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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................4
1.1. Objetivo....................................................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO................................................................................................5
2.1. Perda de Carga Localizada..................................................................................................5
2.2. Perda de carga distribuída..................................................................................................6
2.2.1. Fator de atrito (f).............................................................................................................7
3. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL....................................................................................8
3.1. Materiais Utilizados...............................................................................................................8
3.2. Descrição do Experimento..................................................................................................9
4. RESULTADOS..............................................................................................................................10
5. CONCLUSÃO................................................................................................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................14
1. INTRODUÇÃO

1.1. Objetivo

Este trabalho aborda uma análise sobre perdas de cargas em um sistema


hidráulico. Em laboratório foi realizado a prática de medição da diferença de pressão
a partir de um sistema hidráulico composto. Através do experimento que consiste em
medir a diferença de pressão com a variação da quantidade de fluido que escoa pelo
sistema. Objetivando calcular a perda de carga do sistema como um todo e de suas
particularidades, como por exemplo, um cotovelo de 90° ou uma válvula de retenção
de esfera.

2.DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

A perda de carga é a energia por unidade de peso do fluido dissipada em


forma de calor. Podemos dizer que ela é uma restrição à passagem do fluxo do
fluido dentro da tubulação, e esta resistência influenciará diretamente na altura
manométrica de uma bomba (H) e sua vazão volumétrica (Q).

Esta perda ocorre devido ao desvio de um fluido pela mudança da direção do


escoamento, chamada perda localizada, e devido ao atrito do líquido com a parede
do tubo, chamada perda distribuída, o que causa uma queda de pressão ao longo do
escoamento. A soma das duas nos dá o valor da perda de carga total:

∆ H T =∆ hDIST + ∆ h LOC (1)

2.1. Perda de Carga Localizada

Este tipo de perda de carga é causado pelos acessórios de canalização, isto


é, as diversas peças necessárias para a montagem da tubulação e para o controle
do fluxo do escoamento. Estes componentes, em função da sua geometria, alteram
o escoamento normal do fluido causando perdas de carga, provocando variação
brusca da velocidade, em módulo ou direção, intensificando a perda de energia nos
pontos em que se encontram instalados.
Para expressar, matematicamente, temos que:

V2
∆ hLOC =K L × (2)
2g

Onde o coeficiente de perda ou coeficiente de resistência (KL), é um valor


determinado experimentalmente pelo fabricante dos componentes, a velocidade (V)
corresponde à velocidade do escoamento e a gravidade corresponde à letra g.

Considerando a equação da continuidade:

Q=V × A (3)

Onde Q é a vazão volumétrica, A área da secção transversal e V é a velocidade


média do escoamento, determinada por:

4Q
V= (4)
π D2
E substituindo (4) em (2) tem-se a perda localizada em função da vazão:

16
∆ hloc=K L 2 4
Q2
π D 2g (5)

Considerando:

8
K i=
π D4 g
2
(6)

Kl ¿ KL× Ki (7)

Temos então:

∆ hloc=K l ×Q2 (8)

2.2. Perda de carga distribuída

As perdas de carga distribuídas ocorrem em função do efeito viscoso do fluido


em escoamento e dependem de fatores como a velocidade do escoamento, a
geometria da tubulação, a rugosidade da tubulação e das propriedades de
viscosidade e massa específica do fluido. Algebricamente, é possível contabilizar as
perdas de cargas normais utilizando a equação de Darcy-Weisbach:

L V2
∆ H D=f (9)
D 2g

Tal expressão deve vir em combinação com o ábaco de Moody.

2.2.1. Fator de atrito (f)

O fator de atrito (f), também é algumas vezes conhecido como “Coeficiente de


Perda de Carga Distribuída”. O fator de atrito é um coeficiente que depende do
número de Reynolds e é determinado de acordo com o regime de escoamento do
fluido (laminar ou turbulento).

Para o escoamento laminar (Re<2000) temos que:

64
f= ℜ (10)

Sendo:

VD
ℜ= (11)
v
Onde V é a velocidade média do escoamento, D é o diâmetro de tubo e v é a
viscosidade cinemática do fluido.

Quando se trata de escoamento em regime turbulento (Re>4000) a


determinação do valor de f depende do Reynolds e também da rugosidade relativa
(ε/D ou k/D) que é a razão entre a altura média da rugosidade superficial do tubo e o
diâmetro do tubo.
Experimentalmente, sabendo que:

∆H
J= (12)
L

Podemos calcular o fator de atrito também por:

J
f=
8Q²
(13)
π 2 D5 g
3. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL

3.1. Materiais Utilizados

A banca de laboratório utilizada para esta prática era composta, basicamente


pelos itens abaixo:

1) Registros direcionadores de fluido;


2) Válvula do tipo gaveta de acesso ao reservatório;
3) Bomba centrífuga (Bomba 1);
4) Motor elétrico para acionamento da bomba
5) Chave de seleção da rotação da bomba;
6) Disjuntor de energização;
7) Botão de partida;
8) Válvula do tipo gaveta para alimentação;
9) Registro de controle de vazão;
10) Tubulação retilínea em ferro fundido;
11) Válvula do tipo esfera;
12) Manômetro diferencial com mercúrio;
13) Registro de saída da tubulação de cotovelos;
14) Tubulação de cotovelos (44 cotovelos de 90°);
15) Medidor de vazão (Rotâmetro);
16) Registro de distribuição de fluido nas tubulações;
17) Registros do ponto de leitura da pressão pelo manômetro diferencial.
18) Registro do manômetro diferencial;

3.2. Descrição do Experimento

O início da prática se deu através da determinação do coeficiente de perda


para o registro de esfera. Assim, fechou-se os registros instalados à saída do
rotâmetro nomeadas por RE-1, RMF-2, RD-3, RB-5, RG-16 e o RD-14 e manteve-se
aberto os registros RG-4, RG-15, RG-17 e RG-18.
Posteriormente abriu-se os registros de conexão do RE-1 e manteve todos os
outros fechados. Então foi possível acionar a bomba e abrir lentamente o RD-14,
variando a vazão. Ao variar lentamente a vazão, obteve-se a leitura do rotâmetro em
[m³/h] e do manômetro diferenciam em [mmHg].

Com posse das leituras realizou-se então o desenvolvimento matemático


expresso pela equação:

Δh
K 1=
Q2 (14)

Assim foi possível então obter uma equação para o registro de esfera com
relação à variação da vazão, bem como um gráfico que represente visualmente a
variação da perda.

Para a determinação do coeficiente de perda em tubos retos, realizou-se o


processo semelhante ao citado para registro em esfera. Com isso, iniciou-se o
processo de determinação fechando os registros instalados na saída do rotâmetro e
mantendo os registros RE-1, RG-15, RG-17 e RG-18 . Logo em seguida, abriu-se os
registros da entrada do tubo e da saída com o manômetro, e permaneceu fechado
todos os demais registros. Acionou-se a bomba e abriu-se lentamente o RD-14.
Assim, obteve-se a leitura do rotâmetro em [m³/h] e do manômetro em [mmHg].

Em posse dos dados necessários, realizou-se o desenvolvimento matemático


necessário para encontrar o valor da perda unitária (J) através da equação (12)
citada no desenvolvimento teórico.

Através dos valores calculados, então iniciou-se os cálculos para encontrar o


f correspondente a cada variação de vazão.Obteve-se também o valor de f através do
ábaco de Moody, para posterior comparação.

4. RESULTADOS

Utilizando os dados experimentais e o auxílio do programa Microsoft Office


Excel, os resultados foram obtidos através das equações citadas que regem a
prática de perda de carga.

4.1 Tabelas Obtidas


1º TESTE: REGISTRO ESFERA
∆H
K l= 2 
∆ H cot Expressão
Q Q ΔH ΔH Q
( ∑
Q2 )  DA DR DP DMA correta
Kl
mmH mcH2O /
m³/h m³/s mcH2O mcH2On / (m³/s)² % mcH2O / (m³/s)²
g (m³/s)²
13,12 3,64E-03 77 1,047 79021,25 0,86 9,36E-06 0,00094

11,50 3,19E-03 60 0,816 80187,89 0,87 9,50E-06 0,00095

9,40 2,61E-03 41 0,557 81766,27 0,89 9,69E-06 0,00097

7,90 2,19E-03 28 0,381 79439,54 91870,22863 0,86 9,41E-06 0,00094 1 86913,96041 + 1

5,05 1,40E-03 18 0,245 125000,00 1,36 1,48E-05 0,00148

3,87 1,08E-03 8 0,109 94321,25 1,03 1,12E-05 0,00112

1,84 5,11E-04 2 0,027 103355,39 1,13 1,22E-05 0,00122


EQUAÇÃO DEH=f(Q) PARA O REGISTRO ESFERA:
VALOR DE K DO REGISTRO ESFERA: 1,8650
y = 67207x2 + 40,762x + 0,0007
Tabela 01: Valores Obtidos e Calculados para o Registro Esfera;

Tabela 02: Valores Obtidos e Calculados para o Tubo Retilíneo;

2º TESTE: TUBO RETILÍNEO


Erro cometido para
Valores obtidos no experimento Valores obtidos pelo Ábaco de Moody cada valor de “f” em
relação ao ábaco
∆H  
J= J Vd e
Q Q ΔH ΔH Lf = Q V Re = f DA DR DP
8 v d

π ² D5 g
mm
m³/h m³/s mcH2O m/m   m³/s m/s         %
Hg
13,12 3,64E-03 39 0,530 2,41E-01 0,014 0,0036 3,4830 158912,7 6,500E-02 -1,57E-03 -0,02 2,36
12,02 3,34E-03 32 0,435 1,98E-01 0,014 0,0033 3,1910 1,456E+05 6,500E-02 -1,57E-03 -0,02 2,36
10,73 2,98E-03 26 0,353 1,60E-01 0,014 0,0030 2,8485 1,300E+05 0,0411 6,500E-02 -1,57E-03 -0,02 2,36
9,30 2,58E-03 20 0,272 1,24E-01 0,015 0,0026 2,4689 1,126E+05 6,500E-02 -1,57E-03 -0,02 2,36
8,05 2,24E-03 14 0,190 8,64E-02 0,014 0,0022 2,1371 9,750E+04 6,600E-02 -5,71E-04 -0,01 0,86
6,50 1,81E-03 9 0,122 5,55E-02 0,013 0,0018 1,7256 7,873E+04 6,800E-02 1,43E-03 0,02 2,15
3,40 9,44E-04 3 0,041 1,86E-02 0,016 0,0009 0,9026 4,118E+04 7,200E-02 5,43E-03 0,08 8,15
4.2 Gráficos Obtidos

Gráfico 01: Relação Entre a Perda de Carga Medida e Vazão Medida Para o
Registro de Esfera;
ΔH x Q
1.200
1.000 f(x) = 67206.73 x² + 40.76 x + 0
0.800 R² = 0.99

0.600
ΔH

Polynomial ()
0.400
0.200
0.000
0.00E+00 1.00E-03 2.00E-03 3.00E-03 4.00E-03
Q (m³/s)

4.3 Análise dos Resultados

Foram realizados 07 (sete) medidas de vazão em m³/h e de perda de carga


em mmHg, foi necessário converter os valores de vazão e perda de carga em m³/s e
mcH2O, respectivamente, uma vez que as fórmulas utilizadas para esse experimento
exigem valores dados nessas unidades.
O escoamento em uma tubulação pode exigir a passagem do fluido através
de uma variedadede acessórios, curvas ou mudanças de área. Ao passar por estes
dispositivos, perdas de cargaadicionais, chamadas de perdas de carga localizadas,
são encontradas, sobretudocomo resultado da separação do escoamento. Essas
perdas variam de dispositivo para dispositivo e, devido à complexidade do
escoamento no interior destes, esta perda de carga adicionalnormalmente é
determinada experimentalmente, como no nosso caso.
Foi calculado a média dessas perdas de cargas localizadas para que fosse
possível encontrar o desvio absoluto e, assim, calcularmos o desvio relativo, o
desvio percentual e o desvio médio absoluto tendo os resultados desses desvios
como satisfatório, pois os valores estão em uma faixa considerada baixa em
comparação com o valor gerado pela carga localizada.
O valor de K encontrado experimentalmente se aproxima consideravelmente
do fornecido pelo fornecedor, onde K=1,5. Essa pequena diferença pode ser
justificada através dos erros experimentais, erros de leitura, no entanto pode-se
considerar que houve validação do coeficiente.
A curva do gráfico apresenta a relação entre a perda de carga dada em metro
de coluna de água e a vazão dada em m³/s.
Para análise do valor de K, o mesmo é obtido diretamente do gráfico, pois o
gráfico plota a melhor curva que se ajusta aos dados já calculados, demonstrando
que o valor de K realmente é uma constante.
Para o teste do tubo retilíneo, definimos o fator de atrito para cada vazão e
perda de carga medida experimentalmente. Após, definimos o fator de atrito obtido
pelo Ábaco de Moody (gráfico que relaciona o número de Reynolds, rugosidade
relativa e o fator de atrito). A diferença entre esses fatores de atrito provavelmente
foi causado por erros humanos (como interpretação da medição da vazão e perda
de carga).
5. CONCLUSÃO

A análise de perda de carga em sistemas hidráulicos apresenta extrema


importância para implantação destes circuitos, pois as perdas resultam em
problemas na instalação, como por exemplo, não transportar carga suficiente para
atender a instalação.
Em circuitos hidráulicos existem diversos acessórios que causam perdas
consideráveis de carga. Para os acessórios analisados, pode-se concluir que os
tubos retilíneos apresentam menor coeficiente de perda, gerando assim menor
interferência nas instalações hidráulicas, quando comparado ao registro de esfera
por exemplo.
Ao analisar o coeficiente fornecido pelo fornecedor com o encontrado
experimentalmente, pode-se concluir que a diferença numérica é resultado de erros
experimentais, causados pelo homem, erros gerados durante a realização da prática
como por exemplo erros de paralaxe, ou até mesmo, inadequada abertura da válvula
proporcionando vazão mais rápida do que deveria.

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