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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS


CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

EMERGÊNCIA DO VÍRUS MAYARO NA AMÉRICA LATINA: CARACTERÍSTICAS


GERAIS, EPIDEMIOLOGIA, DESAFIOS CLÍNICOS E IMPLICAÇÕES NA SAÚDE
PÚBLICA

Belém – Pará
Janeiro/2020
ELIZABETH REGINA ARAUJO DE BARROS
RAYLLANY MAYLLY TURBE PIRES

EMERGÊNCIA DO VÍRUS MAYARO NA AMÉRICA LATINA: CARACTERÍSTICAS


GERAIS, EPIDEMIOLOGIA, DESAFIOS CLÍNICOS E IMPLICAÇÕES NA SAÚDE
PÚBLICA

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde da Universidade da Amazônia como
requisito para obtenção do grau de Licenciadas
em Ciências Biológicas.
Orientador: Prof. Dr. Gustavo Moraes Holanda

Belém – Pará
Janeiro/2020

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ELIZABETH REGINA ARAUJO DE BARROS
RAYLLANY MAYLLY TURBE PIRES

EMERGÊNCIA DO VÍRUS MAYARO NA AMÉRICA LATINA: CARACTERÍSTICAS


GERAIS, EPIDEMIOLOGIA, DESAFIOS CLÍNICOS E IMPLICAÇÕES NA SAÚDE
PÚBLICA

Aprovado em: ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Gustavo Moraes Holanda – Orientador

Universidade da Amazônia

_________________________________________________
Prof. Dra. Helem Ferreira Ribeiro – Membro

Universidade da Amazônia

_________________________________________________
Walter Felix Franco Neto – Membro

Instituto Evandro Chagas

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RESUMO

O vírus Mayaro (MAYV), é um arbovírus transmitido pela picada de artrópodes

hematófagos, identificado no Brasil em 1955 nas proximidades do rio Guamá, Pará. Entre seus

sintomas clínicos destacam-se a febre alta, as artralgias, a cefaleia, a dor ocular e o vômito. A

falta de investimentos dos órgãos governamentais, de pesquisas e de vigilâncias epidemiológicas

sobre o MAYV, e a habilidade de deslocamento entre espécies, representam os grandes desafios

encontrados para se estabelecer a proporção de suas patologias. Neste trabalho, o objetivo foi

indicar as características gerais, desafios clínicos, epidemiológicos e evolução viral, que podem

resultar em viremias intensas ou alterações imunológicas, através da revisão de literaturas

indexadas. Os resultados demostram que fatores ambientais, atividades antrópicas e o

crescimento urbano, proporcionaram condições favoráveis para a proliferação do vetor e

expansão do vírus pela América Latina, e que os principais países afetados pelo vírus foram

Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá,

Peru, Uruguai e Venezuela. Em virtude do risco que significa a saúde humana, o vírus MAYV

torna-se significativo no que diz respeito a instalações e consolidações de medidas de controle,

monitoramento e combate, que possam ser eficazes, para a diminuição de epidemias e endemias

na América Latina, assim contribuindo melhor para os serviços de saúde pública.

Palavras-chave: MAYV; arbovírus; epidemiologia; artrópodes.

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ABSTRACT

Mayaro virus (MAYV) is an arbovirus transmitted by the bite of blood-sucking

arthropods, identified in Brazil in 1955 near the river Guamá. The clinical symptoms is high

fever, arthralgia, headache, eye pain and vomiting. Lack of investments government agencies,

research and epidemiological surveillance on MAYV, and the migration of species represent the

major challenges encountered to establish the proportion of its pathologies. The objective of this

work was to indicate the general characteristics, clinical challenges, epidemiological and viral

evolution, which may result in increase of viremia or immunological changes through the

indexed literature review. The results show that environmental factors, human activities and

urban growth, provided favorable conditions for vector proliferation and spread of the virus in

Latin America. The countries affected by the virus were Argentina, Bolivia, Brazil, Colombia,

Ecuador, Guatemala, Haiti, Honduras, Mexico, Panama, Peru, Uruguay and Venezuela. The

MAYV virus becomes significant the need of control measures, monitoring and combating that

may be effective for the reduction of epidemics and endemic diseases in Latin America, thus

contributing to better public health services.

Key-words: MAYV; arboviruses; epidemiology; arthropods.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 7
2. METODOLOGIA.......................................................................................................... 13
3. RESULTADOS............................................................................................................. 15
4. DISCURSSÃO.............................................................................................................. 23
5. REFERÊNCIAS............................................................................................................ 26

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1. INTRODUÇÃO

O Vírus Mayaro (MAYV), é classificado na família Togaviridae com formato

esférico, composto de RNA de cadeia simples envelopado. Esta família é constituída de dois

gêneros: Alphavírus e Rubivírus, sendo este primeiro composto por 40 membros com 70nm de

diâmetro, capsídio de formato Icosaédrico e genoma de RNA de fita simples linear de polaridade

positiva.

Figura 1: Estrutura dos Alphavirus

( Fonte: Google Imagens )

Estes gêneros têm como representantes o vírus Mayaro (MAYV) e o vírus

encefalite equina do leste (EEEV), ambos causadores de doenças em seres humanos e animais,

tendo sintomas semelhantes a outras arboviroses, portanto sendo de extrema importância o

diagnóstico precoce destas infecções para uma conduta medica correta e medidas preventivas

eficazes. (Leite et al.1 2018).

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O vetor do Mayaro pertence ao gênero Haemagogus, que se remete à família

culicidae, possui hábitos silvestres, diurnos e vive em copas de árvores, o que favorece o seu

contato com os hospedeiros, o principal responsável pela transmissão de sua febre é a espécie

conhecida como Haemagogus janthinomys. (Pereira et al.2 2018).

Figura 2: Artropodes – Gênero Haemagogus

Haemagogus janthinomys Haemagogus leucoclaenus


(fonte: Google Imagem)

A particularidade de determinado vírus desenvolver parte de seu ciclo de replicação

em um inseto, faz com que o mesmo seja considerado um arbovírus, não se delimitando desta

maneira, apenas ao fato deste ser transportado por artrópodes. A transmissão do MAYV ocorre

através da picada de artrópodes hematófagos, que atuam como vetor dos agentes etiológicos para

seu hospedeiro amplificador. (Lopes;. Nayara et al.3 2014).

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Figura 3: Ciclo de transmissão do MAYV. As setas pretas indicam os ciclos mais prováveis e em
Vermelho um possível ciclo urbano.

(Fonte: Camini,2018)

Atualmente não existe uma vacina disponível e não se pode impedir o ciclo de

transmissão silvestre do vírus, desse modo medidas de prevenção são necessárias, tais como,

evitar o contato com as áreas de ocorrência e ou minimizar a exposição a picada do vetor, seja

por recursos de proteção individual ( uso de repelentes e roupas compridas) ou coletiva ( uso de

cortinas, mosquiteiros, sobretudo nas áreas rurais e silvestres, além de evitar exposição em áreas

afetadas), visando diminuir o contato entre homem e vetor. Portanto, é indicado evitar aparições

em locais de mata e beira de rios, especialmente nos horários de maior atividade do vetor.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE et al 4).

O vírus Mayaro é originário das Américas, isolado pela primeira vez em 1954, em

Trinidad e Tobago, ilhas na região do caribe, sendo este isolado também em primatas e aves

migratórias nos Estados Unidos. No Brasil, a primeira identificação ocorreu no ano de 1955,

durante um surto de uma doença febril aguda, com cefaleia, que acometeu cerca de 100

trabalhadores rurais de uma pedraria, na fazenda Fronteira (Belém/PA), localizada as margens


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esquerdas do rio Guamá. Estes casos foram notificados primeiramente ao Departamento Nacional

de Endemias Rurais e em seguida foram encaminhados ao laboratório de virologia do Instituto

Evandro Chagas, na cidade de Belém, no estado do Pará. Em seguida, foram comprovados novos

surtos nas cidades de Benevides em 1991, na comunidade rural de Belterra em 1978 e em

Conceição do Araguaia em 1981, todas neste mesmo estado. (Pinheiro, et al.5 1981; Vasconcelos,

et al.6 1998; Coimbra, et al.7 2007; Zuchi, et al.8 2014).

Figura 4: Distribuição do MAYV nas Américas. A figura mostra em vermelho as regiões em que há
casos reportados de febre Mayaro; em azul são as regiões em que há evidências da circulação do
MAYV e em cinza são as regiões em que não há evidências ou não há dados disponíveis em relação à
circulação do MAYV.

(Fonte: Camini,2018)
O vírus Mayaro é endêmico na Amazônia, especialmente nos estados das

regiões Norte (Pará e Tocantins) e Centro-Oeste. No estado de Goiás se concentra o maior

número de casos confirmados da doença, em pessoas que foram infectadas na zona rural ou de

mata. Embora os estudos sejam escassos, a presença do vírus estava restrita às áreas cobertas

pelas floretas tropicais úmidas da América do Sul. (Pillati e col.9 2016).

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A respeito dos sinais clínicos manifestados pelo vírus MAYV, encontram-se: a

febre branda ou moderada, com início rápido e de curta duração, acompanhada de calafrios, dores

musculares, nas articulações e cefaleia aguda. (Turino, et al.10 2015; Corrêa, et al.11 2015). Além

de artralgias, que quando agravadas podem ocasionar artrite dos pulsos, tornozelos, dedos dos

pés, assim como as demais articulações, mialgia, dor ocular, fotofobia, conjuntivite, difteria e

vômitos. (Causey; Maroja et al.12 1957).

Quadro 1 – Sintomas da Doença


SINTOMAS MAYARO
DORES NAS DORES INTENSAS, PORÉM,
ARTICULAÇÕES LIMITADAS E PRESENTES NA
MAIORIA DOS CASOS.
. FEBRE ALTA, DE INÍCIO IMEDIATO E
INESPECIFICA.
MANCHAS VERMELHAS PODEM ESTAR PRESENTES
COCEIRA NÃO ESTAR PRESENTE,
VERMELHIDÃO NOS NÃO ESTÁ PRESENTE, MAS NOTA-SE
OLHOS UMA INTOLERÂNCIA
ARTRALGIAS ESTAR PRESENTE.
MIALGIAS ESTAR PRESENTE.

No território brasileiro, encontra-se uma abrangente área, rica em biodiversidade

de flora e fauna, principalmente ao se tratar da região amazônica, por apresentar elevados e

variados números de vetores e de hospedeiros, está transformando-se em um cenário favorável a

proliferação dos arbovírus. Por outro lado, a ação humana é cada vez mais intensificada nestas

áreas, como desmatamento, queima de árvores e solo, construções de hidroelétricas, capturas de

animais entre outras atividades que acarretam enormes mudanças nesse ecossistema, ocasionando

assim, aspectos agravantes para o surgimento de várias arboviroses entre outras patologias.

(Nunes; Marcio et al.13 2009).

11
Desta forma, segundo o autor Nunes, entre os anos de 1954 e 2006 foram isolados

cerca de 160 tipos novos de arbovírus na Amazônia Brasileira, dados relevantes para a saúde

pública, pois muitos destes vírus podem ser capazes de ocasionar epidemias e endemias.

A frequente aparição de arboviroses em regiões urbanas, promove a preocupação

com relação as medidas que seriam adotadas em possíveis epidemias e endemias geradas pelos

mesmos, pois os estudos que poderiam ser utilizados para a obtenção de informações, encontram-

se restritos devido à falta de dados epidemiológicos, em virtude da ausência de notificações dos

casos, especialmente em áreas da Amazônia como por exemplo o estado do Pará. (Cruz e col.14

2009).

Por ser uma doença pouco conhecida pela sociedade e trazer um potencial risco

para a saúde pública, este estudo pretende avaliar o perfil clínico e epidemiológico das pessoas

infectadas com o MAYV, já diagnosticadas na América Latina, possibilitando um maior

conhecimento das características dessa doença, por meio dos pacientes infectados.

Ao analisar a emergência do vírus Mayaro na América latina, conclui-se que por se

tratar de uma arbovirose nova em ambientes urbanos, a febre Mayaro representa possível risco a

saúde pública, desta maneira este estudo propõem avaliar as proporções que suas patologias

podem atingir os seres humanos. Pois torna-se evidente a falta de investimentos em pesquisas

sobre arboviroses, ausência de ações de vigilância epidemiológica, virológica, vetorial e

epizooticas, especialmente em momentos de risco a saúde pública. (Pedroso & Rocha et al.15

2009).

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2. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão narrativa e descritiva de literaturas indexadas, realizada por

meio da seleção de obras entre os anos de 2009 a 2019, em português e inglês, na forma de

artigos publicados em revistas científicas na base de dados Scielo e Pubmed com a finalidade de

obter estudos que analisassem as manifestações do vírus Mayaro na América Latina.

Para a triagem dos artigos foram utilizados os seguintes termos: “vírus Mayaro”;

“Arbovirus”; “ Mayaro vírus”; “ epidemia”; “américa do Sul”, “Argentina”; “ Bolívia”; “ Brasil”;

“Chile”; “Colômbia”; “Costa Rica”; “Cuba”; “Equador”, “El salvador”, “ Guatemala”, “Haiti”;

“Honduras”, “México”; “Nicarágua”; “ Panamá”; “Paraguai”; “Peru”; “Republica Dominicana”;

“ Uruguai” e Venezuela”.

Tendo em vista, a aquisição de um maior número de informações de todos os países

constituintes da América latina, se pesquisou de forma separada por estudos realizados em cada

país, no entanto não foram encontrados dados científicos sobre o vírus Mayaro no Chile, Costa

Rica, El Salvador, Paraguai, Cuba, República Dominicana e Nicarágua, durante a pesquisa foram

priorizados assuntos em contextos de epidemias.

Desta maneira, conseguiu-se adquirir 50 artigos, tendo estes como referenciais

teóricos, tornou-se possível a construção de um mapa de dispersão do vírus Mayaro na América

latina. Assim, após a revisão das literaturas, foram retirados os dados de manifestação deste vírus

em cada país entre os anos de 2009 até 2019 e organizados em uma planilha para melhor

visualização das ocorrências do MAYARO nestas aéreas, afim de facilitar a produção dos mapas.

13
Empregando-se o sistema Microsoft office, em específico o Excel 2016, com a

finalidade de mapear a disseminação do vírus Mayaro, desde 2009 até os recentes casos na

América Latina, comparando a distribuição genotípica (das referências bibliográficas), período e

possível área de dispersão.

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3. RESULTADOS

Nos anos de 2009 a 2019, as literaturas demostram que o vírus Mayaro encontra-se

presente na América Latina, com manifestação nos seguintes países: Colômbia, Haiti, México,

Panamá, Argentina, Peru, Uruguai, Venezuela, Brasil, Equador, Bolívia, Guatemala e Honduras.

E que os três últimos países a registrar manifestações do MAYV foram Uruguai e Peru em 2018 e

Brasil em 2019. Sendo que nos anos de 2014 e 2017 não a registros nas literaturas de

manifestação do mesmo em nenhum país constituinte da América Latina. (Quadro 2)

Quadro 2 - Dados de evidências do vírus Mayaro na América Latina.

País Região ano(s) Casos estimados Evidências Referencias


Venezuela La estación e 77 e Casos Albert et al 2015 e
Ospino 2010 72 Humanos Manuel et al 2012
Panamá Província 2010 1 Casos Carrera et al 2018
Dari em Humanos
Equador N/I 2011 N/I Sorológica Izurleta et al, 2011
Honduras N/I 2012 N/I Casos Muñoz M, Navarro JC
Humanos El al 2012
Guatemala N/I 2012 N/I Casos Muñoz M, Navarro JC
Humanos El al 2012
Bolívia N/I 2013 N/I Casos Theilacker C, mantida
Humanos J, L Allering et al 2013

Colômbia Caribe 2013 N/I Vetores Serrano et al 2013


colombiano
México N/I 2010-2013 N/I Casos Matar et al 2015
humanos
Haiti N/I 2015 1 Casos Lednicky et al 2016
Humanos
Argentina Jujuy 2015 N/I Vetores Linares et al,2015
Uruguai N/I 2018 N/I Sorológica Burgueño et al 2018
Peru Cuzco 2018 N/I Casos Governo Regional de
humanos Cuzco, 2019
Brasil Formoso do Casos
Araguaia 2019 70 Humanos Ministério da saúde,
2018

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Durante o estudo de outras literaturas, verificou-se que o Brasil e a Venezuela,

foram os países da américa latina que mais tiveram evidencias de casos da doença, no brasil

cinco estados foram atingidos pela febre, todas as cidades desses estados estão rodeados de

uma abundância mata verde, o que favorece a proliferação dos vetores, do mesmo modo a

Venezuela, no estado de portuguesa foi confirmado casos de Mayaro, porém municípios

diferentes foram abordados. (tabela 2), (tabela 3)

No Brasil, entre dezembro de 2014 a janeiro de 2016 foram registrados 343

casos humanos suspeitos da doença, sendo que 29 foram descartados, 244 permanecem em

investigações e 70 casos foram confirmados da doença da febre do Mayaro. Em um boletim

epidemiológico disponibilizado no site do ministério da saúde, foram registrados 5 novos

casos de MAYV no ano de 2019, sendo 2 casos em crianças, uma dessas crianças chegou a

ser hospitalizada, 2 pacientes adultos evoluíram para a fase crônica, todos os 5 pacientes eram

do sexo masculino e procedentes de municípios do estado do Pará. (Ministério da saúde).

Tabela 1- municípios do Pará com confirmação da febre do Mayaro em 2019.

Idade (anos) Municípios


1 64 Ananindeua
2 11 Vígia
3 6 Acará
4 55 Acará
5 45 Ananindeua

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O vírus Mayaro foi localizado nos estados do Amapá, Manaus e Coari através de

sorologias, sendo que no Amapá, mais especificamente na cidade de Cajari pelo fato do clima ser

tropical a região acabou sendo um lugar propício para o vírus, entretanto em Manaus o estudo

iniciou-se por coletas de sangue de moradores, tendo 261 amostras positivas em Coari e 63 em

Manaus, portanto a soroprevalência do Vírus, era bem maior em Coari, e no estado de Roraima

estudo de PCR em tempo real foi essencial para a localização do vírus no estado.(tabela 2)

Tabela 2 – Brasil: estados e cidades com a presença do MAYV

PAÍS ESTADO CIDADE ANO REFERÊNCIAS


BRASIL AMAPÁ CAJARI 2012 SOUTO et al
2012
BRASIL AMAZÔNAS MANAUS 2017 SILVA,2017
BRASIL AMAZÔNAS COARI 2017 PEREIRA,2017
BRASIL RORAIMA N/I 2012 MENESES,2013

Segundo levantamento bibliográfico feito de 2009 até 2019, na américa latina a

estimativa é que ocorreram cerca de 144 novos casos de febre Mayaro, sendo que destes 70

são estimados apenas no Brasil, ou seja, 48,61% dos casos estão na região Brasil, ou seja

quase a metade dos casos manifestados nestes últimos 10 anos.

Na Venezuela casos de mayaro também foram localizados, no estado de portuguesa

foram registrados 77 casos, sendo 19 desses confirmados como soropositivos na aldeia de La

Estación e 72 casos registrados no município de Ospino, na Venezuela. (tabela 3).

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Tabela 3 – Venezuela: estados e municípios com a presença do vírus Mayaro.

PAÍS ESTADO MUNICÍPIO ANO REFERÊNCIA


VENEZUELA PORTUGUESA LA ESTACIÓN 2010 ALBERT et al
2015
VENEZUELA PORTUGUESA OSPINO 2012 MANUEL et al
2012

Estudos epidemiológicos e moleculares, realizados de 2009 á 2019 demostram a

presença de anticorpos e/ou genoma viral do vírus Mayaro em animais silvestres (os

hospedeiros primários do seu ciclo selvagem), cerca de XXX espécies de mamíferos, além,

de aves, no entanto com espécies ainda não identificadas devido os estudos realizados sobre

este vírus ainda serem limitados. (Tabela 4)

Tabela 4 – Vetores Primários do vírus Mayaro

Classe Ordem Família Espécie Referencias (s)


Mammalia Perissodáctilos Equídeos Caballus Corrêa et al
2015
Mammalia Artiodactyla Bovidae Ovis aries Corrêa et al
2015
Mammalia Primatas N/I N/I Lorenz et al
2019
Mammalia Perissodactyla Equidae Equus africanus Corrêa et al
2015
Mammalia Perissodactyla Equidae Equus Corrêa et al
asinus x Equus 2015
cabalus
Mammalia Roedentia Muridae N/I Santos et al
2019

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Quadro 3 – genótipos do vírus Mayaro na América Latina

Tipos de genótipos Países


D Brasil, Peru, Bolívia
e Venezuela
L Brasil e Haiti
N Peru
D recombinante N/I

O genótipo D é o que tem o maior número de registros com manifestação em 4

países, destes inclui-se os 72 casos na Venezuela em 2010, seguido pelo L com caso de um

menino de 8 anos no Haiti. O genótipo recombinante não contém número de casos nas

literaturas, e os demais números também podem estar subestimados, pois os relatos

epidemiológicos assim como as literaturas do MAYV não descrevem o genótipo.

Diante dos dados encontrados, 13 países tiveram registros de evidências de MAIV,

estas evidências sem agruparam em três tipos: casos humanos, presença de vetores e sorologias

positivas para este arbovírus. A maior parte dos estudos sobre a presença de vetores, foi realizado

com por meio da confirmação da presença de larvas do Haemogogus no local e as evidências

sorológicas confirmadas por meio dos testes de PCR positivos para o vírus Mayaro.

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Figura 6 – Linha do Tempo dos Principais Pontos de Dispersão do Vírus Mayaro.

2010 2013
2015 2018
Surto em La 2012
Pacientes
Estacíon, em 77 Infecção de Manifestação
com Mayv,
pessoas, tendo como Caso MAYV em do vírus
incluído
agente etiológico o humano, em um menino Mayaro, em
uma morte
vírus Mayaro, um estado da de 8 anos, Cuzco –
por
Venezuela. Guatemala. no Haiti. Santa María,
encefalite,
Peru
no México.

2009 2019

2011 2012
2010 2013
2019
Estudos no Caso
Estudos de casos caribe humano em
com 72 pessoas, Manifestação de
colombiano Honduras, 5 novos casos do
1 foi depois de Caso
comprovou- vírus Mayaro, no
diagnosticado exames humano
se larvas estado do Pará.
com MAYV, negativos manifestado
das espécies
Panamá. para outras na Bolívia.
de
Haemogogu arboviroses.
s no local.

Segundo os levantamentos bibliográficos, foi feito um mapeamento, e constatou-se que

vetores foram encontrados na américa latina nos anos de 2015 e 2016, nos países da argentina e

colômbia. sendo também é uma doença que pode causar patologias em seres humanos, casos da

febre mayaro já foram encontrados nos países do Brasil, Venezuela, Peru, Panamá, México,

Haiti, Guatemala e Honduras todos no período de 2010 a 2019, entretanto muitos dos outros

países como Chile, Costa Rica, El Salvador, Paraguai, Cuba, República Dominicana e Nicarágua

até o momento não foram encontrados nenhuma evidência do vírus. (Mapa 1).

20
N/I
N/I
2012 2015

2016

N/I 2010
2012
N/I
N/I
2019
2010
2016
2012
16
16 2013

16
N/I
N/I

2014
N/I

2015

Diante dos dados encontrados, 13 países tiveram registros de evidências de MAIV,

estas evidências sem agruparam em três tipos: casos humanos, presença de vetores e sorologias

positivas para este arbovírus. A maior parte dos estudos sobre a presença de vetores, foi realizado

21
com por meio da confirmação da presença de larvas do gênero Haemogogus no local e as

evidências sorológicas confirmadas por meio dos testes de PCR positivos para o vírus Mayaro.

(mapa 2)

Vírus Mayaro reportado


em casos humanos;

Evidência de vetor;

Evidência sorológica da
circulação do Mayaro;

22
4. DISCUSSÃO

Estudos mostram que os surtos do MAYV estão atrelados a variáveis

ambientais, como temperatura, bioma e densidade populacional. Logo, entende-se que sua

expansão e distribuição estão diretamente relacionados ao ciclo de vida do vetor, tendo

como principais fatores de distribuição do vírus a: (Lorez et al.16 2011; et al.17 2019).

• Precipitação anual

• Temperatura anual

• Elevação

• Sazonalidade de temperatura

• Sazonalidade de precipitação

• Térmica amplitude

• Variação da temperatura durante o dia

• Tipos de biomas

• Taxa de vapor anual

• Densidade populacional

Assim, a maior parte dos países da América Latina se adequam, ao padrão propício

para a proliferação do vetor e os em que até o momento não foram afetados como: Chile, Costa

Rica, El Salvador, Cuba, República Dominicana, Nicarágua e Paraguai, espera-se que o motivo

esteja relacionado as baixas temperaturas anuais de 11.4 °C à 26,1°C . As altitudes mais altas

também evidenciam ser uma condição desfavorável para a reprodução do vetor e as temperaturas

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muito altas sugerem a migração destes para novas áreas. No entanto não podemos descartar o

nível de adaptação e evolução do mosquito (Lorenz et al., 2017).

Quanto ao tipo de bioma mais propenso a manifestação do MAYV, destacou-se

especificamente o cerrado: um bioma dos campos tropicais, das savanas e das florestas

estacionais, ou seja, a união de três biomas, região rica em biodiversidade, portanto alto número

de hospedeiros e vetores. (Batalha et al.18 2011).

Ao se levar em consideração a densidade populacional, está se relaciona diretamente

com o carácter rural do Vírus Mayaro, pois a alimentação do vetor Haemagogus é bastante

diversificada incluindo pássaros, cavalos e vacas, tendo relação com o habito agropecuário das

regiões próximas a florestas, tornando as populações e trabalhadores rurais mais suscetíveis a esta

doença (SILVA et al.192017;. PILATTI et al.20 2016). No entanto a grandes a possibilidade de

urbanização do vírus Mayaro vem se tornando um aspecto importante a ser considerado devido a

comprovação de estudos laboratoriais que confirmam o Aedes aegypti como potencial vetor, o

que causa uma maior preocupação em sua manifestação em áreas urbanas. (Muñoz et al.212012).

Estudos mostram como contribuidores importantes na distribuição do MAYV

aspectos ligados entre o vírus, o ambiente e as atividades humanas como: desmatamento,

crescimento das grandes cidades, crescimento populacional, urbanização, migração humana,

mudanças ambientais pelo (inundações, erosões, poluição, efeito estufa e destruição de habitats).

Além, do alto deslocamento internacionais que também promovem para a proliferação do vírus

para novas áreas (Pauvolid-corrêa et al., 2015).

Analises mostram que as áreas de alto de risco são muito maiores as que houveram

ocorrência e registro de casos deste vírus e que a diferença entre casos relatados e casos existente

se dá pelo fato de os sintomas serem muito semelhantes a outras arboviroses, o que gera um

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diagnóstico errado e uma falta de notificação e investigação de novos casos, essenciais para se

estabelecer medidas de controle e prevenção.

O MAYV é um vírus negligenciado, por ser pouco conhecido e seus sintomas serem

muito parecido com os do Chikungunya, seu diagnostico deste modo é repassado de forma errada

para os pacientes, sendo que a saúde pública também sofre com a falta de um teste barato, rápido

e preciso para as confirmações de casos da doença.

O Mayaro não se caracteriza como uma doença de notificação obrigatória,

ocasionando uma grande dificuldade para a disponibilização de dados, órgãos governamentais ou

laboratórios brasileiros disponibilizam boletins epidemiológicos no site do ministério da saúde,

porém no brasil tais instituições não são obrigadas a fazerem esses boletins epidemiológicos de

semana a semana.

Conclui-se que o vírus Mayaro vem avançando sua dispersão pela América Latina, com

a comprovação de novos casos a cada ano. Avanços na vigilância da saúde pública destes países

por meio do aumento da detecção, obrigatoriedade das notificações e investigação de casos, são

essenciais para medidas de prevenção e controle como o desenvolvimento de uma vacina e testes

rápidos.

A relevância dos estudos sobre a compreensão evolutiva do vírus e sua dispersão, são

indispensáveis para a determinação de áreas endêmicas, evitar epidemias e uma possível

urbanização deste arbovírus. Desta forma, espera-se que os conhecimentos e dados registrados

nesta pesquisa possam ser importantes para a elaboração de políticas públicas que possam

abordar controle e prevenção do MAIV na América Latina.

25
5. REFERÊNCIAS

Leite FR, Expressão de proteínas estruturais de alphavirus mayaro utilizando baculovírus


recombinantes em células de insetos. [ monografia];São Paulo; 2018, 27.

Pereira NT, et al Wolbachia significantly impacts the vector competence of Aedes aegypti for
Mayaro vírus. Rev Scientfic Reports 2018; 10.
https://www.researchgate.net/publication/324895646

Lopes N, Linhares RE, Nozawa C, et al Caracteristicas gerais e epidemiológicas dos arbovírus no


brasil. Rev Pan-Ama Saúde 2014; 55:64.
http://revista.iec.pa.gov.br

Brasil. Ministério da saúde: casos de Mayaro no brasil [internet]. 2019 [acesso em 30 dezem.
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Souto RNP, et al Sorologia para arbovírus em população humana da região da Reserva


Extrativista do Cajari, Amapá, Brasil, 2012, 11.

28
6. ANEXOS

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Escopo e política

A Revista Brasileira de Epidemiologia tem por finalidade publicar


artigos originais e inéditos que contribuam para o avanço do
conhecimento e desenvolvimento da Epidemiologia e ciências
afins. Serão aceitas somente Revisões Sistemáticas e Metanálises.
Não serão aceitas Revisões Integrativas.

A RBE recebe manuscritos nas seguintes categorias:

• Artigos originais: com resultados inéditos de pesquisas


(máximo de 3.400 palavras);
• Artigos de revisão sistemática e metanálise: não são aceitas
revisões integrativas, máximo de 3.400 palavras;
• Artigos metodológicos e ensaios teóricos: artigos que tratem
de técnicas ou teorias utilizadas em estudos
epidemiológicos (máximo de 3.400 palavras);
• Artigos que descrevam e analisem os procedimentos
metodológicos de estudos conduzidos no Brasil: o objetivo
é apresentar como se deu a construção de estudos de base
populacional, sejam transversais, sejam de coorte,
compartilhando experiências, desafios e soluções. A
Introdução deve apresentar o contexto e sua justificativa; os
Métodos devem conter os procedimentos adotados, público
participante, medidas realizadas, desafios e soluções; os
Resultados devem contemplar os principais resultados
gerais do estudo; e a Discussão deve apresentar as suas
implicações, como o artigo se situa diante das demais
pesquisas e incluir suas fortalezas e limitações (máximo de
3.400 palavras);
• Artigos para Debate: o artigo receberá comentários e
análises de diferentes autores na forma de
consenso/dissenso. Essa modalidade ocorre a convite dos
editores (máximo de 2.000 palavras);
• Comunicações breves: relatos curtos dos resultados de
pesquisa original. Em geral são análises mais enxutas e com
breve discussão dos resultados (máximo de 1.000 palavras,
2 tabelas/figuras e até 6 referências);

29
• Cartas ao Editor: comentários de leitores sobre trabalhos
publicados na Revista Brasileira de Epidemiologia (de 500 a
700 palavras).

A contagem das palavras contempla Introdução, Métodos,


Resultados e Discussão (folha de rosto, resumo, abstract,
referências, tabelas e figuras não são incluídas nessa contagem).

Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à


Revista Brasileira de Epidemiologia, não sendo permitida sua
apresentação simultânea a outro periódico. As informações e os
conceitos presentes nos artigos, bem como a veracidade dos
conteúdos das pesquisas, são de inteira responsabilidade do(s)
autor(es).

Os artigos publicados pela RBE estão sob licença Creative


Commons do tipo BY-CC. Assim, é permitida a cópia, a adaptação,
a remixagem e a redistribuição do material em qualquer formato e
por qualquer meio, indicando claramente eventuais mudanças
realizadas. Sempre devem ser dados os créditos apropriados de
autoria e publicação, além de apresentado o link para a licença. Ao
publicarem seu artigo na RBE, os autores transferem os direitos
autorais à revista e concedem a ela o direito de primeira publicação.

Cada manuscrito é apreciado por no mínimo dois relatores,


indicados por um dos Editores Associados (EA). Será
responsabilidade do EA elaborar um relatório final conclusivo a ser
submetido ao Editor-chefe. Na primeira etapa da submissão, a
secretaria verifica se todos os critérios de normas foram atendidos.
Caso haja pendências, o autor de correspondência será comunicado.
O manuscrito é encaminhado para a apreciação dos EAs somente
após atender a todas as normas estabelecidas pela RBE.

A Revista Brasileira de Epidemiologia não cobra taxas para a


submissão de manuscritos, ou para a avaliação ou publicação de
artigos.

Aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

Todos os trabalhos submetidos à RBE devem ter seguido as


30
recomendações de ética em pesquisa da Declaração de Helsinque e
as normas constantes nas Resoluções nº 466/2012 e nº 510/2016 do
Conselho Nacional de Saúde. A aprovação por um Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) é dispensada para estudos que analisam dados
agregados e sem identificação das pessoas, tais como aqueles
disponíveis em bancos de dados de domínio público. Nenhuma
instância é superior ao CEP para analisar a natureza das propostas
de investigação, seguindo a orientação da Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa, Conselho Nacional de Saúde, Ministério da
Saúde (CONEP/CNS/MS). O CEP que aprova a investigação deve
ser registrado na CONEP.

É obrigatório o envio da cópia do parecer do CEP no ato da


submissão.

Ensaios clínicos

A RBE apoia as políticas da Organização Mundial da Saúde (OMS)


e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE)
para registro de ensaios clínicos, reconhecendo a importância
dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de
informação em acesso aberto. Por essa razão, são aceitos para
publicação somente os artigos de pesquisa clínicas que tenham
recebido um número de identificação em um dos dos registros de
ensaios clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e
ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. O
número de identificação/aprovação deverá ser registrado na Folha
de rosto.

As entidades que registram ensaios clínicos segundo os critérios do


ICMJE são:

• Australian New Zealand Clinical Trials Registry


(ANZCTR);
• ClinicalTrials.gov;
• International Standard Randomised Controlled Trial
Number (ISRCTN);
• Nederlands Trial Register (NTR);
• UMIN Clinical Trials Registry (UMIN-CTR);
• WHO International Clinical Trials Registry Platform
(ICTRP).

31
Autoria

Para a definição de autoria dos artigos, a RBE acompanha as


Recomendações para Elaboração, Redação, Edição e Publicação de
Trabalhos Acadêmicos em Periódicos Médicos, elaboradas pelo
International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE). Os
autores devem seguir as diretrizes disponíveis em
http://www.icmje.org/, traduzidas para o português no artigo de
Duarte e Pansani (2015), disponível em
https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300025.

Conflito de interesses

Todos os autores devem manifestar a existência ou a ausência de


conflitos de interesses na realização do estudo. Os conflitos de
interesses podem ocorrer quando algum autor ou instituição tem
relações de qualquer natureza com organizações ou indivíduos que
podem influenciar o estudo em questão. Exemplos de conflitos de
interesses incluem vinculação de emprego, prestação de serviços de
consultoria, financiamento ou outro auxílio financeiro recebido,
participação acionária em empresas, posse de patentes e
homenagens recebidas. Caso não haja conflito de interesses, os
autores devem declarar: “Os autores informam a inexistência de
qualquer tipo de conflito de interesses”.
A informação sobre conflitos de interesses deve ser incluída na
folha de rosto.

Declarações

Todos os autores deverão concordar e assinar a declaração de


conflito de interesses, a declaração de direitos autorais e a
declaração de exclusividade.
Não é necessário o envio das declarações na submissão do
manuscrito. Os documentos serão solicitados pela secretaria da
RBE apenas após a aprovação do manuscrito.

32
Material suplementar

Materiais adicionais que contribuam para melhor compreensão do


artigo podem ser submetidos pelos autores. Esses arquivos ficarão
disponíveis online e devem ser mencionados no corpo do texto. No
entanto, esse material não será incorporado na diagramação do
artigo e será publicado na forma em que for recebido. Caso o
manuscrito seja aprovado para publicação, os documentos
suplementares não passarão por revisão, padronização,
diagramação ou tradução. Cada arquivo suplementar deve ser
acompanhado de título que o descreva. Os autores devem transferir
os arquivos em PDF, com a opção Arquivo Complementar para
Avaliação (Supplemental File for Review). O conteúdo desses
arquivos não deve ser inserido no final do manuscrito. Todos
devem ser suficientemente claros para permitir sua reprodução e as
imagens devem ser fornecidas em alta resolução.

Apresentação do manuscrito

Os manuscritos são aceitos em português, espanhol ou inglês. Os


artigos em português e espanhol devem ser acompanhados do
resumo no idioma original do texto, além de abstract em inglês. Os
artigos em inglês devem ser acompanhados do abstract no idioma
original do artigo, além de resumo em português.

Os manuscritos devem ser apresentados obrigatoriamente com a


seguinte estrutura, em arquivo único:

- Folha de rosto

A folha de rosto deve conter:

• título do manuscrito em português e inglês (máximo de 25


palavras cada título);
• título resumido (máximo de 10 palavras);
• dados dos autores (nomes completos, e-mails, números
ORCID, entidades institucionais de vínculo profissional
com cidades, estados e países — titulação e cargo não
devem ser descritos);
• indicação do autor para correspondência, com seu endereço
completo e e-mail;

33
• agradecimentos (máximo de 70 palavras);
• informação quanto à existência ou ausência de conflitos de
interesses;
• fonte de financiamento, informando se público ou privado;
se não houver, mencionar que o estudo não contou com
financiamento;
• número de identificação/aprovação do CEP;
• colaboração individual de cada autor na elaboração do
manuscrito.

Nas páginas que seguem, iniciando sempre em nova página, as


seguintes seções devem ser apresentadas:

- Destaques

Os principais resultados e inovações do estudo devem ser


apresentados em três a quatro pontos (bullets). Podem ser usados o
máximo de 15 palavras, por ponto. Os destaques devem ater-se aos
resultados do estudo, priorizando os achados mais relevantes e/ou
originais. Recomenda-se que o primeiro ponto seja destinado a
destacar, se houver, algum aspecto metodológico inovador. Não
inclua nesses bullets qualquer aspecto advindo das seções de
Introdução e/ou Discussão. Seja objetivo, privilegie os principais
pontos do artigo. O resumo e o artigo trarão maiores informações
sobre o conjunto de resultados. O envio dos “Destaques” deve
ocorrer somente nos artigos originais e de revisão/metanálise.

- Resumo e abstract

Os resumos devem ter, no máximo, 250 palavras e devem ser


apresentados na forma estruturada, contemplando as seções:
Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões. As mesmas regras
aplicam-se ao abstract.

Os autores deverão apresentar no mínimo quatro e no máximo seis


palavras-chave no idioma em que o manuscrito foi apresentado e
em inglês. Caso o idioma seja o inglês, as palavras-chave também
devem ser enviadas em português. Esses descritores devem estar
padronizados conforme os Descritores em Ciências da Saúde

34
(DeCS) (disponíveis em http://decs.bvs.br/).

- Introdução
- Métodos
- Resultados
- Discussão

Recomenda-se que o(s) último(s) parágrafo(s) da Discussão seja(m)


destinado(s) às conclusões e recomendações.

- Referências

Devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a


primeira menção no texto e utilizando-se algarismos arábicos
sobrescritos. A listagem final deve seguir a ordem numérica do
texto, ignorando a ordem alfabética dos autores. Não devem ser
abreviados títulos de livros, editoras ou outros. Os títulos de
periódicos seguirão as abreviaturas do Index Medicus/Medline.
Devem constar os nomes dos seis primeiros autores, seguidos da
expressão et al. quando ultrapassarem esse número. Sempre que
disponível, o digital object identifier (DOI) deve ser informado ao
final da referência, conforme exemplo a seguir. Comunicações
pessoais, trabalhos inéditos ou em andamento poderão ser citados
quando absolutamente necessários, mas não devem ser incluídos na
lista de referências, sendo apresentados somente no corpo do texto
ou em nota de rodapé. Quando um artigo estiver em vias de
publicação, deverão ser indicados o título do periódico, o ano e
outros dados disponíveis, seguidos da expressão, entre parênteses,
“No prelo” ou “In press”. A exatidão das referências é de
responsabilidade dos autores.

EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS

Artigo de periódico
Vieira LS, Gomes AP, Bierhals IO, Farías-Antunez S, Ribeiro CG,
Miranda VIA, et al. Quedas em idosos no Sul do Brasil:
prevalência e determinantes. Rev Saúde Pública 2018; 52: 22.
https://doi.org/10.11606/s518-8787.2018052000103

Barros AJ, Victora CG. Measuring coverage in MNCH:


determining and interpreting inequalities in coverage of maternal,
newborn, and child health interventions. PLoS Med 2013; 10:
35
e1001390. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1001390

Livros e outras monografias


Kirkwood BR, Sterne JAC. Essentials of medical statistics. 2ª ed.
Malden: Blackwell Science; 2003.

Capítulo de livro
Laurenti R. Medida das doenças. In: Forattini OP, ed. Ecologia,
epidemiologia e sociedade. São Paulo: Artes Médicas; 1992. p.
369-98.

Dissertação
Terlan RJ. Prevalência de não realização de citopatológico de colo
de útero entre gestantes no município de Rio Grande, RS
[dissertação de mestrado]. Rio Grande: Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Rio Grande (FURG); 2015.

Tese
Barros S. Efeito da respiração lenta na pressão arterial e na função
autonômica em hipertensos [tese de doutorado]. São Paulo:
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); 2017.

Trabalho de congresso ou similar (publicado)


Jacobina AT. A emergência do movimento da reforma sanitária
brasileira e sua relação com os partidos políticos. In: Anais do
Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva; 2018 jul 26-29; Rio de
Janeiro, Brasil. Rio de Janeiro: ABRASCO; 2018. Disponível em:
https://proceedings.science/saude-coletiva-2018/papers/a-
emergencia-do-movimento-da-reforma-sanitaria-brasileira-e-sua-
relacao-com-os-partidos-politicos

Relatório da Organização Mundial da Saúde


World Health Organization. Global status report on non-
communicable diseases 2010. Genebra: World Health
Organization; 2011.

Documentos eletrônicos
Brasil. Indicadores e dados básicos: IDB Brasil [Internet]. 2010
[acessado em 7 mar. 2019]. Disponível em:
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2010/matriz.htm#mort

36
Figuras e tabelas

As tabelas e figuras (gráficos, mapas e desenhos) deverão ser


inseridas no final do manuscrito, não sendo permitido o envio em
arquivos separados. Os títulos devem ser fornecidos no idioma em
que o artigo foi apresentado. Deve haver quebra de página entre
cada uma delas, respeitando o número máximo de cinco páginas
dedicadas a tabelas e figuras. Não formatar tabelas usando a tecla
TAB; utilizar a ferramenta de tabelas do programa de editor de
texto.
As ilustrações podem ter, no máximo, 15 cm de largura na
orientação Retrato e 24 cm de largura na orientação Paisagem e ser
apresentadas dentro da margem solicitada (configuração nomeada
pelo Word como “Normal”). São aceitas figuras coloridas. As fotos
devem ser fornecidas em alta resolução; os gráficos, em formato
editável; e as tabelas, equações, quadros e fluxogramas devem ser
enviados sempre em arquivo editável (Word ou Excel), nunca em
imagem.

Todo o conteúdo do artigo (folha de rosto, resumo, abstract,


introdução, método, resultados, discussão, referências
bibliográficas e ilustrações) deve ser apresentado em fonte Times
New Roman, tamanho 12 e espaço entrelinhas duplo. Não utilizar
quebras de linha. Não utilizar hifenizações manuais forçadas.

O arquivo final completo (folha de rosto, seções, referências e


ilustrações) deve ser submetido somente no formato DOC
(Microsoft Word).

Quando abreviaturas forem citadas pela primeira vez no texto,


devem acompanhar o termo por extenso. Não devem ser utilizadas
abreviaturas no título e no resumo.

Envio de manuscritos

Os manuscritos são submetidos online, através da plataforma SciELO


(https://mc04.manuscriptcentral.com/rbepid-scielo).

Não há taxa para submissão e avaliação de artigos.

37
7. APÊNDICES

38

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