"A psicologia possui um longo passado, mas uma curta história" e uma
frase do Hermann Ebbinghaus que é bem controversa, já que como que a
Psicologia tem uma curta história se já se falava dela desde a filosofia antiga? Ela se tornou uma ciência a pouco tempo, no século XIX, mas sua história começou há mais de dois milênios. Sócrates, Platão e Aristóteles na filosofia antiga já escreviam e dialogavam a respeito da concepção da alma, assim como Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino na filosofia medieval. Portanto a concepção da alma já se é dialogada há muito tempo na história da psicologia. Sócrates (469 a.c.- 399 a.c.) vivia em Atenas e tudo que se tem sobre ele foi escrito por seus discípulos. Sócrates tinha para si que a alma (daímon) era a voz da consciência interior que tem origem divina, e que essa voz obedece aos deuses, ele acreditava que a alma era uma substância imaterial e não composta, e não remete ao corpo. A alma seria colocada no homem pelos deuses sendo assim o homem seria sua alma. Platão (427 a.c.- 347 a.c.) também viveu em Atenas, foi um filósofo e matemático, autor de diversos diálogos incluindo os de Sócrates e fundador da Academia de Atenas, juntamente com Sócrates e Aristóteles. Platão compreende que o homem é corpo e alma, sendo a alma algo divino, eterno e imutável, seria ela inteligível e invisível ao homem. O corpo seria como um receptáculo para alma, essa sendo algo belo e que mover-se por si só, ou seja ela poderia mover o corpo de dentro para fora, e quando não está dentro do corpo paira sob o plano e rege os cosmos. Morrer para Platão seria como se livrar de uma prisão dentro de seu próprio corpo. Aristóteles (384 a.c.- 323 a.c.) foi um filósofo grego e um discípulo de Platão, ele escreveu sobre diversos assuntos, como a metafísica, a ética, a lógica, entre outros. Diferente de Sócrates e Platão, Aristóteles para compreender a alma ele a dividiu, diferente de Platão ele entende que o corpo não é um receptáculo ma sim um instrumento da alma. E afirma que o homem não é o único ser que possui uma alma, e sim todo ser vivo. Para ele alma é o princípio da vida é a praxe de todo ser vivo, não apenas a razão e a paixão. Sendo assim temos a alma nutritiva ou vegetativa que tem como premissa a reprodução e a nutrição, quem temos como exemplo os vegetais. A alma sensitiva que tem a sensibilidade e locomoção, que seria a alma dos animais e por fim a alma racional que tem como premissa a cognição, pensamento, que é o homem. Na filosofia medieval Santo Agostinho (354- 430) foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo, padre e doutor da Igreja Católica. A alma é um assunto que despertou o interesse de Agostinho de Hipona, sendo um dos assuntos centrais de sua obra, segundo ele todo corpo vivo possui uma alma (anima), sendo ela racional e imortal que possui um conhecimento intuitivo e imediato, assim sendo a alma é imortal por sua simplicidade. Agostinho de Hipona entende que o conhecimento que a alma tem de si mesma o ponto de partida para o processo intelectual, a alma não aprende e sim relembra. Tómas de Aquino (1225- 1274) nasceu em Aquino, estudou filosofia e teologia. Ele crê que o homem é corpo e alma, é um composto, separados são incompletos. A alma é o início da vida, se estrutura em alma vegetativa que dá vida às plantas, alma sensitiva que habita nos animais e a alma racional ou intelectiva que é a essência do homem a razão. A alma humana é incorruptível, não é parte dos víveres divinos mas foi criada por Deus, ela se manifesta pela saber do domínio sobre suas ações, razões e vontades. É notório que se fala sobre a psicologia desde a filosofia antiga e medieval, dizer que ela tem uma história curta e querer apagar a história que a muito se é escrita e dialogada por muitos filósofos que contribuíram para ela poder chegar onde está hoje e ter se tornado uma ciência. A concepção da alma para esses filósofos são distintas mas ao mesmo tempo tem uma certa ligação. Portanto a concepção de cada um deles é muito importante para a história da psicologia.