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À GL∴ DO GR∴ ARQ∴ DO UNIV∴

Or∴ Salvador
Ir∴ Nilo Cerqueira1

Peça de Arquitetura alusiva ao mês da Consciência Negra

Homens Negros: Igualdade, Fraternidade e Liberdade dentro e fora da


Maçonaria

O homem negro buscou se articular e desenvolver suas relações socias, sob quaisquer
condições que estivessem. Em seu território original, sociedades secretas e discretas
foram criadas, para essencialmente, manter-se coeso e articulado, tendo interesses
coletivos e virtuosos por essa condição nata, sobretudo ao africano.

No Brasil, também não seria diferente, essa arregimentação, considerando a égide que
recobre o homem negro, pro meio do ensinamento herdado de seus ancestrais, mas
principalmente pela condição que esses homens chegaram ao Brasil.

Diante disto, formaram-se em vários momentos da história, grupos articulados, sejam


em agremiações, confrarias, irmandades, e demais arranjos nos mais variados
segmentos da sociedade, incluindo também a Sublime Ordem, com vistas a mudar a
situação em que se encontravam: de Homens Negros escravizados.

Nesse espectro de homens negros que se mobilizam em torno do ideal da Maçonaria,


percebemos fluxos e contrafluxos, entre os valores destes destacados homens, na
essência de sua natureza, e os conhecimentos adquiridos por meio dos trabalhos em
loja, encadeando o conhecimento, com a atitude propriamente dita, dessas virtudes.

Podemos elencar vultos históricos, proeminentes como André Rebouças, José do


Patrocínio, João Maurício Vanderlei, - Barão de Cotegipe, António Carlos
Gomes, Rui Barbosa de Oliveira, Francisco Glicério (Grão Mestre GOB) , Nilo
Peçanha (Grão Mestre), Castro Alves, Francisco Ge Acaiaba Montezuma, o
Visconde de Jequitinhonha; Francisco de Paula Brito – tipógrafo, jornalista e
editor, fundador da afamada sociedade literária Petalógica; Joaquim Saldanha

1
Nilo Cerqueira é ativista do movimento negro, intelectual da cultura e Apr M .
Marinho – líder republicano e Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil e Luiz
Gama, patrono desta augusta loja, que tinham em comum, não apenas ser negros
e maçons, eram homens negros imbuídos em um ideal libertador, para pôr fim na
condição de escravizados de outros negros iguais a eles.

De acordo com o jornalista Carlos Nobre no artigo “A Maçonaria e a abolição da


escravatura” Luiz Gama fundou a sociedade secreta “Os Caifazes” cujos membros
eram recrutados em lojas maçônicas de São Paulo com o objetivo de retirar à força
escravos das fazendas paulistas que eram levados para viver livres no Quilombo do
Jabaquara, em Santos.

Odálio Botelho em A abolição da escravatura e os maçons ressalta: “Os maçons


engajados na luta pela abolição da escravidão, batendo de frente com a poderosa
aristocracia escravagista, contam-se às centenas, maçons ilustres e maçons humildes,
mas todos, objetivando uma causa comum, a extinção dessa mancha da humanidade”.

Nesse sentido encorajamos os IIs para os desafios do século XXI , e nos inspiramos
em VVen∴IIr∴ para juntos levantarmos TT∴ a virtude, cavar masmorras ao vício,
dentro da maçonaria, mas sobre tudo, fora dela, combater as sequelas da escravidão na
nossa sociedade e ajudar a libertar irmãos escravizados, ainda nos dias de hoje.

Referências

Disponível em https://bragafilosofia.jusbrasil.com.br/artigos/542178688/a-maconaria-e-
os-negros-no-brasil

Disponível em http://www.casaruibarbosa.gov.br/arquivos/file/Tiago.pdf

Disponível em
www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1426793134_ARQUIVO_SEMINARIOTEMATI
CO2015.pdf

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