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Capítulo 9

1. Para Jevons, a magnitude total da sensação de prazer ou dor depende de

algumas variáveis. Quais são? Explique cada uma delas e o modo como

afetam essa sensação.

Jevons analisa as sete dimensões responsáveis pela grandeza do prazer,

no capítulo II da Teoria, intitulado “A Teoria do Prazer e do Sofrimento”.

Quatro delas são distinguidas pelos indivíduos: intensidade, duração,

certeza e proximidade. Três servem ao investigador para avaliar a

satisfação total repercutida de um ato: fecundidade, pureza e amplitude,

respectivamente, a chance de um sentimento (prazer ou dor) levar a outro

sentimento do mesmo tipo, a chance de não ser seguido por sentimento

contrário e o número de pessoas afetadas por ele.Dentro do primeiro

grupo, o das dimensões que afetam diretamente a ação do indivíduo, para

Jevons, e também para Bentham, intensidade e duração são as

dimensões mais relevantes na avaliação do prazer. Jevons considera que

somente as dimensões identificadas nesse grupo são relevantes para a

Economia, as outras dimensões revestem-se de importância apenas para

a investigação ética.

2) Comente a relação de Jevons com o hedonismo de J. Bentham.

Jevons emprestou de Bentham pontos importantes referentes ao hedonismo para


o

desenvolvimento da teoria da utilidade. Entre os mais relevantes está a ideia geral do cálculo

do prazer e da dor. Entre as considerações feitas por Jevons que já constavam em Bentham

destacam-se duas em particular, a discussão do prazer no consumo de um bem particular e a


essência da ideia de utilidade marginal. Estes dois pontos, no entanto, representam
parte

pequena da obra de Jevons.

3) É correto afirmar que, para Jevons, a utilidade representa uma qualidade intrínseca
dos

bens? Por quê?

No capítulo 3 de Teoria da economia política, Jevons descreve que o “grau de utilidade” de

uma mercadoria é função somente da quantidade dessa mercadoria ou a utilidade


de

diferentes pessoas não pode ser comparada.

4) Represente graficamente, à maneira de Jevons, a utilidade total e o grau final de utilidade.

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5) Na teoria de Jevons, como é feita a distribuição ótima de um bem passível


de usos

diferentes? Demonstre o resultado.

Na discussão de Jevons sobre a alocação de uma mercadoria capaz de diferentes usos, o autor

conclui que, na alocação ótima, igualam-se os graus finais de utilidade em cada uso.

6) Na teoria da troca simples, Jevons conclui que “a proporção da troca de quaisquer bens será

a proporção inversa dos graus de utilidade dos bens que estão disponíveis para
consumo

depois da realização das trocas”. Como Jevons demonstra esse resultado?


O indivíduo A troca a parte x de suas a unidades iniciais de trigo por y unidades
de carne

pertencentes a B, que possui um estoque inicial total de b. Após o intercâmbio, A possuirá a-x

unidades de trigo e y de carne. B possuirá x de trigo e b-y de carne. Para o indivíduo A, seus

“graus finais de utilidade” são φ1 de trigo e Ψ1 de carne, φ2 e Ψ2 para B.

- a A
e por

1 1

-y)dy para a pessoa B. Dividindo as duas expressões, Jevons


apresenta a sua

2 2

- -y)=dy/dx. Pela lei da


indiferença

1 1 2 2

dy/dx=y/x.

A “lei da indiferença” assevera existir um único preço no mercado. Pela “lei da indiferença”, no

mesmo mercado toda porção de um bem homogêneo é trocada na


mesma taxa, isto é,

qualquer porção do bem é usada indiferentemente no lugar de outra porção


do mesmo

montante. Existe, portanto, um único preço no mercado.

7) Observe a figura abaixo, idêntica à que Jevons apresenta em seu livro:

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Usando a terminologia de Jevons, explique o que está representado em cada eixo x e y,
o

significado de cada “canaleta” vertical, por que as duas primeiras têm a base superior aberta e

a lei de consumo subjacente ao gráfico.

O eixo 0x representa quantidades de um bem consumido, divididas em dez partes iguais que

representam idênticos acréscimos do bem a serem consumidos. O eixo 0y


representa a

intensidade do prazer produzido pelo consumo. Cada retângulo (canaleta vertical) representa

a utilidade do acréscimo do bem consumido. Cada nova porção contribui para um acréscimo

de utilidade cada vez menor.

As porções I e II têm uma utilidade indefinida, pois são porções indispensáveis à vida (podemos

falar em utilidade infinitamente grande), por isso desenha-se, nos dois casos, a base superior

sem limite (aberta).

8) Como Marshall conceitua a Economia e qual o conceito de riqueza desenvolvido por ele?

Para o autor, a Economia é o estudo dos homens nos assuntos ordinários da vida. Examina a

ação no que diz respeito à obtenção de bens materiais. Como vivem, agem e pensam e quais

os motivos que afetam a conduta comercial. Ela deve se preocupar com os


motivos que

impelem os homens no comércio e lidar com fatos que podem ser observados
e com

quantidades que podem ser medidas e registradas. Só interessam à Economia ações que são

resultados de um cálculo deliberado do esforço despendido e do resultado por ele


obtido,

onde os pesos de cada parte são atribuídos em dinheiro.


“Ela é, portanto, uma ciência ao mesmo tempo pura e aplicada, mais do que uma ciência e

uma arte. E é melhor, para designá-la, servir-se da expressão lata de “Economia”, do que da

mais restrita “Economia Política”, escreve.

O conceito de riqueza desenvolvido por Marshall é tratado no Livro Segundo dos Princípios de

Economia. O autor define riqueza como “conjunto de bens econômicos externos


a uma

entidade que lhe pertencem e não a qualquer outra e são susceptíveis de


avaliação em

dinheiro, embora considere tolerável que se fale ocasionalmente em riqueza da pessoa como

incluindo a sua própria, não externa, capacidade produtiva” (definição disponível


em

http://www.infocontab.com.pt/download/revinfocontab/2006/02/GRUDIS.pdf,
uma vez que

não encontrei no livro)

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9) Como Marshall justifica o emprego da hipótese metodológica do Ceteris Paribus na análise

econômica?

Marshall utiliza a ideia de Ceteris Paribus com o intuito de começar analisando um mercado

em particular sob o suposto de que variáveis afetadas pela ação de outros mercados não se

alteram. Depois, pelo método de composição, acrescentam-se mais elementos à análise com o

objetivo de elucidar problemas maiores. De acordo com o autor, ao proceder assim, ele não

faz mais do que empregar o procedimento rotineiro de análise dos homens práticos. Segundo

descreve ele:
“As forças a serem encaradas [na análise econômica] são tão numerosas que o melhor é tomar

poucas de cada vez e elaborar um certo número de soluções parciais como auxiliares de nosso

estudo principal. Começamos assim por isolar as relações primárias de oferta, procura e preço

em relação a uma mercadoria particular. Reduzimos as outras forças à inércia com


a frase

“todos os outros fatores sendo iguais”: não supomos que sejam inertes, mas por enquanto

ignoramos sua atividade. Esse expediente científico é bem mais velho do que a ciência: é o

método pelo qual, conscientemente ou não, homens sensatos trataram desde


tempos

imemoriais cada problema difícil da vida ordinária”

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CAPÍTULO 9 –QUESTÕES 10 A 17

10- Identifique as principais filiações intelectuais de Marshall em filosofia e teoria

econômica.

Economicamente, Marshall nutre suas ideias do mercantilista W. Petty e do economista

clássico J.S. Mill, do alemão Von Thunnen, e do francês Cournot. Também deve-se atribuir

importância de do evolucionismo de Darwin em sua obra, além de uma atração inicial pelo

historicismo alemão de Roscher.Até Marx, F. Lassale e outros socialistas eram lidos por ele em

sua fase mais madura, apesar de nunca aderir ao arcabouço socialista.Tendo a economia como

opção prioritária, Marshall não abandonou o interesse por Filosofia, especialmente pelos

filósofos alemães Hegel e Kant, apesar de, com o tempo se afastar dos aspectos mais

metafísicos desses sistemas filosóficos. Além disso, aproveitava o descanso de sua profissão

de professor para ler literatura alemã, especialmente Goethe, e Herbert Spencer. Em suma,

herdou todo o conhecimento de economistas e pensadores do século XVIII e XIX dentro e fora
da Inglaterra.

11- Marshall acredita que no estudo de questões econômicas deve-se separar

metodologicamente análise de exposição de ideias. Em que aspecto a matemática teria um

maior papel? O que para ele é importante em teoria: a abstração ou a solução de problemas

econômicos concretos?

Marshall considerava que o uso da matemática na economia deveria ser feita de uma forma

convincente e equilibrada. Embora ela fosse o principal instrumento analítico e metodológico,

era contra seu uso abusivo. Para ele, trata-se de um método valido de análise, mas não de

exposição de ideias.

“Um bom teorema matemático relativo a hipóteses econômicas é altamente improvável de ser

boa economia.”

Para Marshall, a matemática deve expressar de modo preciso os métodos de análise e

raciocínio que as pessoas comuns adotam, mais ou menos inconscientemente, nos negócios

do dia-a-dia.

12- Descreva o ambiente inglês em que Marshall se formou e seus ideais sociais e humanos.

Marshall está inserido em uma influência de ideias vindas da era Vitoriana, histórica e

culturalmente falando, o que reúne neles valores éticos do protestantismo e da Igreja

Anglicana, aliados ao espírito vitoriano típico com sua crença no papel civilizatório do vasto

império britânico. Sua preocupação social deve-se, em parte, a influência de Henry Sidgwick e

seu círculo intelectual em Cambridge. Essa sensibilidade também deve-se creditar as

influências de escritos filosóficos de Mill e Herbert Spencer, bem como aspectos do


utilitarismo de J. Bentham.

13- Liste as principais contribuições de Marshall em análise econômica.

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A grande contribuição de Marshall foi introdução da análise do equilíbrio parcial estático

(ceteris paribus). Marshall apresenta também uma contribuição importante também pela

articulação de conceitos já propostos por outros autores agora dentro de uma roupagem

analítica mais completa, casos da ideia de elasticidade da procura, noção de margem e

substituição, e teoria da utilidade e produção, além do conceito de excedente do consumidor.

14- De que forma Marshall acreditou ter reconciliado a teoria do valor clássico com o

marginalismo? Comente a analogia da tesoura utilizada por ele

Uma ideia fundamental dos Princípios reside na reformulação da teoria clássica do valor com o

uso do marginalismo e das noções de curto e longo prazo. O marginalismo de Marshall foi

herança de Von Thunen e não de Jevons, e o uso do fator tempo é ideia original de Marshall.

15- Marshall aderiu totalmente a teoria do salário determinado pelo valor da produtividade

marginal? Se não, comente mais sobre a interpretação marshaliana da questão dos salários.

Para ele, essa teoria não explica tudo, não era útil para entender a questão da pobreza. Em

troca, ele propoe a teoria do exercito de desempregados como uma das causa principais dos

baixos salarios. A teoria da produtividade é falha porque o preço do trabalho depende do

preço do produto , caindo numa circularidade: no longo praz, o proprio salario é determinante

do preço do produto. Para ele , é mehlor entender os salarios a partir do papel da concorrencia
e do exercito de desempregados. Nem o instrumental de oferta e demanda é eficaz, pois no

mercado de trabalho o poder esta com o patrão.

16- Por que Marshall não aceita a ideia do homu economicus?

Marshall não aceita a ideia do homu economicus simplesmente porque, para ele, esse

indivíduo é insuficiente no sentido de não levar em conta o papel da ética na análise

econômica.

17- Explique o significado da expressão natura non facit saltum no contexto das ideias de

Marshall.

Essa expressão aparece no prefácio da oitava e última edição da obra mais importante do

autor, Princípios de Economia, onde Marshall diz que a indústria e o comércio seria a

continuação dessa obra, que a natureza não dá saltos (natura non facit saltum), e que a Meca

da economia está na biologia. Basicamente, Marshall, com essa expressão busca dizer que a

Ciência econômica vinha se desenvolvendo naturalmente, e que suas ideias seriam apenas

mais um passo nessa sua evolução.

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18} Porque para Marshall a Economia é uma ciência mais quantitativa do que as demais

ciências sociais? De que modo o teórico poderia medir a força dos motivos que comandam

as ações dos agentes econômicos?

Devido ao maior poder de mensurar a tendência de ação humana.


Pelo dinheiro, através da remuneração pecuniária, força dos motivos que impele o homem à

atividade econômica.

19) Se os indivíduos são diferentes entre si, então como fica a resposta da questão anterior?

Uma mesma quantia de dinheiro representará “uma intensidade de força” diferente para cada

indivíduo, mas ao se analisar um grupo grande de indivíduos, uma quantia específica de

dinheiro para este grupo, tenderá a representar uma força de intensidade semelhante a que a

mesma quantia representaria a outros grupos de mesmo tamanho.

20) Explique o conceito de normal em Marshall.

Normal é o que se espera sob certas condições. O caso normal ocorre quando predominam

certas tendências mais ou menos firmes e persistentes sobre outras excepcionais e

intermitentes. Assim a ação econômica normal é a que se pode esperar no longo prazo.

21) Explique o conceito de preço de demanda em Marshal.

O preço de demanda, é o qual certa quantidade de bens encontra compradores dentro de um

determinado tempo.

22)

23)O que é o preço normal de oferta na definição de Marshall?

Preço normal de oferta é aquele determinado pelas despesas normais de produção, as quais já

incluem o ganho bruto da direção do negócio.


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25)Marshal tenta reconciliar a teoria do valor clássica com a teoria do valor apregoada pelos

subjetivistas. Demonstre graficamente como o valor é determinado na teoria dele. Para

tanto pede-se que sejam observados alguns pontos: desenhar dois gráficos, uma para o

curto prazo e outro para o longo prazo. Para cada um deles desenhar curvas de preço de

oferta e de preço de demanda, explicando o significado de cada curva e o porque de seus

formatos e inclinações. Mostrar porque a oferta ou a demanda não pode determinar,

simultaneamente em ambas as situações de curto e longo prazo, por sim mesmas o valor do

preço de equilíbrio.

Considerando bens normais, a inclinação negativa da curva de demanda tanto no curto como

no longo prazo é assegurada pela teoria da maximização individual da utilidade, em que a

utilidade de um bem cai com o seu maior consumo, logo fazendo com que o preço relativo

também caia.

Tendo em vista que a oferta dos fatores de produção interfere diretamente na oferta dos

bens, então a curva de oferta no curto prazo dos bens, em queos estoques de mercadorias são

rigorosamente fixos, será inelástica. No Longo prazo, no entanto, todos os insumos são dados

como variáveis, logo o preço de oferta é dado como sendo igual ao custo mínimo médio de

longo prazo, sendo assim, a curva de oferta de Longo prazo é perfeitamente elástica.

Por esses motivos, e como se pode observar nos gráficos, enquanto a demanda tem um papel

importante na determinação dos preços no curto prazo,não desempenha mesma importância

no longo prazo, que é exclusivamente desempenhado pela oferta, essa que por sua vez não

possui esse papel crucial na determinação dos preços no curto prazo.


Capítulo 8

1- Quais os principais argumentos metodológicos utilizados pela histórica alemã

em sua crítica à Economia Clássica?

A histórica alemã argumenta que as leis econômicas não são absolutas e não podem

ser deduzidas abstratamente de postulados ideais. As leis são sempre relativas


às

instituições e são obtidas pelo método indutivo a partir de dados históricos. Assim,

não há verdade absoluta nas leis econômicas, cada povo e cada época têm
suas

peculiaridades. Para eles, a Economia Clássica erra ao tentar aplicar sua teoria
a

todos os momentos e lugares.

2- Descreva a situação econômica e social na Inglaterra a partir dos anos 60


do

século XIX e procure relacioná-la com o aparecimento da Revolução

marginalista.

De 1850 a 1870 houve uma notável prosperidade econômica na


Inglaterra

impulsionada pelo crescimento da industrialização. Porém, essa prosperidade só

piorou as relações sociais, ocorreram inovações organizacionais nas empresas, como

a figura do gerente da fábrica. Houve também uma deterioração das condições de

trabalho e como resposta, os trabalhadores avançaram na organização sindical. Nos

anos 1870, surgem dificuldades econômicas, trata-se da Grande Depressão (1873).

A Inglaterra não consegue comandar o mercado internacional de capitais e


a
agricultura inglesa sofre com a concorrência no campo. Com tudo isso, as questões

da melhor alocação de recursos e distribuição se sobrepõem à questão


de

acumulação de capital. Assim, a teoria marginalista surge em sintonia com o clima

do período.

3- A Revolução Marginalista foi, de fato, uma revolução científica? Se não,

justifique.

Não, pois suas ideias básicas foram se desenvolvendo gradualmente ao longo do século

XIX e também porque o impacto delas não foi imediato. A Revolução Marginalista

permaneceu desconhecida a seus contemporâneos e somente no século XX


esse

expressão se tornou frequente. O termo revolução também é inapropriado


porque

alguns aspectos da antiga ortodoxia sobreviveram ao ataque e outros aspectos


nunca

foram atacados

4- Quais as principais críticas que se faziam à teoria clássica nos anos que

antecederam a Revolução Marginalista? Você é capaz de apontar alguma relação

entre as mudanças na sociedade inglesa e a crise da economia clássica?

As principais críticas era a inabilidade da ortodoxia clássica em resolver uma série

de problemas teóricos. As teorias clássicas de valor, determinação dos salários


e

distribuição pareciam insatisfatórias. Nessa época, o problema da escassez se tornou

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central para a opinião pública e como os clássicos não tinham um arcabouço teórico

consistente para explicar a alocação dos recursos escassos, eles foram duramente

criticados.

5- Qual variável o trabalhador procura maximizar no modelo de Von Thünen?

Demonstre que nesse modelo o salário de equilíbrio é igual a a∗p, onde a é o

salário de subsistência que não permite o trabalhador acumular capital e p é a

produção anual obtida pelo trabalhador, usando certa quantidade de capital.

O trabalhador procura maximizar a renda gerada pelo excedente anual.

100c : quantidade anual para a subsistência da família em unidades físicas (c é a

centésima parte deste montante)

Anualmente é produzido por cada família um excedente de 10c

O salário anual em trigo é a + y, no qual a é o nível de subsistência e y


o

excedente que pode ser acumulado ano a ano

q : capital para explorar a terra por conta própria, expresso em unidades do

produto anual da família

O salário e o juro na orla periférica determinam o salário e o juro em todo


o

sistema.
A cada ano, o assalariado recebe duas formas de rendimentos: o salário anual e

os juros anuais (a taxa z) que incidem no capital previamente acumulado por ele.

Ele decide explorar nova terra por conta própria sempre que o produto anual da

terra periférica p, quando empregadas q unidades de capital, for maior que


o

custo de oportunidade em permanecer como assalariado, ou seja, o salário w e os

juros do capital acumulado z.k

Na condição de equilíbrio, p = w + z.k , e w = a∗p, na hipótese

comportamental de que o indivíduo busca maximizar a renda gerada pelo

excedente anual z.y

q em termos de trigo q.(a+y)

p = (a+y) + q.(a+y).z

z = (p –(a+y))/q.(a+y)

max z.y

d[(p – (a + y)).y/q.(a + y)]/dy = 0

p.a = (a+y)2

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w = a∗p

6- Descreva o modo como as atividades econômicas distribuem-se espacialmente

no modelo do Estado Solitário de Von Thünen.

Ele parte de um modelo simples em economia espacial na qual em solo

homogêneo localiza-se um centro urbano no ponto central e as atividades

econômicas se distribuem em torno dele ao longo de círculos concêntricos. No

círculo vizinho à cidade se produz vegetal e leite, com cultivo e pecuária

intensiva, usando técnicas como fertilizantes e rações especiais. A localização

espacial de outras atividades dependerá do custo de transporte. Dessa forma, as

pastagens ficam nos círculos mais externos e as florestas cobrem o entorno.

7- Enuncie as duas leis de Gossen. Demonstre-as seguindo o mesmo argumento

utilizado por ele.

1ª Lei de Gossen (Lei da utilidade marginal decrescente): no consumo ininterrupto do

bem, a grandeza do prazer derivado cai até a saturação.

Argumentos:

• A intensidade do prazer obtido depende do número de repetições do evento

gerador de prazer e dos intervalos entre uma e outra repetição

• O prazer varia em função da freqüência e da duração em que ele é sentido

• Em cada repetição sucessiva o prazer inicialmente sentido reduz-se em relação à


intensidade manifestada na ocorrência anterior.

• A duração do tempo em que algo é sentido como prazer, ou o período


de

manifestação do prazer, abrevia-se com a repetição.

2ª Lei de Gossen: A maximização de prazer recomenda que se escolha o


tempo

dedicado ao usufruto de cada objeto de forma a se igualar, entre todos os


objetos, a

grandeza final de cada prazer singular ou o valor do último átomo de prazer.

Gossen demonstrou essa lei com base em argumentos puramente geométricos. Os

triângulos abaixo descrevem a evolução do “grau final do prazer” no consumo de dois bens,

representado verticalmente, em função do tempo transcorrido de consumo, assinalado na


base

horizontal dos triângulos. Inicialmente, todo o tempo t disponível para consumo é alocado no

triângulo da esquerda e nada é consumido do outro bem, representado no triângulo à direita.

Gossen demonstra que, no equilíbrio, o tempo de consumo é distribuído entre os dois bens

em questão de modo a se obter o mesmo grau final de prazer nos dois casos.

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Bem A

Bem B
t

Começa-se diminuindo o consumo do bem A e alocando-se o tempo no consumo do bem B,

até que a grandeza final do prazer nos dois bens seja a mesma. Até este ponto, sabemos que

há um ganho de prazer total, o que se demonstra facilmente comparando-se a área de prazer

perdido em A (tt aa’ ) com o trapézio em B (t obb’), conforme a figura abaixo. Uma vez

a b

que t- t = t - o, isto é, os dois trapézios têm a mesma base, e que t .a = t .b’, isto é, o lado

a b a b

vertical menor do trapézio representando o prazer ganho em B é igual ao lado


vertical

maior do trapézio associado à perda de prazer em A, claramente há um ganho de


prazer

líquido representado pelo triângulo cbb’ ´(onde oc = ta’).

Bem A b

a b’

Bem B

...... a’

............... c

...............
...............

ta t o tb

Para uma demonstração geométrica rigorosa, falta mostra que se o tempo alocado em

A for menor que t haverá uma perda líquida de prazer em relação à situação descrita

anteriormente. No próximo gráfico, diminuindo-se ainda mais o consumo em A, há uma perda

de prazer representada no trapézio (t t ’a”a). O ganho de prazer em B é o trapézio (t ’t b’b”).

a a b b

Como o lado vertical maior deste último é o lado vertical menor do primeiro trapézio,

claramente há uma perda líquida de prazer: a área do prazer adquirido em B (t ’t b’b”) é menor

b b

que a área do prazer perdido em A. Então fica demonstrado que a maneira de repartir o tempo

de consumo de modo a maximizar o prazer total é tal que o prazer final (grau final do prazer)

seja o mesmo nos dois bens .

a”

... Bem A

....... b’

.......... Bem B
........

b”

..........

..........

..........

..........

..........

..........

..........

t ’ ta t o tb t ’

a b

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8. Representando a receita total por p.D(p), onde p é o preço do bem e D(p) é a

função de demanda, e por φ(D) a função de custo, Cournot demonstrou

matematicamente que, na condição de lucro máximo, a firma iguala a receita

marginal ao custo marginal. Prove esse resultado usando o mesmo

procedimento algébrico adotado pelo francês.

Lucro = RT – CT = p. D(p) – φ (D)

Assim, maximizando com relação a p, temos:


Derivada do primeiro termo: D(p) + p.dD/dp

[Rmg = d(p.D)/dD] (relacionando agora às quantidades e não com aos preços)

Rmg = (dp/dD).D + p = dp/dD (D + (dD/dp).p)

D(p) + p.dD/dp = Rmg.(dD/dp) (1)

Derivada do segundo termo: – (dφ/dD).(dD/dp) = – Cmg.(dD/dp) (2)

De (1) e (2): d(pD(p) - φ (D))/dp = Rmg.(dD/dp) – Cmg.(dD/dp).

Igualando a zero temos demonstrada a condição receita marginal igual ao custo

marginal para o lucro máximo.

9. Cournot foi um dos pioneiros na formulação algébrica da demanda como

D=F(p).

a) Obtenha a condição de primeira ordem para a receita máxima.

b) Discuta a condição de segunda ordem avaliando todas as hipóteses que

asseguram a existência de um preço que maximiza a receita.

c) Aplique essa análise no caso do produtor monopolista com custo φ(D).

a) RT = p.F(p), Assim, a condição de primeira ordem, pela regra do produto é:

p.F’(p)+F(p) = 0

b) Condição de segunda ordem: 2F’(p) + p.F”(p)<0, assim, sendo uma função


côncava, a existência de pelo menos um máxima estaria assegurada. Trabalha a

noção de elasticidade da demanda, para saber se o preço corrente está acima


ou

abaixo do ponto de receita máxima.

10. Prove a Segunda Lei de Gossen por meio de uma demonstração geométrica

a la Gossen. Os triângulos a seguir descrevem a evolução do “grau final do

prazer”, representado verticalmente, em razão do tempo de consumo

transcorrido, assinalado na base horizontal dos triângulos. Inicialmente, todo o

tempo t disponível para consumo é alocado no triângulo a esquerda e nada é

consumido do outro bem, representado no triângulo à direita. Mostre como

Gossen demonstra que, no equilíbrio o tempo de de consumo é distribuído entre

os dois bens em questão, de modo a obter o mesmo grau final de prazer nos

dois casos (raciocine em termos de ganhos e perdas líquidas cada vez que o

tempo de consumo é reduzido num bem e ampliado no outro e utilize

argumentos geométricos de congruências de áreas).

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Bem A

Bem B

Ao diminuir o consumo do Bem A e aumentar o consumo do Bem B, é possível notar

que existe um ganho de prazer total no ponto em que a grandeza final do prazer nos

dois bens é a mesma.


Tal fato pode ser confirmado ao considerar que , assim, o
triângulo cbb’

é medida de ganho de prazer líquido.

Pode-se notar que ao reduzir novamente o consumo do Bem A, haverá perda líquida

de prazer quando comparado à situação anterior, já que o ganho de prazer gerado

pelo maior consumo do Bem B não supera a perda de prazer proporcionada pela

redução do Bem A.

a”

... Bem A

....... b’

.......... Bem B

........ b”

..........

..........

..........

..........

..........

..........

..........

t ’ ta t o tb t ’

a b

Tal situação pode ser percebida devido ao fato de o maior lado vertical do trapézio da
direita ser igual ao menor lado vertical do trapézio à esquerda.
Assim, fica

demonstrado que a maneira de repartir o tempo de consumo de modo a maximizar o

prazor total é tal que o prazor final (grau final de prazer) seja o mesmo nos dois bens.

11. Como as funções de demanda são obtidas no modelo Cournot?

Cournot argumenta que a relação entre preços e quantidade demandadas poderia ser

obtida empiricamente.

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12. Explique o conceito de excedente do consumidor em Dupuit. Como ele

obtém a curva de utilidade marginal a partir da função de demanda?

Dupuit é o primeiro autor na análise da demanda a relacioná-la com utilidade marginal

dizendo que a utilidade de um estoque de bens depende da importância da


última

unidade. Equivocadamente, Dupuit identifica a utilidade marginal com a curva


de

demanda.

O excedente é a parte da utilidade total que excede a multiplicação da utilidade

marginal pelo número de unidades da mercadoria. Ou seja, como na curva de utilidade

marginal é idêntica à curva de demanda (para ele), o excedente do consumidor é a

área à esquerda da curva de demanda entre zero e menos a dspesa com a

mercadoria .

13. Critique a teoria de Dupuit que afirma serem os preços das mercadorias
iguais às respectivas utilidades marginais.

Dupuit errou ao interpretar as funções de demanda como funções de


utilidade

marginal. Se isso fosse possível, uma série de dificuldades que envolve o conceito de

utilidade marginal seria imediatamente solucionada. A própria função empírica


da

demanda individual permitiria quantificar a utilidade marginal, que seria igual ao preço

associado a cada nível de quantidade ao longo da curva de demanda. O problema da

medida da utilidade estaria prontamente solucionado.

14. Qual o princípio que confere coesão à sociedade na visão de Gossen? Um

asceta não poderia violar esse princípio? Por quê?

Para Gossen, o prazer é força que move a humanidade. Diz que essa força está

sujeita a leis determinadas e específicas que fornecem ordem e coesão entre os

homens. Mesmo a pregação moral não poderia eliminá-la. Ela é um fato natural além

de qualquer consideração ética. Até mesmo o asceta, que se distancia o mais possível

desta finalidade demonstra a verdade deste princípio. Diz ele que tal força é feita pelo

criador, do mesmo modo como ele proporciona as forças físicas que comandam o

movimento dos corpos, e que é um engano querer eliminar essa força.

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HPE 2 – Capítulo 8

15. Em que os novos problemas estudados pelos marginalistas diferem das

antigas preocupações dos economistas clássicos? Qual o papel dos problemas


práticos na aceitação inicial do marginalismo? Entre Jevons, Menger e Walras:

a. Qual deles sofreu maior influência do hedonismo filosófico?

b. Que autor rejeitava a matemática como método de análise

econômica? Justifique.

Os autores clássicos reconhecem que as leis econômicas têm o caráter

das leis físicas em sua exatidão, embora na Economia suas leis exatas

sejam leis de tendência, que na prática só se verificam na ausência de

certas causas perturbadoras não incorporadas na teoria. Os marginalistas

não negam que a Economia tenha também uma dimensão social, eles

acreditam, entretanto, na existência de um núcleo teórico que

desconsidera os aspectos sociais do fenômeno.Outro aspecto que deve

ser considerado é que as idéias marginalistas, à época em que foram

lançadas, não afetaram o debate político e os grandes problemas práticos

em questão.Em termos práticos, a teoria da utilidade nada acrescentou à

doutrina clássica.

a.Jevons, seguindo o mesmo procedimento de J. Bentham, inspirou-se no

hedonismo, que é a doutrina moral da Grécia antiga que considerava a

felicidade e o prazer a finalidade da vida.

b.Menger rejeitava a matemática. Ele substitui a análise da

interdependência de variáveis pela análise de causalidade, é por isso que

a matemática, para ele, não ajuda.


16. Descreva a controvérsia entre os economistas que defendiam a função

utilidade aditiva e os que propuseram as utilidades dependentes entre si.

(Reposta obtida na internet). Originalmente, pensou-se que fosse possível

medir a utilidade cardinalmente (utilidade aditiva), isto é, utilizando os

números cardinais e criou-se uma unidade de medida para a utilidade

chamada “útile”. Tal abordagem verificou-se inadequada, dado o caráter

subjetivo da utilidade (da satisfação) que uma cesta de bens fornece a um

consumidor, pôr isto, esta abordagem foi abandonada da Teoria

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Econômica. Atualmente utiliza-se a abordagem ordinal da utilidade

(utilidades dependentes entre si). Nesta abordagem não é preciso medir

as utilidades fornecidas pelas cestas de bens, e sim, apenas, ordenar as

preferencias do consumidor.

17. O que são “curvas de indiferença” e “curvas de contrato”, e quem as

propôs?

Essas curvas foram propostas por Francis YsidroEdgeworth, um filósofo

e economista irlandês. A curva de indiferença é uma curva que representa

as escolhas do consumidor entre os produtos que lhe proporcionam a

mesma utilidade levando em consideração a sua restrição orçamentaria.

A curva de contrato é o conjunto de pontos, numa Caixa de Edgeworth,

em que as curvas de indiferença dos dois indivíduos são tangentes.


18. Qual o papel de Slutsky, Hicks, Allen e Samuelson no desenvolvimento do

conceito de utilidade e sua relação com a análise do comportamento do

consumidor?

(Também tive que procurar na internet). Slutsky elaborou uma teoria de

escolha do consumidor baseando-se apenas nas propriedades das

curvas de indiferença. Posteriormente, Allen e Hicks obtiveram os

mesmos resultados. O trabalho de Slutsky em 1915 encontrou a solução

que Pareto procurava para as propriedades de estática comparativa da

maximização de utilidade. Slutsky elaborou os conceitos de efeito

substituição e efeito renda na mudança de preços, que posteriormente

passaram a ser conhecidos como efeito Hicks-Allen-Slutsky.

19. Os marginalistas acreditam que as utilidades podem ser comparadas entre

diferentes indivíduos?

Não. Jevons diz em sua obra (A Teoria da Economia Política, de 1871) que

a utilidade de diferentes pessoas não pode ser comparada.

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20. A existência de solução única à alocação da renda do consumidor está

assegurada na presença de utilidade marginal decrescente? Comente.

Não. Somente a presença de utilidade marginal decrescente não assegura

solução única. É necessário levar em consideração também a alocação

entre trabalho e lazer. Deve se considerar, então, a tese da desutilidade


marginal do trabalho, anunciada por Gossen. O trabalhador maximiza a

sua utilidade aplicando-se até o momento em que a desutilidade gerada

do último esforço (desutilidade marginal do trabalho) iguala-se à utilidade

marginal do salário aferido.

Capítulo 9

1. Para Jevons, a magnitude total da sensação de prazer ou dor depende de

algumas variáveis. Quais são? Explique cada uma delas e o modo como

afetam essa sensação.

Jevons analisa as sete dimensões responsáveis pela grandeza do prazer,

no capítulo II da Teoria, intitulado “A Teoria do Prazer e do Sofrimento”.

Quatro delas são distinguidas pelos indivíduos: intensidade, duração,

certeza e proximidade. Três servem ao investigador para avaliar a

satisfação total repercutida de um ato: fecundidade, pureza e amplitude,

respectivamente, a chance de um sentimento (prazer ou dor) levar a outro

sentimento do mesmo tipo, a chance de não ser seguido por sentimento

contrário e o número de pessoas afetadas por ele.Dentro do primeiro

grupo, o das dimensões que afetam diretamente a ação do indivíduo, para

Jevons, e também para Bentham, intensidade e duração são as

dimensões mais relevantes na avaliação do prazer. Jevons considera que

somente as dimensões identificadas nesse grupo são relevantes para a

Economia, as outras dimensões revestem-se de importância apenas para

a investigação ética.
Simulado da Primeira Prova de HPE II – 2015

1. Explique como von Thünen resolve a famosa equação sobre os salários √ .

A cada ano, o assalariado recebe duas formas de rendimentos: o salário anual e os juros
anuais (a taxa ) que incidem no capital previamente acumulado por ele. Ele decide
explorar nova terra por conta própria sempre que o produto anual da terra periférica ,
quando empregadas unidades de capital, for maior que o custo de oportunidade em
permanecer como assalariado, ou seja, o salário e os juros do capital acumulado
. Na condição de equilíbrio, , e assim demonstra-se que
√ , na hipótese comportamental de que o indivíduo busca maximizar a renda
gerada pelo excedente anual
.____________________________________________________

2. Até que ponto a teoria subjetivista e marginalista pressupõe o hedonismo filosófico?

De fato, o hedonismo representa uma psicologia obsoleta e não razoável. No entanto, os


marginalistas afastam-se das implicações hedonistas do conceito de utilidade quando
diz que qualquer motivo que nos atraia a um certo curso de conduta deve ser chamado
de prazer, e de dor qualquer motivo que nos afasta dele. Os marginalistas em geral não
se preocuparam com os aspectos psicológicos do agente quando formulam ou seguem a
teoria da utilidade. Não há nada de hedonismo em assumir que as ações humanas são
conduzidas pelo desejo individual. A hipótese hedônica só aparece quando se imagina
que sempre o desejo deva ser proporcional à satisfação, ou seja, que a utilidade do bem,
entendida como o seu poder de satisfação, determine sempre o desejo por
ele._________

3. Explique a “lei da indiferença” de Jevons .

Jevons discute a lei da indiferença no capítulo IV de sua Teoria da economia política. A


“lei da indiferença” assevera existir um único preço no mercado. Pela lei da indiferença,
no mesmo mercado toda porção de um bem homogêneo é trocada na mesma taxa, isto é,
qualquer porção do bem é usada indiferentemente no lugar de outra porção do mesmo
montante. Existe, portanto, um único preço no mercado._________________________

4. Liste e comente as principais contribuições de Alfred Marshall para o


desenvolvimento da análise econômica.

___O uso do marginalismo (técnicas matemáticas de maximização), o papel do fator


tempo separando a análise de curto prazo da de longo prazo, a ideia de elasticidade com
a introdução do método das tangentes, a noção de margem e de substituição dos bens na
cesta de consumo, substituição entre fatores na margem na teoria da produção, conceito
de excedente do consumidor com técnicas de discriminação de mercados, a ideia de
firma representativa com curvas de custo que representam uma média das firmas que
atuam no mercado, o conceito da renda dos insumos fixos no curto prazo (quase-renda),
a doutrina do lucro normal ou o que procede na ausência das causas perturbadoras de
curto prazo, análise do monopólio, análise dos rendimento de escala e das economias
externas._______________________________________________________________

5. Por que, para Marshall, a Economia é uma ciência mais quantitativa do que as demais
ciências sociais? De que modo o teórico poderia medir a força dos motivos que
comandam as ações dos agentes econômicos?

___É uma ciência social mais quantitativa porque os motivos que comandam as ações
dos agentes podem ser inferidos quantitativamente a partir dos preços oferecidos e
preços pagos nas transações comerciais. Então os desejos e outros elementos subjetivos
dos agentes poderiam ser medidos monetariamente. Se a pessoa, por exemplo, aceita
pagar dois reais por uma maçã significa então que a utilidade marginal da moeda
envolvida é menor que a utilidade marginal da maçã adquirida em
troca._______________________

Questões

1. Quais os principais argumentos metodológicos utilizados pela escola


histórica alemã em sua crítica à Economia clássica?
de um “método histórico” descritivo dos dados históricos a fim de derivar leis
econômica”.
1) ênfase no empirismo: a crença de que o trabalho descritivo pode tornar-se a
base para leis econômicas, embora de caráter limitado a cada sociedade. De
modo implícito, portanto, está o abandono de leis universais, justamente por não
contemplarem a especificidade das sociedades e não considerarem todos os
elementos empíricos necessários para sua formulação, redundando, como
alternativa, a adoção de abstrações; 2) percepção de que a teoria econômica tem
raízes histórias. Nesse ponto, seguem duas consequências: a necessidade de
tipificar sistemas, estruturas e localizações geográficas e temporais dos sistemas
econômicos, bem como a constatação de que a teoria econômica até então
desenvolvida teria validade apenas para a Inglaterra; 3) maior valorização dos
“sistemas de economia nacionais” (List), ganhando destaque a Alemanha; 4)
finalmente, uma concepção orgânica da sociedade, na qual o indivíduo se
encontra subordinado às orientações gerais dadas pela sociedade e a cultura de
cada nação. Certamente, cada um desses temas tem pesos diversos em cada um
dos autores da Escola Histórica alemã, mas nos interessa aqui precisamente as
linhas gerais da escola, mais do que as diferenças individuais.

2. Descreva a situação econômica e social na Inglaterra a partir dos anos 60


do século XIX e procure relacioná-la com o aparecimento da Revolução
Marginalista.r.
A década de 60 é um período de prosperidade econômica, onde há a
modernização dos fatores de produção.porem, há um agravamento nas tensões
sociais . A prosperidade econômica aumentou a desigualdade de distribuição de
renda, gerando problemas entre a classe trabalhado , articulada pelos sindicatos e
os donos dos meios de produção, com a sua recém criada burocracia
especializada para gerir a fábrica( presença dos gerentes)

3. A Revolução Marginalista foi, de fato, uma revolução científica? Se não,


justifique.
Embora a expressão "revolução marginalista" seja de uso consagrado
um estudo da evolução das idéias econômicas na segunda metade do século XIX
Indica que o período dos anos setenta daquele século não representou uma
ruptura com a tradição anterior que justifique o emprego do termo "revolução". O
que se verificou com a publicação das obras de Jevons, Monger e Walras, entre os
anos de 1871 e 1874, foi a articulação de uma tradição que já vinha
desenvolvendose em trabalhos dispersos desde a década de trinta.
Ela retrata simplesmente a publicação quase simultânea dos principais tratados
teóricos de Jevons, Menger e Wairas. O fato descrito não vai além disso.
4. Quais as principais críticas que se faziam à teoria clássica nos anos que
antecederam a Revolução Marginalista? Você é capaz de apontar alguma relação
entre as mudanças na sociedade inglesa e a crise da economia clássica?
Anos depois da revolução, seguidores de Marx irão acusá-la de ser uma defesa
camuflada do status quo capitalista, pois no sistema teórico marginalista não se
pode lutar contra a propriedade privada, já que a alocação eficiente de recursos
pressupõe sua aceitação
Também acusam-na de fornecer uma justificativa para a desigualdade na
distribuição de renda ao falar em remunerações dos fatores por suas
produtividades marginais
A nova teoria foi atacada pelos socialistas da época como mera versão atualizada
da ortodoxia econômica, uma nova linha de defesa necessária diante do ataque
marxista bem-sucedido ao argumento clássico do laissez-faire
Ela permitiria a demonstração de um tipo quase perfeito de organização social,
realizável numa economia competitiva, na qual os mercados propiciam a alocação
ótima e a harmonia de interesses, maximizando a consecução de objetivos
individuais
A nova teoria teve pouco a dizer sobre os problemas da época, tais como os que
eram debatidos nas controvérsias sobre livre comércio, flutuações do mercado
monetário, política tributária, pobreza, conflito trabalhista, distribuição de renda,
colonização e superpopulação
A teoria da utilidade não tomou parte nas controvérsias orientadas por políticas até
a Primeira Guerra Mundial, e a adoção dela em trabalhos práticos só surgiu a partir
dos anos 1940
Então, de início, o marginalismo era irrelevante aos problemas concretos. As
possíveis consequências práticas que se poderiam extrair da teoria estavam em
continuidade às dos clássicos
A teoria clássica não fornecia uma explicação simétrica e unificada dos preços
Havia a teoria dos preços agrícolas em contraposição aos preços industriais
A teoria dos preços dos fatores era tida como um caso especial e diferente da
explicação dos preços dos bens de consumo
Os marginalistas procuram explorar uma notória deficiência teórica dos clássicos,
qual seja, a assimetria na teoria do valor-trabalho que não tratava com a devida
ênfase o lado da demanda

A principal crítica feita aos clássicos apontava as deficiências nas teorias de


salário, principalmente a teoria do fundo de salários/

5. Qual variável o trabalhador procura maximizar no modelo de von Thünen?


Demonstre que nesse modelo o salário de equilíbrio é igual a
a.p, onde a é o salário de subsistência que não permite ao trabalhador acumular
capital e p é a produção anual obtida pelo trabalhador, usando certa quantidade de
capital.
O Modelo de von Thünen utiliza de um ferramental matemático para encontrar a
distribuição ótima das atividades agrícolas na planície que circunda o centro
urbano de forma que se obtenha o lucro máximo. O problema geográfico que este
modelo se propõe a responder é o que produzir em determinado local. Ele decide
explorar nova terra por conta própria sempre que o produto anual da terra
periférica P , quando empregadas Q unidades de capital,for maior que o custo de
oportunidade em permanecer como assalariado, ou seja, o salário W e os juros do
capital acumulado Z.K . Na condição de equilíbrio,P=W+Z.K , e assim demonstra-
se que W=raiz a.p , na hipótese comportamental de que o indivíduo busca
maximizar a renda gerada pelo excedente anual ._Z.K______
—q em termos de trigo q.(a+y)
— p = (a+y) + q.(a+y).z
—z = (p –(a+y))/q.(a+y)
—max z.y
—d[(p – (a + y)).y/q.(a + y)]/dy = 0
—p.a = (a+y) 2

—w = raiz a.p
_____________________________________________

6. Descreva o modo como as atividades econômicas distribuem-se


espacialmente no modelo do Estado solitário de von Thünen.
No modelo proposto os custos de trsnporte aumentam proporcionalmente à
distância do centro, ou seja, o afastamento do mercado determina a seleção de
culturas de modo que as menos lucrativas serão localizadas mais distantes da
região central e com uso do solo menos intensivo. A confirmação das atividades é
dada sob um mercado em concorrência perfeita, que deriva uma região delimitada
por círculos concêntricos, no que ficou conhecido como os anéis de von tuner. A
distribuição dos produtos é explicada pelo maior custo de alugeul e uso mais
intesivo das terras nas áreas centrais, ficando a perifereia para culturas com maior
uso de terra. A variável chave no modelo é a acessibilidade, deviada da relação
custo tempo de deslocamento e da capacidade de consumo.
7. Enuncie as duas leis de Gossen. Demonstre-as seguindo o mesmo
argumento utilizado por ele.
1a Lei de Gossen ( lei da saciedade ) Quando um prazer qualquer prossegue sem
interrupção, a sua intensidade depois de se elevar , decresce e acaba por se
anular • 2a Lei de Gossen ( lei da repetição ) Quando uma sensação agradável se
repete, o grau de intensidade do prazer e a sua duração diminuem por cada
repetição, quer dizer que a intensidade e duração do prazer decrescem tanto mais
quanto mais ràpidamente as repetições se sucedem Ex : para um fumador um
primeiro cigarro, dá –lhe mais prazer que o sexto cigarro fumado de seguida .
Quando a sua necessidade estiver satisfeita, se ele continuar a utilizar o bem , não
terá mais prazer
8. Representando a receita total por p.D(p), onde p é o preço do bem e D(p) é
a função de demanda, e por (D) a função de custo, Cournot demonstrou
matematicamente que, na condição de lucro máximo, a firma iguala a receita
marginal ao custo marginal. Prove esse resultado usando o mesmo procedimento
algébrico adotado pelo francês.—Maximizar p.D(p) – φ (D) (derivar em relação a p)
ØDerivada do primeiro termo: D(p) + p.dD/dp
Ø[Rmg = d(p.D)/dD]
ØRmg = (dp/dD).D + p = dp/dD (D + (dD/dp).p)
ØD(p) + p.dD/dp = Rmg.(dD/dp) (1)
ØDerivada do segdo. termo: – (dφ/dD).(dD/dp) = – Cmg.(dD/dp) (2)
ØDe (1) e (2): d(pD(p)- φ (D))/dp = Rmg.(dD/dp) – Cmg.(dD/dp).
ØIgualando a zero temos demonstrada a condição receita marginal igual a custo
marginal para o lucro máximo

9. Cournot foi um dos pioneiros na formulação algébrica da demanda como D


= F(p).
a. Obtenha a condição de primeira ordem para a receita máxima.
—Condição de 1a ordem p.F’(p)+F(p) = 0

b. Discuta a condição de segunda ordem avaliando todas as hipóteses que


asseguram a existência de um preço que maximiza a receita.
—Condição de 2a ordem 2F’(p)+pF”(p) < 0 —Com F(p) côncava (F’’< 0) a
existência de pelo menos um máximo está assegurada

c. Aplique essa análise no caso do produtor monopolista com custo (D).


10. Prove a Segunda Lei de Gossen por meio de uma demonstração
geométrica a la Gossen. Os triângulos a seguir descrevem a evolução do “grau
final do prazer”, representado verticalmente, em razão do tempo de consumo
transcorrido, assinalado na base horizontal dos triângulos. Inicialmente, todo o
tempo t disponível para consumo é alocado no triângulo da esquerda e nada é
consumido do outro bem, representado no triângulo à direita. Mostre como Gossen
demonstra que, no equilíbrio, o tempo de consumo é distribuído entre os dois bens
em questão, de modo a obter o mesmo grau final de prazer nos dois casos
(raciocine em termos de ganhos e perdas líquidas cada vez que o tempo de
consumo é reduzido num bem e ampliado no outro e utilize argumentos
geométricos de congruências de áreas).
11. Como as funções de demanda são obtidas no modelo de Cournot?
—D=F(p) função contínua e diferenciável
—F´(p) < 0
—O formato de F dependeria da utilidade, do tipo de serviço, dos hábitos e
costumes do povo, da riqueza média e da distribuição de riqueza. Também seria
afetado por causas morais
empresas competem de acordo com a quantidade produzida pelos seus
concorrentes
12. Explique o conceito de excedente do consumidor em Dupuit. Como ele
obtém a curva de utilidade marginal a partir da função de demanda?
O excedente (une espèce de bénefice) é a parte da utilidade total que excede a
multiplicação da utilidade marginal pelo número de unidades da mercadoria. Ou
seja, como a curva de utilidade marginal, para ele, é idêntica à curva de demanda,
o excedente do consumidor é a área a esquerda da curva de demanda entre zero
e Q menos a despesa com a mercadoria p. Q = Umg*Q
d d d

13. Critique a teoria de Dupuit que afirma serem os preços das mercadorias
iguais às respectivas utilidades marginais. Dupuit não apercebeu estar assumindo
que utilidade total e renda movem-se proporcionalmente
14. Qual o princípio que confere coesão à sociedade na visão de Gossen? Um
asceta não poderia violar esse princípio? Por quê?
15. Em que os novos problemas estudados pelos marginalistas diferem das
antigas preocupações dos economistas clássicos? Qual o papel dos problemas
práticos na aceitação inicial do marginalismo?
O enfoque eminentemente técnico da nova teoria esteve voltado, inicialmente,
para a explicação do comportamento do consumidor e apenas secundariamente
ela seria utilizada para recomendar ou justificar políticas econômicas.
Em termos práticos, a teoria da utilidade nada acrescentou à doutrina clássica,
mesmo com os trabalhos posteriores de V. Pareto e I. Fisher A nova teoria teve
pouco a dizer sobre os problemas da época, tais como os que eram debatidos nas
controvérsias sobre livre comércio, flutuações do mercado monetário, política
tributária, pobreza, conflito trabalhista, distribuição de renda, colonização e
superpopulação
A teoria da utilidade não tomou parte nas controvérsias orientadas por políticas até
a Primeira Guerra Mundial, e a adoção dela em trabalhos práticos só surgiu a partir
dos anos 1940
Então, de início, o marginalismo era irrelevante aos problemas concretos. As
possíveis consequências práticas que se poderiam extrair da teoria estavam em
continuidade às dos clássicos

Entre Jevons, Menger e Walras:


a. Qual deles sofreu maior influência do hedonismo filosófico?
b. Que autor rejeitava a matemática como método de análise econômica?
Justifique. . Já Menger evita o emprego de formulações matemáticas, limitando-o
somente a casos extremos Menger substitui a análise da interdependência de
variáveis pela análise de causalidade, é por isso que a matemática, para ele, não
ajuda

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