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Filosofia da Libertação
O CEL É PARA TODOS!
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“Libertação é Aceitação”
Entende-se por libertação, o estado ou efeito de ser livre.

Estar destituído de algemas, prisões ou grades.

Condição psicológica ou estado mental em que o individuo se sente livre.

No âmbito religioso, libertação é todo procedimento em que um ou mais individuo recebe um


“tratamento espiritual” baseado em orações, aplicação de óleo e aconselhamento espiritual.

Nesse processo, a oração é considerada a pedra fundamental e dividi- se em pelo menos 3 tipos:

 Orações de Invocação – É a parte da oração onde é feito pedidos a Deus, clamores ou


declarações de fé sobre a vida da pessoa de está sendo ministrada, invocando sobre ela
proteção, saúde, prosperidade, etc.

 Orações de evocação – Oração em que se “ordena” a um problema, situação, entidade ou


qualquer outro mal que esteja sobre a pessoa ou sobre uma área de sua vida como
casamento, finanças, trabalho..., que se retire. Acreditando que o agente que está
ministrando a libertação, tem autoridade sobre esses males.

 Orações de Guerra – Clamor feito em tom de “desafio”, direcionado à própria entidade


maligna. Afirmando a supremacia de Deus sobre o reino do mal e portanto, sobre aquele
espírito, e assim, condicionando- o a obedecer as ordens recebidas.

Essas orações no entanto, não ocorrem necessariamente nessa ordem. Podem acontecer de
modo espontâneo ou até de forma mecânica ou informal.

Assim, o CEL (Conceito Evangélico de Libertação) define “Cura Interior e Libertação” como um
instrumento de transformação que age por meio da intercessão de um individuo sobre outro.
Sendo que um deles deve possuir vocação inspiracional para exercer o oficio religioso de
intercessor.

Mas na verdade esse processo é somente uma estereotipia criada pela necessidade emocional
que o evangélico tem, de se sentir parte de um conjunto social ou comunidade cooperativa
através da qual sente segurança e equilíbrio interior.

Porém, a variedade de valores sociais, fatores culturais e impulsos mentais do próprio ser
humano torna essa tarefa quase impossível. Em linhas gerais, o ser humano não foi criado para
viver sob uma rotina grupal como se fosse uma versão gospel da “Grande Familia” (seriado
brasileiro transmitido nas noites de quinta –feira pela rede globo). Toda criatura na natureza
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foi criada para a liberdade, inclusive a raça humana. E essa liberdade além de física, é também
intelectual e emocional.

Mas no contexto em que é atualmente apresentado, o CEL oferece Libertação do tabaco, do


álcool e das drogas, por exemplo. Mas por outro lado, prende as pessoas ao vício do
sobrenatural, do “poder” e da necessidade de renovo espiritual a cada culto.

De acordo com o padrão evangélico o CEL é para todos! Isso quer dizer que todos que fazem
parte do corpo religioso daquela denominação, tem igualmente oportunidade de participar do
programa local de Libertação. Que na maioria das igrejas evangélicas, consiste num retiro
espiritual dividido, um exclusivamente para homens; um para mulheres; um para crianças e um
para casais. Todos dedicados a oração e estudos bíblicos voltados para a temática de
Libertação. No fim de cada estudo, uma equipe de Libertação ministra sobre os participantes
individual ou coletivamente, onde são incentivados a buscar o batismo no Espírito Santo, os
dons espirituais e o constante avivamento, como forma de manter uma vida de santidade e
comunhão.

Embora esse tipo de projeto seja ineficaz, ele cria oportunidades de refletir sobre as
circunstancias de nossa vida e sobre o que cada um realmente espera de si mesmo e da sua vida
espiritual. Mas...

“Será que este caminho pode conduzi- lo aonde você deseja chegar?”

“Será que participar de retiros e encontros de Libertação é mesmo uma conduta espiritual?”

“Jesus participou alguma vez de encontros assim?”

“Os discípulos participaram?”

Sendo assim, o modelo de Libertação praticado no ambiente evangélico está associado a uma
falsa convicção de que é bíblico, legítimo e eficiente e por causa disso, a maioria das pessoas
aderem a ele sem perceber o quanto tudo isso pode ser emocionalmente prejudicial e acabam
abandonando a própria vontade para obedecer as ideias que outros apresentam a ela.

Dessa forma, o CEL promove uma adulteração do raciocínio, onde o individuo é levado a crer e
buscar em fenômenos espirituais, a solução para todos os seus problemas como por exemplo,
“reviver” seu passado para encontrar a cura de algum trauma ou enfermidade. Ou então, se
submeter a uma sessão de oração e exorcismos conduzida por um grupo de pessoas “sóbrias e
ungidas” a qual denominam “Ministério de Libertação”.

Seja qual for o modelo ou formato aplicado na Libertação, é necessário sempre a atuação em
conjunto de dois grupos: os que acreditam ter sido chamados para libertar e os que acreditam
que precisam ser libertos.

Dessa maneira, ambos precisam atuar em conformidade, como um composto químico que
depende da interação entre “soluto e solvente” para que ocorra o processo molecular da
substancia.
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A grosso modo, podemos dizer que “libertação é aceitação!”, pois se inicia por uma disposição
da mente do individuo que será exorcizado.

Um fato baseado numa polissemia de crenças que depende de dois lados distintos e
complementares. Como o X e o Y de uma equação matemática, onde o X é a variável de Y.
Quando Y muda, X também muda.

De todo modo, fica evidente que as pessoas que procuram Libertação – seja nos cultos de
avivamento, nas campanhas de oração ou em reuniões específicas com uma equipe de
Libertação -, buscam na verdade, uma experiência que os faça sentir- se bem em relação a si
mesmos.

O que desejam na realidade é uma ruptura com os sentimentos e pensamentos que elas
aprenderam que são errados e que portanto, não deveriam sentir. Porém, tudo o que as sessões
de Libertação podem fazer, é ajudá- las a reprimir- se ainda mais, pois o único caminho para a
verdadeira libertação é o entendimento de que somos amados incondicionalmente por Deus e
nada do que fizermos poderá faze- lo nos amar mais ou nos amar menos. É somente a
consciência disso que pode verdadeiramente, tornar alguém livre, pois liberdade é um processo
de compreensão que inclui a decisão de transformar seus objetivos em realidade. E
definitivamente, isso não depende de experiências místicas nem sobrenaturais.

Quando compreende isso, a pessoa passa a viver melhor, pois para de lidar com a vida
espiritual como quem vai a um supermercado: sempre em busca de “produtos” novos ou
“promoções”. Querendo sempre sair ganhando alguma coisa. Tirando sempre um beneficio pra
si próprio.

Dessa forma, o modo como é praticada no meio evangélico, a Libertação reflete a ideia de que
ao buscar o Senhor, se deve esperar algo em troca. E mesmo quando o que desejam seja algo
espiritual no fundo, é sempre uma relação de interesse, pois construir um relacionamento com
o Criador pelo simples prazer de agradá- lo, requer uma medida de fé que o sistema religioso
não está disposto a oferecer.

Sendo assim, quando as pessoas procuram uma sessão de Cura ou Libertação, estão em busca
de uma “recompensa”, seja algo físico (cura), material (prosperidade) ou espiritual (dons
espirituais). Mas ocorre, que sentimentos como esses são hábitos de pensamentos
frequentemente relacionados à crença de que o mundo espiritual domina sobre a vontade
humana e embora não se dêem conta, essa mentalidade só favorece aqueles que estão em
funções de liderança ou fazem parte da equipe de Libertação, pois na visão do CEL, eles estão
num nível espiritual acima das demais pessoas e portanto mais aptos a avaliar o desempenho
espiritual do rebanho. Ficando a cargo deles então, definir o significado das experiências dos
fiéis e selecionar quem está ou não em comunhão com Deus.

Daí, eventos como vigílias, encontros de oração, retiros espirituais e seminários de Libertação
adquirem enorme importância, pois estão relacionados à busca de “poder” e experiências
sobrenaturais. E o problema disso, é que apesar do empenho para atingir tal objetivo, no fim só
se consegue um grupo de pessoas condicionadas, sem fundamento ideológico, afastadas da
realidade e emocionalmente carentes.
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Abstraídas pela possibilidade de adquirir poder, prosperidade e fama.

Mas será que alguma vez paramos para perguntar “Qual a origem disso?” ou ”Onde acharam nas
escrituras uma ordem de Jesus pedindo que alguém passasse por uma sessão de cura ou
Libertação?” “Quem tem autoridade para orar para que o espírito de uma pessoa seja curado?
”Quem chamou isso de Libertação?”

Sendo assim, quando examinamos as escrituras em busca de orientação, descobrimos que não
há nenhuma evidência para tal prática. O que acontece, é que para defender e justificar os
programas de cura e Libertação, as pessoas passaram a basear- se puramente na “fé”. Dizendo
que a pessoa tem de ter discernimento ou visão espiritual para entender. Pois afinal de contas
essas “coisas” são reveladas apenas aos que crêem, etc,etc,etc......

De qualquer modo, ao adicionar em sua mente esse tipo de pensamento, o individuo se


condiciona a aceitar que é “vítima” do seu passado. Que seus pais ou antepassados provocaram
situações que deram ao diabo “permissão” para atuar em sua vida ou em sua familia. E ainda,
que esse “ataque” maligno pode perdurar por gerações inteiras, até o momento em que um
deles confesse isso em oração diante de uma equipe de Libertação e então receba uma unção
com óleo sobre a testa e seja declarado o rompimento dessa cadeia diabólica sobre sua vida.

Contudo, se observarmos atentamente, veremos que esses fatos demonstram que o CEL nada
mais é do que uma questão de “Aceitação” Mental- Quando a mente aceita que precisa libertar-
se, então todo o organismo - dentro e fora do corpo -, reage como quem realmente precisa ser
liberto. E se depois, passa a acreditar que foi curado espiritualmente, então seu inconsciente
transmite a mensagem ao seu corpo de que agora, tudo está bem.

A partir de então, toda a sua vida começa a se ajustar, não porque tinha mesmo uma “maldição”
e agora a maldição foi quebrada..., mas sim, porque a pessoa acredita que foi assim.

Sua própria mente foi quem produziu todos os elementos do jogo, de modo que ela é ao mesmo
tempo vítima e protagonista do seu filme. Vilão e herói do seu próprio mundo. Mesmo que ela
não perceba que tudo foi fruto apenas do seu envolvimento e compromisso mental com o CEL!!

Afinal... o CEL é para todos!!!!!!!!

FUNDAMENTOS BÁSICOS DA LIBERTAÇÃO

“A Sintonia de Crenças”

Quando um grupo ou individuo está ministrando libertação sobre um outro individuo,

ambos precisam estar num mesmo ponto de vibração. Numa faixa ou freqüência de pensamento
que seja comum para os dois, caso contrário, todo o procedimento corre o risco de dar errado.

Na prática, suas crenças precisam estar em sintonia, de forma que aquilo que pensam, que
sentem e aquilo que esperam..., estejam equiparados.
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Observe que quando ministros ou equipes de Libertação vão atuar, procuram antes conduzir a
pessoa que vai ser libertada, a um local mais propicio para uma “conexão” espiritual, como
igrejas ou salas especiais que tenham a maior aparência possível de um lugar “consagrado”. Ou se
não, ungem a casa ou o quarto com óleo, ou oram com as mãos sobre móveis ou paredes..., tudo
isso para criar a “energia” certa, o clima ideal para que todos sintam – se espiritualmente
envolvidos.

A dinâmica de tudo isso, é que ambos - libertado e libertador- são responsáveis por esse
ambiente mental, porque inconscientemente concordaram com ele, cada um executando o seu
papel. E quando isso acontece, dizemos que houve uma “sintonia de crenças” e no momento da
Libertação, a pessoa que está sendo ministrada fica “ligada” emocionalmente àqueles que a
ministram.

Mas ao contrário do que possa parecer, naquele instante não há um lance espiritual e sim, um
condicionamento mental, onde a pessoa ministrada é levada a acreditar que estava possuída,
oprimida ou espiritualmente enferma e que graças à ministração de cura e libertação..., ela foi
restaurada.

O curioso, é que se esse individuo for de fato capaz de assimilar a crença de que foi liberto,
obterá realmente uma mudança de vida.

Isso ocorre pelo fato de haver inúmeros fatores psicológicos por trás do processo de
Libertação. Alguns até positivos outros potencialmente danosos, podendo até mesmo provocar
transtornos de bipolaridade, alterações súbitas de humor e desvios de personalidade.

Crendo ou não, tudo isso está relacionado à própria característica do conceito evangélico de
Libertação (CEL) e para entendermos melhor, temos de analisar suas 3 formas básicas:

 Étereossomático;

 Teocêntrico e

 Inspiracional

ÉTEREOSSOMÁTICO.

Na medicina, quando é detectado em um paciente, uma doença cujo diagnóstico não procede
causa orgânica, diz- se que é uma doença “Psicossomática”. Isso quer dizer que há conseqüências
físicas (do grego = soma), mas as causas são psicológicas ( do grego= psique).

Seguindo o mesmo principio, o termo “Étereossomático”(Éter; etéreo= relativo às coisas


celestiais; que tem forma ou presença espiritual; concernente às coisas sobrenaturais; à
eternidade),se refere à doenças ou transtornos espirituais cuja as causas também são
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psicológicas ou seja, a pessoa sente- se vazio, fraco, possesso, oprimido, sobrecarregado ou
caído espiritualmente mas sua condição não está relacionada a nenhum fator “sobrenatural” e
sim, mental.

No meio evangélico, o conceito de Libertação tem uma característica “etérea” o que significa a
capacidade de dar um tratamento ou interpretação “espiritual” a tudo. E consequentemente, dar
ao mundo espiritual um valor maior do que qualquer outra coisa no mundo físico e material.

O problema é que essa ênfase ao sobrenatural acaba alienando as pessoas, deixando- as

num estado que a psicologia chama de “dualidade mental”. Onde o irreal e o real se alternam
entre si, se sobrepondo um ao outro o tempo todo.

No processo evangélico de Libertação essa característica é a mais destacada, sendo comum


reverenciarem ao extremo tudo o que é sobrenatural, fazendo com que busquem explicações ou
“soluções” espirituais para tudo o que acontece no mundo ou em sua vida.

Contudo a relação entre essas ideias e comportamentos está no campo mental e portanto, não
podem ser mensuradas, avaliadas e nem comparadas. Isso faz com que não exista limites para
tais pensamentos, pois quem poderia quantificar ou examinar algo que existe e não existe ao
mesmo tempo?

Diante disso, o processo tradicional de Libertação (modelo visto atualmente nas denominações
cristãs), não ajuda ninguém a crescer, pois quando se envolve na teia do sobrenatural, a pessoa
passa a lidar com a realidade de maneira subjetiva e a colocar tudo numa dimensão mística,
inclusive todos os seus problemas - sejam financeiros, físicos ou de qualquer espécie.

Seja como for, tudo se torna parte de um “plano” divino para qualificar seu chamado e vocação
espiritual ou então, uma furiosa perseguição do “Adversário” para derrubar sua fé e fazê- la
afastar- se da igreja. Muito embora as visões, revelações e entidades sobrenaturais que
descrevem, só exista mesmo no ambiente místico de sua própria mente.

Mesmo assim, os efeitos disso podem influenciar profundamente a vida e decisões de quem se
deixa envolver por elas. E na maioria das vezes, essas mudanças são sempre para pior.

TEOCÊNTRICO
Outra característica bem acentuada no “CEL” (Conceito Evangélico de Libertação), é o
Teocentrismo. Assim como era praticado na idade média, as pessoas que se dedicam ao atual
formato de Libertação e cura interior tendem a colocar Deus como centro de tudo. A princípio,
esta parece ser uma atitude cheia de altruísmo e dignidade, mas no fundo não passa de mais
uma fantasia difundida no meio gospel, para mascarar a verdade do que realmente o Criador
ensinou.

O Salvador nunca disse que Deus deve ser o centro de nossas vidas. O que Ele demonstrou, foi
que a “vontade” do Criador é que deve ser colocada em evidência em nossas vidas. A diferença
entre uma coisa e outra, é que colocando Deus como centro, automaticamente passamos a fazer
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tudo em nome d’Ele e a viver procurando uma forma de glorificá- lo, reverenciá-lo, honrá-lo ou
adorá-lo em tudo o que fazemos. Desde o ato de escovar os dentes pela manhã ao momento em
que vamos ao banheiro, etc. Daí passamos a orar o tempo todo e pelas mínimas coisas do dia a
dia, como se isso fosse nos deixar mais espirituais ou em comunhão com de Deus.

No conceito de Libertação propagado no meio evangélico, o Teocentrismo é uma característica


apófise ou seja, que nasce na mente do individuo e se torna eminente em suas atitudes, mesmo
que ao olho desavisado, essas atitudes pareçam simples e naturais: Falar de Deus o tempo todo
ou de assuntos considerados “espirituais”; ouvir apenas músicas gospel; ir todos os dias na
igreja, etc.

Essas ações são chamadas teocêntricas porque procuram tornar Deus o centro de tudo e se
baseiam na crença de que isso lhes trará mais “unção e poder”.

Esse tipo de comportamento tem por finalidade criar uma dinâmica em que a pessoa fica “ligada”
em Deus o tempo todo, mas na realidade as escrituras ensinam de forma diferente. Elas ensinam
que a vontade do Criador não é falarmos ou pensarmos n’Ele o tempo todo e sim, elevar nossas
ações ao pensamento de Deus. E o pensamento do Criador está nas ações e atitudes que o
Salvador deixou como exemplo: amar ao próximo!

Ao observá-las podemos concluir que Ele “trabalhou” em favor do próximo e quando fazia isso
dizia: “o reino dos céus é chegado!”

Nas escrituras, a concepção de ‘reino de Deus’ não é de um lugar espiritual distinto e


sobrenatural, mas da pura e simples manifestação do amor de Deus. Toda vez que este amor se
manifesta, então vemos o reino de Deus agindo.

INSPIRACIONAL
Para se manter uma relação de domínio é necessário que haja por parte do dominado uma
aceitação mental da sua condição. Assim acontece como os programas de Cura interior, de
Libertação e de busca teocêntrica de espiritualidade..., tudo isso são idealizações psicológicas
da vontade do próprio ser humano de ser superior ao seu próximo.

Em outras palavras é a manifestação de um estado psicológico aqui denominado “Inspiracional”


onde a pessoa se sente privilegiada por Deus para receber “dons” ou habilidades “excepcionais”
através das quais poderá instruir ou dirigir espiritualmente o grupo ou uma outra pessoa.

Esses talentos especiais podem ser qualquer coisa – um dom de revelação, de visão ou até
mesmo uma boa inclinação a para o canto ou para falar em público. Qualquer um desses quesitos
aliados a um bom marketing pessoal, transforma o mais simples e humilde cristão em um “pop
star” gospel! Uma “estrela” ou “astro” da teologia ou um “top 10” evangélico – a lista dos 10
profetas mais ungidos do momento.

No sistema evangélico de Libertação, a Inspiração é um estado de espírito constante e um


requisito fundamental para os membros do Ministério de Libertação, pois para convencer as
pessoas de que foram ou que serão libertas..., é necessário estar sob influência direta do
Espirito Santo e neste caso, nada convence mais do se apresentar sob estado de transe ou
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êxtase e afirmar com autoridade que tudo o que disser ou fizer naquele momento é “inspirado”
ou revelado por Deus.

Todavia essa agregação de ideias está fundamentada na crença de que se não estiverem “cheios
do poder de Deus”, o diabo colocará “laços” sobre suas vidas ou então, Deus não ficará feliz. E
se Deus não ficar feliz, não mandará mais “poder”. Um crente sem “poder” é um crente frio. E
um crente frio acaba dando lugar ao diabo e quando o diabo age com “legalidade”, é mais difícil a
pessoa se libertar. Somente um intenso trabalho de Cura e Libertação, poderá resolver o
problema.

Situações assim são típicas do sistema religioso evangélico e demonstra como a sua capacidade
de criar fantasias é quase ilimitada.

E no caso citado essa é uma questão cíclica e acaba voltando sempre ao começo. E de fato, se
observarmos bem, veremos este ciclo se repercutindo continuamente na vida cristã: Um
individuo vai a um templo evangélico arrasado pela vida e pelos problemas, buscando uma solução
para suas frustrações. Acha alívio numa mensagem ou num de louvor e é convencido de que está
assim porque está fora da “igreja” e portanto, tem dado lugar para o diabo agir na sua vida.
Então, ele ingressa naquela denominação e se dedica fervorosamente. Mas um tempo depois,
volta a se sentir arrasado, triste e vazio, mas como já está na igreja a alternativa é dizer que
ele está assim porque ainda não recebeu o “batismo” no Espírito Santo e que quando começar a
falar em línguas “estranhas” se sentirá forte espiritualmente, pois quem fala em “línguas”,
edifica a si mesmo!

Poucos meses depois, o mesmo indivíduo volta a se sentir “fraco” e dessa vez ouve a
justificativa de que há pecados em sua vida que ainda não foram confessados e ele é então,
aconselhado a passar por um “PCL” ( Procedimento de Cura e Libertação).

E assim, a vida cristã dessa pessoa é dirigida pela eterna busca de “alimento” espiritual, sem
saber que “Cura e Libertação” é apenas um programa criado para satisfazer emocionalmente
aqueles que tem medo do fracasso!!!!!!!!!

~FIM~

Não perca o próximo volume, intitulado:

“CURA INTERIOR – A AÇÃO SECRETA DA MAGIA NA IGREJA EVANGÉLICA”

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