O documento descreve um médico que recebeu um diagnóstico de doença e, como resultado, teve que reavaliar sua identidade existencial. Ele tentou manter seu papel como médico, mas foi forçado a assumir o novo papel de paciente quando sua equipe de saúde começou a tratá-lo como tal. Isso o levou a entrar no "mundo cinza" dos pacientes e perder seu status e identidade anteriores.
Descrição original:
Título original
A descaracterização de um papel existencial, texto de Diogo Naoki Kuroda
O documento descreve um médico que recebeu um diagnóstico de doença e, como resultado, teve que reavaliar sua identidade existencial. Ele tentou manter seu papel como médico, mas foi forçado a assumir o novo papel de paciente quando sua equipe de saúde começou a tratá-lo como tal. Isso o levou a entrar no "mundo cinza" dos pacientes e perder seu status e identidade anteriores.
O documento descreve um médico que recebeu um diagnóstico de doença e, como resultado, teve que reavaliar sua identidade existencial. Ele tentou manter seu papel como médico, mas foi forçado a assumir o novo papel de paciente quando sua equipe de saúde começou a tratá-lo como tal. Isso o levou a entrar no "mundo cinza" dos pacientes e perder seu status e identidade anteriores.
O texto trata de um profissional que se vê, a partir da constatação de um diagnóstico de
uma enfermidade, ressignificar a sua existência. Esse profissional é, provavelmente, um médico-pesquisador conceituado em seu meio e que tem como representação de mundo o significado social da sua profissão. Ele justifica, a partir de suas dores de cabeça, náuseas, e crises de epilepsia a sua nova realidade que é o mundo dos doentes. O fato é que, até então, o papel existencial de doutor o fortalecia, tornava-o inatingível à enfermidade. Razão pela qual, por um tempo, ele tenta manter esse papel em sua representação de mundo em detrimento do doente que vive no ‘‘mundo dos doentes’’. Assim, com o exercício da resignação que se submetera, ele assume o seu novo papel existencial de paciente e é obrigado a mudar a sua representação de mundo (‘’o mundo cinzento, o mundo das pessoas sem título, sem qualidade, sem profissão’’). Isso se deve ao fato de que a sua própria equipe que o cuidava, em sua representação/entendimento, lhe despia de seu papel existencial e o excluía de seu mundo até então representado, ou seja, o fato de que os seus amigos médicos estarem indecisos de como o tratarem (médico ou paciente) o excluía de seu mundo social. Somava-se a isso o fato de que: o comportamento manifestado por seus colegas não só o despia de seu papel social como lhe trazia a uma nova realidade excludente que não contribuía para a sua certeza de uma possível cura. A condição de que se submetia à substituição de seu nome pela ''alcunha'' de paciente já fortalecia a existência da doença que o deixava mais vulnerável às consequências dela.