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O Movimento Dos Olhos e A Relação Percepção-Ação PDF
O Movimento Dos Olhos e A Relação Percepção-Ação PDF
O comportamento dos olhos representa a busca ativa da informação visual relevante para o
controle das habilidades motoras. A relação percepção-ação é descrita com base nas
estratégias de busca visual empregadas nos esportes. Técnicas de medição do movimento
dos olhos são apresentadas e os comportamentos de fixação, perseguição, movimento
sacádico e reflexo vestibulo-ocular definidos. A pesquisa cognitiva sobre busca visual é
revisada, caracterizando estudos com slides, filmes, oclusão de eventos e de campo. Alguns
vínculos da perspectiva ecológica com o estudo do movimento dos olhos são estabelecidos
e, finalmente, sugestões são feitas para o aprimoramento das pesquisas na área.
Estudos de Campo
O avanço recente dos sistemas móveis para medidas de movimento dos olhos tem permitido a
investigação de atletas nos seus ambientes naturais, os chamados estudos de campo. Este método tem sido
aplicado ao estudo do acoplamento entre comportamento visual e motor em uma variedade de atividades
como, por exemplo, bilhar (Frehlich, 1997, Frehlich, Singer & Williams, 1999), locomoção (Patla & Vickers,
1997), tênis (Singer et al., 1998), tênis de mesa (Rodrigues & Vickers, 1998; Rodrigues, Vickers & Williams,
1999), golfe (Vickers, 1992), basquetebol (Vickers, 1996 a, b, c), voleibol (Adolphe, Vickers & La Plante,
1997; Vickers & Adolphe, 1997), dardos (Vickers, Edworthy, Rodrigues & Wagner, 1997; Vickers,
Rodrigues & Edworthy, 1999) e tiro de rifle (Vickers, Williams, Rodrigues, Hillis & Coyne, 1999). Uma
mostra destes estudos será revisada para caracterizar os estudos de campo e seus resultados.
Vickers (1992) estudou o comportamento visual e motor de jogadores de golfe de diferentes níveis
de habilidade. A tarefa dos sujeitos era uma batida a 3 m do alvo. A duração da tarefa foi dividida em três
fases, de acordo com o movimento dos braços do jogador: fase de preparação, fase de balanço para trás/para
frente e fase final (após o contato com a bola). Os jogadores de mais alta habilidade usaram
aproximadamente 16 movimentos dos olhos por tentativa, comparados aos 23 movimentos dos olhos dos
menos habilidosos, além de tenderem a fixar distintas partes da cena. Durante a fase de preparação, jogadores
mais habilidosos mostraram fixações mais longas na bola e no alvo, ao passo que os menos habilidosos
olharam a cabeça do taco. Durante a fase de balanço para trás/para frente, os menos habilidosos moveram
quase duas vezes mais os olhos, para locais variados. A duração das fixações dos menos habilidosos na bola
foi mais curta; eles também tenderam a fixar o taco no final do balanço para trás. Este comportamento
contrastou sobremaneira com os mais habilidosos que tenderam a fixar mais a bola. No momento do contato
do taco com a bola, os mais habilidosos fixaram um ponto logo abaixo da bola. No geral, os dados indicaram
que haveria probabilidade maior de sucesso na tacada se os sujeitos fixassem a bola na fase de balanço para
trás/para frente, o que concorda plenamente com as instruções dadas pelos técnicos de golfe.
Vickers (1996a) estudou arremessos de lance livre do basquetebol em experts (precisão acima de
75%) e quase-experts (precisão abaixo dos 60%). Os dados foram codificados para indicar a localização da
fixação, o número e a duração das fixações durante as quatro fases (preparação, pré-arremesso, arremesso e
vôo) de arremessos com e sem sucesso. Os jogadores experts exibiram movimentos da cabeça menos
freqüentes, menor número de fixações e uma duração da fixação mais longa no aro durante as fases de
preparação e pré-arremesso. Vickers criou neste estudo o conceito de “olho quieto” (OQ, do termo inglês
quiet eye). OQ foi definido como o período de tempo do início da fixação final em uma localização crítica da
cena até o primeiro movimento observável das mãos na ação do arremesso. O fato de OQ ser anterior ao
início do movimento é importante porque assume que a fixação é utilizada para processar aspectos críticos da
imagem e definir parâmetros da ação a ser executada; uma vez que o movimento é iniciado, tem pouca
chance de correção. Esta definição é compatível com a noção de programa motor (e.g., Schmidt & Lee,
1999) e conecta os aspectos perceptivo e motor da ação.
Os resultados indicaram que os experts mostraram um OQ mais longo do que os quase-experts.
Após o início do movimento do braço, os experts afastaram suas fixações do alvo mais cedo do que os quase-
experts, usando mais fixações, piscando mais e apresentando maior incidência de movimentos da cabeça
durante as fases de arremesso e vôo. Para explicar estes resultados, Vickers formulou a hipótese da
localização-supressão, que estabelece que uma duração de fixação longa numa localização alvo (como o aro
do basquetebol) é necessária inicialmente. Então o movimento dos braços deveria ser iniciado lentamente na
fase pre-arremesso para possibilitar a manutenção da fixação. OQ para os arremessadores experts foi em
média 972 ms nos acertos e 806 ms nos erros; para o grupo de quase-experts a média foi de 400 ms em
ambos acertos e erros. Finalmente, na fase de arremesso, a fixação deveria ser terminada para dar lugar à
supressão da visão, com piscadas e movimentos sacádicos, para evitar interferência visual na execução da
tarefa (Vickers, 1996a).
Vickers e Adolphe (1997) estudaram os atletas de voleibol do time nacional canadense na tarefa de
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recepção e passe. OQ foi operacionalmente definido como a duração da perseguição visual da bola antes do
primeiro passo do atleta em direção da bola. OQ para os recebedores experts (média de precisão da recepção
de 65%) foi de 432 ms enquanto que os quase-experts (precisão média de 50%) não apresentaram tal
característica. Os experts não iniciaram a passada até o término da perseguição visual da bola, o que durou
aproximadamente meio segundo. Os quase-experts iniciaram seus primeiros passos antes do início da
perseguição visual da bola e freqüentemente antes do saque ser executado. O início da perseguição visual foi
anterior e a duração mais longa para os experts do que para os quase-experts. Nenhum dos grupos perseguiu
a bola com o olhar até o contato com os braços, o que está em concordância com estudos prévios (e.g., Bahill
& LaRitz, 1984). Duas outras características motoras dos quase-experts foram também encontradas:
incidência mais alta de passos corretivos e recepção da bola em localizações que não eram consideradas
ótimas. Ambos comportamentos motores estiveram associados com as falhas na perseguição visual nos
estágios iniciais do vôo da bola e deste modo não puderam antecipar a localização e velocidade da bola no
contato apropriadamente.
Ripoll e Fleurance (1988) analisaram o comportamento visomotor de jogadores de tênis de mesa de
elite executando três batidas distintas (forehand, forehand com top spin, e backhand). Os resultados
confirmaram não ser necessário seguir a bola por toda sua trajetória. Os jogadores mantiveram a perseguição
da bola somente na parte inicial da trajetória. A natureza da perseguição variou de acordo com o tipo de
batida: a bola foi seguida mais freqüentemente e por um período de tempo mais longo quando moveu-se na
direção da linha central do corpo do jogador (batida backhand) do que quando a bola moveu-se lateralmente
em relação ao corpo (batidas forehand e forehand com top spin). O olhar foi também mantido na bola
durante o contato bola-raquete na condição em que a bola foi direcionada lateralmente. Os resultados
sugeriram que o comportamento do olhar foi determinado pelas restrições externas da batida, como a
excentricidade da trajetória da bola em relação à linha central do corpo do sujeito e a dinâmica do contato da
bola com a raquete, que afetaram a precisão da batida. Para explicar estes resultados, Ripoll e Fleurance
(1988) propuseram um mecanismo de estabilização dos olhos e da cabeça (EOC), que ocorreu durante a
porção final do vôo da bola. Antes do contato final, entre o segundo toque da bola na mesa e o contato com a
raquete, os olhos estiveram estáveis e alinhados com a orientação da cabeça. A cabeça e os olhos foram
posicionados antecipadamente e mantidos no local de contato da bola com a raquete. Esta estabilização
ocorreu mais freqüentemente quando a bola foi projetada lateralmente ao corpo do sujeito e, principalmente,
quando a própria batida exigia um grau mais elevado de precisão (forehand com top spin).
Rodrigues, Vickers e Williams (1999) analisaram os movimentos dos olhos de seis jogadores
experientes em tênis de mesa, sob níveis distintos de pressão temporal. A tarefa dos sujeitos era responder a
um saque, retornando a bola para um de dois alvos (65 x 40 cm) colocados nos cantos do outro lado da mesa.
O alvo correto (direito ou esquerdo) era indicado para o sujeito através de uma dica visual (luz vermelha,
localizada ao lado de cada área alvo), em momentos diferentes para cada condição de pressão temporal: 1)
Pré-dica – dica apresentada antes do saque; 2) Dica inicial – dica apresentada no início do vôo da bola
(aproximadamente 530 ms antes do sujeito tocar a bola com a raquete); e 3) Dica final – dica apresentada no
final do vôo da bola (aproximadamente 350 ms antes do sujeito tocar a bola com a raquete). Este estudo
combinou a noção de longa perseguição visual antes da ação (Vickers, 1996a; Vickers & Adolphe, 1997)
com a estabilização dos olhos-cabeça durante a ação (Ripoll & Fleurance, 1988). A duração do movimento
de perseguição visual da bola, antes do início do movimento do braço para frente (OQ) e a duração da
estabilização do olhar e da cabeça na fase final do vôo da bola (EOC) foram os comportamentos visuais
medidos. Os resultados indicaram que a duração de OQ diminuiu e a duração de EOC aumentou à medida
que a dica visual foi mais atrasada. O percentual de acertos foi significativamente reduzido somente na
condição de dica final. Estes resultados sugerem que, na condição de dica inicial, o sistema perceptivo-motor
foi capaz de compensar a pressão temporal, reduzindo OQ e aumentando EOC, e desta forma manter os
níveis de precisão da resposta. Na condição de dica final, a redução ainda maior de OQ e aumento de EOC
não foram suficientes para produzir os mesmos resultados, dados os níveis extremos de pressão. A
flexibilidade na aquisição da informação visual viabilizou o rearranjo na duração das variáveis medidas
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quando a pressão temporal foi suportável (condição de dica inicial). No entanto, o sistema perceptivo-motor
entrou em colapso quando a pressão temporal foi excessiva (condição de dica final), e uma espécie de
“congelamento” ocorreu, reduzindo drasticamente a movimentação dos olhos e da cabeça.
As funções dos comportamentos OQ e EOC foram comparadas, respectivamente, aos sistemas
visuais para percepção (ventral) e para ação (dorsal), propostos por Milner e Goodale (1995). A visão para
percepção, que gera representação cognitiva da cena, estaria ocorrendo durante OQ, o período de visão
central da bola. A visão para ação, que estabelece a posição tridimensional da bola em relação ao sujeito
quando o objetivo é agir, estaria ocorrendo durante o período de EOC, no qual a imagem da bola vai para a
periferia visual. Esta interpretação é reforçada por evidências que associam a visão central ao processamento
no sistema ventral e a visão periférica ao processamento no sistema dorsal em macacos e humanos (Goodale
& Haffenden, 1998).
A revisão destes estudos sobre estratégias de busca visual procurou mapear esta área de pesquisa,
descrevendo os protocolos e respectivos resultados de estudos com slides e filmes, estudos de oclusão do
evento e estudos de campo. As características da duração, freqüência e localização de comportamentos
visuais, como a fixação e a perseguição, de atletas experientes e iniciantes, foram descritas essencialmente
com ênfase na perspectiva cognitiva e no modelo de processamento de informações. A próxima seção busca
situar o dado sobre movimento dos olhos no contexto da Psicologia Ecológica.
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