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À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

AUG. '. RESP.'.LOJ.'.SIMB.'.UNIÃO MOSSOROENSE N.º 07


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A QUINTESSÊNCIA

Vinicius Meireles Fixina Barreto Comp∴ M∴

Oriente de Mossoró

Fevereiro de 2020
Breve Introito

O intuito desse trabalho é tratar sobre a Quinta-Essência, ou Quintessência, conceito


fundamental ao Companheiro Maçom, com fulcro no respectivo Grau, que tem como premissa
instruir o Iniciado na transposição da matéria e no fortalecimento do plano espiritual.

A Quintessência
No Grau de Apr∴ começa a senda iniciática, com estudos voltados à matéria. O Aprendiz
volta sua atenção em especial para objetos materiais, de modo mais perfunctório, e para a
matéria, como forma de iniciar seu aprimoramento, atuando diretamente sobre a Pedra Bruta.
Para tanto, apoia-se o Aprendiz na Coluna da Força. Concluídos os estudos inicias, com a
elevação, passa o Aprendiz ao Grau de Companheiro Maçom.
Noutro pórtico, o Comp∴ já conseguiu, através de seu trabalho, transcender a aspereza
da matéria, e começa a perscrutar sobre a essência das coisas, buscando algo mais sublime,
apurando seu conhecimento. É o Grau em que o outrora Aprendiz deve procurar sobrepor e
dominar a matéria, valendo-se para tanto de seu espírito. Daí porque, simbolicamente, no Altar
em que se encontra o Livro de Lei, o Compasso é posto com uma de suas extremidades por cima
do esquadro, simbolizando o início do domínio espiritual. Auxilia o Companheiro a Coluna de
Beleza, e a joia fxa passa a ser a Pedra Cúbica, ou Polida.
Mas para que possa alcançar seu objetivo, é necessário que o Companheiro dedique-se à
compreensão da Quintessência, a personifcação simbólica da jornada que deve ser empreendida
no Segundo Grau. O numeral cinco é o número por excelência do grau de Comp ∴M ∴. , e
relaciona-se diretamente como a Quintessência.
Atribuí-se a Aristóteles a origem do termo Quintessência. Segundo ele, em estudos
cosmológicos, os corpos celestes seriam compostos por quatro elementos estáticos, terra, ar, fogo
e água, e pela Quintessência, uma substância etérea, inalterável, que impedia que os planetas e
estrelas caíssem uns sobre os outros.
Segundo o dicionário Aurélio, a Quintessência (etimologicamente quinto + essência) seria
o extrato levado ao último apuramento; o mais puro; grau mais elevado de alguma coisa.
Para Rizzardo da Camino, signifca o resumo mais perfeito do pensamento e de tudo que
é composto o Quinário, expressando a parte secreta de um assunto, a sublimidade de um
elemento, material ou espiritual.
De acordo com o Ritual de Companheiro Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, a
Quintessência relaciona-se com a idade do Companheiro, e é concebida como espírito universal
das coisas ou como quinto princípio, reduzindo à unidade o quaternário dos Elementos, e
aludindo também aos cinco sentidos, que revelam o mundo exterior, objeto de estudo do
Comp∴M∴.
Iniciando o estudo partindo dos textos bíblicos, tem-se que “no princípio Deus criou o
Céu e a Terra”(Gênesis 1:1 – com a criação dos elementos Ar e Terra); “A terra, porém, estava
sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as
águas”(Gênesis 1:2 – criação do elemento água); “E disse Deus: Haja Luz; e houve luz e haja
luzeiros no frmamento dos céus para alumiar a Terra. E Assim se fez. Fez Deus os dois grandes
luzeiros, o maior (Sol) para governar o dia; o menor (lua) para governar a noite. E fez também as
estrelas. “ (Gênesis 1: 3, 14, 16 – criação do fogo). E por fm, disse Deus: “Façamos o homem à
nossa imagem, conforme nossa semelhança.Criou Deus, pois, o homem à sua
semelhança”(Gênesis 1:26,27).
Analisando o texto bíblico, percebe-se que, utilizando-se de uma interpretação alquímica,
hermética e esotérica, que Deus, o GADU, teria criado inicialmente os quatro elementos, e da
junção destes, que se entrelaçam, fez surgir o homem, da terra, dando-lhe o sopro da vida, o
quinto elemento, uma alma, ou espírito, unindo-o à Divindade.
Disso podemos extrair que a matéria seria fruto da combinação dos quatro elementos. O
ar, leve e sutil, abranda, contrabalançando, a atração da Terra, espessa e pesada, que embrutece e
materializa. Fria e úmida, a Água contrai aquilo que o Fogo, seco e quente, tende a dilatar. Esse
elementos coordenam o mundo material, no macrocosmo.
Todavia, para que haja o domínio da matéria, é necessário um quinto elemento, espiritual,
que una os demais e possa canalizados e sobrepô-los de acordo com uma vontade consciente. No
microcosmo, em especial no homem, temos que presentes os quatro elementos. No sistema ósseo,
a terra; no sangue, a água; no processo digestivo e no calor do organismo, o fogo; e no sistema
respiratório, o ar. Adiciona-se a estes elementos o quinto, que é a Quintessência, responsável pela
vida afetiva, espiritual, intelectual e mística do homem, unindo-o com Deus.
Conforme o ritual, o Ser se manifesta unicamente pela ação; náo agir equivale a não
existir, porque aquele que existe está em perpétuo trabalho. Nada é inerte, nada é morto; tudo
vive: os minerais e os corpos celestes, os vegetais e os animais.
Todavia, a vida difere de um a outro reino da natureza, vivendo alguns de modo mais
elevado e completo que os outros. Aqueles que não conseguem se desenvolver espiritualmente
permanecem com uma vida dominada pela matéria, pelos elementos, que se opõem, sendo
necessário prezar pelo desenvolvimento da hominalidade. O cinco deve se impor ao quatro,
elevando a consciência do buscador, fazendo prevalecer a Quintessência, objetivo do Grau de
Companheiro. O número Cinco seria a Essência Divina, capaz de não permitir o equilíbrio dos
demais elementos, fazendo-os vibrar e dando-lhes vida.
Alcançada a perfeição, chega-se à real iluminação, ou iniciação, em que as trevas são
dissipadas e passa a brilhar o Astro Humano, a Estrela Flamígera, símbolo do Comp ∴, com a
centelha Divina.
A Estrela Flamígera é o Astro central da Loja do Companheiro Maçom. Suas cinco
pontas relacionam-se diretamente com a Quintessência, bem como com o ser humano, com
pernas e braços como as extremidades da Estrela, tendo a cabeça como ápice. Representa a
iluminação pelo domínio da vontade, possuindo um brilho suave, não tão forte quanto o Sol.
Relaciona-se também com a Quintessência, além da Estrela Flamígera, como já citado, o
Pentagrama, a estrela de cinco pontas, a seção áurea, e a Rosa e a Cruz.
A Rosa unida à Cruz simboliza o Amor pelo Autossacrifício, o Segredo da Imortalidade a
o Fragrância de uma vida santa. A Rosa, colocada na intersecção entre as duas retas que formam
a Cruz, perfaz um dos mais belos símbolos da iniciação, representando a vida, nascida da cruz
dos quatro elementos que forma a matéria, ou seja, a Quintessência se sobrepondo à matéria, a
transposição do quaternário para o quinário.
O Pentagrama , por sua vez, é uma fgura muito empregada na natureza em contruções
minerais e orgânicas, e relaciona-se diretamente com a Estrela Flamígera, pois é possível extrair a
forma da Estrela de Cinco Pontas da fgura geométrica do Pentagrama.
Da união da fgura de Estrela com o Pentagrama, e mais precisamente, da proporção
existente entre o lado do Pentágono e a linha que une seus vértices alinhados, obtêm-se com
exatidão a Seção Áurea.
A Seção Áurea, número conhecido desde as mais antigas civilizações (1,618), é um valor
que está presente em diversos locais, desde grandes obras arquitetônicos à medidas do corpo
humano e formatos extraídos da natureza, tais como vegetais e minerais.
Têm-se pois, em apertada síntese, que a Quintessência é o elemento espiritual que
impulsiona a ação, representando a presença, a centelha divina manifesta na Mente do
Companheiro Maçom. Trata-se pois de algo que, imprescindivelmente, deve ser objeto de estudo
e refexão de todos os Maçons, e em especial dos Companheiros, como forma de progredir em
busca da iluminação e nos degraus da mística Escada de Jacó.

Que o GADU ilumine a todos. Ir∴ Vinicius Meireles Fixina Barreto Comp∴ M∴ - 19 de
fevereiro de 2020.
8.REFERÊNCIAS
CAMINO, Rizardo. Maçonaria Metafísica. São Paulo: Madras Editora. 2007.
QUEIROZ, Álvaro de. A Maçonaria Esotérica: rito escocês antigo e aceito. São Paulo: Madras,
2016.
QUEIROZ, Álvaro de. A maçonaria oculta: rito escocês antigo e aceito: aprendiz, companheiro e
mestre. São Paulo. Madras, 2017.
DEL DEBBIO, Marcelo. O Grande Computador Celeste.
RITUAL DO COMPANHEIRO MAÇOM do Rito Escocês Antigo e Aceito – Grande Loja
Maçônica do Estado do Rio Grande do Norte.

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