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PLANO DE AULA

1. Identificação
Instituição-Campo: Instituto Federal Fluminense campus Campos Centro
Componente Curricular: Artes – Teatro
Modalidade de Ensino: Médio Integrado Ano de Escolaridade: 1º
Turma: ??????????? Turno: Matutino
Professor da Turma: Taianã de Mello
Estagiário(a): Artur Ferreira
Licenciatura: Teatro Período: 6º

Número de Aula(s): 2 Data: 12/10/2019 Horário da aula: 10:40 – 12:20

2. Tema: Laboratório de Criação Cênica


2.1 Delimitação do Tema: Rasaboxes e o estudo dos estados no processo criativo de
“Xambudo – Outro Lugar Nenhum”.

3. Objetivo(s) da aula
Ativar um estado de presença cênica; Ampliar o leque de possibilidades estéticas a
partir das experimentações; Estudar os mecanismos pelos quais o ator em cena
expressa emoções ou o estado corporal das emoções; Compreender o rasaboxes
como metodologia de estudo e composição das cenas.
4. Organização de conteúdo

5. Procedimentos metodológicos
5.1 Contextualização inicial:
Apresentação da proposta de trabalho (receber a turma e contextualizar a proposta
do dia, explicar que hoje faremos um estudo sobre as emoções na cena)

5.2 Desenvolvimento da aula:


Acordando o corpo: deitados em posição base (braços ao longo do corpo, joelhos em
aprox. 60º), respiração com sonorização (som de ‘i’ no topo da cabeça, som de ‘e’
na garganta, som de ‘a’ no peito, som de ‘o’ na barriga, som de ‘u’ no baixo ventre –
uma vez cada e depois uma corrente em uma única respiração profunda ‘i e a o u’);
propulsão frontal da pelvis (na expiração elevar o quadril a 5cm do chão, e levar a
pelvis em direção ao ponto entre as pernas numa linha reta arrastando todo o resto do
tronco por consequência, dar um passo com cada pé a frente e desce na inspiração,
repete três vezes); queda dos joelhos (na expiração, na inspiração volta pro centro e
faz pro outro lado); irradiação central (o corpo aberto em x, três respirações
profundas imaginando o ar saindo do centro e indo as extremidades do corpo, na
próxima expiração passar os braços e as pernas pelo lado de fora do corpo,
“lambendo” o chão para formar uma bolinha na lateral, abrir na expiração passando o
corpo todo pelo chão, fazer isso três vezes para cada lado, na última virar e “subir na
bolinha”)

Apresentando o rasaboxes: explicar que é um método de preparação do ator de


origem indiana, que cada uma das caixas do jogo é uma rasa, em cada uma delas
estão as emoções mais básicas do ser humano de acordo com a filosofia hindu, as
emoções mais complexas são combinações destas. Cada rasa contém uma bhava, ou
seja uma emoção destas, que para eles é como se fosse um sabor As emoções são
bibhatsa (nojo), raudra (raiva), adbhuta (surpresa), karuna (tristesa), hasya (alegria),
sringara (amor), bayanaka (medo), vira (coragem) e santa (paz). As regras do jogo são
simples, quando você entra na rasa você deve estar preenchido completamente por
aquela emoção, quando você sentir que não está mais deve sair para o lado de fora
do tabuleiro. Também não é permitido carregar a emoção de uma rasa para a outra, se
mudou de rasa muda instantaneamente de emoção. Também não é permitido sangrar
“estar dentro de uma mas com um pézinho na outra”. As mudanças de rasa são
sempre pulando diretamente ou passando por fora, você nunca atravessa as rasas e
nesse momento também não será permitido andar pelas linhas.

Rasaboxes: Cada um deve escolher uma emoção para começar. Se posiciona na


frente da rasa, combinamos o nível de 0% que é o estado “normal” que eles se
encontram depois dos exercícios preparatórios. Respira visualiza bem aquela emoção
e quando é dado o comando de início entra dentro da rasa e imediatamente constrói
com o corpo a imagem, a máscara daquela emoção. Devem então buscar respirar
como aquela emoção, qual é a respiração da raiva, do amor, da tristeza, da alegria…?
Deixa a respiração preencher você com essa emoção. Agora vai se despedindo dela,
deixa a respiração voltar ao estado normal e troca de rasa! Agora a máscara para esse
sentimento! E a respiração.Vai repetir o mesmo procedimento anterior e mudar de
rasa. Na terceira rasa começar a introduzir as gradações de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70,
80, 90 e 100%. Podem ser tocadas músicas para ambientar a criação e nas próximas
estimular que conforme a gradação do sentimento aumente realizem movimentos. Nas
rasas seguintes fazer o mesmo e ir variando as gradações de maneira mais fluida,
podendo até ultrapassar o 100% se for o caso. As trocas devem ser cada vez mais
rápidas. O jogo se encerra quando todos tiverem passado por todas as rasas.

Improvisação nas rasas: Bom agora devem se separar nos grupos das cenas. Cada
um do grupo escolhe três sentimentos que mais se interessou para experimentar fazer
a cena variando entre esses três sentimentos. Os grupos jogam todos ou quantos
forem possíveis ao mesmo tempo, as cenas podem ser prolongadas e se repetir em
looping. Os comandos de gradação do sentimento e de troca das rasas vão sendo
dados pelo diretor e o objetivo é que eles cheguem a níveis exacerbados das
emoções, em mais de 100%. Passada essa fase mais caótica os grupos fazem as
cenas individualmente dentro do rasa, sem interferência do diretor e compondo da
maneira que acharem mais apropriada.

5.3 Avaliação:
Faremos uma roda de conversa ao final e conversaremos sobre nossas impressões
do dia, expectativas e possibilidades para a criação.
Perguntas possíveis: Como foi a experiência das emoções? Foi difícil chegar em
100%? E extrapolar esse suposto limite? Como foi fazer as cenas dentro da rasa? O
que acham que esse exercício interfere no trabalho de ator/atriz que vocês tem feito?
O que podemos aproveitar desse treinamento para a peça? O que descobriram com
essa exploração de hoje?
6. Recursos Pedagógicos
Caixa de som e cabo P2; Fita Crepe.

7. Referências
FERNANDES, Ciane. O Corpo em Movimento: o sistema Laban/Bartenieff na
formação e pesquisa em artes cênicas. 2ª edição. São Paulo: Annablume, 2006.
FILHO, Aderbal. Xambudo (outro lugar nenhum). Versão da Companhia Bananeira de
artes integradas, 2010.
MINNICK, Michele; COLE, Paula Murray. O ator como atleta das emoções: o
rasaboxes. O Percevejo, v. 3, n. 1, 2011. Disponível em:
http://www.seer.unirio.br/index.php/opercevejoonline/article/view/1797/1531 , acesso
em nov. 2019.
RYNGAERT, Jean Pierre. Jogar, Representar – práticas dramáticas e formação. São
paulo: Cosac Naify, 2009.

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