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COMANDO DA AERONÁUTICA

ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

Curso de aperfeiçoamento de sargentos

LÍNGUA PORTUGUESA
(MÓDULO II)
GRAMÁTICA

1
COMANDO DA AERONÁUTICA

ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

ENSINO INDIVIDUALIZADO

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

MÓDULO II - GRAMÁTICA

Orientação pedagógica: Natália de Vasconcelos Cordeiro 2º Ten QCOA PED


Elaboração: Prof. Ms. Márcia Helena dos Santos
Prof. Maria José Andrade Coelho
Prof. Emilia Maria da Silva Pereira de Andrea
Prof. Ms. Heloísa Helena Armeiro Lourenço Barbosa
Prof. Edwalds Marques Farias Júnior
Prof. Douglas D’Angelo
Prof. Dra. Jeane Lucas
Revisão gramatical: Prof. Edwalds Marques Farias Júnior
Diagramação e ilustração: Marcelo Garcia Martins 2S SDE

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1ª EDIÇÃO - 2011

DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DA EEAR


Todos os direitos reservados

Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a reprodução total


ou parcial deste documento, utilizando-se qualquer forma ou meio eletrônico ou
mecânico, inclusive processos xerográficos de fotocópias e de gravação, sem a permissão
expressa e por escrito da Escola de Especialistas de Aeronáutica - Guaratinguetá - S.P.

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SUMÁRIO DINÂMICO

TEXTO I: “É HORA DE ESCREVER CERTO” - ORTOGRAFIA -.....................6


EXERCÍCIOS DO TEXTO I..................................................................12

TEXTO II: “PARA QUE SERVE A ACENTUAÇÃO?” - ACENTUAÇÃO..........14


EXERCÍCIOS DO TEXTO II.................................................................18

TEXTO III: “O QUIABO VESTE PRADA” - EMPREGO DE PRONOMES.........20


EXERCÍCIOS DO TEXTO III...................................................................30

TEXTO IV: “PROPAGANDAS“ - CONJUNÇÃO..............................................32


EXERCÍCIOS DO TEXTO IV...................................................................37

TEXTO V: “ELOQUÊNCIA SINGULAR” - CONCORDÂNCIA VERBAL.........39


EXERCÍCIOS DO TEXTO V....................................................................49

TEXTO VI: “FRAGMENTO DE POEMA” - CONCORDÂNCIA NOMINAL......51


EXERCÍCIOS DO TEXTO VI....................................................................56

TEXTO VII: “CHARGE” - REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.........................58


EXERCÍCIOS DO TEXTO VII....................................................................65

TEXTO VIII: “TIRINHA“ - CRASE SEM CRISE..............................................67


EXERCÍCIOS DO TEXTO VIII....................................................................73

TEXTO IX: “POR CAUSA DE UMA VÍRGULA MAL-ENCARADA” - PONTUAÇÃO..75


EXERCÍCIOS DO TEXTO IX....................................................................81

AUTOAVALIAÇÃO.................................................................................83

CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................97

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INTRODUÇÃO

Cassiano

É nosso desejo que este estudo teórico-prático proporcione a você uma visão geral da estrutura
e do funcionamento da língua portuguesa. Com a construção de novos conhecimentos, você
passará a dispor de maiores recursos para comunicar-se de forma adequada e eficaz.
Para tanto, você terá acesso a conteúdos de ortografia, acentuação, emprego dos pronomes,
emprego das conjunções, concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, crase e
pontuação.
Para aferir seus conhecimentos, reforçamos a parte prática deste material didático com
exercícios de fixação, simulação de testes, autoavaliação e dicas que lhe serão muito úteis
para a consecução dos seus objetivos.

Então, mãos à obra e bom estudo!

Professores de Língua Portuguesa da EEAR

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TEXTO I

Objetivos:
1 - Conhecer algumas regras de ortografia, a fim de utilizá-las conforme
a norma culta.
2 - Conhecer o sentido de algumas palavras semelhantes na grafia e/ou
na pronúncia a fim de empregá-las corretamente.

É HORA DE ESCREVER CERTO


Aprender a escrever de forma correta, além de valorizar a forma oficial da língua
do nosso país, ajuda-nos a superar o medo de passar para o papel as nossas ideias,
tanto para fim escolar (prova discursiva, redação) quanto para as nossas
necessidades no cotidiano (um documento, um e-mail). Se você sabe como grafar
corretamente as palavras, não precisará parar, a todo momento, para recorrer
a um dicionário ou a alguém que o saiba. É claro que seria impossível gravar
visualmente a grafia de todas as palavras existentes na língua, por isso você pode
lançar mão de algumas regras que podem facilitar a sua vida durante a produção
escrita. Conhecendo essas regras, você poderá, mesmo desconhecendo a palavra,
relacioná-la a outras dentro do mesmo grupo. Ex.: Sabendo que antes de P e de
B se usa o M, fica fácil escrever implantologia (ramo da medicina que estuda os
fenômenos referentes a implante). Porém, não há regras em que se possa encaixar
a maioria das palavras. O que fazer, então? Não há outro jeito: vá a um bom
dicionário ou a uma gramática e tire sua dúvida. Não corra o risco de deduzir
erradamente.
Isso tudo pode parecer complicado mas, depois que nos habituamos a escrever
com frequência e adotamos o hábito da leitura, conseguimos superar essa dificuldade.
E mais! Ficamos com um vocabulário mais “recheado” e, assim, podemos utilizá-lo em
nossas produções textuais, as quais, certamente, só receberão elogios.

Então vamos às regras companheiro!

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1 - Uso de algumas letras.
a) Usa-se S:
• nos sufixos -ês, -esa e -isa, empregados na formação de palavras que indicam nacionalidade,
profissão, estado social, título onírico: chinês, chinesa, burguês, poetisa.
• nos sufixos -oso e -osa usados na formação de adjetivos: delicioso, gelatinosa, saboroso.
• depois de ditongos: coisa, maisena, Neusa.
• nas palavras derivadas de uma outra primitiva
grafada com S: pesquisa: pesquisar, pesquisado; análise:
analisar, analisado.

b) Usa-se Z:
• nos sufixos -ez e -eza, empregados para formar
substantivos abstratos derivados de adjetivos: rígido:
rigidez ; rico: riqueza; lúcido: lucidez.
• nas palavras derivadas de uma primitiva com Z:
cruz: cruzeiro, cruzada; deslize: deslizar, deslizante.
• nos sufixo -izar nos verbos derivados de palavras
que não contêm S em seu radical: eterno: eternizar; hospital:
hospitalizar; canal: canalizar; penal: penalizar.

c) Substantivos terminados em -SSÃO, -SÃO, -ÇÃO.


A grafia dos substantivos que possuem as terminações acima segue uma regra.
• Se os verbos forem terminados em -ter, -tir, -der, -dir e -mir, o substantivo se faz com SS
ou, depois de n ou r, apenas S.
Exemplos: reverter – reversão converter – conversão
omitir – omissão compreender – compreensão
pretender – pretensão invadir – invasão
exprimir – expressão suprimir – supressão
• Em alguns desses casos, o S adquire som de Z:
decidir – decisão persuadir – persuasão
contundir – contusão aludir – alusão
iludir – ilusão
• Quando não ocorrerem as terminações citadas, emprega-se -ÇÃO.
Exemplos: projetar – projeção conseguir – consecução
isentar – isenção explorar – exploração
imigrar – imigração revelar – revelação
escovar – escovação prevenir – prevenção
optar – opção negar – negação
inventar – invenção recuperar – recuperação
armar – armação
Algumas exceções: obter – obtenção deter – detenção
conter – contenção manter – manutenção
reter – retenção
7
Além de consultar o dicionário e a gramática,
você pode também consultar os sites:

• http://www.brasilescola.com/gramatica/
• www.educarparacrescer.abril.com.br

ATENÇÃO

Não há regras para o uso de todas as palavras na língua portuguesa. Para se


aprender a escrever corretamente, é importante que você crie o hábito de ler,
pois, através da leitura, o registro das palavras vai sendo assimilado aos seus
conhecimentos, sem que você perceba.

2 - Uso de porque, por que, porquê e por quê.

Nós estamos sempre querendo saber os porquês na vida, o que é muito importante. Mas
precisamos também saber grafá-los corretamente. E você? Sabe como fazer isso sem erros?
Ainda se lembra de como fazê-lo? Se ainda tem dificuldades, atente para as regrinhas a seguir.
Na tirinha abaixo, a palavra porque está sendo usada de duas formas diferentes. Você
acha que esse uso está correto? Observe.

Perceba que na primeira fala, Smilingüido faz uma pergunta direta (com o ponto de interrogação
ao fim da frase) ao amigo. Nesse caso usou-se, corretamente, por que (separado e sem acento). Já
na resposta dada, empregou-se porque (junto e sem acento), de forma também correta. Agora veja
mais detalhadamente o emprego dessa palavra.

a) Usa-se porquê:
• quando a expressão for um substantivo, ou seja, quando vier precedida de artigo (o, os),
pronome adjetivo (meu, meus, este, estes, aquele, aqueles) ou numeral (um, dois, três... – se for
a forma plural, a palavra porque também vai para o plural).

Exemplos: Este porquê é um substantivo.


Ninguém entende o porquê de tanta confusão. (no plural = os porquês)

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b) Usa-se por que:
• nas interrogativas diretas (com ponto de interrogação) e nas
indiretas (sem ponto de interrogação).

Exemplos: Vaga-lume, por que você está chorando? (na tirinha)


– interrogativa direta
Menina, quero saber por que você demorou tanto.
– interrogativa indireta

• quando a expressão for um pronome relativo e puder ser substituída por pelo qual,
pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplos: O caminho por que passei era sombrio e assustador. (= pelo qual)
As causas por que discuti com ele são particulares. (= pelas quais)

c) Usa-se porque:
• nas respostas das perguntas diretas ou indiretas:

Exemplos: Porque quero ser forte como você! (na tirinha)


Demorei porque o carro quebrou no caminho.

• quando a expressão for uma conjunção e equivaler a pois, uma vez que, já que.

Exemplos: Eu não saí de casa ontem, porque estava doente. = já que


Não saia de casa, porque nós receberemos visita. = pois

d) Usa-se por quê:


• quando a expressão aparecer no final da frase ou numa pergunta isolada.

Exemplos: Ria, ria sem saber por quê.


Brigou de novo. Por quê?

Além de consultar uma gramática, você


pode acessar o site:
• www.algosobre.com.br/português/
usos-do-porque.html

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3 - Uso de mas, más e mais.

• Mas é conjunção adversativa; equivale a porém, contudo, todavia.

Exemplo: Ele poderia apoiá-la, mas acabou desistindo no último momento.

• Más é a forma do feminino plural do adjetivo mau.

Exemplo: As bruxas são sempre más nas histórias infantis.

• Mais indica quantidade; é o contrário de menos.

Exemplo.: Converse menos e trabalhe mais.

4 - Uso de mal e mau.

• Mau é adjetivo, modifica um substantivo.

Exemplo: Ele é um mau filho, pois desrespeita os pais.

• Mal pode ser: advérbio, conjunção, substantivo, prefixo.

Exemplos: O aluno comportou-se mal na reunião. (advérbio)


Mal o rapaz entrou, as portas se fecharam. (conjunção)
O mal do século é a inversão de valores. (substantivo)
Eliseu é um menino mal-educado. (prefixo)

5 - Uso de a e há.

• Emprega-se a com referência a tempo futuro ou a distância.

Exemplos: A dois dias do jogo, o juiz ainda não havia sido escolhido. (tempo futuro)
Minha escola fica a duas quadras do estádio. (distância)

• Emprega-se há com referência a tempo passado ou quando for a forma conjugada do


verbo haver.

Exemplos: Cheguei ao Brasil há dois anos e meio. (= faz)


Não há ninguém no clube neste momento. (verbo haver = existe)
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6 - Uso de trás e traz.

• Trás é advérbio de lugar.

Exemplo: Ao fugir, foi deixando pistas para trás.

• Traz é forma conjugada do verbo trazer.

Exemplo: O ano novo traz sempre novas esperanças.

7 - Emprego de algumas palavras: os homônimos e os parônimos.


Quando você vai “cumprimentar” alguém, ainda tem dúvidas se deve usar O ou U na
palavra? Se você ainda não gravou a forma correta de escrever essa palavra, saiba que não é
o único(a) a ter esse tipo de dúvida. E também não é só essa palavra que causa esse tipo de
dificuldade.
A confusão ocorre porque algumas palavras na nossa língua têm grafia ou pronúncia igual
(homônimas) e outras têm grafia ou pronúncia parecida (parônimas), mas com significados
diferentes. Segue um quadro com algumas delas e o seu respectivo significado.

absorver = sorver, consumir, esgotar absolver = perdoar


acender= atear fogo ascender = subir, elevar
acento = sinal gráfico, tom de voz assento = lugar de sentar-se
afim = semelhante a fim de = com a finalidade de
caçar = abater a caça cassar = anular
cela = aposento sela = arreio
cerrar = fechar serrar = cortar
cessão = ato de ceder seção ou secção = divisão, corte sessão = reunião
comprido = longo cumprido = particípio de cumprir
comprimento = extensão cumprimento = saudação
concerto = sessão musical conserto = reparo
descrição = ato de descrever discrição = qualidade de quem é discreto
emigrar = sair do país imigrar = entrar no país
fúsil = fundível fuzil = arma de cano longo fusível = resistência elétrica
geminada=duplicada, ligada germinada = gerada, brotada
infligir = aplicar pena ou castigo infringir = desobedecer, transgredir
onde = usa-se com verbos que não indicam movimento aonde = com verbos de movimento
ratificar = confirmar retificar = corrigir
soar = emitir som suar = transpirar, expelir suor

Além de consultar uma gramática ou um


dicionário, você pode acessar os sites :
• www.gramaticaonline.com.br
• www.brasilescola.com/gramatica/paronimos-
homonimos.htm
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EXERCÍCIOS DO TEXTO I

1 - Complete as lacunas com por que, porque, por quê ou porquê.


a) Ninguém sabe _________ eles partiram às duas da manhã. Talvez tenham
ido tão cedo _________ quiseram fugir do trânsito intenso pela manhã.
b) Amigos, querem saber __________ ríamos tanto? É que estávamos com a
alma tão leve, que ríamos sem que tivéssemos um __________.
c) Divirta-se muito, __________ a vida é muito curta para ser gasta apenas com
tristezas.


2 - Use adequadamente os vocábulos entre parênteses, conforme o sentido
correto na frase.

a) __________ muitos anos, esperamos por _________ informações sobre


a ação contra aquela empresa, _________ palavras de desestímulo é só
o que o advogado nos __________. (Há/A; mas/mais/más; mas/mais/más;
trás/traz)
b) __________ o ônibus dobrou a esquina, apareceu um homem ________
-educado xingando o motorista sem parar, alegando que morava ________ mil
quilômetros dali e que __________ vinte dias esperava para fazer aquela viagem.
(Mal/Mau; mal/mau; há/a; há/a)
c) Os alunos do Ensino Médio saíram da biblioteca _________ pouco e
deixaram o lugar em _________ condições de uso, dando um _________
exemplo para os alunos menores. (há/a; mas/mais/más; mal/mau)

3 - Assinale a alternativa correta com relação ao uso dos homônimos/parônimos.

a) Devemos muito aos emigrantes italianos que no Brasil estão. Eles nos
trouxeram contribuições gastronômicas saborosas.
b) Ponha os assentos corretos nas palavras antes de imprimir o texto.
c) Tenha descrição na frente das autoridades ao falar do problema e
conserte sua postura.
d) Saí correndo da minha seção às 18h30min para pegar a sessão das 19h
no cinema.
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4 - Complete as lacunas com S, SS ou Ç.

a) corrup___ ão / introdu___ ão/ imedia___ões / repercu___ão


b) impre___ão / arma___ão / repre___ão / equipara___ão
c) ilu___ão / afirma___ão / inser___ão / conspira___ão
d) proje___ão / nega___ão / emi___ão / inver___ão

5 - Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente


grafadas.

a) gazoso – cheiroso – finlandês
b) pesquizar – esterilizar – prazerozo
c) minimizar – calabresa – marquesa
d) noruegueza – delicadeza – princeza

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T E X T O II

Objetivos:
1 - Saber identificar a sílaba tônica das palavras e conhecer as regras de
acentuação gráfica.
2 - Aplicar corretamente as regras de acentuação gráfica.

PARA QUE SERVE A ACENTUAÇÃO?

A acentuação serve para auxiliar a representação escrita da linguagem. Quando ouvimos,


distinguimos com facilidade uma sílaba tônica de uma sílaba átona. Quando escrevemos,
entretanto, essa distinção não é tão fácil, o que pode dificultar a escrita. Assim, os sinais de
acentuação cumprem o papel de distinguir, na escrita, palavras de grafia idêntica mas de
tonicidade diferente, como baba/babá, mágoa/magoa, público/publico, secretária/secretaria,
etc.
Na língua portuguesa, quase todas as palavras têm acento tônico (exceto os monossílabos
átonos), mas somente algumas têm acento gráfico. Veja as regras, que já estão de acordo com
a nova ortografia da língua portuguesa em vigor.

O Acordo Ortográfico de 1990, em vigor desde


2009, determina algumas mudanças na grafia e na
acentuação das palavras da língua portuguesa a
partir de 1.º de janeiro de 2013!
Porém, até 31 de dezembro de 2012, as regras
anteriores continuarão coexistindo com as novas!

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RECORDANDO

Monossílaba: palavra com uma só sílaba: já, nós, sol.


Oxítona: palavra cuja sílaba tônica é a última: vatapá, amor, maracatu.
Paroxítona: palavra cuja sílaba tônica é a penúltima: compra, baixo, açúcar.
Proparoxítona: palavra cuja sílaba tônica é a antepenúltima: árvore, mármore, hipótese.

Acentuam-se

1) Monossílabos tônicos
Terminados em: A(S), E(S) e O(S).
Exemplos: lá, pá(s), pé(s), nó(s), etc.
Atenção:
• excluem-se desta regra os monossílabos átonos, como
artigos, preposições, alguns pronomes oblíquos, conjunções, e os
monossílabos tônicos com outras terminações: a, os, um, em, me,
lhe, te, mas, pois, flor, luz, tu, dar, etc.
• encaixam-se nesta mesma regra as formas verbais
monossílabas com as mesmas terminações: fá-las, lê-los,
pô-los.

2) Palavras oxítonas
Terminadas em A(S), E(S), O(S), EM e ENS.
Exemplos: sofá(s), vatapá(s), café(s), você(s), avó(s), robô(s), Belém, parabéns.
Não se acentuam, portanto, as oxítonas terminadas por outras letras: amor, azul, tatu, aluguel,
aqui, etc.
Atenção:
• encaixam-se nesta mesma regra as formas verbais oxítonas com as mesmas terminações:
achá-la, encontrá-los, prendê-los, compô-los, repô-las.
Não se acentuam, portanto, as formas verbais oxítonas com outras terminações: parti-la,
dividi-los, bebi-o, vendi-a.

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3) Palavras paroxítonas
Terminadas em L, I(S), N, US, UM(UNS), R, X, Ã(S), ÃO(S), PS e ditongos: amável, dócil,
táxi(s), júri(s), próton, hífen, fórum, fóruns, açúcar, cadáver, tórax, látex, órfã(s), órfão(s), bíceps,
fórceps, água, amáveis, régua, múmia.

4) Todas as proparoxítonas
Independente da terminação: mármore, plástico, álibi, sábado, etc.

5) Os ditongos abertos
ÉI(S), ÓI(S), e ÉU(S) apenas das monossílabas e
oxítonas : anéis, pincéis, anzóis, heróis, réus, chapéu,
mausoléu, etc.
Atenção:
• não se acentuam mais os ditongos abertos das
paroxítonas: ideia, assembleia, joia, jiboia, heroico,
etc., conforme o novo acordo ortográfico.

6) Os hiatos tônicos em I(S) e U(S)


Exemplos: aí, Luís, Piauí, saí, saíste, baús, saúde, balaústre, Araújo.
Atenção:
• as formas verbais oxítonas terminadas com I formando hiato, seguidas dos pronomes
objetos, são acentuadas por esse mesmo motivo: concluí-la, atraí-los, excluí-las.
• se os hiatos, na mesma sílaba, forem seguidos de outra letra diferente de S, não receberão
acento: Nair, Raul, caindo, ruim, bainha, rainha.
• nas palavras paroxítonas, conforme o novo acordo ortográfico, não são acentuados o
I e o U tônicos dos hiatos, se vierem depois de ditongo: feiura, baiuca, bocaiuva.

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7) Os verbos vir e ter na 3.ª pessoa do plural
Exemplos: ele vem eles vêm
ele tem eles têm
Observação: As formas derivadas dos verbos vir e ter, como convir, intervir, deter, manter,
reter etc., por não serem monossílabos, seguem a regra das oxítonas. Na 3.ª pessoa do plural,
entretanto, usa-se o acento circunflexo para a diferenciação:
ele mantém eles mantêm
ele retém eles retêm
ele intervém eles intervêm
Atenção:
Conforme o novo acordo ortográfico,
• não se acentua mais o hiato OO: magoo, perdoo, abençoo,
enjoo, etc.;
• não se acentua mais o hiato EE dos verbos crer, ler, ver e dar:
ele crê eles creem
ele lê eles leem
ele vê eles veem
(que) ele dê (que) eles deem;
• o trema foi abolido da ortografia do português, respeitando-se apenas o uso em palavras de
origem estrangeira e derivados como “Müller” e “mülleriano”.
Exemplos: tranquilo, frequente, linguiça, ambiguidade, aguentar, etc.

8) Acento diferencial
Sua função é diferenciar homônimos na escrita. Antes do novo acordo ortográfico, havia
muitas palavras acentuadas por essa razão. Agora há um número reduzido. Veja:
pôr – verbo por – preposição
pôde – verbo poder no passado pode – verbo poder no presente
fôrma – substantivo forma – 3.ª pessoa do verbo formar

Para mais informações e exemplos a respeito de


acentuação gráfica, segundo o novo acordo ortográfico,
acesse o site:
• http://educacao.uol.com.br/portugues/reforma-
ortografica/
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EXERCÍCIOS DO TEXTO II

1 - Acentue corretamente as palavras dos grupos abaixo e justifique a


acentuação.
a) Guaruja, Ines, Jose, Marajo_________________________________
b) amigavel, tunel, carater, sotão_______________________________
c) hifen, polen, taxis, forum____________________________________
d) Arapei, Jacarei, Tatui, saude________________________________
e) tregua, joquei, leguas, malicia_______________________________

2 - Explique por que as palavras abaixo não devem receber acento gráfico.

a) tatu, aqui, atum, Aracaju____________________________________


b) rainha, bainha, sainha______________________________________
c) algum, nenhum, alguns_____________________________________
d) polens, hifens, himens______________________________________
e) flor, nu, sul, vi, sol__________________________________________

3 - Acentue as formas verbais em destaque, quando necessário, após identificar


o seu sujeito.

a) Tudo na vida tem valor quando colocamos amor no que fazemos.


_________________________________________________________
b) Josué tem objetivos diferentes dos seus. Ele tem pretensão de ser
chefe, vocês tem necessidade urgente de obter reconhecimento profissional.
_____________________________________________________________
c) O Brasil tem exportado muita laranja, mas o percentual ainda não tem
sido suficiente para cobrir as necessidades do mercado internacional.
_________________________________________________________
d) As pessoas, para uma convivência harmônica em sociedade, tem de
usar o bom senso e ser muito tolerantes com os outros.
_________________________________________________________

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4 - Identifique as palavras, nos grupos abaixo, que estão erradamente
acentuadas.

a) bóia, coronéis, ítem, urutú


b) físico, pólvora, pézinho, flôres
c) hipopótamo, abóbrinha, ruína, ruíns
d) enjôo, Lisbôa, nódoa, espécie

5 - No texto a seguir, foram retirados, propositadamente, todos os acentos


gráficos de algumas palavras. Cabe a você identificá-las e acentuá-las.

Os outros mosquitos

O Aedes aegypti e o mais “badalado”. Mas não e a unica ameaça à solta.


A dengue, que ja grassa por ai neste ano, não esta sozinha entre os males
causados por mosquitos no Brasil. Sem o mesmo marketing do Aedes
aegypti, outros transmissores voam pelo pais. O proprio Aedes tambem
transmite a febre amarela. Conheça algumas doenças e seus transmissores:
filariose – mosquito comum; malaria – a fêmea do Anopheles gambiae
(muriçoca, carapanã ou sovela); leishmaniose – phlebotumus (mosquito-
palha, birigui ou cangalhinha).
(Revista Veja, 26/03/2003)

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T E X T O III
Objetivos:
1 - Reconhecer os pronomes.
2 - Perceber os efeitos de sentido dos pronomes e suas funções.

O QUIABO VESTE PRADA


No Rio de Janeiro, uma rede de venda de legumes, verduras e frutas, chamada HORTIFRUTI,
há alguns anos, inovou em suas propagandas, criando uma série baseada em títulos de filmes na
qual os atores principais são os próprios produtos da loja. A propaganda abaixo faz parte dessa
inovação. Veja:

Você deve ter notado que a propaganda acima retoma o título do filme “O diabo veste
Prada” e transforma um quiabo no protagonista do anúncio. Isso pode ser percebido na
frase “O quiabo veste Prada”. O substantivo “quiabo” é retomado, em “Ele entrou no seleto
mundo da Hortifruti”, por meio da palavra “Ele”. Essa palavra retomou o substantivo “quiabo”
a fim de que ele não fosse repetido desnecessariamente.

CONCEITUANDO
Na propaganda da Hortifruti, você percebeu que houve a substituição do substantivo
“quiabo” pela palavra “Ele”. Você se lembra como são chamadas as palavras que ficam no
lugar do substantivo? São os pronomes.
O uso do pronome evita a repetição desnecessária em um texto. Observe o trecho “A
igreja está em ruínas, por isso os fiéis querem que o padre reforme a igreja, porque a igreja
faz parte da história da cidade.”
Você percebeu que as repetições tornam a frase incomum, cansativa?
Pois é. Vamos, portanto, reescrevê-la, substituindo as repetições por outras palavras:
“A igreja está em ruínas, por isso os fiéis querem que o padre a reforme, porque ela faz
parte da história da cidade.” As palavras “a” e “ela” substituem o substantivo “igreja”, por
isso, você deve classificá-las como pronome.
Imagine a seguinte situação: um homem vai dizer ao filho dele, chamado João, que os amigos
desse garoto chegaram. Como ele falaria a princípio?
Ele poderia falar assim: “Paulo, os amigos de Paulo chegaram.” Mas, na prática, para
evitar a repetição do substantivo e a ambiguidade, ele falaria assim: “Paulo, seus amigos
chegaram.” O que você percebeu nessa frase?
A palavra “seus” substitui o substantivo “Paulo” e refere-se ao substantivo “amigos”,
definindo seu limite de significação.
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Em outras palavras, não se trata de amigos de modo genérico, mas especificamente de
“seus amigos” (amigos de Paulo). Portanto, o pronome, além de substituir um substantivo,
acompanha outro substantivo.

Da análise dos exemplos acima, como você definiria pronome?


Essa classe gramatical pode ser assim conceituada:
Pronome é a palavra que substitui um substantivo (nome) ou
acompanha o substantivo, definindo os limites de sua significação!
Lembrando!
Os pronomes classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,
interrogativos e relativos.

Você Sabia?
A substituição de um substantivo por um pronome pode ser chamada
de coesão pronominal.

1 - Emprego dos pronomes pessoais

Como você já estudou, os pronomes pessoais indicam as três pessoas gramaticais do discurso.
Observe no quadro abaixo:
Pessoa Função no ato Pronomes pessoais
gramatical da comunicação representantes
1.ª pessoa a que fala eu, me, mim, nos, nós
2.ª pessoa com quem se fala tu, te, ti, vos, vós
3.ª pessoa a respeito de quem se fala ele, ela, o/a, se, si, lhe,
(o assunto) eles/elas, os/as, se, si, lhes

Você também se lembra de que esse tipo de pronome pode ser classificado como reto e
oblíquo? Essa classificação está presente no quadro que segue:

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Para lembrar
• Pronomes oblíquos átonos: normalmente desempenham função sintática de
complemento.
Exemplo: Esclareço-lhe que a liberação do financiamento foi deferida.
O pronome lhe exerce a função sintática de objeto indireto do verbo esclarecer.

• Pronomes do caso reto: normalmente desempenham a função sintática de sujeito.


Exemplo: É interessante que ele troque experiências e percepções com o grupo.
Na frase sublinhada ele exerce a função sintática de sujeito do verbo trocar.

O uso de certos pronomes pessoais merece algumas considerações.


Certamente, quando você estudou essa classe gramatical, a professora
perguntou se o correto era dizer “Isto é para eu fazer ou para mim fazer?
Você, com certeza, não teve dúvidas e respondeu: Isto é para eu fazer,
professora. E respondeu certo, pois o pronome oblíquo tônico não pode
exercer a função sintática de sujeito, somente o pronome do caso reto
pode exercer essa função.
Mas para complicar mais ainda sua vida, ela perguntou qual é o
correto “É difícil para eu fazer ou para mim fazer este trabalho?”.
Agora você se confundiu? Não ! Muito bem.
Você respondeu: “É difícil para mim fazer este
trabalho. E ainda explicou o motivo para a professora:
“Nesse caso, professora, o pronome mim exerce a função
sintática de complemento nominal.
A ordem direta da frase é “Fazer este trabalho é
difícil para mim.” A professora ficou surpresa e você,
para surpreender ainda mais, disse “Era para eu sair
mais cedo hoje, a senhora não se esqueceu, não é?”
Ela não havia esquecido e ainda completou:
usamos os pronomes mim e ti, em vez de eu e tu, quando precedidos de preposição:
“ Nada há entre mim e ele”.

preposição
O segredo está em analisar sintaticamente a oração. Caso o pronome funcione como
sujeito, usa-se eu ou tu e, em caso contrário, regidos por preposição, usa-se mim ou ti no
papel de complemento.
Exemplos: “Entre mim e ti tudo acabou.”,
“Tudo está acabado para mim.”,
“Estas frutas são para ti.”

Para saber mais, acesse o site:


• http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/
noutraspalavras/ult2675u28.shtml

22
Para ajudar
Pode-se generalizar e dizer que todas as vezes em que nas frases ocorrerem
verbos no infinitivo (a primeira pessoa do singular é igual ao nome do verbo)
usa-se EU ou TU antes desse verbo (geralmente os verbos que denotem uma
ação, como fazer, conferir, ler, contar, gastar …e até dormir etc.)
Exemplos:
“Este livro é para eu ler!”,
“Manda-me o dinheiro para eu conferir!”,
“Comprei o jornal para tu leres!”,
“Cante para eu dormir!”,
Observe que é impossível fazer-se a inversão das frases:
“Para eu ler este livro é.”,
“Para eu dormir cante.”,
“Para eu conferir o dinheiro manda-me.”
Excetuam-se desse caso os verbos de ligação (ser, estar, parecer, ficar, permanecer,
continuar) e os demais verbos, como aceitar, entender, custar, bastar, restar, faltar, antes
dos quais, quando ocorrem na frase, usa-se MIM ou TI.

Emprego de si e consigo

Os pronomes reflexivos si e consigo devem referir-se ao sujeito da oração como nas frases
abaixo:
- O egoísta só pensa em si. (si refere-se ao sujeito egoísta e significa em si mesmo)
- Marcos levou a filha consigo (consigo refere-se ao sujeito Marcos)

Emprego de conosco e convosco


Você sabia que os pronomes conosco e convosco serão substituídos por “com nós” e
“com vós” se vierem seguidos de numeral ou de palavras como: todos, outros, mesmos,
próprios, ambos? Observe:
- Você deverá sair conosco.
- Você deverá sair com nós mesmos.
- Você deverá sair com nós três.

Não esquecer
Os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las
quando estão ligados a verbos terminados em r, s ou z. Nesse caso, o verbo perde
sua última letra e a nova forma deverá ser reacentuada de acordo com as regras de
acentuação da língua. Por exemplo: fazê-lo, encontrá-las.
No caso de verbos terminados em m ou õe, ou seja, sons nasais, os pronomes o, a,
os, as assumem as formas no, na, nos, nas, e o verbo é mantido inalterado. Por
exemplo: levaram-no, põe-na.

23
Colocação dos pronomes pessoais
Você deve se lembrar de que os pronomes pessoais podem aparecer antes do verbo (próclise),
depois do verbo (ênclise) e no meio do verbo (mesóclise). Por isso, vamos recordar os principais
casos de colocação pronominal.

Próclise
Usamos a próclise nos seguintes casos:
1 - Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo
algum.
Exemplos: Nada me perturba.
Ninguém se mexeu.
De modo algum me afastarei daqui.

2 - Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo.
Exemplos: Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
É necessário que a deixe na escola.

3 - Advérbios.
Exemplos: Aqui se tem paz;
Sempre me dediquei aos estudos.
Observação: se houver vírgula depois do advérbio, este deixa de atrair o pronome.
Exemplo: Aqui, trabalha-se.

4 - Pronomes relativos e indefinidos.


Exemplos: Alguém me ligou? (indefinido)
A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)

5 - Em frases interrogativas, exclamativas ou optativas:
Exemplos: Quanto me cobrará pela tradução?
Deus o abençoe!
Quanto me feri com o que disse!

6 - Com verbo no gerúndio antecedido de preposição em.


Exemplo: Em se plantando, tudo dá.
24
Ênclise
Ocorre ênclise, principalmente,
1. quando o verbo inicia a oração (a não ser sob licença literária, não se devem iniciar
orações com pronomes oblíquos. Exemplo: Empreste-me o livro, por favor.
2. quando o verbo está no infinitivo impessoal. Exemplo: Deus mostra-lhe o caminho.
3. quando o verbo está no gerúndio (sem a preposição em). Exemplo: Saiu contando-lhe
o episódio.

Mesóclise
A mesóclise é empregada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer
– amarei, amarás, etc.) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria,
amarias, etc.)
Exemplos: Convidar-me-ão para o casamento;
Convidar-me-iam para o casamento.
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Exemplo: Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.

Sobre colocação pronominal consulte o site:


• http://www.micropic.com.br/noronha/005.htm.
Lá você encontrará uma letra de música que o
ajudará a recordar esse assunto.

2 - Pronomes demonstrativos

Você se lembra dos pronomes demonstrativos?


São aqueles cuja principal função é indicar a posição,
o lugar que um ser ocupa, relativamente à posição
ocupada por uma das três pessoas gramaticais.
Lembrando-se disso, podemos acrescentar, portanto,
que existem três fatores que definem o emprego dos
pronomes demonstrativos: o espaço, o tempo e a
proximidade com os termos da oração.
Vamos abordar as situações em que o uso de
demonstrativo é mais problemático.
Clique na figura ao lado e veja o quadro no anexo II
desta apostila.

25
3 - Pronomes indefinidos

Leia a tirinha abaixo:

Você percebeu que Helga transmitiu


a Hagar informação vaga “Alguém entrou
na nossa casa” (...)? Ela, por não saber
quem invadiu sua casa, emprega a palavra
“Alguém” para se referir ao invasor.
Essa imprecisão é muito comum na
nossa linguagem. E por que isso ocorre?
Por dois motivos:
1. porque não temos total conhecimento do assunto;
2. porque, mesmo tendo conhecimento pleno do assunto, não desejamos, por algum
motivo, transmitir de forma precisa uma informação.
Quando você constrói uma frase de forma vaga, imprecisa, certamente, nela aparecerá
um pronome indefinido, já que ele tem a função de se referir de modo vago, impreciso,
indeterminado à 3ª pessoa gramatical.
Vários são os pronomes indefinidos. Veja:

26
Emprego de alguns pronomes indefinidos
Algum. alguns, alguma, algumas
Se você empregar esses pronomes antes do substantivo, eles terão sentido afirmativo.
Entretanto, se você decidir conferir a eles um sentido negativo, coloque-os depois do
substantivo. Observe isso nas frases abaixo:
Alguma coisa ele conseguiu. (sentido afirmativo – ele conseguiu algo)
Ele conseguiu coisa alguma (sentido negativo – ele não conseguiu nada)

Certo, certos, certa, certas


Você sabia que essas palavras são inconstantes?
Pois é! Se elas forem colocadas antes de substantivos, elas serão pronomes indefinidos.
Mas, se elas aparecerem depois de substantivos, elas passam a ser adjetivos. Veja como isso
pode ocorrer no exemplo abaixo.
Certos indivíduos não tomam as decisões certas.

Pronome Adjetivo – equivale ao adjetivo

Todo, todos, toda, todas


- Quando empregados no singular e não acompanhados de artigo, têm sentido de qualquer,
cada. Isso ocorre em:
“Aos sábados toda praça ficava cheia de crianças”.
(refere-se a qualquer praça, todas as praças)
- Quando usados no singular e acompanhados de artigos, indicam a totalidade, significando
inteiro/inteira. Quando empregados no singular, depois de substantivo, também adquirem esse
significado. Veja:
Aos sábados, toda a praça ficava cheia de crianças.
(refere-se à praça inteira)
Ele tinha todo o corpo coberto de tatuagens.
(refere-se ao corpo inteiro de alguém)
- Quando empregados no plural, indicam totalidade. Veja:
Todos os cálculos serão refeitos.
Os jogadores todos serão convocados.

27
4 - Pronomes relativos

Você se lembra da função dos pronomes relativos?


Para recordá-la, leia as orações abaixo:
Nós compraremos o carro.
Seu pai está vendendo o carro.
Você observou que a segunda oração repete o substantivo carro. Você também aprendeu
que uma das funções dos pronomes é substituir o substantivo. Por isso, vamos reunir as duas
orações em um só período e substituir “carro” por um pronome adequado:
Nós compraremos o carro que seu pai está vendendo.
O substantivo “carro” aparece explicitamente na primeira oração e na segunda ele passa a
ser representado pelo pronome “que”. Podemos afirmar, portanto, que pronomes relativos são
aqueles que se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o na oração seguinte.
São eles: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
o/a qual que(=a qual)
os/as quais
cujo/cuja quem (=o qual)
cujos/cujas
quanto/quanta onde (no qual)
quantos/quantas

Atenção!
Muitas vezes, é necessário introduzir uma preposição antes dos pronomes relativos.
Esta é determinada pelo verbo da oração iniciada pelo pronome relativo.
Exemplo:
Pretendo conhecer as pessoas em quem você confia.
(o verbo confiar rege a preposição em)

Você sabia?
Os pronomes relativos sempre iniciam uma oração,
por exemplo:
A rua virava um campo, onde jogávamos futebol.

Para não esquecer!


Onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento:
Exemplo: A cidade onde moro foi destruída pela chuva.
Já aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a
para onde, sendo resultado da combinação da preposição a + onde.
Exemplo: A criança estava perdida, sem saber aonde ir.

28
Emprego dos pronomes relativos
QUE
- Pode ser usado em relação a pessoas ou coisas e é substituível por o qual, os quais, a
qual, as quais. Isso pode evitar a repetição desnecessária do pronome relativo que.
Exemplo:
Conheço a cidade que você visitou. ou
Conheço a cidade a qual você visitou.

- Pode ter como antecedente os pronomes demonstrativos o, a, os, as.


Exemplo:
Ninguém concordou com o que ele disse.
(o pronome “o” equivale ao pronome demonstrativo “aquilo”)

QUEM
Só pode ser empregado em relação à pessoa e vem sempre precedido de preposição.
Exemplo:
Não conheço o piloto de quem você falou.

CUJO, CUJOS, CUJA, CUJAS


Só podem ser usados quando houver indicação de posse: algo de alguém = alguém cujo
algo, ou seja, se houver indicação de posse, coloca-se o pronome cujo entre o elemento
possuído e o elemento possuidor.
Exemplo:
Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.

ONDE
Só pode ser usado quando retomar um substantivo que nomeie espaço geográfico.
Exemplo:
Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns dias em paz.
(O substantivo “cidade” refere-se a um espaço geográfico.)

Atenção!
Não use o artigo depois do pronome cujo.
Construções como.
“Antipatizei com o rapaz cuja a namorada você conhece”
está incorreta.

29
EXERCÍCIOS DO TEXTO iII

1 – Explique o emprego dos pronomes “Este” (1° quadrinho) e “isso” (3° quadrinho).

___________________________________________________________

___________________________________________________________

2 – Complete as frases abaixo com os pronomes eu e mim.


a) Vim embora, pois não havia nada para _____ fazer.
b) Eles pediram para ____ voltar para lá.
c) Para ___, voltar para lá será impossível.
d) Será difícil, para ____, passar no exame.
e) Eles enviaram o documento para ___ guardar.
f) Eles enviaram o documento para ____.

3 – Explique a diferença de sentido entre as frases abaixo:


a) Toda a cidade se enfeita para a grande festa.
b) Toda cidade se enfeita para a grande festa.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

30
4 – Reúna cada par de frases em um único período, substituindo por um
pronome relativo o termo destacado na segunda oração. Observe a necessidade
ou não do emprego da preposição antes do pronome relativo.
Modelo: Assisti ao filme. Você gosta do filme.
Assisti ao filme de que você gosta.
(ou Assisti ao filme do qual você gosta.)
a) Existem muitos lugares bonitos. Pretendo conhecer esses lugares.
___________________________________________________________
b) Irei à cidade. Você nasceu nessa cidade.
___________________________________________________________

c) Você confia em muitas pessoas. Eu não concordo com essas pessoas.


___________________________________________________________

d) Este é o escritor. Os livros deste escritor fazem muito sucesso.


___________________________________________________________

e) Não mataram a cobra. Por essa cobra o garoto foi picado.


___________________________________________________________

f) Todos conhecem a criança. Você está falando dessa criança.


___________________________________________________________

5 – Os pronomes possessivos, embora tenham por função principal expressar


uma ideia de posse ou propriedade, podem ser usados com certas funções
particulares. Considerando essa afirmação, explique o sentido dos
possessivos destacados nas frases abaixo.

a) Naquela época, ele deveria ter seus dezoito anos.


___________________________________________________________

b) Minha mãe pede que você transmita nossas recomendações a todos


os seus.
____________________________

____________________________

31
T E X T O IV

Objetivo:
1 - Ao final do estudo desta unidade, esperamos que você seja capaz
de relacionar os termos em uma frase ou em uma oração por meio das
conjunções.

PROPAGANDAS
Observe as propagandas abaixo:

Observe que, no primeiro texto, a palavra “e” liga elementos de uma mesma frase: oito prêmios e
um ano inteiro de conquistas pela frente.
No segundo exemplo, a palavra se liga duas orações e estabelece entre elas uma relação de
dependência: Não beba, se dirigir.

Conceituando!

Conjunção é a palavra invariável que liga orações ou


liga termos que têm o mesmo valor sintático em uma
frase!

32
1 - Classificação das conjunções

As conjunções coordenativas ligam palavras ou orações de mesmo valor ou função.


Podem ser:

- Aditivas - Estabelecem relação de adição. Os principais articuladores aditivos são: e,


nem (e não), não só... mas também.
Exemplos:
Ele não apareceu na reunião, nem justificou a ausência.
Chorou e pediu perdão aos amigos.
Não só estuda, mas também trabalha.

- Adversativas – Expressam oposição, contraste, ressalva. Os principais articuladores


adversativos são: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto.
Exemplos:
A vida é difícil, mas pode ser bela.
Ele não estava se sentindo bem, porém ficou no local de trabalho até o final do expediente.

- Alternativas – Expressam relação de alternância ou exclusão. Os principais articuladores sintáticos


são: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja.
Exemplos:
Diga a verdade, ou permaneça calado.
Ou você toma uma atitude, ou aceita a situação calado.
Ora se diz ateu, ora afirma ser cristão.
Quer chova, quer faça sol, eu irei com você ao show.

- Conclusivas – Exprimem conclusão em relação ao que se afirmou anteriormente. Os principais


articuladores sintáticos são: portanto, logo, por isso, por conseguinte, assim.
Exemplos:
O terreno é muito fértil, por conseguinte deve-se incentivar a produção agrícola neste local.
Ela é uma pessoa honesta, por isso é respeitada pelos amigos.

- Explicativas – expressam uma justificativa, uma explicação para o que se enuncia na oração anterior.
Os principais articuladores explicativos são: que, porque, porquanto.
Exemplos:
Venha depressa, porque o jogo já vai começar.
Saia daqui, que preciso limpar o quarto.

33
Atenção!
- A conjunção adversativa mas aparece obrigatoriamente no começo da
oração à qual ela pertence. As demais conjunções adversativas podem vir no
início da oração ou após um de seus termos. Observe:
Ele perde o amigo, contudo não perde a piada.
Ele perde o amigo; não perde, contudo, a piada.
- A conjunção e tem valor adversativo quando equivale a mas.
Passou por mim, e não me cumprimentou.
Passou por mim, mas não me cumprimentou.
- A conjunção pois tem valor conclusivo quando vem posposta ao verbo da
oração à qual pertence.
Ele sabia o que estava fazendo; merece, pois, ser punido judicialmente.

As conjunções subordinativas ligam duas orações, uma principal e outra subordinada, e


estabelecem entre elas uma relação de dependência. Podem ser adverbiais ou integrantes.

Conjunções subordinativas adverbiais


São conjunções que exprimem circunstâncias adverbiais e subordinam uma oração à outra.
Podem ser:

- Causais – Expressam causa, motivo. Os principais articuladores causais são: como, visto
que, porque, que, já que, uma vez que.
Exemplos:
Como não conseguia trabalhar em equipe, foi desprezado pelos colegas de escola.
Ele não pôde se defender, porque não tinha provas a seu favor.
Já que não fui convidado para a festa, não lhe darei presente de aniversário.

- Comparativas – Expressam comparação. Os principais articuladores comparativos são:


como, que, do que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor, pior), quanto (depois de
tão ou tanto), qual (depois de tal), assim como.
Exemplos:
Ele é mais talentoso que o irmão.
Ele é menos habilidoso que o pai.
Márcio nada como um peixe.
34
- Concessivas – Indicam concessão, um fato contrário ao expresso na oração principal.
Os principais articuladores concessivos são: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, por
mais que.
Exemplos:
Embora receba um bom salário, ele não paga suas dívidas em dia.
Ele não mudará de ideia, por mais que você insista.
Ainda que estivesse muito cansado, ele levou a família à festa.

- Condicionais – Expressam condição: um fato é necessário para que outro aconteça. Os


principais articuladores condicionais são: se, caso, contanto que.
Exemplos:
Se ele descobrisse a verdade, ficaria muito decepcionado.
Caso ele venha, resolveremos esse problema ainda hoje.
Irei à festa, contanto que você vá comigo.

- Conformativas – Expressam conformidade. Um fato é referência ou modelo para a


realização de outro. Os principais articuladores coformativos são: como, conforme, segundo,
consoante.
Exemplos:
Meu sobrinho veio me visitar, conforme havia prometido.
Segundo afirmações do Departamento de Meteorologia, haverá chuva no final de semana.
O funcionário, como eu lhe disse, foi exonerado do cargo.

- Consecutivas – Estabelecem relação de consequência. Os principais articuladores


consecutivos são: (tal) que, (tão) que, de forma que, de modo que.
Exemplos:
Gritou tanto que ficou afônico.
Estava tão assustada que nem conseguiu dormir.

- Finais – Indicam finalidade, objetivo. Os principais articuladores finais são: para,


para que, a fim de que.
Exemplos:
Fiz tudo para que você acreditasse em mim.
Ele saiu cedo para não encontrar trânsito intenso na rodovia.

35
-Proporcionais – Expressam proporção, concomitância, simultaneidade. Os principais
articuladores proporcionais são: à medida que, à proporção que, quanto mais...mais, quanto
menos...menos.
Exemplos:
Aumentam as despesas da Previdência, à proporção que aumenta o número de
aposentados.
Quanto mais estudo, mais questionamentos surgem em minha vida.
A preocupação das pessoas crescia à medida que a chuva aumentava.

- Temporais – Indicam temporalidade, o momento, a época de ocorrência de certo fato.


Os principais articuladores temporais são: quando, enquanto, assim que, logo que, sempre
que, desde que, antes que, depois que, etc.
Exemplos:
A situação mudou muito desde que ele nos abandonou.
Quando você mudar de opinião, poderá ser muito tarde.
Enquanto eu limpo a sala, você lava o banheiro.

Conjunções subordinativas integrantes

Que e se são conjunções integrantes e introduzem as orações subordinadas substantivas.


Eu quero que você seja feliz.
Vamos ver se o médico poderá atendê-lo.

Além das conjunções integrantes, alguns pronomes indefinidos, interrogativos


e os advérbios também introduzem orações subordinadas substantivas.

36
EXERCÍCIOS DO TEXTO iv

1 – Leia o texto abaixo para responder à questão.


O primeiro me chegou Me mostrou o seu relógio
Como quem vem do florista Me chamava de rainha
Trouxe um bicho de pelúcia Me encontrou tão desarmada
Trouxe um broche de ametista Que tocou meu coração
Me contou suas viagens Mas não me negava nada
E as vantagens que ele tinha E, assustada, eu disse não
TEREZINHA – Chico Buarque

Marque (C) para certo e (E) para errado.


I – No segundo verso, como é uma conjunção conformativa. ( )
II – No segundo verso, como é uma conjunção comparativa. ( )
III – No sexto verso, que é uma conjunção integrante. ( )
IV – No décimo primeiro verso, há uma conjunção adversativa. ( )
Está correta a sequência:
a) E, E, C, C
b) C, E, C, E
c) E, C, E, C
d) C, C, E, E

2 – Observe o texto abaixo:


Todos sabemos que os costumes mudaram. Agora, escute os conselhos dos
mais velhos, que você não vai se arrepender.
As conjunções em destaque são, respectivamente,

a) integrante e explicativa.
b) explicativa e integrante.
c) concessiva e explicativa.
d) proporcional e integrante.
37
3 – Leia esta tira:

Há, no texto,
a) uma conjunção condicional, uma conjunção integrante e uma conjunção
explicativa.
b) uma conjunção conclusiva, uma conjunção integrante e uma conjunção
causal.
c) uma conjunção concessiva e uma conjunção comparativa.
d) uma conjunção integrante e uma conjunção condicional.

4 – Em qual alternativa as conjunções coordenativas preenchem, correta e


respectivamente, as lacunas do texto abaixo?
“Abandone o vício do cigarro agora, _______ ainda há tempo. Ouça meu
conselho _______ você sofrerá as consequências no futuro.” Foi isso que o
médico me falou. Parei de fumar, _____ engordei, _____ não me arrependo
de ter tomado essa atitude.
a) porém, que, mas, por isso
b) pois, ou, por isso, mas
c) mas, que, e, por isso
d) que, e, nem, logo

5 – Em qual das alternativas há uma conjunção coordenativa explicativa?


a) Estude bastante, pois o concurso será muito concorrido.
b) Choveu bastante hoje; teremos, pois, uma noite muito fria.
c) Estudou bastante; conseguiu, pois, ser aprovado no concurso.
d) Os motoristas de ônibus entraram em greve; teremos, pois, que ir
trabalhar a pé.

38
TEXTOV

Objetivo:
1 - Ao final desta unidade de estudo, esperamos que você seja capaz de
empregar adequadamente os verbos de acordo com as regras de
concordância verbal.

ELOQUÊNCIA SINGULAR

Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:


- Senhor Presidente: não sou daqueles que...
O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudo indicava o plural. No
entanto, podia perfeitamente ser o singular:
Não sou daqueles que... recusam. No plural soava melhor. Mas era preciso
precaver-se contra essas armadilhas da linguagem - que recusa? - ele que tão
facilmente caía nelas, e era logo massacrado com um aparte. Não sou daqueles que... Resolveu
ganhar tempo.
... embora perfeitamente cônscio das minhas altas responsabilidades, como representante
do povo nesta Casa, não sou...
Daqueles que recusa, evidentemente. Como é que podia ter pensado em plural? Não
sou daqueles que...
(...) Mas a concordância? Qualquer verbo servia, desde que conjugado corretamente, no
singular. Ou no plural.
Intercalava orações e mais orações, voltando sempre ao ponto de partida, incapaz de se
definir por esta ou aquela concordância. (…)
(…) O Presidente voltou a adverti-lo de que o seu tempo se esgotaria. Não havia mais por
onde fugir:
Senhor Presidente, meus nobres colegas!
Resolveu arrematar de qualquer maneira. Encheu o peito e desfechou:
Em suma: não sou daqueles. Tenho dito.
Houve um suspiro de alívio em todo o plenário, as palmas romperam. Muito bem! Muito
bem! O orador foi vivamente cumprimentado.
(SABINO, Fernando. A Companheira de Viagem.
Rio de Janeiro, Editora ao Autor, 1965.)

Percebemos, após a leitura do texto, que concordância verbal é um assunto


sério, pois pode nos deixar em apuros! Vimos a “agonia” de um deputado
diante de uma concordância! Para que isso não aconteça com você, vamos
estudar as principais regras de concordância verbal.

39
1 - Conceituando

Observe estas duas orações:


Um jato rasgou o céu do Brasil. Dois jatos rasgaram o céu do Brasil.

Sujeito O verbo apresenta-se no singular, Sujeito O verbo apresenta-se no plural,


no concordando com o sujeito no concordando com o sujeito,
singular que está no singular. plural que está no plural.
Esses dois exemplos deixam claro que o verbo estabelece concordância com o sujeito.

CONCORDÂNCIA VERBAL é o principio gramatical que determina


como o verbo deve flexionar-se (variar de forma) para se ajustar ao
sujeito da oração.

Para adequarmos o verbo da oração ao seu respectivo sujeito, levamos em consideração


dois aspectos:
• o tipo de sujeito que a oração apresenta;
• a regra de concordância para esse tipo de sujeito.
É primordial que você saiba identificar o sujeito de uma oração. Se necessário, antes de
tudo, reveja essa parte da Gramática. Como o sujeito pode se apresentar sob várias formas,
existem muitas regras de concordância. Estudaremos, porém, as mais importantes.

40
2 - Principais regras de concordância verbal
Concordância do verbo com o sujeito simples
A. Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número (singular/plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª).
Eu sempre desejei a vitória.

Sujeito na 1ª pessoa Verbo na 1ª pessoa


do singular do singular

Nós sempre desejamos a vitória.

Sujeito na 1ª pessoa Verbo na 1ª pessoa


do plural do plural

Na revisão que você fez sobre o sujeito, com certeza estava incluído o núcleo. Porém,
reforçando, relembre:
1º) Sujeito simples é aquele que possui um único núcleo, isto é, uma única palavra principal.
2ª) O núcleo do sujeito nunca é regido (=determinado) por preposição (de, em, com etc.).

Chegou feliz o primeiro aluno da classe. (ou O primeiro aluno da classe chegou feliz.)

Verbo na 3ª pessoa Núcleo do sujeito 3ª pessoa


do singular do singular

Note que não importa a posição do verbo (antes ou depois do sujeito


simples): a concordância é sempre feita com o núcleo dele.

B. Verbo + pronome se
- Se o conjunto verbo + se admite a transformação em locução verbal (dois verbos), o
verbo concorda com o sujeito, que está na frase. Se funciona como pronome apassivador:
Consertou-se o defeito do carro. = O defeito do carro foi consertado.

sujeito sujeito

Consertaram-se os defeitos do carro. = Os defeitos do carro foram consertados.

sujeito sujeito

41
- Se o conjunto verbo + se não admite a transformação em locução verbal, o sujeito é
indeterminado e o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Se funciona como índice de indeterminação
do sujeito:
Precisa-se de piloto experiente. Precisa-se de pilotos experientes.

3ª pessoa não é sujeito 3ª pessoa não é sujeito


do singular (é objeto indireto) do singular (é objeto indireto)

preposição preposição

Uma observação!

Na maioria dos casos, o que impossibilita a


transformação é a presença de uma preposição
exigida pelo verbo (no exemplo: precisar de)!

C. A maior parte de, grande número de, uma porção de, a maioria de + nome no plural.

Com esse tipo de expressão, há duas concordâncias corretas: verbos no singular ou no


plural, indiferentemente.

A maior parte dos funcionários preferiu tirar férias coletivas.


preferiram

D. Mais de, menos de, cerca de, perto de + numeral.

Quando o sujeito é uma expressão desse tipo, o verbo concorda com o numeral que
aparece nela.

Mais de um artista recebeu o prêmio.


Mais de vinte artistas receberam o prêmio.

42
E. Pronome de tratamento.

Quando o verbo é representado por pronome de tratamento (Vossa Senhoria, Vossa


Excelência etc.), o verbo fica na 3ª pessoa .

Vossa Senhoria terminou o relatório. E não: Vossa Senhoria “terminastes”...

sujeito verbo na 3ª pessoa


do singular

F. Pronomes relativos QUE e QUEM

- Relativo que - o verbo concorda com o antecedente desse pronome.

Hoje fui eu que fiz o jantar.

antecedente

Hoje fomos nós que fizemos o jantar.

antecedente

- Relativo quem - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular (concordância recomendável)


ou concordar com o antecedente.

Fui eu quem fiz o exercício.

antecedente

Fui eu quem fez o exercício.

antecedente

43
G. Nome próprio que só tem plural

- Se o nome próprio apresenta artigo - o verbo assume o número (singular ou plural) do


artigo.

Os Estados Unidos sempre ajudam os países assolados por terremotos.



artigo nome próprio verbo no plural
no plural no plural

O Amazonas nasce em território peruano.

artigo no verbo no
singular singular

nome próprio
no plural

- Se o nome próprio não apresenta artigo - o verbo fica no singular.

Campinas é um importante centro cultural.

nome próprio
sem artigo
verbo
no singular

Vamos ver agora como são as regras de concordância


com o sujeito composto!

Lembrando:

Sujeito composto é aquele que apresenta dois ou


mais núcleos!

44
3 - Concordância do verbo com sujeito composto
A. Sujeito composto posicionado antes do verbo - verbo no plural.

O pai e o filho foram ao cinema.

suj. composto verbo


(antes do verbo) no plural

Observação: quando o sujeito composto está resumido por tudo, nada, ninguém ou alguém,
o verbo fica, necessariamente, no singular.

Os amigos, a namorada, a colega, ninguém o aplaudiu.

palavra verbo no
resumidora singular

B. Sujeito composto posicionado depois do verbo

O verbo pode concordar apenas com o primeiro núcleo ou ir para o plural.

1º núcleo

Foi ao cinema o pai e o filho.

concordância suj. composto


com o 1º núcleo (depois do verbo)

Foram ao cinema o pai e o filho.

plural suj. composto


(depois do verbo)

45
C. Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes

- Se a 1ª pessoa (eu, nós) faz parte do sujeito - o verbo fica na 1ª pessoa do plural (nós).

Tu, ele e eu sempre ficaremos unidos.

- Se a 1ª pessoa (eu, nós) não faz parte do sujeito - o verbo fica na 2ª pessoa do plural
(vós) ou na 3ª pessoa do plural (vocês).



Tu e teus amigos
{ ficareis sempre unidos ?
ficarão

4 - Concordância dos verbos impessoais

Existem, na língua portuguesa, alguns verbos particulares, denominados impessoais. Tais


verbos não têm sujeito, ficam sempre na 3ª pessoa do singular.
Os dois verbos impessoais mais comuns são haver e fazer, quando empregados em alguns
sentidos específicos, como segue:
A. Verbo HAVER

É impessoal quando empregado como sinônimo de “existir” ou quando indica tempo.

Atualmente há muitos candidatos ao curso de sargento da FAB. (haver = existir)

singular não é sujeito


(é objeto direto)

Há meses não encontro meu amigo (haver = tempo)

singular

Observação: em locuções verbais, o verbo haver transmite a impessoalidade para o outro


verbo (verbo auxiliar), que também fica no singular.


No comício
{ devia
poderia haver cem pessoas.
vai


46
B. Verbo FAZER

Esse verbo é impessoal quando empregado na indicação de tempo transcorrido (ou a


transcorrer). Nesse casos, como ele não tem sujeito, fica na 3ª pessoa do singular.

Faz dois anos que não tiro férias.

Observação: Nas locuções verbais, o verbo fazer, como todo verbo impessoal, transmite
o singular para o auxiliar.

Logo vai fazer dez anos que me formei.

5 - Concordância do verbo SER

Diferentemente dos verbos que concordam com o sujeito da oração, o verbo ser pode, às
vezes, concordar como o sujeito e, às vezes, com o predicativo.

Vamos relembrar o conceito de predicativo:

O verbo ser, ao funcionar como verbo de ligação, relaciona o sujeito a


uma característica (estado ou modo de ser) do sujeito. Essa característica
atribuída ao sujeito denomina-se predicativo.

Aquela rua era tranquila.

sujeito v. lig. predicativo

A. Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas

O verbo ser pode concordar com o sujeito ou com o predicativo, indiferentemente.

A vida é esperanças.
ou
A vida são esperanças.

47
B. Quando o sujeito e o predicativo designam pessoas

A concordância é feita obrigatoriamente com a palavra que designa pessoa.

Ronaldo era as esperanças do time.


O problema do time eram os jogadores desmotivados.

C. Verbo SER indicando horas, distância e datas

- Na indicação de hora e distância, o verbo ser concorda com a expressão numérica.

É uma hora.
São três horas.
Daqui à cidade é um quilômetro.
Daqui à cidade são dez quilômetros.

- Na indicação de datas, o verbo ser concorda com a palavra dia(s), que pode estar expressa
ou subentendida na frase.

Hoje é dia 12 de junho.


Hoje é 12 de junho. (= Hoje é dia 12 de junho.)
Hoje são 12 de junho. (= Hoje são 12 dias de junho. )

Aqui terminamos nosso estudo, mas, se você quiser


saber mais, não deixe de consultar as gramáticas
indicadas nas Referências Bibliograficas!

Será que entendemos bem essas concordâncias?

Que tal fazermos uns exercícios?

48
EXERCÍCIOS DO TEXTO V

1 – Complete as lacunas com a(s) forma(s) verbal(is) correta(s):


a) _______ às pressas da sala de aula os últimos alunos. (saía – saíam)
b) A população das grandes cidades ______ com a falta de transporte.
(sofre – sofrem)
c) Perto de vinte alunos _____ hoje. (faltou – faltaram)
d) Os Alpes ______ se na Europa. (localiza – localizam)
e) A maior parte dos acidentes _____ por falha humana. (ocorre - ocorrem)

2 – Reescreva as frases, substituindo o termo destacado pela indicação
entre parênteses e refazendo, se necessário, a concordância. Se houver
duas possibilidades, indique-as.
a) Não faz parte da mostra o quadro do pintor brasileiro. (os quadros)

R:______________________________________________________
b) Mais de um aluno fez sugestões ao professor. (dez)

R:______________________________________________________
c) Muitas cartas não chegaram no prazo. (a maioria das)

R:______________________________________________________
d) Não fomos nós quem planejou a festa. (que)

R:______________________________________________________
e) Vós praticastes atos ilícitos durante o mandato. (V. Exa.)

R:______________________________________________________

49
3 – Reescreva as frases, efetuando as alterações indicadas e refazendo a
concordância verbal. Se houver duas possibilidades, indique-as.
a) Uma garça voava em direção ao poente.
Troque “uma garça” por “uma garça e uma pomba”
R:______________________________________________________
b) A chuva e o frio continuavam intensos.
Passe a frase para a ordem indireta.
R:______________________________________________________
c) Os amigos, os vizinhos, os colegas, todos nos ajudaram.
Troque “todos” por “ninguém”.
R:______________________________________________________
d) Nossos amigos e você viajarão de trem.
Troque “você” por “eu”.
R:______________________________________________________
e) Nossos amigos, minha irmã e eu iremos à festa.
Troque “eu” por “tu.
R:______________________________________________________

4 – Reescreva as frases, substituindo os destaques pelas indicações dos


parênteses e refazendo, se necessário, a concordância do verbo ser. Caso
haja duas possibilidades, indique-as.
a) O filho famoso seria o orgulho do pai. (Os filhos famosos)

R:______________________________________________________
b) Os livros eram suas maiores alegrias. (O neto)
R:______________________________________________________
c) O responsável pelo projeto é você. (eu)
R:______________________________________________________
d) Hoje é 1º de maio. (5)
R:______________________________________________________
e) Daqui à praia é um quilômetro. (três)

R:_______________________________

50
T E X T O VI

Objetivo:
1- Esperamos que, no final deste estudo, você seja capaz de flexionar os
nomes em uma frase de acordo com as regras de concordância nominal.

FRAGMENTO DE UM POEMA DE MAURO MOTA

“Chuva de junho no Recife, ensopas


a eternidade e não conseguirás
que o chão e a alma do mundo sujo fiquem
purificados pelas tuas águas.
Vem o vento veloz varando as velas,
temos de mergulhar dentro da noite
molhada e fria, de intocada treva.”

Você certamente captou a mensagem profunda que o poeta nos passa! Depois dessa
meditação, vamos agora nos concentrar apenas no aspecto formal do texto. Veja algumas
construções:
...o chão e a alma do mundo sujo...
… tuas águas.
...da noite molhada e fria...

É fácil perceber que, nas estruturas acima, os termos destacados (o, a , sujo, tuas, molhada
e fria ) foram flexionados, ou seja, sofreram modificações de gênero e de número para
se adequarem aos substantivos aos quais se referem. Essa combinação foi perfeitamente
construída pelo poeta.

51
1 - Conceituando

É indispensável que você saiba, como pré-requisito, identificar os nomes em uma frase
(substantivo, adjetivo, artigo, pronome). Se necessário, relembre esse assunto da morfologia,
pois é justamente em torno de um substantivo que os demais nomes determinantes (artigo,
adjetivo, pronome) irão sofrer variações. Vamos retomar as construções do poeta:
substantivo substantivo substantivo

(mas./sing.) (fem./sing.) (masc./sing.)


...que o chão e a alma do mundo sujo...

artigo artigo adjetivo

(masc./sing.)(fem./sing.) (masc./sing.)

substantivo
(fem./plural.)

...tuas águas

pronome
(fem./plural)

substantivo
(fem./sing.)

...da noite molhada e fria...

adjetivo adjetivo
(fem./sing.)(fem./sing.)

Portanto, chegamos ao conceito:

Concordância Nominal é o princípio de acordo com o qual toda palavra


variável referente ao substantivo deve se flexionar para se adaptar a ele.

A concordância nominal tem, além da regra geral, outras regras especiais. Então, caminhando
com o estudo, vamos conhecer as principais.

52
2 - Principais regras

1. Regra Geral

É fácil deduzirmos a regra geral: toda palavra variável (artigo, adjetivo, pronome) que
se refere ao substantivo concorda com ele em gênero (masculino/feminino) e número (singular
/plural). Compare estes outros exemplos:

As nossas duas amigas americanas irão nos visitar brevemente.

substantivo
(fem./plural)

Os nossos dois amigos americanos irão nos visitar brevemente.



substantivo
(masc./plural)

O que acontece quando temos mais de um substantivo na frase? Vai depender de vários fatores.
Vejamos:

2. Concordância do adjetivo com mais de um substantivo

a. Quando o adjetivo vem após substantivos de mesmo gênero.


(Forma geral: substantivo + substantivo + adjetivo)
A concordância do adjetivo é só com o último substantivo ou no plural.

Ele comprou terno e carro novo/novos.
Ele comprou roupa e pasta nova/novas.

b. Quando o adjetivo vem após substantivos de gêneros diferentes.


(Forma geral: substantivo + substantivo + adjetivo)
A concordância do adjetivo é só com o último substantivo ou no masculino plural.

Ele comprou carro e roupa nova/novos.
Ele comprou roupa e carro novo/novos.

53
c. Quando o adjetivo vem antes de vários substantivos.
(Forma geral: adjetivo + substantivo + substantivo)
A concordância é sempre com o primeiro substantivo.

Ela tem bom plano e ideias.


Ela tem boas ideias e plano.

Observação: quando na função de predicativo, o adjetivo permanecerá no masculino plural:

Estavam vazios a casa e o quintal.


Julguei bons a proposta e o plano.

3. Casos especiais

a. É proibido, é necessário, é preciso, é bom

Quando se refere a substantivo de sentido genérico, o adjetivo fica sempre no masculino


singular:

É proibido entrada.
Fruta é bom para a saúde.

Mas, se o substantivo for determinado por artigos ou pronomes, a concordância é feita


normalmente:

É proibida a entrada.
Essa fruta é boa para a saúde.

54
b. As palavras bastante, meio, pouco, muito, caro, barato, longe, só

- com valor de adjetivo, concordam normalmente com o substantivo:

Estas frutas estão caras.


Ele conhece bastantes países.

- com valor de advérbio, são invariáveis:

As frutas custaram caro?


Ele trabalhou bastante neste verão.

c. As palavras anexo, obrigado, mesmo, próprio, só, incluso, leso, quite concordam com o
substantivo a que se referem:

Seguem anexas as notas promissórias.


Ela mesma providenciou os documentos.

Atenção:
Os advérbios só (equivalente a somente), menos e alerta e as expressões
em anexo e a sós são invariáveis.

Você viu que os casos especiais exigem mais atenção!

É muito importante fixá-los bem!

Chegou a hora de você enfrentar alguns problemas, e


esperamos que se saia bem neste desafio!

55
EXERCÍCIOS DO TEXTO VI

1 – Substitua a palavra em destaque pela indicação entre parênteses e


refaça a concordância. Se houver duas possibilidades, indique-as.
a) Ele considerou criativa a nossa proposta. ( planos)
R:______________________________________________________
b) A empresa produz peças e ferramentas sofisticadas. (acessórios)
R:______________________________________________________
c) A empresa produz peças e ferramentas sofisticadas. (acessórios)
R:______________________________________________________
d) A empresa produz sofisticadas peças e ferramentas. (acessórios)
R:______________________________________________________

2 – Reescreva as frases seguintes, fazendo a devida concordância das


palavras indicadas entre parênteses.
a) O leitor pulou (longo) capítulos e páginas.
R:______________________________________________________
b) O poeta escreveu capítulos e páginas (compacto).
R:______________________________________________________
c) O advogado considerou (perigoso) o argumento e a decisão.
R:______________________________________________________
d) Comprei uma casa e um carro (usado).
R:______________________________________________________

3 – Substitua pelas palavras indicadas entre parênteses as expressões


destacadas, fazendo as adequações necessárias.
a) Eles já estavam igualmente pagos. (quite)
R:______________________________________________________
b) Os filmes eram muito interessantes. (bastante)
R:______________________________________________________
c) A copeira estava um pouco confusa porque havia pratos suficientes.
(meio-bastante)
R:______________________________________________________
d) Eles não se sentiam bem quando ficavam sozinhos. (só)
R:______________________________________________________
56
4 – Que palavras completam adequadamente este poema: meio ou meia?
Por quê?

“Levo a vida assim,


_____direita, _____torta,
às vezes arrombando a festa
outras, dando com a cara na porta.”(Ulisses Tavares)

______________________________________________________

5 – A imagem de um anúncio de bombons tem os dizeres: “Obrigado por


existir.” Agora em nova embalagem. Quem presenteará com o buquê: um
homem ou uma mulher? Justifique sua resposta.
R:______________________________________________________
______________________________________________________

6 – Complete a frase do último quadrinho abaixo usando a concordância


correta de meio e indeciso.

57
T E X T O VII

Objetivos:
1 - Perceber a relação de subordinação existente entre alguns verbos e
alguns nomes e seus complementos;
2 - Apropriar-se de normas da regência de alguns nomes e de alguns
verbos de acordo com a variedade padrão da língua.

CHARGE

Observe o título da charge “Chegamos a


este ponto de autodestruição?”
Nessa frase, o termo a este ponto de
autodestruição relaciona-se à forma verbal
Chegamos, à qual se subordina, com a função
de completar-lhe o sentido.
O verbo chegar pede um complemento – é
um verbo transitivo. A ligação entre esse verbo
e seu complemento exige uma preposição.

A regência trata das relações de subordinação


entre termos regentes e regidos.

Fique por dentro!

A palavra REGÊNCIA vem do verbo reger - do latim


Regere: “dirigir”; “guiar’; “conduzir”; “governar”!

Regente é aquele que DIRIGE, CONDUZ, GOVERNA,


e regido, aquele que é DIRIGIDO, CONDUZIDO,
GOVERNADO!

58
A sintaxe de regência cuida especialmente das relações de dependência em que se encontram
os termos na oração. Os termos, quando exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou
subordinantes; os que completam a significação dos anteriores chamam: regidos ou subordinados.

1 - Regência verbal

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo (termo regente) e seu
complemento (termo regido).
Exemplos:
Todos elogiaram (VTD) o projeto (OD).
O verbo elogiar exige (rege) objeto direto.

Todos desconfiaram (VTD) de você (OI).
O verbo desconfiar exige (rege) objeto indireto iniciado pela preposição de.

AGRADAR
- No sentido de ‘fazer carinho’, o verbo é transitivo direto e pede complemento sem preposição.
A garota agradou o cãozinho.

- No sentido de ‘contentar/satisfazer’, o verbo é transitivo indireto – exige objeto indireto


com preposição a.
O prêmio agradou ao campeão.

ASPIRAR
- No sentido de ‘almejar’, ‘pretender’, pede complemento com a preposição a (objeto indireto):
O funcionário dedicado aspirava a um alto cargo.

- No sentido de ‘cheirar’, ‘sorver’, ‘inalar’, pede complemento sem preposição (objeto direto):
As crianças aspiravam o ar da montanha.

59
ASSISTIR
- No sentido de ‘prestar assistência’, ‘dar ajuda’, é normalmente empregado com complemento
sem preposição (objeto direto):
O médico de plantão assistiu o homem acidentado.

- No sentido de ‘ver’, ‘presenciar como espectador’, pede complemento com a preposição


a (objeto indireto):
Todos assistiram ao jogo da seleção.

- No sentido de ‘caber’, ‘pertencer’, pede complemento com a preposição a (objeto indireto):


O direito de criticar assiste aos cidadãos.

CHAMAR
- No sentido de ‘convocar’, ‘mandar vir’, exige complemento sem preposição (objeto direto):
Chamem a polícia!

- No sentido de ‘invocar’, exige a preposição por:


A filha chamava desesperadamente pelo pai.

- No sentido de ‘cognominar’, ‘dar nome’, pode ser tanto transitivo direto como indireto,
com o objeto indireto regido pela preposição a seguido de predicativo do objeto introduzido
ou não pela preposição de.
Há, portanto, quatro construções possíveis:
Caso o complemento (objeto direto ou indireto) esteja representado por um pronome oblíquo
átono, teremos as seguintes construções:
Chamei-o de covarde.
Chamei-o covarde.
Chamei-lhe de covarde.
Chamei-lhe covarde.

CHEGAR/IR
- São verbos intransitivos e exigem a preposição a quando indicam lugar.
Cheguei ao cinema vinte minutos antes do início do filme.
Vou ao cinema todas as sextas-feiras.

60
ESQUECER/LEMBRAR
- Quando não forem acompanhados de pronome oblíquo átono, pedem complemento
sem preposição (objeto direto):
Que vexame! Esqueci os presentes em casa.
Lembrei o nome da menina que sofreu o acidente.

- Quando forem acompanhados de pronome oblíquo átono, pedem complemento com


preposição de (objeto indireto):
Esqueci-me dos documentos em casa.
Lembrei-me de sua fisionomia.

INFORMAR
- Normalmente é usado com dois complementos: um sem preposição (objeto direto) e outro
com preposição (objeto indireto). Admite duas construções: informar alguma coisa a alguém ou
informar alguém de (ou sobre) alguma coisa.
Os jornais informaram a tragédia ao público consumidor.
Os jornais informaram o público consumidor da tragédia.
Essa regra a respeito do verbo informar
aplica-se também aos verbos
avisar,
certificar,
cientificar,
notificar e
prevenir.

MORAR/RESIDIR
- São verbos intransitivos e exigem adjunto adverbial com a preposição em.
Moro em São Paulo.
Resido em Jundiaí.

OBEDECER/DESOBEDECER
- Na linguagem culta, esse verbo deve ser empregado como transitivo indireto, com o
complemento introduzido pela preposição a:
O bom motorista obedece às leis de trânsito.
Francisco desobedeceu a seus pais.

PAGAR/PERDOAR
- Se o complemento denota coisa, devem vir sem preposição (objeto direto); mas se o
complemento denota pessoa, deve vir regido pela preposição a (objeto indireto).
Paguei a conta (coisa) ao garçom (pessoa).
61
PREFERIR
- É usado como transitivo direto no sentido de ‘dar preferência a’:
Prefiro viajar nas férias de julho.

- É transitivo direto e indireto no sentido de escolher uma dentre duas coisas. Nesse caso,
rege a preposição a.
Prefiro Machado de Assis a Graciliano Ramos.

PROCEDER
- No sentido de ‘ter fundamento’, ‘mostrar-se verdadeiro’, é empregado sem complemento
(verbo intransitivo):
O recurso não procedeu como imaginávamos.

- No sentido de ‘originar-se’, ‘provir’, é intransitivo e rege a preposição de antes do adjunto


adverbial.
As maçãs procederam da Argentina.

- No sentido de ‘levar a efeito’, ‘executar’, ‘realizar’, é transitivo indireto com complemento


regido pela preposição a:
A banca procedeu à arguição.

QUERER
- No sentido de ‘desejar’, exige complemento sem preposição (objeto direto):
Ela queria a mercadoria ainda hoje.

- No sentido de ‘estimar, querer bem’, exige complemento com a preposição a (objeto indireto):
Quero a meus amigos como se fossem meus familiares.

VISAR
- No sentido de ‘mirar’ e de ‘dar visto’, pede complemento sem preposição (objeto direto):
Ele visou (deu visto) meus documentos.

- No sentido de ‘ter em vista’, ‘objetivar’, é transitivo indireto com complemento regido pela
preposição a:
O pai visava a um novo cargo para aumentar a renda familiar.

62
Atenção
1- São incorretas as construções em que um único complemento se relaciona a palavras
de regências diferentes.
Exemplos:
Li e gostei muito de seu último livro.
Se o verbo ler, como transitivo direto, não pede preposição e o verbo gostar, como transitivo
indireto, exige a preposição de, o correto seria:
Li sua última crônica e gostei muito dela.
Veja outro caso.
Estou sensível e ansioso por notícias.
Ansioso e sensível são adjetivos que regem preposições diferentes: por e a, respectivamente.
Poderíamos então dizer:
Estou ansioso por novidades e sensível a elas.
Ou:
Estou sensível a novidades e ansioso por elas.

2- A regência e os pronomes relativos


Quando ocorre um pronome relativo antes do verbo, ou nome, que exige preposição, esta
deve vir antes do pronome relativo:
A peça de que falei ontem é de Maria Clara Machado.
Aquela é a atriz com quem o governador foi afável.
A moça a que me referi é minha sobrinha.

2 - Regência nominal

A língua é a mais viva expressão de nacionalidade.


(Napoleão Mendes de Almeida)

Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência


nominal.

63
Essa relação – regência nominal – sempre vem marcada por uma preposição.

Preposição Nomes

A acessivel, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico,


cego, conforme, contíguo, desatento, desfavorável, desleal, equivalente,
fiel, grato, hostil, idêntico, inacessível, inerente, indiferente, infiel,
insensível, nocivo, obediente, odioso, oposto, peculiar, perni-
cioso, próximo (de), superior, surdo (de), visível

De amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum, contemporâ-


neo, curioso, devoto, diferente, digno, dessemelhante, dotado, duro,
estreito, fértil, fraco, incerto, indigno, inocente, menor, natural, nobre,
orgulhoso, pálido, passível, pobre, pródigo (em), temeroso, vazio,
vizinho

Com afável, amoroso, aparentado, compatível, cruel, cuidadoso, descontente,


furioso (de), inconsequente, ingrato, intolerante, liberal, misericordioso,
orgulhoso, parecido (a), rente (a, de)

Contra desrespeito, manifestação, queixa

constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo,


Em
fértil, fraco, forte, hábil, impossibilidade (de), incansável, incerto, in-
constante, indeciso, lento, morador, parco (de), perito, prático, sábio,
sito, último (de, a), único

Entre convênio, união

apto, bom, diligente, disposição, essencial, idôneo, incapaz, inútil,


Para
odioso, pronto (em), próprio (de), útil

Para com afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso

Por ansioso, querido (de), responsável, respeito (a, de)

Sobre dúvida, influência, triunfo

Sites para consulta:


• http://escola.previdencia.gov.br/dicas.html
• http://www.2.tvcultura.com.br/aloescola/
linguaportuguesa
64
EXERCÍCIOS DO TEXTO VII

1 – A frase em que não cabe preposição antes do pronome relativo é:


a) É puro o ar a que aspiro no meu sítio.
b) Muito romântico o filme a que assisti ontem.
c) A moça a que me refiro é minha irmã.
d) A atriz de quem falei foi encontrada morta.

2 – A única frase correta, de acordo com a norma culta, no que se refere à regência
verbal é:
a) O bom aluno obedece seu professor.
b) Quando criança, Pedro preferia mais os livros do que os brinquedos.
c) Essa campanha visa ao fim do desperdício da água.
d) O barco chegou no cais.

3 – Qual das alternativas abaixo não apresenta desvio de regência?


a) Há números de telefones de que sempre lembro.
b) O deputado entrou e saiu do Congresso sem chamar a atenção de ninguém.
c) Informaram-lhe de que a crise cultural é consequência das mudanças
na economia.
d) Todos aspiram à paz e ao progresso social.

65
4 – Em relação à norma culta, assinale o período em que há um erro de regência
verbal.
a) O juiz chamou o jogadores para o início do jogo.
b) A importância de que eu preciso é vultosa.
c) Visei a um passaporte e fui viajar.
d) Esqueci os compromissos assumidos na tarde de ontem.

5 – Indique a alternativa cujos elementos completam correta e respectivamente


as lacunas do período abaixo:
A difícil situação_________ naquele momento se encontravam era
análoga_________crise de anos atrás.
a) que – da
b) onde – na
c) a que – a
d) em que – à

66
T E X T O VIII

Objetivo:
1 - Conhecer e empregar as regras que regem a ocorrência do acento
grave, indicador de crase, contextualizando-as em situações diversas.

TIRINHA

“A crase não foi feita para humilhar ninguém”.


Ferreira Gullar

Ao ler a tirinha, nota-se que o garoto está


bravo com a professora, pois ela, segundo ele,
lhe deu “péssimo” em uma prova. Como o
assunto desta unidade é crase, vamos supor
que este também seja o conteúdo da avaliação
feita pelo menino.
Assim como ele, muitos alunos ficam bravos
com os professores de Português quando estes
cobram as regras do emprego do acento grave,
indicador de crase, nas provas. Além de bravos,
alguns até entram em crise, pois acham que nunca
irão aprender as tais regras. Ledo engano! Há
duas regras básicas que norteiam o emprego
do acento grave.
Uma delas é:
só ocorre crase diante de substantivos femininos. Isso pode ser notado no segundo quadrinho
da tirinha: “É pra isso que a gente vai todo dia à escola?”. Nesse trecho, temos o verbo ir (que
rege a preposição A) e, depois dele, o substantivo feminino “escola”, que admite o artigo A.
Para não escrevermos “a gente vai todo dia a a escola”, indicamos com o acento grave que, na
frase, ocorreu a fusão de sons vocálicos idênticos: o A, que rege o verbo (vai) e é uma preposição,
e o A, que é artigo e acompanha o substantivo feminino. Entendeu?
Como “freguês” da escola, o menino não deveria ficar bravo com o professor nem entrar
em crise, por ter tirado um conceito ruim. Afinal, o professor ofereceu ao seu “cliente”, no
caso, ao aluno, aquilo que se oferece em uma instituição escolar: o conhecimento. Gostando
ou não, essa é uma das funções da escola e é o que ela pode e deve oferecer a sua “freguesia”.
Basta ficar um pouco mais atento às regras que regulamentam esse “negócio”: o professor
ensina as regras e o aluno, “freguês”, assimila-as.

Para lembrar:
Os verbos que indicam movimento são regidos pela preposição A.

67
1 - Conceituando

Quando estudamos a Língua Portuguesa, damos particular importância à crase da preposição


A com o artigo feminino A, com o pronome demonstrativo A (s), com a letra A inicial dos
pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o A do relativo a qual (as quais). As condições
para a ocorrência da crase são as seguintes:
1. o termo regente exige a preposição a;
2. o termo regido deve ser um substantivo feminino que admita o artigo a(s).

No segundo quadrinho da tirinha, há tais condições. Observe:

“É pra isso que a gente vai todo dia à escola?”

Termo regente: “vai” Termo regido: substantivo feminino


(verbo ir – quem vai, escola” (palavra que admite o artigo A)
vai A algum lugar)

A crase, nessa frase, é o resultado da fusão entre a preposição A


que rege o verbo e o artigo A, que acompanha o substantivo feminino.

Nesse caso, é fácil comprovar a ocorrência da crase. Ao trocarmos o termo regido por um
masculino correlato, obteremos a combinação ao (preposição a mais o artigo masculino o), o
que confirma a presença da preposição e do artigo. Veja como isso é possível:
“É pra isso que a gente vai todo dia ao colégio?”

Esquematizando:

Crase = termo regente: deve admitir a preposição A + termo regido: deve ser
um substantivo feminino que admita o artigo A.

Se admitir a preposição A Se for um substantivo feminino que admita o artigo A

Para não esquecer!


O correto emprego do acento grave, indicador de crase, depende da análise da
frase (enunciado). Para isso, devemos observar se nela
1. ocorre a preposição A depois do verbo;
2. a palavra que aparece, após o verbo, é feminina;
3. a palavra feminina aceita o artigo A (s).

Cuidado!
Se antes da palavra masculina aparecer apenas a(s) ou o(s) não ocorre a crase.
Exemplos: Os jogadores visitaram a cidade.
Os jogadores visitaram o museu.

68
Você sabia?

A crase também ocorre.

- nas locuções prepositivas femininas (à procura de, à beira de, etc.);

- nas locuções conjuntivas femininas (à medida que, à proporção que, etc.)

2 - Outras possibilidades para a ocorrência da crase

- Antes de locuções adverbiais femininas, que exercem a função sintática de adjunto


adverbial:
“Às vezes, uma dor me desespera,/ Nessas sombras e dúvidas em que ando.”
(Olavo Bilac)

Adjunto adverbial de tempo

“Passei a vida à toa, à toa.” (Manuel Bandeira)

Adjuntos adverbiais de modo

- Nos pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s) e aquilo, se antes deles houver um
verbo transitivo indireto que exija a preposição A:
Você se referia àquele belo filme?


preposição A (quem se refere, se refere A algo ou A alguém)
e a letra A que inicia o pronome.

Entreguei o carro àquela moça.

preposição A (quem entrega, entrega algo A alguém)


e a letra A que inicia o pronome.

69
- Antes de numerais que indiquem horas:
O casamento foi consumado exatamente às 3h 30min no domingo.

- Antes das palavras casa e terra, se estiverem determinadas:


Regressei à casa dos meus pais somente quando estava empregado.
Voltamos à terra de nossos pais, logo que nosso avô faleceu.

- Nas expressões à moda de, à maneira de mesmo quando implícitas:


O jantar terá uma bacalhoada à moda de Portugal.
Usava sapatos à Luis XV.

3 - Casos em que não ocorre crase

- Antes de nomes masculinos.

A expressão “a dedo” é uma locução adverbial masculina, por isso não ocorre crase.

- Antes de verbos:
Paulo passou a acreditar mais no amigo após a discussão.

- Antes de topônimo (nome de lugar) que não admite o artigo:

Não ocorre crase em “ir a Paris”, pois o topônimo (Paris) não admite o artigo A. Portanto, só
aparece, na frase, a preposição A exigida pelo verbo “ir”.
70
Cuidado! Nos exemplos vistos,

· se as palavras casa (moradia) e terra (chão firme) não estiverem determinadas,


não ocorre crase:
Voltamos cedo a casa.
Os pilotos desceram a terra.

· se o topônimo admitir o artigo A e o termo regente admitir o uso da preposição


A, haverá crase.
Vou à Bahia.
O topônimo (Bahia) exige o uso do artigo feminino A e o verbo (ir) admite a
preposição A. Quando você ficar na dúvida, lembre-se de que “quem vai “ e volta
DA, crase há; quem vai a e volta de, crase para quê?”

preposição de + artigo A

Mas, se o verbo não admitir a preposição A, não ocorrerá a crase: Visitei a Itália.
(Não houve crase, pois o verbo visitar é transitivo direto e não exige preposição.)

- Antes de pronomes que não admitem o artigo, tais como: pessoais, de tratamento,
demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos:
O cliente voltou a esta loja.
Ele entregou o pacote a ela.
Dirigi-me a Vossa Excelência para despedir-me.

- Em expressões com palavras repetidas:


Os candidatos, um a um, foram classificados.
Atenção!

Muitas vezes o uso do acento grave evita a ambiguidade nos enunciados.


Exemplos:

- “Dilma Rousseff depôs à CPI”. Sem a crase, a frase hipotética se revela ambígua:
Dilma destituiu a Comissão Parlamentar de Inquérito ou apenas deu depoimento
à Comissão? O sinal de crase tira a dúvida.
(in: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11860)

- Ele bateu a porta. O verbo “bater” tem o sentido de fechar com força. Tendo esse
sentido, o verbo não exige preposição (você não fecha com força a algo, você fecha
com força algo). Por essa razão, não ocorre crase. Nessa situação, “a porta” é o objeto
direto do verbo bater.

- Ele bateu à porta. A expressão “à porta” é uma locução adverbial de lugar. A crase
provém da junção da preposição A, exigida pela locução, com o artigo A, exigido
pelo substantivo feminino “porta”.

71
Sites para consulta:
• http://www.gramaticaonline.com.br
• http://www.infoescola.com
• http://mundoeducacao.uol.com.br

Uma dica!

Se você tiver dúvidas sobre a ocorrência da crase, em alguns


casos, tente substituir a preposição A por outra preposição,
como “em” ou “para”; se, com a substituição, o artigo definido
A permanecer, então a crase é aplicável!

Por exemplo:
Pedro viajou à Região Nordeste. Aqui ocorreu a
crase, pois esse enunciado equivale a “Pedro viajou
para a Região Nordeste”.

72
EXERCÍCIOS DO TEXTO VIII

1. Explique a ocorrência da crase no primeiro quadrinho.

________________________________________________________

________________________________________________________

2 – Observe a capa da revista Veja. Em seguida, responda: na frase “Barack


Obama fala a Veja”, o não emprego do acento grave indicador de crase está
correto? Justifique sua resposta.

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

73
3 – Justifique o emprego ou não do acento grave indicador de crase nas
propagandas abaixo:

a)

_____________________________________________________

_____________________________________________________

b) _______________________________

_____________________________________________________

4 – Explique a diferença de sentido entre as seguintes frases:


a) Ela, a noite, chegou. b) Ela, à noite, chegou.

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

74
T E X T O IX
Objetivos:
1 - identificar, na construção textual, o sentido dado à pontuação.
2 - apropriar-se dos sinais da pontuação, a fim de registrar, com a
máxima fidelidade possível, o pensamento traduzido em palavras.

POR CAUSA DE UMA VÍRGULA MAL-ENCARADA

E na tarde que o Dr. Feitosa de Castro, diretor das Águas e Encanamentos de


São João da Laje, pediu que o escrevente Porfírio Freixeiras retirasse certa vírgula
de certo ofício, Freixeiras tremeu nos borzeguins. Espumou gramática, pronomes
e crases. Em vinte anos de Águas e Encanamentos, de ofícios e pareceres, nunca
seus escritos. Com papel na mão, ficou remoendo, remoendo, tira-a-vírgula, não
tira-a-vírgula. Até que tomou uma decisão definitiva. Chegou junto da mesa de
Feitosa de Castro e expediu o seguinte ultimato:
– Ou o doutor deixa a vírgula ou eu peço transferência de repartição.
Feitosa, que era homem de pontos de vista firmados, foi claro:
– A vírgula sai e o distinto amigo também.
O resto veio no Diário Oficial. Vejam que barbaridade! Por causa de uma
simples vírgula, de uma inútil vírgula, Freixeiras foi redigir ofícios em Barro
Amarelo. Lugar que não dava a menor importância às crases, quanto mais às vírgulas.
(José Cândido de Carvalho)

O uso da vírgula não deve ter consequências tão drásticas como as que houve no caso
do escrevente Porfírio; no entanto, se ela for mal colocada dentro de um período, poderá
comprometer o sentido deste.
Usar vírgulas é uma forma que temos de organizar os termos que formam a oração e as
orações que formam o período, procurando facilitar o trabalho de leitura de nossos textos.

A Coisa
A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira
coisa... e, enquanto se passa tudo isso,
A coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.
(Mário Quintana)

75
Sinais de pontuação: A ideia de vírgula está exclusivamente ligada à
ideia de pausa. Preconceito que é a causa de muitos erros. No entanto,
uma boa leitura nos leva a verificar que muitas vezes não fazemos pausa
onde há vírgula, e a fazemos onde não existe esse sinal.

Como a vírgula tem sido uma dúvida constante, começaremos nossas reflexões a partir de
cinco princípios básicos para a colocação desse sinal de pontuação.

1 - Uso da vírgula

Primeiro princípio – Intercalação


Esse princípio nos mostra a relação essencial
dentro de um período entre o sujeito e o predicado.
Vejamos:
sujeito e predicado
A gravidez da mulher jovem não é um problema exclusivo de nossos dias.

Segundo princípio – Relação Essencial


Esse princípio restabelece a relação essencial, pois exige que palavras, expressões ou orações
que se interpõem entre o sujeito e o predicado fiquem entre vírgulas.

- Vocativo (serve apenas para invocar, chamar, ou nomear uma pessoa ou coisa personificada).
A gravidez da mulher jovem, caro presidente, não é um problema de nossos dias.

- Aposto explicativo.
A gravidez da mulher jovem, uma gestação indesejada, não é um problema
exclusivo de nossos dias.

- Expressões explicativas (isto é, a saber, ou melhor, por exemplo).


A gravidez da mulher jovem, isto é, uma gestação indesejada, não é problema
exclusivo de nossos dias.

- Oração subordinada adverbial (equivalente a um adjunto adverbial).


A gravidez da mulher jovem, quando desejada e acolhida por um ambiente
socialmente favorável, transcorre praticamente sem problemas.

76
- Oração subordinada explicativa (equivalente a um aposto).
A gravidez da mulher jovem, que é uma gestação indesejada, transcorre
praticamente com sérios problemas.

- Adjuntos adverbiais extensos (mais de duas palavras).


Tivemos assim, na última década, importantes mudanças sociais e culturais
acabaram estimulando os jovens ao início da vida sexual ativa.

- Conjunções deslocadas.
A gravidez da mulher jovem não é um problema exclusivo de nossos dias; a
sociedade, porém, não está preparada para enfrentar esse problema.

Observação: conjunção não deslocada:


A gravidez da mulher jovem não é um problema exclusivo de nossos dias,
porém a sociedade não está preparada para enfrentar esse problema.

Terceiro princípio - Inversão

- Nesse princípio, a vírgula é usada para separar adjuntos adverbiais e orações adverbiais
quando antecipadás.
Apesar da não existência de estatísticas globais, mais de 500 mil gestações
indesejadas terminam em abortos.
Embora não existam estatísticas globais, mais de 500 mil gestações indesejadas
terminam em abortos.

77
Quarto princípio - Coordenação

- Nesse princípio, usam-se vírgulas para separar termos coordenados.

Os termos coordenados possuem a mesma função sintática – sujeito


composto, complementos, adjuntos – quando não vêm unidos por e.

A resolução de costumes, a onda de contestação juvenil, o advento de anticoncepção


eficaz e a afirmação dos direitos da mulher marcaram a época de 60.

Observação: a conjunção e pode vir precedida de vírgula quando estiver ligando sujeitos
diferentes, principalmente se houver problema de clareza.
Precocemente as mulheres da década de 60 começavam a procriar, e a sociedade
não considerava isso um problema.

Poderá ainda aparecer vírgula depois do e.


Nossas avós casavam-se aos quinze ou dezesseis anos e, ainda muito jovens,
começavam a procriar.

Quinto princípio - Vírgula Vicária

- Essa vírgula representa a omissão de uma ou mais palavras no período.


As mulheres usam anticoncepcional, e os homens, camisinhas.

Assista a um vídeo sobre o uso da vírgula,


disponibilizado no site do CAS.

Sites para consulta sobre o uso de vírgulas:


• http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-
virgula.html
• http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/
virgula_uso.html
• http://www.tutomania.com.br/saiba-mais/os-
principais-casos-de-uso-da-virgula

78
2 - Ponto-e-vírgula

O ponto-e-vírgula é utilizado quando a


pausa desejada não é nem tão breve quanto a
vírgula, nem tão longa quanto o ponto. Ele é,
pois, uma pausa intermediária entre o ponto e
a vírgula.

Ele normalmente é utilizado nos seguintes casos:

- em enumerações (muito usadas em textos jurídicos - leis, artigos, decretos, etc.) e em


livros didáticos), principalmente se os elementos enumerados forem relativamente extensos e
numerosos.
Exemplo:
Havia vários fatores que corroboravam sua personalidade violenta: morava
numa região muito violenta, na qual tiros e facadas eram algo comum; nunca teve
acesso à escola e à boa informação, por não desfrutar as condições econômicas básicas
para isso; era espancado pelo pai quando tinha seis anos de idade.

- na separação de orações coordenadas extensas.


Exemplo:
Os jogadores de futebol olímpico reclamaram com razão das constantes críticas
do técnico; porém o teimoso técnico ficou completamente indiferente aos apelos dos
atletas.

- quando você achar que há excesso de vírgulas, uma muito perto da outra, apele ao ponto-
e-vírgula entre orações ou termos mais extensos. Em determinadas situações, é um elemento
indispensável à boa sequência do texto.
Exemplo:
Eles sabiam de tudo que se passava no colégio do filho; mas, como já é do
conhecimento da família, não tomaram nenhuma atitude.

Veja!

Neste último exemplo, é claro que se poderia utilizar


a vírgula depois de “filho”, mas o uso do ponto-e-vírgula
permite uma leitura melhor.

79
3 - Dois-pontos

- Para indicar a fala das personagens, dá-se o uso dos dois-pontos:


Gabriel abriu a porta quando chegou da escola e gritou:
– Mamãe, saiu a nota de Bioquímica, tirei dez!!

- Antes de alguns apostos, especialmente nas enumerações, deve ocorrer o uso dos dois- pontos:
Eu, que vivi com ela uns bons cinco anos, não sabia de seu grande desejo: um
sítio com uma espaçosa casa em estilo colonial.

- O uso dos dois-pontos vem antes de uma citação:


Como diz o provérbio: “O tempo é o remédio para todos os males”.

- Tem-se o uso dos dois-pontos para anunciar algum esclarecimento ou síntese do que se disse:
Ao se considerar nosso modo de vida atual, faz-se uma analogia: transforma-se
a vida em uma olimpíada permanente. A competição transpõe a fronteira do ramo
esportivo e se instala no nosso cotidiano, (Folha de São Paulo, 24/04/2008)

4 - Aspas

- Usam-se as aspas para indicar textos de autoria alheia:

“A vida é muito bonita, basta um beijo e a delicada engrenagem movimenta-se,


uma necessidade cósmica nos protege.”

- Para ressaltar gírias, neologismos, estrangeirismos ou quaisquer palavras estranhas ao


contexto vernáculo.
Gíria é um tipo de linguagem empregada em um determinado grupo social, mas que pode
se estender à sociedade em razão do grau de aceitação.
Abrir o jogo = contar a verdade
Baixar a bola = acalmar
Arregaçar as mangas = dar início a um trabalho

Para quem não conhece o neologismo: “bromance” é uma palavra inventada pelos
americanos para definir o amor entre dois homens héteros. Dois “brothers” que não
fazem sexo entre si, mas preferem a companhia um do outro do que a de qualquer
mulher. E esta nova palavra ganha uma dimensão a mais quando aplicada aos
“brothers” da televisão brasileira. Folha de São Paulo, 26/01/2011

80
EXERCÍCIOS DO TEXTO Ix

1 – Leia o texto abaixo com muita atenção.


Um homem rico estava muito mal, agonizando. Dono de uma
grande fortuna, não teve tempo de fazer o seu testamento. Lembrou,
nos momentos finais, que precisava fazer isso. Pediu, então, papel
e caneta. Só que, com a ansiedade em que estava para deixar tudo
resolvido, acabou complicando ainda mais a situação, pois deixou um
testamento sem nenhuma pontuação. Escreveu assim:

“Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será
paga a conta do alfaiate nada dou aos pobres”

Morreu, antes de fazer a pontuação.


Imagine-se no lugar de cada pessoa acima e faça a pontuação necessária
para que ela se torne a herdeira.

A irmã: _________________________________________________

_______________________________________________________

O sobrinho: _____________________________________________

_______________________________________________________

O alfaiate: ______________________________________________

_______________________________________________________

Aos pobres: _____________________________________________

_______________________________________________________

81
2 – Vamos agora pontuar o texto abaixo:

“Pelas ruas ermas onde o transeunte é raro não matracoleja sequer uma
carroça de há muito em matéria de rodas se voltou aos rodízios desse
rechinante símbolo do viver colonial o carro de boi”. (Monteiro Lobato)

3 – Vamos justificar a (s) vírgula(s) dos textos abaixo:

a) Esses fatos, conforme informamos ao diretor, são falsos.


______________________________________________________

b) Se tudo der certo, faremos uma grande festa no ano que vem.
______________________________________________________

c) Você ouviu, minha filha, que notícia maravilhosa!!!


______________________________________________________

d) Entreguei-lhes os documentos. Ele, no entanto, não conseguiu


entregar o relatório.
______________________________________________________

4 – Vamos pontuar os textos abaixo?

a) “Quando nasci um anjo torto


Desses que vivem na sombra
Disse Vai Carlos ser gauche na vida.”

b) Os Estados Unidos o país que mais emite gases de efeito estufa


não assinaram o Tratado de Kyoto sob a alegação de que ele é
prejudicial à sua economia.

82
AUTOAVALIAÇÃO

1 – Estão corretamente empregadas as palavras destacadas na frase:

a) Ele agiu com muita descrição durante o evento.


b) Receba meus cumprimentos pelo seu aniversário.
c) Compramos uma casa germinada no centro da cidade.
d) Você precisa fazer uma ratificação no seu texto: não é bolça, e sim bolsa.

2 – Indique a única sequência em que todas as palavras estão corretamente grafadas.

a) fanatizar – analizar – frizar


b) fanatizar – paralizar – frisar
c) utilizar – analisar – embelezar
d) utilizar – paralizar – embelesar

3 – Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas deste


período: “Em ____ plenária da Câmara Municipal de São Paulo, discutiu-se
a ____ de terras aos ____ italianos.”

a) seção – sessão – emigrantes


b) cessão – seção – imigrantes
c) sessão – cessão – imigrantes
d) cessão – cessão – emigrantes

4 – Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas


deste período: “Alguns brasileiros estão corrompendo o Brasil, _____ os ideais
de grande parte dos brasileiros estão cada vez _____ nobres, _____ querem
um país melhor para viver”.

a) mais – mas – por que


b) mais – mas – por quê
c) más – mais – porquê
d) mas – mais – porque

83
5 – Assinale a alternativa em que não ocorre erro de grafia.

a) Vamos ordenar a suspenção do serviço de quarto.


b) Devemos evitar a intromissão na vida alheia. Cuidemos da nossa.
c) Sua atitude, naquele dia, foi uma tentativa de subverção da ordem.
d) O tratamento conduzirá à regreção da doença que muito me atordoa.

6 – Assinale a alternativa em que todas as palavras obedecem às regras de acentuação.

a) lençól, anéis, saguí


b) possível, sósia, Suelí
c) alguém, clarabóia, vóz
d) pólen, magnólias, tórax

7 – Assinale a alternativa em que apenas dois vocábulos devem receber


acento gráfico, conforme o novo Acordo Ortográfico.

a) voo, orfão, taxi, balaustre


b) bau, ambar, leem, parabens
c) papeis, onix, itens, paranoia
d) humus, alguns, cos, tafeta

8 – A alternativa em que as palavras, quanto à acentuação gráfica, estão


agrupadas pelo mesmo motivo gramatical é:

a) já, saí, sós


b) porém, amém, álbum
c) problemático, ácido, álcool
d) também, detêm, experiência

84
9 – Quanto à acentuação gráfica, segundo o Novo Acordo Ortográfico, qual
alternativa preenche as lacunas da frase abaixo de forma correta e respectiva?
“Eles ________ a culpa aos ________ garotos da praça, pois os acharam
________ demais naquele momento ________.”

a) atribuíram – terríveis – tranqüilos – delicadíssimo


b) atribuiram – terriveis – tranquilos – delicadissimo
c) atribuíram – terríveis – tranquilos – delicadíssimo
d) atribuiram – terriveis – tranqüilos – delicadíssimo

10 – Assinale a alternativa que contém a afirmativa correta quanto ao Novo Acordo


Ortográfico.

a) Não se coloca mais acento nas formas verbais seguidas de pronomes


objetos, como obedece-la e conduzi-las.
b) O trema deixará de ser usado em qualquer tipo de palavra, tanto nas de
origem portuguesa quanto nas de origem estrangeira.
c) Caiu o acento das formas verbais: leem, veem.
d) Não será usado mais o acento agudo em nenhum ditongo aberto: veu,
Coreia, tipoia.

11 – Assinale a alternativa que completa, respectivamente, as lacunas abaixo.


O trato foi feito ______, mas ficou tudo para ____ fazer, embora aquela
não fosse tarefa para _____.

a) com nós, eu, mim


b) conosco, mim, mim
c) com nós, mim, eu
d) conosco, eu, mim

85
12 – Em relação ao emprego dos pronomes pessoais, coloque (C) para certo e (E)
para errado. Em seguida, assinale a alternativa correta.
Ao inimigo não nego-lhe perdão. ( )
Nada nos preocupava naquele tempo. ( )
Definir-se-ão brevemente os finalistas dos campeonatos. ( )
Temos certeza de que acusaram-nos injustamente. ( )
Ele não entregará-me os documentos. ( )

a) E, E, E, C, C
b) E, C, C, E, E
c) C, C, C, E, E
d) C, C, C, C, C

13 – Assinale a alternativa em que a palavra certo foi empregada como pronome


indefinido.

a) Não deixe o certo pelo duvidoso.


b) Marque o conceito certo.
c) Escolheste o rapaz certo.
d) Certo rapaz te procurou.

14 – O emprego do pronome relativo permite reunir os períodos


- As ideias foram expostas na reunião.
- Simpatizamos com essas ideias.
da seguinte forma:

a) As ideias por que simpatizamos foram expostas nas reunião.


b) As ideias com que simpatizamos foram expostas na reunião.
c) As ideias de que simpatizamos foram expostas na reunião.
d) As ideias que simpatizamos foram expostas na reunião.

86
15 – Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas da
seguinte frase: “Os pesquisadores e o Governo frequentemente assumem
posições distintas ante os problemas nacionais: _____se preocupam com
a fundamentação científica, enquanto _____ se guia mais pelos interesses
políticos”.

a) aqueles, este
b) esses, aquele
c) estes, esse
d) estes, aquele

16 – Em qual alternativa a conjunção em destaque não é aditiva?

a) Ele apressou-se, e não chegou a tempo para a cerimônia.


b) Escolhi as mercadorias e dirigi-me ao caixa para pagar a compra.
c) O velho contava muitas histórias, e as crianças adoravam ouvi-las.
d) Retirou seus objetos do armário e disse adeus aos colegas de trabalho.

17 – Assinale a alternativa em que a conjunção estabelece valor explicativo.

a) André é desorganizado, mas é muito competente.


b) Não participou da reunião nem justificou a ausência.
c) Não me esperem para o jantar, que eu vou trabalhar até tarde.
d) As drogas foram encontradas em sua bolsa, portanto elas lhe pertencem.

18 – Em qual alternativa o vocábulo que é uma conjunção integrante?

a) Fique tranquilo, que eu estou aqui para ajudar você.


b) Júlia falava tanto que os amigos evitavam conversar com ela.
c) Assim que amanheceu, eles partiram.
d) Não queremos que você vá embora.

87
19 – No período: “Se você quiser me encontrar, quando você quiser me
encontrar, saiba que eu estarei à sua espera” , as conjunções destacadas
são, respectivamente:

a) condicional, proporcional, comparativa.


b) condicional, temporal, integrante.
c) concessiva, causal, integrante.
d) final, consecutiva, temporal.

20 – Leia:
“_____ gostava muito dele, não conseguia desprezá-lo, _____ que
estivesse muito aborrecido com o amigo. _____ estavam no mesmo
ambiente, ele procurava sair do local, _____evitar situações desagradáveis”.
As conjunções que preenchem, correta e respectivamente, o texto são:

a) Se, apesar, Embora, que


b) Quando, ainda, Se, como
c) Enquanto, ainda, Se, como
d) Como, mesmo, Quando, para

21 – Justifique a concordância verbal da frase e diga se existe alguma


outra possível.
“Predomina neste verão a base translúcida, o pó compacto da cor da
pele, o batonzinho da cor da boca”.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

88
22 – Examine a concordância do verbo
haver na fala do General no quadrinho do
Recruta Zero, ao lado. Está correta?
Há outra possibilidade de ele se expressar,
com o mesmo significado? Qual seria?

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

23 – Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância verbal.

a) Naquela época, havia muitos poemas românticos.


b) Precisava-se de professores de matemática.
c) Se não vier as chuvas, como faremos?
d) Canoas é uma bela cidade.

24 – Indique a alternativa correta quanto à concordância verbal.

a) Filmes, novelas, conversas, nada o tiravam da apatia.


b) É precária as condições daqueles antigos prédios.
c) Exigiu-se todas as documentações para a viagem.
d) Faz dez anos todos esses fatos.

25 – Indique a opção correta quanto à concordância verbal.

a) A maior parte dos alunos não compareceu ao colégio.


b) Acontece coisas esquisitas neste mundo.
c) Podem haver no campo dias horríveis.
d) Espera-se dias mais felizes!

89
26 – Vamos voltar ao texto “Eloquência Singular” (página 39) e tirar o depu-
tado daquela “agonia” ? Qual seria a concordância correta?

________________________________

27 – Em todas as frases, a concordância se fez corretamente, exceto em:

a) Rosa recebeu o livro e disse: “Muito obrigada.”


b) Ela possuía bastante recursos para viajar.
c) Sairei de São Paulo hoje, ao meio-dia e meia.
d) Seguem as cartas anexas para serem arquivadas.

28 – Assinale a alternativa incorreta.

a) Enviamos incluso as notas promissórias.


b) A Justiça declarou culpados o réu e a ré.
c) Estou quite com o serviço militar brasileiro.
d) A pobre senhora ficou meio confusa com a situação.

29 – Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as


lacunas em:
“ Ainda ______ furiosa, mas com ______ violência, proferia ______ injúrias
para escandalizar os mais arrojados.”

a) meia, menas, bastantes


b) meia, menos, bastante
c) meio, menas, bastante
d) meio, menos, bastantes

90
30 – Assinale a alternativa em que a regência do verbo contraria a norma
culta da língua.

a) Ele queria aos pais, contudo não queria os livros.


b) A vida a que aspirava era uma ilusão.
c) Jamais me esquecerei aquele fato marcante em minha vida.
d) Peri ficou imobilizado por centenas de lanças que visavam seu peito.

31 – O verbo esquecer apresenta regência correta em qual alternativa?

a) Esqueci-me de seus presentes.


b) Esqueceram-lhe os presentes de Natal.
c) Esquecestes dos presentes de Natal.
d) Esqueci dos presentes das crianças.

32 – Ocorre regência nominal inadequada em:

a) Ele sempre foi insensível a elogios.


b) Sempre fui muito grato com o professor.
c) Era apto para realizar aquelas tarefas.
d) Estou ansioso pelo início do curso.

33 – A regência verbal está correta em:

a) Prefiro esforçar-me hoje do que lamentar amanhã.


b) Chame os empregados e perdoe-os as faltas cometidas.
c) Chamei-lhe de bobo, porque perdeu uma grande oportunidade.
d) Ele aspira muito pouco progresso na vida.

91
34 – Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
do período abaixo:
“Apesar de ser muito cuidadoso _____ seus cadernos, ele era avesso
_____ estudar”.

a) por – de
b) com – para
c) a – a
d) com – a

35 – Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas das frases


abaixo.
I. Enviei dois relatórios_______ Vossa Senhoria.
II. Dirigiam-se______casa das máquinas assim que amanheceu.
III. A entrada é vedada______toda pessoa estranha.
IV. A carreira______qual aspiro é almejada por muitos.
V. Esta tapeçaria é semelhante ______ tua.

a) a - a - à - a - a
b) a - à - a - à - à
c) à - a - à - a - a
d) à - à - a - à - à

36 – Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas


da frase abaixo.
“Não compreendo, ...... vezes, esse seu comportamento; ...... mim mesma
você prometeu não voltar ...... falar nesse assunto”.

a) às - a - a
b) às - a - à
c) as - à - à
d) às - à - a

92
37 – Na frase “...tende a satisfazer as exigências do mercado”, substituindo-se
satisfazer por satisfação, tem-se a forma correta em:

a) tende à satisfação as exigências do mercado.


b) tende a satisfação das exigências do mercado.
c) tende a satisfação das exigências ao mercado.
d) tende à satisfação das exigências do mercado.

38 – Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche, correta e


respectivamente, as lacunas da frase apresentada.
O aluno recorreu ______ escondidas ______ várias autoridades, para
chegar ______ situação mais cômoda.

a) as - a - àquela
b) as - à - aquela
c) às - a - àquela
d) às - à - aquela

39 – Em relação à ocorrência da crase, coloque (C) para certo e (E) para


errado. Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.
I. O clube ficava a esquerda do estádio. ( )
II. A mãe fez elogios às filhas. ( )
III. Os jangadeiros voltaram à terra. ( )
IV. Depois do final do jogo, a torcida começou à gritar. ( )

a) C, E, C, C
b) E, C, E, E
c) C, C, C, C
d) E, E, C, C

93
40 – Em qual alternativa a pontuação está correta?

a) Colocarei aqui mais um exemplo ou seja, mais uma prova.


b) Naquele dia, porém as forças do rei não foram suficientes.
c) A velhice é, a derradeira surpresa, da natureza humana.
d) Os meninos, a razão daquela escola, esperavam o resultado da prova.

41 – Assinale a alternativa em que a justificativa para o emprego da(s) vírgula(s)


está incorreta.

a) Do lado de dentro, via-se que um vento frio castigava a cidade. (intercalar


adjunto adverbial)
b) Nós, os adultos, devemos ser exemplos para as crianças. (separar aposto)
c) Antes eram os problemas políticos; hoje, os econômicos. (vicária)
d) Ninguém, meus senhores, está livre de erros. (separar vocativo)

42 – Observe:
“Querida ao pé do leito derradeiro,
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei pobre querida
Trazer-te o coração de companheiro.”
(Machado de Assis)
Quantas vírgulas devem ser empregadas, no texto acima, para separar os
vocativos?

a) 2
b) 3
c) 4
d) 5

94
43 – Assinale a alternativa em que o termo “Machado de Assis” não deve
vir seguido de vírgula.

a) Em 2008, fez cem anos que o escritor Machado de Assis faleceu.


b) Depois de Machado de Assis a literatura brasileira jamais foi a mesma.
c) A personagem mais conhecida de Machado de Assis Capitu, é bastante
intrigante.
d) Machado de Assis amigo, é reconhecido internacionalmente como
excelente escritor.

44 – Relacione o emprego da vírgula nas frases abaixo com a sua respectiva


justificativa. Depois assinale a alternativa com a sequência correta.
I- Vírgula vicária
II- Vírgula de inversão
III- Vírgula de intercalação
IV- Vírgula de coordenação

( ) Gostava de estar com a mulher, os filhos, os amigos.


( ) No país do carnaval, a população se diverte como pode.
( ) O Rio de Janeiro, ex-capital da República, é a vitrine do país.
( ) A meu pai dei de presente um relógio e a minha mãe, um buquê de
rosas vermelhas.

a) II, I, III, IV
b) IV, II, III, I
c) I, III, II, IV
d) III, IV, II, I

95
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado aluno do CAS !

Chegamos ao final de mais uma etapa de nosso aprendizado.


Esperamos que, com essa apostila e o material de apoio do Site,
você tenha atingido os objetivos propostos.
Nossa intenção foi estabelecer um conteúdo que lhe sirva tanto para o CAS quanto para
o seu dia a dia.
Se dúvidas restaram, você tem a opção de saná-las com exercícios, links, dicas ou com o
tira-dúvidas oferecido pelos professores de Português da EEAR.
No mais é exercitar para a construção do seu conhecimento. E lembre-se de que aprender é
assim: um ir e vir, um voltear sem fim, um reinício, um eterno partir.

Professores de Português da EEAR

96
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CADORE, L. A. Curso prático de português. São Paulo: Ática, 1996.

CAMPEDELLI, S. Y.; SOUZA, J. B. Gramática do texto, texto da gramática. São Paulo:


Saraiva, 1999.

CEREJA, W. R.; MAGALHÃES. T. C. Português: linguagens. São Paulo: Atual, 2003.

_______. Gramática reflexiva: texto, semântica e interação. São Paulo: Atual, 1999.

INFANTE, U. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 1995.

SACCONI, L. Antonio Nossa gramática: teoria e prática. 25. ed. São Paulo: Atual, 1999.

_______. Novíssima Gramática Ilustrada. São Paulo: Nova Geração, 2010.

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2010.

CEGALLA, DOMINGOS PASCHOAL. Novíssima Gramática de Língua Portuguesa.


São Paulo: Nacional, 2002.

CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramática do português contemporâneo.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática. São Paulo: FTD, 2005.

LIMA, Carlos H. da Rocha. Gramática normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:


José Olympio, 1995.

SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. São Paulo: Ática, 2010.

AMARAL, E. FERREIRA M. LEITE R. e ANTÔNIO S. Novas Palavras: Literatura, gramática,


redação e leitura São Paulo: FTD, 1997.

LUFT, Celso Pedro. Dicionário Prático de Regência Verbal. São Paulo: Atica, 2001.

PASQUALE e ULISSES. Gramática da Língua Portuguesa, São Paulo: Atual, 1999.

PELLEGRINI, Tânia; FERREIRA, Marina. Redação: palavra e arte. São Paulo: Atual, 1999.

TERRA, Ernani. Português para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002.

LEME, Odilon Soares et al. Assim se escreve... gramática: assim se escreveram... literatura.
São Paulo: Ed. Pedagógica.

97
ANEXOI

98
A N E X O II - Pronomes demonstrativos

Espaço
Pronome com relação às três Proximidade com os
Tempo
demonstrativo pessoas do discurso termos da oração

Este(s)/esta(s)/isto Indica o que está perto Indica o tempo presente, - Refere-se ao termo
de quem fala. atual em relação ao mo- mais próximo.
Exemplo: mento da fala. Exemplo:
Estes documentos que Exemplo: Paulo e Gustavo estiveram
estão comigo são falsos. Este momento que aqui. Este voltará amanhã.
estamos vivendo será (este retoma o substantivo
inesquecível. Gustavo)

- Indica algo que será


dito.
Exemplo:
A palavra mais amarga é
esta: traidor.
Esse(s)/essa(s)isso Indica o que está perto Marca um tempo anterior Indica algo que já foi
do ouvinte. ou posterior (mas não dito anteriormente.
Exemplo: muito distante) ao Exemplo:
Esses documentos que momento da fala. É mentira! Foi só isso
estão com você são Exemplo: que ele disse.
falsos. O Natal está próximo.
Esse dia é muito esperado
pelas crianças.

Aquele(s)/aquelas(s)/ Indica o que está Refere-se a um tempo É empregado


aquilo distante de quem fala remoto, bem anterior ao conjuntamente com os
e de quem ouve. momento em que se fala. pronomes este, esta da
Exemplo: Exemplo: seguinte maneira:
Aquelas pessoas lá me Ele viveu em São Paulo, para retomar dois
parecem amigas. que, naquela época, ainda elementos anteriormente
era um pequeno vilarejo. citados no texto;
usamos o pronome
aquele para o elemento
citado primeiro, e este,
para o último.
Exemplo:
Fernando Pessoa
e Drummond são
grandes poetas. Aquele
é português e este é
brasileiro.

99
RESPOSTAS DO TEXTO I
1 - Complete as lacunas com por que, porque, por quê ou porquê.

a) Ninguém sabe por que eles partiram às duas da manhã. Talvez tenham
ido tão cedo porque quiseram fugir do trânsito intenso pela manhã.
b) Amigos, querem saber por que ríamos tanto? É que estávamos com a alma tão
leve, que ríamos sem que tivéssemos um porquê.
c) Divirta-se muito, porque a vida é muito curta para ser gasta apenas com tristezas.


2 - Use adequadamente os vocábulos entre parênteses, conforme o sentido
correto na frase.

a) Há muitos anos, esperamos por mais informações sobre a ação contra


aquela empresa, mas palavras de desestímulo é só o que o advogado
nos traz. (Há/A; mas/mais/más; mas/mais/más; trás/traz)
b) Mal o ônibus dobrou a esquina, apareceu um homem mal-educado
xingando o motorista sem parar, alegando que morava a mil quilômetros
dali e que há vinte dias esperava para fazer aquela viagem. (Mal/Mau;
mal/mau; há/a; há/a)
c) Os alunos do Ensino Médio saíram da biblioteca há pouco e deixaram o
lugar em más condições de uso, dando um mau exemplo para os alunos
menores. (há/a; mas/mais/más; mal/mau)

3 - Assinale a alternativa correta com relação ao uso dos homônimos/parônimos.

a) Devemos muito aos emigrantes italianos que no Brasil estão. Eles nos
trouxeram contribuições gastronômicas saborosas.
b) Ponha os assentos corretos nas palavras antes de imprimir o texto.
c) Tenha descrição na frente das autoridades ao falar do problema e
conserte sua postura.
d) Saí correndo da minha seção às 18h30min para pegar a sessão das 19h
no cinema.

100
4 - Complete as lacunas com S, SS ou Ç.

a) corrupção / introdução / imediações / repercussão


b) impressão / armação / repressão / equiparação
c) ilusão / afirmação / inserção / conspiração
d) projeção / negação / emissão / inversão

5 - Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente


grafadas.

a) gazoso – cheiroso – finlandês
b) pesquizar – esterilizar – prazerozo
c) minimizar – calabresa – marquesa
d) noruegueza – delicadeza – princeza

101
RESPOSTAS DO TEXTO II
1 - Acentue corretamente as palavras dos grupos abaixo e justifique a
acentuação.
a) Guarujá, Inês, José, Marajó: oxítonas terminadas, em A, E, O.
b) Amigável, túnel, caráter, sótão: paroxítonas terminadas em L, R e ÃO.
c) Hífen, pólen, táxis, fórum: paroxítonas terminadas em EN, I (S) e UM.
d) Arapeí, Jacareí, Tatuí, saúde: I e U tônicos formando hiato com a vogal anterior.
e) Trégua, jóquei, léguas, malícia: paroxítonas terminadas em ditongo.

2 - Explique por que as palavras abaixo não devem receber acento gráfico.

a) oxítonas terminadas em I, U e UM.


b) I tônico formando hiato com a vogal anterior seguido de NH.
c) Oxítonas terminadas em UM e UNS.
d) Paroxítonas terminadas em ENS.
e) Monossílabos tônicos terminados em I, U e consoantes (R, L).

3 - Acentue as formas verbais em destaque, quando necessário, após identificar


o seu sujeito.

a) Tudo na vida tem valor quando colocamos amor no que fazemos.


Tem sem acento, pois o sujeito é Tudo (singular).
b) Josué tem objetivos diferentes dos seus. Ele tem pretensão de ser
chefe, vocês tem necessidade urgente de obter reconhecimento profissional.
Tem sem acento, pois o sujeito é Ele (singular) / tem acentuado, pois o
sujeito é vocês (plural).
c) O Brasil tem exportado muita laranja, mas o percentual ainda não tem
sido suficiente para cobrir as necessidades do mercado internacional.
Tem sem acento, pois o sujeito é Brasil (singular) / tem sem acento, pois
o sujeito é o percentual (singular).
d) As pessoas, para uma convivência harmônica em sociedade, tem de
usar o bom senso e ser muito tolerantes com os outros.
Têm acentuado, pois o sujeito é As pessoas (plural).

102
4 - Identifique as palavras, nos grupos abaixo, que estão erradamente
acentuadas.

a) boia – pela nova regra, não é mais acentuado / item (paroxítona


terminada em EM) / urutu (oxítona terminada em U)
b) pezinho (é paroxítona terminada em O, e não proparoxítona)
c) abobrinha (é paroxítona terminada em A, e não proparoxítona)
d) enjôo (pela nova regra, não é mais acentuado) / Lisboa (paroxítona
terminada em A)

5 - No texto a seguir, foram retirados, propositadamente, todos os acentos


gráficos de algumas palavras. Cabe a você identificá-las e acentuá-las.

Os outros mosquitos

O Aedes aegypti é o mais “badalado”. Mas não é a única ameça à solta.


A dengue, que já grassa por aí neste ano, não está sozinha entre os males
causados por mosquitos no Brasil. Sem o mesmo marketing do Aedes
aegypti, outros transmissores voam pelo país. O próprio Aedes também
transmite a febre amarela. Conheça algumas doenças e seu transmissores:
filariose – mosquito comum; malária – a fêmea do Anopheles gambiae
(muriçoca, carapanã ou sovela); leishmaniose – phlebotumus (mosquito-
palha, birigui ou cangalhinha).
(Revista Veja, 26/03/2003)

103
RESPOSTAS DO TEXTO iII
1 – Explique o emprego dos pronomes “Este” (1° quadrinho) e “isso” (3° quadrinho).

No primeiro quadrinho, o menino empregou o pronome este , pois faz


referência ao livro que está perto dele (falante). No segundo quadrinho,
a mãe usou o pronome isso, porque faz referência ao livro que está perto
do filho (ouvinte).

2 – Complete as frases abaixo com os pronomes eu e mim.


a) Vim embora, pois não havia nada para eu fazer.
b) Eles pediram para eu voltar para lá.
c) Para mim, voltar para lá será impossível.
d) Será difícil, para mim, passar no exame.
e) Eles enviaram o documento para eu guardar.
f) Eles enviaram o documento para mim.

3 – Explique a diferença de sentido entre as frases abaixo:


a) Toda a cidade se enfeita para a grande festa.
b) Toda cidade se enfeita para a grande festa.

a) Toda a cidade: cidade inteira, a totalidade da cidade.

b) Toda cidade: as cidades em geral, todas elas.

104
4 – Reúna cada par de frases em um único período, substituindo por um
pronome relativo o termo destacado na segunda oração. Observe a necessidade
ou não do emprego da preposição antes do pronome relativo.
Modelo: Assisti ao filme. Você gosta do filme.
Assisti ao filme de que você gosta.
(ou Assisti ao filme do qual você gosta.)
a) Existem muitos lugares bonitos. Pretendo conhecer esses lugares.
Existem muitos lugares bonitos que eu pretendo conhecer.
b) Irei à cidade. Você nasceu nessa cidade.
Irei à cidade onde você nasceu.
c) Você confia em muitas pessoas. Eu não concordo com essas pessoas.
Você confia em muitas pessoas com as quais eu não concordo.
d) Este é o escritor. Os livros deste escritor fazem muito sucesso.
Este é o escrito cujos livros fazem muito sucesso.
e) Não mataram a cobra. Por essa cobra o garoto foi picado.
Não mataram a cobra pela qual o garoto foi picado.
f) Todos conhecem a criança. Você está falando dessa criança.
Todos conhecem a criança da qual você está falando.

5 – Os pronomes possessivos, embora tenham por função principal expressar


uma ideia de posse ou propriedade, podem ser usados com certas funções
particulares. Considerando essa afirmação, explique o sentido dos
possessivos destacados nas frases abaixo.

a) Naquela época, ele deveria ter seus dezoito anos.


Indica uma aproximação numérica.

b) Minha mãe pede que você transmita nossas recomendações a todos


os seus.

Significa familiares da pessoa com que se fala.

105
RESPOSTAS DO TEXTO iv
1 – Leia o texto abaixo para responder à questão.
O primeiro me chegou Me mostrou o seu relógio
Como quem vem do florista Me chamava de rainha
Trouxe um bicho de pelúcia Me encontrou tão desarmada
Trouxe um broche de ametista Que tocou meu coração
Me contou suas viagens Mas não me negava nada
E as vantagens que ele tinha E, assustada, eu disse não
TEREZINHA – Chico Buarque

Marque (C) para certo e (E) para errado.


I – No segundo verso, como é uma conjunção conformativa. ( )
II – No segundo verso, como é uma conjunção comparativa. ( )
III – No sexto verso, que é uma conjunção integrante. ( )
IV – No décimo primeiro verso, há uma conjunção adversativa. ( )
Está correta a sequência:
a) E, E, C, C
b) C, E, C, E
c) E, C, E, C
d) C, C, E, E

2 – Observe o texto abaixo:


Todos sabemos que os costumes mudaram. Agora, escute os conselhos dos
mais velhos, que você não vai se arrepender.
As conjunções em destaque são, respectivamente,

a) integrante e explicativa.
b) explicativa e integrante.
c) Concessiva e explicativa.
d) proporcional e integrante.

106
3 – Leia esta tira:

Há, no texto,
a) uma conjunção condicional, uma conjunção integrante e uma conjunção
explicativa.
b) uma conjunção conclusiva e uma conjunção integrante.
c) uma conjunção concessiva uma conjunção comparativa.
d) uma conjunção integrante e uma conjunção condicional.

4 – Em qual alternativa as conjunções coordenativas preenchem, correta e


respectivamente, as lacunas do texto abaixo?
“Abandone o vício do cigarro agora, _______ ainda há tempo. Ouça meu
conselho _______ você sofrerá as consequências no futuro.” Foi isso que o
médico me falou. Parei de fumar, _____ engordei, _____ não me arrependo
de ter tomado essa atitude.
a) porém, que, mas, por isso
b) pois, ou, por isso, mas
c) mas, que, e, por isso
d) que, e, nem, logo

5 – Em qual das alternativas há uma conjunção coordenativa explicativa?


a) Estude bastante, pois o concurso será muito concorrido.
b) Choveu bastante hoje; teremos, pois, uma noite muito fria.
c) Estudou bastante; conseguiu, pois, ser aprovado no concurso.
d) Os motoristas de ônibus entraram em greve; teremos, pois, que ir
trabalhar a pé.

107
RESPOSTAS DO TEXTO v
1 – Complete as lacunas com a(s) forma(s) verbal(is) correta(s):
a) Saíam às pressas da sala de aula os últimos alunos. (Saía – Saíam)
b) A população das grandes cidades sofre com a falta de transporte.
(sofre – sofrem)
c) Perto de vinte alunos faltaram hoje. (faltou – faltaram)
d) Os Alpes localizam-se na Europa. (localiza – localizam)
e) A maior parte dos acidentes ocorre/ocorrem por falha humana. (ocorre -
ocorrem)

2 – Reescreva as frases, substituindo o termo destacado pela indicação
entre parênteses e refazendo, se necessário, a concordância. Se houver
duas possibilidades, indique-as.
a) Não faz parte da mostra o quadro do pintor brasileiro. (os quadros)
R: Não fazem parte da mostra os quadros do pintor brasileiro.
b) Mais de um aluno fez sugestões ao professor. (dez)
R: Mais de dez alunos fizeram sugestões ao professor.
c) Muitas cartas não chegaram no prazo. (a maioria das)
R: A maioria das cartas não chegou/chegaram no prazo.
d) Não fomos nós quem planejou a festa. (que)
R: Não fomos nós que planejamos a festa.
e) Vós praticastes atos ilícitos durante o mandato. (V. Exa.)
R: V. Exa praticou atos ilícitos durante o mandato.

108
3 – Reescreva as frases, efetuando as alterações indicadas e refazendo a
concordância verbal. Se houver duas possibilidades, indique-as.
a) Uma garça voava em direção ao poente.
Troque “uma garça” por “uma garça e uma pomba”
R: Uma garça e uma pomba voavam em direção ao poente.
b) A chuva e o frio continuavam intensos.
Passe a frase para a ordem indireta.
R: Continuava intensa a chuva e o frio./Continuavam intensos a chuva e o frio.
c) Os amigos, os vizinhos, os colegas, todos nos ajudaram.
Troque “todos” por “ninguém”.
R: Os amigos, os vizinhos, os colegas, ninguém nos ajudou.
d) Nossos amigos e você viajarão de trem.
Troque “você” por “eu”.
R: Nossos amigos e eu viajaremos de trem.
e) Nossos amigos, minha irmã e eu iremos à festa.
Troque “eu” por “tu.
R: Nosso amigo, minha irmã e tu ireis / irão à festa.

4 – Reescreva as frases, substituindo os destaques pelas indicações dos


parênteses e refazendo, se necessário, a concordância do verbo ser. Caso
haja duas possibilidades, indique-as.
a) O filho famoso seria o orgulho do pai. (Os filhos famosos)
R: Os filhos famosos seriam o orgulho do pai.
b) Os livros eram suas maiores alegrias. (O neto)
R: O neto era sua maior alegria.
c) O responsável pelo projeto é você. (eu)
R: O responsável pelo projeto sou eu.
d) Hoje é 1º de maio. (5)
R: Hoje é/são 5 de maio.
e) Daqui à praia é um quilômetro. (três)
R: Daqui à praia são três quilômetros.

109
RESPOSTAS DO TEXTO VI
1 – Substitua a palavra em destaque pela indicação entre parênteses e
refaça a concordância. Se houver duas possibilidades, indique-as.
a) Ele considerou criativa a nossa proposta. (planos)
R: Ele considerou criativos os nossos planos.
b) A empresa produz peças e ferramentas sofisticadas. (acessórios)
R: A empresa produz peças e acessórios sofisticados.
c) A empresa produz peças e ferramentas sofisticadas. (acessórios)
R: A empresa produz acessórios e ferramentas sofisticadas/sofisticados.
d) A empresa produz sofisticadas peças e ferramentas. (acessórios)
R: A empresa produz sofisticadas peças e acessórios.

2 – Reescreva as frases seguintes, fazendo a devida concordância das


palavras indicadas entre parênteses.
a) O leitor pulou (longo) capítulos e páginas.
R: O leitor pulou longos capítulos e páginas.
b) O poeta escreveu capítulos e páginas (compacto).
R: O poeta escreveu capítulos e páginas compacto/compactos.
c) O advogado considerou (perigoso) o argumento e a decisão.
R: O advogado considerou perigoso/perigosos os argumentos e a decisão.
d) Comprei uma casa e um carro (usado).
R: Comprei uma casa e um carro usado/usados.

3 – Substitua pelas palavras indicadas entre parênteses as expressões


destacadas, fazendo as adequações necessárias.
a) Eles já estavam igualmente pagos.( quite)
R: Eles já estavam igualmente quites.
b) Os filmes eram muito interessantes. (bastante)
R: Os filmes eram bastante interessantes.
c) A copeira estava um pouco confusa porque havia pratos suficientes.
(meio-bastante)
R: A copeira estava um pouco confusa porque havia pratos meio-bastantes.
d) Eles não se sentiam bem quando ficavam sozinhos. (só)
R: Eles não se sentiam bem quando ficavam sós.
110
4 – Que palavras completam adequadamente este poema: meio ou meia?
Por quê?

“Levo a vida assim,


meio direita, meio torta,
às vezes arrombando a festa
outras, dando com a cara na porta.”(Ulisses Tavares)
A palavra meio, porque nas duas situações, ela tem valor de advérbio,
sendo, portanto, invariável.

5 – Um anúncio de bombons tem os dizeres: “Obrigado por existir.” Agora em


nova embalagem. Quem presenteará com o buquê: um homem ou uma mulher?
Justifique sua resposta.
R: Um homem, porque o adjetivo “obrigado” concorda com o substantivo
a que se refere (uma pessoa do sexo masculino).

6 – Complete a frase do último quadrinho abaixo usando a concordância


correta de meio e indeciso.

meio
indecisas

111
RESPOSTAS DO TEXTO VII
1 – A frase em que não cabe preposição antes do pronome relativo é:
a) É puro o ar a que aspiro no meu sítio.
b) Muito romântico o filme a que assisti ontem.
c) A moça a que me refiro é minha irmã.
d) A atriz de quem falei foi encontrada morta.

2 – A única frase correta, de acordo com a norma culta, no que se refere à regência
verbal é:
a) O bom aluno obedece seu professor.
b) Quando criança, Pedro preferia mais os livros do que os brinquedos.
c) Essa campanha visa ao fim do desperdício da água.
d) O barco chegou no cais.

3 – Qual das alternativas abaixo não apresenta desvio de regência?


a) Há números de telefones de que sempre lembro.
b) O deputado entrou e saiu do Congresso sem chamar a atenção de ninguém.
c) Informaram-lhe de que a crise cultural é consequência das mudanças
na economia.
d) Todos aspiram à paz e ao progresso social.

112
4 – Em relação à norma culta, assinale o período em que há um erro de regência
verbal.
a) O juiz chamou o jogadores para o início do jogo.
b) A importância de que eu preciso é vultosa.
c) Visei a um passaporte e fui viajar.
d) Esqueci os compromissos assumidos na tarde de ontem.

5 – Indique a alternativa cujos elementos completam, correta e respectivamente,


as lacunas do período abaixo:
A difícil situação_________ naquele momento se encontravam era
análoga_________crise de anos atrás.
a) que – da
b) onde – na
c) a que – a
d) em que – à

113
RESPOSTAS DO TEXTO VIII
1. Explique a ocorrência da crase no primeiro quadrinho.

O acento grave foi empregado, pois o topônimo “Inglaterra” admite o artigo


feminino A e a expressão “em direção”, no contexto em que aparece, exige a
preposição A.

2 – Observe a capa da revista Veja. Em seguida, responda: na frase “Barack


Obama fala a Veja”, o não emprego do acento grave indicador de crase está
correto? Justifique sua resposta.

Não está correto. O acento grave (indicador


da ocorrência da crase) deveria ser empregado da
seguinte forma: “Obama falou à Veja”. No contexto em
que foi empregado, o verbo “falar” é transitivo indireto
e exige a preposição A, e o substantivo “Veja” aceita
o artigo feminino A.

114
3 – Justifique o emprego ou não do acento grave, indicador de crase nas
propagandas abaixo:

a)

O verbo “resistir” exige a preposição A, e o substantivo beleza admite


o artigo A.

b) Em “Frango à passarinho”, a expressão


“à passarinho”, equivale ao modo como o frango deve se feito (em pequenos
pedaços). Portanto, a expressão “à moda de” está implícita.

4 – Explique a diferença de sentido entre as seguintes frases:


a) Ela, a noite, chegou. b) Ela, à noite, chegou.

Em A, entende-se que a noite chegou, que já é noite; o termo “a noite” é


aposto de “ela”.

Em B, entende-se que alguém (ela) chegou; o termo “à noite” é adjunto


adverbial de tempo.

115
RESPOSTAS DO TEXTO IX
1 – Leia o texto abaixo com muita atenção.
Um homem rico estava muito mal, agonizando. Dono de uma
grande fortuna, não teve tempo de fazer o seu testamento. Lembrou,
nos momentos finais, que precisava fazer isso. Pediu, então, papel
e caneta. Só que, com a ansiedade em que estava para deixar tudo
resolvido, acabou complicando ainda mais a situação, pois deixou um
testamento sem nenhuma pontuação. Escreveu assim:

“Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será
paga a conta do alfaiate nada dou aos pobres”.

Morreu, antes de fazer a pontuação.


Imagine-se no lugar de cada pessoa acima e faça a pontuação necessária
para que ela torne-se o herdeiro.

A irmã: Deixo meus bens a minha irmã. Não a meu sobrinho, jamais
será paga a conta do alfaiate, nada dou aos pobres.

O sobrinho: Deixo meus bens a minha irmã? Não, a meu sobrinho!


Jamais será paga a conta do alfaiate, nada dou aos pobres.

O alfaiate: Deixo meus bens a minha irmã? Não! A meu sobrinho?


Jamais! Será paga a conta do alfaiate, nada dou aos pobres.

Aos pobres: Deixo meus bens a minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Dou aos pobres.

116
2 – Vamos agora pontuar o texto abaixo:

“Pelas ruas ermas onde o transeunte é raro não matracoleja sequer


uma carroça. De há muito, em matéria de rodas se voltou aos rodízios
desse rechinante símbolo do viver colonial: o carro de boi”.
(Monteiro Lobato)

3 – Vamos justificar a (s) vírgula(s) dos textos abaixo:

a) Esses fatos, conforme informamos ao diretor, são falsos.


Oração intercalada.

b) Se tudo der certo, faremos uma grande festa no ano que vem.
Oração subordinada antes da principal.

c) Você ouviu, minha filha, que notícia maravilhosa!!!


Vocativo.

d) Entreguei-lhes os documentos. Ele, no entanto, não conseguiu


entregar o relatório.
Conjunção posposta.

4 – Vamos pontuar os textos abaixo?

a) “Quando nasci, um anjo torto,


Desses que vivem na sombra,
Disse: Vai, Carlos, ser gauche na vida.”

b) Os Estados Unidos, o país que mais emite gases de efeito estufa,


não assinaram o Tratado de Kyoto, sob a alegação de que ele é
prejudicial à sua economia.

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GABARITO DA AUTOAVALIAÇÃO
1- b 23- c
2- c 24- d
3- c 25- a
4- d 26 - recusa/recusam.
5- b 27- b
6- d 28- a
7- c 29- d
8- c 30 - c
9- c 31- a
10- c 32- b
11- d 33- c
12- b 34- d
13- d 35- b
14- b 36- a
15- a 37- d
16- a 38- c
17- c 39- b
18- d 40- d
19- b 41- a
20- d 42- b
21- O verbo está no singular 43- a
(predomina) concordando com o 44- b
núcleo mais próximo do sujeito
composto, mas também poderia
ser usado no plural (predominam).
22- O verbo haver está empregado
de forma correta, pois significa
“existir”, e é impessoal.

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