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1) Introdução
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“Versar sobre a alma em Agostinho de Hipona sem dúvida tem provado ser uma
indústria ingrata, afinal, a amplitude do tema é tamanha que ele chega a ser tocado em
praticamente quase todas as suas obras” (FERREIRA, 2012).
O problema da Alma é uma reflexão que Agostinho não esgota em suas reflexões.
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2) O problema terminológico
A questão desenvolvida por Agostinho tem seu problema na maneira de se pensar o que
é a alma.
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P. significa parágrafos
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“O termo em português ‘alma’ (anima ou animus) de modo geral designa o princípio
animador de todos os seres vivos, sejam eles animais ou vegetais” (FERREIRA 2012).
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Agostinho concorda com o termo animus pelo fato de acreditar que a alma vem de
Deus. Agostinho prefere usar o termo animus para falar sobre a alma humana. É
encontrado em suas obras os termos, alma racional e alma sensitiva e que até mesmo
uma mosca possui uma alma por possuir sensibilidade.
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Para Agostinho, a Alma no ser humano é denominada spiritus, por ser o homem o único
ser animal portador da alma racional. Gilson (2007, p. 95), apresenta outra significação
para o termo spiritus ‘“designa bem o que denominamos por imaginação reprodutiva ou
memória sensível; portanto é superior à vida (anima) e inferior ao pensamento (mens)’”.
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Agostinho utiliza o termo mens para falar da parte superior da alma racional. Para ele a
capacidade de assimilar as coisas inteligíveis ou de aprender estão interligadas
diretamente a mens.
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Enfim, o ato de pensar para Agostinho está relacionado a capacidade que a alma possui
de aprender as coisas inteligíveis, intangíveis.
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Segundo Gilson (2007, p. 96,) mens e ratio estão conceitualmente interligadas, como se
diz: ‘é o movimento pelo qual o pensamento (mens) passa de um dos seus
conhecimentos a outro associando-os ou dissociando-os’”. Porque tanto mens quanto a
razão trabalham com as coisas inteligíveis.
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Agostinho entende que algumas coisas só nos são acessíveis através do olhar do
pensamento. Apesar de, o que ele chama de "homem interior” pode ser compreendido
como a ligação entre a razão e o intelecto, onde o segundo mostra-se eminente, ele faz a
ligação entre o homem e Deus.
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P.21 - 22
Agostinho é o principal filósofo da Patrística, termo que denomina uma filosofia feita
pelos Padres da Igreja. Marco Túlio Cícero, teve uma grande atuação como filosofo
para Agostinho. Um dos trabalhos de Cícero, Hortensius, era tido por Agostinho como
um “manual de filosofia”, que defendia e incentivava o estudo da filosofia.
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Agostinho foi um fiel leitor das obras de Cícero, sendo que Maurice Testarde, diz que é
notório nas obras de Agostinhos, encontrar rastros da influência do pensamento de
Cícero.
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Ao que tudo indica, Agostinho e Cícero são dois filósofos diferentes. Primeiro devemos
atentar-nos que ambos viveram em épocas distintas, cada um com sua cultura. Contudo,
é provável fazer algumas analogias, que serão tratadas nos próximos parágrafos.
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Sobre a origem e sobre a natureza da alma, outro ponto semelhante entre o pensamento
de Agostinho e Cícero é que ambos afirmam que, a alma não é formada por nenhuma
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característica material. O dois são taxativos em dizer o que a alma não é. Arriscam
também em anunciar do que ela é feita, possibilitando precisamente não saberem ao
certo qual a substância constitui a alma. E no que se refere à origem da alma, ambos
afirmam que ela se origina de algo sublime. No entanto, Cícero diz que ela começa do
mesmo local dos astros, ao mesmo tempo, Agostinho diz que a alma do homem se inicia
das mãos de Deus, criador de todas as coisas, demostrando assim seu acordo teológico
com a igreja. Cícero não possui tais obrigações. Sobre a imortalidade da alma, Cícero
declara que além de imortal a alma é eterna. Agostinho concorda que a alma é imortal,
mas segundo ele somente Deus é eterno.
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Outra diferença que podemos observar entre ambos filósofos é que Cícero, um romano
de 106 a.C., era um fiel leitor de filósofos gregos, que tinham como crença religiosa
cultuar vários deuses. Já Agostinho, um filosofo Cristão de 354 d.C., tinha seu
pensamento enraizado na religião cristã, e como tal jamais aceitaria a hipótese a respeito
da eternidade da alma. Ele entende que somos feitos à imagem e semelhança de Deus,
contudo não o somos. Quando Agostinho diz que a alma não é eterna, quer dizer que a
mesma é feita e nada que é feito pode ser completo em si mesmo.
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3.1) Da memória
Em uma de suas obras, Tusculanas, não expõe cada atributo da alma detalhadamente.
Ao contrário, Agostinho, esclarece detalhadamente sobre o que o intelecto, conduzido
pela luz divina, pode concluir sobre as almas.
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afinal de contas os sentidos transportam somente compressão, tendo ausência de
definição.
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O Filósofo entende que é possível que seus leitores venham ter uma grande dificuldade
para compreender o assunto, isso porque segundo ele, assim que algo nos toca o sentido
adquirimos conhecimento ou seja, uma coisa é sentir outra é entender o que é o sentido.
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“Interessante notar que ao sentirmos a fumaça, nossa razão automaticamente nos leva a
procurar a causa da mesma, algo que para um homem de 387-388dC. não poderia ter
outra origem senão o fogo. O processo de indução é imperceptível, por isso é difícil
para Evódio compreender porque nem sempre tudo o que vemos com os olhos também
é entendido pela visão. Pois, se conhecemos a fumaça e o fogo, e sabemos que o
primeiro é a causa só segundo em combustão com algum objeto, certamente nos é
natural que sentirmos a fumaça, entendamos que exista fogo” (FERREIRA 2012).
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Em relação ao termo cognitivo, que significa conhecer, Agostinho nos indica em seu
texto original que o conhecimento provém dos sentidos, e não do intelecto. Contudo, o
conhecimento corresponde inclusivamente da experiência ou dos sentidos.
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Por fim a explanação que o Filósofo faz a respeito dos conhecimentos sensíveis é para
nós suficiente.
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objetos sensíveis e não o corpo, então, qual a função do corpo? Ao que parece,
Agostinho demonstra dificuldade em combinar esses dois termos, alma e corpo.
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Agostinho concorda da mesma teoria de Platão, que diz: nossa alma não vem ao mundo
sem algum conhecimento prévio. Mas incorpora a essa teoria o conhecimento dado a
Deus, que por conseguinte seriam usados por nos.
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Agostinho (De Trin., X, X, 16) considera que “toda força do preceito de conhecer-se
reside na certeza de que não é nada daquilo de que não está certa; e que ela unicamente
está certa de ser aquilo que tem certeza”.
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“O Filosofo somente consegue alçar o conhecimento de si contando com a ajuda do
“mestre interior”. E de acordo com Agostinho (De Mag., I, XI, 38), é “consultado por
toda alma racional”. O conhecimento interior também é algo inato, desprovido de
qualquer experiência sensível prévia” (FERREIRA 2012).
Conclusão
Agostinho estruturou uma filosofia que terminou com todos os problemas relacionados
a alma, no entanto o filosofo conseguiu analisar dificuldades e ampliar soluções que
seriam admiradas consequentemente por outros filósofos.
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PONTOS CONVERGENTES E DIVERGENTES SOBRE A ALMA ENTRE
PLATÃO E AGOSTINHO:
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Texto Conclusivo
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Referências
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