se subordinam
_________________________________________________ hierarquicamente ao ente político que as criou.
_________________________________________________ Exatamente por isso elas não sofrem controle pelos
_________________________________________________ tribunais de contas.
_________________________________________________ (  ) Certo (  ) Errado
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________ 04) (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos
_________________________________________________ 36 e 37) Em relação aos princípios da administração
_________________________________________________ pública e à organização administrativa, julgue o item
_________________________________________________ que se segue.
_________________________________________________ Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a
_________________________________________________ um de seus ministérios para repassar a ela algumas
_________________________________________________
_________________________________________________
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de suas atribuições, o ente federal descentraliza uma 11) (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
atividade administrativa a um ente personalizado. Externo - Área Administrativa) A respeito da
(  ) Certo (  ) Errado administração direta e indireta e da centralização e
da descentralização administrativa, julgue o item
05) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) seguinte.
Acerca dos princípios fundamentais que regem a A descentralização administrativa pressupõe a
administração pública brasileira, julgue o item a transferência, pelo Estado, da execução de atividades
seguir. administrativas a determinada pessoa, sempre que o
De acordo com o princípio fundamental da justificar o princípio da eficiência.
descentralização, é possível descentralizar atividades (  ) Certo (  ) Errado
da administração federal para empresas privadas.
(  ) Certo (  ) Errado 12) (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
Externo - Área Administrativa) A respeito da
06) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) administração direta e indireta e da centralização e
Acerca da estrutura da administração federal da descentralização administrativa, julgue o item
brasileira, julgue o item seguinte. seguinte.
Empresas públicas são aquelas entidades da Compõem a administração indireta os órgãos
administração indireta que possuem personalidade públicos internos, as autarquias, as empresas
jurídica de direito privado e cujo capital admite públicas, as sociedades de economia mista e as
recursos da iniciativa privada, desde que, no mínimo, fundações públicas.
51% dele consista de recursos públicos. (  ) Certo (  ) Errado
(  ) Certo (  ) Errado
13) (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
07) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) Externo - Área Administrativa) A respeito da
Acerca da estrutura da administração federal administração direta e indireta e da centralização e
brasileira, julgue o item seguinte. da descentralização administrativa, julgue o item
Fundações públicas são entidades da administração seguinte.
indireta dotadas de personalidade jurídica de direito A centralização consiste na execução das tarefas
público administrativas pelo próprio Estado, por meio de
(  ) Certo (  ) Errado órgãos internos integrantes da administração direta.
(  ) Certo (  ) Errado
08) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração)
Acerca da estrutura da administração federal 14) (CESPE/2016/Prefeitura de São Paulo -
brasileira, julgue o item seguinte. SP/Assistente de Gestão de Políticas Públicas I) No
Na administração indireta estão incluídas as que se refere à administração pública direta e
fundações públicas, as empresas públicas e as indireta, assinale a opção correta.
autarquias.
(  ) Certo (  ) Errado a) As pessoas administrativas que formam a
administração pública indireta são aquelas dotadas
09) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) de personalidade jurídica de direito público (como as
Acerca da estrutura da administração federal autarquias e as fundações públicas).
brasileira, julgue o item seguinte. b) Na esfera municipal, a administração direta é
As entidades da administração indireta estão formada pelos órgãos que compõem a prefeitura e a
incluídas na estrutura administrativa da Presidência câmara municipal, além das fundações e das
da República e dos ministérios, sendo a eles empresas públicas de âmbito local.
subordinadas independentemente do c) A administração indireta compreende as pessoas
enquadramento de sua principal atividade. administrativas que, vinculadas à respectiva
(  ) Certo (  ) Errado administração direta, desempenham atividades
administrativas de forma descentralizada.
10) (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) d) Tanto a administração direta quanto a indireta são
Julgue o item subsequente, relativos a organização compostas por órgãos e por pessoas jurídicas
administrativa. administrativas, com a diferença de que todas as que
Não existe hierarquia entre o Ministério da Saúde e a integram a administração indireta estão submetidas a
ANVISA. regime de direito privado.
(  ) Certo (  ) Errado e) O aspecto mais relevante que caracteriza a
administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo
tempo, titular e executora de serviço público.

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15) (CESPE/2016/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico 19) (CESPE/2016/DPU/Agente Administrativo) A


Judiciário - Área Administrativa) Com base nas respeito da centralização, descentralização,
disposições constitucionais e no regime jurídico concentração e desconcentração e da organização
referentes à administração indireta, assinale a opção administrativa da União, julgue o item subsequente.
correta. A desconcentração de serviços é caracterizada pelas
situações em que o poder público cria, por meio de
a) Os conselhos profissionais são considerados lei, uma pessoa jurídica e a ela atribui a execução de
autarquias profissionais ou corporativas. determinado serviço.
b) Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF), a (  ) Certo (  ) Errado
nomeação dos presidentes das entidades da
administração pública indireta independe de 20) (CESPE/2016/DPU/Agente Administrativo) A
aprovação prévia do Senado Federal. respeito da centralização, descentralização,
c) As sociedades de economia mista que exploram concentração e desconcentração e da organização
atividade econômica não estão sujeitas à fiscalização administrativa da União, julgue o item subsequente.
do Tribunal de Contas da União. Se determinada atribuição administrativa for
d) O consórcio público integra a administração direta de outorgada a órgão público por meio de uma
todos os entes da Federação consorciados, ainda que composição hierárquica da mesma pessoa jurídica,
detenha personalidade jurídica de direito público. em uma relação de coordenação e subordinação
e) Existe relação de hierarquia entre a autarquia e o entre os entes, esse fato corresponderá a uma
ministério que a supervisiona. centralização.
(  ) Certo (  ) Errado
16) (CESPE/2016/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico
Judiciário - Área Administrativa) A autarquia Parte 2 - Princípios da Administração Pública

a) é pessoa jurídica de direito público. 01) (CESPE/2017/MPE-RR/Promotor de Justiça


b) inicia-se com a inscrição de seu ato constitutivo em Substituto) De acordo com o entendimento do STF,
registro público. no que se refere à inscrição de candidatos que
c) subordina-se ao ente estatal que a instituir possuam tatuagens gravadas na pele, não havendo lei
d) é uma entidade de competência política, desprovida que disponha sobre o tema, os editais de concursos
de caráter administrativo. públicos
e) integra a administração pública direta.
a) estão impedidos de restringi-la, com exceção dos
17) (CESPE/2016/TRE-PI/Técnico Judiciário - casos em que essas tatuagens violem valores
Administrativa) Entidade administrativa, com constitucionais.
personalidade jurídica de direito público, destinada a b) devem restringi-la com base na relação objetiva e
supervisionar e fiscalizar o ensino superior, criada direta entre tatuagem e conduta atentatória à moral
mediante lei específica, e aos bons costumes.
c) estão impedidos de restringi-la, para garantir o pleno
a) é regida, predominantemente, pelo regime jurídico e livre exercício da função pública.
de direito privado. d) devem restringi-la, quando se tratar de cargo efetivo
b) integra a administração direta. da polícia militar.
c) possui autonomia e é titular de direitos e obrigações
próprios. 02) (CESPE/2017/Prefeitura de Fortaleza -
d) tem natureza de empresa pública. CE/Procurador do Município) Acerca do direito
e) é exemplo de entidade resultante da administrativo, julgue o item que se segue.
desconcentração administrativa. Considerando os princípios constitucionais explícitos
da administração pública, o STF estendeu a vedação
18) (CESPE/2016/TRE-PI/Técnico Judiciário - da prática do nepotismo às sociedades de economia
Administrativa) O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí mista, embora elas sejam pessoas jurídicas de direito
(TRE/PI), cuja sede se encontra na capital do estado, privado.
integra a administração (  ) Certo (  ) Errado

a) direta federal. 03) (CESPE/2017/TJ-PR/Juiz Substituto) De acordo com o


b) direta fundacional federal. art. 54 da Lei n.º 9.784/1999, o direito da
c) indireta estadual. administração de anular os atos administrativos de
d) autárquica indireta federal. que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
e) indireta autárquica estadual. decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de
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hipótese em que o legislador, em detrimento da 08) (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargo


legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores têm 2) No que se refere ao controle e à responsabilidade
por fundamento o princípio administrativo da da administração, julgue o item subsequente.
A legalidade de qualquer ato administrativo pode ser
a) presunção de legitimidade. submetida à apreciação judicial.
b) autotutela. (  ) Certo (  ) Errado
c) segurança jurídica.
d) continuidade do serviço público. 09) (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos
36 e 37) Em relação aos princípios da administração
04) (CESPE/2017/TRE-PE/Analista Judiciário - Área pública e à organização administrativa, julgue o item
Administrativa) O princípio da razoabilidade que se segue.
O administrador, quando gere a coisa pública
a) se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser conforme o que na lei estiver determinado, ciente de
considerado aceitável, e sua inobservância resulta em que desempenha o papel de mero gestor de coisa
vício do ato administrativo. que não é sua, observa o princípio da
b) incide apenas sobre a função administrativa do indisponibilidade do interesse público.
Estado. (  ) Certo (  ) Errado
c) é autônomo em relação aos princípios da legalidade e
da finalidade. 10) (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional -
d) comporta significado unívoco, a despeito de sua Direito e Legislação) Mauro editou portaria
amplitude, sendo sua observação pelo administrador disciplinando regras de remoção no serviço público
algo simples. que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A
e) pode servir de fundamento para a atuação do Poder competência para a edição do referido ato normativo
Judiciário quanto ao mérito administrativo. seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os
servidores que se sentiram prejudicados com o
05) (CESPE/2017/TRE-PE/Técnico Judiciário – Área resultado do concurso de remoção apresentaram
Administrativa) O princípio da continuidade dos recurso quinze dias após a data da publicação do
serviços públicos resultado.
Nessa situação hipotética, ao editar a referida
a) afasta a possibilidade de interrupção, ainda que se portaria, Mauro violou os princípios da legalidade e
trate de sistema de remuneração por tarifa no qual o da impessoalidade.
usuário dos referidos serviços esteja inadimplente. (  ) Certo (  ) Errado
b) diz respeito, apenas, a serviços públicos, não
alcançando as demais atividades administrativas. 11) (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional -
c) torna ilegal a greve de servidores públicos. Administração) À luz da legislação que rege os atos
d) tem relação direta com os princípios da eficiência e administrativos, a requisição dos servidores distritais
da supremacia do interesse público. e a ética no serviço público, julgue o seguinte item.
e) impede a paralisação, ainda que a justificativa desta Legalidade e publicidade são princípios
seja o aperfeiçoamento das atividades. constitucionais expressos aplicáveis à administração
pública direta e indireta do DF.
06) (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos (  ) Certo (  ) Errado
1, 3 a 26) A respeito dos princípios da administração
pública e da organização administrativa, julgue o item 12) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração)
a seguir. Acerca dos princípios fundamentais que regem a
Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a administração pública brasileira, julgue o item a
determinado programa de governo, fizer constar seu seguir.
nome de modo a caracterizar promoção pessoal, O princípio fundamental do controle determina que o
então, nesse caso, haverá, pela autoridade, violação controle das atividades da administração federal seja
de preceito relacionado ao princípio da exercido em todos os seus níveis e órgãos, sem
impessoalidade. exceções
(  ) Certo (  ) Errado (  ) Certo (  ) Errado

07) (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargo 13) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração)


2) Acerca de administração pública, organização do Acerca dos princípios fundamentais que regem a
Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir. administração pública brasileira, julgue o item a
O direito de petição é um dos instrumentos para a seguir.
concretização do princípio da publicidade. Os princípios que regem a administração pública
(  ) Certo (  ) Errado federal brasileira estão estabelecidos no Título I – Dos
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Princípios Fundamentais, da Constituição Federal de gestões anteriores não configura ofensa ao princípio
1988. da administração pública denominado princípio do(a)
(  ) Certo (  ) Errado
a) intranscendência.
14) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) b) contraditório e da ampla defesa.
Acerca dos princípios fundamentais que regem a c) continuidade do serviço público.
administração pública brasileira, julgue o item a d) confiança legítima.
seguir. e) moralidade.
Entre esses princípios inclui-se aquele que autoriza
que o administrador público federal, em 19) (CESPE/2016/TCE-PR/Analista de Controle -
determinadas situações, delegue competência para a Contábil) O princípio da proteção à confiança da
prática de atos administrativos. administração pública
(  ) Certo (  ) Errado
a) determina que a administração pública atenda
15) (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) No apenas ao que a lei impõe.
que diz respeito aos poderes e deveres dos b) dá à administração pública o poder da execução
administradores públicos, julgue o item que se segue. imediata das decisões administrativas, possibilitando
O dever do administrador público de agir de forma a criação de obrigações para o particular.
ética e com boa-fé se refere ao seu dever de c) corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da
eficiência. segurança jurídica.
(  ) Certo (  ) Errado d) é considerado uma imposição da limitação à
discricionariedade da administração pública.
16) (CESPE/2016/FUB/Auxiliar em Administração) Com e) é um dos princípios expressamente arrolados no art.
relação à administração pública, julgue o item que se 37 da Constituição Federal de 1988.
segue.
Como um dos princípios da administração pública 20) (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
brasileira, a publicidade destina-se a garantir a Externo - Área Administrativa) No que se refere aos
transparência dos atos dos agentes públicos princípios da administração pública, julgue o item
(  ) Certo (  ) Errado subsequente.
O princípio da publicidade viabiliza o controle social
17) (CESPE/2016/PC-GO/Escrivão de Polícia Substituto) da conduta dos agentes administrativos.
Sem ter sido aprovado em concurso público, um (  ) Certo (  ) Errado
indivíduo foi contratado para exercer cargo em uma
delegacia de polícia de determinado município, por
ter contribuído na campanha política do agente
contratante. Módulo II
Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS
violação do princípio da
PARTE 1- PODERES ADMINISTRATIVOS
a) supremacia do interesse público.
b) impessoalidade. 1. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO
c) eficiência. MUNICIPIO) Acerca do direito administrativo, julgue o
d) publicidade. item que se segue. O exercício do poder de polícia
e) indisponibilidade. reflete o sentido objetivo da administração pública, o
qual se refere à própria atividade administrativa
18) (CESPE/2016/TCE-PR/Analista de Controle - Jurídica) exercida pelo Estado.
Quando a União firma um convênio com um estado (  ) Certo (  ) Errado
da Federação, a relação jurídica envolve a União e o
ente federado e não a União e determinado 2. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO
governador ou outro agente. O governo se alterna MUNICIPIO) Com relação a processo administrativo,
periodicamente nos termos da soberania popular, poderes da administração e serviços públicos, julgue o
mas o estado federado é permanente. A mudança de item subsecutivo. O exercício do poder regulamentar é
comando político não exonera o estado das privativo do chefe do Poder Executivo da União, dos
obrigações assumidas. Nesse sentido, o Supremo estados, do DF e dos municípios.
Tribunal Federal (STF) tem entendido que a inscrição (  ) Certo (  ) Errado
do nome de estado-membro em cadastro federal de
inadimplentes devido a ações e(ou) omissões de 3. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO
MUNICIPIO) Com relação a processo administrativo,
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poderes da administração e serviços públicos, julgue o regras para a participação de servidores em concurso
item subsecutivo. Situação hipotética: Um secretário de promoção. A respeito dessa situação hipotética,
municipal removeu determinado assessor em razão de julgue o item seguinte. A edição do referido ato é
desentendimentos pessoais motivados por ideologia exemplo de exercício do poder regulamentar.
partidária. Assertiva: Nessa situação, o secretário agiu (  ) Certo (  ) Errado
com abuso de poder, na modalidade excesso de poder,
já que atos de remoção de servidor não podem ter 10. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional)
caráter punitivo. Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores
(  ) Certo (  ) Errado públicos distritais), determinou que este participasse
de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos dias nove
4. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) No e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No
que se refere aos poderes administrativos, aos atos dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de carro e,
administrativos e ao controle da administração, julgue conforme atestado médico apresentado para Maurício,
o item seguinte. A avocação se verifica quando o teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual
superior chama para si a competência de um órgão ou não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre
agente público que lhe seja subordinado. Esse que João teve de se afastar do serviço por motivo de
movimento, que é excepcional e temporário, decorre saúde. Acerca dessa situação hipotética e de aspectos
do poder administrativo hierárquico. legais e doutrinários a ela relacionados, julgue o item a
(  ) Certo (  ) Errado seguir. A competência de Maurício para determinar
que João participasse da reunião de trabalho decorre
5. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) No do poder hierárquico.
que se refere aos poderes administrativos, aos atos (  ) Certo (  ) Errado
administrativos e ao controle da administração, julgue
o item seguinte. O poder de polícia administrativo é 11. (CESPE/2017/SEDF/Técnico de Gestão Educacional)
uma atividade que se manifesta por meio de atos No que se refere aos poderes administrativos, aos atos
concretos em benefício do interesse público. Por conta administrativos e ao controle da administração, julgue
disso, a administração pode delegar esse poder a o item seguinte. O fato de a administração pública
pessoas da iniciativa privada não integrantes da internamente aplicar uma sanção a um servidor
administração pública. público que tenha praticado uma infração funcional
(  ) Certo (  ) Errado caracteriza o exercício do poder de polícia
administrativo.
6. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) No (  ) Certo (  ) Errado
que se refere aos poderes administrativos, aos atos
administrativos e ao controle da administração, julgue 12. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional -
o item seguinte. A administração, ao editar atos Direito e Legislação) Mauro editou portaria
normativos, como resoluções e portarias, que criam disciplinando regras de remoção no serviço público
normas estabelecedoras de limitações administrativas que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A
gerais, exerce o denominado poder regulamentar. competência para a edição do referido ato normativo
(  ) Certo (  ) Errado seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os
servidores que se sentiram prejudicados com o
7. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) resultado do concurso de remoção apresentaram
Acerca de administração pública, organização do recurso quinze dias após a data da publicação do
Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir. O resultado. Nessa situação hipotética, Mauro não agiu
abuso de poder pelos agentes públicos pode ocorrer com abuso de poder.
tanto nos atos comissivos quanto nos omissivos. (  ) Certo (  ) Errado
(  ) Certo (  ) Errado
13. (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) No
8. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) que diz respeito aos poderes e deveres dos
Com relação aos poderes e atos administrativos, julgue administradores públicos, julgue o item que se segue.
o próximo item. A coercibilidade, uma característica do Assim como o administrador de empresas privadas, o
poder de polícia, evidencia-se no fato de a administrador público tem o poder de agir, o que lhe
administração não depender da intervenção de outro faculta a escolha de agir ou não no exercício de sua
poder para torná-lo efetivo. função.
(  ) Certo (  ) Errado (  ) Certo (  ) Errado

9. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional) 14. (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) O teto


José, chefe do setor de recursos humanos de de um imóvel pertencente à União desabou em
determinado órgão público, editou ato disciplinando as decorrência de fortes chuvas, as quais levaram o poder
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público a decretar estado de calamidade na região. condutas viáveis, a que se apresentar mais
Maria, servidora pública responsável por conduzir o conveniente e oportuna à luz do interesse público.
processo licitatório para a contratação dos serviços de (  ) Certo (  ) Errado
reparo pertinentes, diante da situação de calamidade
pública, decidiu contratar mediante dispensa de 19. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
licitação. Findo o processo de licitação, foi escolhida a Externo - Área Administrativa) Julgue o item
Empresa Y, que apresentou preços superiores ao preço subsequente, acerca dos atos e dos poderes
de mercado, mas, reservadamente, prometeu, caso administrativos. Os atos decorrentes do poder
fosse contratada pela União, realizar, com generoso regulamentar têm natureza originária e visam ao
desconto, uma grande reforma no banheiro da preenchimento de lacunas legais e à complementação
residência de Maria. Ao final, em razão da urgência, foi da lei.
firmado contrato verbal entre a União e a Empresa Y e (  ) Certo (  ) Errado
executados tanto os reparos contratados quanto a
reforma prometida. Com referência a essa situação 20. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo –
hipotética, julgue o item que se segue. Maria agiu com Procuradoria) O Congresso Nacional aprovou uma
excesso de poder ao escolher a Empresa Y. reforma administrativa proposta pelo presidente da
(  ) Certo (  ) Errado República que reduziu o número de ministérios. Nesse
contexto, o Ministério do Trabalho e Emprego e o
15. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo - Ministério da Previdência Social foram fundidos,
Gestão de Pessoas) Com relação à improbidade tornando-se Ministério do Trabalho e Previdência
administrativa, julgue o próximo item. O abuso de Social. A partir dessa situação hipotética, julgue o item
poder é considerado crime de administração pública e a seguir. A referida reforma administrativa poderia ter
é julgado na esfera cível. se materializado com a edição de decreto autônomo,
(  ) Certo (  ) Errado em decorrência do poder regulamentar do presidente
da República.
16. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor De Controle Externo (  ) Certo (  ) Errado
Educacional, Jornalismo, Publicidade, Administração e
Economia) A respeito dos agentes públicos e dos PARTE2- ATOS ADMINISTRATIVOS
poderes da administração pública, julgue o item que se
segue. Quando um servidor detentor de cargo de 1. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO
chefia assina expediente em concordância com o MUNICIPIO) Em cada um do item a seguir é
conteúdo de ato elaborado por servidor subordinado, apresentada uma situação hipotética seguida de uma
está caracterizada uma expressão do poder assertiva a ser julgada, a respeito da organização
hierárquico. administrativa e dos atos administrativos. A prefeitura
(  ) Certo (  ) Errado de determinado município brasileiro, suscitada por
particulares a se manifestar acerca da construção de
17. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor De Controle Externo – um condomínio privado em área de proteção
Arquitetura, Clínica Médica, Economia, Enfermagem, ambiental, absteve-se de emitir parecer. Nessa
Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Estatística, situação, a obra poderá ser iniciada, pois o silêncio da
Fisioterapia, Gestão De Pessoas, Odontologia, administração é considerado ato administrativo e
Psicologia E Serviço Social) A respeito dos poderes da produz efeitos jurídicos, independentemente de lei ou
administração pública e dos serviços públicos, julgue o decisão judicial.
item que se segue. A prerrogativa da administração de (  ) Certo (  ) Errado
impor sanções a seus servidores, independentemente
de decisão judicial, decorre imediatamente do poder 2. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO
disciplinar e mediatamente do poder hierárquico. MUNICIPIO) Em cada um do item a seguir é
(  ) Certo (  ) Errado apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada, a respeito da organização
18. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle administrativa e dos atos administrativos. Removido de
Externo - Área Administrativa) Julgue o item ofício por interesse da administração, sob a
subsequente, acerca dos atos e dos poderes justificativa de carência de servidores em outro setor,
administrativos. A discricionariedade administrativa determinado servidor constatou que, em verdade,
fundamenta-se, entre outros elementos, na existia excesso de servidores na sua nova unidade de
incapacidade da lei de prever todas as situações exercício. Nessa situação, o ato, embora seja
possíveis e regular minuciosamente a maneira de agir discricionário, poderá ser invalidado.
do agente público diante de cada uma delas. Assim, (  ) Certo (  ) Errado
confere-se ao agente a prerrogativa de eleger, entre as

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3. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) No 9. (CESPE/2017/SEDF/ Técnico de Gestão Educacional -


que se refere aos poderes administrativos, aos atos Apoio Administrativo e Secretário Escolar) No que se
administrativos e ao controle da administração, julgue refere aos poderes administrativos, aos atos
o item seguinte. administrativos e ao controle da administração, julgue
Ato praticado por usurpador de função pública é o item seguinte. Situação hipotética: Antônio, servidor
considerado ato irregular. que ingressou no serviço público mediante um ato
(  ) Certo (  ) Errado nulo, emitiu uma certidão negativa de tributos para
João. Na semana seguinte, Antônio foi exonerado em
4. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) No função da nulidade do ato que o vinculou à
que se refere aos poderes administrativos, aos atos administração. Assertiva: Nessa situação, a certidão
administrativos e ao controle da administração, julgue emitida por Antônio continuará válida.
o item seguinte. Presunção de legitimidade é atributo (  ) Certo (  ) Errado
universal aplicável a todo ato administrativo.
(  ) Certo (  ) Errado 10. (CESPE/2017/SEDF/ Técnico de Gestão Educacional -
Apoio Administrativo e Secretário Escolar) No que se
5. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) refere aos poderes administrativos, aos atos
Com relação aos poderes e atos administrativos, julgue administrativos e ao controle da administração, julgue
o próximo item. A construção irregular de um prédio o item seguinte. Situação hipotética: A autoridade
pode ser o motivo para a prática de um ato administrativa Y, no exercício de competência que lhe
administrativo com o objetivo de paralisar a atividade foi delegada pela autoridade X e que lhe conferia
de construir. poder decisório para a prática de determinado ato de
(  ) Certo (  ) Errado autoridade, praticou determinado ato administrativo
que o administrado Z entendeu ser-lhe prejudicial.
6. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) Nessa situação, caso queira obstar os efeitos do
Com relação aos poderes e atos administrativos, julgue referido ato mediante mandado de segurança, o
o próximo item. Ato administrativo declaratório é administrado Z deverá dirigir sua peça contra a
aquele que implanta uma nova situação jurídica ou autoridade delegada, e não contra a autoridade
modifica ou extingue uma situação existente. delegante.
(  ) Certo (  ) Errado (  ) Certo (  ) Errado

7. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional) 11. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional -


José, chefe do setor de recursos humanos de Direito e Legislação) Mauro editou portaria
determinado órgão público, editou ato disciplinando as disciplinando regras de remoção no serviço público
regras para a participação de servidores em concurso que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A
de promoção. A respeito dessa situação hipotética, competência para a edição do referido ato normativo
julgue o item seguinte. O veículo normativo adequado seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os
para a edição do referido ato é o decreto. servidores que se sentiram prejudicados com o
(  ) Certo (  ) Errado resultado do concurso de remoção apresentaram
recurso quinze dias após a data da publicação do
8. (CESPE/2017/SEDF/Monitor de Gestão Educacional) resultado. Nessa situação hipotética, a portaria editada
Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores por Mauro contém vício nos elementos competência e
públicos distritais), determinou que este participasse objeto.
de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos dias nove (  ) Certo (  ) Errado
e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No
dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de carro e, 12. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional -
conforme atestado médico apresentado para Maurício, Administração) À luz da legislação que rege os atos
teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual administrativos, a requisição dos servidores distritais e
não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre a ética no serviço público, julgue o seguinte item. A
que João teve de se afastar do serviço por motivo de competência — ou sujeito —, a finalidade, a forma, o
saúde. Acerca dessa situação hipotética e de aspectos motivo e o objeto — ou conteúdo — são elementos
legais e doutrinários a ela relacionados, julgue o item a que integram os atos administrativos.
seguir. A concessão de diária é ato vinculado da (  ) Certo (  ) Errado
administração pública.
(  ) Certo (  ) Errado 13. (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) Acerca
do regime jurídico-administrativo e do controle da
administração pública, julgue o próximo item. A
administração pública pode revogar seus atos por
motivos de conveniência ou oportunidade,
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competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder decisão, julgue o item a seguir, acerca dos atos
Judiciário a anulação de atos administrativos eivados administrativos. Quanto aos seus efeitos, tal parecer
de vícios de legalidade. classifica-se como ato administrativo enunciativo.Certo
(  ) Certo (  ) Errado (  ) Certo (  ) Errado

14. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor De Controle Externo 19. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle


Educacional, Jornalismo, Publicidade, Administração e Externo - Área Administrativa) Julgue o item
Economia) Acerca de função administrativa e atos subsecutivo, a respeito dos atributos dos atos
administrativos, julgue o item a seguir. administrativos. Em decorrência do atributo da
Situação hipotética: Um diretor de tribunal de contas tipicidade, quando da prática de ato administrativo,
editou ato administrativo com desvio de finalidade. devem-se observar figuras definidas previamente pela
Após correição, o vício foi detectado e comunicado ao lei, o que garante aos administrados maior segurança
presidente do tribunal. Assertiva: Nessa situação, o jurídica.
presidente poderá avocar para si a competência (  ) Certo (  ) Errado
administrativa pertinente e convalidar o ato
administrativo. 20. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
(  ) Certo (  ) Errado Externo - Área Administrativa) Julgue o item
subsecutivo, a respeito dos atributos dos atos
15. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor De Controle Externo – administrativos. A presunção de legitimidade dos atos
Arquitetura, Clínica Médica, Economia, Enfermagem, administrativos está relacionada à sujeição da
Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Estatística, administração ao princípio da legalidade.
Fisioterapia, Gestão De Pessoas, Odontologia, (  ) Certo (  ) Errado
Psicologia E Serviço Social) No que concerne à
administração pública, julgue o item a seguir. Situação
hipotética: O TCE/PA alugou várias salas de aula de Módulo III
uma escola privada para a realização do curso de RESPONSABILIDADE, CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO E
formação de seus novos servidores. Assertiva: Nessa SERVIÇOS PÚBLICOS
situação, o ato de locação, ainda que seja regido pelo
direito privado, é considerado um ato administrativo. PARTE 1- CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
(  ) Certo (  ) Errado
1. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) No
16. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle que se refere aos poderes administrativos, aos atos
Externo - Área Administrativa) Considerando que administrativos e ao controle da administração, julgue
servidor público de determinada autarquia federal o item seguinte. O poder de fiscalização que a
tenha solicitado ao setor técnico daquela entidade a Secretaria de Estado de Educação do DF exerce sobre
emissão de parecer para subsidiar sua tomada de fundação a ela vinculada configura controle
decisão, julgue o item a seguir, acerca dos atos administrativo por subordinação.
administrativos. Considerando-se a prerrogativa com (  ) Certo (  ) Errado
que atua a administração, o parecer solicitado é
classificado como ato de gestão. 2. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) No
(  ) Certo (  ) Errado que se refere aos poderes administrativos, aos atos
administrativos e ao controle da administração, julgue
17. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle o item seguinte. É garantido ao Poder Judiciário o
Externo - Área Administrativa) Considerando que controle de mérito administrativo dos atos
servidor público de determinada autarquia federal administrativos, pois lesão ou ameaça a direito não
tenha solicitado ao setor técnico daquela entidade a podem ser excluídas da apreciação de juiz.
emissão de parecer para subsidiar sua tomada de (  ) Certo (  ) Errado
decisão, julgue o item a seguir, acerca dos atos
administrativos. Caso seja adotado como fundamento 3. (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) Acerca
para a decisão, o referido parecer passará a integrar o do regime jurídico-administrativo e do controle da
ato administrativo decisório. administração pública, julgue o próximo item. A
(  ) Certo (  ) Errado administração possui prerrogativas não extensíveis às
relações privadas, mas sua liberdade de ação encontra-
18. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle se sujeita a maiores restrições se comparada à dos atos
Externo - Área Administrativa) Considerando que praticados por particulares em suas relações.
servidor público de determinada autarquia federal (  ) Certo (  ) Errado
tenha solicitado ao setor técnico daquela entidade a
emissão de parecer para subsidiar sua tomada de
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4. (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) Acerca PARTE 2 – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


do regime jurídico-administrativo e do controle da
administração pública, julgue o próximo item. Uma 01) (CESPE/2017/Prefeitura de Fortaleza - CE/Procurador
ação ou omissão que, submetida a controle Municipal) A respeito de bens públicos e
administrativo quanto à legalidade, seja considerada responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo
correta não poderá ser submetida a nenhuma outra item.
medida de controle administrativo. De acordo com o entendimento do STF, empresa
(  ) Certo (  ) Errado concessionária de serviço público de transporte
responde objetivamente pelos danos causados à
5. (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) Acerca família de vítima de atropelamento provocado por
do regime jurídico-administrativo e do controle da motorista de ônibus da empresa.
administração pública, julgue o próximo item. O (  ) Certo (  ) Errado
controle judicial pode incidir sobre atividades
administrativas realizadas em todos os poderes do 02) (CESPE/2017/Prefeitura de Fortaleza - CE/Procurador
Estado. Municipal) A respeito de bens públicos e
(  ) Certo (  ) Errado responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo
item.
6. (CESPE/2016/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) Situação hipotética: Um veículo particular, ao
Acerca do controle administrativo interno e externo, transpassar indevidamente um sinal vermelho, colidiu
julgue o item a seguir. As comissões parlamentares de com veículo oficial da Procuradoria-Geral do Município
inquérito são instrumentos de controle externo de Fortaleza, que trafegava na contramão. Assertiva:
destinados a investigar fato determinado em prazo Nessa situação, não existe a responsabilização integral
determinado, mas desprovidos de poder condenatório. do Estado, pois a culpa concorrente atenua o quantum
(  ) Certo (  ) Errado indenizatório.
(  ) Certo (  ) Errado
7. (CESPE/2016/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO)
Acerca do controle administrativo interno e externo, 03) (CESPE/2017/TJ-PR/Juiz de Direito) Em recente
julgue o item a seguir. A CF atribui ao TCU a decisão, o STF entendeu que, quando o poder público
competência para a apreciação dos atos de concessão comprovar causa impeditiva da sua atuação protetiva e
e renovação de concessão de emissoras de rádio e não for possível ao Estado agir para evitar a morte de
televisão. detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse
(  ) Certo (  ) Errado em liberdade),

8. (CESPE/2016/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) a) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se à


Acerca do controle administrativo interno e externo, situação a responsabilidade subjetiva por haver
julgue o item a seguir. O controle administrativo omissão estatal.
interno é cabível apenas em relação a atividades de b) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se
natureza administrativa, mesmo quando exercido no ao caso a responsabilidade objetiva por haver omissão
âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário. estatal.
(  ) Certo (  ) Errado c) não haverá responsabilidade civil do Estado, pois o
nexo causal da sua omissão com o resultado danoso
9. (CESPE/2016/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) terá sido rompido.
Acerca do controle administrativo interno e externo, d) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se
julgue o item a seguir. O CNJ é órgão externo de ao caso a teoria do risco integral.
controle administrativo, financeiro e disciplinar do
Poder Judiciário. 04) (CESPE/2017/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área
(  ) Certo (  ) Errado Administrativa) A responsabilidade do Estado por
conduta omissiva
10. (CESPE/2016/FUNPRESP-JUD/Analista - Controle
Interno/Auditoria) A respeito do controle na a) é objetiva, dispensando-se, para sua caracterização, a
administração pública, julgue o próximo item. Na demonstração de culpa, exigindo-se, para tal, apenas a
administração pública, uma forma de controle é o demonstração do dano.
sistema de freios e contrapesos, cuja principal b) é objetiva, dispensando-se, para sua caracterização, a
característica é a divisão e a independência dos demonstração de culpa, mas exigindo-se, para isso,
poderes da União. demonstração de nexo de causalidade entre a conduta
(  ) Certo (  ) Errado e o dano.
c) caracteriza-se mediante a demonstração de culpa,
dispensando-se, para tal, a demonstração de dano.
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d) caracteriza-se mediante a demonstração de culpa, de seja exclusiva, seja concorrente — da vítima atingida
dano e de nexo de causalidade. pelo dano.
e) é descabida. (  ) Certo (  ) Errado

05) (CESPE/2017/SEDF/Professor de Educação Básica) No 09) (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) Julgue


que se refere ao controle e à responsabilidade da o item que se segue, relativos aos fundamentos da
administração, julgue o item subsequente. responsabilidade civil do Estado atualmente adotados
Se um agente público, nessa qualidade, causar dano a pelo direito brasileiro.
terceiro, a responsabilidade civil do Estado será Um ato, ainda que lícito, praticado por agente público
objetiva. e que gere ônus exorbitante a um cidadão pode
(  ) Certo (  ) Errado resultar em responsabilidade civil do Estado.
(  ) Certo (  ) Errado
06) (CESPE/2017/SEDF/Tecnologia da Informação) João,
servidor público ocupante do cargo de motorista de 10) (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) Julgue
determinada autarquia do DF, estava conduzindo o o item que se segue, relativos aos fundamentos da
veículo oficial durante o expediente quando avistou responsabilidade civil do Estado atualmente adotados
sua esposa no carro de um homem. Imediatamente, pelo direito brasileiro.
João dolosamente acelerou em direção ao veículo do Para a caracterização da responsabilidade civil do
homem, provocando uma batida e, por consequência, Estado, basta a comprovação da qualidade de agente
dano aos veículos. O homem, então, ingressou com público, não se exigindo para isso que o agente esteja
ação judicial contra a autarquia requerendo a agindo no exercício de suas funções.
reparação dos danos materiais sofridos. A autarquia (  ) Certo (  ) Errado
instaurou procedimento administrativo disciplinar
contra João para apurar suposta violação de dever 11) (CESPE/2016/PGE-AM/Procurador do Estado) Um
funcional. motorista alcoolizado abalroou por trás viatura da
No que se refere à situação hipotética apresentada, polícia militar que estava regularmente estacionada.
julgue o item a seguir. Do acidente resultaram lesões em cidadão que estava
A autarquia tem direito de regresso contra João. retido dentro do compartimento traseiro do veículo.
(  ) Certo (  ) Errado Esse cidadão então ajuizou ação de indenização por
danos materiais contra o Estado, alegando
07) (CESPE/2017/SEDF/Direito) A exploração e operação responsabilidade objetiva. O procurador responsável
de determinado aeroporto foi transferida pelo governo pela contestação deixou de alegar culpa exclusiva de
federal para um consórcio de empresas pelo prazo de terceiro e não solicitou denunciação da lide. O
vinte anos. Em determinado dia, durante a vigência da corregedor determinou a apuração da
execução desse serviço público pelo consórcio, uma responsabilidade do procurador, por entender que
passageira sofreu um acidente grave em esteira houve negligência na elaboração da defesa, por
rolante do aeroporto, a qual se encontrava em acreditar que seria útil à defesa do poder público
manutenção devidamente sinalizada. A passageira, por alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do
estar enviando mensagem no aparelho celular, não acidente.
observou a sinalização relativa à manutenção da Considerando essa situação hipotética, julgue o
esteira. próximo item.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos Foi correto o corregedor quanto ao entendimento de
legais e doutrinários a ela relacionados, julgue o item que seria útil à defesa do poder público alegar culpa
subsequente. exclusiva de terceiro na geração do acidente, uma vez
Caso se comprove que o acidente decorreu de culpa que, provada, ela pode excluir ou atenuar o valor da
exclusiva da passageira, o consórcio de empresas não indenização.
responderá civilmente pelo acidente. (  ) Certo (  ) Errado
(  ) Certo (  ) Errado
12) (CESPE/2016/PGE-AM/Procurador do Estado)
Considerando essa situação hipotética, julgue o
08) (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) Julgue próximo item.
o item que se segue, relativos aos fundamentos da Diante da ausência de denunciação da lide, ficou
responsabilidade civil do Estado atualmente adotados prejudicado o direito de regresso do Estado contra o
pelo direito brasileiro. motorista causador do acidente
Em virtude da observância do princípio da supremacia (  ) Certo (  ) Errado
do interesse público, será integralmente excluída a
responsabilidade civil do Estado nos casos de culpa —

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13) (CESPE/2016/PGE-AM/Procurador do Estado) Acerca importantes mananciais aquíferos e espalhou-se por


de direitos da personalidade, responsabilidade civil várias cidades do respectivo estado-membro, tendo
objetiva e prova de fato jurídico, julgue o item deixado inúmeras famílias ribeirinhas desprovidas de
seguinte. suas atividades laborais e do seu sustento.
A teoria da responsabilidade civil objetiva aplica-se a Nessa situação, segundo entendimento do STJ,
atos ilícitos praticados por agentes de autarquias
estaduais. a) houve responsabilidade subjetiva do Estado, instruída
(  ) Certo (  ) Errado pela teoria do risco integral.
b) não houve responsabilidade do Estado, porquanto a
14) (CESPE/2016/FUNPRESP-JUD/Secretário Executivo) culpa foi da empresa refinadora.
Em relação à organização administrativa e às c) houve responsabilidade objetiva do Estado, instruída
concessões e permissões do serviço público, julgue o pela teoria do risco administrativo.
item a seguir. d) houve responsabilidade objetiva do Estado, instruída
As fundações públicas de direito público devem pela teoria do risco integral.
responder objetivamente pelos danos que seus e) houve responsabilidade subjetiva do Estado, instruída
agentes causem a terceiros. Sendo condenadas a pela teoria do risco administrativo.
indenizar pelo prejuízo que seu agente culposamente
tenha cometido, assegura-se a elas o direito de propor 17) (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico -
ação regressiva contra o agente causador do dano. Administração) Julgue o item que se segue, a respeito
(  ) Certo (  ) Errado do controle da administração e da responsabilidade
civil do Estado.
15) (CESPE/2016/TCE-PR/Nível Superior) Assinale a opção Em nenhuma circunstância será o Estado
correta, com referência ao tratamento constitucional responsabilizado por danos decorrentes dos efeitos
conferido à responsabilidade civil do Estado. produzidos por lei, uma vez que a atividade legislativa
é fundamentada na soberania e limitada somente pela
a) A Constituição Federal de 1988 adota como regra a Constituição Federal de 1988.
teoria do risco administrativo, segundo a qual o Estado (  ) Certo (  ) Errado
deve arcar com o risco inerente às numerosas
atividades que desempenha, inclusive quando a culpa 18) (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico -
do dano decorrer de conduta da própria vítima. Administração) Julgue o item que se segue, a respeito
b) A aplicação da responsabilidade objetiva independe da de responsabilidade civil, indenização, dano moral e
verificação do elemento culpa, de modo que, dano material.
demonstrados o prejuízo pelo lesado e a relação de O município que for condenado a indenizar particular
causalidade entre a conduta estatal e a lesão sofrida, o por dano causado por servidor público municipal
dever de indenizar poderá ser reconhecido mesmo que poderá cobrar regressivamente do servidor o valor da
decorra de atos lícitos estatais. condenação, desde que ele tenha agido com dolo ou
c) Diferentemente das pessoas jurídicas de direito culpa e na qualidade de servidor público municipal.
público, as quais respondem objetivamente pelos (  ) Certo (  ) Errado
danos que seus agentes causarem a terceiros, é
subjetiva a responsabilidade das pessoas jurídicas de 19) (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo)
direito privado prestadoras de serviço público, em se Com relação à responsabilidade civil do Estado, aos
tratando de danos causados a terceiros não usuários serviços públicos e ao controle da administração
do serviço. pública, julgue o item subsequente.
d) Por se tratar de atividade exercida em caráter privado, Situação hipotética: O motorista de determinado
por delegação do poder público, o Estado não veículo particular, não tendo respeitado o sinal
responde por danos causados a terceiros por notários vermelho do semáforo, provocou a colisão entre o
(tabeliães) e oficiais de registro. veículo que dirigia e um veículo oficial do TCE/PA que
e) Segundo a Constituição Federal de 1988, o indivíduo estava estacionado em local proibido.
que for condenado criminalmente em virtude de Assertiva: Nessa situação, o valor da indenização a ser
sentença que contenha erro judiciário terá direito a paga pelo Estado será atenuado ante a existência de
reparação cível, desde que seja demonstrada a culpa concorrente, já que o Brasil adota a teoria da
conduta dolosa por parte do juiz da causa. responsabilidade objetiva do tipo risco administrativo.
(  ) Certo (  ) Errado
16) (CESPE/2016/TCE-PR/Analista de Controle) Em
determinado município da Federação, uma empresa 20) (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo -
pública municipal refinadora de petróleo, durante o Administração) A respeito de reparação de danos,
desenvolvimento de sua atividade, deixou vazar sindicância e processo administrativo, e controle
milhões de litros de óleo cru, material que alcançou
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interno da administração pública, julgue o item 6. (CESPE- POLÍCIA FEDERAL- AGENTE ADMINISTRATIVO)
seguinte. A transferência, mediante ato administrativo, da
Nos termos da lei, a obrigação de reparação de dano execução de determinado serviço público a uma
praticado por servidor público não é extensível aos autarquia configura descentralização administrativa
seus sucessores. por outorga.
(  ) Certo (  ) Errado (  ) Certo (  ) Errado

PARTE 3- SERVIÇOS PÚBLICOS 7. (CESPE- MEC- ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DA


EDUCAÇÃO SUPERIOR) No que diz respeito à
1. (CESPE- FUNASA- ASSISTENTE) Com relação à descentralização de atividades no âmbito da
disciplina jurídica dos serviços públicos e do controle administração pública, julgue o próximo item.
legislativo, julgue os próximos itens. Caracteriza-se a descentralização por serviços,
Os serviços públicos podem ser prestados diretamente funcional ou técnica, quando o Estado, por meio de ato
pelo Estado ou por seus delegados, sob o regime administrativo, atribui a pessoa jurídica de direito
jurídico total ou parcial de direito público público a titularidade e a execução de serviço público.
(  ) Certo (  ) Errado (  ) Certo (  ) Errado

2. (CESPE-MPOG- TÉCNICO) Julgue o próximo item, 8. (CESPE- MPU- ANALISTA PROCESSUAL) Julgue o item
referente ao serviço público. subsequente, relativos aos tributos e às suas
Caso tenha de abrir processo licitatório visando respectivas competências.
delegar a execução de determinado serviço público por O valor cobrado por empresa pública concessionária
contrato de permissão, a administração pública deverá de serviço público de fornecimento de energia elétrica
fazê-lo na modalidade de concorrência. é considerado como preço privado.
(  ) Certo (  ) Errado (  ) Certo (  ) Errado

3. (CESPE- ANTAQ- ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO) No 9. (CESPE- TCDF- ANALISTA) Julgue os itens a seguir,
que diz respeito à delegação, licitação, contrato de relativos à responsabilidade civil do Estado, aos
concessão e serviço público adequado, julgue o item serviços públicos e às organizações da sociedade civil
que se segue. de interesse público.
A transferência de concessão, de uma concessionária De acordo com o princípio da continuidade, os serviços
para outra, pode ocorrer sem prévia anuência do públicos, compulsórios ou facultativos, devem ser
poder concedente, sem implicar na caducidade da prestados de forma contínua, não podendo ser
concessão. interrompidos mesmo em casos de inadimplemento do
(  ) Certo (  ) Errado usuário.
(  ) Certo (  ) Errado
4. (CESPE- CÂMARA DOS DEPUTADOS- ANALISTA
LEGISLATIVO) Julgue o próximo item, relativo aos 10. (CESPE- CÂMARA DOS DEPUTADOS-ANALISTA
serviços públicos. LEGISLATIVO) Acerca de conceitos relacionados aos
A criação de uma sociedade de economia mista por serviços públicos, julgue o item a seguir.
uma unidade da Federação é exemplo de O princípio da igualdade, que pressupõe a não
descentralização por serviços. diferenciação entre usuários na prestação de serviço
(  ) Certo (  ) Errado público, é inaplicável à determinação legal de isenção
de tarifas para idosos e deficientes.
5. (CESPE- CÂMARA DOS DEPUTADOS-ANALISTA (  ) Certo (  ) Errado
LEGISLATIVO) Considerando que um usuário do serviço
de energia elétrica fornecido por empresa privada 11. (CESPE- Câmara dos Deputados- Analista Legislativo)
concessionária deixe de pagar as contas referentes aos A prestação de serviços públicos sob regime de
três últimos meses, e tendo em vista aspectos diversos concessão ou de permissão deve ser precedida de
relacionados a essa situação hipotética, julgue o item licitação, sendo possível, em ambos os regimes, a
a seguir. fixação, em contrato, de cláusulas exorbitantes.
Na situação considerada, a concessionária, pessoa (  ) Certo (  ) Errado
jurídica de direito privado, fornece serviço público por
descentralização negocial, mas o Estado detém a 12. (CESPE-TCDF- Analista de Administração) Nos termos
titularidade e o controle do serviço. da Lei n.º 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de
(  ) Certo (  ) Errado concessão e permissão da prestação de serviços
públicos, diferentemente da concessão, a permissão de
serviços públicos tem a natureza de ato administrativo

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unilateral e precário, e não a de negócio bilateral que 20. (CESPE- TELEBRÁS- ANALISTA) Os serviços públicos
se formaliza mediante contrato. próprios são aqueles prestados diretamente pela
(  ) Certo (  ) Errado administração pública, sem a possibilidade de
delegação.
13. (CESPE/CEBRASPE- Câmara dos Deputados- Analista (  ) Certo (  ) Errado
Legislativo) As concessões de serviços públicos
precedidas de obras públicas terão de ser objeto de GABARITOS
prévia licitação, mas as que não forem precedidas das Módulo I – NOÇÕES PRELIMINARES REGIME JURÍDICO,
referidas obras se enquadrarão nas modalidades de PRINCIPIOS E ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
dispensa de licitação. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
(  ) Certo (  ) Errado 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B A E E C E E C E C
14. (CESPE/CEBRASPE- TRT17- Analista Judiciário- 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Execução de Mandados) Sendo a participação dos C E C C A A C A E E
usuários um dos novos postulados do serviço público, a
eles é garantido o direito de acesso amplo aos registros PRINCÍPIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
administrativos e às informações sobre atos de 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
governo que envolvam a segurança do Estado. A C C A D C C C C C
(  ) Certo (  ) Errado 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C E C E C B A C C
15. (CESPE/CEBRASPE- ANATEL- Conhecimentos Básicos)
O princípio da modicidade afasta a possibilidade de
Módulo II – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS
adoção de serviços públicos prestados gratuitamente.
(  ) Certo (  ) Errado PODERES ADMINISTRATAIVOS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
16. (CESPE- ANATAL- Conhecimentos Básicos) O
C C E C E E C E C C
inadimplemento do concessionário, que deixa de
executar total ou parcialmente serviço público 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
concedido, acarreta a extinção do contrato de E E E E E C C C E E
concessão por rescisão promovida pelo poder
concedente.
(  ) Certo (  ) Errado ATOS ADMNISTRATIVOS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
17. (CESPE- DPU- TÉCNICO EM ASSUNTOS
EDUCACIONAIS) No que se refere aos poderes da E C E C C E E C C C
administração pública e aos serviços públicos, julgue o 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
item subsecutivo.
C C E E E E C C C C
Os serviços públicos gerais são indivisíveis, sendo
prestados a toda a coletividade, sem destinatários
determinados ou individualizados. Módulo III – CONTROLE, RESPONSABILIDADEE SERVIÇOS
(  ) Certo (  ) Errado CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
18. (CESPE- MPOG- TÉCNICO) Julgue o próximo item,
referente ao serviço público. E E C E C C E C E C
Os serviços de fornecimento domiciliar de água e de
energia elétrica, assim como os de telefonia, são RESPONSABILIDADE CIVIL DOE STADO
exemplos de serviços públicos uti universi (gerais ou 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
coletivos), pois são prestados de maneira igualitária a C C C D C C C E C E
todos os particulares que satisfaçam as condições 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
técnicas e jurídicas exigidas, sem distinção de caráter C E C C B D E C C E
pessoal.
(  ) Certo (  ) Errado SERVIÇOS PÚBLICOS
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
19. (CESPE- CÂMARA DOS DEPUTADOS- ANALISTA C E E C C E E C E E
LEGISLATIVO) A prestação de serviços públicos é 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
espontânea, não podendo o serviço ser prestado C E E E E E C E E C
compulsoriamente ao particular.
(  ) Certo (  ) Errado
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