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a SÉRIE - LIVRO 3
ENSINO MÉDIO
LIVRO DO PROFESSOR
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© 2006-2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0325-9
CDD 370.71
Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer
Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico
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LÍNGUA PORTUGUESA
LITERATURA
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Modernismo
em Portugal
suas tropas do território africano. Incapaz de reagir,
devido ao poderio bélico dos ingleses, o país adere
à ordem, causando uma frustração nacional. Era o
neocolonialismo acontecendo na África e na Ásia,
O Modernismo come- com Portugal sendo excluído.
ça em Portugal, no ano de Domínio público. No início do século 20 ocorrem revoltas anti-
1915, com a publicação da monárquicas no país. Em 1908, o rei D. Carlos e seu
revista Orpheu – Revista filho Luís Felipe são assassinados. Em 1910 acontece
Trimestral de Literatura, a deposição do rei D. Manuel e a Proclamação da
produzida pelo grupo van- República.
guardista de mesmo nome.
Em 1926 acontece o golpe militar, liderado por
A revista teve publicado
Gomes da Costa. Forma-se a República unitária e
apenas mais um número,
corporativa portuguesa.
pois, em 1916, o escritor
Mário de Sá-Carneiro, pa- No ano de 1932, Antônio de Oliveira Salazar
trocinador da publicação, torna-se presidente do ministério. Instaura-se o Esta-
suicida-se, pondo de vez do Novo português. Esse é um momento em Portugal
Revista Orpheu número 1.
um fim à continuação da que, à custa de um regime opressor, conquista-se a
revista. ordem, a estabilidade econômica e a austeridade.
O grupo Orpheu era Os partidos e as agremiações que contestavam o
Domínio público.
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Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.
Domínio público.
o responsável na Lite-
ratura Portuguesa pela O que em mim sente ‘stá pensando.
cisão entre o eu-lírico e Derrama no meu coração
o eu-empírico. Por eu- A tua incerta voz ondeando!
lírico entende-se a voz do
poema e por eu-empírico
Ah, poder ser tu, sendo eu!
o autor em si. Ou seja, o
eu-lírico num poema pode Fernando Pessoa, por Alma- Ter a tua alegre inconsciência,
apresentar um sentimen- da Negreiros E a consciência disso! Ó céu!
to melancólico, mas não Ó campo! Ó canção! A ciência
necessariamente o eu-empírico (o autor em sua
vida concreta, como a nossa) seja necessariamente
uma pessoa triste. Pesa tanto e ávida é tão breve!
Entrai por mim dentro! Tornai
Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!
Fernando Pessoa ele-mesmo
(ortônimo) Na segunda dialética, percebe-se a cisão entre
o eu-lírico e o eu-empírico, já tratada anteriormente.
Na obra de Fernando Pessoa ele-mesmo encon-
Pessoa diz que poesia é fingimento. Nota-se aí a
tramos duas dialéticas básicas:
discussão sobre a emoção estética. Ou seja, uma
coisa é a emoção da vida concreta, outra a que a arte
consciência X inconsciência
provoca em nós, através da criação de um artista.
sinceridade X fingimento
Leiamos dois poemas de Fernando Pessoa
ortônimo, que nos esclarecem mais essa questão.
Na primeira dialética, vemos o desejo de se ter Perceba, também, a linguagem fluida e musical da
consciência sobre certos aspectos da vida que, por obra desse poeta.
vezes, não percebemos, não temos total consciência.
Fernando Pessoa diz “o que em mim sente está pen-
sando”, buscando, assim, a plenitude das sensações Autopsicografia
e do pensamento, a sensibilidade da razão, tentando O poeta é um fingidor.
explicar a estranheza de existir. Vamos ler um poema
que trata sobre esse tema. Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
Ela canta, pobre ceifeira, A dor que deveras sente.
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia E os que leem o que escreve,
De alegre e anônima viuvez, Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Ondula como um canto de ave Mas só a que eles não têm.
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave E assim nas calhas de roda
Do som que ela tem a cantar. Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
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Isto (fragmento) Quantas noivas ficaram por casar
“Dizem que finjo ou minto Para que fosses nosso, ó mar!
Tudo que escrevo. Não. Valeu a pena? Tudo vale a pena
Eu simplesmente sinto Se a alma não é pequena.
Com a imaginação.
Não uso o coração. Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Tudo o que sonho ou passo, Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
O que me falha ou finda, Mas nele é que espelhou o céu.
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Heterônimos
Essa coisa é que é linda.
Fernando pessoa criou em sua obra personali-
Por isso escrevo em meio dades que escreviam suas próprias obras, como se
fossem outras pessoas produzindo textos literários.
Do que não está ao pé,
A essas personalidades criadas chamamos heterô-
Livre do meu enleio, nimos.
Sério do que não é. Um heterônimo é uma espécie de personagem
Sentir? Sinta quem lê! dramático sem contexto muito bem definido, mas
[...]” não como ocorre numa peça de teatro, em que temos
uma contextualização mais precisa do personagem.
Existem características fundamentais que identi-
Mensagem ficam um personagem ser ou não um heterônimo.
Vamos ver quais são elas:
Mensagem, de Fer-
Domínio público.
Mar português
Alberto Caeiro
Ó mar salgado, quanto do teu sal Alberto Caeiro é o homem natural, o mestre dos
São lágrimas de Portugal! demais heterônimos, e até mesmo do ortônimo. Ele
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, pensa o seu objetivo de não pensar. Percebe-se em
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Mas isso (triste de nós que trazemos a alma Sem amores, nem ódios, nem paixões que
[vestida!), [levantam a voz,
Isso exige um estudo profundo, Nem invejas que dão movimento demais aos
Uma aprendizagem de desaprender [olhos,
E uma sequestração da liberdade daquele Nem cuidados, porque se os tivesse o rio
[convento [sempre correria,
De que os poetas dizem que as estrelas são E sempre iria ter ao mar.
[as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só Amemo-nos tranquilamente, pensando que
[dia, [podíamos,
Mas onde afinal as estrelas não são senão Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e
[estrelas [carícias,
Nem as flores senão flores, Mas que mais vale estarmos sentados ao pé
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas [um do outro
[e flores. Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Passa e não fica, nada deixa e nunca memória lembrando-te assim – à beira rio,
[regressa, Pagã triste e com flores no regaço.
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Álvaro de Campos Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero
Álvaro de Campos é o poeta moderno dentre os
ser sozinho.
heterônimos. Rebelde, irritadiço, agressivo, niilista,
futurista, traços da personalidade desse poeta que Já disse que sou sozinho!
são revelados em sua obra. Busca a diferença num Ah, que maçada quererem que eu seja de
mundo de ideias feitas. Possui poemas escritos em [companhia!
inglês e português.
Domínio público.
senvolveu-se em Portugal
Se têm a verdade, guardem-na! uma Literatura de caráter
social, que abandonou a
subjetividade e a introspec-
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro ção das gerações anteriores.
[da técnica. Chamamos essa fase da
Fora disso, sou doido, com todo o direito a literatura portuguesa de Agustina Bessa-Luís.
[sê-lo. neo-realismo, que tem como
nome de destaque Alves Redol. A principal obra
Com todo o direito a sê-lo, ouviram? desse autor é o romance Gaibéus, que fala sobre os
camponeses da região do Ribatejo.
Não me macem, por amor de Deus! Na geração posterior a de Alves Redol destaca-
se a prosa de Agustina Bessa-Luís, um dos maiores
Queriam-me casado, fútil, cotidiano e nomes da literatura de língua portuguesa contempo-
rânea. Sua principal obra é o romance “A Sibila”.
[tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de
[qualquer coisa?
José Saramago
Autor desconhecido.
`` Solução:
As características definidoras de um heterônimo são:
nome próprio, biografia própria, obra própria e estilo
A Revolução dos Cravos literário próprio.
3. Alberto Caeiro tem um objetivo em sua poesia. Qual
Por tugal, em
Fernanda Fiamoncin.
é?
decadência econô-
mica e desgastado `` Solução:
pela guerra colonial,
provoca nas Forças Alberto tem como fim pensar sobre seu objetivo de não
Armadas um grande pensar, de dissociar sentido e pensamento.
descontentamento.
Devido a tal descon-
tentamento, eclode,
no dia 25 de abril
de1974, a Revolu- 1. (Vunesp) O texto a seguir pode ser tomado como
ção dos Cravos: o exemplo ilustrativo do estilo de um dos heterônimos de
governo de Caeta- Fernando Pessoa:
no é derrubado por O cravo é a flor da nação por-
oficiais de média tuguesa. “Negue-me tudo a sorte, menos vê-la,
patente rebelados. Que eu, stóico sem dureza,
Caetano acaba por se exilar no Brasil. Assume a Na sentença gravada do Destino
Presidência, em seu lugar, o general António de
Quero gozar as letras.”
Spínola. O povo português comemora a ruína da
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c) Ricardo Reis simboliza uma forma humanística de processo poético de seu autor. Qual das alternativas
ver o mundo através do espírito da Antiguidade abaixo indicadas corresponde a esse processo utilizado
Clássica. no poema?
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a) A descrição perfeita dos vincos na água adorme- Está no pensamento como ideia;
cida do lago. E o vivo e puro amor de que sou feito,
b) A relação entre o ver, o sentir e o pensar. Como a matéria simples busca a forma.”
c) A certeza de que a vida é feita de sonhos. Por meio da leitura dos versos acima, pode-se concluir
d) O colorido das imagens e a riqueza das metáforas. que:
e) A animização do lago como motivação poética. a) constituem uma redondilha em que Camões divaga
sobre o amor.
9. (Fuvest) O movimento estético que inaugura o Moder-
nismo em Portugal, e cujos poetas buscaram viver a b) pertencem à parte lírica da obra de Bocage, pois se
“aventura do espírito”, foi o: volta ao modelo clássico.
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Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
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1. B 1. C
O poema trata dos prazeres da vida. 2. D
2. Mar Português 3. A
3. Nessa parte, Pessoa trata da história de grandes na- 4. A rigor, todo o fragmento apresentado (destacara exal-
vegações. tação da máquina, do motor, das fábricas: é o mundo
4. E moderno, o século 20).
5. E 5. Destacar todo o processo de criação dos heterônimos;
as diferentes visões de mundo.
6. A
6. Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Bernardo Soares.
III. Álvaro de Campos é o poeta moderno.
7. C 7. Camões: Classicismo
8. B Pessoa: Modernismo
8. Prosopopeia ou personificação.
9. D
9.
10. D
a) O movimento de independência das colônias africa-
nas, como Angola, ocorrido após a Revolução dos
Cravos (1974). Ela foi o ponto final nas pretensões
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b) Preocupação portuguesa na formação da comuni-
dade dos países de língua portuguesa – pesando
na língua o fator de força e orgulho de Portugal,
país muito apagado da cena política e do plano
econômico internacional no século 20.
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