ERRATA

p.40 - no fim do último parágrafo onde se lê “e, finalmente, 1 Unidade de

Conservação - denominada Parque dos Manguezais com
aproximadamente 240 ha entre a lâmina d*água e os mangues, bem
próxima do centro da Cidade", leia-se "tendo, finalmente, no seu entorno, a
Unidade de Conservação denominada Parque dos Manguezais com
aproximadamente 240 ha entre a lâmina d’água e os mangues, bem
próxima do centro da Cidade”.

p.72 - o final do texto da Praça Artur Oscar é: "Destinada ao uso

contemplativo e ao descanso, esta Praça oferece um cenário acolhedor,
que é reforçado pela tradicional paisagem do bairro do Recife, à sombra
de frondosas árvores - figueiras, oitizeiros, amendoeiras além de
casuarianas. É frequentada por diversos grupos sociais, de várias taxas
etárias, atraídos por interesses diversos, como espetáculos de dança,
festivais de música, feiras de artesanato, atividades integrantes ido
Programa de Revitalização do Recife.
Ana Rita Sá Carneiro
Liana de Barros Mesquita

Colaboradores
Elba de Albuquerque Souto
Lúcia Maria de S. C. Veras
Neide Mota de Azevedo
Erika Audet de Almeida
Fábio Cavalcanti

Prefeitura da Cidade do Recife

Universidade Federal de Pernambuco

Recife, 2OOO
Prefeitura da Cidade do Recife - PCR Lúcia Maria de Siqueira Cavalcanti Veras
Prefeito Arquiteta, mestra em Geografia pela UFPE,
Roberto Magalhães prof. do DAU/UFPE, técnica da SEPLAM/PCR
Vice-Prefeito Marccus Vinícius Alves
Raul Jean Henry Jr. Biólogo, doutorando em Botânica pela USP,
Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Meio prof. do Depto. de Botânica da UFPE
Ambiente - SEPLAM Neide Mota de Azevedo
Secretária Arquiteta, especialista em Planejamento
Celecina Pontual Urbano e Regional pela OEA/Universidade do
Secretária Adjunta Peru
Margarida Monteiro
Diretoria Geral de Desenvolvimento Urbano e Estagiários de Arquitetura:
Ambiental - DIRBAM Anna Karla Arruda - PCR
Diretor Clarissa Duarte - CNPq
Ronald Fernando Albuquerque Vasconcelos Diogo Longhi - LAP
Divisão de Planos e Ações Ambientais - DPA Fábio Cavalcanti - LAP
Diretora Fernanda Torres - CNPq
Elba de Albuquerque Souto Isis Cavalcanti - CNPq
Jedil Braga - PCR
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Reitor REVISÃO DE TEXTO E NORMALIZAÇÃO
Mozart Neves Ramos Norma Baracho Araújo, Pedro Américo de
Vice-Reitor Farias e Lenilda Silveira - PCR
Geraldo José Marques Pereira
Diretora do Centro de Artes e Comunicação - CAC GEOPROCESSAMENTO
Gilda Maria Lins de Araújo Coordenador
Chefe do Depto.de Arquitetura e Urbanismo - DAU Engenheiro Kléber Ramos
Geraldo Gomes Diretoria de Controle Urbano - DIRCON/PCR
Coordenadora do Laboratório da Paisagem - LAP Estagiários
Ana Rita Sá Carneiro Anna Karla Arruda e Jedil Braga

EQUIPE TÉCNICA DIGITALIZAÇÃO DAS PLANTAS

Coordenação Geral Isis Cavalcanti
Ana Rita Sá Carneiro
Coordenação do trabalho de campo DESIGN GRÁFICO
Erika Audet de Almeida Maria Teresa Lopes e Marcela UAmour

Pesquisadores: Agradecimento aos colegas que contribuíram

Ana Rita Sá Carneiro
Arquiteta, doutora em Planejamento da
Paisagem pela Oxford Brookes University, prof.
do DAU/UFPE
Elba de Albuquerque Souto
Arquiteta, mestra em Planejamento Ambiental
para Países em Desenvolvimento pela The
University of Nottingham, técnica da
SEPLAM/PCR
Erika Audet de Almeida
Arquiteta, mestranda em Desenvolvimento
Urbano pela UFPE
Liana de Barros Mesquita
Arquiteta, especialista em Ecologia Urbana pela
UFPE, consultora da SEPLAM/PCR
com informações, ao LABORIAU e ao SOP do
DAU/UFPE, em especial, aos fiscais da
EMLURB.
SÁ CARNEIRO, Ana Rita; MESQUITA, Liana de Barros.
Espaços Livres do Recife / Ana Rita Sá Carneiro; Liana
de Barros Mesquita; colaboradores Elba Sooto, Lúcia
Veras, Neide de Azevedo, Erika de Almeida, Fábio
Cavalcanti. - Recife: Prefeitura da Cidade do Recife/
Universidade Federal de Pernambuco, 2000.
1. Espaços Livres 2.Paisagem 3.Urbanismo
CDD712
“0 jardim ordenado, nos espaços urbanos de hoje, é
um convite ao convívio, à recuperação do tempo real
da natureza das coisas, em oposição à velocidade
ilusória das regras da sociedade de consumo.
0 jardim pode e deve ser um meio de conscientização
de uma existência na medida verdadeira do homem,
do que significa estar vivo. Ele é um exemplo da
coexistência pacífica das várias espécies, lugar de
respeito pela natureza e pelo outro, pelo diferente: o
jardim é, em suma, um instrumento de prazer e um
meio de educação.”

Roberto Burle Marx

Arte e Paisagem, 1987
 7 > > APRESENTAÇÃO

9> > 1 OS VERDES URBANOS NO DELINEAMENTO DA PAISAGEM DO RECIFE

10 > 1.1 Visão primordial do Recife
10 > 1.2 A arte recifense da paisagem
11 > 1.3 sítio urbano e as unidades ambientais
14 > 1.4 As unidades de conservação e os demais espaços livres na estruturação da
Paisagem do Recife
15 > 1.5 Uma perspectiva para o tratamento da paisagem do Recife

19 > > 2 A PESQUISA ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

20 > 2.1 Objetivos e objeto da Pesquisa
20 > 2.2 Metodologia

23 > > 3 TIPOLOGIA E CONCEITOS REFERENTES AOS ESPAÇOS LIVRES

25 > 3.1 Classificação dos espaços livres do Recife
26 > 3.1.1 A categoria dos espaços livres públicos; o conjunto dos espaços livres de equilíbrio
sumário

ambiental: o conjunto dos espaços livres de recreação

29 > 3.1.2 A categoria dos espaços livres potenciais

Espaços Livres do Recife

 31 > > 4 UMA LEITURA DA CIDADE DO RECIFE

32 > 4.1 Marcos referenciais da pesquisa espaços livres do Recife

34 > 4.2 Leitura do Recife através dos seus espaços livres

53 > > 5 UMA AMOSTRA: PARQUES E PRAÇAS

55 > 5.1 Parques da amostra

69 > 5.2 Praças da amostra
123 > 5.3 Algunstipos-padrão de praças

125> > 6 ANEXOS

126 > Lista doô espaços livres do Recife

134 > Lista dos espaços livres da amostra
134 > Lista de tabelas
135 > Lista de mapas
135 > Lista de ilustrações

137 > > 7 BIBLIOGRAFIA

sumário

Espaços Livres do Recife

Um Recife diferente, visto através dos seus
espaços livres, eis o que nos revela a Pesquisa
Espaços Livres do Recife, cujos frutos são o
Mapa Georreferenciado dos Espaços Livres e o
presente documento que esta Secretaria de
^anejamento, Urbanismo e Meio Ambiente
edita. Isso significa o reconhecimento do método
que ora se inaugura da leitura da paisagem
urcana, através daqueles espaços, em que
prevalecem os componentes naturais,
"normente os seus verdes urbanos.
Pesutado de uma bem-sucedida parceria entre
: Laooratório da Paisagem do Departamento de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade
-ederal de Pernambuco e a Diretoria de
Desenvolvi mento Urbano e Ambiental, desta
Secretaria, a Pesquisa em apreço possibilitou a
cientfca cão e a conceituação dos espaços livres
do Recife, a partir da sua realidade objetiva e da
adequação à atualidade científica brasileira e
internacional. Isso, sem deixar de traçar-lhes um
breve panorama histórico das transformações a
que esteve sujeita a paisagem recifense, com
ênfase na cobertura vegetal, secundariamente
nos recursos hídricos e nas unidades
ambientais. Estabelecidos ‘ os alicerces
conceituais e históricos, feita a localização e a
distribuição desses espaços, segundo as 6
regiões político-administrativas municipais, a
leitura da Cidade conferiu-lhes não só os
aspectos quantitativos como qualitativos,
mostrando a importância que assumem na
paisagem urbana do Recife, como elementos de
recreação e de equilíbrio ambiental, na
estruturação e articulação dos demais espaços
urbanizados no todo e entre si.
 O documento se conclui com uma amostra
representativa desses espaços, configurada
através dos parques e das praças mais
significativas - um total de 43 espaços com sua
história, seus aspectos ambientais, suas
características quanto ao traçado, vegetação,
uso, mobiliário e características do entorno.

Por fim, vale a pena destacar o fato promissor de

que, mesmo tendo sua vegetação nativa reduzida
a 1% da cobertura vegetal primitiva, hoje a
superfície destinada aos espaços livres públicos

ascende a 30% do território recifense.

Celecina Pontual

Secretária de Planejamento,
Urbanismo e Meio Ambiente
apresentação

08 Espaços Livres do Recife

 V,

ô^8sied
 1 OS VERDES URBANOS NO DELINEAMENTO DA PAISAGEM DO RECIFE
1.1 A visão primordial do Recife
"No princípio era o mar, ...os deltas dos rios, os
arrecifes de arenito. (...) mar construía suas
praias e restingas, e os rios formavam 'ilhas e
coroas' por entre as quais passavam a divagar,
lançando braços em muitas direções, enquanto
que o manguezal facilitava a sedimentação e a
fixação dos aluviões".
Seria esta a primeira paisagem vislumbrada do
Recife pelo viajante que aqui chegasse no início
do século 16, de que fala Ambrósio Fernandes
Brandão: a visão dos verdes marinhos, do
ancoradouro de águas mansas, dos rios e ilhas
estuarinas, aos pés da imensidão da mata.
1.2 A arte recifense da paisagem
O Recife foi, provavelmente, o primeiro núcleo
urbano a dispor de arborização de rua no
continente, durante a colonização holandesa no
século 17, graças à iniciativa do Conde Maurício
de Nassau, a quem também se credita a criação
do pioneiro Parque de Friburgo, um jardim
renascentista que lhe guarnecia o palácio de
igual nome, na porção norte da Ilha de Antônio
os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife
Vaz, onde hoje se encontra a Praça da República.
Coube-lhe, também, começar o cultivo ordenado
de coqueiros nas ruas da recém criada Cidade
Maurícia, a primeira cidade planejada do país e
erguida de acordo com uma proposta do
arquiteto Pieter Post, que absorveu o chamado
Terreiro dos Coqueiros, um largo então plantado
com coqueiros, que viria a ser a Praça da
Independência.
Assim, o cultivo das áreas públicas iniciou-se
aproximadamente um século após a chegada
dos colonizadores portugueses às terras
1 Espaços Livres do Recife
pernambucanas, embora o plantio de espécies
vegetais exóticas ocorresse desde cedo,
ocupando as áreas antes dominadas pelas
formações florísticas do litoral e da mata
pernambucana com os canaviais, as roças e
fazendas de subsistência, além dos currais de
gado implantados. Foram estes primeiros
colonos que introduziram um utilíssimo e regular
intercâmbio de espécies vegetais e animais de
interesse alimentar e econômico entre a
metrópole, o Brasil e as conquistas portuguesas
da Ásia e da África - origem, aliás, da nossa
agroindústria açucareira e da agro-pecuária, no
século 16. Tal intercâmbio durou todo o período
colonial, com uma interrupção ou retração no
período holandês, ante a prioridade atribuída por
Nassau à pesquisa e ao registro cientí­
fico e artístico dos recursos naturais de nossa
terra.
Após a expulsão dos holandeses, em 1654, as
importações de plantas foram retomadas e
intensificadas no século 18, iniciando-se a
criação de hortos ou jardins de aclimação, a
exemplo do Jardim Botânico de Olinda - o Horto
D'el Rey, no início do século 19.
Todavia, o descaso pela cobertura vegetal dos
espaços públicos, no princípio meras clareiras
em meio à grande floresta tropical, viu-se
grandemente compensada pelo plantio privado,
primeiro ao redor das moradias - fruteiras,
pequenas hortas e jardins - origem dos quintais e
dos belos jardins dos nossos avós, tão ricos de
plantas úteis e ornamentais. Alguns nomes de
ruas guardaram-lhes a reminiscência, como é o
caso da Rua do Jardim, das Hortas, das
Laranjeiras nos bairros de São José e Santo
António, da Rua do Jasmim nos Coelhos, entre dos jardins proposta e testada por Burle Marx
outras. nas praças de Casa Forte, do Derby, do
□ século 19 marcou o reinicio da arborização Entroncamento; no Cactário da Madalena, hoje

pública no Recife, sobretudo na sua segunda Praça Euclides da Cunha; nos Jardins do Palácio

metade, coincidindo, aliás, com o despertar do do Campo das Princesas. Em todas elas se

gosto pelas praças e passeios públicos, alguns encontra a marca do gênio de Burle Marx: a
executados primorosamente. São exemplos: a assimilação dos condicionantes da paisagem
praça da República, onde antes existiu o Parque regional, o emprego da flora autóctone, o
de Friburgo, o Passeio Público localizado no respeito pelo meio ambiente e pela cultura local.
Largo do Colégio dos Jesuítas, a atual Praça
Dezessete, a Praça Maciel Pinheiro, pequena jóia 1.3 0 sítio urbano e as Unidades Ambientais
encravada na Boa Vista e a Praça Visconde de
0 sítio do Recife apresenta grande variedade de
Mauá, já no início do novo século. Esse período
ecossistemas dentro das zonas fitogeográficas
também foi marcado pelo notável
do litoral e da mata do Estado de Pernambuco, as
desenvolvimento dos jardins privados que
quais se desdobram em quatro subzonas, a
acompanharam a construção das novas casas e
saber: a marítima, a da praia, a das restingas e a
mansões de veraneio, em locais aprazíveis que
dos manguezais que caracterizam os ambientes
progressivamente se tornaram residências
aquáticos, além das subzonas da planície e dos
permanentes: na Madalena, Ponte d'Uchôa, no
morros (Fig.1 ].
Poço da Panela e Monteiro, entre outras
localidades do Recife.
As primeiras décadas do século 20 assinalaram
o grrefecimento da febre paisagística anterior,
embora surgisse entre 1924 - 26 uma das mais

os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife

belas e românticas praças do Recife, a Sérgio
Loreto, no coração do bairro de São José
e, em 1939, o Parque 13 de maio, que teve seu
primeiro projeto formulado sessenta anos antes
da sua implantação.
0 ano de 1935 registrou uma nova fase aúrea na
tradição recifense dos jardins, tendo como
expoente o paisagista Burle Marx que chefiou a
Diretoria de Parques e Jardins da antiga
Repartição de Obras Públicas de Pernambuco,
ocasião em que revolucionou a arte paisagística
brasileira. Do Recife emergia a nova concepção

Espaços Livres do Recife 11

 Figura 1: mapa das unidades ambientais

AMBIENTES DOS MORROS

Mi Chãs/Tabuleiros
Colinas

AMBIENTES LITORÂNEOS

AMBIENTES DAS PLANÍCIES

80 Baixo Estatuário
Ml Planície

AMBIENTES AQUÁTICOS
Corpos d’água
Ml Mangues atuais
os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife

FONTE SECRETARIA DE PLANEJAMENTO. URBANISMO E MEIO AMBIENTE

12 Espaços Livres do Recife

□s ambientes aquáticos compreendem as áreas
formadas pelas águas salgadas superficiais do
Oceano Atlântico e pelas águas doces dos rios,
canais, lagoas e açudes. Dessa forma, o Recife
conta com mais de 500 km de convivência direta
do homem com a água. Quase todos os bairros
da Cidade, sejam ricos ou pobres, antigos ou
novos, sâo atravessados por rios dentre os quais
se destacam o Capibaribe, o Beberibe, o Tejipió e
Figura 2: mapa dos recursos hídricos
o Jordão; por canais, riachos ou córregos; ou
banhados por açudes como o de Apipucos, e
lagoas, como a do Araçá (Fig.2).
Nessa paisagem estão presentes os
manguezais, vegetação típica das áreas
estuarinas nos trópicos, que abrangem cerca de
3,2 km2 de extensão nos bairros do Pina,
Imbiribeira, Jiquiá, Caçote e Boa Viagem.
os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife
Espaços Livres do Recife 13
 A planície, situada entre os morros e o baixo
estuário, estende-se por aproximadamente 50
km2, tendo sido aos poucos urbanizada a partir
dos engenhos, aí surgindo as primeiras
povoações que se transformaram nos nossos
bairros de Casa Forte, Monteiro, Várzea, Barro,
Areias, Cordeiro, Engenho do Meio, Beberibe,
Madalena, Torre,entre outros.
A unidade ambiental dos morros estende-se a
norte, a oeste e a sudoeste da Cidade, a partir do
bairro do Cajueiro, passando pelos morros de
Casa Amarela, Macaxeira, Dois Irmãos, Curado,
Tejipió, Ibura, até o do Jordão e se prolongam
pelas chãs e tabuleiros dos bairros de Guabiraba
e Pau Ferro que constituem a porção noroeste
do Município e apresenta ainda grandes espaços
semi-rurais.
1.4 As unidades de conservação e os demais
espaços livres na estruturação da paisagem do
Recife
Apenas algumas relíquias da vegetação nativa do
Recife restam hoje, correspondendo às atuais
os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife
unidades de conservação, as quais representam
menos de 1% da sua cobertura nativa original.
São ao todo 21 unidades de conservação: Lagoa
do Araçá/lmbiribeira, Parque dos Manguezais,
Vila Tamandaré/Areias, Parque do Rio Jordão,
São Miguel/Afogados, Parque do Jiquiá, Ilha
Joana Bezerra, Mata do Barro, Engenho Uchôa,
Mata da Várzea, Jardim Botânico do Curado,
Reserva Ecológica de Dois Unidos, Reserva
Ecológica de Dois Irmãos, Guarabira/ Pau Ferro,
Caxangá, Praia do Pina/Boa Viagem, Sítio dos
Pintos, Matas da Várzea/Curado, Mata do
Círculo Militar, Iputinga/Apipucos, Área
14 Espaços LivreB do Recife
Estuarina do Rio Capibaribe.
Consideradas pulmões verdes da Cidade,
representam 30,7% dos aproximadamente 220
km2 da área do Município e possuem grande
importância paisagística e ambiental visto que
são, teoricamente, compostas de
remanescentes do ecossistema original da
Cidade, na maior parte localizadas em
propriedades privadas.
Definidas como ilhas remanescentes do sítio
natural, sugerem o desenvolvimento de
corredores verdes estruturadores, que se
identificam como linhas de força na paisagem, à
medida que se percorre a Cidade, fazendo sua
leitura: o cordão de morros, onde ainda resistem,
preservados, remanescentes de Mata Atlântica;
a faixa de praia e o rio Capibaribe como uma
constante na paisagem do Recife, daí
achar-se intimamente ligado a sua vida urbana
[Fig.3). Foi também ao longo desse rio que
surgiram vários subúrbios, de forma dispersa,
quando, aos poucos, os antigos senhores de
engenho se desfaziam de suas terras, o que deu
início, a partir dos fins do século 18, à
estruturação dos bairros até hoje presentes na
história do Recife.
Ao confrontar o que resta da paisagem natural
do Recife à sua configuração urbana atual,
incluindo os espaços livres existentes, observa-
se que as unidades de conservação, ou seja, os
ecossistemas remanescentes do sítio natural,
oferecem um cenário bastante diversificado de
formas e paisagens em quase toda extensão da
Cidade. Isso sugere a necessidade de sua
integração com os espaços livres criados, a fim
de que funcionem articulados com a totalidade
dos elementos da estrutura urbana do Recife,
estabelecendo-lhe um vínculo duradouro com a
natureza - um dos pré-requisitos para que esta
Cidade se desempenhe de maneira ecológica e
economicamente sustentável.
1.5 Uma perspectiva para o tratamento da
paisagem do Recife
A cidade do Recife vem utilizando de forma
bastante modesta os seus recursos naturais - o
mar, os rios e o cordão verde dos morros que
margeia a planície onde se concentra a sua
malha urbana, como também, os seus espaços
livres. De acordo com o Mapa das Unidades
Geológicas do Recife [1995], os maiores
problemas ambientais na Cidade resultam da
sua expansão desordenada, feita a partir de
aterros e desmontes sucessivos, que vem
modificando a paisagem natural, dificultando a
drenagem, além de outros fatores que causam
inundações, erosão marinha, queda de morros e
a contaminação dos mananciais.
Os rios Capibaribe e Beberibe, por exemplo,
estão a merecer cuidados que permitam
devolvê-los ao usufruto da população, tal como
ocorria no passado quando eram pontos de
encontro, proporcionavam descortino
panorâmico e passeios ao longo de suas
margens, banhos, pescaria, transporte de
oessoas e de carga. Sem o devido tratamento
□aisagístico e ecológico, passaram a ser lugares
2”opícios à ocupação informal de populações
carentes, agravando a poluição hídrica e a
descaracterizaçáo da paisagem.
Alguns dos parques e praças existentes na
Cidade possuem aspecto de abandono pela falta
de prioridade política atribuída à sua
manutenção, sem que a comunidade se
manifeste, reaja. Há, felizmente, fortes indícios
do despertar da consciência ecológica local no
quetange às questões do meio ambiente.
A proposta pelo poder executivo da Política do
Meio Ambiente entre 1992-96, seguida da
sanção das Leis de "Uso e Ocupação do Solo",
LUOS, no. 16.176/96, e do "Código do Meio
Ambiente e do Equilíbrio Ecológico da Cidade do
Recife", no. 16.243/96, ambas demandando
regulamentação, evidenciaram a necessidade de
estudos para dar seqüência e objetividade ao
planejamento ambiental da Cidade. É importante
assinalar, porém, que não só no Recife, mas nas
cidades brasileiras, em geral, inexiste ainda uma
prática consagrada do tratamento da paisagem
urbana como um todo, incluindo os espaços
livres. Nas ações governamentais, tanto local,
como nos planos diretores urbanos, esses
espaços representam, comumente, áreas
residuais em meio a áreas edificadas ou
destinadas à edificação, originando a má
distribuição e configuração da cidade. Relacionar
os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife
os espaços livres com os espaços edificados é
essencial para o reencontro de equilíbrios
perdidos e a harmonia ambiental,
principalmente, em territórios notadamente
urbanizados ou, em parte, desordenados.
As condições de insalubridade ambiental e de
deterioração da nossa paisagem urbana, devido
à implantação inadequada de indústrias e de
nucleações, surgidas sob as pressões da política
econômica e das migrações rurais na década de
1950, teriam sido possivelmente atenuadas,
caso houvesse sido executado algum plano ou
Espaços Livres do Recife 15
 ação preventiva relacionada à preservação e à contribuir para o planejamento urbano e
integração dos espaços verdes da Cidade. À ambiental do Recife - uma análise que ora é
propósito, o Central Park, em Nova York, criado lançada à consideração dos seus gestores e
em 1845 por Olmsted, é um dos primeiros habitantes, enfim de todos que se interessam
exemplos de obras com este objetivo: um espaço pelo bem-estar das pessoas nesta e em outras
nuclear, situado no centro da cidade, com a cidades.
finalidade de concretizar o seu papel de pulmão
verde na purificação da atmosfera poluída - uma
aplicação de um conceito higienista que se
revelou eficaz no caso americano.
Na Europa, com ênfase na Grã-Bretanha, e
também, nos Estados Unidos, a recente
intensificação dos debates em torno da
importância dos espaços livres, ressalta o
reconhecimento da necessidade desses
espaços, em quantidade e qualidade, nos centros
urbanos. A melhoria da qualidade de vida nas
cidades, numa época em que a população se
concentra cada vez mais em áreas urbanas,
constitui uma preocupação mundia. Um exemplo
disso é o Plano Verde de Lisboa de 1997, que
propõe uma estratégia de desenvolvimento
urbano com políticas voltadas à qualificação do
espaço urbanizado, expandindo o número e a
os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife

participação ou presença de espaços livres,

vislumbrando a qualidade de vida como
conseqüência das “intervenções do
planejamento urbanístico, das opções de
desenvolvimento e de que as atitudes de gestão
urbana sejam criativas e equilibradas para que
resultem na promoção da qualidade do
ambiente”.
Tais considerações justificam a importância da
Pesquisa Espaços Livres do Recife, através da
qual foi possível realizar uma primeira leitura da
Cidade, a partir desses espaços, de modo a

16 Espaços Livres do Recife

Figura 3 : mapa das linhas de força

Linha de Força
da Faixa de Praia

Linha de Força
do Rio Capibaribe

Linha de Força
do Cordão Verde

os verdes urbanos no delineamento da paisagem do recife

NORTE

O Cordão Verde é reforçado pela

maioria dos parques metropolitanos e
pelas unidades de conservação da Cidade,
com significativa cobertura vegetal:

PARQUES UNIDADES DE COSERVAÇÃO

1. Parque do Timbó 10. Guabiraba/Pau Ferro
2. Parque do Janga 11. Açude de Apipucos
3. Parque Capibaribe 12. Iputinga/Apipucos
4. Parque Dois Irmãos 13. Matas da Várzea
5. Parque do Jiquiá 14. Matas da Várzea/Curado
6. Parque Salgadinho 15. Mata do Círculo Militar
7. Parque Encanta Moça 16. Jardim Botânico do Curado
8. Parque Lagoa Olho d’Água 17. Mata do Barro
9. Parque Nacional Histórico dos Guararapes 18. Engenho Uchôa

Espaços Livres do Recife 17

 ^veS d° recife

Cü
w
D
cr
CD
02
O-
03
 2 A PESQUISA ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

2.1 Objetivos e objeto da Pesquisa através dos espaços livres, os quais, como foi
dito, encerram funções urbanas de recreação e
de equilíbrio ambiental indiscutíveis e implicam,
A Pesquisa Espaços Livres do Recife tem como
decisivamente, na qualidade de vida. Com isso, a
objetivo principal o ordenamento dos espaços
Pesquisa, que está sendo desenvolvida na
livres da Cidade com vistas à sua expansão,
Universidade Federal de Pernambuco, orientou-
segundo as funções de recreação e equilíbrio
se para a criação de parcerias com as
ambiental, uma vez estabelecida uma tipologia
prefeituras locais, desde o planejamento até a
desses espaços e seus conceitos, que
gestão dos espaços livres das cidades envolvidas
possibilitasse integrá-los à escala metropolitana.
e a se efetivar, através do Laboratório da
Paisagem.
Nessa perspectiva procurou-se identificar uma
tipologia de espaços livres públicos existentes
Finalmente, tendo como objeto de estudo inicial a
que servisse de referência na distribuição
rede dos espaços livres da cidade do Recife, esta
territorial desses espaços, de forma a
Pesquisa, em realização no Departamento de
considerar as necessidades da população no
Arquitetura e Urbanismo DAU/UFPE, recebeu
presente e o suprimento, no futuro, das
apoio financeiro da Fundação de Amparo à
deficiências de tais espaços em bairros
Ciência e Tecnologia - FACEPE, e da Prefeitura da
populares mais densos. Além disso, a Pesquisa
Cidade do Recife - PCR, através da Secretaria de
deveria evidenciar os meios para a efetivação
Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente.
adequada das funções paisagístico-ambiental e
Além disso, a Pesquisa recebeu do Conselho
recreativa dos espaços livres, bem como
Nacional de Desenvolvimento Científico e
assegurar que o planejamento se orientasse
Tecnológico - CNPq, bolsas de iniciação científica.
segundo a ótica da conservação urbana,
ressaltando a importância de um
gerenciamento compatível com a política 2.2 Metodologia
a pesquisa espaços livres do recife

traçada. Em suma, que o planejamento e a A Pesquisa Espaços Livres do Recife tomou

execução fossem consentâneos e harmônicos, como pressuposto básico o Cadastro de
portanto, sem contradições. Parques, Praças e Refúgios do Recife elaborado
pela SEPLAM/PCR, em 1995, que cobriu as 6

Todos esses aspectos são importantes na regiões político-administrativas RPAs, desta

interpretação do Recife, na leitura da Cidade Cidade, passando a adotar uma çonceituação

20 Espaços Livres do Recife

básica complementar ao referido cadastro. Das
três categorias cadastradas, apenas os refúgios
não integraram a tipologia utilizada na Pesquisa
atual, por reunir, na maioria do seu conjunto,
áreas bastante heterogêneas, tais como
remanescentes de sistema viário, alguns largos,
pátios e jardins. Na verdade, os refúgios, com
exceção de alguns mais representativos em
dimensão e uso pela população - que foram
incluídos e enquadrados nas outras categorias
adotadas -, constituem parte da área de
circulação de pedestres, excluindo-se, pois, da
nova conceituação.
Documentação nacional e estrangeira, bem
como experiências anteriores da equipe foram
importantes na preparação de uma
conceituação inicial e da relação dos tipos de
espaços existentes, assim como na elaboração
dos instrumentos da Pesquisa: um roteiro de
observação e um roteiro de entrevista com
usuários. O roteiro de observação explorou os
aspectos físico-ambientais, ou seja,
características físicas do entorno imediato,
assim como o estado de conservação, mobiliário
urbano, aspectos quantitativos e qualitativos da
flora e da fauna do espaço livre pesquisado. O
roteiro de entrevista abordou aspectos sócio-
culturais, abrangendo as atividades
desenvolvidas no espaço, o nível de freqüência,
segurança, manutenção, propriedade da área,
quando informal, tipos de freqüentadores, e
proximidade de outros locais de recreação. Esse
roteiro de entrevista foi aplicado apenas no
projeto piloto testado na RPA 4.
As etapas da Pesquisa foram as seguintes:
• Levantamento de campo
Incluiu visitas programadas aos diferentes
tipos de espaços livres. Para tanto contou
com a colaboração dos fiscais da Empresa
de Manutenção e Limpeza Urbana -
EMLURB -, que dispunham de
conhecimento profundo do espaço da
Cidade. Por isso exerceram o papel de
guias, identificando além das praças e
parques existentes, mesmo em caráter de
abandono, outras áreas definidas como
ponto de encontro onde a população
costuma se reunir para jogar e conversar,
locais que incluem os conhecidos campos
de pelada e os recantos, chegando até a
registrar alguns terrenos baldios com
potencial de uso para recreação. O
levantamento dos parques e praças
consistiu no preenchimento do roteiro de
observação, em fotografias e esboço do
traçado do espaço livre. Os outros tipos de
espaços tais como pátios, largos,
cemitérios, campi universitários, quadras
polivalentes e jardins foram visitados e
registrados em listas especiais.
a pesquisa epaços livres do recife
• Análise e geoprocessamento de dados
Consistiu no aprofundamento da
conceituação dos diversos tipos de espaços
livres, a partir do levantamento de campo,
classificação dos espaços em conjuntos
homogêneos e confecção do mapa
Espaços Livres do Recife 21
 Georreferenciado dos Espaços Livres do
Recife, bem como montagem de tabelas e
gráficos. Após a organização e análise dos
dados foi possível escolher a amostra dos
espaços livres mais representativos a
partir de critérios - importância histórica,
intensidade de uso, relação com as
edificações do entorno, localização,
dimensão, desenho e composição vegetal -
de que resultou a seleção de 43 espaços
públicos, sendo 7 parques e 36 praças.
Esses espaços expressam exemplos
importantes do paisagismo do Recife,
incluindo quase todos os parques, por
constituírem um conjunto reduzido, tudo
apresentado através de texto, fotografia e
desenho do traçado. A amostra
corresponde a 20% do conjunto de
parques e praças pesquisado.

• Seminário Espaços Livres em Cidades do

Nordeste

Realizado a partir da sistematização dos

resultados da Pesquisa, com o objetivo de
avaliá-los e deflagrar o debate no Nordeste.
□ seminário contou com a participação de 5
Estados desta Região e teve como
a pesquisa espaços livres do recife

resultado o documento Espaços Livres em

Cidades do Nordeste - Síntese e Conclusões
reunindo as contribuições dos
participantes.

22 Espaços Livres do Recife

 espaços

QJ

CD
O
4-3
‘S
o

o
 3 TIPOLOGIA E CONCEITOS REFERENTES AOS ESPAÇOS LIVRES
□ espaço urbano, visto sob o aspecto físico, é
comumente considerado como um complexo de
espaços edificados - áreas predominantemente
ocupadas por edificações - e espaços livres,
ambos resultantes de atuações humanas
institucionalizadas ou não e que, em alguns
casos, estão articulados entre si, de acordo com
uma lógica interna, a qual é determinada pelos
condicionantes do meio, pela cultura e o
psiquismo dos seus construtores, ao longo do
tempo.
□s espaços edificados são áreas ocupadas de
forma significativa mente densa pelas
construções que atendem às atividades do meio
urbano: de uso residencial, comercial, industrial,
de serviços de educação, saúde, recreação, etc,
geralmente em proporção direta, em número e
grau de complexidade, ao tamanho e
importância do aglomerado populacional. Em
outras palavras, é o conjunto urbanístico-
arquitetural produzido pelo esforço coletivo das
tipologia e conceitos referentes aos espaços livres
gerações.
Definem-se os espaços livres, no contexto da
estrutura urbana, como áreas parcialmente
edificadas com nula ou mínima proporção de
elementos construídos e/ou de vegetação -
avenidas, ruas, passeios, vielas, pátios, largos,
etc - ou com presença efetiva de vegetação -
parques, praças, jardins, etc - com funções
primordiais de circulação, recreação,
24 Espaços Livres do Recife
composição paisagística e de equilíbrio
ambiental, além de tornarem viável a distribuição
e execução dos serviços públicos, em geral.
São ainda denominados espaços livres, áreas
incluídas na malha urbana ocupadas por
maciços arbóreos cultivados, representados
pelos quintais residenciais, como também pelas
atuais áreas de condomínio fechado; áreas
remanescentes de ecossistemas primitivos -
matas,manguezais, lagoas, restingas,etc- além
de praias fluviais e marítimas. Alguns desses
espaços que, a rigor, devem ser p*reservados
pela municipalidade por suas qualidades
ambientais, muitas vezes, com flora e fauna
próprias, são reservas ou áreas potenciais para
ampliar o conjunto dos espaços livres projetados
e/ou existentes.
A denominação espaço livre está apoiada na
condição de oferecer livre acesso, permitindo às
pessoas agirem livremente, segundo Lynch
[1990]. É ‘livre’ porque não está contido em
edificação, tendo funcionamento sem coerção ou
discriminação e, em alguns casos, garantido por
lei, sem formalidade, obstáculos ou proibições no
tocante ao uso, isento de edificações ou com o
mínimo delas. Apesar da denominação de
espaço livre e espaço aberto serem expressões
equivalentes que traduzem o termo inglês ‘open
spaces’, nesse trabalho adotou-se o termo
espaço livre, ao invés de espaço aberto,
por este já ter seu uso consagrado pela
Universidade Federal de São Paulo - USP, onde
funciona um núcleo pioneiro de estudos nessa
área, além de que o termo parece adequar-se
melhor às condições urbanísticas atuais.
Segundo Lynch, 'open spaces' são espaços para
se desfrutar livre e espontaneamente de
inúmeras atividades, onde se possa agir
normalmente sem empecilho.
Além disso, os espaços livres sugerem uma
leitura diferenciada da malha urbana que deve
ser levada em conta no planejamento, em
especial ao se considerar a abordagem
ecológico-ambiental do centro urbano em
questão. De outro lado, a ocupação espontânea
de um sítio por um aglomerado urbano, deixa
vazios na propriedade particular visando, por
exemplo, à especulação imobiliária ou nas áreas
públicas para preservação, por exemplo, das
margens de rios e canais. Todavia, a morfologia
urbana pode ser determinada, sob a ação de
uma outra dinâmica, vindo a exibir os espaços
livres potenciais criados pela população, a fim de
atender a necessidade de espaços de recreação,
como os campos de pelada e os recantos. A
percepção desse fato evidenciou a necessidade
de caracterizar os diferentes tipos de espaços,
de identificar uma tipologia que mostrasse a
iimagem do que ocorre e pode ser típico do
espaço da cidade do Recife.
3.1 Classificação dos Espaços Livres do Recife
INo Recife, os espaços livres foram inicialmente
classificados segundo seu regime jurídico, e de
acordo com ele, incluídos como espaços de
domínio público.- nacional, estadual e municipal; e
espaços de domínio privado - pertencente à
pessoa física ou jurídica.
Os espaços livres públicos são abertos à
população em geral, sob condições pré-
estabelecidas pelo poder público - parques,
praças, etc - e os espaços livres privados podem
limitar-se tanto ao uso unifamiliar, como ao de
uma coletividade específica - quintais
residenciais, condomínios residenciais, ciubes
sociais, pátios de escolas, de hospitais, etc. Além
desses, há aqueles espaços de domínio público
e/ou privado, tais como as unidades de
conservação, os campi universitários e os
cemitérios. Alguns espaços privados
representativos também foram considerados na
Pesquisa como de influência pública ambiental,
em face do seu usufruto pelos habitantes, como
é o caso de algumas unidades de conservação, e
de alguns imóveis de proteção de área verde -
IPAVs-assim denominados pela Lei 16.176/96.
Por exemplo, o Caxangá Golf Club, no bairro de
Caxangá é considerado um IPAV que possui 64
tipologia e conceitos referentes aos espaços livres
ha de espaço verde concentrado, assim como o
Aeroporto Internacional dos Guararapes, uma
área livre de amenização, ambos espaços de
valorização ambiental. Nessa Pesquisa, a análise
está voltada para duas categorias: os espaços
livres públicos e os espaços livres potenciais.
Espaços Livres do Recife 25
 3.1.1 A categoria dos espaços livres públicos
Os espaços livres públicos do Recife foram
selecionados dentre o conjunto dos espaços
livres desta Cidade, convertendo-se em parte no
objeto da presente Pesquisa. São eles espaços
abertos ao público e podem ser classificados de
acordo com a função primordial que venham a
ter. Três foram as funções primordiais dos
espaços livres públicos identificados durante a
Pesquisa, correspondendo-lhes igual número de
conjuntos desses espaços.
□ primeiro conjunto é o dos espaços livres
públicos de equilíbrio ambiental, que inclui
algumas unidades de conservação - reservas
ecológicas, jardins botânicos, parques nacionais -
além dos cemitérios e campi universitários. No
segundo estão os espaços livres de recreação, a
saber: parques, praças, faixas de praia, largos e
pátios, quadras polivalentes e jardins. Por último,
define-se o conjunto dos espaços livres de
circulação, isto é, as ruas, os refúgios, os
viadutos, os estacionamentos, entre outros. Os
espaços livres de circulação não foram objeto da
tipologia e conceitos referentes aos espaços livres
Pesquisa, dando-se preferência aos espaços
livres vegetados significativamente.
Os espaços livres de equilíbrio ambiental são,
predominantemente, vegetados e cumprem a
importante função de elevar a qualidade
ambiental e visual das cidades, ajudando a
melhorar as condições higiênicas e de saúde
pública e apoiar o descanso e a recreação de
26 Espaços Livres do Recife
seus moradores. Não menos importante, porém,
é a função dos espaços livres como suporte de
recreação e de convívio social, embora careçam,
ainda, de um maior reconhecimento por parte
dos administradores públicos e dos planejadores
urbanos.
Isso posto, cumpre distinguir os significados
atribuídos, na Pesquisa, aos termos lazer e
recreação. Muitas vezes a denominação de
espaços livres de recreação é confundida com a
de espaços livres de lazer. Todavia, a expressão
espaço de lazer é mais abrangente, sendo o
espaço de recreação mais específico. Na
verdade, lazer e recreação são termos que se
equivalem na linguagem comum. Segundo
Dumazedier [1976], lazer vem do latim ‘licere’,
que quer dizer ser permitido, isto é, ser lícito
escolher a maneira de aproveitar a condição de
tempo livre - ver televisão, ouvir rádio, ir ao
cinema. De acordo com ele, recreação é uma das
três funções do lazer, além do descanso e do
desenvolvimento da participação social. Isso
quer dizer que pode haver além do lazer
descanso, e do lazer cultural, um lazer recreativo,
que acontece no momento em que alguém
decide procurar um lugar adequado para realizar
a ação recreativa desejada.
Neste trabalho adotamos a expressão espaço
livre de recreação por ser uma expressão mais
condizente às funções urbanísticas
convencionais de trabalhar, circular, habitar e
recrear, além de estabelecer um vínculo com os
sistemas de espaços livres públicos de uso
comum nos países da Europa e nos Estados
Unidos e, sobretudo, de se relacionar mais de
perto com a maneira de ser da nossa gente.
□s pátios e os largos são espaços consolidados a
partir das necessidades surgidas durante o
processo inicial de ocupação da cidade. Não
obstante, a função das praças nas metrópoles,
muitas vezes, já não seja compatível com as
novas necessidades dos habitantes e do meio
ambiente, uma vez que a alta densidade
construtiva, decorrente da verticalização das
construções, precisa ser compensada com
áreas livres consideráveis, que assumem
dimensão de parques urbanos. Por outro lado, as
praças como pequenos espaços na malha
urbana deveriam ter suas funções protegidas
por lei, inclusive com relação à manutenção do
seu entorno com edificações de até um ou, no
máximo, ’ dois pavimentos, por questões de
escala e proporção.Tais conjuntos merecem ser
conservados como referências e símbolos que
são, enfim, como representação e expressão da
cultura, imprescindíveis na relação estabelecida
pelos moradores com a cidade ao longo do
tempo, conforme refere o Plano Verde de Lisboa
de 1997.
□s espaços livres públicos de equilíbrio ambiental
e de recreação constituem o objeto específico
desta Pesquisa, podendo incluir alguns espaços
privados especiais, conforme será visto a seguir.
■ O conjunto de espaços livres públicos de
equilíbrio ambiental
São espaços livres públicos com significativa
concentração de maciços vegetais - em alguns
casos, com função de proteção de estruturas e
infra-estruturas - remanescentes de
ecossistemas naturais determinantes para o
equilíbrio ecológico. Enquadram-se nessa
categoria determinados espaços de propriedade
privada que assumem funções de interesse
público, como é o caso das unidades de
conservação, dos cemitérios, dos espaços de
valorização ambiental. Esse conjunto abrange:
• unidades de conservação
• cemitérios
• campi universitários
• espaços de valorização ambiental
Unidades de conservação
São porções do território nacional, de domínio
público ou privado, incluindo áreas territoriais
tipologia e conceitos referentes aos espaços livres
com características naturais de relevante valor
ambiental, cultural, paisagístico - mata, corpos
d'água, mangue, restinga - sob regimes especiais
de administração e controle. Esse conjunto deve
ser tratado de forma a estabelecer a
continuidade com os demais conjuntos residuais
do antigo ecossistema através de corredores de
proteção de vias rápidas, de estabilização
biológica de taludes e proteção de linhas d'água.
Espaços Livres do Recife 27
 Cemitérios

São espaços livres públicos ou privados • faixa de praia

geralmente arborizados com destinação • parques
tradicional para repouso dos que morrem,
• praças
podendo converter-se em locais aprazíveis ao
• pátios
silêncio e à reflexão graças à presença de
arborização adequada, inclusive, favorável à • largos

sobrevivência da avifauna urbana. • jardins

• quadras polivalentes

Campi universitários

São espaços livres públicos vegetados e Faixa de praia

contendo edificações de caráter educativo, É o espaço livre com raio de influência
incluindo mobiliário recreativo e áreas de metropolitana que se desenvolve na área
contemplação. litorânea, com vegetação predominante de
coqueiro, podendo conter tanto equipamentos

Espaços de valorização ambiental de esportes - quadras, campos de futebol,

equipamentos de ginástica, pista de skate,
São espaços livres originados de um imóvel que
playgrounds, pista de cooper, pista de patins -
contém uma parcela de vegetação concentrada
quanto de lazer contemplativo - bancos,
e representativa por ser equivalente à superfície
quiosques, pergolados, etc.
aproximada de um parque público da cidade,
com área equivalente ou superior a uma quadra,
e correspondente a 50% da área do terreno. Parques

São espaços livres públicos com função

tipologia e conceitos referentes aos espaços livres

O conjunto dos espaços livres públicos de predominante de recreação, ocupando na malha

recreação urbana uma área em grau de equivalência

superior à da quadra típica urbana, em geral
apresentando componentes da paisagem
Os éspaços livres de recreação, especialmente
natural - vegetação, topografia, elemento
voltados para o desenvolvimento de atividades
aquático-como também edificações, destinadas
recreativas ou lúdicas, incluem:
a atividades recreativas, culturais e/ou
administrativas.

28 tspaços Livres do Recife

Praças
São espaços livres públicos, com função de
convívio social, inseridos na malha urbana como
elemento organizador da circulação e de
amenização pública, com área equivalente à
da quadra, geralmente contendo expressiva
cobertura vegetal, mobiliário lúdico, canteiros e
bancos.
Pátios
São espaços livres públicos definidos a partir de
uma igreja ou outro elemento arquitetônico
expressivo, além do casario antigo aos quais dá
acesso, quase sempre pavimentados e
exercendo a função de respiradouros, de
propiciadores do encontro social e
eventualmente destinados a atividades lúdicas
temporárias.
Largos
São espaçbs livres públicos definidos a partir de
um equipamento geralmente comercial, com o
fim de valorizar ou complementar alguma
edificação como mercado público, podendo
também ser destinados a atividades lúdicas
temporárias.
Jardins
São espaços livres públicos de contemplação
que geralmente se estendem ao longo de rios e
canais, contendo cobertura vegetal
representativa seja arbórea, arbustiva ou
herbácea ou arranjo destes, com a finalidade de
melhoria climática, ambiental e de valorização da
paisagem.
Quadras polivalentes
São espaços livres destinados à prática de jogos,
bastante utilizados pela população, geralmente
nos bairros populares, com revestimento de piso
e quase sempre dispondo de área circundante,
propícia para o encontro e o estar.
3.1.2 A categoria dos espaços livres potenciais
□s espaços livres potenciais, públicos ou
privados, abrangem aquelas áreas com
possibilidades de uso futuro para a recreação ou
momentaneamente dispondo de instalações de
recreação em caráter incipiente, que servem
como indicadores da necessidade de criação de
espaços públicos, e contribuem para evitar
invasão. São espaços livres disponíveis na malha
urbana que não são mantidos pelo poder público
e poderão ser utilizados para implementar e dar
tipologia e conceitos referentes aos espaços livres
coerência à distribuição dos sistemas de
espaços livres, sendo que, em alguns casos,
apesar do uso informal estabelecido, não tem
quaisquer instalações. Apresentam-se como:
• espaços potenciais de valor paisagístico-
ambiental
• campos de pelada
• recantos
Espaços Livres do Recife 29
 • margens de rios e canais Imobiliária, que poderiam ser incorporados

• terrenosvazios provisoriamente ou em caráter definitivo no

conjunto dos espaços de recreação.

Espaços potenciais de valor paisagístico-

ambiental
São espaços livres de importância ecológica e
paisagística que devem ser incluídos no conjunto
de equilíbrio ambiental.
Campos de pelada
São espaços livres distribuídos em toda a malha
urbana, localizados quase sempre em terrenos
privados, sob a supervisão da comunidade,
destinados ao jogo de futebol e a celebrações.
A tipologia dos espaços livres considerados na
Pesquisa, focalizando sua função primordial de
equilíbrio ambiental e de recreação, reúne não só
os espaços livres públicos, mas também os
espaços livres potenciais, seja de propriedade
pública e/ou de propriedade privada que
exercem influência ambiental. Tais espaços
caracterizam a paisagem urbana nas suas
diferentes modalidades de uso pela população,
sendo, portanto, uma tipologia diversificada que
ressalta, também, os traços fisionômicos do
sítio.

Recantos

São espaços livres de caráter aprazível, de

dimensões reduzidas, limitando-se muitas vezes
à copa de uma árvore, situados em nichos de
construção urbana e propícios a reuniões de
moradores para conversas e jogos de mesa.
tipologia e conceitos referentes aos espaços livres

Margens de rios e canais

São espaços livres linearmente dispostos junto

aos corpos d'água que lhes servem de
delimitação, sendo propícios para receber
cobertura vegetal.

Terrenos vazios

São espaços livres disponíveis, geralmente

terrenos privados aguardando especulação

30 Espaços Livres do Recife

recife
 4 UMA LEITURA DA CIDADE DO RECIFE

□ primeiro passo para a leitura da paisagem
urbana do Recife, do ponto de vista dos seus
espaços livres, veio a ser dado no momento em
que foram identificadas como linhas de força da
referida paisagem o Rio Capibaribe, a faixa do
litoral, assim como o conjunto residual de
espaços vegetados constituídos pelas unidades
de conservação que cobrem parcialmente os
morros e descem sobre a planície, a caminho do
baixo estuário. Com isso, iniciou-se uma
abordagem senão inédita, muito pouco
explorada na interpretação da Cidade, à medida
que se buscava aprofundar o conhecimento de
sua realidade urbana, à luz de um inventário dos
diferentes tipos de espaços livres nela
encontrados, a fim de apurar-lhes a
compreensão e de planejá-los adequada e
coerentemente.
bairros. Isso não impede o uso posterior dos
dados levantados, haja vista serem múltiplas e
surpreendentes as possibilidades de
interpretação que oferecem à leitura da Cidade.
Além das linhas de força da paisagem, a
Pesquisa teve como referenciais o Cadastro de
Parques, Praças e Refúgios da Cidade do Recife
de 1995, como também o Cadastro das
Unidades de Conservação do Recife de 1996. O
Cadastro de Parques, Praças e Refúgios do
Recife, que constituiu um importante elemento
de confronto na realização da Pesquisa,
registrou um total de 463 espaços livres
públicos, compreendendo 9 parques, 243
praças e 211 refúgios (Tabela 1 ]. Por sua vez, o
Cadastro de Unidades de Conservação do Recife,
apresentou as 21 Unidades de Conservação
instituídas pela Lei nfi. 16.176/96.

4.1 Marcos referenciais da Pesquisa Espaços

Livres do Recife

Tendo as linhas de força da paisagem como

marco referencial, a Pesquisa desceu ao
cotidiano dos grandes e pequenos espaços
verdes, entre os quais predominam as praças
onde, muitas vezes, surgiam pedaços
uma leitura da cidade do recife

inesperados da paisagem, recantos sugestivos

da Cidade. Uma breve análise desses espaços
será feita enfocando, preferencialmente, as
praças - por serem o tipo de espaço mais
freqüente e permanente na morfologia da
paisagem do Recife, ao longo da história dos

32 Espaços Livres do Recife

Tabela 1 Espaços livres cadastrados em 1995
*
RPA
Tipo 1 2 3 4 5 6 Total
Na N“ N2 N® N9 N2 N2 %
Parque 1 0 3 3 □ 2 9 1,94
Praça 43 19 36 43 37 65 243 52,48
Refúgio 45 32 44 38 27 25 211 45,57
Total 89 51 83 84 64 92 463 100,00

Entretanto, a realidade das mudanças sociais,
econômicas e ambientais incidentes na
paisagem recifense, determinaram o
surgimento de outros tipos de espaços livres que
deveriam ser considerados. Por esse motivo, a
tipologia adotada no Cadastro de 1995
necessitava ser revista, inclusive, em nome do
rigor conceituai que exigia novos critérios para
avaliação dos espaços livres, com base na área,
no mobiliário, na função primordial, entre outros.
Esses novos critérios foram decisivos para a
redefinição dos tipos de espaços livres
encontrados, o que veio a consubstanciar um
novo conjunto desses espaços, bem mais
abrangente e racional.
De certo modo, os novos tipos de espaços
acrescentados e os respectivos conceitos,
implicaram também na exclusão de alguns tipos
anteriormente registrados. Por exemplo,
algumas praças que exerciam o papel de
refúgios, correspondendo a um número de 15
espaços, foram excluídas, assim como outras
que estavam invadidas por moradias, ponto
comercial ou utilizadas como estacionamento,
num total de 10 espaços livres, cuja soma atinge
25 espaços não incluídos [Tabela 2).

Tabela 2 Espaços cadastrados em 1995 não incluídos

I ipu
1 2 3 4 5 6 Total
Praça p/ Refúgio 5 1 2 5 1 .1 15
Praça invadida 0 1 1 4 0 4 10
Total 5 2 3 9 1 5 25

As alterações realizadas com base nos dados do Robert Kennedy, campos de pelada no caso de
Cadastro de 1995, levando em consideração os praças abandonadas e utilizadas para este fim,
uma leitura da cidade do recife

conceitos da tipologia de espaços livres ou em espaço potencial de equilíbrio ambiental

estabelecida, incidiram, na sua maioria, sobre as como é o caso da Praça Camilo Pereira Carneiro,
praças, que passaram a constituir outros tipos no Curado (Tabela 3).
de espaços como parque, no caso da antiga
Praça da Juventude, no Ipsep, hoje Parque

Espaços Livres do Recife 33

 Tabela 3 Espaços cadastrados em 1995 classificados como espaços livres públicos
RPA
Tipo
1 2 3 4 5 6 Total
Praça p/ Parque □ 0 □ □ 0 1 1
Praça p/ Jardim 5 □ 2 0 1 1 9
Praça p/ Quadra 0 0 □ 0 1 2 3
Refúgio p/ Praça 0 1 □ 2 0 2 5
Refúgio p/ Jardim □ g 2 □ □ □ 2
Refúgio p/ Pátio 0 0 0 1 1 0 2
Total 5 1 4 3 3 6 22

Por outro lado, muitos refúgios, mesmo não
fazendo parte do conjunto estudado, passaram a
ser considerados como outros tipos de espaços
livres além de praça, a exemplo de campo de
pelada, entre outros, sendo, nesse caso,
incluídos no conjunto estudado [Tabela 4). Como
exemplo, apresenta-se a praça da Rua Real da
Torre com a Av. Caxangá, a praça do Canal de
Setúbal com Rua Antônio Falcão em Boa Viagem
e a Praça do Sport Club na Madalena, que foram
classificadas como refúgios e não foram
quantificadas anteriormente. Alguns casos
como a Praça do ABC e a Praça Paraíso, em
Afogados, foram mantidas como praças, pelo
uso intenso da população, mesmo com a área
bastante reduzida. É importante afirmar que não
há qualquer possibilidade de comparação entre
os dados de 1995 e 1998, pois os respectivos
princípios metodológicos são bastante
diferentes, até certo ponto, incompatíveis.

Tabela 4 Espaços cadastrados em 1995 classificados como espaços livres potenciais

RPA
Tipo
1 2 3 4 5 6 Total
Praça p/ Terreno Vazio 4 3 2 7 3 12 31
Praça p/ Campo de Pelada □ 0 1 □ 1 2 4
Praça p/ Espaço potencial de valor
Paisagístico-ambiental 0 □ □ □ 1 □ 1
Refúgio p/ Terreno Vazio 2 3 □ 1 1 1 8
Refúgio p/ Campo de Pelada 0 0 □ □ 0 1 1
Refúgio p/ Margem de rio/canal Õ 1 0 1 0 0 2
Total 6 7 3 9 6 16 47
uma leitura da cidade do recife

4.2 Leitura do Recife através dos seus espaços livres

□ levantamento de campo resultante da quais 318 estão classificados como espaços

Pesquisa Espaços Livres do Recife, no período livres públicos e 311 como espaços livres
1998/99, identificou 629 espaços livres na potenciais [Tabela 5 e Gráfico 1). Tais
Cidade do Recife, distribuídos nas 6 RPAs, dos quantitativos correspondem a cerca de 50%

34 Espaços Livres do Recife

TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE
ESPAÇOS LIVRES POTENCIAIS
Espaço Potencial de Valor
Paisagístico-Ambiental
Campo de Pelada
Recanto
Margem de Rio
Margem de Canal
Terreno Vazio
ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS
Unidade de Conservação
III

Campus Universitário
Cemitério
Espaço de Valorização Ambiental
I I II

Faixade Praia
Parque
Praça
Jardim
Largo
II

Pátio
Quadra Polivalente
CONFIGURAÇÃO URBANA ESCALA

■i Recurso Hídrico 1OOOM OM 1000M 2000M

— Limite de RPA Fonte: Base Cartográfica.Geoprocessamento -DIRCON/SEPLAM/PCR

jma leitura da cidade do recife

para cada categoria e revelam que grande parte foram incorporados, de alguma forma, ao
dos espaços livres utilizados pela população de cotidiano da Cidade.
modo espontâneo, com atividade recreativa,

Tabela 5 Espaços livres do Recife

Públicos Potenciais Total
RPA
Ns % Ns % Ns %
1 54 16,98 22 7,07 76 12,08
2 26 8,18 33 10,61 59 9,38
3 53 16,67 39 12,54 92 14,63
4 52 16,35 71 22,83 123 19,55
5 54 16,98 56 18,01 110 17,49
6 79 24,84 90 28,94 169 26,87
Total 318 100,00 311 100,00 629 100,00

Gráfico 1 - Espaços livres do Recife

50,56%

Públicos

■ Potenciais

A distribuição dos espaços livres é apresentada nas proximidades do Rio Capibaribe, que é uma
no Mapa Georreferenciado elaborado pela linha de força da paisagem, assim como um uma leitura da cidade do recife

Pesquisa (Mapa 1). Nele, podem ser
identificados as manchas e os pontos
distribuídos em toda a extensão da Cidade, com
concentrações, à medida que se aproximam do
centro da Cidade. Por outro lado, um certo
agrupamento de parques também é observado
verdadeiro cordão verde, quase contínuo, que
pode ser visto demarcando o flanco oeste da
Cidade, constituído pelas unidades de
conservação, outra linha de força da paisagem
recifense.

Espaços Livres do Recife 37

 No tocante aos espaços livres públicos, a largos, pátios, cemitérios, campi universitários, e
Pesquisa identificou 11 tipos diferentes, a saber: espaços de valorização ambiental (Tabela 6 e
unidades de conservação, faixa de praia, Gráfico 2).
parques, praças, jardins, quadras polivalentes,

Tabela 6 Tipologia dos espaços livres públicos por RPA

RPA
Tipo 1 2 3 4 5 6 Total
Nfl Ns Na NQ NB Ne N9 %
Faixa de praia 0 0 0 . □ □ 1 1 0,31
Parque 1 0 3 3 □ 1 8 2,52
Praça 32 21 33 33 39 61 219 68,87
Jardim 8 2 5 3 1 5 24 7,55
Largo 1 2 2 □ 1 0 6 1,89
Pátio 8 □ 1 1 0 0 10 . 3,14
Quadra polivalente 1 0 2 2 2 6 13 4,09
Cemitério 2 0 1 1 2 0 6 1,89
Campus universitário 0 0 1 1 0 0 2 0,63
Espaço de valorização
ambiental 0 0 2 4 2 2 10 3,14
Unidade de conservação 1 1 3 4 6 4 19 5,97
Total 54 26 53 52 53 80 318 100,00

Gráfico 2 - Tipologia dos espaços livres públicos

Faixa de praia

Parque
■ Praça

Jardim

■ Largo

■ Pátio
uma leitura da cidade do recife

■ Quadra polivalente
68,87%
Cemitério

■ Campus universitário

■ Espaços de valorização ambiental

Unidade de conservação

38 Espaços Livres do Recife

Em maior quantidade, surgem as praças, em parques de vizinhança e consiste em áreas
número de 219, representando 69% dos maiores que as praças, sendo, portanto, mais
espaços livres, sendo facilmente identificadas no facilmente identificáveis. Em seguida, estão os 6
mapa que ilustra, de modo pontual, o espaço do cemitérios e os 6 largos, estes mais associados
Recife. Depois aparecem os 24 jardins que a mercados públicos, além dos 2 campi
embelezam pontos estratégicos da Cidade como universitários, mais distanciados do Centro.
é o caso do jardim linear da Av. Agamenon
Magalhães - cuja área foi incluída no Bairro de
Quanto aos espaços livres potenciais, sua
Santo Amaro, pois nele se concentra sua maior
existência evidencia uma outra face da Cidade,
extensão uma avenida que acompanha o canal,
aquela resultante da criatividade popular,
acessa vários bairros e o município de Olinda.
expressa na forma de campos de pelada, às
Seguem as 19 unidades de conservação,
margens de rios e canais, sem tratamento
percorrendo uma faixa quase que contínua como
adequado, utilizando terrenos vazios, além de
um cinturão verde. Desse conjunto que reunia
outros espaços de valor paisagístico-ambiental
um total de 21 espaços, foram retiradas a
ainda não oficializados, ao lado dos recantos,
Unidade de Conservação Praia do Pina/Boa
assim nomeados por consistirem em
Viagem mais aquela denominada Área Estuarina
pequeninos enclaves no tecido urbano, porém,
do Rio Capibaribe. A primeira ficou classificada
de grande significado para a população vizinha
como faixa de praia, um tipo de espaço público de
que os apropriou, principalmente, nos bairros
recreação, uma vez que contém uma
populares (Tabela 7 e Gráfico 3).
considerável variedade de equipamentos
esportivos e de lazer contemplativo que atende
aos residentes e turistas; a segunda, que se A Tabela 7 mostra o grande percentual de

distribui quase ao longo de todo o espaço da campos de pelada encontrados na Cidade, na

Cidade, por não ter sido quantificada. ordem de 52% do conjunto dos espaços
potenciais e que estão mais presentes em áreas
periféricas, como Dois Irmãos e Guabiraba, e em
A seguir, encontram-se 13 quadras polivalentes,
áreas de ocupação mais recente, ou seja, na
caracterizando um tipo de espaço livre, que se
porção sul do Recife, que abrange os Bairros do
inaugurou há algum tempo no Recife. Os pátios
Ibura e Cohab. Em seguida aparecem os
antigos constituem 10 espaços, mais
terrenos vazios que chegam a 37% do total. uma leitura da cidade do recife
concentrados no centro da Cidade. Os 8
parques, incluindo o Parque 13 de Maio e o
Parque da Jaqueira são parques públicos e os
Parques de Santana, do Arraial Velho do Bom
Jesus, do Arraial Novo do Bom Jesus, Arnaldo
Assunção e Robert Kennedy impõem-se como

Espaços Livres do Recife 39

 Tabela 7 Tipologia dos espaços livres potenciais por RPA
RPA
Tipo 1 2 3 4 5 6 Total
Ns NQ Ne ’ Ng N® N® Ns
Espaço potencial de valor
paisagístico ambiental 2 1 1 1 1 1 7 2,25
'-Campo de pelada 12 18 26 35 21 49 161 51 ~~
- Recanto 0 □ 3 4 3 0 10 322
Margem de rio D 1 0 2 3 1 7 2.25
Margem de canal 0 1 0 4 2 3 10 3,22
Terreno vazio 8 12 9 25 26 36 116 37.32
Total 22 33 39 71 56 90 311 10QJD0

Gráfico 3 - Tipologia dos espaços livres potenciais por RPA

2,25%

Espaço potencial de valor

paisagístico - ambiental

■ Campo de pelada

■ Recanto

■ Margem de rio

■ Margem de canal

Terreno vazio

Pela sua maior extensão em relação às outras
regiões, a RPA 6, onde estão assentados os
Bairros de Boa Viagem e do Ipsep, entre outros,
concentra a maior parte dos espaços públicos,
25%, conforme Tabela 6, com o maior número
de praças - 61 ao todo. As RPAs 1,3,4 e 5 quase
se equivalem reunindo cerca de 16% dos
espaços públicos com um número variando
entre 32 e 39 praças.
uma leitura da cidade do recife
e proporção de outros tipos de espaços \Tes
São 8 jardins, entre eles o da Av. Agamemcir
Magalhães, o jardim Abelardo Rijo no Cabanga 8
pátios históricos, a saber o Pátio de São Pedro o
Pátio do Livramento, o Pátio do Terço, o Pátio dc
Carmo, o Pátio de São José do Ribamar, o Páoc
do Sebo, o Pátio de Santa Cruz e o Pátio de Sbc
Gonçalo; 2 cemitérios, o de Santo Amaro e o des
Ingleses; 1 parque - o Parque 13 de Maio - e

finalmente, 1 Unidade de Conservação

denominada Parque dos Manguezais ccrr
De uma maneira geral, a RPA 1, onde estão os
aproximadamente 240 ha entre a lâmina d'águs
Bairros do Recife, Santo Antônio, Boa Vista,
e os mangues, bem próximo do centro tte
mesmo tendo menor área, é a mais bem provida.
Cidade.
Com um número bastante representativo de 32
praças, é onde se aprecia a maior variedade

40 Espaços Livres do Recife

J 'AÇOS LIVRES DO RECIFE - RPA 01

TIPOLOGtA DOS ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

ESPAÇOS LIVRES POTENCIAIS
Espaço Potencial de Valor
Paisagístico-Ambiental
♦ Campo de Pelada
• TerrenoVazio

ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

Unidade de Conservação
Cemitério
■■ Parque

uma leitura da cidade do recife

■i Praça
■i Jardim
Largo
Pátio
Quadra Polivalente

ESCALA CONFIGURAÇÃO URBANA

300M OM 3D0M 600M Recurso Hídrico
ui ea&Bttienti) DIRCON/SEPLAM/PCR
Malha Urbana

Espaços Livres do Recife 41

:; I ! !l >AÇOS LIVRES DO RECIFE - RPA 02

TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

ESPAÇOS LIVRES POTENCIAIS

Espaço Potencial de Valor
Paisagístico-Ambiental
• Campo de Pelada
• Margem de Rio

• Margem de Canal

• Terreno Vazio

ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

■i Unidade de Conservação
M Cemitério
■i Praça
MM Jardim
Largo
Quadra Polivalente

CONFIGURAÇÃO URBANA

■I Recurso Hídrico
Malha Urbana
Comparativamente ao sítio do Recife, os 318 juntas, somam cerca de 63,56 ha, isto é,
espaços livres públicos representam 34% da apenas, 0,85% da área dos espaços livres,
área da Cidade que atinge cerca de 220 km2. A embora, esse número corresponda a quase
quase totalidade dessa área, ou seja, 88% 69% do total, graças ao seu caráter
correspondem às unidades de conservação, fragmentário, às vezes, simples sobras de
restando 12% para os outros tipos de espaços loteamentos e do sistema viário.

livres (Tabela 8). No entanto, as 219 praças,

Tabela 8 Área dos espaços livres públicos

T. Quantidade Área
I l|JU
N° % m2 %
Faixa de praia 1 0,31 574.800,00 0,77
Parque 8 2,52 429.693,51 0,57
Praça 219 68,87 635.586,16 0,85
Jardim 24 7,55 121.497,14 0,16
Largo 6 1,89 13.684,84 0,02
Pátio 10 3,14 13.583,83 0,02
Quadra polivalente 13 4,09 5.850,00 0,01
Cemitério 6 1,89 328.554,00 0,44
Campo universitário 2 0,63 3.252.986,00 4,34
Espaços de valorização
ambiental 10 3,14 3.511.322,07 4,69
Unidade de conservação 20 6,29 66.041.800,00 88,14
Total 318 100,00 74.929.357,55 100,00
Área da cidade do Recife (m2) 220.000.000,00 100,□□
Área dos espaços livres públicos (m2) 74.929.357,55 34.06

Esses dados também podem ser obtidos por espécies arbóreas, arbustivas ou recobertas por
RPA e por bairro. Como exemplo, é apresentada forração herbácea. Uma proporção de 25%
a Tabela 9 referente à RPA 4, mostrada ao lado. tem 51% a 75% de sua área contemplada com
vegetação, enquanto 20% possuem grande

uma leitura da cidade do recife

percentual de verde distribuído em seu espaço,
A cobertura vegetal é uma característica
correspondendo a um intervalo que varia de 76%
marcante das praças do Recife. Do total de 219
a 100%, isto é, a sua cobertura total, quase
praças, 34% têm a cobertura vegetal variando,
sempre em três estratos - arbóreo, arbustivo e
no mínimo, entre 26% a 50% da área da praça, o
herbáceo (Tabela 1 e Gráfico 4, a seguir).
que significa um percentual bastante
representativo de áreas vegetadas com

Espaços Livres do Recife 43

 Tabela 9 Área dos espaços livres públicos da RPA 4
Quantidade Área
I ipu
No. abs. % m2 %
Faixa de praia □ 0,00 0,00
Parque 3 5,77 158.742,93 1,15
Praça 33 63,46 94.089,24 0,68
Jardim 3 5,77 14.222,61 0,10
Largo 0 0,00 0,00 0,00
Pátio 1 1,92 3.587,34 0,03
Quadra polivalente 2 3,85 900,00 0,01
Cemitério 1 1,92 7.528,20 0,05
Campus universitário 1 1,92 1.470.900,00 10,66
Espaço de valor ambiental 4 7,69 397.691,97 2,88
Unidade de-conservação 4 7,69 11.649.800,00 84,43
Total 52 100,00 13.797.462,30 100,00

Tabela 10 Proporção de cobertura vegetal nas praças por RPA

0% a 25% 26% a 50% 51% a 75% 76% a 100% Total
RPA
N2 N2 N2 N2 N2 %
01 7 15 4 6 32 14,61
02 5 8 3 5 21 9,59
03 4 3 13 13 33 15,07
04 3 7 11 12 33 15,07
05 10 15 8 6 39 17,81
06 17 26 16 2 61 27,85
Total 46 74 55 44 219 100,00

Gráfico 4- Proporção de cobertura vegetal nas praças

20,09% 21,00%
uma leitura da cidade do recife

0% a 25%

■ 26% a 50%
■ 51% a 75%
76% a 100%

44 Espaços Livres do Recife

--.y

TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

ESPAÇOS LIVRES POTENCIAIS
Espaço Potencial de Valor
Paisagístico-Ambiental

Campo de Pelada
Recanto
Terreno Vazio

ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

Unidade de Conservação
Campus Universitário
Cemitério
Espaço de Valorização Ambiental
Parque
Praça

□ma leitura da cidade do recife

Jardim
Largo
Pátio
Quadra Polivalente
CONFIGURAÇÃO URBANA
lí IK/ 800M 1600M
Recurso Hídrico
MhIIih Urbano

gipiutis Lívido do Rsmfe 4B

 N

TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

ESPAÇOS LIVRES POTENCIAIS

Espaço Potencial de Valor
Paisagístico-Ambiental
• Campo de Pelada
Recanto
• Margem de Rio
• Margem de Canal
• Terreno Vazio

ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

MH Unidade de Conservação
Campus Universitário
Cemitério
Espaço de Valorização Ambiental
Parque
Praça
Jardim
Pátio
£ Quadra Polivalente

ESCALA CONFIGURAÇÃO URBANA

500M OM 500M 1OOOM Recurso Hídrico
Malha Urbana
gf ?'=• - 1- i- *■“ nHTMWtll) Dllll N/fMPLA^VPCR
A maioria das praças com o mais alto percentual estado e 21 % em situação de abandono (Tabela
de área verde concentra-se na RPA 3, 11 e Gráfico 5). Ü bom estado de conservação
totalizando 13 praças, entre as quais das praças do Recife tem relação direta com a
encontram-se a Praça de Casa Forte no Bairro implantação do Programa de Adoção de Praças,
de Casa Forte, a Praça do Entroncamento nas coordenado pela EMLURB-PCR, segundo o qual
Graças, a Praça Souto Filho na Jaqueira e a uma instituição pública ou privada assume a
Praça Faria Neves em Dois Irmãos. Em seguida, responsabilidade pela manutenção de uma
ressalta-se a RPA 4, com 12 praças contendo determinada praça. Portanto, do conjunto de
considerável massa de vegetação, sendo praças que se encontra em bom estado de
destaque entre elas a Praça Euclides da Cunha e conservação, a maioria consiste em praças
a Praça da Bandeira. adotadas, o que corresponde a 49, ou seja, 22%

Quanto ao estado de conservação, a maioria das de um total de 219 praças (Tabela 12 e Gráfico

praças, num total de 44%, apresenta estado 6).

regular de conservação; 35% estão em bom

Tabela 11 Estado de conservação das praças por RPA

np. Bom Regular Abandonado Total
nnM
Ne % N9 % N9 % N9 %
01 19 25,00 8 8,33 5 10,64 32 14,61
□2 8 : 10,53 10 10,42 3 6,38 21 9,59
□3 11 14,47 11 11,46 11 23,40 33 15,07
04 11 14,47 18 18,75 4 8,51 33 15,07
05 9 11,84 20 20,83 10 21,28 39 17,81
06 18 23,68 29 30,21 14 29,79 61 27,85
Total 76 34,70 96 43,84 47 21,46 219 100,00

Gráfico 5 - Estado de conservação das praças

uma leitura da cidade do Recife

M Bom

Regular

■ Abandonado
43,84%

Espaços Livres do Recife 47

 Tabela 12 Praças adotadas por RPA
RPA Adotadas Não Adotadas Total
N9 % N9 % NB %
01 14 27,45 18 10,71 32 14,61
02 4 7,84 17 10,12 21 9,59
03 13 25,49 20 11,90 33 15,07
04 5 9,80 28 16,67 33 15,07
05 4 7,84 35 20,83 39 17,81
06 9 17,65 52 30,95 61 27,85
Total 49 22,37 170 77,63 219 100,00

Gráfico 6 - Adoção de praças

77,63% Adotadas

■ Não Adotadas

O estado de conservação das praças também maior quantidade de terrenos vazios, em

está associado à sua localização em relação à
área central da Cidade. Isto quer dizer que, a
maioria das praças da RPA 1, região central,
encontra-se em bom estado de conservação, ou
seja, 19 praças das 32 existentes, sendo que
dessas, 14 são adotadas. De alguma forma,
também é nos bairros de renda alta e média da
RPA 3, onde ficam 13 praças adotadas, ou seja,
25% do total, que se acham distribuídas nos
bairros da Jaqueira, Graças, Casa Forte e
Parnamirim. Por outro lado, é na RPA 6, a maior
dentre as regiões político-administrativas do
uma leitura da cidade do recife
número de 23.
Outro dado bastante relevante levantado pela
Pesquisa foi o número considerável de praças
com quadra de jogos, possivelmente como uma
forma de atender às necessidades esportivas da
população da Cidade. Muito embora a tipologia
dos espaços livres públicos tenha incluído o tipo
quadra polivalente, que consiste na quadra de
jogos quando encontrada isoladamente, a
quadra de jogos como mobiliário vem sendo
introduzida em muitas praças, o que altera, de
certo modo, a função tradicional das praças, que

Recife, onde se encontra também o maior é a de contemplação. São 13 praças com

número de praças abandonadas, o que parece
manter uma certa correlação com a quantidade
de terrenos vazios ali existentes. Por exemplo, o
Bairro da Cohab, que apresenta o maior número
de praças por bairro - 27 -, também contém a
quadra, que lhes ocupam 50% da área, num
conjunto de 36, que contêm a quadra de jogos
como mobiliário. Nas demais, penas uma parte
da praça é preenchida. A maioria delas está na
RPA 6 (Tabela 13).

48 Espaços Livres do Recife

.1 'Al .1 I!; I ivi II I IIII11II 1,11 I III 'A I)!

TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

ESPAÇOS LIVRES POTENCIAIS

Espaço Potencial de Valor
Paisagístico-Ambiental
9 Campo de Pelada
Recanto
• Margem de Rio
• Margem de Canal
• Terreno Vazio

ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

Unidade de Conservação
: Campus Universitário
Cemitério
Espaço de Valorização Ambiental

uma leitura da cidade do recife

Praça
Jardim
Pátio
Quadra Polivalente
ESCALA CONFIGURAÇÃO URBANA

500M DM 500M 1000M ; Recurso Hídrico

BIRLíti gfPUM Fbfl Malha Urbana

Fmpbçob Livre© rio Reolfo 40

!.| 'Al,'.l IIHIVI II H 1)1) Hl CII:E-APA UB

••
TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS LIVRES DO RECIFE

ESPAÇOS LIVRES POTENCIAIS

Espaço Potencial de Valor
Paisagístico-Ambiental
e Campo de Pelada
• Margem de Canal
• Terreno Vazio

ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

Unidade de Conservação
Espaço de Valorização Ambiental
9M Faixa de Praia
■I Parque
■I Praça
UM Jardim
Quadra Polivalente
ESCALA
CONFIGURAÇÃO URBANA
500M OM 5OOM 1000M Ml Recurso Hídrico
-DIRCON/SEPLAIV^/PCR Malha Urbana
Tabela 13 Existência de mobiliário nas praças por RPA
RPA
Mobiliário ' 1 2 3 4 5 6 Total
Ns N9 N9 N9 NQ Na N9 %
Banco com encosto 16 8 10 10 5 14 63 28,77
Banco sem encosto 19 14 26 28 33 52 172 78,54
Grade 14 4 9 9 12 10 58 26,48
Guarita/vigilância 3 2 5 1 8 2 21 9,59
Piso revestido 27 10 14 13 13 28 105 47,95
Edifício histórico 10 0 7 3 2 0 22 10,05
Fonte 5 0 3 1 0 1 10 4,57
Brinquedos 6 8 17 18 19 37 105 47.95
Toalete 0 1 1 1 2 1 6 2,74
Quadra de jogos □ 4 4 7 9 12 36 16,44
Monumento 16 1 4 4 8 6 39 17,81
Espelho dágua 8 1 6 0 0 1 16 7,31
Total 32 21 33 33 39 61 219 100,00

Além da quadra de jogos, outros tipos de recente, com o programa de adoção de praças.
mobiliário compõem o espaço das praças do As praças que contêm bancos com encosto
Recife, o que, de certo modo, vai repercutir num totalizam 63 ou 29%. Outro mobiliário
maior ou menor nível de manutenção. De um importante das praças antigas e que não
total de 219 praças, apenas 16 possuem integram o seu atual mobiliário, é o coreto, ainda
espelho d'água, mobiliário que seria de grande presente nas Praças Oswaldo Cruz, Sérgio
importância em termos de embelezamento da Loreto e Derby. A maioria delas, porém, conta
paisagem, mas que exige maior custo de com bancos desprovidos de encosto, em quase
manutenção no Recife, onde a umidade relativa 79% dos casos.
do ar chega, às vezes, a mais de 90%, daí a Esses dados demonstram algumas
inconveniência de fontes e mesmo de lagos, úteis possibilidades de análise e podem sugerir
em lugares secos ou muito ventilados. Outra inúmeras outras. Por exemplo, quase a metade
categoria de mobiliário que vem surgindo nas das praças possui piso revestido de algum tipo de
praças é a guarita de vigilância [10%], que material, do tijolo à pedra portuguesa, entre
responde às necessidades geradas pelo outros, e dispõe de brinquedos destinados à
problema da violência urbana e da falta de diversão infantil. Ademais, ultrapassam os 26%

uma leitura da cidade do Recife

segurança nos espaços públicos, como também o número de nossas praças protegidas por
de abrigo contra a chuva. A maioria está grades e os 17% o daquelas com algum tipo de
localizada na RPA5. monumento, enquanto que outras 1 □% mantêm
□s bancos com encosto também estão mais em seu recinto um edifício histórico.
presentes nas praças tradicionais e hoje, Em conclusão, o Laboratório da Paisagem da
principalmente, nas que sofreram reforma UFPE e a Prefeitura da Cidade do Recife, juntos

Espaços Livres do Recife 51

 põem à disposição da comunidade científica e da
população um acervo de dados do maior
significado a respeito desse bem inestimável que
são as áreas verdes do Recife, os espaços livres
desta quadricentenária e jovem Cidade.
uma leitura da cidade do recife

52 Espaços Livres do Recife

e praças
5.1 Parques da amostra

RPA 1
Parque Treze de Maio

RPA 3
Parque Arraial Velho do Bom Jesus
Parque da Jaqueira
Parque de Santana

RPA 4
Parque Arraial Novo do Bom Jesus
Parque Arnaldo Assunção

RPA 5
Parque Robert Kennedy
 PARQUE 13 DE MAIO áreas de estar, de canteiros e fontes. Apesar da

influência estrangeira, o projeto foi concebido

dentro do propósito de enfatizar a beleza da
Localizado no Bairro de Santo Amaro, na porção
paisagem tropical e incorporou espécies
noroeste do Centro Histórico do Recife, o Parque
vegetais nativas, inclusive da floresta amazônica.
13 de Maio com seus 6,9 ha, constitui um
As reformas que se sucederam nos anos 70 e
expressivo componente de valorização daquele
80 acrescentaram alguns equipamentos
sítio urbano, onde se encontram edifícios da
destinados à recreação como o playground, mais
maior relevância para a vida cívica e cultural da
um lago e o minizoológico, além da pista de
Cidade, a exemplo da Faculdade de Direito, da
cooper e de equipamentos de ginástica,
Câmara de Vereadores e da Biblioteca Pública
proporcionando o exercício de outras atividades
Estadual, além da Assembléia Legislativa, que lhe
recreativas. Vários monumentos, espelhos
fica nas imediações. De fácil acesso e servido por
d'água, fontes e esculturas do artista. Abelardo
estratégica rede de transportes coletivos, conta
da Hora acrescentaram beleza e variedade à
com inúmeras paradas locais e intermunicipais,
vegetação que, com grande riqueza de textura,
impondo-se como contraponto de claridade e
composição e expressividade anteriormente
verdura, em meio ao intenso movimento urbano.
configuravam-no como um parque de
Remontam ao século passado as intenções de
contemplação. Todavia, ainda hoje as áreas de
criação do Passeio Público, que veio a ser o
playground e o minizoológico são os grandes
Jardim 13 de Maio e, finalmente, Parque 13 de
catalizadores do afluxo de crianças ao Parque,
Maio, um espaço que foi alvo de vários projetos
mormente, nos fins de semana, quando se lhe
de influência européia, e contou com a
intensifica o uso. A última reforma ocorreu em
participação de técnicos de origem inglesa,
1998, restabelecendo-se as funções de convívio
francesa, italiana e espanhola, no período
da população da Cidade.
compreendido entre 1860 e 1923, vindo
parques da RPA1

somente a ser inaugurado em 1939, quando da

celebração do 3e Congresso Eucarístico

Nacional. 0 projeto idealizado pelo engenheiro

Domingos Ferreira, foi executado pelo seu autor

amostra dos espaços livres

de acordo com concepção renascentista e

guarda características dos desenhos anteriores,

como a marcação de dois eixos perpendiculares
sugerindo dar continuidade aos jardins da

Faculdade de Direito, ao tempo em que delimita

espaços geométricos irregulares, definidores de

56 Espaços Livres do Recife

 parques da RPA1
PARQUE 13 DE MAIO
Amostra dos espaços livres
Local: Bairro de Santo Amaro
Área: 69.000,00m2
Projetos identificados: William Martineau [1860); Emile
Beringer (1875); autor não identificado (1923);
Domingos Ferreira [1939)
Reformas: Maria Inês de Oliveira Mendonça (1976);
àaneteFréirel199Q] '

Espaços Livres do Recife 57

 PARQUE ARRAIAL VELHO DO BOM JESUS de um anfiteatro para apresentações, assim

como de uma sementeira administrada pela

Prefeitura do Recife.
□ Parque Arraial Velho do Bom Jesus é peça

histórica do Bairro de Casa Amarela e se

encontra em sítio de 4,6 ha, que fora

desapropriado e convertido em logradouro

público em 1958. Está encravado numa quadra

de habitações de classe média, tendo sido

reinaugurado em 1992. Espécie de nascedouro

e ponto de partida da expansão do Bairro de

Casa Amarela, o antigo Arraial foi palco da luta

contra os holandeses e restam do antigo reduto

a memória de sua resistência heróica e um fosso

preservado no centro do Parque. Conhecido

como Sítio da Trindade, já funcionava

anteriormente como um espaço destinado a

diversões nas celebrações tradicionais do ciclo

junino e do Natal, atraindo moradores de todas

as partes da Cidade. Atende hoje um público

assíduo de estudantes das escolas próximas, e
desenvolve, ainda, uma importante função

cultural oferecendo cursos de artes, teatro e

danças, além de exposições, no ambiente do

chalé histórico, exemplar característico da

parques da RPA3

arquitetura do século 19. Aulas didáticas e de

ginástica, além de apresentações circenses,
ocorrem nas áreas disponíveis, entre os espaços

de estar que tão bem destacam o seu caráter

amostra dos espaços livres

adicional de parque contemplativo. A leitura que

se faz do projeto indica como pontos de partida,

de um lado a vegetação arbórea existente, as

árvores adultas que cobrem quase toda a

extensão do sítio, e de outro a existência do chalé.

Atopografia acidentada favoreceu a implantação

58 Espaços Livres do Recife

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parque da RPA3
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amostra dos espaços livres
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Ge ° PARQUE ARRAIAL VELHO DO BOM JESUS

Local: Bairro de Casa Amarela

Área: 46.000,□□ m2
Projeto identificado: Maria Alice Rigaud e Ângela
Barreto (1988]

Espaços Livres do Recife 59

 PARQUE DA JAQUEIRA em que um banco de concreto se distende,

sinuoso entre as jaqueiras e outras grandes

árvores. Em 1985, o Parque foi inaugurado,
□ Parque da Jaqueira está situado no Bairro da
incorporando o sítio histórico e consistindo num
Jaqueira, uma área nobre da Cidade,
espaço verdejante ponteado por fruteiras e
predominantemente residencial, às margens do
espécies ornamentais - respectivamente,
Rio Capibaribe, confrontando, no lado oposto,
jaqueiras, mangueiras, jambeiros, sapotizeiros,
com a Praça Souto Filho. As origens do bairro
pitangueiras, entre outras, além de sombreiros,
remontam ao século 17, quando em 1633, suas
flamboyants, palmeiras imperiais, espatódeas,
terras foram palco de um sangrento combate
pau-brasil, xinxás, etc. Nele se distribuem pistas
entre as forças comandadas por Felipe Camarão
de cooper e bicicross, ciclovias, patinação e
e os holandeses, na sua tentativa frustrada de
outras atividades recreativas, além de
tomar o Forte do Arraial do Bom Jesus, em Casa
instalações de apoio ao usuário. Na verdade, é o
Amarela. Em 1766, o capitão Henrique Martins,
parque mais popular da Cidade e um dos mais
então proprietário do sítio, construiu uma capela
bem cuidados, devendo-se-lhe a incorporação do
sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição
cooper aos hábitos do recifense assim como
de Ponte d'Uchòa, que ainda hoje ali se ergue,
programações culturais - eruditas, folclóricas e
tendo sido o nome, aos poucos, mudado pelo
cívicas - de âmbito metropolitano. Desde sua
povo para o de Nossa Senhora da Conceição da
implantação, conta com a Sociedade Protetora
Jaqueira, em alusão às frondosas árvores que a
dos Amigos da Jaqueira, SODEPAJA, à qual se
circundavam. Antes da destinação para Parque
deve um regulamento de uso do parque
o seu espaço conheceu um período de abandono,
juntamente com sua vigilância permanente no
a capela correndo o risco de arruinar-se.
que se refere à manutenção. Coube à atual
Durante vários anos, sediou o Campeonato
administração municipal o desenvolvimento das
Pernambucano de Futebol e a Feira do Comércio
parques da RPA3

gestões junto às esferas federais, no sentido de

e Indústria de Pernambuco FECIN. Em seus 7
converter o Parque da Jaqueira em propriedade
ha, o Parque da Jaqueira reúne de forma
municipal e, portanto, patrimônio definitivo da
contínua dois espaços cronológica e
comunidade recifense e metropolitana - antes
formalmente distintos: o do sítio histórico, cujo
sujeito a regime de comodato, ao sabor da
amostra dos espaços livres

ponto focal é a capela ocupando 1,4 ha, e o dos

cessão de terceiros.
restantes 5,6 ha destinados à prática de

esportes, às atividades culturais e à

contemplação. Na década de 1970, uma vez

tombada e restaurada, a capela foi emoldurada

por um jardim de Burle Marx: um amplo gramado

60 Espaços Livres do Recife

 parque da RPA3
amostra dos espaços livres

PARQUE DAJAQUEIRA

Local: Bairro da Jaqueira

Área: 70.000,00 m2

Projeto identificado: Reginaldo Estêves, Carlos Bellandi

(1985)

Espaços Livres do Recife 61

 PARQUEDESANTANA proposta florística incluiu a implantação de

pomares com nossas fruteiras tradicionais, um

bosque com essências da mata atlântica, além

Com uma área de 4,2 ha, o Parque de Santana
de aléias e arranjos vegetais com espécies
está situado no bairro de Santana, às margens
ornamentais em três estratos: arbóreo,
do Rio Capibaribe, tendo sido proposto em 1981
arbustivo e herbáceo.
como parte do Parque Capibaribe e inaugurado

em 1984. Sua localização foi motivo de conflito

de uso, por ser considerado quintal das

habitações de alta renda e espaço de recreação

da população de baixa renda, que habita do outro

lado do rio, no bairro da Torre. A análise da

morfologia do seu entorno revela um parque de

vizinhança que requer melhores condições de

acessibilidade e integração com os edifícios

adjacentes. D projeto do Parque foi direcionado

pela paisagem do rio e pela vegetação existente

em sítio, repleto de carolinas, árvores

amazônicas, preservadas segundo um

alinhamento central, formando uma cortina
verde diagonalmente disposta que distribui os
espaços de estar. A topografia do terreno

concorre para sugerir espaços de diferentes

atividades, principalmente as esportivas, daí o

seu caráter de parque de recreação ativa. A

parques da RPA3

grande quantidade de equipamentos esportivos

oferecidos para diferentes atividades - campos

de futebol, quadra polivalente, pista de cooper,

ciclovia - numa área de certo modo reduzida,

amostra dos espaços livres

proporciona alguns conflitos no seu uso.

Processos erosivos, inexistência de uma

associação de amigos do parque e alguns
indicadores ambientais externam a necessidade
de uma melhor manutenção. Seu uso é intenso à

noite durante os campeonatos de futebol. A sua

62 Espaços Livres do Recife

i
Espaços Livres do Recife
amostra dos espaços livres parques da RPA3

63
 PARQUE ARRAIAL NOVO DO BOM JESUS plantio mais recente, erguendo-se do solo
revestido por um simples gramado - mangueiras,
azeitoneiras, tamarineiras, sombreiros, além de
□ Parque Arraial Novo do Bom Jesus ou Parque
uns esparsos arbustos floríferos.
do Forte está situado no bairro do Cordeiro, na
estrada do Forte, região densa e desprovida de
espaços livres. É conhecido pelas ruínas do Forte
do Arraial, de grande valor histórico, pois foi
reduto na luta contra os holandeses, hoje apenas
sugerido pela topografia que exibe uma pequena
elevação contornada por um lago, que revela o
lugar do antigo fosso..Segundo uma das autoras
do projeto é o único forte de terra, existente no
País, com vestígios dessa característica. Ainda
no século passado, por ocasião da visita de
D.Pedro II e sua comitiva, ao Estado, o Instituto
Arqueológico Histórico e Geográfico de
Pernambuco tomou a iniciativa de erguer uma
coluna de mármore para assinalar o local do
Forte e servir como’memorial comemorativo da
visita do imperador. Como os parques de
vizinhança do Recife, tem área restrita às
atividades esportivas de futebol e cooper, com
bancos para estar, área de piquenique e bosque
e um pequeno playground, além de área de piso
parques da RPA4

destinada a apresentações, comemorações e

vigílias cívicas. Um painel com motivo infantil foi
idealizado junto às caixas de areia, com vazios
figurando crianças imateriais, a fim de induzir a
amostra dos espaços livres

curiosidade e a movimentação dos pequenos

freqüentadores do Parque, num duplo papel:
como definição da paisagem circundante e
elemento a mais de atração. A vegetação
combina velhas e frondosas fruteiras com
espécies arbóreas ornamentais e frutíferas de

64 Espaços Livres do Recife

QQ.Q.Q..Q..Q d

parque da RPA4
amostra dos espaços livres

\ L_ PARQUE ARRAIAL NOVO DO BOM JESUS

Local: Bairro do Cordeiro
Área: 30.321,00 m?
Projeto identificado: Liana Mesquita e Ângela Barreto
(1988)
0 10 20 40 60 80

3
Espaços Livres do Recife 65
 PARQUE ARNALDO ASSUNÇÃO

□ Parque Arnaldo Assunção está situado no

Bairro do Engenho do Meio, em terreno irregular
que agrega, numa mesma quadra, de um lado
uma igreja e de outro um mercado público, o qual
estende seu largo pela rua lateral, onde há uma
feira efetiva. Inaugurado em 1987, possui uma
área de 2,4 ha. Embora a configuração espacial
irregular e estrangulada do terreno tenha criado
dificuldades ao projeto, ocasionando áreas de
conflito de uso e de pouca utilização, o Parque
desempenha importante função social. Na
verdade, o seu traçado tem como ponto principal
de interesse, a quadra de futebol que se interliga
com a área de playground, contendo ainda
alguns equipamentos de ginástica e áreas de
estar atrativas, com mesas e bancos. Além do
campeonato de futebol, são desenvolvidas
atividades comunitárias, a exemplo da missa
campal no período natalino, sendo ainda
bastante utilizado diariamente, no início da
manhã e à noite, para o desempenho da atividade
parques da RPA4

de cooper, reunindo grande número de 0 10 20 40 60 eo

moradores do local. Árvores, na maioria de

pequeno e médio porte - sombreiros, acácias e
palmeiras -, delineiam e acompanham a pista de
am ostra dos espaços livres

cooper e as áreas de estar, criando sombras e

variedade no seu espaço.

PARQUE ARNALDO ASSUNÇÃO

Local: Bairro do Engenho do Meio
Área: 24.000,□□ m?
Projeto identificado: Beatriz Varejão e Tereza Coelho
(1987)

66 Espaços Livres do Recife

PARQUE ROBERT KENNEDY à valorização dos imóveis do entorno, assim
como transformou, de certo modo, o uso da área
com o surgimento de bares, sorveterias e
Inaugurado em 1991, no Bairro do IPSEP, o
mercearias nas ruas do entorno. Atividades
Parque Robert Kennedy, apesar de sua área
comunitárias com aulas de ginástica e
exígua de 1,8 ha, representa um considerável
campeonatos de futebol são realizadas no
espaço livre recreativo, de uso intenso por parte
Parque, sob o controle de uma administração
da população local. Conhecido como Praça da
bem-sucedida dos próprios usuários. Árvores de
Juventude ou Praça da Sudene, ainda guarda tal
pequeno porte estão distribuídas nas áreas de
referência para muitos freqüentadores,
estar, deixando à vista a necessidade de
assumindo com as praças do entorno uma
manutenção do gramado do campo de futebol,
equilibrada distribuição morfológica. Como
de modo a minimizar a aridez do espaço.
parque de vizinhança, reúne ainda as
características de parque de recreação ativa,
tendo o campo de futebol oficial como principal
R. PROF. NELSON MELO
atração, inclusive por abranger 50% de sua
área. Outros equipamentos também são
oferecidos como a pista de cooper, a pista de
skate e a pista de bicicross o que compromete
em demasia a reduzida área disponível. 0 que
regula o seu uso é, todavia, o controle do horário
das atividades, tanto nos dias de semana quanto
nos fins de semana. A criação do Parque induziu

parque da RPA6
AV. SEN. ROBERT KENNEDY

0 10 20 40 60 80

amostra dos espaços livres

PARQUE ROBERT KENNEDY

Local: Bairro do IPSEP
Área: 18.000,00 m8
Projeto identificado: Elza Ferreira, Marcelo Figueredo
(1988)

Espaços Livres do Recife 67

 5.2 Praças da amostra

RPA 1
Praça Adolfo Cirne
Praça Artur Oscar *
Praça Dezessete ■ '
Praça da Independência
Praça da República
Praça da Saudade
Praça Joaquim Nabuco
Praça Maciel Pinheiro
Praça Oswaldo Cruz
Praça Rio Branco
Praça Sérgio Loreto
Praça Chora Menino *
Praça Tira dentes

RPA 2
Praça da Convenção
Praça Phaelante Câmara
Praça Tertuliano Feitosa

RPA 3
Praça de Casa Forte
Praça do Derby
Praça do Entroncamento *
Praça Faria Neves
Praça Souto Filho

RPA 4
Praça Bom Pastor
Praça da Bandeira
Praça Pinto Damaso 1
t Praça Euclides da Cunha
Praça Prof. Barreto Campeio
Praça Solange Pinto Melo

RPA5
Praça San Martin
Praça do ABC
Praça Jardim São Paulo
Praça Nossa Senhora de Lourdes
Praça Nossa Senhora de Fátima

RPA 6
Praça Ministro Salgado Filho
Praça Nossa Senhora da Boa Viagem
Praça Sebastião Malta
Praça das Casuarinas

^2-
 PRAÇA ADOLFO CIRNE certa forma idílico, que se converteu também em
ponto de contemplação e distração para os
transeuntes e trabalhadores locais que
A Praça Adolfo Cirne está situada na área central
desfrutam daquela área de estar, onde se
do Recife, no Bairro da Boa Vista, onde constitui
distribuem, em toda sua extensão, bancos
um elemento de valorização da Faculdade de
zoomorfos tradicionais das velhas praças
Direito, edifício histórico em estilo eclético,
recifenses, bustos de pessoas ilustres, além de
concluído em 1911, que se acha indelevelmente
um conjunto escultural que domina a porção
associado às tradições, às lutas históricas e
central da Praça, na face voltada para a Rua do
políticas da Cidade do Recife, graças à plêiade de
Riachuelo. Canteiros coloridos de plantas
pensadores e estadistas que ali se formou. Na
ornamentais conjugam-se ao harmonioso
verdade, a Praça é um recanto de verdura a
traçado geométrico que, em consonância ao
emoldurar aquele prédio e seu entorno, dando
desenho do edifício, proporciona uma .leitura
continuidade ao Parque 13 de Maio, para cujo
coerente da paisagem urbana naquele sítio.
eixo monumental se volta. Este eixo consiste
numa extensa alameda de palmeiras imperiais
que, atravessando o Parque de sul a norte,
integra dois espaços extremamente
representativos: o da referida Faculdade de
Direito e o do Monumento aos Pracinhas, que se
acha no extremo oposto do Parque, sobre uma
elevação fronteira ao Instituto de Educação e à
Biblioteca Pública. Não foi por acaso, que o
projeto do inglês William Martineau, em 1860,
concebia numa única área a praça e o parque,
praças da RPA1

hoje sítio de preservação histórica, segundo lei

municipal.

Em seu desenho original o projetista recorreu a

uma rígida simetria, com o emprego de círculos,
amostra dos espaços livres

semicírculos e curvas, guardando-se os traços

de suas origens históricas: uma composição da
paisagem definida de acordo com duas
circulações principais, interligadas por caminhos
secundários, em sentido diagonal. Um espaço de

70 Espaços Livres do Recife

RUA PRINCESA ISABEL

0 5 10 20 30 40

praças da RPA1
amostra dos espaços livres

PRAÇA ADOLFO CIRNE

Local: Bairro da Boa Vista
Área: 20.130,38 m2
Projeto: autor não identificado (início Séc. 20)

Espaços Livres do Recife 71

 PRAÇA ARTUR OSCAR anteriores, com o centro circular
delimitado por 14 palmeiras imperiais,
contando ainda com um monumento
A Praça Artur Oscar é também conhecida
dedicado ao Marquês de Tamandaré.
como Praça do Arsenal da Marinha, em
Destinada ao uso contemplativo e ao
alusão ao edifício de mesmo nome ali
descanso, esta Praça oferece um cenário
existente. Construída numa área
resultante de inúmeros aterros realizados
ao longo do século 18, constitui um dos
símbolos do bairro do Recife pela
localização estratégica próxima ao cais do
porto e por associar-se ao antigo casario e
à Torre de Malakoff, indiscutivelmente um
edifício singular, de elevado interesse como
marco referencial do Bairro. Além disso, a
Praça Artur Oscar é o desembocadouro
das Ruas do Bom Jesus e do Apoio, dois
grandes corredores atuais de cultura e
lazer do Centro Revitalizado do Recife. No
século passado, era chamada Praça dos
Voluntários da Pátria em comemoração ao
praças da RPA1

término da guerra contra o Paraguai,

recebendo o nome atual em homenagem
ao marechal que derrotou o movimento
revolucionário de Canudos (1837/98).
am ostra dos espaços livres

Nos anos 30, foi reformada segundo

projeto de Burle Marx que lhe definiu um
jardim central a partir do casario existente, PRAÇA ARTUR OSCAR
passando por outra reformulação, Local: Bairro do Recife

posteriormente. Seu desenho atual é Área: 2.905,46 m2

Projetos identificados: Roberto Burle Marx (1934);
simétrico e manteve as influências

72 Espaços Livres do Recife

PRAÇA DEZESSETE

A Praça Dezessete, que homenageia os heróis

da Revolução Republicana de 1817, teve suas
origens no adro do templo calvinista de planta em
cruz grega que foi construída no período
holandês e se encontra assinalada na vista que
Franz Post nos deixou da Cidade Maurícia. Mais
tarde o seu espaço consolidou-se, ampliando-se,
após a expulsão dos flamengos, com a reforma e
RIO CAPIRARIBE
a dedicação do antigo templo ao Espírito Santo e
a construção do Colégio dos Jesuítas, a partir de
1686, à medida que o casario progressivamente AV. MARTINS DE BARROS

a circundava. Era então conhecida como a Praça

do Colégio. Em 1839, depois da construção do
cais pelo engenheiro francês Júlio Boyer, passou
todo o recinto a ser conhecido como Cais do
Colégio, reforçando-se o seu papel de espaço de
convívio social ribeirinho ao Capibaribe. Situada
y
no Bairro de São José reúne, hoje, duas partes
secionadas pela Rua do Imperador, com seus
traçados próprios, cada qual dotado de um A
núcleo em forma circular. Uma contém uma
fonte e escultura ofertadas pela Colônia
Portuguesa, a outra, os bustos de Sacadura
Cabral e Gago Coutinho - aviadores portugueses,

praças da RPA1
que desceram naquele cais em 1922, por
ocasião do primeiro vôo que realizaram sobre o
Atlântico. Embora tenha sido objeto de projeto do
paisagista Burle Marx por volta de 1935, sua amostra dos espaços livres
estrutura atual distingue-se da expressão que lhe
0 5 10 20 30 40

foi dada naquele momento. O desenho tem linhas

PRAÇA DEZESSETE
rígidas e se acha demarcado simetricamente
Local: Bairro de São José
por árvores que lhe anunciam os acessos. Áreas
Área: 2.049,72 m?
ajardinadas com os tradicionais desenhos
Projeto identificado: Brena Lúcia de Aguiar Remígio
arrematam-lhe as laterais. (1994)

Espaços Livres do Recife 73

♦
 PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA circulação na América Latina e de língua
portuguesa no mundo. Em 1815, outras lojas
maiores foram edificadas nos flancos leste e
Situada num dos mais tradicionais centros da
oeste da Praça em substituição das originais que
vida política e cultural do Recife, a Praça da
desmoronaram durante a reforma da ponte do
Independência é, sem dúvida, a mais antiga do
Recife onde se localizavam. No ano seguinte,
Bairro de Santo Antônio, onde já existia ao ser
1816, em face da elevação do Brasil à categoria
incorporada ao plano urbanístico da Cidade
de Reino Unido ao de Portugal e Algarves teve o
Maurícia do arquiteto Pieter Post, que Maurício
nome mudado para Praça da União. Finalmente
de Nassau fez construir durante o período
em 1833, a Câmara denominou-a Praça da
holandês. Era, então, o Terreiro dos Coqueiros,
Independência, conforme é conhecida até os dias
passando a chamar-se Praça do Mercado, em
atuais, embora também seja chamada Praça do
torno da qual ergueram-se as primeiras casas
Diário. Entre 1905 e 1975, a Praça da
térreas e sobrados da nova Cidade. Ao longo de
Independência recuperou o seu antigo espaço
mais de 360 anos de sua história, sofreu
com a demolição gradual de alguns quarteirões
mudanças de nome e de configuração,
próximos o que lhe possibilitou estender-se até
reduzindo-se-lhe o espaço nos fins do século 18
em frente à Igreja de Santo Antônio. Durante
até voltar a ampliar-se já no século 20. De fato, a
mais de um século essa Praça desempenhou-se
partir de 1711 passou a ser conhecida como
como centro nevrálgico do Recife, como palco de
Praça do Polé, quando este instrumento de
comemorações de importantes acontecimentos
suplício - que estava instalado na periferia do
nacionais, destino e origem de passeatas, de
Recife portuário desde 1630 - foi transferido
grandes concentrações populares - políticas,
para o centro da Praça do Mercado, junto à
cívicas, carnavalescas. que devia ao fato de
cacimba existente, ali permanecendo até a
encontrar-se na confluência de importantes
década de 1760. Uma reforma significativa
artérias como a Rua 19 de Março, a Rua Nova e a
praças da RPA1

ocorreria em 1788, reduzindo-lhe o espaço com

Av. Guararapes. Em 1975, foi alvo de uma
a construção no seu interior de 62 pequenas
reforma recebendo ajardinamento, úma fonte e
lojas com alpendre corrido em arcaria,
o mobiliário pertinente, sendo, hoje, um espaço
destinadas à venda de frutas e verduras.
bastante sombreado, freqüentado por
amostra dos espaços livres

Dispunham-se nos lados sul e norte da Praça,

populares, em convivência a que não faltam
surgindo em consequência daquelas
atrações improvisadas de artistas anônimos,
construções duas travessas, respectivamente
vendedores ambulantes, pregações evangélicas.
nomeadas de Beco do Peixe Frito e Travessa da
Cruz. Nesta seria instalado em 1825, o Diário de
Pernambuco, hoje o mais antigo jornal em

74 Espaços Livres do Recife

AV. DANTAS BARRETO

praças da RPA1
amostra dos espaços livres
PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA
Local: Bairro de Santo Antônio
Área: 2.109,47 m?
Projeto identificado: Maria do Socorro Mussalém;
Maria Inês de Oliveira Mendonça (1974)

Espaços Livres do Recife 75

 PRAÇA DA REPÚBLICA
As origens da Praça da República remontam ao
ano de 1639 quando o Conde João Maurício de
Nassau Siegen, governador do Brasil Holandês,
iniciou o plantio de um parque em torno do
Palácio de Friburgo - provavelmente o primeiro
jardim renascentista das Américas. Desde
então, aquele espaço converteu-se no centro
político-cultural do Recife. Ali, Nassau abrigou
uma equipe de artistas e homens de ciência, de
humanistas, criando ao redor de si um
verdadeiro campo de experimentação e lazer, a
que não faltou um jardim zoobotânico, hortas e
pomares, jardins de flores e plantas medicinais,
um campo de jogos de bocha, recantos para
encontros galantes e devaneio, grandes
espelhos de água onde criava peixes. Alamedas
de coqueiros - que Nassau transplantou adultos
para o seu parque e no ano seguinte safrejaram -
marcavam-lhe os diferentes usos, limitando
aquele espaço que veio a ser a primeira área
verde do Recife - uma área com inequívoca
vocação para praça e centro cívico que se
praças da RPA1
confirma até hoje. Com a volta de Nassau para a
Europa e a expulsão dos holandeses, o parque e
seus componentes foram destruídos,
conservando-se de pé o palácio, até 1769,
amoatra doa aapaços livres
servindo de moradia aos governadores. Seu
entorno, entretanto, converteu-se num
descampado anônimo. Mais tarde receberia os
nomes: Praça do Palácio Velho, Campo do Erário,
Campo de Honra e, por fim, Campo dos Mártires,
quando testemunhou o enforcamento dos
76 Espaços Livres do Recife
líderes republicanos da Revolução de 1817.
Coube ao Conde da Boa Vista iniciar a
restauração daquele espaço com a construção
do palácio do governo, em 1841. Em 1850
inaugurava-se o Teatro de Santa Isabel,
projetado e executado por Louis L. Vauthier. Com
a vinda de D.Pedro II e a estada da família real no
palácio, em 1859, o local passou a ser chamado
de Campo das Princesas, sendo no ano seguinte
cogitado o seu ajardinamento, segundo um
projeto de William Martineau. Em 1874, seria
executada uma proposta de Emile Beringer
inspirada no paisagismo inglês, com canteiros
irregulares e um coreto no centro, todo o
conjunto protegido por um gradil. Cerca de um
ano após a proclamação da república recebeu o
nome de Praça da República, que conserva até
os dias atuais. A década de 1930 assistiu à
inauguração do Palácio da Justiça e reforma da
praça pelo paisagista Burle Marx que conservou
os dois eixos ortogonais do projeto de Beringer,
surgindo no lugar do antigo coreto um lago com
uma fonte, demarcados pelas palmeiras
imperiais, tendo estátuas dispersas no seu
entorno. A última reforma da Praça da República
ocorreu em 1999, introduzindo-se pequenas
mudanças no projeto de Burle Marx, sendo
mantidos os eixos com palmeiras imperiais e os
caminhos diagonais que levam aos importantes
edifícios e vias ali presentes: os palácios do
Governo e da Justiça, o Teatro de Santa Isabel, o
Liceu de Artes e Ofícios e a Secretaria da
Fazenda - um dos marcos da arquitetura
moderna de Pernambuco. A Praça apresenta
três lances de jardins que se desenvolvem em
direção do rio, privilegiada pelo amplo horizonte e
pela vista do casario do Bairro do Recife - uma
paisagem que acentua o caráter contemplativo
desta praça multissecular, à sombra do seu
expressivo arboreto e sob a sedução das
palmeiras e do imenso e velho baobá.

PALÁCIO DO GOVERNO

praças da RPA1
PRAÇA DA REPÚBLICA
Local: Bairro de Santo Antônio

amostra dos espaços livres

Área: 20,336,44 m2
Projetos identificados: Parque de Friburgo - Pieter Post
(1637-42); William Martineau (1860); Praça e Campo
das Princesas - Emile Beringer (1875); Autor não
identificado (1918); Praça da República - Roberto Burle
Marx(1936)
Reforma: Elba Souto, Lúcia Veras, Liana Mesquita,
Martha Domingues Ferraz, José Nilson Andrade (1999)

Espaços Livres do Recife 77

 PRAÇA DA SAUDADE de arquitetura modernista, impõe-se e é
valorizado pela presença do lago em linhas
curvas que lhe compõe o entorno, com seus
Denominada de Campo Santo, a praça fronteira
desenhos sinuosos, delimitando canteiros e
ao Cemitério de Santo Amaro deve seu nome ao
arrematando bancos, sugerindo, enfim, um
caráter de recolhimento e à saudade que inspira
espaço de reflexão e isolamento. Muito embora a
aquele local, destinado ao repouso dos nossos
cobertura vegetal da praça pareça formar um
entes queridos e antepassados. Embora ainda
todo com o maciço arbóreo do Cemitério e da
sem forma, o espaço da futura praça já se
arborização significativa da avenida Mário Melo,
insinuava em plantas antigas do Recife,
as linhas irregulares e assimétricas desse
começando a delinear-se concomitante e
projeto da década de 1970, rompem com o
justificadamente com a inauguração daquele que
geometrismo do projeto do Cemitério e com as
era, então, o mais importante cemitério público
linhas rígidas da arquitetura do edifício .presente
de Pernambuco. Projetado por Louis Léger
na praça. Diferentes espécies arbóreas tais
Vauthier em rígido traçado geométrico e
como flamboyants, castanholas, mangueiras
composto por uma rede de alamedas
estão ali presentes, evocando-se ainda um
entrecruzadas, veio a receber, como encrave
precioso em seu foco central, uma bela capela
gótica construída pelo Engenheiro Mamede
Ferreira, concluída em 1855. Entre 1906/07 a
planta de Douglas Fox registrava aquele sítio
ainda ocupado, em grande parte, por pauis e,
somente por volta de 1918, surgia como área
arruada, todavia sem feição de praça. É possível
que a configuração desse espaço date da
praças da RPA1

segunda metade do século 20, levando em conta

as obras de aterro empreendidas pelo
governador Agamenon Magalhães em Santo
Amaro. A sua forma atual, contudo, definiu-se na
amostra dos espaços livres

década de 70, ficando patentes as influências

organicistas do seu traçado. Nela está situado o
edifício da Delegacia de Roubos e Furtos, além de
quiosques para venda de flores. Dentro de uma
área de considerável cobertura vegetal,
principalmente arbórea, o edifício da Delegacia,
3

78 Espaços Livres do Recife

 RUA MARQUÊS DO POMBAL

R U A DA SAU D AD E

praças da RPA1
amostra dos espaços livres

PRAÇA DA SAUDADE
Local: Bairro de Santo Amaro
Área: 9.636,8 m2
Projeto identificado: Brena Lúcia de Aguiar Remígio
(1978)

Espaços Livres do Recife 79

 PRAÇA JOAQUIM NABUCO serena figura do seu patrono. A localização
ribeirinha ao Capibaribe faz da Praça um
belvedere para apreciação do panorama das
□ local onde hoje se encontra a Praça Joaquim
pontes e do casario do outro lado do Rio, num
Nabuco, junto à Ponte da Boa Vista, no Bairro de
contexto de reminiscências do Recife, bem perto
Santo Antônio era um espaço sujeito à invasão
da Casa da Cultura e da velha Estação da Rede
das águas do Rio Capibaribe, conhecido no
Ferroviária, de onde parte o metrô para vários
século 19, como Porto das Canoas. Ali vinham
pontos de interesse turístico da Cidade. Antigo
essas embarcações que por muito tempo
ponto de reunião dos freqüentadores do Cinema
fizeram o transporte das pessoas e mercadorias
Moderno, hoje desativado, a Praça continua
no Recife. Nos meados desse século, iniciaram-
sendo um espaço público utilizado por
se os aterros e a urbanização do seu sítio,
comerciantes e idosos, em meio ao burburinho
construindo-se o cais e a Casa de Detenção, atual
da vida urbana. Canteiros laterais com
Casa da Cultura - uma obra de vulto do
vegetação de amendoeiras-da-índia, oitizeiros,
engenheiro José Mamede Ferreira, iniciada em
barrigudas, entre outras espécies, abrigam os
1850 e inaugurada cinco anos depois. Na época
usuários para o descanso e o convívio social.
era chamada Praça ou Largo da Concórdia, em
cujo centro foi construído um edifício destinado à
Escola Modelo - mas onde, de fato, funcionou em
seu lugar o Instituto Arqueológico Histórico e
Geográfico Pernambucano, fundado em 1862.
Foi, aliás, em honra de um dos membros mais
respeitados da Instituição, José Domingos
Codeceira, que receberia o nome oficial de Praça
Major Codeceira. Era, então, ajardinada com
praças da RPA1

canteiros e várias gameleiras e em suas

imediações já se encontrava o hoje mais que
centenário Restaurante Leite. Em 1911, com a
transferência do Instituto Arqueológico, o edifício
amostra dos espaços livres

onde funcionou foi demolido. A partir desse

período a Praça recebeu o nome de Joaquim
Nabuco, inaugurando-se, em 1915, o
monumento ao abolicionista pernambucano - um
grupo escultórico de grande dramaticidade, em
que os escravos rompem os grilhões ante a

80 Espaços Livres do Recife

 PONTE DA BOA VISTA

30 40

praças da RPA1
amostra dos espaços livres

PRAÇA JOAQUIM NABUCO

Local: Bairro de Santo Antônio

Área: 1.791,03 m2
Projeto: autor não identificado (meados Séc. 19)

Espaços Livres do Recife 81

 PRAÇA MACIEL PINHEIRO

A Praça Maciel Pinheiro, situa-se num contexto

de valorização histórica do Bairro da Boa Vista
em face do antigo casario e da Igreja Matriz,
tendo recebido inúmeras denominações
anteriores, entre outras, Praça de N.S- da
Conceição da Boa Vista, Largo do Moscoso ou
Largo do Aterro. Conhecida até 1869 como
Praça da Boa Vista, passou, posteriormente, a
ser chamada Praça Conde D'Eu, em homenagem
ao comandante que substituiu Duque de Caxias
no comando na Guerra do Paraguai. Com a
Proclamação da República, recebeu o nome
atual de Praça Maciel Pinheiro, evocando a
personalidade desse herói brasileiro. Apesar de
sua área reduzida, essa Praça consegue exercer
a notável função de amenização climática e de
contemplação em área de comércio central,
consistindo no principal elemento de interesse
estético e paisagístico daquele espaço,
valorizado pela fonte decorativa, que substituiu o
antigo Chafariz Imperial. Desde a sua
implantação, constitui um motivo a mais para o
praças da RPA1

convívio social, simultaneamente propícia ao

encontro e ao devaneio solitário. Hoje a presença
da fonte é ressaltada por palmeiras imperiais
que, juntamente com o passeio, os canteiros
amostra dos espaços livres

decorativos e bancos venezianos, reforçam a

convergência do interesse para os jogos da água
na fonte, com suas taças e ninfas, enfim, para
PRAÇA MACIEL PINHEIRO
esse atraente conjunto escultórico ali colocado Local: Bairro da Boa Vista
graças às doações feitas pela população do Área: 1.270,14 m2

Recife. Projeto: autor não identificado (fins Séc. 19)

82 Espaços Livres do Recife

PRAÇA OSWALDO CRUZ misturam-se a rigidez de figuras geométricas
com elementos orgânicos, frutos prováveis de
sucessivas reformas. Assim, próximos a Rua
A Praça Oswaldo Cruz situa-se no Bairro da
Fernandes Vieira aparecem dois círculos
Soledade e é contornada pelas ruas Oswaldo
dispostos em um eixo deslocado. 0 primeiro
Cruz e Fernandes Vieira, consistindo em um belo
define um canteiro circundado de palmeiras com
espaço verde para onde se voltam os edifícios da
um busto ao centro; o outro mais adiante, é
Fundação de Saúde Amaury de Medeiros -
definido pela colunata remanescente de um
FUSAM, ali instalada em 1914, bem como do
antigo coreto. Já o lago, de traçado sinuoso, é
Teatro Valdemar de Oliveira. Foi antes um local
habitado por fauna e flora aquática e emoldurado
onde se reuniam estudantes de colégios da Boa
por vegetação arbórea expressiva. restante do
Vista e da Soledade, jovens que, de uma maneira
mobiliário reforça a vocação para o descanso, o
geral, aproveitando o cenário do lago e dos
encontro e a contemplação, conforme sugerem
bancos sombreados, faziam da Praça um ponto
suas luminárias e bancos com encosto,
de encontro e namoro, principalmente, entre as
enquanto o gradil recentemente colocado
décadas de 40 e 60.0 nome da Praça deve-se a
aumenta-lhe a sensação de isolamento entre o
uma justa homenagem ao médico e sanitarista
conjunto praça-casario.
brasileiro Oswaldo Cruz. No seu traçado

praças da RPA1
amostra dos espaços livres

Espaços Livres do Recife 83

 PRAÇA RIO BRANCO erguem como signos que são da vida desta
Cidade, num todo harmônico, sedimentado no
sentimento e na alma das pessoas: moradores
A Praça Rio Branco assenta-se sobre o núcleo
do bairro, recifenses e visitantes, desta e de
primordial do Recife, tendo sido sucessivamente
outras terras. Em 1999, ocorre uma radical
denominada Largo do Siculé, bem antes de ser o
mudança em sua longa história de porta de
Cais do Trapiche, que mais tarde, reformado,
recepção para quem chega e de janela para o
converteu-se no Cais da Lingueta, a ante-sala da
mar, para os que aqui estão, a fim de se
Cidade no século 19, assistindo ao crescimento
converter em local de eventos de caráter cívico
das primeiras gameleiras no bairro. Ali se
ou popular, para o encontro da multidão. Uma
instalaram, junto ao antigo casario, os prédios da
proposta que substitui jardins e bancos, a fim de
Companhia Geral do Comércio e da Associação
converter os seus 6.000 m2 em um grande
Comercial Beneficente, recebendo por isso o
mosaico de Cícero Dias, uma obra de .arte a céu
nome de Praça do Comércio já no final dos
aberto, uma rosa dos ventos, feita com pedaços
oitocentos, outra vez mudado para o de Praça
dos monumentos demolidos da ilha do Recife.
Santos Dumont. Era esta a sua designação no
início do século 20, uma praça vizinha ao Cais,
verdadeira janela sobre o Atlântico, com suas
velhas gameleiras rodeadas por singelos bancos
de ferro. Em 1909, a reforma do porto
transformou-a na Praça Rio Branco, em honra
ao grande empreendedor e estadista brasileiro
que foi José Maria da Silva Paranhos, sendo-lhe
erguida, em 1917, uma estátua, obra do
escultor francês Felix Charpentier, um
praças da RPA1

monumento com cerca de dez metros de altura.

Lá permaneceu como anfitrião de nossa gente
no centro da Praça, entre bancos de mármore
desgastados pelas intempéries, junto a canteiros
amostra dos espaços livres

simétricos, à sombra de algumas amendoeiras,

um espaço partilhado pelo chamado marco zero
do sistema rodoviário do Estado. Visões
marinhas e estelares compõem-lhe o cenário de
prédios históricos como o da Associação
Comercial e outros mais recentes, que se

84 Espaços Livres do Recife

 0 5 10 20 30 40

praças da RPA1
amostra dos espaços livres

PRAÇA RIO BRANCO

Local: Bairro do Recife
Área: 6.000 m2
Projetos identificados: Elza Ferreira, Fátima Farias
[1986); Reginaldo Estêves, Fernando Borba [1999)

Espaços Livres do Recife 85

 PRAÇA SÉRGIO LORETO hierarquia e marcados por fileiras de árvores.
Mesmo circundada por um trânsito intenso,
ainda conserva o espírito idílico de antigamente,
A Praça Sérgio Loreto, a mais bela, senão a mais
que se projeta sobre o seu entorno, onde se
romântica praça do Recife, foi instalada pelo
encontram uma escola, um mercado de flores,
Prefeito Antônio de Góes em 1926, no Bairro de
além dos monumentos aos Heróis da
São José, no local denominado Campina do Bodê,
Restauração.
que a tradição aponta como a Campanha do
Taborda, um humilde pescador que no período
holandês habitava uma pequena ilha de onde foi
expulso, para instalação do reduto Amélia que
completava o Forte das Cinco Pontas em direção
ao sul. A Praça surgiu quase concomitante com
um grupo escolar, recebendo tratamento
primoroso sob a influência dos jardins ingleses,
contendo inequívocos componentes da Art
Nouveau. De fato, seu traçado original, definido
em 1924, foi desenvolvido em linhas curvas
características do paisagismo inglês, imitando
as linhas da natureza, delineando o lago e os
passeios sinuosos, sombreados por grandes
árvores e imponentes palmeiras imperiais,
permitindo a percepção e o deleite de variadas
impressões visuais ante a multiplicidade dos
ângulos e dos cenários, sob o efeito do espelho
praças da RPA1

d'água. Reconhecida como uma expressão do

paisagismo inglês, pode ter influenciado vários
projetos posteriores. Ademais, o caráter
romântico de sua concepção é acentuado pela
amostra dos espaços livres

pequena ponte com guarda-corpos imitando

ramos de árvores e pela presença de um belo
coreto e estátuas de mármore. Após algumas
reformas, adquiriu maior extensão de piso
revestido, escadarias que adentram o lago e
caminhos em linha reta guardando uma certa

86 Espaços Livres do Recife

 praças da RPA1
amostra dos espaços livres
PRAÇA SÉRGIO LORETO
Local: Bairro de São José
Área: 6.423,00 mP

Projeto identificado: Antônio de Goes (1926]

Reforma: Maria de Lurdes Nóbrega, Ronaldo Lamour
(1994)

Espaços Livres do Recife 87

 PRAÇA CHORA MENINO ressaltam uma arborização representativa e
agradavelmente amenizadora. Ao longo de um
passeio central encontram-se pequenos
A Praça Chora Menino situa-se no Bairro da Boa
espaços de estar que se oferecem à
Vista, na confluência da avenida Manoel Borba,
contemplação e ao descanso. A cobertura
ruas Dom Bosco e Dona Benvinda, na origem da
vegetal é bastante significativa representando
av. Lins Petit. nome que lhe foi dado e ainda hoje
aproximadamente 70% de sua área total.
se mantém lembra o sofrimento de crianças -
segundo versão popular - ali abandonadas.
Embora a existência de um orfanato defronte
àquela praça sugira tal possibilidade, é mais
provável que o nome tenha origem na
Setembrizada, um motim, deflagrado por
militares do 13s e 142 Batalhão, revoltados
contra os parcos soldos que recebiam do
governo. Desse movimento resultaram 530
mortos, no confronto ocorrido no lugar da Praça
entre os amotinados e as forças legalistas, além
de cerca de 1.000 feridos. Ali os órfãos das
vítimas do motim prantearam seus pais mortos,
passando o lugar a ser conhecido com o nome de
Chora Menino, conforme batizou a sabedoria
popular. Consta que sob o leito da atual praça
encontram-se os despojos dos que ali foram
sacrificados. A configuração triangular da Praça,
deixa entrever a função de organização e de
praças da RPA1

submissão ao sistema viário, como muitas

outras praças do Recife. Contudo a vizinhança de
antigos casarões, do antigo Cinema Boa Vista,
ora assumindo outras funções ligadas ao
amostra dos espaços livres

comércio local além dos novos prédios

residenciais ali surgidos justificam sua presença
PRAÇA CHORA MENINO
como um local de convívio social e de
Local: Bairro da Boa Vista
contemplação. A última reforma, realizada a Área: 2.674,39 m2
partir de canteiros irregulares de hervas Projeto identificado: Brena L de A. Remígio (1994)

88 Espaços Livres do Recife

PRAÇA TIRADENTES da Praça Tiradentes as escavações propiciaram
a descoberta dos restos de um galeão
provavelmente afundado ou naufragado, na
A Praça Tiradentes tem presença marcante na
época em que aquele sítio ainda não fora
paisagem do Bairro do Recife pela densa
roubado ao mar e aterrado^
arborização, a que não faltam palmeiras e
coqueiros, unindo a parte nova do Cais do Apoio,
próxima à Ponte Buarque de Macedo, ao antigo
casario da rua do Brum que desemboca na
Praça Artur Oscar. É, portanto, numa área de
serviços que ela se encontra, próxima a
armazéns, casas bancárias e diversas
instituições públicas. O seu traçado tem como
ponto de partida o cruzamento de dois grandes
eixos, em sentido diagonal às ruas circundantes,
numa sensível tentativa de criar um espaço
interior sossegado e aconchegante, favorável ao
convívio ou à quimera, em meio ao intenso
burburinho urbano. Caminhos largos, em terra
batida, partindo dos quatro cantos do retângulo,
convidam o visitante a entrar no seu interior,
estreitando-se os caminhos antes de alcançar o
ntícleo, um tranqüilizante espelho d'água
povoado com plantas aquáticas. A leitura do
projeto, cujo princípio dominante é o da simetria
rígida, permite a identificação imediata dos dois

praças da RPA1
eixos que definem quatro canteiros, contendo
vegetação frondosa e com diferentes texturas,
ao longo dos quais estão dispostos os bancos, no
encontro da circulação central. É um espaço
acolhedor mais utilizado durante a semana, amostra dos espaços livres

principalmente pelos trabalhadores do porto e PRAÇA TIRADENTES

servidores públicos, proporcionando-lhes Local: Bairro do Recife
momentos de relaxamento dentro da sua rotina Área: 5.019,98 ms

de trabalho. Durante as obras para a execução Projeto identificado: Ridete Tavares [1975)

Espaços Livres do Recife 89

 PRAÇA DA CONVENÇÃO um agitado centro de comércio popular, que teve
a área reduzida provavelmente diante das
necessidades de expansão do sistema viário.
A Praça da Convenção, no Bairro de Beberibe,
Isso se reflete, aliás, na distribuição dos
marca o lugar onde eram sediadas as reuniões
componentes da Praça, onde se ressalta a
do movimento separatista conhecido como
existência de dois pontos focais, sem distinção
Convenção de Beberibe, que converteu
hierárquica, distribuídos nas extremidades do
Pernambuco na primeira província brasileira
terreno: o monumento à Convenção, de um lado;
independente de Portugal, com a destituição do
do outro, um recinto com mesas de jogos e
governador português Luiz do Rego, em 1821, e
algum mobiliário urbano complementar. Árvores
a instituição de um governo provisório, presidido
remanescentes das matas de Beberibe e
por Gervásiò Pires Ferreira. A Praça situa-se nas
palmeiras imperiais marcam presença na praça,
terras das primitivas e 'densas matas de
ali criando um espaço que oferece, como
Beberibe', onde foi assinada a Convenção e
principal atividade, o jogo de dominó, com a
revela o processo de lenta urbanização ocorrido
participação constante dos residentes, sob o
nas primeiras décadas do século 20,
signo do rico legado dos heróis da Convenção de
posteriormente atingido por uma desenfreada e
Beberibe.
brutal ocupação, especialmente nos últimos
trinta anos. É possível que o espaço da Praça se
tivesse mantido livre desde sempre, valorizado
que era por residências respeitáveis, dentre as
quais merecia destaque um palacete azul com
um torreão, denominado 'Casa do Pavão', por
conta das figuras destas aves e de outros
elementos da natureza que nele foram pintados.
praças da RPA2

Todavia, a iniciativa para sua definitiva

configuração como praça, partiu do prefeito
Augusto Lucena por ocasião das comemorações
do Sesquicentenário da nossa Independência,
amostra dos espaços livres

em 1972, quando ali fez erguer um monumento

aos heróis da Convenção de Beberibe, com 8
metros de altura, da autoria do escultor Abelardo
da Hora. É provável que modificações
posteriores tenham conferido à Praça a sua
atual forma irregular e estrangulada, em meio a

90 Espaços Livres do Recife

 praças da RPA2
amostra dos espaços livres

PRAÇA DA CONVENÇÃO
Local: Bairro de Beberibe
Área: 2.562,09 m8

Projeto identificado: Ridete Tavares [1972]

Reforma: Elza Ferreira, Fátima Farias [1994]

Espaços Livres do Recife 91

 PRAÇA PHAELANTE CÂMARA que recobre os limites da Praça cada um com
sua individualidade florística. Um caminho de
terra, largo, sinuoso, partindo das entradas
Existe na confluência da av. Norte com a av.
surpreende nas formas que assume, sob o jogo
Santos Dumont, no Rosarinho, que segue em
de luz e sombra das árvores. Nele se acham
direção ao Arruda, um maciço arbóreo notável,
dispostos confortáveis bancos venezianos para
espécie de inesperado oásis, em meio à rudeza
usufruto daquele espaço - todos voltados para o
do trânsito. É a Praça Phaelante Câmara,
lago que, ora aterrado se converteu num enorme
projetada na década de 70, parecendo hoje um
canteiro, contornado por um anel de grama, em
resto de mata que, por um feliz equívoco,
talude. Duas alterações foram introduzidas no
houvesse escapado à urbanização que a envolve.
projeto original. A primeira, já referida, foi o
De perto, porém, surge como um recinto em
aterro do lago, a segunda a colocação de um
escala humana, um recanto de paz, amenidade e
gradil. A participação comunitária através.do
silêncio, sombreado por majestosas
“Programa Adote uma Praça” transformou a
amendoeiras, um gigantesco ficus italiano,
Praça Phaelante Câmara num ponto de
enormes oitizeiros, mangueiras, carolinas,
visitação, de grande atratividade, na época de
sombreiros, cássias, filícios e palmeiras
Natal, pela decoração noturna, valorizando-a e
imperiais que ali se distribuem, quase da mesma
projetando-a, sem sombra de dúvida, como
altura, exceto os flamboyants que, com copas
espaço cultural.
mais modestas superam, entretanto, as demais
na floração. Na verdade, essa Praça é um feliz
arranjo em que o emprego de tijolos maciços no
passeio externo, em múltiplos arranjos
circulares ou contraponteantes, criam
vestíbulos que convidam à penetração da Praça,
praças da RPA2

ao tempo em que, canteiros circulares avançam

saltando, do interior e dos limites da Praça, sobre
os passeios. 0 que lhe confere ritmos
surpreendentes, novidades estéticas dignas do
amostra dos espaços livres

barroco italiano ao quebrar cânones e estender

o espaço pictórico além dos seus
enquadramentos. Um experimento que combina
espaços circulares com os demais componentes
da Praça. Ao todo cinco canteiros se
interpenetram e se distribuem sobre o gramado

92 Espaços Livres do Recife

N

praças da RPA2
amostra dos espaços livres

PRAÇA PHAELANTE CÂMARA

Local: Bairro do Rosarinho
Área: 2.498,56 m2
Projeto identificado: Maria Inês de Oliveira Mendonça
(1979]

Espaços Livres do Recife 93

 PRAÇA TERTULIANO FEITOSA entorno, além do expressivo conjunto vegetal ali
presente. Um lago irregular, em linhas sinuosas e
agraciado por plantas aquáticas é o ponto de
Localizada no Bairro do Hipódromo, a Praça
atração da Praça, onde se reúnem conjuntos de
Tertuliano Feitosa deve seu nome a Antônio
árvores, distribuídas em diferentes níveis do
Feitosa, filho de um dos líderes da Revolução
terreno, a exemplo de jacarandás, oitizeiros,
Praieira de1848, proprietário de um sítio que lhe
amendoeiras, mangueiras, sombreiros,
herdaria o nome e onde se realizavam as
flamboyants, mulungus, além de vários tipos de
reuniões do último movimento libertário ocorrido
palmeiras. É grandemente utilizada pelos
em terras pernambucanas. Seu propósito, era o
moradores para suas caminhadas diárias, como
combate à repressão popular imposta pela
também pelos estudantes das escolas próximas
monarquia e foi chefiado pelo deputado Antônio
em seus momentos de lazer. Sem dúvida, um
Nunes Machado, também o seu primeiro mártir.
belo cenário que conta com o apoio de
Conhecida popularmente como Praça do
associações comunitárias, a exemplo do Clube
Hipódromo, está bem integrada à Vila do
da Boa Saúde.
Hipódromo e se destaca como parte de um
projeto modelo de habitação, pioneiro no Recife
dos anos 30, uma iniciativa que contou com
profissionais ilustres como Joaquim Cardozo,
Antônio Baltar, Airton Carvalho, Hélio Feijó e João
Corrêa Lima. A Praça foi planejada para ocupar o
centro de uma área de 12 hectares onde
funcionou o hipódromo que deu nome ao bairro.
Vizinha ao grupo escolar Clóvis Bevilaqua, teria a
função de agregar o conjunto dos equipamentos
praças da RPA2

sociais ali instalados às edificações residenciais,

proporcionando um espaço de integração aos
moradores como um prolongamento dos seus
lares, propício ao desenvolvimento de atividades
amostra dos espaços livres

recreativas, sociais e culturais. Assim, a Praça

converteu-se em um lugar especial do bairro,
pelas suas peculiaridades paisagísticas,
proporcionando equilíbrio ambiental e espaços
aprazíveis, valorizados pelo contraste dos cheios
e vazios, pela escala do casario que lhe cinge o

94 Espaços Livres do Recife

 praças da RPA2
amostra dos espaços livres

PRAÇA TERTULIANO FEITOSA

Local: Bairro do Hipódromo
Área: 12.558,61 m2

Projeto identificado: Ridete Tavares, Maria do Socorro

Mussalém(1976)

Espaços Livres do Recife 95

 PRAÇA DE CASA FORTE pena de Burle Marx - como também o aspecto
ecológico-ambiental, ao conceber um espaço
A Praça de Casa Forte constitui o primeiro
livre público na malha urbana que inova, ao
projeto de jardim público idealizado pelo
introduzir espécies vegetais da flora nativa
paisagista Roberto Burle Marx, no Recife, em
brasileira.tais como pau-rei, sibipiruna, abricó de
1934, quando exercia o cargo de Diretor de
macaco, aninga, etc. Assim, a Praça se dispõe
Parques e Jardins do Governo do Estado de
em três jardins de formas regulares sendo dois
Pernambuco. Situada no tradicional bairro de
retangulares e um quadrado, onde estão
Casa Forte, ocupa o sítio onde no século 17
presentes: no primeiro, a partir da Av. 17 de
safrejava o Engenho Casa Forte, de propriedade
Agosto, espécies arbóreas brasileiras da mata
de dona Ana Paes, uma mulher avançada em
atlântica - ressaltando a imponência do pau-rei -
relação à estreita sociedade da época, que se
já referidos; no segundo espécies da Amazônia:
notabilizou durante o período holandês, pela
abricó de macaco, pau-mulato, aningas, etc; no
coragem pessoal e liberdade de pensamento.
terceiro, espécies exóticas: flamboyant, cassia
Seu histórico engenho serviu, aliás, como um dos
siamea, felício, palmeiras diversas, etc. Cada
últimos redutos da resistência flamenga, quando
jardim específico tem como ponto focal um
da Insurreição Pernambucana. A Praça possui
espelho d'água sendo dois retangulares e um
um traçado geométrico com formas regulares,
circular, todos com vegetação aquática, tendo
consistindo em uma sucessão de espelhos
como atrações a vitória régia amazônica e a
d'água centrados por passeios que se intercalam
aninga-açu.
com vegetação em três estratos e conta com
um magnífico conjunto de paus-reis, margeando
a Av. 17 de Agosto, seu principal acesso, que
serve de vestíbulo ao conjunto: um jardim em
moldes franceses, a que não falta a inspiração do
praças da RPA3

Kew Gardens. Segundo a concepção de Camilo

Sitte, a Praça de Casa Forte enquadra-se na
categoria de 'praça de profundidade' em relação
à igreja que se situa ao fundo, pois seus
amostra dos espaços livres

elementos de composição são distribuídos

simetricamente em direção à fachada principal
daquele edifício, em meio ao casario que se
dispõe em ambos os lados. Seu projeto ressaltou
não só o aspecto paisagístico, criando cenários
de rara beleza - conforme idealização em bico de

96 Espaços Livres do Recife

^

praças da RPA3
amostra dos espaços livres

PRAÇA DE CASA FORTE

Local: Bairro de Casa Forte
Área: 14.148,47 ma
Projeto identificado: Roberto Burle Marx (1934)

Espaços Livres do Recife 97

 PRAÇA DO DERBY invadida por mangues e pauis, até que entre
1922/1926 o governador Sérgio Loreto
determinou sua drenagem e aterro com a
Localizada no bairro de mesmo nome, a Praça
construção de um canal e a devida urbanização.
do Derby ocupa parte da área do antigo prado
Foi então loteada para ressarcimento dos gastos
pertencente à Sociedade Hípica Derby Clube,
públicos, erguendo-se a partir de então palacetes
inaugurado a 25 de março de 1888 e que
e mansões em torno de um amplo espaço livre,
funcionou por dez anos. Posteriormente aquele
que veio a ser a Praça do Derby, com lagos
espaço foi adquirido por Delmiro Gouveia - o
artificiais, ajardinamento, um coreto e um
pioneiro criador da Hidroelétrica de Paulp Afonso
bosque. Na década de 30, o espaço da Praça foi
- que ali construiu o grande Mercado Modelo ou
reformado pelo paisagista Burle Marx, dotando-a
Mercado Coelho Cintra, cuja primeira etapa foi
de um espelho d'água e de uma ilha verdejante
inaugurada a 13 de maio de 1898 e consistia na
com belas estátuas de márrrçore com um acesso
porção principal de um empreendimento
idílico, além de espécies vegetais decorativas.
turístico, à época único no País, dotado com
Hoje a praça se insere num dos principais
energia elétrica para uso noturno, bem como de
nódulos de articulação da Cidade, em área
sistemas especiais para iluminação zenital e de
dividida por movimentada via, tendo a Av
renovação do ar, e de um sistema hidráulico
Agamenon Magalhães como limite no flanco
notável à época. Além do mercado, que era um
oriental. No contorno da praça situam-se
prédio majestoso e elegante, de dimensões
paradas de ônibus para vários pontos da Cidade
grandiosas, Delmiro Gouveia construiu vários
e municípios da Região Metropolitana. Local de
outros atrativos, como casas de jogos, bares,
manifestações políticas e atividades culturais
cafés, etc, abertos à noite inteira, graças à
populares nos últimos anos, teve como uma de
energia elétrica por ele produzida, constituindo
suas principais atrações, por muitos anos, um
um avançado centro comercial e diversional,
peixe-boi, depois transferido para a ilha de
praças da RPA3

que atraía visitantes dos estados e até do

Itamaracá no litoral pernambucano. Possu
exterior, justificando a construção do Hotel
significativa e diversificada cobertura vegeta,
Internacional do Derby, no local da Escola de
composta por palmeiras de vários gêneros,
Medicina, hoje desativada. À frente do prédio
principalmente as palmeiras imperiais que lhe
amostra dos espaços livres

principal, estendia-se uma área ajardinada, junto

marcam o espaço. Bancos, lagos, fontes
a um velódromo com cerca de 400 metros,
esculturas e áreas destinadas a um orquidário e
sendo o complexo servido por bondes de tração
a um coreto são remanescentes dos velhos
animal. Um incêndio criminoso devastou suas
tempos, dividindo o espaço com brinquedos
instalações em janeiro de 1900. Por 22 anos a
infantis e mobiliário implantados em época
estância do Derby permaneceu abandonada,
recente.

98 Espaços Livres do Recife

RUA CARLOS CARREIRO

AV. AGAMENON MAGALHÃES

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PRAÇA DÜDERBY Q_
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Local: Bairro do Derby co
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Área 26.900,71 m2 ca

Projeto identificado: Roberto Burle Marx (1934) o

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Reforma: Lúcia Melo Lima (1985)

Espaços Livres do Recife 99

 PRAÇA DO ENTRONCAMENTO tráfego local, no último ano, tornou-se ponto de
referência e atração turística na época de Natal,
após ser adotada, com apresentações de dança
A Praça do Entroncamento, também conhecida
e música, um concorrido espaço cultural,
como Praça das Mangueiras, deve seu nome ao
passando por reformas que lhe acrescentaram
significado da antiga ocupação do espaço: a
alguns elementos de proteção, um playground e
confluência dos trens de ferro urbanos dos
algumas áreas de estar.
tempos do Recife Antigo, popularmente
chamados maxambombas que, vindos do
centro, dali partindo em demanda do Arraial da
Várzea e do Arraial de Dois Irmãos. Inaugurada a
19 de outubro de 1925, na administração do
Prefeito Antônio de Góes, recebeu o nome oficial
de Praça Correia de Araújo. De acordo com o
projeto do engenheiro Jorge Martins foi
executado, aproximadamente, na época da
Praça Sérgio Loreto, dentro da mesma
concepção de 'obra de aformoseamento
urbano’ - a que, de fato, ambas fazem jus. Apesar
de ter sido reformada por Burle Marx, em 1935,
manteve a primitiva fonte, enrrferro forjado, com
sua elegante coluna decorada por uma estátua
feminina e gárgulas de onde jorra a água sobre
uma grande bacia circular, ornamentada por
garças. Mas enquanto a fonte ocupa o núcleo
praças da RPA3

central da Praça, circundada por altas palmeiras

imperiais, cerca de meia centena de mangueiras
dominam o resto do espaço, oferecendo recato
aos que ali chegam para uma parada rápida ou
amostra dos espaços livres

devaneio à sua sombra, usufruindo os melhores

e mais belos bancos até hoje produzidos no
Recife, com sua decoração zoomórfica. A
vegetação encontra-se mais densa nos limites da
Praça, fato que contribui para um maior
isolamento, proteção visual e sonora do intenso

100 Espaços Livres do Recife

AVENIDA RUI BARBOSA

praças da RPA3
amostra dos espaços livres
PRAÇA DO ENTRONCAMENTO
Local: Bairro das Graças
Área: 5.824,14 m2
Projeto dentificado: Jorge Martins (1924)
Reformas: Roberto Burle Marx (1936); Adolfo Jorge
[1990)

Espaços Livres do Recife 101

 PRAÇA FARIA NEVES em que se ressaltam vários coqueiros e um
baobá africano. Tudo distribuído segundo linhas
sinuosas, assentes numa plataforma que se
Projetada por Burle Marx, a Praça Faria Neves
assemelha a uma pintura líquida,
ou Praça de Dois Irmãos está situada na entrada
espontaneamente derramada, como se fora
do Parque de Dois Irmãos, antigo Jardim
aquarela. É, portanto, uma praça contemplativa,
Zoobotânico, atualmente Unidade de
propícia ao descanso, deleite visual e isolamento,
Conservação Dois Irmãos, área remanescente
que no momento aguarda um merecida
da mata Atlântica, de acordo com a Lei de Uso e
restauração.
Ocupação do Solo da Cidade do Recife n.
16.176/96. A denominação de Faria Neves, que
lhe foi dada, constitui uma justa homenagem ao
grande naturalista e taxidermista que dedicou
sua vida a desvendar os mistérios da mata de
Dois Irmãos, preparando coleções de animais
que ainda hoje compõem o Museu de História
Natural do Ginásio Pernambucano, colégio
tradicional da cidade do Recife. Tendo como via
principal de acesso a Rua Dois Irmãos, a Praça,
por sua localização privilegiada, possui todos os
elementos para converter-se numa entrada
triunfal para o Parque de Dois Irmãos e dar à
vegetação da mata Atlântica, presente também
no campus da Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Concebida que foi como cenário de
praças da RPA3

inequívoca qualidade artística, sinalizadora da

densa floresta, a Praça inclui exemplares de
grande expressividade, dispostos em caminhos
de desenho irregular com bancos contínuos.
amostra dos espaços livres

Nela se encontram os signos dos

representantes dos diversos domínios florísticos
do Brasil - a exemplo dos ipês da mata atlântica;
do abricó de macaco e do pau-rei amazônicos; do
sertanejo mulungu - em meio a uma provisão de
palmeiras e outras espécies nativas e exóticas

102 Espaços Livres do Recife

 praças da RPA3
amostra dos espaços livres
PRAÇA FARIA NEVES
Locai: Bairro de Dois Irmãos
Área: 8.629,28 m2
Projeto identificado: Roberto Burle Marx (1940-50)

Espaços Livres do Recife 103

 PRAÇA SOUTO FILHO pequenas áreas internas de estar, com
revestimento de terra e bancos, enquanto o
passeio externo se consubstancia num piso de
A Praça Souto Filho apresenta-se como uma
tijolos maciços, muito interessante em seus tons
ante-sala, portal de entrada do Parque da
rosados. Um playground encontra-se encravado
Jaqueira, que liga a Av. Rosa e Silva, de intenso
no centro da Praça, o que transmite maior
fluxo de veículos, à Rua do Futuro, no bairro da
segurança e proteção às brincadeiras infantis,
Jaqueira. Para ela se voltam os edifícios
que ali se desenrolam. Funcionando como área
residenciais cujas fachadas são modeladas e
de transição, valoriza o acesso principal do
amenizadas pelas copas das belas e antigas
Parque da Jaqueira e promove uma continuidade
árvores que a contornam, beneficiando bastante
de espaços livres; ao mesmo tempo em que se
o microclima local. São as árvores, portanto, que
articula com o parque, este se abeira do rio
formam verdadeiras alamedas junto aos
Capibaribe, abrindo-se a um novo cenário o do
edifícios, constituindo os elementos mais
bairro da Torre, mais além no local das velhas e
atraentes da Praça. Figueiras, oitizeiros, paus-
românticas travessias.
brasis, jambeiros, jenipapeiros, etc,
contraponteando com palmeiras imperiais que
se distribuem ordenadamente e marcam o
contorno da praça, insinuando a presença de

J
praças da RPA3

O 5 10 20 30 40
amostra dos espaços livres

PRAÇA SOUTO FILHO

Local: Bairro da Jaqueira
Àrea: 5.339,75 m2
Projeto identificado: Brena Lúcia de Aguiar Rernígio
(1999)

104 Espaços Livres do Recife

PRAÇA BOM PASTOR

Assentada numa ampla área que se acha no

interior da Rua Bom Pastor, no bairro da
Iputinga, em frente à Colônia Penal do Bom
Pastor, a Praça Bom Pastor, funciona como um
jardim das residências, um local agradavelmente
sombreado, propício ao encontro dos
moradores do lugar. Apesar de sua forma linear
e contínua, seu traçado se desenvolve a partir de
linhas curvas, e sugere usos diferenciados que
correspondem a cada um de seus três módulos:
o primeiro abriga uma quadra de jogos, o
segundo um playground e o terceiro consiste em
um grande recinto de estar e de lazer
contemplativo. A vegetação é composta por
herbáceas e árvores frutíferas, entre as quais
mangueiras e goiabeiras, além de plantas
ornamentais com inúmeras palmeiras e acácias.
Por várias vezes esteve ameaçada de ter o seu
espaço reduzido, em face das tentativas do
imediatismo político, no sentido de ali implantar
algum equipamento educacional ou destinado à
saúde.

praças da RPA4
amostra dos espaços livres

PRAÇA BOM PASTOR

Local: Bairro da Iputinga
Área: 7.791,27 m2

Projeto identificado: Gilda Pina (1960-70)

Reforma: Elizabeth Cabral (1996)

Espaços Livres do Recife 105

 PRAÇA DA BANDEIRA

A Praça da Bandeira é também conhecida como

Praça do Sport dada sua proximidade com o
Sport Clube do Recife, o mais antigo clube de
futebol de Pernambuco, na Ilha do Retiro.
Situada na extremidade da Ponte Lima de
Castilho e à margem do Rio Capibaribe é, em
parte, contornada pela rua Benfica, que a
caracteriza como ponto de convergência de
antigos casarões do bairro da Madalena,
configurando-se como um espaço que se retrai à
visão externa, mas, decerto acolhe e convida à
contemplação. Quanto ao traçado, desenvolve-se
a partir de um núcleo central em cujo interior
encontra-se um mastro para a bandeira, o qual
se localiza num recinto circular, rodeado por um
passeio de onde partem três caminhos: dois na
direção norte-sul e um terceiro na leste-oeste. AV. FREI MATIAS PONTE L.DE CASTILHO

Bancos contínuos e curvos delimitam canteiros

cultivados por vegetação baixa e por árvores, que
se erguem sombreando e amenizando a rigidez
do traçado.

Mangueiras, tamarindos, palmeiras imperiais

praças da RPA4

misturam-se a espécies arbóreas de grande

efeito decorativo, a exemplo do flamboyant, do
abricó de macaco, amenizando e valorizando o
recinto que constitui a Praça.
amostra dos espaços livres

PRAÇA DA BANDEIRA
Local: Bairro da Madalena
Área: 3.177,20 ma
Projeto: autor não identificado [meados Séc. 20)

106 Espaços Livres do Recife

PRAÇA PINTO DAMASO

A Praça Pinto Damaso, também conhecida como

Praça da Várzea situa-se naquele bairro
tradicional do Recife, marcado pelas fachadas
dos grandes casarões que se integram
harmoniosamente à paisagem bucólica
circundante. Ao seu redor encontram-se três
escolas, pequenos pontos comerciais,
indicadores da existência de uma antiga área de
feira livre, bem como, estabelecimentos
governamentais, paradas de ônibus, etc, que a
tornaram um espaço de intenso uso,
direcionando sua última reforma para a criação
de diferentes possibilidades de recreação. Uma
mudança radical na concepção anterior, do
paisagista Burle Marx, nos anos 30, em que
explorou cenários de beleza contemplativa,
gerados pelas imponentes palmeiras imperiais e
vetustas árvores que evocam os senhoriais
jardins das casas de engenho. partido
paisagístico atual desenvolve-se a partir de
círculos e semicírculos que, ora limitam espaços,
enfatizando as áreas de piso revestido,' ora

praças da RPA4
tomam a forma de bancos. No centro fica a
quadra polivalente que domina os espaços de
estar circundantes e uma pequena área coberta
para jogos de mesa, além da área de playground.

amostra dos espaços livres

No lado de maior extensão estão dispostos 0 5 10 20 30 40

pequenos campos de futebol, enfatizando as

PRAÇA PINTO DAMASO
atividades esportivas. Parte da Praça foi
Local: Bairro da Várzea
separada por uma pequena via onde fica a Àrea: 6.647,02 m2
parada de ônibus e nela foram dispostos Projeto identificado: Mfi do Socorro Mussalém (1973)

quiosques destinados ao comércio informal. Reforma: Tereza Coelho (1995)

Espaços Livres do Recife 107

 PRAÇA EUCLIDES DA CUNHA Praça do Internacional, que lhe é fronteiro - um
edifício cujas linhas em estilo neocolonial,
formam um interessante contraste com o
Situada em frente ao Ciube Internacional do
traçado da praça, como se esta lhe constituísse
Recife, no Benfica, a Praça Euclides da Cunha, foi
um jardim agreste. De fato, ao associar plantas
concebida como um cactário, o chamado
do sertão em um todo harmônico e muito bem
Cactário da Madalena, que se inclui entre os
sucedido, Burle Marx poeticamente reproduziu
primeiros projetos de Burle Marx no Brasil, em
aspectos daqueles ambientes áridos, em
1935, na mesma época da Praça de Casa Forte.
crescente agressividade à medida que, através
Idealizada pelo paisagista como um jardim
de círculos concêntricos, o visitante adentra até
ecológico que reunisse plantas da caatinga
um núcleo de pedras com a rude vegetação de
nordestina, notabilizou-se pela presença de
macambiras, caroás, facheiros, xiquexiques,
cactáceas e espécies arbóreas do semiárido
cardeiros, coroas de frade e exóticas
como também pela aplicação das experiências e
palmatórias. Ali expôs a força brava do Sertão
observações feitas durante as primeiras
em sua simbólica, poderosa e rude beleza.
excursões que realizou no sertão de
Pernambuco. A partir daí formulou os
pressupostos básicos de uma proposta em que
assimilava "os condicionantes da paisagem
regional, o emprego da flora autóctone, o
respeito pelos condicionantes ambientais,
incorporando-os aos componentes da cultura
local", que se traduziu como uma forma de
compartilhar, conhecer e valorizar a paisagem
regional no meio urbano. Sua fonte de inspiração
praças da RPA4

seriam os estudos de Euclides da Cunha sobre os

sertões do Nordeste, para trazer à vida urbana
um retrato idealizado da paisagem e do clima da
caatinga, a um tempo trágico e grandioso do que
amostra dos espaços livres

estigmatizava o Sertão. Evidentemente uma

dramatização da vida e uma atitude de caráter
inovador dentro do tímido quadro do paisagismo
nacional, até então apenas importador de
modelos do paisagismo europeu. A Praça
Euclides da Cunha é também conhecida como

108 Espaços Livres do Recife

 praças da RPA4
amostra dos espaços livres

PRAÇA EUCLIDES DA CUNHA

Local: Bairro da Madalena
Área: 6.254,35 m2

Projeto identificado: Roberto Burle Marx (1934]

Espaços Livres do Recife 109

 PRAÇA PROFESSOR BARRETO CAMPELO como seu espaço principal uma quadra
polivalente, ladeada por um playground e áreas
de estar. Na parte menor da Praça estão um
A Praça Professor Barreto Campeio situa-se no
abrigo com um pequeno palco para
bairro da Torre, no local do antigo Engenho, cujo
apresentações, além de outras áreas de estar.
nome constitui uma alusão à torre da Igreja de
Nossa Senhora do Rosário, que sucedeu à velha
capela do Engenho. Assim, na área da atual
Praça, ficava o largo do Engenho, um espaço de
convívio dos seus antigos habitantes. Do
Engenho da Torre que se estendia dali até a
Várzea, permaneceram como marcos
significativos da época: a igreja, a casa grande,
hoje Escola Maciel Pinheiro, e a chaminé da olaria
do Engenho. Devido às constantes enchentes do
Rio Capibaribe foi construído um abrigo junto à
Igreja, que ainda hoje funciona com trabalhos
comunitários. É, portanto, um lugar simbólico
que deu origem ao bairro da Torre e mantém a
tradição de reunir sua população durante a
celebração da Festa de Santa Luzia, uma
homenagem dos devotos trabalhadores da
Fábrica da Torre, que ainda hoje evocam o pedido
de proteção da Santa para que os acudisse
quando da quebra dos teares - um acidente que
praças da RPA4

lhes poderia provocar a cegueira. A Praça acha-

se num entroncamento, da rua Conde de Irajá
com duas vias de acesso de onde se pode atingir
a Av. Caxangá, como também o Parque de
amostra dos espaços livres

Exposições do Cordeiro e o Parque do Caiara. De

formato linear, bastante arborizada e possuindo
terreno em dois níveis, ela se divide em duas
partes, conforme traçado, recentemente
idealizado, que consolida, de um lado, a prática do
jogo de futebol naquele lugar público, definindo

110 Espaços Livres do Recife

Espaços Livres do Recife
111
amostra dos espaços livres praças da RPA4
 PRAÇA SOLANGE PINTO MELO domingos, ora desativada. Em área de terra
batida, foi implantado um playground destinado
ao público infantil ao lado de jardineiras elevadas
A Praça Solange Pinto Melo integra o espaço
e de áreas de estar com bancos e mesas para
vizinho do Mercado Público da Madalena, e se
jogos. Do outro lado criou-se um local para
desenvolve linearmente na rua Real da Torre,
recreação passiva, destinada ao descanso e à
constituindo-lhe uma mancha de predominância
contemplação. O comércio informal que se
verde . Nela a imponência das acácias gigantes,
concentrava em volta do Mercado foi
mormente em sua floração de primavera,
incorporado ao edifício principal em pequenos
disputa presença com o Mercado Público: este,
compartimentos, direcionados, em sua maior
por ser o edifício marcante da Praça; aquelas,
parte, para a área de contemplação reservada
pela sua eloquente individualidade. Apesar da
para mesas e bancos, à sombra das árvores.
pressão da área comercial que a envolve e de
Nela os visitantes podem desfrutar de um
achar-se dividida pelo prédio do Mercado, a
espaço com árvores frondosas propícias ao
Praça constitui uma peça contínua visto que a
deleite visual, que se acha entrecortado pelo
vegetação e o piso de terra batida concebidos
desenho do piso e a disposição dos bancos,
em recente reforma, integram-na num todo
criando-se áreas de estar que garantem um
aprazível. De um lado prevalece a recreação
certo isolamento, apesar das ruas bastante
ativa, porém discreta, tendo tido antes, como
movimentadas do entorno.
atrativo, a tradicional feira dos passarinhos aos
praças da RPA4

RUA REAL DA TORRE

amostra dos espaços livres

PRAÇA SOLANGE PINTO MELO

Local: Bairro da Madalena
Área: 7.314,80 m2
Projeto identificado: Ridete Tavares [1970)
Reforma: Irene de Moura Coelho (1997)

Espaços Livres do Recife

PRAÇA SAN MARTIN

A Praça San Martin tem localização estratégica

no centro de comércio do bairro que lhe deu o
nome, em meio a um intenso fluxo de veículos e
de pessoas. Realizando a função primordial de
organização do sistema viário, seu espaço
distribui-se segundo um círculo central apoiado
externamente em quatro jardins laterais
simétricos com pequenos quiosques comerciais,
que formam um único conjunto. traçado traz
características do estilo orgânico, reproduzindo
linhas em forma de serpentinas, combinadas tal
qual um mosaico, o que origina diferentes
ambientes de estar, um playground e áreas de
jogos de mesa. Isso significa uma distribuição
bastante equilibrada e a guarda da unidade de
concepção do projeto. jardim central tem como
foco uma escultura, a que leva um caminho
sinuoso, entreaberto em três braços que
conduzem a ambientes ajardinados, servidos por
bancos contínuos e curvos ou bancos isolados,
sombreados por espécies arbóreas onde
prevalecem sombreiros e casuarinas. Com

praças da RPA5
muita propriedade foi instalado um pequeno
pórtico, marcando a entrada principal. Um
quiosque com mesas para jogos constitui ponto
de encontro dos moradores, principalmente da

amostra dos espaços livres

população do sexo masculino.

PRAÇA DE SAN MARTIN

Local: Bairro de San Martin
Área: 811,14m8

Projeto identificado: Ridete Tavares [1974)

Reforma: Elisabeth Cabral (1996)

Espaços Livres do Recife 113

 PRAÇA DO ABC

bairro da Mustardinha tem na Praça do ABC

um local bastante significativo para o convívio
(
social da sua população. Trata-se de um espaço
N
que se limita lateralmente por um canal, onde
estão definidos diferentes ambientes que se
sucedem, guardando uma certa hierarquia,
adaptada à configuração do terreno. acesso
principal leva diretamente à área central onde se
encontram mesás para jogos e bancos de estar,
tendo à esquerda, no espaço de menor
dimensão, o playground, e no maior, à direita, a
quadra de jogos. Aqui se ressalta, mais uma vez,
a presença da quadra de jogos nas praças de
bairro, como um equipamento de grande
importância para a recreação dos moradores da
circunvizinhança. Seguindo um princípio
bastante interessante de salvaguardar os
ambientes internos, e dentro de uma sucessão
de espaços, a Praça dispõe, em todo o contorno,
de arborização relativamente densa, a fim de
isolar o convívio dos usuários da agitação dos
veículos nas ruas circundantes. Numa
praças da RPA5

composição equilibrada em que predominam

formas retangulares, observa-se uma
distribuição de massas vegetais que estruturam
ambientes específicos, alternando-se com o piso
amostra dos espaços livres

que ora é revestido, ora é de terra batida.

Diversas palmeiras estão ali presentes,
PRAÇA DO ABC
marcando espaços, imprimindo valores.
Local: Bairro da Mustardinha
Área: 4.669,90 nT
Projeto identificado: Bçena Lúcia de Aguiar Remígio
(1970)

114 Espaços Livres do Recife

PRAÇA JARDIM SÃO PAULO

Conhecida popularmente como Praça Jardim

São Paulo, a antiga Praça Arlindo Salazar
localiza-se no Bairro do Jardim São Paulo, em
área predominantemente residencial, sendo
tangenciada7 pelas ruas Senador Alberto
Pasqualine e Nossa Senhora de Fátima. De
forma circular, a Praça ocupa posição de
destaque no bairro funcionando como um ponto
de referência para o lazer daquela localidade.
Contornada por vias de intenso fluxo de veículos,
apresenta uma configuração de "ilha de tráfego",
o que dificulta, de certa forma, o seu acesso. Não
obstante, por suas dimensões e diversidade de
equipamentos, na maioria das vezes
encontrados apenas nos parques da Cidade, é
um local que atrai grande número de usuários,
sobretudo moradores do entorno. Pista de
cooper, biblioteca, equipamentos de ginástica,
playground, áreas de estar sombreadas,
canteiros, fartas sombras, etc, proporcionam
múltiplas atividades à população de diferentes
faixas etárias, enquanto que o gradil, que envolve

praças da RPA5
o conjunto, garante-lhe a necessária segurança.
A Praça Jardim São Paulo se destaca no
contexto do bairro e é orgulho entre seus
moradores. Foi também por estas

amostra dos espaços livres

características que a Escola Superior de
Educação Física da UFPE, em parceria com a PRAÇA JARDIM SÃO PAULO

Prefeitura da Cidade do Recife, implantou ali o
programa “Exercício e Saúde” que orienta a
prática de atividades físicas dos usuários da
Praça.
Local: Bairro do Jardim São Paulo
Área: 6.535,31 m3
Projeto identificado: Izabel Rivera, Brena Lúcia de Aguiar
Remígio(1970)
Reforma: Isnaldo Reis [1994)

Espaços Livres do Recife 115

 PRAÇA NOSSA SENHORA DE LOURDES bem protegidos por uma vegetação diversificada
de flamboyants, cássias gigantes, jambeiros,
tamarindos, ipês-roxos, oitizeiros, entre outras
Situada nas proximidades da Matriz do Barro, a
espécies. A quadra de jogos, a seu turno, acha-se
Praça Nossa Senhora de Lourdes agrega em
bem encaixada no lado mais estreito do
sua reduzida área ambientes recreativos
triângulo, o que resguarda a atividade esportiva,
compostos com criatividade e arte. Nela se
evitando-se conflitos de uso no espaço total.
distinguem três funções básicas: a esportiva, a
Apesar de exíguo, o espaço transmite equilíbrio,
de brincadeiras infantis e a de recolhimento. No
variedade, surpresa, recolhimento e proteção.
espaço central está o playground delimitado por
dois canteiros que definem a circulação principal
- onde estão distribuídos bancos - a qual demarca
praças da RPA5
amostra dos espaços livres

PRAÇA NOSSA SENHORA DE LOURDES

Local: Bairro do Barro
Área: 2.837,40 m8
Projeto identificado: Maria Inês de Oliveira Mendonça
(1975-80)
Reforma: Cláudia Maciel [1994)

116 Espaços Livres do Recife

PRAÇA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Localizada num ponto estratégico do sistema

viário do Bairro de San Martin, em área
residencial, a Praça Nossa Senhora de Fátima
expressa uma relação imediata com a igreja de
sua invocação, uma vez que está disposta como
um pátio apoiando e valorizando aquele edifício.
seu traçado desenvolve-se a partir do eixo
central que, originado do vértice do terreno
triangular, em que se localiza, percorre-lhetoda a
extensão até à igreja, flanqueado por palmeiras
imperiais sinalizadoras do edifício religioso. Em
estilo geométrico, e provavelmente inspirado nos
princípios dos jardins renascentistas, registra
uma simetria rígida com o eixo central abrindo-se
em dois ambientes circulares de estar,
proporcionalmente à configuração do terreno.
As áreas de estar, contornadas por canteiros
com fileiras de árvores seguem no sentido
longitudinal e obedecem a uma hierarquia: o
ptimeiro tem a maior área e a função de interagir
com o edifício religioso; o segundo recebe os
visitantes para um estar mais recatado e sugere

praças da RPA6
a transição para a parte mais estreita e profana
da Praça.

amostra dos espaços livres

PRAÇA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Local: Bairro de San Martin

Área: 1.229,26 ms
Projeto identificado: Ridete Tavares [1977)

Espaços Livres do Recife 117

 PRAÇA MINISTRO SALGADO FILHO arrematados com forrações de diferentes
texturas e floração, cheios de colorido e de
combinações inesperadas, com inúmeros tipos
Projeto de Burle Marx, a Praça Ministro Salgado
de folhagens e tonalidades diversas. Recantos
Filho ou Praça do Aeroporto, como também é
que despertam sensações diversas podem ser
conhecida, possui localização estratégica no
desfrutados, seja quando degraus adentram
bairro do Ibura, em frente ao Aeroporto
pelo espelho d'água e permitem perceber o
Internacional dos Guararapes, na Av.
formato escultural do conjunto de aningas,
Mascarenhas de Morais. É uma unidade plástica
complementado, mais ao fundo, pelas amplas
que surpreende pela imponência da vegetação, a
copas dos abricós de macaco; seja no ato de
variedade e beleza dos espaços criados e
caminhar e perceber a variedade de palmeiras,
multiplicados pelo espelho d'água que ali se acha.
que se entrelaçam por entre os coqueiros, ipês-
Apesar de sua localização em ponto de tráfego
roxos, mangueiras, paus-reis e sibipiruna. A
pesado e da presença maciça, no seu entorno, de
última reforma realizada em 1993, manteve os
estabelecimentos comerciais e de serviços, das
princípios do projeto de Burle Marx, com
paradas de ônibus e de táxi, assim como do
pequenas alterações referentes à substituição
aeroporto, a Praça reúne qualidades artísticas
de algumas espécies vegetais.
que não passam despercebidas. Graças à
concepção essencialmente orgânica do
paisagista Burle Marx, seu traçado se impõe
como uma verdadeira aquarela em sua
plasticidade e desenvoltura. De volta ao Recife
em 1957 e vivendo uma segunda fase de sua
expressividade artística, voltada para as linhas
curvas e descontraídas, idealizou espelhos
praças da RPA6

d'água, caminhos, canteiros e bancos, segundo

um ritmo cadenciado pela continuidade
estruturadora da vegetação exuberante,
definindo cenários de grande beleza. O principal
amostra dos espaços livres

elemento da Praça é o espelho d'água que

parece penetrar na vegetação variada e
contínua, mostrando a combinação dos
agrupamentos vegetais que proporcionam aos
visitantes deleite e interação com a natureza. Do
lago também se originam os caminhos

118 Espaços Livres do Recife

amostra dos espaços livres praças da RPA6
 PRAÇA NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM

A Praça Nossa Senhora da Boa Viagem tem

situação privilegiada voltada para o mar, sendo
referência para todo o bairro de Boa Viagem,
uma vez que nas suas proximidades estabeleceu-
se um dos primeiros hotéis da praia, o Hotel Boa
Viagem, origem de um núcleo comercial e de
apoio turístico. É evidente ter sido sua função
inicial a de pátio da Igreja de Nossa Senhora da
Boa Viagem, cujo edifício incinado em relaçãow
litoral, norteou as linhas definidoras do traçado

RUA DR. NILO D. C.

geométrico da Praça - um projeto de formas 5

heterogêneas, delimitado por canteiros,

entremeados por uma malha de coqueiros, que
bem caracteriza a vegetação litorânea. Sob os
coqueiros acham-se distribuídas mesas e
bancos que asseguram aos usuários o
descortino da bela paisagem do mar,
emoldurada por um recinto cujo foco é um
obelisco, ladeado por amendoeiras, figueiras e
palmeiras leque. Muito embora tenha parte de AV. BOA VIAGEM

sua área ocupada por restaurantes e lojas, o

espaço por trás do edifício religioso tornou-se o 0 5 10 20 30 40
praças da RPA6

palco de uma feira de artesanato que se instala

nos fins de semana e atrai turistas e a população
da Cidade. Passou por várias reformas ao longo
do tempo.
amostra dos espaços livres

PRAÇA NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM

Local: Bairro de Boa Viagem
Área: 8.542,59 ma
Projetos identificados: Gilda Pina (1960-70); Ridete
Tavares (1970-80); Maria Inês de Oliveira Mendonça
(1994)

120 Espaços Livres do Recife

ínnnnniiiiiiiiiiiiiiiHiiiiiiiiiiiiiiin

PRAÇA SEBASTIÃO MALTA

Apesar do nome oficial, a Praça Sebastião Malta

é também denominada Praça do
Sesquicentenário, segundo placa existente no
local, numa homenagem aos 150 anos da
Independência do Brasil, ocorrida em 1822.
Localiza-se em contexto urbano de uso comercial
e residencial, sendo um espaço de referência do
bairro do Jordão que conta com a presença de
ponto de táxi e parada de ônibus, fato que a
tornou bastante transitada. De contorno
irregular e cortada por um canal, que sugere a
idéia de um fosso, a Praça possui traçado que
tira proveito dos limites angulosos e curvos,
criando espaços de estar diferenciados, com
acessos a partir de um passeio central, o que
possibilita ao usuário a descoberta de recantos
bastante atraentes. Por entre os canteiros,
apenas sugeridos, surgem o playground e
espaços de estar, dispondo de bancos longos e
mesas com bancos que favorecem o encontro e
a permanência de grupos de usuários de
diferentes faixas etárias. Sua vegetação, na

praças da RPA6
maioria herbácea, é utilizada como forração dos
canteiros que criam desníveis, onde foram
plantadas árvores frutíferas e ornamentais, com
a função primordial de sombreamento. São as 0 5 10 20 30 40
amostra dos espaços livres

acácias-mimosa, mangueiras, sombreiros,

oitizeiros, acácias siamea, entre outras.
PRAÇA SEBASTIÃO MALTA
Local: Bairro do Jordão
Área: 2.991,89 m2
Projeto identificado: Brena Lúcia de Aguiar Remígio
(1970)

Espaços Livres do Recife 121

 PRAÇA DAS CASUARINAS dominante que se estende até o centro da
Cidade. Seu traçado compõe-se de linhas
sinuosas que definem os quatro acessos, além
Em área de uso predominantemente residencial,
de canteiros contínuos que abrem espaços
por trás do pólo de comércio da Av. Domingos
acolhedores, onde estão colocados bancos e
Ferreira, no Pina, a Praça das Casuarinas
brinquedos infantis, além de mesas com bancos.
destaca-se pela presença de um verdadeiro
Desse tratamento resulta uma grande
bosque de casuarinas que mantém uma
plataforma de terra batida reunindo
continuidade com o verde do mangue
equipamentos que se alternam sem definição
remanescente da Unidade de Conservação
precisa de zonas. Um pórtico de concreto
Parque dos Manguezais. Cabe-lhe, portanto, a
anuncia o acesso principal, com provável
transição entre o ambiente fortemente
intenção de responder ao caráter imponente das
urbanizado desse bairro e o ambiente aquático
casuarinas. Na calçada da Praça encontram-se
outras espécies arbóreas: castanholas,
praças da RPA6

RUA MÁRIO G. DE MAIO

amostra dos espaços livres

PRAÇA DAS CASUARINAS

Local: Bairro do Pina

Área: 8.020,64 m2
Projeto identificado: Maria Inês de Oliveira Mendonça,
Maria do Socorro Mussalém (1974]

122 Espaços Livres do Recife

5.3 Alguns tipos-padrão de praças

A amostra da Pesquisa reuniu a quase totalidade

dos parques existentes e as praças mais
representativas do Recife. Como foi explicitado
anteriormente, as praças foram selecionadas a
partir de critérios pré-estabelecidos que
evidenciaram a importância histórica, a
localização, o tamanho, a importância da praça
para o bairro, e a qualidade paisagística, entre
outros. I
A análise das praças com vistas à seleção dessa
amostra, dentre as inúmeras possibilidades de
interpretação da leitura da paisagem, permitiu a PRAÇA DAS CRIANÇAS
identificação de alguns tipos-padrão que 0 5 10 20 30 40

relacionam o desenho da praça à sua localização

e também à morfologia do entorno. Por exemplo, J l______ ) c
RUAARISTIDES LOBO
um certo tipo-padrão de praça está
caracterizado não só pela presença de um
mobiliário especial, a quadra de jogos, que
responde, de algum modo, às necessidades dos
usuários e que é constante em diferentes
bairros da Cidade. Outro tipo é caracterizado
pela repetição de um desenho com
demarcações e componentes semelhantes
marcando um determinado bairro. PRAÇA ALEIXO DE OLIVEIRA
0510 20 30 40
Assim destacam-se, no primeiro caso do
exemplo, as praças contendo quadra de jogos
que exercem a função de parques de vizinh.ança
para atender à necessidade de recreação da
população local, quase sempre presente nas
praças principais dos bairros como a Praça

alguns tipos-padrão de praças

Eudoro Correia em Campo Grande, a Praça Jean
Emile Favre no Ipsep, a Praça das Crianças em
Areias, a Praça Aleixo de Oliveira no Ipsep e a
Praça Onze Belmonte no Alto José Bonifácio.

PRAÇA JEAN EMILE FAVRE

Espaços Livres do Recife 123

 RUA ALTO JOSÉ BONIFÁCIO

PRAÇA NO ALTO JOSÉ BONIFÁCIO

No segundo caso, ressaltam-se as praças dos playground é um componente constante. É o

conjuntos habitacionais das URs do Bairro da caso da Praça do Sesquicentenáricr ou Praça do
Cohab, que guardam similaridades na morfologia Leiteiro e da Praça do Escorrego na UR1, da
do traçado do loteamento proposto, Praça Cristo Rei na UR2 e da Praça das Raízes
reproduzindo um desenho típico no qual o na UR3, entre outras.

PRAÇA DAS RAÍZES

0 5 10 20 30 40
alguns tipos-padrão de praçaa

0 5 10 20 30 40

124 Espaços Livres do Recife

 Lista dos Espaços Livres do Recife
RPA-1
Bairro___________________ Espaço Livre ___________________ Endereço________________ Área
Boa Vista Praça Adolfo Cirne Av. Sete de Setembro c/ Rua Princesa Isabel 20.130
Praça da Rua da Alegria Rua Des. Cunha Barreto c/ Rua da Alegria 137
Praça Maciel Pinheiro Rua do Hospício c/ Rua do Aragão 1.270
Praça Parque Amorim Av. Agamenon Magalhães c/ Rua Clóvis B. da Silveira 1.514
Praça Odília F. dos Santos Av. Agamenon Magalhães c/ Rua Montevideo 1.377
Pátio de Santa Cruz Rua de Santa Cruz c/ Rua Velha 1.286
Jardim Quartel General Rua do Hospício c/ Rua do Príncipe 1.040
Cabanga Pátio de São Gonçalo Rua de São Gonçalo 837
Jardim Gov. Paulo Guerra Rua Cap. Temudo c/ Rua Saturnino de Brito 1.537
Jardim Abelardo Rijo Rua Cap. Temudo c/ Av. Eng.e José Estelita 9.675
Quadra Polivalente Sob o viaduto Joana Bezerra 450
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 03
Ilha de Joana Unidade de Conservação Ilha Joana Bezerra 35.100
Bezerra Campo de Pelada = 02 Terreno Vazio = 03
Ilha do Leite Praça Miguel Cervantes Rua José de Alencar c/ Rua Estado de Israel 10.355
Paissandu Praça Chora Menino Rua Paissandu c/ Av. Lins Petit 2.674
Jardim na Av. Agamenon Magalhães Joana Bezerra, Alça do Viaduto 9.204
Recife Praça Ancenso Ferreira Av. Rio Branco c/ Rua Madre de Deus 478
Praça Artur Oscar ou Arsenal da Marinha Rua Observatório c/ Rua Barão Rodrigues Mendes 2.905
, Praça da Comunidade Luso-Brasileira Av. Cais do Apoio c/ Av. Militar 1.326
Praça Forte do Brum Av. Cais do Apoio c/ Av. Militar 2.014
Praça Rio Branco ou Marco Zero Av. Alfredo Lisboa c/ Av. Rio Branco 1.545
Praça Tiradentes Av. Cais do Apoio c/ R. do Brum e Travessa Tiradentes 5.020
Campo de Pelada = 01
Santo Amaro Parque Treze de Maio Rua da Saudade c/ Rua João Lira 69.328
Praça Santa Terezinha Av. A. Magalhães, próxima à Rua Gonçalvas Dias 7.232
Praça Professor Agamenon Magalhães Av. Norte c/ Rua J. Rabelo 560
Praça Alberto Pinto ou "do Escorrego” Rua Arnóbio Marques c/ Av. Agamenon Magalhães 1.732
Praça General Carlos Pinto Rua dos Casados c/ Av. Cruz Cabubá 3.238
Praça Qnze de Junho Av. Cruz Cabugá c/ Rua Dona Leonor 12.823
Praça Cívica Av. Cruz Cabugá c/ Rua Alexandre Moura 3.853
Praça do Dominó ou Eng. Massangana Av. Agamenon Magalhães c/ R. Alice M. Moraes 2.444
Praça da Saudade ou Campo Santo Rua Pedro Afonso c/ Rua Treze de Maio 9.636
Praça Beatriz Pereira Carneiro R. Leonor Porto c/ R. Dr.a Mariana Rego Barreto 471
Jardim Olavo Bilac Rua do Hospício c/ Rua Princesa Isabel 4.094
Jardim Próximo à Ponte Limoeiro 8.759
Jardim do Canal da Av. A. Magalhães 24.812
Cemitério de Santo Amaro Rua do Pombal c/ Rua dos Palmares 120.338
Cemitério dos Ingleses Av. Cruz Cabugá c/ Av. Norte 5.047
Campos de Pelada = 08 Terreno Vazio = □2
Santo Praça da Independência ou do Diário Av. Dantas Barreto c/ Av. Guararapes 2.109
Antônio Praça Dezessete ou Sacadura Cabral R. Estreita c/ R. do Imperador e R. Martins Barros 2.049
Rua Floriano Peixoto c/ Rua da Concórdia 1.791
anexos: lista dos espaços livres do recife

Praça Joaquim Nabuco

Praça da República Av. Dantas Barreto c/ Ponte Buarque Macedo 20.336
Largo Assis Chateaubriand Rua Nova c/ Duque de Caxias 1.547
Pátio de São Pedro Rua de São Pedro c/ Rua Águas Verdes 1.226
Pátio do Sebo Rua da Roda c/ Rua A. Bezerra 911
Pátio do Livramento Rua da Penha c/ Rua do Livramento 1.454
Pátio do Carmo Av. Dantas Barreto 1.752
São José Praça do Largo das Cinco Pontas Rua Vidal de Negreiros c/ Rua Imperial 2.531
Praça Sérgio Loreto Rua Imperial c/ Rua do Muniz 6.423
Praça da Restauração ou do Pirulito Rua do Jardim c/ Rua M. Floriano 218
Praça Dom Vital Rua das Calçadas 1.118
Praça Visconde de Mauá Rua Barão de Vitória c/ Rua Floriano Peixoto 1.364
Jardim do Forte Cinco Pontas Av. Sul 2.695
Pátio do Terço R. Vidal de Negreiros 826
Pátio São José do Ribamar R. São José c/ Rua Coração de Maria 674
Terrenos Vazios = 1
Soledade Praça Oswaldo Cruz R. Oswaldo Cruz c/ Rua João Fernandes Vieira 3.588

126 Espaços Livres do Recife

RPA - 2
Bairro Espaço Livre I Endereço I Área
Água Fria Praça Professora Antônia Galvão Rua Zeferino Agra c/ Rua Alegre 363
Arruda Praça R. Des. Eulino dos Santos c/ R. da Regeneração 3.312
Margem de Rio/ Canal = 02
Bomba do Largo da Bomba Rua Chã de Alegria c/ Rua Uriel 1.450
Hemetério
Beberibe Praça da Convenção Av. Beberibe c/ Estrada de Belém 2.562
Cajueiro Praça do Cajueiro Rua Couto Soares c/ Rua Maria Cristina da Souza 1.128
Praça Alice Albuquerque Rua Couto Soares c/ Rua Adolfo Simões Barbosa 237
Praça Rua Sebastião Salazar c/ Rua Couto Soares 276
Praça R. Barão de Tamandaré c/ Av. Sebastião Salazar 996
Terreno Vazio = 03
Campina do Praça Rádio Capibaribe Rua Cel Urbano de Senna c/ Rua Nordeste 1.208
Barreto
Campo de Pelada = 02 Terreno Vazio = 01
Campo Praça Eudoro Corrêa ou de Estrada de Belém c/ Rua Gonçalves Dias 3.755
Grande Campo Grande
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 02
Dois Unidos Praça da C0MAR R. Hildebrando de Vasconcelos c/ R. João Petribu 1.336
Unidade de Conservação Dois Unidos 521.400
Campo de Pelada = 09
Encruzilhada Praça Castro Alves ou do Torreão Rua Natividade Saldanha c/ R. Marechal Deodoro 2.208
Praça Cardeal Miguel de Lima Valverde ou Rua Amaro Coutinho c/ Rua Inácio G. dos Santos 2.735
do Caminhoneiro
Praça da Vila do Moinho Recife Rua Domingos Bastos c/ Rua João Ezequiel 279
Largo da Encruzilhada Estrada de Belém c/ Rua Doutor José Maria 1.428
Jardim Esquina da Estrada de Belém c/ R. Cristóvão Jacques 959
Fundão Praça do Fundão Av. Beberibe c/ Rua Gerôncio Falcão 736
Campo de Pelada = 01 Espaço Potencial de Valor Pisagístico-ambiental =01
Hipódromo Praça Tertuliano Feitosa ou do Hipódromo Rua Carlos Fernandes c/ R. Fonseca de Oliveira 12.558
Praça Ulisses Leon Oliveira ou Mem de Sá R. Jerônimo Gueiros c/ R. Mem de Sá 2.209
Jardim [ próx. à Praça Tertuliano Feitosa ] Rua Carlos Fernando c/ Rua Fonseca de Oliveira 6.331*
Margem de Rio/Canal = 01
Linha do Tiro Campo de Pelada = 04 Terreno Vazio = 01
Ponto de Praca Antônio Luiz Rua Dr. Raimundo Uchôa c/ Av. Beberibe 8.307
Parada
Praça Luís Inácio Pessoa de Melo ou Santos Av. Santos Dumont c/ Rua Couto Magalhaes 1.568
Dumont
Porto da Terreno Vazio = 02
Madeira
Rosarinho Praça Phaelante da Câmara ou Av. Santos Dumont c/ Av. Norte 2.498

anexos: lista dos espaços livres do recife

Praça do Rosarinho
Praça Visconde de Mauá Rua General Abreu e Lima c/ Regueira Costa 479
Terreno Vazio = 01
Torreão Praça Rua Augusto Rodrigues c/ Rua Padre Miguelino 2.295
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 01

RPA - 3

Bairro Espaço Livre Endereço Área

Aflitos Praça da Força Expedicionária Brasileira Rua 48 c/ Rua Amapá 970
Alto José Praça Onze Belmonte ou Alto José Bonifácio Rua Alto José Bonifácio c/ Rua Gustavo Barroso 4.421
Bonifácio Recanto Rua Alto José Bonifácio c/ Rua Âmbar
Alto José Praça Fábio Correia Rua Severino Bernadino Pereira c/ Rua Ipamaranga 324
do Pinho Praça Mário Lopes ou da Fumaça Rua Principal c/ Rua Monte 970

Espaços Livres do Recife 127

 RPA - 3 (continuação)

Bairro Espaço Livre Endereço Area

Apipucos Jardim de Apipucos Av. Apipucos 1.236

Jardim Av. Apipucos, ao lado da Fundação Gilberto Freyre 951
Jardim da Igreja de Apipucos Av. Apipucos 2.128
Campo de Pelada = 01 Unidade de Conservação = 01
Brejo de Campo de Pelada = 04
Beberibe
Casa Parque Arraial Velho do Bom Jesus ou Estrada do Arraial c/ Estrada do Entroncamento 46.000
Amarela Sítio da Trindade
Praça do Trabalho Av. Norte c/ Rua F. de Souza 1.943
Praça Joca Leal Rua Casa Amarela c/ Rua Santa Izabel 1.224
Largo da Feira de Casa Amarela Rua Padre Lemos 5.583
Recanto Estrada do Entroncamento
Cemitério de Casa Amarela Rua Casa Amarela 9.010
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 03
Casa Forte Praça de Casa Forte Av. 17 de Agosto 13.855
Derby Praça do Derby Rua Governador Carlos de Lima Cavalcanti 26.900
Praça Otávio de Freitas Rua Jenner de Souza c/ Rua A. de Medeiros 6.922
Praça Rua Amaro Bezerra c/ Rua Jenner de Souza 2.757
Praça Rua Almirante Silva Torres (Área Militar ] 2.182
Praça do Hospital da Polícia Militar Rua Amaro Bezerra . 887
Dois Irmãos Praça Faria Neves ou de Dois Irmãos Av. Dois Irmãos 8.629
Recanto da Vila Aritana Estradas dos Macacos
Campus UFRPE 1.782.086
Unidade de Conservação Parque Dois 513.000
Irmãos
Campos de Pelada = 06
Graças Praça do Entroncamento Av. Rui Barbosa c/ Av. Conselheiro Rosa e Silva 5.824
Praça Elvira de Souza Rua Alberto Paiva c/ R. Paulino Gomes de Souza 661
Praça Padre Marcelino Champagnat R. Paulino G. de Souza c/ Av. Santos Dumont 978
Praça São José dos Manguinhos Av. Rui Barbosa 312
Guabiraba Praça da Bíblia Rua Padre Mosca de Carvalho 3.999
Unidade de Conservação Guabiraba / Pau
Ferro
Campo de Pelada = 02 Terreno Vazio = 01
Jaqueira Parque da Jaqueira Av. Rui Barbosa 70.000
Praça Fleming Rua Professor Fleming c/ Rua Muniz Tavares 3.814
Praça Souto Filho Av. Conselheiro Rosa e Silva c/ Rua Abel Sette 5.339
Macaxeira Praça Othon Bezerra de Melo Rua Regina, Burity 1.155
Cotonifício Othon Bezerra de Melo (*) Av. Norte c/ Rua Israel de Lima 70.958
Jardim Av. Norte, Burity 3.878
Campo de Pelada = 01
Monteiro Praça do Monteiro Av 17 de Agosto 1.435
Morro da Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 01
Conceição
anexos: lista dos espaços livres do recife

Nova Praca Dona Reqina Av. Nova Descoberta c/ Rua Bujaru 406
Descoberta
Praça do Anfiteatro Alto da Brasileira 1.936
Praça José Leôncio Av. Josélia 927
Quadra Polivalente Córrego do Boieiro 450
Campo de Pelada = 01
Parnamirim Praça Doutor José Vilela Av. 17 de Agosto 2.942
Praça Dr.e Lula Cabral de Melo ou do Av. Parnamirim c/ Av. 17 de Agosto 1.858
Parnamirim
Terreno Vazio = 01
Passarinho Campo de Pelada = 02 Terreno Vazio = 01
Poço da Praça Flor de Santana Av. 17 de Agosto 724
da Panela Praça Rua Virgílio de Oliveira 4.508
Jardim Estrada Real do Poço 355

128 Espaços Livres do Recife

RPA - 3 (continuação)

Bairro Espaço Livre Endereço Area

Pátio da Igreja Nossa Senhora da Saúde 1.027
Campo de Pelada = 01
Santana Parque de Santana Rua Jorge Campos c/ Rua Dr.9 Abel Ventura 42.000
Praça Rádio Jornal do Commercio Av. 17 de Agosto 3.138
Campo de Pelada = 03 Terreno Vazio = 01 Margem de Rio = 01
Sítio dos Unidade de Conservação Sítio dos Pintos 4.878.200
Pintos Campo de Pelada = 02
Tamarineira Praça Rua Engenheiro Agamenon Magalhães Melo 1.943
Praça Rua Alfredo Ozório c/ Rua São Vicente 144
Largo do Dominó Rua Inocêncio Silva 691
Terreno Vazio = 01
Vasco da Praça do Largo Dom Luiz Av. Norte c/ Av. Pedro Alain 924
Gama
Quadra Polivalente Rua Cassatuba c/ Rua Catigua 450
Campo de Pelada = 01

RPA - 4

Bairro Espaço Livre Endereço Área

Caxangá Unidade de Conservação Caxangá 102.200
Caxangá Golf Club (*) Av. Caxangá 590.600
CDU Campus UFPE 1.470.900
Recanto Rua Acadêmico Hélio Santos
Cordeiro Parque do Forte ou Parque Arraial Novo do Av. do Forte ou R. Maravilha e R. 16 de Outubro 30.321
Bom Jesus
Praça Áureo Xavier ou do Eucalipto Rua Áureo Xavier c/ Rua José Pereira Alves 1.856
Praça Dom Diogo Camarão Rua Capitão Manoel de A. Miranda 928
Praça Angélica ou Natal Rua Cláudio Brotherwood c/ Rua Prudentopólis 1.199
Praça José Pereira Alves Rua Dom José Pereira Alves c/ Rua Manoel Elias 660
Instituto Bom Pastor (*) Rua Bom Pastor 36.000
Parque de Exposições do Cordeiro (*] Av. Caxangá 154.463
Jardim Rua Costa Maia c/ Rua 10 de Novembro 1.657
Campo de Pelada = 02 Terreno Vazio = 03
Engenha do Parque Dr. Arnaldo Assunção Rua Antônio Curado c/ Rua Carlos de Brito 24.000
Meio Praça da Redenção Rua Antônio Borges Uchôa c/ R. Água Viva 537
Praça R. Álvaro Teixeira de Mesquita c/ R. Bom Pastor 8.375
Iputinga Parque do Caiara Rua Sd 7799 c/ o Rio Capibaribe 101.406
Praça Salgueiro R. Comendador A. de Carvalho c/ R. Ribeirão 1.210
Praça R. Cordislândia c/ Av. Marechal C. de Farias 1.377
Praça Ministro João Gonçalves de Souza Rua General Vargas c/ Rua Gaspar Perez 4.039
Praça Bom Pastor Rua Bom Pastor c/ Álvaro Teixeira de Mesquita 7.791

anexos: lista dos espaços livres do recife

Unidade de Conservação Iputinga / 317.100
Apipucos
Hospital Barão de Lucena - INSS (*] Av. Caxangá 51.500
Campo de Pelada = 05 Terreno Vazio = 08 Margem de Canal = 02
Madalena Praça Cons. João Alfredo ou Sobrado Rua Benfica 591
Grande
Praça da Bandeira Rua Benfica c/ Av. Frei Matias 3.177
Praça Eça de Queiroz R. Visconde de Albuquerque c/ R. Des. Luis Salazar 2.014
Praça Euclides da Cunha ou do Internacional Rua Benfica 6.254
Praça Domingos Giovaneti Rua Pe. José de Anchieta c/ Av. Beira Rio 2.137
Praça Professor Calazans Rua Ernani Braga c/ Rua José Higino 3.966
Praça Solange Pinto Melo Rua Real da Torre 7.314
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 01 Margem de Rio = 01
Prado Jockey Club de Pernambuco (*) Av. Jockey Club c/ Rua Carlos Gomes 155.728
Terreno Vazio = 01

Espaços Livres do Recife 129

 RPA - 4 (continuação)

Bairro Espaço Livre Endereço Área

Torre Praça José Sales Filho ou Ponte da Torre Rua Conde de Irajá c/ o Rio Capibaribe 3.050
Praça Professor Barreto Campeio ou da Rua Professor Campeio c/ José de Holanda 2.520
Torre
Campo de Pelada = 08 Terreno Vazio = 03
Torrões Praça João Pessoa de Queiroz Rua Capistrano de Moraes c/ R. Ancieto Varejâo 2.226
Jardim R. Domingos de A. Vasconcelos c/ R. 15 de Março 967
Jardim Rua 15 de Março c/ Av. Abdias de Carvalho 11.597
Quadra Polivalente Rua Professor Artur Coutinho c/ Rua do Canal 450
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = □3 Margem de Canal = 01
Várzea Praça Engenho Poeta ou do Rotary Av. Caxangá c/ Rua Pedro Lund. 4.958
Praça Caxangá Ágape Rua Caxangá Ágape c/ Av. Caxangá 4.962
Praça Pinto Dâmaso Rua Afonso Olindense c/ Rua Coronel Pacheco 6.647
Praça Mardônio Nascimento Rua Mardômio Nascimento 1.380
Praça Jornal. Otávio Sarmento Cardoso ’ Rua Jornalista Otávio Sarmento Cardoso 301
Praça Brasilit Rua E. Vasconcelos Bittencour c/ Rua Abatiá 622
Praça . Av. Acadêmico Hélio Ramos 1.835
Praça Saberé Rua Emetério Maciel c/ Rua Frutuoso Gomes 528
Praça Professor Moraes Rego ou de Táxi Rua Professor Moraes Rego c/ Rua Agricolândia 2.208
Pátio da Igreja da Várzea Rua Francisco Lacerda c/ Rua Avevedo Coutinho 3.587
Quadra Polivalente Rua João Tavares c/ Rua Dr.a Palmira Valença 450
Recanto R. Emetério Maciel c/ R. Acari e R. Fernando de
Noronha
Recanto do condomínio Guararapes R. Mardônio Nascimento c/ R. João Francisco Lisboa 400
Recanto Rua Sebastião de A. Salazar c/ Rua João Tavares
Cemitério da Várzea Av. Professor Artur de Sá 7.528
Unidade de Conservação Mata da Várzea 7.131.700
Unidade de Conservação Várzea / Curado 4.098.800
Campo de Pelada = 10 Terreno Vazio = 05 Espaço Potencial de Valor Paisagístico-ambiental = 01
Várzea/UR7 Praça da Padaria Rua Vale do Sirigi c/ Rua Américo Virgílio 948
Praça São Benedito P. Santos Rua Serra Nova Caburaí c/ Rua Tapirema 979
Praça da Igreja Rua Vale do Sirigi c/ Rua Soldado José Vivanço 120
Campo de Pelada = 08 Terreno Vazio = 02
Zumbi Praça da Esperança Rua Caratinga c/ Rua João da Mata 609

RPA - 5

Bairro _______________ Espaço Livre______________ | Endereço Area

Afogados Praça da Biblioteca Rua F. Uchóa e R. Prof. Augusto Wanderlei Filho 785
Praça Isabel Cabral R. Luís de França da C. Cabral c/ R. Vicente Ribeiro 1.643
Praça Ipiranga R. Gen. Guimarães Covas c/ R. Bezerra da Palma 8.020
Praça do Paraíso Rua Maria de Lucena c/ Rua Cinco de Novembro 341
Praça Sargento Wolf Rua Sargento Wolf c/ Rua Olímpia dos Santos 2.338
Praça do ABC Rua do ABC c/ Rua Aprígio Alves 160
anexos: lista dos espaços livres do recife

Praça Cosme Viana Rua Cosme Viana c/ Rua Padre Teófilo Twortz 1.399
Jardim Ao Lado da Ponte Motocolombó 2.322
Largo Nossa Senhora da Paz Em frente à Igreja Nossa Senhora da Paz 2.982
UC São Miguel / Afogados 187.700
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 07 Margem de Rio = 01
Praça 4 de Outubro Rua Dr. Vilas Boas c/ Rua Olímpio Costa 2.102
Praça São Braz Rua Cap. Manoel de Aguiar c/ Rua Braz de Barros 1.483
Praça Alfredo Pinto Rua Caruaru c/ Rua Palmares 2.935
Praça Astério Alves ou da Estância Av. Estância c/ Rua Barros Sobrinho 632
Praça Manfredo Nigro ou da Amovicar Rua João Lopes c/ Rua Jerônimo Amaral 2.177
Praça Simão Borba ou da Vila Tamandaré Rua Parente Viana c/ Rua Ernesto Nazareth 2.609
Praça das Crianças Rua Luis Sepúlveda c/ Rua Cap. Paulo Teixeira 5.438
Praça do Sena R. Cap. João Pontes c/ R. Cap. Antonio de França 5.101
Praça Heróis da Restauração Rua Ipojuca c/ Rua Oiticica 9.750
Praça Jornalista Aníbal Fernandes R. General F. Figueroa c/ R. Capitão da Cruz 4.522

130 Espaços Livres do Recife

RPA - 5 (continuação]

Bairro Espaço Livre Endereço Área

Praça Monsenhor Arruda Câmara R. General Francisco Figueroa c/ R. Antônio Vaz 1.395
Praça Professor Abdigar Soriano Rua General Francisco Figueroa 1.407
Praça Eduardo Cardoso ou Gregório Rua. Bento Teixeira c/ Rua Gregório Albuquerque 9.609
Albuquerque
Praça R. Sarg. A. Rodrigues c/ R. Sarg. Jerônimo Inojosa 1.798
Praça R. Cap. V. Mourinho c/ R. Cap. Amador Rodrigues 1.415
Praça Rua Domingos da Costa c/ Rua Fernão de Melo 826
Recanto Rita Barata R. Álvaro Fragoso c/ R. Gregório de Albuquerque
UC Vila Tamandaré / Areias Rio Tijipió c/ Rua Parente Viana 85.000
Campo de Pelada = 04 Terreno Vazio = : 04 Margem de Canal = 02
Barro Praça Maria da Conceição Otacílio Rua Padre Diogo Rodrigues c/ R. Otacílio Pessoa 2.726
Praca Nossa Senhora de Lourdes R. Pe. Tiago Alberione c/ R. Exp. Sebastião Clementino 2.837
Quadra Poliesportiva Rua Padre Nóbrega c/ rua Theodorico Selva 450
UC Mata do Barro BR 101 c/ Rua Dr. José Rufino 2.242.000
Imóveis Privados Diversos (*) Rua Dom Antônio Viscoso c/ Rua Dr. Vilas Boas 80.765
Cemitério dos Israelitas Rua Teófilo Otoni c/ Rua Magnólia 15.422
Campo de Pelada = 03 Margem de Rio = 01
Bongi Praça do Bongi R. Isaac Markmam c/ R. Maria Augusta Nogueira 2.277
Terreno Vazio = 01
Curado UC Jardim Botânico do Curado BR 232 c/ Estrada do Curado 1.136.000
UC Mata do Círculo Militar 2.931.900
Cemitério Parque das Flores Av. Liberdade 171.208
Terreno Vazio = 01 Espaço Potencial de Valor Paisagístico-ambiental = 01
Estância Campo de Pelada = 01
Jardim Praca El Salvador Av. Sâo Paulo c/ BR 101 228
São Paulo Praça Jardim São Paulo ou A. Salazar R. Sen. Alberto Pasqualine c/ R. N. Sr.- de Fátima 6.535
Praça Padre Romano Zuferrey Av. São Paulo c/ Rua Aguanil 1.062
Campo de Pelada = 04 Terreno Vazio = 03
Jiquiá Recanto Rua Antônio Carneiro c/ Rua Juarez Millet
Recanto Rua Juarez Millet c/ Rua Cônego José Barata
Quadra Polivalente Rua São Miguel c/ Rua Lázaro Fontes 450
UC Parque do Jiquiá Av. Central c/ Rua Bom Jardim 545.000
Campo de Pelada = 03 Terreno Vazio = 03
Margueira Praça da Av. Central Rua Dr. João Elísio c/ Av. Central 665
Mustardinha Praça do ABC Av. Manoel G. da Luz c/ R. Neto Campeio Júnior 4.660
Praça Irmã Douraci Neri Sampaio R. Manoel Gonçalves da Luz c/ Rua Mário Líbano 614
San Martin Praça Dom Bosco Rua Minerolândia c/ Rua Tenente Mindelo 658
Praça Nossa Senhora de Fátima R. Prof. Sílvio da C. Santos c/ R. Dr. Telesphoro Fragoso 1.229
Praça do Bevenuto ou da Barriguda Rua Jupiaçara c/ Rua Santo Antônio 1.296
Praça San Martin Rua General San Martin c/ Rua 21 de Abril 811
Praca da Cavalaria Rua General San Martin c/ Rua José Veloso 2.612
Praca da Feirinha Rua General San Martin c/ Rua Duarte Filho 4.898
Instituto de Pesquisas Agropecuárias - IPA ’ Av Gal. San Martin 43.000

anexos: lista dos espaços livres do recife

Campo de Pelada = 02
Tejipió Praça Queira Deus
UC Engenho Uchôa
Campo de Pelada = 02
Totó Campo de Pelada = 01
Terreno Vazio = 06
Rua Queira Deus c/ Rua Falcão de Lacerda 555
1.920.000
Terreno Vazio = 01

RPA - 6

Bairro Espaço Livre Endereço Área

Boa Viagem Praça 18 Jardim de Boa Viagem Av. Boa Viagem 1.707
Praça 2° Jardim de B. Viagem ou La Corunã Av. Boa Viagem 8.797
Praça 3e Jardim de Boa Viagem ou Praça Av. Boa Viagem 1.042
Parque Walt Disney

Espaços Livres do Recife 131

 RPA - 6 [continuação)

Bairro Espaço Livre Endereço

Boa Viagem Praça Walt Disney Rua Professor Ozias Ribeiro 1.342
Praça Cidade do Porto Av. Conselheiro Aguiar c/ Av. Domingos Ferreira 2.226
Praça Jules Rimet Rua Baltazar Pereira 1.494
Praça Nossa Senhora da Boa Viagem Av. Boa Viagem c/ Rua Barão de Souza Leão 8.542
Praça Ivo Borges ou Seleção Av. Armindo Moura c/ Rua Charles de Gaulle 5.465
Praça Rua Ataulfo Alves c/ Rua Hei-Ji Gemba 376
Praça Jornalista Teixeira Júnior Rua Visconde de Jequitinhonha c/ R. Magina Pontual 1.225
Jardim Margem do Canal do Rio Jordão 14.844
Jardim Rua Baltazar Passos c/ Rua Cosmorama 3.517
Faixa de praia Pina / Boa Viagem 574.800
UC Parque do Rio Jordão 383.700
Centro Interescolar Santos Dumont (*] Rua Barão de Souza Leão 51.702
Campo de Pelada = 08 Terreno Vazio = 03 Margem de Canal = 02
Brasília Praça Z1 - Colônia dos Pescadores Rua Brasonópolis c/ Rua Marechal Hermes 594
Teimosa Campo de Pelada = 01 Margem de Rio = 01
Ibura Praça Ministro Salgado Filho Av. Mascarenhas de Morais 16.133
UC Engenho Uchôa 1.920.000
Aeroporto Internacional dos Guararapes (*] 2.276.605
Campo de Pelada = 03
Ibura de Campo de Pelada = 15
Baixo
COHAB UR1 Praça da Comunidade Rua Rio Tapajós c/ Rua Rio Parnaíba 1.044
Praça do Escorrego Rua Rio Arinos c/ Rua Indaiá 1.002
Praça São Francisco ou Amante das Flores Rua Carnaúba 3.309
Praça da Juventude Rua São Bento do Una c/ Rua Panorama 1.017
Praça Sesquicentenário ou do Leiteiro Rua Serra Bongá c/ Rua Sabará e Rua Paulista 1.172
Praça da Polícia Militar ou da Av. Av. Pernambuco c/ Rua Maria Madalena 1.231
Pernambuco
Praça da Rua Água Preta Rua Glória do Goitá c/ Rua Jaboatão 728
Praça Rua Tenente Maurício Campos c/ Rua Cap. Dornelas 786
Quadra Polivalente Rua Cordilheira 450
Campo de Pelada = 02 Terreno Vazio = 07
COHAB UR2 Praça Santa Luzia Rua Rio Paracatu c/ Rua Mandaguaçu, Rua Manduri 637
Praça Central Av. Sapucaia c/ Av. Santa Fé 7.924
Praça Cristo Rei Rua São Fidelis c/ Rua Diamantina 838
Praça Rua Guarupá c/ Rua Mecejana 457
Praça José Maria do Nascimento Paraíba Av. Valença c/ Rua Codajás 637
Terreno Vazio = 07
COHAB UR3 Praça Ayrton Senna Rua Serra Grande c/ Rua Flor do Bosque 611
Praça das Raízes R. Engenho Barra Branca c/ R. Engenho Barra Norte 569
Praça Truakh Rua Mata Limpa c/ Rua Pedra Lavrada 1.034
Praça R. Eng. Serra Grande c/ R. Eng. Água Branca 853
Praça Engenho Cabuçu Rua Engenho Matapagipe c/ R. Engenho Burunhaém 882
Praça Santa Luzia ou do IML Rua Eng. Babilônia c/ Rua Engenho Mameluco 373
anexos: lista dos espaços livres do recife

Praça Rua Engenho Barro Alto c/ Rua Engenho Tabaré 868

Praça Rua Engenho Firmeza c/ Rua Engenho Segredo 607
Praça da Luz / da Fraternidade ou da UR3 Rua Engenho Araquara c/ Av. São Francisco 884
Quadra Polivalente Rua Engenho Babilônia c/ Rua Engenho Espelho 450
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 02
COHAB UR4 Praça da Igreja Rua Capitão Pedro Miranda 856
Praça Rua Gonçalo Leitão 687
Praça Rua Rubens Leite c/ Rua Antônio Aparecido 37
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 02
COHAB UR5 Praça São Francisco Rua José do Patrocínio c/ Rua Manoel Roberto 836
Praça da Feira Rua Francisco Vitoriano
Quadra Polivalente Rua Tristão da Cunha c/ Rua Azevedo Cruz 450
Quadra Polivalente Rua Tomás C. Wanderley c/ Rua Arquiteta Mfl 450
Lúcia
Terreno Vazio = 04 Margem de Canal = 01

132 Espaços Livres do Recife

RPA - 6 [continuação)

Bairro |______________________ Espaço Livre________ |___________________ Endereço___________________ | Area

COHAB Campo de Pelada = 03 Terreno Vazio = 01

UR 12

Imbiribeira Praça Lins do Rego ou dos Brotos R. Lins do Rego c/ R. Lopes Trovão 868
Praça José Vieira Rua Professor Rosildo Costa 3.382
Praça Rua Leonardo da Vinci 1.813
Praça Rua Pedro Lessa c/ Rua Felipe de Oliveira 1.365
Praça Rua Dep. João Heráclito c/ Rua Raul de Leoni 848
Praça Nargor do Carmo R. Eng.5 Negrão de Lima c/ R. Engenho Cangaço 1.626
Jardim Rua Arquiteto Luís Nunes 301
Quadra Polivalente Rua Carlos Rios 450
UC Lagoa do Araçá Av. José Ferreira 142.000
Campo de Pelada = 07 Terreno Vazio = 01 Espaço Potencial de Valor Paisagístico-
ambiental = 01
Ipsep Parque Robert Kennedy Rua Professor Nelsonde Melo c/ 18.OR0
Rua Senador Robert Kennedy
Praça Rua Anita Garibaldi c/ Rua Vicente Licínio ’ T.626
Praça Rua Samuel H. Albuquerque 1.378
Praça Rua José Pimentel 1.422
Praça da SUDENE Rua Saturnino Meireles 5.487
Praça Rua Junqueira Freire c/ Rua Albino Reine 1.365
Praça Rua Aleixo de Oliveira c/ Rua Adolfo Faró 9.942
Praça Arquiteta Maria Lúcia Rua Abdias Cabral de Moura c/ Rua A. Campos 1.773
Praça Jean Emile Favre Rua Jean Emile Favre c/ Rua Araçatuba 3.365
Praça Rua João Guilherme c/ Rua Antônio Conselheiro 1.341
Jardim Rua Theodomiro Selva 1.987
Jardim Rua Jerônimo Heráclito 6.640
Campo de Pelada = 01 Terreno Vazio = 05
Jordão Praça Presidente Kennedy Rua Miravânia c/ Av. Dona Carentina 2.119
Praça Sebastião Malta R. Governador Roberto Silveira c/ R. D. Carentina 2.991
Quadra Polivalente R. Dr. Álvaro Ferraz c/ R. Joracy Camargo 450
Campo de Pelada = 03 Terreno Vazio = 01
Pina Praça Profeta Joseph Smith ou “ da Santa “ Av. Domingos Ferreira 617
Praça Abelardo Baltar Rua Francisco Valpassos c/ Rua Carlos Filho 896
Praça das Casuarinas Rua Mário Gomes de Matos 8.020
Praça Encanta Moça ou do Posto Policial Rua Artur Lício , 153
Praça Teimosinho Rua do Girassol c/ Rua das Saudades 471
. UC Parque dos Manguezais 2.128.400
Campo de Pelada = 04 Terreno Vazio = 03

□bs: [*] Espaços de valorização ambiental

anexos: lista dos espaços livres do recife

Espaços Livres do Recife 133

 LISTA DOS ESPAÇOS LIVRES DA
AMOSTRA
PARQUES:
RPA1
Parque 13 de Maio
RPA3
Parque Arraial Velho do Bom Jesus
Parque da Jaqueira
Parque de Santana
RPA4
Parque Arraial Novo do Bom Jesus
Parque Arnaldo Assunção
RPA5
Parque Robert Kennedy
PRAÇAS:
anexos: listas dos espaços livres da am ostra, das tabelas, dos m apas e das ilustrações
RPA1
Praça Adolfo Cirne
Praça Artur Oscar
Praça Dezessete
Praça da Independência
Praça da República
Praça da Saudade
Praça Joaquim Nabuco
Praça Maciel Pinheiro
Praça Oswaldo Cruz
Praça Chora Menino
Praça Rio Branco
Praça Sérgio Loreto
Praça Chora Menino
Praça Tiradentes
RPA 2
Praça da Convenção
Praça Phaelante Câmara
Praça Tertuliano Feitosa
RPA3
Praça de Casa Forte
Praça do Derby
134 Espaços Livres do Recife
Praça do Entroncamento
Praça Faria Neves
Praça Souto Filho
RPA4
Praça Bom Pastor
Praça da Bandeira
Praça Pinto Damaso
Praça Euclides da Cunha
Praça Prof. Barreto Campeio
Praça Solange Pinto
RPA5
Praça San Martin
Praça do ABC
Praça Jardim São Paulo
Praça Nossa Senhora de Lourdes
Praça Nossa Senhora de Fátima
RPA6
Praça Ministro Salgado Filho
PraçaNossa Senhora da Boa Viagem
Praça Sebastião Malta
Praça Ministro Salgado Filho
Praça das Casuarinas
LISTA DAS TABELAS
Tabela 1 Espaços livres cadastrados em
1995
Tabela 2 Espaços cadastrados em 1995
não incluídos
Tabela 3 Espaços cadastrados em 1995
classificados como espaços livres públicos
Tabela 4 Espaços cadastrados em 1995
classificados como espaços livres
potenciais
Tabela 5 Espaços livres do Recife
Tabela 6 Tipologia dos espaços livres
públicos por RPA
Tabela 7 Tipologia dos espaços livres
potenciais por RPA
Tabela 8 Área dos espaços livres públicos
Tabela 9 Área dos espaços livres públicos
da RPA 4
LISTA DAS TABELAS (continuação)

Tabela 10 Proporção de cobertura vegetal

nas praças por RPA
Tabela 11 Estado de conservação das
praças por RPA
Tabela 12 Praças adotadas por RPA
Tabela 13 Existência de mobiliário nas
praças por RPA

LISTA DOS MAPAS

Mapa 1 Espaços Livres do Recife

Mapa 2 Espaços Livres da RPA 1
Mapa 3 Espaços Livres da RPA 2
Mapa 4 Espaços Livres da RPA 3
Mapa 5 Espaços Livres da RPA 4
Mapa 6 Espaços Livres da RPA 5
Mapa 7 Espaços Livres da RPA 6

anexos: listas dos espaços livres da am ostra, das tabelas, dos m apas e das ilustrações
LISTA DAS ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Mapa das Unidades Ambientais

Figura 2 Mapa dos Recursos Hídricos
Figura 3 Mapa das Linhas de Força da
Paisagem

NOTA:
As áreas dos espaços livres foram obtidas
através do geoprocessamento e estão
sujeitas a distorções.

Espaços Livres do Recife 135

 7 BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, Neide M. & MESQUITA, Liana. Padrões urbanos adequados ao Nordeste, [relatório de
pesquisa). Recife: Sudene/CNPq, 1977.
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LAMAS, José M. Ressano Garcia. Morfologia e desenho da cidade. Lisboa: Fund. Calouste
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bibliografia

Espaços Livres do Recife 139

> Prefeitura da Cidade do Recife
Secretaria de Planejamento. Urbanismo e Meio Ambiente
Diretoria Geral de Desenvolvimento Urbano e Ambiental

Universidade Federal de Pernambuco

Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Laboratório da Paisagem

APOIO:

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