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LITERATURA

PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR

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Disciplinas Autores
I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Curitiba : IESDE Brasil Márcio
S.A., 2008. [Livro
F. Santiago do
Calixto
Professor] Rita de Fátima Bezerra
Literatura
360 p. Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
ISBN: 978-85-387-0573-4 Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. M.
Vitor Estudo e Ensino. I. Título.
Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa CDD 370.71
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer

Projeto e
Produçã Desenvolvimento Pedagógico

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Realismo /
Naturalismo

Domínio

Domínio
científicas e sociológicas da época, sendo o escritor do
O Realismo surgiu na França como uma Realismo um analista, e o do Naturalismo, um cientista.
resposta ao Romantismo e seu mundo de sonhos e
idealiza- ções. A primeira obra realista veio a
público no ano de 1857, era o romance Madame
Bovary, do escritor Gustave Flaubert. O livro conta
a história de Ema Bovary, uma jovem romântica,
casada, que alimen- ta sonhos de uma vida
conjugal perfeita. Porém, a realidade não se
apresenta assim, e a moça comete o adultério com
um homem rico que julgava ser seu verdadeiro e
eterno amor. Tempos depois esse ho- mem a
abandona.
É mostrada, pela primeira vez em um
romance, uma personagem em contato com a
realidade “nua”, impossibilitada de concretizar
suas fantasias senti- mentais. Podemos observar
que o escritor destrói, em sua obra, aquilo que era
“o ponto de apoio” da sociedade burguesa: o
casamento. A partir dessa visão, completamente
antirromântica, é que vem à tona o Realismo.
A primeira obra naturalista foi publicada em
1867, era o romance Thérèse Raquin, do escritor,
também francês, Émile Zola. Nessa obra, o autor
construiu personagens sem autonomia. Eram ape-
nas “joguetes” do meio e de seus instintos. É o mo-
mento em que surge o Naturalismo com sua visão
cientificista da realidade, baseando-se nas teorias
científicas da época como a Teoria da Evolução das
Espécies, de Darwin.
Ambas as correntes possuem influência direta
do Positivismo, de August Comte, que entende a
socie- dade em sua existência concreta, passível de
ser com- preendida plenamente através de um
método, de uma estrutura bem definida, de uma
ciência positiva.
Percebe-se, então, que o Realismo e o Natu-
ralismo são correntes artísticas que refletem uma
sociedade que não cede mais espaço à dúvida.
Tudo pode ser explicado à luz das teorias
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À esquerda, Flaubert e à direita Zola: gênios do
Realismo e do Naturalismo.

No Brasil, o Realismo começa em


1881 com a publicação da obra Memórias
Póstumas de Brás Cubas, de Machado de
Assis (sempre lembrando que a técnica
narrativa e a visão de mundo características
desse autor inserem sua obra num
realismo à parte, que será explicado
adiante). O Naturalismo estreia no mesmo
ano, apresentando ao público a obra O
Mulato, de Aluísio Azevedo. Essas obras
serão tra- tadas mais adiante.

Domínio
O francês Millet foi um dos
principais artis- tas da pintura
realista.

Contexto histórico
A segunda metade do século XIX é o
momento em que o Capitalismo firma-se.
Isso se deve a forte industrialização das
grandes potências como Ingla- terra,
França, Alemanha e Estados Unidos, que
aca- baram concentrando riquezas. Como
consequência desse desenvolvimento,
observamos dois fenôme-
nos: o nascimento de uma grande massa
operária,
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que ganha voz e começa a fazer reivindicações tos positivistas, busca descobrir as leis e as causas
de peso; e um crescimento do potencial da criação literária. Para isso, parte da análise dos
econômico da burguesia, onde reinou a fatores que determinam o homem e a natureza da
preocupação material e o luxo. produção desse: a raça, o meio e o momento.
É a Belle Époque, transformando Paris no cen- Obra: Philosophie de l’Art (Filosofia da Arte,
tro de requinte do mundo ocidental, que influenciou 1865).
de maneira profunda a nova estética literária, tais
como o Positivismo, Darwinismo, Determinismo e o
Marxismo. Marxismo: É importante lem-
brar que, em 1867, o filósofo alemão
Durante esse período, houve uma grande Karl Marx publica o livro O Capital,
efer- vescência destas teorias.Os escritores

Domínio
obra que revela uma nova consciên-
brasileiros da época, influenciados por essas
cia social. Nessa obra, demonstra-se
teorias oriundas do velho continente, construíram
que a evolução histórica se deu atra-
obras que buscaram revelar a realidade dos
vés da luta de classes. A realidade é
grupos sociais que constituí- am nosso país. O
reinterpretada.
Realismo tendo como alvo a classe média e a alta
burguesia brasileiras, e o Naturalismo, as áreas
mais miseráveis da sociedade. Realismo

Domínio
Agora veja quais eram as principais teorias
científi cas da

Hippolyte Taine (1828-1893),


divulga a nova consciência crítica
da arte que, baseando-se em
Positivismo: desenvolvido precei-
pelo francês August Comte (1798-
1857), em seu Cours de
2
Philosophie Po- sitive (Curso de
Domínio

Filosofia Positiva, 1830/1842),


demonstra a ideia de que a
realidade somente pode ter sua
explicação através do
conhecimento científico.
Substitui-se a religião e a
metafísica pela experimentação
racional e científica (positiva).

Darwinismo: com a
publicação da obra A Ori-
gem das Espécies, o inglês
Domínio

Charles Darwin (1809-


1882) explicita sua teoria
evolu- cionista, na qual o
ser mais forte – mais apto
– é o que vence e continua
a espécie.
Domínio

Determinismo: criado
pelo filósofo, crítico e
historia- dor francês
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Enterro em Ornans, de Gustave Courbet, o
grande nome da pintura realista.

Características

Verossimilhança
É semelhança com a verdade. O
escritor rea- lista busca a demonstração da
realidade como esta se apresenta aos
nossos olhos. Assim, almeja contar uma
história que, mesmo não tendo acontecido
na vida real, fosse possível de haver
existido. Vemos na estética realista, dessa
forma, a negação de tudo aquilo que não
seja provável ou que possa soar como
fantástico.

Objetividade
Para conquistar a verossimilhança
esperada, os escritores do Realismo
assumem uma postura impessoal diante de
seu objeto literário. Revelando-o através de
uma análise objetiva dos fatos, situações e
reações narradas.

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Racionalismo Cuidado
Reflexo do ideal de objetividade e do estilístico-formal supremo
racionalis- mo ideológico e científico da
época em que surge, representa a tentativa de uma Na estética realista, busca-se a perfeição
investigação objetiva formal da obra de arte. A ideia romântica do gênio
– logo, racional – do homem como indivíduo e inspirado que cria a obra, cede lugar à imagem de
como representante de um determinado estrato um verda- deiro trabalhador da palavra que quer
(grupo) social. Resultando nos seguintes aspectos: criar a obra atemporal (criação artística de valores
análise psicológica e tipificação social. universais e perenes).
Análise psicológica
Relacionada à vida psíquica do personagem, Naturalismo
nada mais é do que a investigação, o estudo dos ca-
O Realismo se torna Naturalismo, na ficção,
racteres, motivações e instintos mais obscuros do ser
no momento em que as “leis naturais” submetem
humano inserido num contexto sócio-histórico.
personagens e enredo, postura baseada nas teorias
cientificistas do século XIX.
Tipificação social
As ações, as atitudes, as falas, os “dramas”
Características
dos
personagens são representações particularizadas do
grupo ao qual pertencem. Acaba-se com a ideia de Dicionário Luft. São Paulo: Ática, 2001).
um indivíduo que não estabeleça contato direto
com a realidade concreta.

Contemporaneidade
Ao escritor realista importa demonstrar o
mo- mento contemporâneo (séc. XIX), ao contrário
dos ro- mânticos que buscavam incessantemente o
passado histórico ou individual. Essa busca de
atualidade por parte do realista deve-se pela
questão da verossi- milhança (mais provável de
ser atingida pelo artista que vive aquilo que quer
retratar fidedignamente) e pelo caráter
fortemente crítico das obras. Uma ca- racterística
consequente da contemporaneidade na literatura
realista é a ambientação urbana.
Ambientação urbana
Para o realista, o mundo urbano é onde se en-
contram, simultaneamente, os grandes horrores e
as grandes possibilidades do homem moderno.
Esse é o local onde se desvelam as grandes
contradições da sociedade moderna, que veremos
reveladas nos romances realistas.

Pessimismo fatalista
O pessimismo era um fator recorrente da visão
desiludida e crua que o escritor tinha da realidade
circundante. Levando-o, muitas vezes, a uma posição
niilista perante a realidade.
Niilismo: princípio filosófico segundo o qual a
negação (da fé, das hierarquias, das instituições etc.)
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é o grau supremo da verdade. (LUFT, Celso Pedro.


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O Naturalismo, por ser um
prolongamento do Realismo, possui as
características anteriormente citadas,
agregando-as a outras quatro.

Determinismo
do meio ambiente
O homem é produto do meio em que
vive, mero reflexo do ambiente no qual se
insere. Por isso, nos romances naturalistas
encontramos um certo exagero
descritivista, pois é o contexto o que
determina o ser humano, que não tem
chances de escapar.
da hereditariedade
Fator preponderante da constituição
da perso- nalidade humana, o
temperamento era considerado tanto na
ciência da época como na escola
naturalista uma herança que determinava
o caráter do homem. Dessa forma, uma
criança, filha de pais violentos e lu-
xuriosos, necessariamente herdaria esses
caracteres, que se manifestariam mais cedo
ou mais tarde.
do instinto
O homem, por herança, contém
instintos mais fortes que sua razão, por
mais desenvolvida que essa seja.
Inevitavelmente esses instintos acabarão
por se manifestar em forma de
comportamentos anti-sociais como, por
exemplo, a violência, a tara, a luxúria, o
crime etc.

Patologias
O romance naturalista apresenta
personagens patológicos –
personalidades mórbidas, anômalas,
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doentias, anormais. Os romances são “recheados” 4
de pessoas viciadas, prostitutas, devassos etc. O
escritor buscava, assim, comprovar suas teses
sobre a hereditariedade.

Crítica social explícita


Diferentemente do realista que estabelecia
sua crítica implicitamente (insinua algo), o
naturalista a exteriorizava de forma implacável
(mostra a verda- de “crua”). Não significando que
a crítica revelasse alguma espécie de esperança do
escritor para com a sociedade que retratava,
esperando conscientizá-
-la com essa crítica. Lembremos que o Naturalismo
apresenta uma visão pessimista e niilista diante da
vida, como o Realismo.

Descritivismo
O escritor naturalista usa uma forma excessi-
vamente descritiva para atingir a verossimilhança.
Demonstra, desse modo, de forma minuciosa e, às
vezes, exaustiva os detalhes precisos daquilo que
descreve. Porém, esse descritivismo serve como
um auxiliar para a narração, fator principal.

Autor e obra

Machado de Assis (1839-


1908)
Domínio

Nome completo: Joaquim Maria Machado de


Assis. Nascido no Rio de Janeiro, teve uma
infância e uma juventude humilde. Foi aprendiz
de tipógrafo
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na Imprensa Oficial, dirigida por Manuel
Antônio de Almeida (autor de Memórias de Características principais
um Sargento de Milí- cias), seu primeiro
mestre. Na década de 1860, inicia sua da segunda fase machadiana
carreira de funcionário público exemplar.
Torna- Análise psicológica
-se oficial de gabinete do Ministério da Machado realiza o desmascaramento dos
Agricultura. Logo após, Diretor Geral do perso- nagens pela análise psicológica, assim o
Ministério da Viação. Falece em 1908, já autor revela o universo íntimo e moral que os

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viúvo de Carolina de Novais. indivíduos jamais ousariam revelar.
Machado de Assis começou sua
carreira como prosador da corrente
romântica. Em 1881, com a publicação de
Memórias Póstumas de Brás Cubas,
insere-se, daí em diante, na escola realista.
Por esses dois momentos na obra ficcional
de Machado se es- tabelece, para fins
didáticos, a seguinte divisão.

Primeira fase machadiana


Composto por quatro romances que
vão ao encontro das características do
Romantismo: Ressur- reição (1872), A Mão
e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá
Garcia (1878). Essas obras inserem-se
num romantismo convencional, em que
encontramos o amor contrariado,
envolvendo a família, o casamento, o
dinheiro. Apresentam um enredo
sentimental que torna a história, por vezes,
enfadonha (note-se que o sentimentalismo
presente nesses livros era sóbrio, se
comparado aos demais escritores
românticos). Todos, exceto Ressurreição,
destinavam-se à publicação em folhetins,
que eram distribuídos parceladamente em
jornais ou revistas. Dessa forma, pode-se
depreender que a intenção primeira da
criação desses textos era entreter o público,
cerceando a liberdade criativa do autor.

Segunda fase machadiana


Considerada a fase madura do
escritor, é com- posta por cinco obras:
Memórias Póstumas de Brás Cubas
(1881), Quincas Borba (1892), Dom
Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904) e
Memorial de Aires (1908). Esse é o
momento realista de Machado de Assis.
Observa-se uma mudança radical: aquele
escritor que, na década de 1870,
apresentava-se conformado diante dos
valores burgueses, transmuta-se em um
artista altamente crítico, irônico e
pessimista.
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Crítica à sociedade como um contraponto dialógico na ficção e
Por meio da análise psicológica citada acima, ampliando a verossimilhança da obra, pois se
também se desvela o exame profundo acerca dos assemelha a uma conversa ao vivo com seus
valores sociais vigentes na época (mais especifi- imprevistos. Observe um trecho do capítulo IV de
camente do Segundo Reinado). Com isso, além de Memórias Póstumas de Brás Cubas:
demonstrar forte consciência da realidade histórica
que o cercava, Machado faz severa crítica à bur-
guesia e sua hipocrisia, seu jogo de aparências, seu “Era fixa a minha ideia, fixa como...
parasitismo social etc. Observa-se, muito bem, esses Temasmecentrais
Não e indicação
ocorre nada que seja assaz fixo
caracteres no romance Memórias Póstumas de nesse mundo: talvez a lua, talvez as
depirâmides
romances e contos
do Egito, talvez a finada dieta
Brás Cubas, em que o defunto-autor não mede
palavras para criticar, ironizar e ridicularizar o meio germânica. Veja o leitor a compa- ração que
em que viveu. melhor lhe quadrar, veja-a e não esteja daí a
Adultério
torcer-me o nariz, só porque ainda não
Ironia
chegamos à parte narrativa destas
A ironia permeia todas essas obras da Presente nas
memórias. obras Dom
Lá iremos. (...) Casmurro, Quincas
Todavia, importa
segunda fase, como um reflexo da descrença no Borba
dizer que este livro é escrito com pachorra no
e Memórias Póstumas de Brás Cubas,
ser humano, que, acima de tudo e de todos, busca conto “A cartomante”.
a sua plena satisfação, não importando os meios
que utilize para esse fim; depreende-se disso o Loucura
pessimismo das obras. Em Quincas Borba, por
exemplo, vemos isso nas figuras do capitalista Machado discute a confusão que há entre o
Palha e de sua esposa Sofia, ambos manipulando o que pode ser considerado loucura ou razão, pois
inocente Rubião. Nunca é demais relembrar o não há um conceito definitivo do que seja uma e
célebre trecho final de Memó- rias Póstumas de outra; está presente no conto “O alienista”.
Brás Cubas, símbolo de ironia e de pessimismo.
Leia:
Ambiguidade
“Não tive
Observe filhos, não
também transmiti
a ironia e oa humor da Um dos temas mais produtivos em Machado,
nenhuma criatura o legado da nossa
definição que Brás Cubas faz sobre Marcela a é sua preferência em demonstrar a ambiguidade
miséria.”
partir do tempo que permaneceram juntos: feminina. Esse tema encontra-se nos romances
Dom Casmurro, através da personagem Capitu;
Quincas Borba, com Sofia, que confunde Rubião
“Marcela
Veja que a amou-me
contagemdurante quinze
do tempo no trecho em relação aos seus sentimentos; e nos contos
meses e onze contos de réis;
trans- crito é feita a partir de nada mais”.
unidades “Missa do Galo”, com a personagem Conceição, e
monetárias, aí se encontra a ironia, o humor e, ao “Uns Braços”, com Severina.
mesmo tempo, o pessimismo de Machado de
Assis.
Vaidade, o interesse, o egoísmo
Trabalho de linguagem
O trabalho de linguagem e seu refinamento O personagem Palha, de Quincas Borba, é o
são essenciais na obra machadiana, pois é esse que melhor revela esses três aspectos. Ele consegue
trabalho que dá um caráter de poesia à linguagem ascender socialmente explorando a ingenuidade do
de sua ficção. Machado diz muito escrevendo novo-rico Rubião, herdeiro do filósofo Quincas. Aí se
pouco, prova disso são os capítulos curtíssimos de desvela outro importante tema da obra machadiana:
seus romances, que apresentam uma polissemia o parasitismo social.
impressionante.
Leitor imaginário 5
Machado em suas obras cria um leitor imaginá-
rio (que possui fisionomia, gestos, posicionamento),
com quem o narrador dialoga diversas vezes, fazendo
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uma discussão de sua própria obra. Assim, o autor


estabelece um interlocutor em sua obra,
funcionando

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Hipocrisia social em que Brás se enquadra. Tudo isso com um
humor irônico.
Machado discute o jogo de aparências entre
os indivíduos que, para se inserirem e se 6
destacarem em seu meio social e satisfazerem
suas exigências, usam da dissimulação, da
falsidade, nunca reve- lando sua verdadeira
personalidade. É a luta entre a essência humana e
a aparência das convenções sociais. O conto que
melhor nos apresenta esse tema encontra-se em
“O Espelho”, representado na figura do alferes
Jacobina.

As três obras-primas machadianas:


Memórias Póstumas de Brás
Cubas, Quincas Borba e Dom
Casmurro
Memórias Póstumas de Brás Cubas

Primeiro livro realista de Ma-


Divulgação Editora

chado, conta a história da


trajetó- ria de insucessos de
Brás Cubas. Narrado em primeira
pessoa por um defunto-autor (o
próprio Brás Cubas), que conta
sua vida, desde a infância até a
morte, demonstra, de forma
crítica, toda a hipocrisia
e falsidade existentes na burguesia carioca do
Se- gundo Reinado.
Brás Cubas não encobre nenhuma informa-
ção referente à sua vida ou à de qualquer outra
personagem, pois não deve mais nada a ninguém;
afinal, já está morto. Conta seus relacionamentos
amorosos malsucedidos com Marcela e Virgília (mu-
lher que engravidou dele e abortou acidentalmente)
e seu projeto não concluído de criar um emplastro –
o “Emplastro Brás Cubas” –, que levaria sua foto no
rótulo, tornando-o um homem célebre (revela-se aí
a crítica à vaidade humana).

Essa obra pode ser classificada com o termo


Realismo Cômico-Fantástico. Isso acontece
por- que quem narra a história é um defunto,
algo que seria inaceitável à estética realista.
Porém, esse é um recurso inovador que
Machado de Assis cria para, a partir de um
fenômeno sobrenatural, contar, sem pudor
algum, todas as mazelas escondidas do grupo
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Dessa forma, pode-se afirmar que
Machado insere-se em um Realismo à
parte na literatura ocidental, prova de
seu grande talento e grandio- sidade literár

Leia um trecho do livro:

Capítulo I – Óbito do Autor


“Algum tempo hesitei se devia abrir
estas memórias pelo princípio ou pelo fim,

Divulgação do Filme Memórias


isto é, se poria em primeiro lugar o meu
nascimento ou a minha morte. Suposto o
uso vulgar seja começar pelo nascimento,
duas considerações me levaram a adotar
diferente método: a primeira é que eu não
sou propriamente um autor defunto, mas um
defunto autor, para quem a campa foi
Cena do filme Memórias Póstumas, de André Klotzel. outro ber- ço; a segunda é que o escrito
ficaria assim mais novo. Moisés, que
também contou a sua morte, não a pôs no
Quincas Borba
introito, mas no cabo: a diferença radical
Único,
dentre essas três
obras citadas,

Divulgação Editora
narrado em
terceira pessoa,
aborda o tema do
interesse e do
egoísmo humano
através do
parasitismo social.
Rubião,
professor de uma
escola de crianças e
posteriormente
enfermeiro do
filósofo Quincas
Borba (já presente
em Memórias
Póstumas), herda
dele uma fortuna
em troca de um
úni-
co favor: cuidar do cão do filósofo também
chamado Quincas Borba. Vem morar no Rio
de Janeiro, onde será assediado por Palha
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(esperto e interesseiro) e So- fia (ambígua e


dissimulada), que acabarão levando-o à
miséria e à loucura.

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É importante salientar que essa obra ironiza o
cientificismo e o positivismo vigentes na época. O Capítulo XXXII – Olhos de Ressaca
ingênuo Rubião nada mais é que a confirmação da Tudo era matéria às curiosidades de
célebre frase de Quincas: “– Ao vencedor as bata- Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei
tas!” – resumo do Humanitismo, sua filosofia. Isto é, se aprendeu ou ensinou, ou se fez ambas as
os mais fortes e os mais aptos vencem. Nesse caso, cousas, como eu. É o que contarei no outro
os mais fortes são Palha e Sofia, sendo Rubião, o Capítulo. Neste direi somente que,
mais fraco. passados alguns dias do ajuste com o
agregado, fui ver a minha amiga; eram dez
Dom Casmurro
horas da manhã. D. Fortunata, que estava
Esse é o roman- no quintal nem esperou que eu lhe
ce da dúvida. Dúvi- perguntasse pela filha.
Divulgação Editora

da de Bento Santiago
(narrador-protagonista)
quanto à fidelidade de
sua esposa – Capitu –
e seu melhor amigo –
Es- cobar. Bentinho,
como é chamado,
recupera toda sua vida
no papel para tentar
confirmar sua
desconfiança em
relação à Capitu.
Desconfiança
que se instaura por
dois
fatores: seu filho Ezequielzinho ser a “cópia
reduzi- da” de Escobar e a forma como Capitu
olhava para Escobar morto no dia de seu velório,
com “olhos de ressaca”. Sua desconfiança acaba
tornando-o um homem quieto, introspectivo,
casmurro, culminando na solidão completa.
Lembre-se de que todas as afirmações feitas
nesse romance são questionáveis, pois quem o
narra está amargurado e ressentido. Bento
constrói suas impressões para, dessa forma, fixar
suas ideias. As- sim, percebe-se, por exemplo, que
a ambiguidade e dissimulação de Capitu parte da
interpretação amargurada que Bento faz de sua
pessoa.
O romance Dom Casmurro é considerado una-
nimemente por todos os grandes críticos literários
como uma das maiores obras-primas da Literatura
brasileira e ocidental. Leia um dos principais capí-
tulos do romance.
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–Está na sala penteando o cabelo, constantes, enfiados neles, e a isto atri- buo
disse-me; vá devagarzinho para lhe que entrassem a ficar crescidos, crescidos e
pregar um susto. sombrios, com tal expressão que...
Fui devagar, mas ou o pé ou o Retórica dos namorados, dá-me uma com-
espelho traiu-me. Este pode ser que paração exata e poética para dizer o que foram
não fosse; era um espelhinho de aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem
pataca (perdoai a barateza), capaz de dizer, sem quebra da dignidade do-
comprado a um mascate italiano,
moldura tosca, argolinha de latão, 7
pendente da parede, entre as duas
janelas. Se não foi ele, foi o pé. Um ou
outro, a verdade é que, apenas entrei
na sala, pente, cabelos, toda ela voou
pelos ares, e só lhe ouvi esta pergunta:
– Há alguma cousa?
–Não há nada, respondi; vim ver
você antes que o Padre Cabral chegue
para a lição. Como passou a noite?
– Eu bem. José Dias ainda não falou?
– Parece que não.
– Mas então quando fala?
– Disse-me que hoje ou amanhã
pretende tocar no assunto; não vai
logo de pancada, falará assim por alto
e por longe, um toque. Depois, entrará
em matéria. Quer primeiro ver se
mamãe tem a resolução feita...
– Que tem, tem, interrompeu
Capitu. E se não fosse preciso alguém
para vencer já, e de todo, não se lhe
falaria. Eu já nem sei se José Dias
poderá influir tanto; acho que fará
tudo, se sentir que você realmente não
quer ser pa- dre, mas poderá
alcançar?... Ele é atendido; se,
porém... É um inferno isto! Você teime
com ele, Bentinho.
– Teimo; hoje mesmo ele há de falar.
– Você jura?
– Juro. Deixe ver os olhos, Capitu.
Tinha-me lembrado a definição
que José Dias dera deles, “olhos de
cigana oblíqua e dissimulada.” Eu não
sabia o que era oblíqua, mas
dissimulada sabia, e queria ver se
podiam chamar assim. Capitu
deixou-se fitar e exa- minar. Só me
perguntava o que era, se nunca os
vira, eu nada achei extraordinário; a
cor e a doçura eram minhas
conhecidas. A demora da
contemplação creio que lhe deu outra
ideia do meu intento; imaginou que
era um pretexto para mirá-los mais de
perto, com os meus olhos longos,
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tradicionais de ensino, o Colégio Abílio e o Colégio Pedro
estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos II. Ba-
de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá charel em direito pela faculdade de Recife,
ideia daquela feição nova. Traziam não sei 8
que fluido misterioso e enérgico, uma força
que arrastava para dentro, como a vaga que
se retira da praia, nos dias de ressaca. Para
não ser arrastado, agarrei-me às outras
partes vizinhas, às ore- lhas, aos braços, aos
cabelos espalhados pelos ombros, mas tão
depressa buscava as pupilas, a onda que
saía delas vinha crescendo, cava e escura,
ameaçando envolver-me, puxar-me e
tragar-me. Quantos minutos gastamos
naque- le jogo? Só os relógios do céu terão
marcado esse tempo infinito e breve. A
eternidade tem as suas pêndulas; nem por
não acabar nunca deixa de querer saber a
duração das felicida- des e dos suplícios.
Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados
do céu conhecer a soma dos tormentos que
já terão padecido no inferno os seus
inimigos; assim também a quantidade das
delícias que terão gozado no céu os seus
desafetos aumentará as dores aos
condenados do inferno. Este outro suplício
escapou ao divi- no Dane; mas eu não estou
aqui para emendar poetas. Estou para
contar que, ao cabo de um tempo não
marcado, agarrei-me definitivamente aos
cabelos de Capitu, mas então com as mãos,
e disse-lhe, – para dizer alguma cousa, –
que era capaz de os pentear, se quisesse.
– Você?
– Eu mesmo.
– Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso
sim.
– Se embaraçar, você desembaraça

Estudaremos agora outros nomes de


destaque do Realismo e do Naturalismo brasileiro.
Na primeira estética encontramos Raul Pompéia,
autor de uma obra de traços impressionistas. Na
segunda, vemos Aluísio Azevedo, principal escritor
naturalista e Adol- fo Caminha, autor de
importantes obras.

Outros autores do
Realismo

Raul Pompéia (1863-1895)


EM_V_LIT_

Raul D’Ávila Pompéia nasceu em Angra dos


Reis. Foi estudante de duas instituições
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE
trabalhou em diversos
cargos públicos. No
ano de 1888, de- pois
de um duelo
malsucedido com
Olavo Bilac, suicida-

Domínio
se.
A principal obra
desse escritor é O
Ateneu (1888). Obra
que é narrada por
Sérgio (narrador
protagonista), ex-
-estudante do colégio
que dá nome à obra.
Numa linguagem impressionista
(Impressionis- mo: observação pessoal e
sensível da realidade), em que busca
constantemente comparações, metáforas,
semelhanças para contar seu passado,
Sérgio faz um relato amargurado,
carregado de ressentimentos. Es- ses são
responsáveis pela construção de
impressões e imagens depreciativas de sua
vivência no colégio comandado à mão-de-
ferro pelo diretor megaloma- níaco
Aristarco.
Fortemente introspectivo, o romance
pode ser interpretado como uma miniatura
do mundo exterior, onde há a presença
constante da corrupção, da re- pressão, da
sede de poder e da troca de favores para se
obter proteção (no caso de O Ateneu, a
proteção dos rapazes mais novos pelos mais
velhos dava-se através da prestação de
favores sexuais – era um colégio interno
somente para meninos).
Depreende-se do texto uma forte
crítica ao sistema de ensino aplicado na
época e à sociedade degradada que o
internato simboliza.

Classificação da obra
O Ateneu pode ser classificado tanto
como um Romance Memorialista – baseia-
se nas lembranças de quem narra – como um
Romance Impressionista
–apresenta a captação imediata e
momentânea, não racionalizada da
realidade, observa-se a preponde- rância
da impressão sobre a análise. Leia um
trecho da obra:

“Vais encontrar o mundo”, disse-me


meu pai, A porta do Ateneu. Coragem para
a luta. on-line do IESDE
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares
O que se observa é a preponderância do coletivo
Lembramo-nos, entretanto, com sauda- sobre o individual, pois todos que no cortiço estão,
de hipócrita, dos felizes tempos – como se a transformam-se em produto daquele meio. Logo,
mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, pode-se concluir que o protagonista da história é o
não nos houvesse perseguido outrora, e não próprio Cortiço – uma grande “massa amorfa”.
viesse de longe a enfiada das decepções que
nos ultrajam.” Personagens
João Romão: português ambicioso, dono do
cortiço;
Autores do Naturalismo Negra Bertoleza: amásia de João Romão e
es- crava falsamente alforriada;
Pombinha: “flor da inocência” que é
Aluísio Azevedo (1857–1913) corrompida pelo meio.
Jerônimo e Rita Baiana: casal que funciona
Nasceu em São Luís do como comprovação das teorias cientificistas da épo-
Maranhão, onde realizou seus ca. Principalmente o determinismo e o evolucionismo.
estudos secundários. Viveu al- Leia o trecho:
Domínio

gum tempo no Rio de Janeiro


trabalhando como caricaturista
de alguns jornais. Volta a São
Luís, onde publica O Mulato

Autor
(1881) – livro que tem como tema
o racismo existente na sociedade
burguesa maranhense. Retorna ao Rio devido ao de-
sagrado causado por esse romance; trabalha como
folhetinista. No ano de 1895, ingressa na carreira
diplomática, viajando por diversos países. Vem a
falecer em Buenos Aires.
Sua principal obra é O Cortiço (1890), livro de
referência do Naturalismo brasileiro.
Devido a um forte processo de transformações
econômicas acontecidas no Rio de Janeiro, desen-
volve-se uma nova classe social – o proletariado
urbano – de fraco poder econômico. Esse estrato “(Rita) Amara-o (ex-namorado de
social, formado por trabalhadores e pessoas de ati- Rita) a princípio por afinidade de
vidade econômica incerta, reunia-se em habitações temperamento, pela irresistível conexão do
precárias, minúsculas, sem acesso à higiene etc. instinto luxurioso e canalha que
Estes conglomerados eram denominados “cortiços”. predominava em ambos, depois continuou
Tal fenômeno social chama a atenção do escritor a estar com ele por hábito, por uma espécie
maranhense, que acaba transportando-o, por fim, de vício que amaldiçoamos sem poder
para a literatura. largá-lo; mas desde que Jerônimo
propendeu para ela, fascinando-a com a
sua tranquila serenidade de animal bom e
O Cortiço forte, o sangue da mestiça reclamou os seus
direitos de apuração, e Rita preferiu no
Características principais
• linguagem agressiva e permeada por Todos esses personagens funcionam como recur-
termos científicos; so literário para denunciar a miséria do proletariado
urbano na sociedade carioca. Suas patologias servem
• cenas apresentadas em toda sua sordidez, como uma lente de aumento para o escritor (em sua
sujeira e podridão; postura de cientista) comprovar suas teses.
• denúncia da degradação social que um
ambiente mórbido causa às pessoas – de- “Eram cinco horas da manhã e o cortiço
EM_V_LIT_

terminismo. acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua


in- finidade portas e janelas alinhadas.
9
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a) quais são as razões que levam Bento Santiago a
“(...) No confuso rumor que se formava, crer que foi traído por seu melhor amigo e sua
des- tacavam-se risos, sons de vozes que es- posa?
altercavam sem se saber onde, grasnar de
marrecos, cantar de galos, na parede, b) quais os nomes desses dois personagens?
cacarejar de galinhas.” c) quem indica ao leitor a ambiguidade da esposa
“Daí a pouco, em volta das bicas era um de Bento?
zum zum crescente; uma aglomeração
tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após ` Solução:
outros, lavavam a cara debaixo do rio de a) A semelhança de seu filho Ezequiel com Escobar
água que escorria da altura de uns cinco e a forma com que Capitu OLHAVA o mesmo
palmos. O chão inundava- se. As mulheres durante seu enterro (com “olhos de ressaca”).
precisavam já prender as saias entre as
coxas para não as molhar; (...); os homens, b) Os nomes desses dois personagens são Ezequiel
esses não se preocupavam em não molhar o Es- cobar e Capitu ou Capitolina.
pelo, ao contrário, metiam a cabeça bem c) Quem indica a ambiguidade de Capitu para o
debaixo da água e esfregavam com força as leitor é Bento, pois é ele quem narra a história.
ventas e as barbas, fossando e fungando
contra as palmas da mão. As portas das 3. (Elite) “(...) é que não sou propriamente um autor
latrinas não descansavam, era um abrir e de- funto, mas um defunto autor.”
fechar de a cada instante, um entrar e sair Explique, a partir da análise dos sintagmas, a
sem tréguas. Não de- moravam lá dentro e alteração de sentido acontecida em “autor defunto”
vinham ainda amarrando as calças ou as e “defunto autor”.
saias; as crianças não se davam ao trabalho
de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no ` Solução:
Em “autor defunto”, o termo “autor” é o núcleo do sin-
Adolfo Caminha (1867-1897) tagma nominal, sendo o regente de “defunto” –
sintagma adjetIVAL – caracterizando o sentido de autor
A Normalista: decadência da sociedade de
já morto. Já em “defunto autor”, o núcleo do sintagma
Fortaleza.
nominal é “defunto”, sendo o regente de “autor” –
Personagem principal: Maria do Carmo, que agora sintagma adjetIVAL – caracterizando o sentido
engravida do padrinho e depois perde a criança. de um morto que torna-se autor.
O Bom-Crioulo: o homossexualismo entre
ma- rinheiros. 4. Cite três características da obra O Cortiço, de Aluísio
Azevedo.
Personagem principal: Amaro, que assassina
Aleixo, seu amante, por ciúme de uma mulher. ` Solução:
Linguagem AGRESSIVA, com a utilização de alguns termos
científicos; a degradação do ser humano; crítica social
explícita.
1. (Fuvest) Em 1881 foram publicados dois romances 5. Além de romance realista, quais outras
importantes no Brasil, com os quais se inicia um classificações podem ser atribuídas ao romance O
novo movimento literário na prosa brasileira. Ateneu? Quem é o autor dessa obra?
a) Quais são esses romances?
` Solução:
b) Com que movimento literário eles rompem?
O romance O Ateneu, também pode ser classificado
como romance memorialista e romance impressionista.
` Solução:
6. O que o colégio Ateneu simboliza na obra de mesmo
a) Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado nome?
de Assis, e O Mulato, de Aluísio AZEVEDO.
b) Romantismo. ` Solução:

2. (Elite) No romance Dom Casmurro, de Machado de O colégio simboliza a pior face do mundo exterior. Cor-
EM_V_LIT_

Assis: rupção, brutalidade, sede de poder estão presentes na


instituição em que o joVEM Sérgio estuda.
10
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7. (Elite) No romance O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, diVersidade e não uma superioridade.
há a narração entre Jerônimo e Rita Baiana.
“(Rita) Amara-o (ex-namorado de Rita) a princípio
por afinidade de temperamento, pela irresistível
conexão do instinto luxurioso e canalha que
predominava em ambos, depois continuou a estar
com ele por hábito, por uma espécie de vício que
amaldiçoamos sem poder largá-lo; mas desde que
Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a
sua tranquila serenidade de animal bom e forte, o
sangue da mestiça reclamou os seus direitos de
apuração, e Rita preferiu no europeu o macho da raça
superior.”
Sobre a relação que ocorre entre as duas
personagens responda:
A descrição do contatos entre Jerônimo e Rita
Baiana é bem característica do romance naturalista
– de forte influência das concepções naturalistas do
século XIX. Uma dessas concepções é o
determinismo (tanto racial quanto geográfico).
Disserte sobre ele inserindo-o nesta época.

` Solução:
O século XIX era o momento de exaltação da
ciência (cientificismo). Ela tinha como função
explicar como fUNCIONAVA o mundo.
Um dos campos de curiosidade da época era entender
como algumas sociedades assumiam
características próprias e distintas. Em outras PALAVRAS,
por qual razão algumas EVOLUÍAM e outras não
(EVOLUCIONISMO).
O determinismo era uma chaVe explicatiVa muito
comum no século XIX para responder a tais
questionamentos. Ele era VOLTado a explicar as
características que assumiam as sociedades, os poVOS,
baseados em alguns princípios que determinariam a
sua EVOLUÇÃO.
Pensou-se, inicialmente, que o que determinaria o
pro- gresso de um país seria o caráter racial:
aqueles poVOS possuidores de raças inferiores (isto é,
não-europeias – haja Vista que este pensamento era
criado e propagado pela Europa) estariam
determinados a serem racialmente inferiores. Este era o
determinismo racial.
HOUVE outros que pensaram não ser a raça, mas carac-
terísticas geográficas (RELEVO, clima etc.) as RESPONSÁVEIS
pelo atraso de alguns poVOS. Este era o
determinismo geográfico.
Hoje, as teses deterministas estão superadas. O grande
erro destas teorias era o de classificar a
humanidade entre superiores e inferiores – quando na
VERDADE o que temos é um conjunto dos mais distintos
poVOS que VIVEM de forma diVersa. O que há é uma
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criarem suas per- sonagens.
e) por representarem a tentativa dos autores
nacionais de reabilitar uma faculdade perdida do
homem: o
1. (Unirio) Sobre o Realismo, assinale a
afirmativa cor- reta. senso do mistério.
11
a) O romance é visto como distração e não
como meio de crítica às instituições
sociais decadentes.
b) Os escritores realistas procuram ser
pessoais e ob- jetivos.
c) O romance sertanejo ou regionalista
originou-se no Realismo.
d) O Realismo constitui uma oposição ao
idealismo romântico.
e) O Realismo vê o Homem somente como
um pro- duto biológico.
2. (Elite) “O .............. se tingirá de.............., no romance
e no conto, sempre que fizer personagens e
enredos submeterem-se no destino cego
das “leis naturais” que a ciência da época
julgava ter codificado; ou se dirá , na
poesia, à medida que se esgotar
no lavor do verso tecnicamente perfeito”.
No texto acima, preenchem-se as
lacunas, respectivamente, com:
a) Realismo, Naturalismo, Parnasianismo.
b) Romantismo, Naturalismo, Parnasianismo.
c) Realismo, Naturalismo, Simbolismo.
d) Romantismo, Modernismo, Parnasianismo.
e) Romantismo, Modernismo, Simbolismo.
3. (FEI) Uma literatura se preocupa com os
aspectos socio- lógicos da obra e faz um
romance de tese documental, e outra se
preocupa com os aspectos patológicos da
obra e faz um romance de tese
experimental.
Aponte, respectivamente, o nome dessas estéticas.
4. (UFPA) As personagens realistas-naturalistas
têm seus destinos marcados pelo
determinismo. Identifica-se esse
determinismo:
a) pela preocupação dos autores em criar
persona- gens perfeitas, sem defeitos
físicos ou morais.
b) pelas forças atávicas e/ou sociais que
condicionam a conduta dessas criaturas.
c) por ser fruto, especificamente, da imaginação e da
fantasia dos autores.
d) por se notar a preocupação dos autores
de volta- rem ao passado ou ao futuro ao
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5. (Mackenzie) Vários autores afirmam que a diferença III. o melhor da produção realista está na poesia.
entre Realismo e Naturalismo é muito sutil. Um dos
a) são corretas as afirmações II e III.
trechos a seguir é claramente naturalista.
b) apenas a afirmação II é correta.
Assinale a alternativa em que ele aparece.
a) “Desesperado, deixou o cravo, pegou do papel c) as três afirmações são corretas.
escrito e rasgou-o. Nesse momento, a moça, em- d) são corretas as afirmações I e II.
bebida no olhar do marido, começou a cantarolar
à toa, inconscientemente, uma cousa nunca e) as três afirmações são incorretas.
antes cantada nem sabida...” 8. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações.
b) “Enfim chegou a hora da encomendação e da
I. Os romances do Naturalismo sustentam-se nas
parti- da. Sancha quis despedir-se do marido, e o
teorias deterministas da época; por isso as per-
deses- pero daquele lance consternou a todos.”
sonagens geralmente apresentam características
c) “Entretanto, das portas surgiam cabeças con- patológicas.
gestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos,
II. Aluísio Azevedo seguiu rigidamente os
fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se
pressupos- tos teóricos do Naturalismo e, no
grosso por toda a parte; começavam as xícaras a
romance O Cor- tiço, apresentou um painel das
tilintar; o cheiro do café aquecia, suplantando
relações sociais do Rio de Janeiro no Final do
todos
Século XIX.
os outros...”
III. Nos textos naturalistas, a subjetividade do narra-
d) “Foi por esse tempo que eu me reconciliei outra dor contrasta com o rigor científico que permeia
vez com o Cotrim, sem chegar a saber a causa do a construção do enredo.
dissentimento. Reconciliação oportuna, porque a
solidão pesava-me, e a vida era para mim a pior Quais estão corretas?
das fadigas, que é a fadiga sem trabalho.” a) I.
e) “E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do b) II.
mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. c) I e II.
Tudo cho- rando seria monótono, tudo rindo,
cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas d) I e III.
e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer e) I, II e III.
à alma do mundo a variedade necessária, e faz-
se o equilíbrio da vida.” 9. (Elite) Estabeleça a relação racionalismo/irracionalismo
com as correntes literárias citadas abaixo.
6. (PUCRS) Ela saltou em meio da roda, com braços na
cintura, rebolando as ilhargas e balançando a cabeça (1) racionalismo ( ) Classicismo
(...) numa sofreguidão (...) carnal, num requebrado (2) irracionalismo ( ) Barroco
luxurioso que a punha ofegante: já correndo de barriga ( ) Arcadismo
empinada, já recuando de braços estendidos, a ( ) Romantismo
tremer toda, como se fosse afundando num prazer
grosso que nem azeite em que se não toma pé e ( ) Realismo/Naturalismo
nunca se encontra o fundo. a) 1-1-2-2-1.
O vocabulário do texto salienta os traços do: b) 1-2-1-2-1.
a) Romantismo. c) 2-1-2-1-2.
b) Realismo. d) 2-2-1-1-2.
c) Naturalismo. e) 1-2-2-1-2.
d) Impressionismo.
e) Modernismo.
10. (Elite) Leia as seguintes afirmações.
7. (UMC-SP) Sobre o Realismo pode-se afirmar:
I. O romance realista apresenta fatos verossímeis de
I. o Naturalismo são introduzidos em 1881 com as obras
Re Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Mulato;
12 alis
no Realismo há predomínio da análise psicológica e
mo
II. no Naturalismo, da análise científica;
eo
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uma sociedade, com o objetivo de
executar, a partir daí, uma
interpretação crítica da mesma, da
manei- ra mais imparcial possível.
II.
Enquanto o romance naturalista

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apresenta as áreas miseráveis da
sociedade, permeada de seres atípi-
cos e anormais, o romance realista se
fixa na classe

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média e alta burguesia utilizando os tipos sociais de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos,
como personagens. entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes
III. Na obra de Aluísio Azevedo, O Cortiço, é possível tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob
identificar a influência das teorias científicas da outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora
época como, por exemplo, o determinismo, o e não viesse de longe a enfiada das decepções que
posi- tivismo e o darwinismo. nos ultrajam.”
Quais estão corretas? Raul Pompéia
a) I.
O trecho acima é o início do romance O Ateneu, de
b) I e II. Raul Pompéia. Considerando esta obra como um
c) I e III. todo, constatamos nela uma perfeita correspondência
entre a sociedade do Ateneu e a sociedade de fora
d) II e III.
dele, porque:
e) I, II e III. a) em ambas, os valores sociais, éticos e morais são
irrepreensíveis.
11. b) a figura afável do diretor de escola equivale à do
(FCC-MG) Assinale a alternativa onde estão
indicados os textos que analisam corretamente pai de família.
alguns aspectos do romance realista. c) tanto na escola quanto na família a criança se sen-
I. As personagens independem do julgamento do te “na estufa de carinho que é o regime do amor
narrador, reagindo cada uma de acordo com sua doméstico”.
própria vontade e temperamento. d) escola e sociedade completam eficazmente a
II. A linguagem é poeticamente elaborada nos edu- cação da criança e a preparam para a vida.
diálogos, mas procura alcançar um tom coloquial, e) o internato é um pequeno mundo que reflete a
com traços de oralidade, nas partes narrativas e so- ciedade e seus desequilíbrios.
descritivas.
III. Observa-se o predomínio da razão e da
14. (UERJ) No romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, a
observação sobre o sentimento e a imaginação.
sintonia com os ideais naturalistas é acentuada pela
a) I, lI e III. seguinte característica básica da história:
b) I e lI. a) a personagem sobrepõe-se ao ambiente.
c) II e II. b) o coletivo sobrepõe-se ao individual.
d) I e III. c) o psicológico sobrepõe-se ao social.
e) II. d) o trabalho sobrepõe-se ao capital.
12. e) a força sobrepõe-se à razão.
(Elite) A Literatura de uma época é resultado de um
contexto social. Por esse motivo existem as a eiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência
diferentes correntes literárias. Afinal, os tempos vanta
mudam e com eles sua forma de pensar o mundo nos gem
diversos campos da arte. única
de
A partir da afirmação feita, disserte sobre o contexto
fazer
histórico-social em que estavam inseridas a
mais
literatura realista e a naturalista e a influência do
sensí
13. tempo nelas.
vel a
(PUC-Rio) “Vais encontrar o mundo, disse-me meu criat
pai, a porta do Ateneu. Coragem para a luta. ura a
Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, impr
que me despia, num gesto, das ilusões de criança essã
educada exoticamente na estufa de carinho que é o o
regime do amor doméstico, diferente do que se rude
encontra fora, tão diferente, que parece o poema do
dos cuidados maternos um artifício sentimental, com prim
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15. (UFF) Assinale a alternativa correta sobre o romance
O Ateneu, de Raul Pompéia.
a) O romance se realiza pelo processo
memorialista do narrador, permeado
por uma profunda visão crí- tica.
b) Trata-se de uma crônica de
saudades, em que o narrador revela,
a cada instante, vontade de voltar.
c) O Ateneu representa uma apologia
aos colégios internos como forma
ideal para a formação do ado-
lescente.
d) Apesar da tentativa de atingir um
estilo realista, a obra mantém uma
estrutura romântica aos moldes de
José de Alencar.
e) Todas as personagens do romance buscam
identifi-

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16. “...uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro c) Determinismo biológico.
de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto
d) Tematização do psicológico.
por urna nuvem de moscas, apregoava em tom
arrastado e melancólico:” “Fígado, rins e coração”. e) Aplicação do método experimental.
Era uma ven- dedeira de fatos de boi. (...) os cães, 19. (Mackenzie) Assinale a alternativa incorreta a
estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam respeito de O Ateneu.
gemidos humanos, movimentos irascíveis, mordiam o
ar, querendo morder
os mosquitos.” a) Devido a apresentar uma estrutura bastante ecléti-
ca, não se trata de um romance que tem uma
Nesse texto naturalista, Aluísio Azevedo enfatiza clas- sificação rigorosa como representante de
a: uma ou outra tendência literária.
a) patologia social;
b) Tem um narrador em primeira pessoa, Sérgio,
b) brutalidade do quotidiano; que relata fatos ocorridos com ele no passado.
c) despreocupação ética; c) A ação deste romance transcorre no ambiente
d) força da hereditariedade; fe- chado de um internato, onde convivem
crianças, adolescentes, professores e
e) ação do meio social. empregados.
17. (UFPR) “Marcas de lona suspensas em varais de
d) A maioria das personagens do romance é apre-
ferro, umas sobre as outras, encardidas com panos sentada de uma forma caricatural, realçando
de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta seus aspectos negativos.
das lanternas. Imagine-se o porão do navio
mercante carregado de miséria. No intervalo das e) Em função de uma narrativa mais dinâmica, o
peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se autor abre mão da análise psicológica de
corpos seminus, indistintos. Respirava-se um odor personagens.
20.
nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor (PUC) A mais terrível das instituições do Ateneu não
humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de era a famosa justiça de arbitrio, não era ainda a
boca aberta, roncavam profundamente, cafua, asilo das trevas e do soluço, sanção das
contorcendo-se na inconsciência do sono.” culpas enormes. Era o livro das notas.
Com relação a esse fragmento da obra Bom-Crioulo, Todas as manhãs, infalivelmente, perante o colégio
de Adolfo Caminha, é correto afirmar que apresenta em peso, congregado para o primeiro almoço, às oito
a(s) seguinte(s) característica(s) naturalista(s): horas, o diretor aparecia a uma porta, com
solenidade tarda
I. tentativa de impessoalidade em relação à voz das aparições, e abria o memorial das partes.
nar- rativa; Em O Ateneu, Raul Pompéia denuncia, como exemplifica
II. despreocupação com pormenores descritivos, o o texto, a:
que torna o ritmo narrativo extremamente a) perversidade do sistema educacional.
rápido. b) relação perigosa entre adolescentes.
III. subjetividade na descrição do espaço; c) brutalidade física na educação.
IV. valorização de ambientes exóticos, objetivando a d) vontade de poder do educador.
recuperação estética das figuras marginalizadas
socialmente; e) política interesseira da escola.
V. preferência por espaços miseráveis e
socialmente
inferiores. 21. (UFRJ) “E naquela terra encharcada e fumegante,
naquela umidade quente e lodosa, começou a mi-
Está correta a
nhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma
sequência:
coisa viva, uma geração, que parecia brotar
a) I, II e V. espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, a
b) I, IV e V. multiplicar-se como larvas no esterco.”

c) II, III e IV. O fragmento d’O Cortiço, romance de Aluísio


Azevedo, apresenta uma característica fundamental do
d) I, II, III, IV. e V.
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE
Naturalismo.
18. (PUC-Rio) Estão relacionadas a seguir características Qual?
de
movimentos literários. Delas, apenas uma não se refere a) Uma compreensão psicológica do homem.
ao Naturalismo. Qual?
b) Uma compreensão biológica do mundo.

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a) Busca da objetividade científica.
c) Uma concepção idealista do universo.
b) Idealização da natureza.
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d) Uma concepção religiosa da vida. a campainha de uma casa e ser atendido por uma
e) Uma visão sentimental da natureza. empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma
voz que vinha lá de dentro perguntando quem era: e
22. (Elite) Sobre a obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não
são é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara
feitas as seguintes afirmações.
I. O autor denuncia a miséria e a degradação do sabendo que não era ninguém...
pro- letariado urbano carioca. Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se
II. Comprova, com as personagens Jerônimo e Pom- despediu ainda sorrindo.
binha, que o ambiente em que se vive determina (In: BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 4. ed. Rio de Janeiro:
a conduta dos indivíduos. Editora do Autor, 1964. p. 44-45.)
III. Tem, na personagem Rita Baiana, a confirmação
da seguinte tese determinista: o instinto é mais Esaú e Jacó
forte do que a razão. (fragmento)
Machado de Assis
IV. Pode-se dizer que o protagonista do romance
en-
contra-se na figura do português Miranda, – Que estranhos? Não vou viver com ninguém.
homem de bom coração, que serve como Viverei com o Catete, o Largo do Machado, a Praia
contraponto ide- ológico do enredo. de Botafogo e a do Flamengo, não falo das pessoas
que lá moram, mas das ruas, das casas, dos
Indique as afirmativas corretas.
chafarizes e das lojas.
a) I e II.
(In: Obra Completa. .
b) I, II e III.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985. v. 1, p.
c) I, III e IV. 987.)
d) III e IV.
Vimos que Rubem Braga faz uso expressivo do
e) I, II, III e IV. indefinido ninguém. Diga com que sentido o mesmo
termo é usado por Machado de Assis no texto acima,
relacionando tal significado com um posicionamento
marcante na obra
23. Os romances Dom Casmurro, de Machado de Assis, do autor.
e O Ateneu, de Raul Pompéia, além de serem 2. (Fuvest) A narração dos acontecimentos com que o
romances da fase realista possuem uma importante leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de
característica em comum, definidora dos enredos. Machado de Assis, se faz em primeira pessoa,
portanto, do ponto de vista da personagem
Que característica é essa?
Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela se
apresenta:
a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à
realida- de.
b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo
1. (UFRJ) narrador.
O Padeiro (fragmento) c) perturbada pela interferência de Capitu que
acaba por guiar o narrador.
Rubem Braga
d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois
Tomo meu café com pão dormido, que não é tão Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar
ruim assim. E enquanto tomo café vou me aquilo?
lembrando de um homem modesto que conheci “Então você não é ninguém?”
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antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do


Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de
apartamento ele apertava a campainha, mas, para
ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater
não incomodar os moradores, avisava gritando:
– Não é ninguém, é o padeiro!
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visa à verdade.
e) indecisa entre o relato dos fatos e a
impossibilidade de ordená-los.
3. (UFV-MG) Em se tratando de Quincas Borba,
romance de Machado de Assis, todas as
alternativas abaixo estão corretas, exceto:
a) o Humanitismo, teoria filosófica de
Quincas Borba, defende o princípio da
liberdade de conservação.
b) a narrativa é lenta com abundância em detalhes.

c) as personagens são escrupulosas e


despidas de egoísmo.
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d) a burguesia frívola da corte constitui a sociedade c) conotativa;
ficcional machadiana;
d) paradoxal;
e) Rubião, personagem central, traz as marcas da
fra- queza na luta pela sobrevivência. e) sinestésica.

4. (PUCPR) Capitu é uma das mais bem construídas 7. (Fuvest) “Saímos à varanda, dali à chácara, e foi
personagens da literatura brasileira. Quem a criou e então que notei uma circunstância. Eugênia coxeava
em que obra? um pouco, tão pouco, que eu cheguei a perguntar-lhe
se machucara o pé. A mãe calou-se; a filha
a) Machado de Assis, Dom Casmurro. respondeu sem titubear:
b) Machado de Assis, Quincas Borba. – Não, Senhor, sou coxa de nascença.”
c) Raul Pompéia, O Ateneu. Trecho fundamental do romance, não só dá título a
d) Aluísio Azevedo, O Cortiço. um capítulo, como serve para definir, com bastante
nitidez, o caráter da personagem central.
e) Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás De que obra se trata?
Cubas.
a) Dom Casmurro.
5. (UFRJ)
b) Esaú e Jacó.
1. Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo.
Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir c) Quincas Borba.
para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do d) Memórias Póstumas de Brás Cubas.
jardim, entrei e parei logo.
8. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche cor-
2. “Lá estão eles”, disse comigo. retamente as lacunas do trecho abaixo. Os perfis
femininos criados por Machado de Assis revelam,
3. Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois
velhos sentados, olhando um para o outro. por exemplo, mulheres preocupadas em ascender
Aguiar estava encostado ao portal direito, com as social- mente e em manter as aparências. Assim,
mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda, hipócrita e
tinha os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir dissimulada....................de....................assemelha-se à
adiante ou desandar o caminho; continuei inescrupulosa...............ávida pelo dinheiro de
parado alguns se- gundos até que recuei pé ante Rubião,
pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no em..........................
rosto e na atitude uma expressão a que não acho a) Conceição, Quincas Borba, Marcela, Uns Braços.
nome certo ou claro: digo o que me pareceu.
b) Marcela, A Cartomante, Flora, Dom Casmurro.
Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar.
Consolava-os a saudade de si mesmos. c) Virgilia, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Sofia,
Quincas Borba.
(ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de
d) Capitu, Memorial de Aires, Genoveva, Missa do
Janeiro: Aguilar, 1989.)
Galo.
No texto, o narrador descreve o quadro formado e) Sofia, Esaú e Jacó, Virgília, O Alienista.
pelo casal de velhos com: 9. (Mackenzie) Assinale a alternativa incorreta a
a) impaciente ironia; respeito de “A cartomante”, de Machado de Assis.
b) suavidade e melancolia; a) Vilela e Camilo eram amigos de infância, sendo
c) desgosto e censura; este funcionário público, e aquele, magistrado.

d) velado humorismo; b) Quando da morte da mãe de Camilo, Vilela e Rita


se mostram extremamente preocupados em ajudar
e) ceticismo e desesperança. o amigo.
6. (UFRJ) Em “Consolava-os a saudade de si mesmos.” c) O conto se inicia com Rita dizendo a Camilo que
(Machado de Assis, Memorial de Aires), o autor está tinha consultado uma cartomante.
empregando a linguagem:
d) Um dia, próximo do meio-dia, Camilo recebe um
a) denotativa; bilhete de Vilela, dizendo que ele fosse à sua
b) coloquial; casa imediatamente.
16 e) Passando em frente à casa da cartomante,
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Camilo se mantém cético e não a visita.

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10. (Mackenzie) Sobre Dom Casmurro é correto afirmar 13. (Elite) “Teve um pequeno legado no testamento,
que: uma apólice e quatro palavras de louvor. Copiou as
palavras,
a) a partir dos ciúmes de Sancha, Escobar deixa de encaixilhou-as e pendurou-as no quarto, por cima da
frequentar a casa de Bentinho e Capitu. cama. “Esta é a melhor apólice”, dizia ele muita vez.
Com o tempo, adquiriu certa autoridade na família,
b) Ezequiel, sem qualquer sombra de dúvida, apre-
certa audiência, ao menos; não abusava e sabia
senta semelhança física com Escobar.
opinar obedecendo. Ao cabo, era amigo, não direi
c) toda a narrativa é parcial, pois se desenvolve a ótimo, mas nem tudo é ótimo neste mundo. E não
par- tir da ótica do personagem-narrador, ou lhe suponhas alma subalterna; as cortesias que
seja, Ben- tinho. fizesse vinham antes do cálculo que da índole. A
roupa durava-lhe muito; ao contrário das pessoas
d) Capitu, devido a seus “olhos de ressaca”, deixa
que enxovalhavam depressa o vestido novo, ele
cla- ro o adultério cometido.
trazia o velho escovado e liso, cerzido, abotoado, de
e) Dona Glória, mãe de Bentinho, devido aos conse- uma elegância pobre e modesta.”
lhos de José Dias, não chega a mandar o filho ao
Esse trecho retirado do romance Dom Casmurro, de
Machado de Assis, trata sobre qual personagem?
seminário. a) José Dias.
11. (UM-SP) Sobre o romance Memórias Póstumas de b) Tio Cosme.
Brás Cubas, não é correto afirmar que:
c) Bento Santiago.
a) é uma obra inovadora do processo narrativo,
que introduz o Realismo no Brasil. d) Escobar.
b) é narrado por Brás Cubas, narrador-personagem, e) Ezequiel.
defunto-autor, capaz de alterar a sequência do 14. (UFRJ) O tema do ciúme foi abordado por Machado
tempo cronológico. de Assis em Dom Casmurro:
c) constitui um romance de crítica ao Romantismo, “CAPÍTULO CXXXV
deixando entrever muita ironia em vários
momentos da narrativa.
Otelo
d) por ser um romance fortemente memorialista, aca-
Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se
ba por conferir um caráter de crônica à obra.
justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca;
e) revela crítica intensa aos valores da sociedade e sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. [...]
ao próprio público leitor da época. O último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu
deveria morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as
12. (UFRJ) Leia os fragmentos a seguir, selecionados de
suas palavras amorosas e puras, e a fúria do mouro,
Dom Casmurro, e assinale a associação correta.
e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos
do público.
a) “José Dias amava os superlativos. Era um modo vivida, o que
de dar feição monumental às ideias.” – Machado
de Assis elogia a retórica vazia comum a certas
estra- tégias culturais de seu tempo.
b) “Tudo era matéria às curiosidades de Capitu” –
tra- ços da personalidade da Capitu menina,
segundo o narrador, não permanecem na Capitu
adulta.
c) “Tudo isso vi e ouvi. Não, a imaginação de Ariosto
não é mais fértil que a das crianças e dos
namora- dos” – Dom Casmurro confessa ser
imaginativo, mas isso não compromete a
veracidade de sua narrativa.
d) “O meu fim evidente era atar as duas pontas da
vida e restaurar, na velhice, a adolescência.” – o
narrador anuncia seu objetivo: recuperar a vida
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– E era inocente, vinha eu dizendo rua a) crítica aos excessos sentimentais da personagem.
abaixo; – que faria o público, se ela deveras
b) ausência de monólogos interiores.
fosse culpada, tão culpada como Capitu?” [...]
c) preocupação com questões político-sociais.
(ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1982.)
d) abordagem de tema circunscrito à época realista.
No fragmento acima, observa-se uma característica e) análise do comportamento humano.
recorrente nos romances machadianos, que é a:
é feito com sucesso. 15. (Elite) Qual desses contos de Machado de Assis é
e) “Não é claro isto, mas nem tudo é claro na vida e narrado em primeira pessoa?
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nos livros.” – o narrador machadiano costuma a) “A cartomante.”


dei- xar no texto pistas para o leitor atento.
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b) “O espelho.” d) refere-se ao mistério da morte, pelo qual ele já
c) “Um homem célebre.” pas- sou.
d) “O alienista.” e) refere-se ao mistério do casamento e da
paternida- de, que ele não conheceu.
e) “Missa do galo.”
18. (Fuvest) O texto evidencia, com clareza, pelo menos uma
16. (Elite) Sobre o romance Dom Casmurro, de Machado das características principais de Machado de Assis.
de Assis, são feitas as seguintes
a) O pessimismo ingênuo dos escritores realistas e
afirmações.
I. Bento Santiago, faz uma autopsicanálise por naturalistas do século XIX.
meio de suas melancólicas reflexões, chegando a
b) A linguagem rebuscada, de tal modo ambígua,
con- clusão de que, se pudesse começar toda sua
que quase prejudica a compreensão do sentido.
vida novamente, a viveria da mesma maneira,
pois não teria capacidade para modificar seus c) Um pessimismo irônico, disfarçado sob a
erros. aparência de conformidade indiferente.
II.
Como em O Ateneu o romance gira em torno de d) O gosto pela frase lapidar, carregada de expres-
um ressentimento.
III. A ambiguidade de Capitu é motivada pela sões inusitadas.
ambigui- dade psicológica de Bento.
e) A capacidade de sintetizar, em apenas um
Quais estão corretas? parágra- fo, todo o enredo do romance.
a) I. 19. (USF-SP) Machado de Assis, na sua obra de ficção
narrativa:
b) I e II.
a) começou romântico e como tal se manteve na
c) II.
idealização com que descreve as personagens de
d) II e III. suas obras.
e) I, II e III. b) condenou o Romantismo e introduziu no Brasil o
As questões 17 e 18 referem-se ao texto a seguir. Realismo, que só trocou pelo Naturalismo.
“Este último capítulo é todo de negativas. Não c) investigou com profundidade o homem
alcancei a celebridade do emplasto, não fui universal, nas personagens cotidianas, indo além
ministro, não fui califa, não conheci o casamento. da crítica à sociedade.
Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a d) centrou suas críticas na sociedade de sua época;
boa fortuna de não comprar o pão com o suor do por isso está hoje ultrapassado: o homem
meu rosto. Mais; não padeci à morte de D. Plácida, moderno não pode ver-se em suas personagens.
nem à semidemência do Quincas Borba. Somadas
umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginaria que e) norteou-se pelos princípios do Naturalismo,
não houve míngua nem sobra, e conseguintemente ressaltando sempre os fatores biológicos do
que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao com- portamento humano.
chegar a este outro lado do mistério,
achei-me com um pequeno saldo, que é a 20. (UFRJ) “AMOR
derradeira negativa deste capítulo de negativas: —
1. A verdade é que devemos tudo aos amores infe-
Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o
lizes, aos amores que não dão certo. A poesia se
legado da nossa miséria.”
faz antes ou depois do amor, ninguém jamais fez
17. (Fuvest) Trata-se do trecho final de Memórias um bom poema durante um amor feliz. Pois se o
Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. amor está tão bom, pra que interrompê-lo? O
Levando isso em consideração, examine a expressão amor feliz não é assunto de poesia. Literatura é
“ao chegar a este outro lado do mistério”. Com ela, o quando o amor ainda não veio ou quando já
narrador: acabou, litera-
a) refere-se ao mistério da semidemência de c) alude ao próprio passado, pois só agora percebe como a
Quincas Borba, cuja causa nunca pôde sua vida foi inútil e negativa.
compreender.
b) alude ao fato de não ter conseguido tornar-se
ministro, embora tivesse condições para tanto.
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tura durante é mentira. Ou ela é 2. Desconfie de quem explica um estado de
empolgação ou é remorso, revolta, exaltação criativa dizendo que está amando.
saudade, tédio, divagação deses- perada Algo deve estar errado.
- enfim, tudo que dá bom texto.

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3. – Você está amando, mas ela não está correspon- “(...) – Só tomando distância, escrevendo e
dendo, é isso? reescrevendo, raciocinando e burilando você faria
4. – Não, não. Ela também me ama. É maravilhoso. isto.” (par.19) Essa fala revela uma concepção de
texto literário compatível com a dos poetas:
5. – É maravilhoso, mas você sabe que não pode
du- rar, é isso? Seu poema é sobre a a) românticos.
transitoriedade de todas as coisas, sobre o b) parnasianos.
efêmero, sobre o fim inevitável da felicidade
c) simbolistas.
num mundo em que ...
d) árcades.
6. – Não! É sobre a felicidade sem fim!
e) barrocos.
7. – Não pode ser.
8. – Mas é. Acabei o poema e vou fazer uma
canção. Depois, talvez, uma cantata. E estou
pensando num
romance. Tudo inspirado no nosso amor. Não pos-
so parar de criar. Estou transbordando de amor e
ideia. Crio dia e noite.
9. – E a mulher amada?
10. – Quem? Ah, ela. Bom, ela sabe que a atenção que
não lhe dou, dou ao nosso amor perfeito.
11. – Está explicado. Ele não canta a amada ou seu
amor. Está fascinado por ele mesmo, amando. E
o poema certamente é ruim.
12. Porque o amor, para ser de verdade, tem de
embur- recer. Só devem lhe ocorrer bobagens
para dizer
ou escrever durante um caso de amor. Ou é kitch,
de mau gosto, piegas ou copiado, ou não é amor.
Qualquer sinal de originalidade pode até ser sus-
peito.
13. – Esses seus versos para mim ... Estão ótimos.
14. – Obrigado.
15. – Essas juras de amor, essas rimas, essa métrica ...
De onde você tirou tudo isso?
16. – Eu mesmo inventei. Pensando em você.
17. – Seu falso!
18. – O quê?
19. – Só deixando de pensar em mim por algumas ho-
ras você faria uma coisa assim pensando em mim.
Só tomando distância, escrevendo e reescrevendo,
raciocinando e burilando, você faria isto. Um verso
plagiado do Vinícius eu entenderia. Um verso ori-
ginal, e bom desse jeito é traição. Só não sendo
sincero você seria tão inteligente!
20. – Mas...
21. – Não fale mais comigo.
22. Pronto. O amor acabou, agora você pode ser criati-
vo sem remorso. Você está infeliz, mas console-se.
Pense em como isso melhorará o seu estilo.”
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(VERISSIMO, Luis Fernando. O Estado de São Paulo, 25 jul. 1999.
Adaptado.) 19

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Unidos tornam-se as grandes potências econômicas
do mundo, chega a era do capitalismo industrial.
Enquanto isso, no Brasil, que tinha como base a
1. D produção agrícola, vivia-se, não diferentemente,
radicais modificações sociais. Dentre alguns fatos
2. A
históricos importantes temos: a intensificação da
3. Realismo, Naturalismo campanha abolicionista; a Guerra do Paraguai
(1864-1870); a decadência da Monarquia (D. Pedro
4. B
II); a Lei Áurea e a Proclamação da República em
5. C 1889. Sendo esta última tematizada no livro Esaú e
6. C 13. Jacó de Machado de Assis.
E
7. D 14.
B
8. C 15.
Toda a opressão sofrida pelos jovens de internato foi
9. B revelada na obra O Ateneu, inclusive a troca de
10. E favores sexuais por parte dos mais novos para
conseguirem a proteção dos mais velhos.
11. D 16.
Para conseguir evidenciar a brutalidade do cotidiano
12. O Realismo e o Naturalismo surgem, na Europa, em
a cria cenas em que o aspecto grotesco prepondera.
1857 e 1867, respectivamente. Nessa época temos uma 17.
gran- de efervescência de novas teorias científicas, B
18.
surgidas na Europa, que influenciaram fortemente B
essas correntes literárias. O “Velho Mundo” vivia 19.
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transformações econô- micas e sociais, França, E


20.
20 Inglaterra, Alemanha e Estados A
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S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
21. B
22. B
23. A importante característica comum às duas obras referi-
das é o Impressionismo. Tanto em Dom Casmurro como
em O Ateneu a construção das impressões se dão
por narradores -personagens que, amargurados e
ressenti-
dos, analisam o seu passado de maneira pessimista.

1. No texto de Machado de Assis, o pronome é usado


com o sentido de ‘pessoa alguma’/‘pessoa nenhuma’.
Ao preferir a paisagem física da cidade aos seus seme-
lhantes, o autor revela seu ceticismo em relação ao ser
humano, um traço marcante na sua obra.
2. B
3. C
4. A
5. B
6. C
7. D
8. C
9. E
10. C
11. D
12. E
13. A
14. E
15. E
16. D
17. D
18. D
19. C
20. B
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