Você está na página 1de 36

Fortaleça os Laços entre Líderes

Adultos e Jovens
Os que são chamados a liderar a juventude devem interpretar o pleno significado da conduta e do mundo
estar cientes de alguns princípios gerais de liderança dos jovens.
que, se empregados, trazem sucesso ao planejamento e
realização das atividades do Comitê d o Sacerdócio Aa- IV . Seja sempre exem plo
rônico-Jovens. Atividades bem sucedidas principiam
por envolver todos os participantes nas primeiras fases Os adultos devem ser sempre êles mesmos, sem
do planejamento. A juventude deve ser incumbida da tentar “ imitar adolescentes” . Alguns adultos são bas­
seleção, planejamento e, tanto quanto possível, prom o­ tante abertos e sem form alidades — adaptam-se bem
ção das atividades específicas. 0 papel dos líderes em ambientes esportivos e sociais. Isto é bom. Se, no
adultos deve ser o de conselheiros, oferecendo orienta­ entanto, um líder adulto sentir-se melhor numa atmos­
ção e sugestões. Êles auxiliarão fazendo perguntas fera mais form al, deve sempre portar-se de form a con ­
a respeito de incumbências que devem ser delegadas, gruente com seu m odo de pensar, mas sem forçar os
para salientar as áreas que necessitam de maior plane­ jovens a se enquadrar em seu procedimento adulto.
jamento ou que precisem ser revistas mais cuidadosa­
mente. Tom e cuidado para que, em seu desejo de V . A jude-o a atravessar o vazio
garantir o sucesso, não venha a privar a juventude da
oportunidade de desenvolver-se através de sua própria Lembre-se — a juventude é um processo de tran­
experiência! O líder adulto tem a responsabilidade ú l­ sição para se atingir o estado adulto, abandonando-se
tima da aprovação das atividades planejadas. A o ga­ a segurança da companhia dos colegas favoritos e p ro­
rantir liberdade de ação aos jovens é imperativo que curando-se atingir o mundo adulto. Alguns jovens,
o líder adulto não abdique de sua posição supervisora. entretanto, terão um espírito de grupo mais acentuado
e considerarão qualquer pessoa de mais 30 anos
I . Incentive o entusiasmo com o intrusa. É muito importante auxiliá-los a atraves­
sar esta fase, compreendendo e respeitando as coisas do
O otimismo pode fazer milagres no influenciar a seu mundo.
conduta da parte dos líderes adultos que reflita confian­ Comumente zom bam os de coisas que não conhe­
ça e respeito pela juventude e uma grande fôrça posi­ cemos nem compreendemos. Na presença dos adoles­
tiva que pode ser utilizada para guiar os adolescentes centes, muitas vêzes externamos opiniões depreciativas
por caminhos sadios. Evite uma atitude de dúvida, a seu respeito sem tentar realmente compreender. Fa­
suspeita e pessimismo quanto aos resultados finais. In­ zemos mesmo um grande esforço para adaptá-los ao
centive os jovens a participar com espírito de equipe, “ nosso gôsto” . É muito importante aceitá-los com o são
a ser criativos e atingir seus propósitos. Espere o me­ e onde estão, seja qual fô r o nível social, habilidade ou
lhor. INão se satisfaça com menos que o desempenho graça que possuam e, convivendo com êles, dar exemplos
adequado no sucesso de escolha, planejamento e execução que possam conduzir a maior alegria, companheirismo
das atividades. e, acima de tudo, desenvolvimento para o jovem .

I I . Estabeleça limites V I. Se houver qualquer coisa lo u v á v e l...

É extremamente importante delimitar bem as pos­ Em alguns casos nós, com o adultos, devemos acau­
sibilidades e a liberdade de que os jovens poderão telar-nos contra as novas invenções dos jovens. Não
usufruir. N ão espere dêles uma escolha impossível. devemos hesitar em permanecer firmes e mantermo-nos
Se é do seu conhecimento que certas atividades são fiéis aos ideais. Precisamos, no entanto, saber reco­
proibitivas, esclareça-o para seus liderados. Entretanto, nhecer a uma boa idéia ou uma contribuição social
dentro dos limites permissíveis os líderes adultos devem apreciável.
minimizar sua interferência com os processos do grupo
e as atitudes democráticas. VII. Èles procedem com o se sentem —
faça-os sentir-se bem

III. Ouça e aprenda


Em qualquer discussão ou resolução de problema
a primeira coisa que a maioria das pessoas tenta fazer
Ouvir é trabalho. Muito se pode aprender a res­ é definir a questão. A seguir, atiram-se à procura da
peito da juventude e seu mundo observando e ouvindo. solução. Raramente verificam com a pessoa ou grupo
Planejar e participar de atividades provê excelente a maneira com o se sentem a respeito da situação. Sen­
oportunidade para se ganhar com preensão. Se o líder timentos e em oções são parte vital da conduta e devem
adulto tiver sido parte de todo o processo de liderança ser pesquisados e explorados a fim de se compreender
de uma atividade específica, estará bem colocado para (C on clu i na página 9)
O r g ã o O f i c i a l d a Ig r e ja .

Explorando o $s\ A g ô s to de 1 9 6 7 .
V olum e X X I Núm ero 8

Un iverso
ARTIGOS:
Franklin S. H arris, Jr.

4 A d v e rtê n c ia à Juventude. David O . M cKay

E X T IN Ç Ã O DAS ESPÉCIES 7 D esenvolvim ento Pessoal. G o rd o n B. H in c k le y


10 A Partir de Cumorah. XV. H u g h N ib le y
Desde 1 8 0 0 , não menos de 44
espécies de mamíferos e pro va ve l­ 13 Então é Disso Q u e São Feitos os Rapazes? — X II. W . C le on
mente mais um número maior de Skousen
espécies de pássaros extinguiram-se,
16 Uma Revoada G ris. Brian K elly
comunicou P hilip Street. C erta es­
pécie de pombos, a qual os famosos 26 Ha uma L e i. [L o w e ll L. Bennion
ornitó lo g o s John James A u d u b o n e
A le xa n d re W ilso n estimaram in clu ir 29 Um Pobre e A f l it o V ia jo r. H é lio da Rocha Camargo
entre um e dois bilhões de pássaros,
33 O H e ró i da A ld e ia . O . J. Robertson
extinguiu-se desde que o último
espécime morreu no Jardim Z o o ló ­
gico de G n c in n a ti, em 1 de setembro
de 1 9 1 4 . O d o d ô pertencia à
família dos pombos, maior d o que
um peru, com um enorme b ico tô rto ,
SEÇÕES:
cauda curta e encrespada, e asas
rudimentares. Foi primeiramente des-
poberto na ilha M a u ritiu s, no O ce a n o
in d ico em 1 5 9 8 , mas já em 1 6 9 3
tinha desaparecido p o r ação p re ­
datória de cães e porcos na ilha.
3 Espécies em Extinção. E xplorando o Universo
A A lc a , encontradiça em certas áreas
d o A tlâ n tic o N o rte , mormente em 19 A o Raiar d o N o v o D ia. Escola Dominical
algumas poucas ilhas rochosas p ró ­
20 Francamente, Bispo. . . Bispado Presidente
ximas da Islândia, duraram desde a
sua descoberta em 1 5 3 4 até que o 22 A s Técnicas d o Ensino A p lic a d o . Ensino
últim o casal destas aves incapazes de
voar foi morto em 1 8 4 4 . O quagga, 25 . . . Sem N os, N ã o Podem Ser A p e rfe iç o a d o s . G encàlogiâ
espécie de burro selvagem sul-afri- 31 O Processo dos M ila g res. AMM
cano aparentado com a zebra, sobre­
viveu até 1 8 8 3 no Z o o ló g ic o de
Amsterdam, e a zebra Buchell até
1 9 0 9 no Z o o ló g ic o de Londres.

O LH O S MOSTRAM
A T IV ID A D E M E N T A L

O s psicólogos da U niversidade
de C hicago descobriram que as
alterações d o tamanho da pupila A L i a l io n a , R . A fon so Braz, 464, 3.°, C j. 31, F on e 61-2344 — S ã o P a u lo . E d it o r : H élio da R och a
ocular pode ser u tiliz a d o na mensu- C a m a rg o ; R e d a to r : F ra n cis co M á x im o C . da S ilva . A L i a l io n a , o rg ã o o fic ia l da estaca e m is­
sõ e s brasileiras da Ig re ja de Jesus C r is to dos S an tos dos Ú ltim os D ias, e d ita d a pelo C en tro E d itorial
ração da atividade mental. O tra­ B rasileiro,é tra d u çã o do U n ifie d M a g a z in e e se ach a reg istrada sob o núm ero 93 do L iv ro B ,n.° 1 de
M a trícu la s dfe O ficin a s Im pressoras de Jornais e P eriód icos, co n fo rm e D e cr e to n.° 4.857, de 9-11-1930.
balho com problemas de m ultiplicação C o m p o s ta e im p ressa na A ssu m p çã o T e ix e ira , In d . G rá f. S. A ., R . A n a N eri, 466 S 3o Paulo.
mostra que a atividade mental rela- E staca S ão P aulo, R. Igu atem i, 1980, S ão P a u lo; M issão Brasileira, R. H enriqu e M o n te ir o , 215,
fo n e 80-4638, C P 862 S ã o Paulo SP; M issã o Brasileira d o Sul, R. G en. C arn eiro, 490, fone 4-8016,
ciona-se estreitamente com a d if i­ C P 778, C u ritiba P R ; M issã o de C o n stru çã o R . Ita p e va , 378 fo n e 33-6761. S ão Paulo SP.
D e v id o à orie n ta çã o seguida p o r esta revista, reservam o-nos o dire ito de pu b licar s òm en te os artigos
culdade do problema e que o tamanho s o licita d o s pela re d a çco .
da pupila cresce com a d ific u ld a d e P reços; Assinatura anual para o B rasil; N C r$ 3,00, para o e xte rio r sim ples U S $ 3-00, aérea U S$ 7.00.
E x e m p la r N C rS 0,30, atrazad o N C r $ 0 ,6 0 . A s m udan ças de enderêço d é v e m ser feitas c om trin ta
d o problema. dias de an tecedên cia, d e v e n d o in d ica r o a n tig o e o n ô v o en derêço.

Agôsto de 1967 3
Meus queridos irmãos e irm ãs: É com em oções
várias que os saúdo esta manhã e de todo o coração
lhes dou as boas vindas — a vocês que se reúnem
neste Tabernáculo e a todos que ouvem a sessão
de abertura da 137.a Conferência Anual da Igreja.

Advertência à Juventude
palavras do Pres. David 0 . M cK ay na sessão inaugural da
Conferência Geral no Tabernáculo
6 de abril de 1967

Rendo louvores com profunda gratidão pelas bên­ Contudo, quando leio nos jornais e revistas relatos
çãos do Senhor e expresso meus sinceros agradecimentos sôbre as condições reinantes no mundo que nos cerca,
aos membros da Igreja em todo o mundo por suas pre­ fico extremamente preocupado. E imagino se não es­
ces em minha intenção, que me têm sustentado e man­ taremos tão absorvidos em nossos propósitos pessoais,
tido. muitas vêzes mesquinhos, que nos esquecemos do que
Sou grato por sua lealdade e devoção e sei que Deus tem feito por nós.
nosso Pai Celestial se compraz no trabalho abnegado Teremos nos esquecido das promessas que Êle fêz
dos oficiais e professores das alas e estacas e no de e que nos darão a um tempo paz e vitória sôbre todo
todos os que estejam auxiliando a prom over a causa da o mal, tão somente aceitando o Senhor e sua palavra?
Verdade. Vocês são verdadeiramente servos do Senhor Parece-me que nunca antes as fôrças malignas se
e eu os abençôo a todos. enfileiraram tão encarniçadas na luta quanto agora.
É um extraordinário privilégio reunir-me a vocês Poucas pessoas duvidarão do fato de que estamos v i­
e usufruir da inspiração que emana de uma C onfe­ vendo num período crítico e que muitos estão perdendo
rência Geral da Igreja. Suas sessões serão extensamente as amarras, “ levados em roda por todo o vento de
divulgadas e sinto-me jubiloso de anunciar que durante doutrina, pelo engano dos homens, que com astúcia
esta Conferência já utilizaremos os recursos da com u­ enganam fraudulosamente” . — Efésios 4 :1 4 ).
nicação espacial para transmitir a mensagem do Evan­ Satanás e suas fôrças estão atacando os ideais ele­
gelho. vados e os padrões sagrados de conduta que protegem
Pela primeira vez uma irradiação da sessão ma­ nossa espiritualidade e, com o um de nossos irmãos de­
tutina será transmitida para além-mar, via satélite “ Early clarou há pouco, “ Êle nos está levando de roldão,
Rird” , em órbita a 35.000 km acima do Oceano Pacífico. envolvendo-nos com as seduções e tentações que já des­
Esta irradiação histórica será ouvida no Havaí — local truíram ideais elevados entre muitos povos do mundo,
a que se destina — seis décimos de segundo depois de e com as quais espera agora infiltrar-se em nossas fi­
nossas vozes serem proferidas aqui no Tabernáculo, leiras. Tornando o pecado popular no mundo, êle
após viajar mais de 160.000 km através do espaço. espera fazê-lo igualmente aceito entre nós. No mundo
Desta form a, principiam os a utilizar outro grande ins­ que nos rodeia os padrões elevados de conduta estão
trumento de com unicação na obra de nosso Pai Ce­ decaindo, para deixar lugar aos inferiores. Alguns es­
lestial. forços se concentram até na abolição total dos padrões” .
Estima-se que esta Conferência de Abril será vista — (Editorial, Church News, 14 de janeiro de 1967).
e ouvida pela maior audiência que já presenciou uma Entre os males patentes de nossos dias, contam-se
Conferência Geral da Igreja. dois que parecem mais prejudiciais e que precisam ser
Estamos verdadeiramente vivendo numa era mara­ dominados, se desejamos preservar os verdadeiros ideais
vilhosa da história e a obra do Senhor está sendo cristãos. São êles: prim eiro, uma crescente tendência
promovida em todo o mundo de forma extraordinária. de se desonrar os votos matrimoniais; e, segundo, a
Nós damos graças por Sua benignidade e bênçãos a decadência moral e a progressiva delinqüência juvenil.
êste povo. Estou contentíssimo e muito grato pelo nível ele­

4 A LIAHONA
vado da juventude da Igreja e reconheço a existência resultantes, im oralidade, pobreza etc. A Igreja vem
de inúmeros jovens dignos no mundo. procurando tornar a ambos, lar e comunidade, melhores
É porque eu adoro a juventude e desejo honesta­ e mais acolhedores.
mente que sejam orientados pelas trilhas da retidão, 0 inim igo está ativo. Êle é astuto e manhoso e
sucesso e felicidade que os advirto dos perigos amea­ aproveita tôda a oportunidade para minar os alicerces
çadores que são claramente visíveis no horizonte. Não da Igreja, atacando onde quer que seja possível enfra­
se pode deixar de ficar alarmado ao ler nos jornais e quecer ou destruir. A tôda a pessoa normal o Senhor
revistas a crescente onda de crimes. Mesmo crianças concedeu “ liberdade de escolha” . Nosso progresso m o­
estão sendo corrom pidas p or ela e a juventude é apa­ ral e espiritual depende do emprêgo que fazemos dessa
nhada em seu redemoinho, contaminando-se inteira­ liberdade.
mente. Com a mais tocante oração já oferecida, Jesus
J. Edgar Hoover, diretor do FBI, tem advertido rogou por seus discípulos, na noite em que enfrentou
repetidamente 'a nação contra a espiral de crimes que o Getsêmane dizendo a seu P a i:
se alastra por êste país, chamando a atenção para o fa ­ “ E eu já não estou mais no m undo; mas êles estão
to de que os transgressores juvenis são responsáveis por no mundo e eu vou para ti.
72 por cento de tôdas as prisões p or crim e e que o pre­ “ Dei-lhes a tua palavra e o mundo os aborreceu,
juízo causado atinge a astronômica cifra de mais de porque não são do mundo, assim com o eu não sou do
27 bilhões de dólares ao ano! (73 bilhões de cruzeiros mundo.
n o v o s). N ão peço que os tires do mundo, mas que os
V olto a mencionar uma declaração feita pelo Sr. livres do m al” . (João 17:11, 14-15).
Hoover num jantar em sua honra na cidade de Chicago, E não orou só por seus discípulos, com o também
Illinois, em 24 de novembro de 1964: disse:
“ Que triste e dolorosa constatação a respeito do “ E não rogo somente por êstes, mas também por
clima m oral desta grande nação! A fôrça moral de aquêles que pela sua (dos discípulos) palavra hão de
nosso país tem decrescido de maneira alarmante. De­ crer em m im ” . (João 1 7 :2 0 ).
vemos voltar aos ensinamentos de Deus se quisermos Neste texto fica bem claro o propósito divino para
curar esta doença. a existência do homem nesta provação mortal. É o
“ Estas estatísticas chocantes, juntamente com a propósito expressamente declarado pelo Pai Eterno a
evidente indiferença pública com relação a elas, são suas inteligências irmãs no Livro de A braão, como
sintomáticas da falsa m oralidade que h oje toleramos. segue:
É um falso código que se baseia na adoração de coisas “ ...fa r e m o s uma terra onde êstes (as inteligências
criadas pela m ão do homem. Um cód ig o tão imperfeito organizadas) possam m orar;
e débil com o o próprio ser humano!
“ E os provaremos com isto, para ver se êles farão
“ Conquanto agradável aos sentidos, êste tipo de
tôdas as coisas que o Senhor seu Deus lhes mandar” ;
clima moral não pode oferecer o apoio ou a fôrça ne­ (P érola de Grande Valor, A braão 3 :2 4 -2 5 ).
cessários a nossa sobrevivência nacional. Êste colapso
Portanto, nosso lugar neste mundo fo i divinamente
em nossos padrões morais apenas conseguirá tom ar-nos indicado. N ão devemos ficar fora. O próprio Cristo
impotentes com o povo e com o n a çã o” .
orou para que dêle não fôssemos afastados.
E isto dito por um homem que é provàvelmente
Não pode haver dúvida de que as guerras e ciências
nossa maior autoridade em questões policiais.
materialistas tiveram efeito m ortífero sôbre a sensibili­
Muitos cidadãos preocupam-se profundamente com
dade moral de grande número de jovens. Um crítico
a onda de crimes, o índice elevado de divórcios e filhos
chega mesmo a dizer que “ O interêsse próprio situa-se
ilegítimos, o aumento das doenças venéreas, os escân­
com o objetivo único e o prazer com o o fim único da
dalos nos altos postos e outros sintomas de desonesti­
vida” .
dade pública e particular.
É dever dos pais e da Igreja não apenas pregar
Haverá uma decadência m oral? Há motivo de
mas também demonstrar à juventude que a vida de
alarme? O mundo está aí e as estatísticas que lemos
verdade e pureza traz contentamento e felicidade, en­
são realmente assustadoras, mas constituem uma adver­
quanto que a violação das leis m orais e sociais resulta
tência necessária. Eu creio que todos os cidadãos leais
apenas em descontentamento, pesar e, quando levada às
estão sèriamente preocupados com a imoralidade e o
últimas conseqüências, degradação.
desrespeito à lei e à ordem que enfraquecem os países.
A missão da Igreja é minimizar e, se possível, e li­ O homem tem uma natureza dupla — uma voltada
minar êsses “ males” do mundo. É evidente que preci­ para a vida terrena ou anim al; outra, a vida espiritual,
samos de uma fôrça unificadora para eliminá-los. análoga ao divino. O corpo do homem não passa do
Uma tal fôrça unificadora, com o um grande ideal, tabernáculo em que seu espírito habita.
é o Evangelho de Jesus Cristo, restaurando através do Muitas pessoas, demasiado número delas, estão
Profeta Joseph Smith. Êle explica a vida do homem propensas a considerar o corpo com o o homem e, con­
e seu propósito e traz no b o jo os elementos salvado­ seqüentemente, à orientar seus esforços no sentido da
res vitais: ideais nobres e edificação espiritual, pela satisfação sensual, seus. apetites, desejos e paixões. Pou­
qual o coração do homem anseia. quíssimas reconhecem que o homem real á um espírito
Mulheres e homens dignos de tôdas as partes estão imortal, cu ja “ inteligência, ou luz da verdade” era ani­
desejosos de eliminar os elementos maléficos de dentro mada com o ser individual antes que o corpo fôsse fo r­
das comunidades, êsses que estão constantemente a de­ mado e que essa entidade espiritual, com todos os seus
sintegrar a sociedade — o problem a do álcool e da distintivos, persistirá após o corpo cessar de reagir ao
embriaguês, o v ício de narcóticos com todos os males seu ambiente terreno.

Agôsto de 1967 5
Depende d o tipo de escolha que o homem faz dià- (3 ) Im pudícia;
riamente, melhor ainda, das escolhas que faz em cada (4 ) Deslealdade; e
hora da sua vida, se satisfazer-se-á com o que chamamos (5 ) Irreverência.
mundo animal, satisfeito com o que o mundo animal É bom , na realidade é essencial, à felicidade de nos­
lhe dará, cedendo sem resistência ao capricho dos ape­ sos jovens, que se reúnam em festas, mas torna-se
tites, desejos e paixões, afundando-se cada vez mais na evidência de baixa m oral quando, para divertimento,
sensualidade; ou se, por meio do auto-domínio, elevar- êles recorrem a estímulos físicos e degradação. Essas
se-á em direção às satisfações intelectuais, morais e concessões enfraquecem e degradam o caráter; desa­
espirituais. creditam o nome fam iliar; roubam a futura espôsa ou
“ O homem tem dois criadores” , diz W iliam George o futuro marido de um tesouro sem preço e lançam
Jordan, “ seu Deus e êle próprio. O prim eiro Criador sementes que resultarão em suspeitas conjugais, infeli­
provê a matéria-prima — as leis em conform idade com cidade e divórcio.
as quais pode fazer da vida o que deseja. O segundo Uma m oça que sacrifica o respeito próprio em troca
criador — êle próprio — possui extraordinários po- da popularidade social, avilta a verdadeira feminilidade.
dêres e raramente os reconhece. É o que um homem Um caráter incorrupto, baseado na capacidade de 'dizer
faz de si mesmo que con ta ” . “ n ã o” na presença dos que zom bam e escarnecem, é
N ão precisamos fechar os olhos ao fato de que digno de respeito e d o amor de homens e mulheres cuja
um número demasiado grande de nosso jovens reage opinião seja extremamente valiosa.
ao apêlo do físico porque isto parece a coisa mais na­
O beber, usar narcóticos e freqüentar reuniões
tural e fácil de se fazer. Muitos estão procurando em
obscenas cria aquêle ambiente no qual o senso moral
v ão caminhos mais curtos para encontrar a felicidade.
se embrutece e as paixões desenfreadas campeiam. T or­
Deve-se sempre manter em mente que aquilo que é
na-se fácil, então, dar o último passo para a desgraça
mais valioso na vida requer esforços extenuantes.
moral.
Quando um homem busca algo por nada e evita esforços,
n ão está em condições de resistir à tentação. Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
É grande demais o número dos que preferem en­ Dias não há senão um padrão m oral. Nenhum rapaz
tregar-se aos prazeres do plano animal inferior de pre­ tem quaisquer direitos mais que as moças de entregar-
ferência a lutar pelas coisas mais elevadas da vida. As se aos desvarios da m ocidade.
pessoas que subordinam sua vontade aos apetites sofrem A quêle que é impuro na juventude é indigno da
as penalidades correspondentes. confiança nêle depositada pelos pais da moça e aquela
Charles Wagner, em “ The Simple L ife ” , analisou que não é casta é infiel para com seu futuro marido e
os que colocam a vontade a serviço de seus apetites: lança os fundamentos da infelidade no lar, discórdia e
“ Eu tenho estado atento ao que a vida diz e registrei, suspeitas.
enquanto as ouvia, algumas verdades que ressoam por N ão levem em consideração êsses professores que
todos os lados. Terá o beber, com tôda a engenhosidade incentivam a prom iscuidade e a auto-degradação. Man­
empregada na criação de novas bebidas, encontrado uma tenham apenas em mente esta verdade eterna, que a
form a de saciar a sêde? Absolutamente, não. Pode, castidade é uma virtude a ser prezada com o uma das
ao contrário, denominar-se a arte de tornar a sêde maiores conquistas da vida.
insaciável. A libertinagem aberta amortecerá o agui­ Nestes dias em que a modéstia é tomada com o coisa
lhão da carne? N ão, ela o envenena, converte o desejo do passado e a castidade é tida com o virtude ultrapas­
natural numa obsessão m órbida, tornando-a paixão d o ­ sada, eu apelo aos pais em especial, e a meus colegas,
minante. Permita que seus apetites o dirijam , alimen­ os professores, tanto dentro com o fora da Igreja, para
te-os e ve-los-á multiplicar-se com o insetos ao sol. que ensinem a juventude a manter suas almas imacula­
Quanto mais lhes conceder, mais exigirão. É insensato das e livres dêstes e de outros pecados aviltantes, cujas
o que busca felicidade na prosperidade material pura conseqüências os ferirão intimamente, até que sua
e simples” . consciência fique embrutecida e êles se tornem sórdidos.
Relata-se que um imperador romano ofereceu um Uma vida casta, não uma vida disoluta, é a base
prêmio a quem pudesse inventar um nôvo tipo de pra­ da masculinidade viril. E o teste da verdadeira fem i­
zer. Nero incendiou Roma pela mera satisfação da nilidade é que uma mulher se erga inocente ante o tri­
novidade. Roma caiu por causa da extravagância, lu- bunal da castidade. Tôdas as qualidades são coroadas
xúria e dissipação. Na vida pessoa, assim com o na p or esta preciosíssima virtude. É a parte mais funda­
vida nacional, êstes são sinais infalíveis de declínio e mental do alicerce de um matrimônio feliz e a fonte da
decadência. fôrça e perpetuidade da raça.
Verdadeiramente — Saúde, felicidade, paz interior e caráter advêm da
“ O que semeia na sua carne, da carne ceifará a autodisciplina. A única coisa que torna o homem su­
corru p ção; mas o que semeia no Espírito, no Espírito perior ao animal é sua posse dos dons espirituais. A
ceifará a vida eterna. (Gaiatas 6 :8 ) . existência terrena não passa de um teste para ver se os
Em seu anseio por divertir-se, os jovens são fre ­ indivíduos concentrarão seus esforços, sua mente e alma
qüentemente tentados a entregar-se a coisas que apelam nas coisas que contribuem para a satisfação dos instintos
apenas para o lado mais vil da humanidade, das quais físicos ou se farão da aquisição de qualidades espirituais
as cinco mais comuns sã o : o anseio e propósito de sua vida.
(1 ) Vulgaridade e obscenidade;
T od os os esforços do Salvador foram envidados no
(2 ) Bebidas e uso de narcóticos e agora essa droga
sentido de implantar na mente pensamentos retos, obje-
perniciosa — o LSD (ácido lisérgico) espe­
cialmente entre jovens; ( Conclui na página 34)

6 A LIAH O NA
Desenvolvimento
Pessoal
através da Sociedade
de Socorro
Gordon B. Hinckley

do Conselho dos Doze

(Palestra proferida na Reunião das Juntas de Estaca,


na Conferência Geral Anual da Sociedade de Socorro
em 29 de setembro de 1 9 6 6 ).

A cabo de chegar do templo, onde tive uma mara­ V oltei a ler há pouco tempo nos jornais aquelas
vilhosa reunião de preparação para a conferência, com portentosas palavras de Joseph Smith às mulheres da
o Presidente David O. M cKay, que durou cin co horas. igreja em Nauvoo, em 1842: “ Eu agora giro a chave
Espero que o Senhor me inspire com a continuação em seu benefício, no nom e do Senhor, e esta sociedade
do extraordinário espírito que sentimos em sua sagrada se rejubilará e fluirão conhecimento e inteligência dêste
casa nesta manhã. dia em diante” .
Sister Spafford pediu-me que falasse sôbre o as­ Quero prestar meu testemunho que vi um cumpri­
sunto — “ O Desenvolvimento da Mulher através da mento dessas palavras proféticas. Presenciei-o na terra
Sociedade de S o co rro ” . A cho que ela fo i levada a do Oriente, ao observar as mães saírem da desesperança
honrar-me com êsse pedido devido às coisas que viu e da luta sem tréguas para florescer numa renovação
há pouco no Extremo Oriente — em Hong Kong, nas de vida, ao serem abertas diante delas as luzes de novos
Filipinas, Formosa, Okinawa, Japão e Coréia. Sei que interesses. Assisti-o na Europa, quando mulheres sem
ela teve o coração tocado ao encontrar os bons santos qualquer com preensão aparente do propósito da vida
daquelas partes estranhas e distantes da terra, onde viu despertaram para um nôvo entendimento do que pode­
tantas mulheres para as quais a vida é uma luta tão riam realizar sob o programa dessa inspirada organi­
desesperada, cu ja vida é um desolado suceder de partos, zação. E vi-o também na Am érica, entre mulheres que
de lutas sem tréguas para obter alimentos que matem foram criadas com as graças sociais e uniram-se a
a fome de seus filhos, que labutam em trabalho degra­ com panheiros escolhidos, cuja natureza torna-se mais
dante de sol a sol, sem o benefício de um dia de des­ refinada ao estudarem juntas, expandindo seu conheci­
canso, numa sociedade que atribui pouca dignidade à mento das coisas de Deus, lendo e ponderando sôbre
posição de espôsa, de lares superlotados, nos quais sua obra.
existem poucas das conveniências que conhecemos, senão Eu reconheço que não posso tornar mais claro o
nenhuma, e onde, acima de tudo, há exígua possibili­ conhecimento que vocês já possuem das bênçãos que re­
dade de progresso ou desenvolvimento pessoal. As sultam da participação ativa, mas espero que, de algu­
condições de algumas mulheres são melhores do que ma form a, possa aumentar sua apreciação pelo desen­
as mencionadas, mas as de muitas são ainda piores e volvim ento que advirá a qualquer mulher que aceita o
mais negras que o quadro que pintei. desafio das responsabilidades da Sociedade de Socorro.
E, então, assistir, em contraste, os extraordinários Por isso, gostaria de analisar brevemente quatro grandes
milagres que ocorrem com elas quando a luz do evan­ cam pos de oportunidade abertos para as irmãs em todo
gelho toca suas vidas e as bênçãos da Sociedade de o mundo através dêste extraordinário programa. São
S ocorro trazem novos conhecimentos, am bições e espe­ êles:
rança! Sua situação econôm ica pode não se alterar 1. Fortalecimento do lar
substancialmente, mas o que muda são as perspectivas. 2 . Enriquecimento da mente
A vida torna-se mais que a sobrevivência; enche-se de 3 . Sujeição do eu
propósito. É impossível testemunhar essas coisas sem 4 . N utrição do espírito
reconhecer que os dias dos milagres não passaram;
muito pelo contrário, o dia dos milagres é hoje, e se Fortalecim ento do lar
seguirá de um dia de maravilha ainda maiores quando
a influência da Sociedade de S ocorro se tornar mais É com um ouvir-se que os alicerces do lar estão
amplamente sentida no mundo. abalados. Isto é evidente não apenas nos Estados Uni­

Agôsto d© 1967 7
dos. Os frutos amargos da delinqüência, desordem e nidade de desenvolvimento pessoal através da Sociedade
desrespeito à lei são assunto de discussão na Inglaterra, de S oco rro :
em várias partes da Europa, na Rússia, na China e no
Japão. Enriquecim ento da mente
As pessoas em geral, no mundo todo, são o produto A literatura inglêsa foi o assunto que mais estudei
dos lares de que provêm. É nêles que o pensamento se nos cursos pré-universitários, portanto, houve um tempo
molda e se plasma o caráter. Se houver sobriedade nos em que tive alguma com preensão sôbre ela. Minha es­
lares, haverá sobriedade no país. Se houver rebelião pôsa é há já alguns anos professora de literatura da
nos lares, haverá desordem na nação. É ocioso dizer-se Sociedade de S ocorro da Estaca e eu tive oportunidade
que o fator mais importante no condicionam ento do lar
de ver de perto a profundidade de seus cursos neste
é a mãe. Sua estrutura pode ser simples ou complicada. campo. Tenho a impressão de que ela trabalha muito
Isto não tem muita importância, de um m odo geral.
mais para preparar sua aula mensal que eu para meus
É o espírito, dentro daquela estrutura, que tem signi­ exames, naquela época, e estou certo de que as demais
ficado extremo e o espírito é comumente reflexo da
professoras fazem o mesmo em todo o mundo.
mulher que ocupa a posição de espôsa e mãe.
Na minha op in ião não é pequena maravilha o fato
Que bênção para uma mulher, seus filhos e m ari­ de as mulheres de qualquer parte desligarem-se um pouco
do, se sua vida fôr tocada pela companhia de boas da monotonia de cozinhar, limpar e lavar para absor-
amigas, que aprendem também a ampliar sua habilidade
verem-se nos pensamentos dos grandes autores de todos
na direção do lar e da família.
os tempos. A vida da dona de casa, não importa em
Durante muitos anos os recursos desta grande o r­ que país viva, tende a tornar-se estreita e absorvida
ganização têm sido usados para ampliar os dotes de pelas tarefas rotineiras do preparo de refeições, lavagem
dezenas de milhares d e mulheres em culinária, co n ­ de pratos, conservação de roupas e milhares de outros
fecção e cuidado de roupas, preservação de alimentos, encargos para além das quais a maioria delas nunca
medidas sanitárias, cuidado de doentes e outras artes estende o olhar. Que coisa extraordinária as mulheres
domésticas. Tenho visto os frutos dêsse programa na receberem a oportunidade e o incentivo de ganhar gôsto
fabricação de sabão em quintais, p or mulheres que não pela beleza e a amplitude da obra de Shakespeare, es-
podiam com prá-lo 'e que antes mal haviam empregado forçando-se por compreender o significado profundo de
êsse precioso produto; na con fecção de colchas de re­ uma poesia de Emerson, vislum brando os pensamentos
talhos extraordinariamente lindas por havaianas que e sonhos de pessoas fascinantes, cu jos nomes elas jamais
não só puderam abrigar melhor sua família com o também haviam tido a oportunidade de ouvir.
fizeram reviver uma arte relegada ao esquecimento e
Disse alguém : “ A s mulheres têm cérebro. S ó que
que havia sido aperfeiçoada pelos seus ancestrais; na não usam” .
criação de artigos belos e úteis, para embelezar o lar
Que bênção as senhoras da Igreja terem possibi­
e aumentar seu conforto, com o o fazem as irmãs das
lidade tão interessante de enriquecer a mente. Tanto
ilhas, no P acífico Sul; na criação de grande variedade
elas com o seus maridos e filhos beneficiam-se dêsse
de coisas belas, pelas talentosas senhoras da Sociedade
esforço.
de S ocorro chinesas, japonesas e coreanas.
Minha espôsa e eu entramos um dia numa classe
T udo isto —- e centenas de outras habilidades —
do velho edifício que a igreja alugava antigamente em
representaram muito para o con forto e beleza dos lares
Taipei, na República da China. A sala era fria e a
dirigidos por essas mulheres afortunadas. Mas existe
m obília parca. Um grupo de irm ãs da Sociedade de
um fator mais sutil e mais importante no fortalecim ento
S ocorro estudava uma lição. Nós não podíam os com ­
das famílias de nossos membros. É uma qualidade in­
preender o chinês que falavam, mas percebia-se pelo
tangível, o cultivo de uma atitude que eleva a mulher
aspecto de suas faces inteligentes o que se passava.
de uma condição de descontentamento, coroando-a com
virtudes elevadas •—- sacrifício, com preensão e integri­ Elas estavam pensando, e crescendo — essas ex­
dade. Isto, por sua vez, reflete-se na vida de seus filhos. traordinárias e amadurecidas mulheres chinesas cujas
mentes se abriam ante novas perspectivas de grandes
Estou convencido de que o decréscim o dessas vir­
pensamentos e idéias, de grandes experiências.
tudes no mundo é responsável em grande escala, pela
deterioração da lei e da ordem entre a juventude de Eis aqui uma das virtudes singulares d e sua orga­
muitas nações. nização — esta oportunidade de enriquecimento da
mente. Bem declarou o Profeta ,em 1842: “ . . . e esta
Graças ao Senhor por esta grande organização que
Sociedade se regozijará, e conhecimento e inteligência
treina as mulheres da igreja — onde quer que a acei­
fluirão a partir de a g o r a . . . ”
tem — não apenas para embelezar sua casa, mas, o
que é mais importante, para fortalecer o espírito e a Passo então ao item número três de minha tese:
influência do lar.
S ujeição do Eu
Em 28 de abril de 1842 Joseph Smith, falando ao
primeiro grupo da Sociedade de Socorro admoestou: Apropriadamente a Sociedade de S ocorro escolheu
“ Indo para casa, nunca pronunciem palavras amar­ com o lema a irrefutável declaração de Paulo, “ A ca­
gas, . . . mas deixem a bondade, caridade e am or adornar ridade nunca f a l h a . . . ” (I Coríntios 1 3 :8 ).
seu trabalho de agora em diante. . . ”
0 egoísm o é a m aldição do mundo. É a raiz dos
Às mulheres da igreja, as mães e guardiãs de nos­ males pessoais, familiares, nacionais e internacionais.
sas famílias, eu recom endo essas palavras de conselho. Seu m elhor antídoto é o evangelho de Jesus Cristo, vi­
Passo agora ao segundo grande campo de oportu­ vido e praticado.

8 A LIAH O N A
A fórm ula que haveria de curar a maioria de nossas N utrição do espírito
enfermidades está estabelecida simplesmente, mas de
forma profunda, nas palavras do Senhor: Impressionou-me sempre uma declaração feita por
“ . . . o que vós quereis que os homens vos façam, Paulo em uma de suas grandes cartas a Timóteo. Êle
jazei-lho também v ó s . . . ” (M ateus 7 : 1 2 ) . escreveu: “ Trazendo à memória a fé não fingida que
“ . . . A m a r á s o Senhor teu Deus de todo o teu c o ­ em ti há, a qual habitou prim eiro em tua avó Loide, e
ração, e d e tôda a lua alma, e de todo o teu pensa­ em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita
mento. Êste é o prim eiro e grande mandamento. E o em ti” . (II Tim óteo 1 :5 ) .
segundo, semelhante a êste, é : Amarás o teu próxim o Aqui está a história de uma mulher de fé, cuja
com o a ti m esm o” . (M ateus 2 2 :3 7 -3 9 ). filha tornou-se também mulher de fé e cu jo neto veio
“ P orq u e qualquer que quizer salvar a sua vida a ser um grande mestre de retidão. Suponho que não
perde-la-á, mas qualquer que perder a sua vida p or havia uma Sociedade de S ocorro organizada naqueles
amor de mim e do evangelho, êsse a salvará” . (M arcos dias, mas sei que esta mesma seqüência de fé herdada
8: 35) . tem se repetido milhares de vêzes nesta dispensação.
Conquanto as mulheres sejam mais propensas, por Há apenas alguns dias colocam os um nôvo homem
natureza, a ser bondosas, compreensivas e compassivas, na presidência da estaca. Em suas palavras de apre­
não se precisa ir muito longef para reconhecer que essas sentação, com lágrimas nos olhos, êle prestou tributo
virtudes tornam-se fàcilmente embotadas e talvez não hum ilde mas eloqüente a sua mãe, que lutara pela vida
encontrem expressão sem o tipo de m otivação que vem com a fam ília, num lugarejo de Idaho e, ainda assim,
através da Sociedade de Socorro. Esta é a organização encontrava tempo para servir nesta Sociedade, na qual
da igreja cu jo objetivo principal é o atendimento dos recebia alimento para sua própria fé. Ela havia trans­
que sofrem e o resultado infalível é que, ao esquecerem- m itido aquela fé ao filh o. A o encerramento da reunião,
se de si mesmas no serviço de outros, as mulheres de­ encontrei a irmã casada daquele homem e vi outra
senvolvam inevitàvelmente as grandes virtudes que c o ­ geração crescendo na fé, através da atividade na Socie­
roam sua vida com santidade. dade de S ocorro.
Eu conheço uma mulherzinha num país do Extremo Nenhuma mulher pode juntar-se por muito tempo
Oriente, viúva de um homem em cuja vida o evangelho às senhoras da Sociedade de S ocorro, trabalhar com
havia operado um milagre . Ela vivera sempre à sombra elas, elas, orar em conjunto, ouvir seus testemunhos e
do m arido, segundo o costume oriental. Quando êle estudar com elas a palavra do Senhor, sem crescer
morreu, ela teve que defrontar-se com encargos tremen­ na fé.
dos. Poderia ter desistido, em desespêro de causa. Encontrei uma mulher há não muito tempo, numa
Nessa época foram acrescentadas as suas muitas respon­ outra conferência de estaca. Ela é mem bro ativo e
sabilidades o encargo de trabalhar na presidência da hábil mulher de negócios. Tem um testemunho fortíssi­
Sociedade de Socorro do ramo. A o sair para atender os m o. Ainda que não oficialm ente, é uma verdadeira
necessitados, descobriu que outros tinham seus proble­ missionária, procurando interessar outros na igreja. Há
mas também. Enquanto os ajudava em suas dificuldades, pou co tempo ela era uma fumante inveterada, sofisti­
sentiu que os próprios infortúnios se tornavam menores. cada, dura, insatisfeita e desiludida da vida. Ela atri­
Uma nova inspiração nasceu em sua vida. Ela cozinhava bui a dois fatores a miraculosa transform ação que lhe
e lavava para os outros, inclusive para os missionários. sucedeu — ler o Livro de M órm on e atividade na S o­
Confortava os que sofriam e encorajava os que estavam ciedade de S ocorro — o Livro de M órm on que deu
para desistir. Cuidava dos doentes. E com a nova com ­ origem a sua fé e a Sociedade de Socorro que a nutriu.
preensão obtida no trabalho da igreja, descobriu novas Esta é então uma organização, a m elhor que existe
oportunidades para seus filhos. De uma form a ou de para mulheres, na qual podem usufruir de amizades e
outra conseguiu que dois dêles cursassem as grandes empenhar-se em atividades que levam ao fortalecimento
universidades e um serve h oje em missão da igreja, com do lar, enriquecimento da mente, abenegação e alimen­
eficiência e fidelidade. Ela que aparentava ser tão tí­ tação do espírito.
mida e desolada na hora da tragédia, revelou uma Que o Senhor as abençoe nas grandes oportunidades
grande fôrça através do desafio das responsabilidades que se abrem ante seus olhos com o líderes de estacas,
nesta Sociedade. no encorajamento de suas irmãs, em tôda a igreja, a
Será sempre assim com tôdas que, sob o programa fim de que usufruam das vantagens do programa desta
desta organização, empenharam-se em obras de caridade. Sociedade — que nasceu sob a inspiração do Profeta
O egoísm o será sobrepujado, florescendo uma virtude para o benefício das mulheres em tôda a terra — eu
tal que abençoará seus lares e famílias, bem com o as oro humildemente, enquanto lhes deixo meu testemunho
comunidades a que pertencem. da divindade dêste trabalho, em nome de Jesus Cristo.
A gora, finalmente, falarem os de: Amém.

F o r t a le ç a . . . (C onclusão da 2.a capa) que obtém. Se tiver a felicidade de ser inquirido,


a juventude. Líderes adultos precisam com preender os conceda cuidado e consideração à resposta. Mas não
sentimentos dos jovens, para poderem influenciar-lhes use palavras em demais, por favor. Sua atenção para
a conduta. com o jovem desenvolverá nêle a auto-estima e forta­
VIII. Perguntas e respostas abrem o caminho lecerá também a ponte de compreensão entre o adulto
Se você form ula uma pergunta, aceite a resposta e o adolescente.

Agôsto de 1967 9
Lamentàvelmente, não tem havido controvérsia nem debate sôbre o Livro
de Mórmon entre as pessoas qualificadas para empreender uma
investigação comparativa, mas apenas um mudo acòrdo de ignorar.

A Partir de Cumorah
NOVAS VOZES DO PÓ
XV ” O Problema dos Três Documentos
( Continuação do Capítulo A nterior)

H ugh N ibley
Prof. de História e R eligião na Universidade Brigham Young

A Bíblia, os Mmiuscritos e o Livro de M órm on camponeses e hierarcas cessou e que os camponeses re­
voltaram-se e expulsaram ou massacraram a pequena
(33) Entrementes, todos os homens estão sendo classe governante de nobres-sacerdotes e seus auxiliares
testados: ambos os ensinamentos salientam bastante a im ediatos.-4 No final, os pobres tiraram sua desforra
natureza dualista dêste período de provação, no qual sôbre os arrogantes sacerdotes que os expulsaram dos
“ deve haver . . uma oposição em tôdas as coisas” . lugares de cerim onial construídos com o labor de suas
(2 Nefi, 2 :1 1 ) (3 4 ) Nestas e em outras coisas, ambos próprias mãos. Esta ocorrência parece ter sido fenô­
os corpos de escritura demonstram uma peculiar afini­ meno antigo no N ôv o Mundo, de form a alguma limita­
dade com os escritos de João. (3 5 ) As duas sociedades do aos maias de período recente. Alma descreve-o
persistentemente designam-se “ os pobres” , salientando claramente.
assim a sua posição de rejeitados. Isto é notàvelmente Falando-se de cidades, o antigo ideal “ de planeja­
ilustrado no Livro de M órm on, num episódio da missão mento urbano” do Oriente Próxim o era o da cidade
de Alma. de Uruk, “ dividida em três seções iguais — urbana,
Quando uma grande multidão juntou-se na vertente jardins e pastagens — mais a área do tem plo” . 0
de uma colina fora de uma certa cidade para ouvir a mesm o sistema é evidente n o Livro de M órm on.25 E
pregação de Alma, um dos seus líderes inform ou Alm a isto nos conduz a outro tipo de paralelo. Pois, afinal,
que aquelas pessoas eram em grande parte rejeitados há uma boa quantidade de inform ação secular no Livro
sociais, “ .. .p o i s são desprezados por todos, devido à de M órm on. Se os Pergaminhos do Mar M orto não
sua pobreza e são principalmente desprezados pelos passam (nas palavras do Professor Y adin) de uma
sacerdotes, pois que nos expulsaram das sinagogas, em minúscula jan ela” para o passado de Israel, o mesmo
cujas construções trabalhamos com as nossas próprias acontece com a Igreja dirigida por Alma, que era
m ãos; e nos expulsaram devido à nossa extrema p o ­ apenas um elemento de um quadro muito mais amplo,
breza; e não temos lugar para adorar nosso Deus; que o qual exigiria bem maior número de frestas e muito
devemos fa z e r?” (A lm a 3 2 :5 ). É entre pessoas dêsse mais antigas para poder ser contemplado na íntegra.
tipo, que sofriam o desprezo total das classes supe­ (3 6 ) Já analisamos em todo um livro o quadro
riores e dos sacerdotes que Alma vai recrutar membros que o Livro de M órm on pinta da antiga vida no deserto
para a sua sociedade. — a cultura das tendas, as questões familiares, as vi-
O fato curioso aqui é que diversos estudos recentes cissitudes e segredos de sobrevivência, o terreno do
chegaram à conclusão de que a misteriosa extinção da deserto, os hábitos dos nômades e caçadores etc. Muitos
civilização maia foi provocada exatamente por um fe­ árabes autênticos leram a ambos, o Livro de Mórmon
nômeno dêsse tipo, de exclusão das massas da partici­ e nosso com entário e consideraram o primeiro convin­
pação na vida dos grandes centros religiosos. As c i­ cente e o segundo não muito objetável. (3 7 ) Há
dades maias não eram “ cidades em nosso sentido da depois a Liahona, instrumento tão extranho quanto se
palavra” , explicam-nos, mas “ centros de ritual em que possa imaginar, mas completamente apoiado por recen­
o povo se reunia para festivais, mas onde ninguém tes estudos das antigas setas divinatórias que costuma­
vivia. Sacerdotes e nobieza habitavam os arrabaldes e vam guiar os hebreus e árabes em suas peregrinações.
o povo em povoados dispersos” .23 Chegou o tempo De fato, Tha’ labi, talvez o mais extraordinàriamente
em que “ um por um os grandes centros c e r im o n ia is ... bem inform ado de todos os autores árabes, fala de uma
foram desertados. Em alguns o fim veio tão abrupta­ tradição hebraica de que Moisés conduzira os filh os de
mente que certos edifícios foram abandonados inaca­ Israel através d o deserto com o auxílio de uma dupla
b a d o s ...” E, no entanto, “ os camponeses parecem flecha montada sôbre a extremidade de seu cajado, que
ter permanecido em suas habitações” . Que poderia servia com o guia.26 (3 8 ) Às diversas cenas do deserto
ter sucedido? “ A explicação mais lóg ica ” , escreve retratadas nos sonhos de Lehi, acrescentamos nos pre­
J. E. S. Thom pson, “ é que a antiga cooperação entre sentes artigos o indício da água imunda — outra ima­

10 A LIAH O N A
gem curiosa e perturbadora, mas completamente subs­ munhou a entronização do Príncipe do Cativeiro, efe­
tanciada na literatura apócrifa. tuado pelos judeus em exílio, com o lembrança das g ló ­
Um movimento m igratório muito mais antigo que rias de seu reino perdido. Já que nenhuma coroação
o de Lehi, conform e registrado no Livro de M órm on, com um é descrita na Bíblia e os ritos aqui apresentados
coloca-nos face a face com (3 9 ) o ambiente épico e sua enquadram-se no modêlo habitual de uma coroação do
tradição de literatura heróica, primeiramente trazida à Oriente P róxim o, temos um quadro bastante aceitável
luz com o realidade histórica por Chadwick na década do que seria uma coroação em Israel nos dias de
de 30, e que, com o se demonstrou em detalhes, é re­ Lehi.32
tratado de form a vivida e completa no L ivro de Éter. O nôvo rei é escolhido pelos anciões na quinta-
Isto é fonte para pelo menos um bom número de pa­ feira precedente a sua coroação. Êsses anciões tam­
ralelos, mas êles serão aqui considerados no todo, bém tomam parte na cerim ônia do Livro de Mórmon,
destacando-se apenas o caso (4 0 ) dos estranhos navios apesar de não figurarem nos arranjos que precederam
dos jareditas, que pode encontrar paralelo nas mais a coroação, no Livro de M osiah, porque êste era um
antingas tradições do D ilúvio e o (4 1 ) das pedras bri­ caso invulgar em que o velho rei ainda vivia — é êle
lhantes com as quais eram iluminados, que se com pa­ que designa e coroa seu sucessor. T od o o povo, “ gran­
ram à Liahona em extranheza, mas são bem atestadas des e pequenos” , é então convocado à real presença,
pelos mais antigos registros da raça humana.27 sendo requerido de cada um os mais precisos presentes
N o aspecto técnico poder-se-ia mencionar (4 2 ) o a seu alcance. Em retorno o Príncipe do Cativeiro os
crescente reconhecimento do uso do aço pelos antigos, entretém com uma grande festa de abundância. No
já que nada era mais ridicularizado em dias antigos dia anterior à coroação havia sido erigida uma elevada
que a m enção do L ivro de M órm on sôbre o aço. Par­ tôrre de madeira ( m igd ol) . Ela fo i recoberta por pin­
ticularmente o arco de aço de Nefi, outra extraordinária gentes precisos, ocultando um côro bem treinado de
curiosidade, parece encontrar seus similares entre os jovens nobres que, sob a direção de um chantre condu­
contemporâneos de seu possuidor.28 (4 3 ) Nos últimos zia a congregação1 em hinos e antífonas, na preparação
dez anos muito se tem descoberto a respeito da surpre­ para o aparecimento do nôvo rei. Isto explica com o,
endente profusão com que os antigos americanos em­ à coroação de M osiah, todo o povo podia responder ao
pregavam cimento, concreto e gipsita em suas rei em uma só voz — era o com um e muito praticado
construções; aventa-se atualmente a hipótese de que os acclamatio do mundo antigo. Assim, sendo, o condutor
detalhes superabundantes, os relevos extremamente altos dizia: “ O folêgo de todos os visitantes . . ” ao que o
e a tendência de arredondar todos os ângulos, caracte­ côro respondia “ . . ^abençoará teu nom e” , continuando
rística da antiga arquitetura americana, são resultado até atingir a passagem conhecida com o o Kedusha,
direto do trabalho naquele material m aleável.29 (4 4 ; quando a multidão inteira se juntava nas palavras fa­
F oi necessário um especialista em modernas técnicas de miliares. A pós isto, todo o p ovo sentou-se.
computadores para descobrir que o sistema monetário Quando se concluíram os preparativos preliminares,
que o L ivro de M órm on afirma terem os nefitas adota­ o rei, que até então permanecera invisível, apareceu
dos, com o o mais eficiente que puderam elaborar, é na sensacionalmente no alto da tôrre, a qual sustentava
realidade o sistema que requer o menor número de apenas três tronos vazios, antes de sua aparição. À
moedas para atender a grande número de transações.30 sua vista todo o povo se ergueu e assim permaneceu
(45) Tantos registros antigos sôbre fôlhas de me­
tal vieram à luz em anos recentes que é d ifícil com ­
preender hoje que a simples idéia de um livro em
placas de ouro foi considerado o absurdo número um
d o Livro de M órm on durante gerações. Poder-se-ia
mencionar a tradução de mais placas de ouro de Dario,
que surgiram pela primeira vez em 1951, já que o
conteúdo das mesmas é uma mistura de história e re­
latos piedosos, muito à maneira do Livro de M órm on.31
Mas, de todos os laços possíveis entre o Livro de
M órm on e o V elh o Mundo, o mais impressionante, por
todos os aspectos, em nossa opinião é (4 6 ) o parale­
lismo exato e com pleto entre o longo rito de coroação
descrito no Livro de Mosiah e o “ m od êlo” do Oriente
P róxim o, conform e reconstituído através do tempo pelos
“ padronizadores” de Cambridge. Imagine-se um rústico
aldeão americano de 1829 dando sua versão daquilo que
seria uma antiga cerim ônia de coroação -— o que precisava
ser feito e dito, com o e por quem ? Apresente a pergunta
a qualquer universitário ou mestre em humanidades
h oje em dia e veja o que obterá. A os recentes pronun­
ciamentos da “ escola de Cam bridge” , que se conform am
tão perfeitamente com a longa descrição da entronização
de M osiah, poder-se-ia acrescentar outro pequeno e
curioso detalhe de confirm ação. N o décim o século DC, O presidente Nathan Eldon Tanner, da Primeira Presidência, exa­
mina uma antiga urna das Caverncs de Qumram, recentemente
Nathan, um sábio judeu que vivia em B abilônia, teste­ obtidas pela Igreja atrg^yes do Museu Arqueológico da Palestina.

Agôsto d© 1967 11
até que êle se sentasse, sendo seguido após alguns m o ­ sôbre a terra, recebendo as ricas oferendas e reverentes
mentos pelo principal da Academia de Sura, que se aclam ações reservadas à divindade; e enfatiza também
sentou num trono à sua direita, se bem que apartado a obrigação real de assegurar vitória e prosperidade
dêle por um pequeno espaço, e pouco depois pelo prin­ à terra. Conquanto reconheça o valor dessas coisas,
cipal da Academia de Pumbeditha, que se sentou à dedica a íntegra de seu discurso a dar-lhes um signifi­
sua esquerda. Esta, naturalmente, é a imagem dos cado diferente — as homenagens e ofertas são muito
“ três hom ens” que representam Deus na terra — um boas, mas destinam-se ao rei celestial, não a B enja­
conceito do Livro de M órm on, com o já salientamos mim, que é apenas um hom em ; vitória e prosperidade
anteriormente. advirão forçosamente, mas não provenientes dêle p ró­
Entretanto, apenas sôbre a cabeça do rei pairava p rio, mas de Deus.33
o esplêndido baldaquino ou tenda real -—- pois, com o Em um estudo denominado “ A Recusa da Realeza
ocorre no Livro de M órm on, o rito da coroação é es­ com o uma Característica de Autoridade Real no Velho
sencialmente uma cerim ônia a céu aberto. O chantre, Testamento” , K. H. Bernhardt demonstrou amplamente
que fôra mestre-de-cerimônias desde o princípio, entra que desde os prim eiros tempos era hábito que o rei de
então sob o pálio e confere as bênçãos reais sôbre o Israel apresentasse um discurso form al sôbre govêrno,
nôvo rei. No Livro de M órm on, o velho rei que ainda durante sua coroação, no qual renunciava formalmente
vive é quem faz tudo isto, tendo ainda a direção geral ao conceito de realeza con form e aceito por todo o resto
da reunião. E porque a bênção não pode ser ouvida do mundo antigo, especificando que era meramente um
pela vasta m ultidão, o côro de jovens, postado atrás humilde instrumento nas m ãos d e Deus, o verdadeiro
do trono proclam a “ A m é m !” em alta voz, ao seu final, Rei. Assim sendo, Israel também adotava as formas
para significar a aprovação geral. prevalescentes do cerim onial de coroa çã o do Oriente,
Chega então a hora do grande discurso real, o atribuindo-lhes, porém , significado especial.34 Isto é
nôvo rei cedendo a vez ao principal da Academia de exatamente o que verificam os na entronização de Mosiah.
Sura, que, por sua o cede, cortesmente, ao principal da Bernhardt retirou boa parte das evidências apresentadas
Academia de Pumbeditha, “ demonstrando êles, assim, do próprio V elho Testamento; entretanto, foi necessária
deferência um pelo ou tro” e indicando sua perfeita a perspicácia de um erudito moderno para descobrir,
união de intenção e propósito. O discurso é apresen­ em 1961, uma instituição e conceito que são claramente
tado à maneira de mensagem dos céus, o orador estabelecidos no Livro de M órmon.
“ expressando-se com reverência, fechando os olhos e E, ao se mencionar conceitos de govêrno discor­
envolvendo-se com seu t a l e t e .. .” O povo mantém-se dantes, deve salientar que ao tempo em que Lehi deixou
dominado pelo silêncio, em respeito à ocasião: “ Não Jerusalém, o V elho M undo experimentava, com o aspecto
havia na congregação um só que abrisse a bôca, ou mais significativo do “ Período A x ia l” , uma fragmen­
murmurasse ou emitisse qualquer som. Se êle (o ora­ tação fundamental entre duas filosofias de vida: a que
dor) percebesse que qualquer um falara, abriria os excluía o sobrenatural — ou “ do outro m undo” — de
olhos e o terror cairia sôbre a congregação. seus raciocínios e a que incluía, numa tentativa de
O discurso real fo i seguido imediatamente por um explicar a experiência humana. Esta separação entre
interrogatório, no qual o rei formulava perguntas ao o que os gregos denominavam M ântico (inspirado, p ro­
povo, que lhe responderia na pessoa de um venerável fético) e Só fico (naturalista, intelectual) deveria m ar­
car a história do pensamento Ocidental para sempre,
ancião “ cheio de sabedoria, com preensão e experiên­
cia ” . Então, o chantre (Benjam im ) pronunciou uma a partir de então. Ela dividiu a fam ília de Lehi ao
bênção sôbre o p ovo com as palavras especiais “ Du­ m eio e assim transplantada para o N ôvo M undo: (4 8)
rante a vida de nosso príncipe, o exilarca, e durante em nenhum outro lugar se encontram exposições mais
a vossa vida e durante a vida de tôda a casa de Israel” . claras e lúcidas de ambos os conceitos que no conteúdo
do Livro de M órm on.
Esta é a fórm ula típica de A no N ôvo e aniversário
que sempre faz parte de uma coroação. Depois chantre Em suas páginas, êsse livro deixa entrever diversos
abençoou o rei e seus dois conselheiros e procedeu à costumes e tradições estranhos e desconhecidos, que só
chamada formal do povo —- êsse é o recenseamento agora estão trazidos à luz. (4 9 ) M oroni, congregando
form al descrito em Mosiah. Enquanto a multidão ainda as hostes, segue certamente um velho sistema judaico,
estava em pé, o chantre passou o livro da Lei ao nôvo pela prim eira vez desvendado a nossos olhos pelo as­
rei, o qual leu para o p ovo o convênio que estavam sim cham ado Pergaminho da Batalha, com seus estan­
fazendo. Quando o livro da Lei fo i devolvido à arca, dartes cheios de inscrições e lemas altissonantes e o
todos se sentaram e foram brindados com sábios discur­ rasgar dos mantos pelo povo. P or algum tempo se dis­
sos sôbre a Lei, principalmente com um feito pelo p ró­ cutiu se a form ação dos batalhões, no Pergaminho Mi-
prio rei. Depois disto o chantre novamente “ abençoou Iharrva, não seria apenas a descrição imaginária de al­
o exilarca pelo livro da L e i!” e todos disseram amém. guma hoste angélica do futuro, mas aceita-se h oje que
A pós uma oração final, a multidão inteira voltou para os homens de Qumran efetivamente seguiram uma disci­
casa. plina militar. ( Continua)
O leitor pode constatar por si mesmo quão estrei­
N O T A S
tamente êsses ritos se assemelham em substância e es­
pírito à coroação de M osiah. (4 7 ) Mas o aspecto mais
extraordinário em tudo isto é a natureza do discurso 23. J E . E Thom pson, em Ed. Bacon (e d .), Va-
real a respeito de govêrno. No Livro de M órm on, nished Civilizations (N . Y . : McGraw H ill, 1 9 6 3 ),
Benjamim alude claramente aos ritos de coroação do pág. 146.
V elho Mundo, nos quais o rei é tratado com o Deus (C onclui na página 15 )

12 A LIAH O N A
Então ê disso que São Feitos
os Rapazes — X II

“ Sereno” é a palavra que define os 18 anos. Se­


reno com o um vulcão adorm ecido! Existem duas faces
nesta personalidade.
Os pais d o júnior terão notado que desde que êle
se diplom ou no curso secundário, assemelha-se muito
mais a um adulto. Parece reconhecer que está cons­
truindo um mundo todo seu — o qual está a ponto
de entrar em órbita. Êle sente que seus pais já sabem
“ que está chegando a h ora ” . Observa com o lhe falam
de igual para igual. Discutem problemas familiares
sérios na sua frente, por vêzes mesmo pedindo suges­
tões. Parecem ter com o certo que de agora em diante
êle terá suas idéias próprias, a m aioria das vêzes, ga­
nhando dinheiro, distribuindo seu tempo e empenhan-
do-se em muitas atividades sociais com seus amigos.
De uma form a ou de outra, já não parecem mais preo­
cupar-se tanto com êle com o antes.
Êste, naturalmente, é o caso do “ cavalheiro” de
de 18 anos. Alguns rapazes, entretanto, continuam ainda
manifestando mais seu lado rebelde. O rapaz “ selva­
gem ” desta idade age às vêzes com o se as limitações
da vida fôssem uma sela que lhe tivessem atirado sôbre
as costas quando estava despercebido e ràpidamente
encilhada antes que se recobrasse. Para demonstrar
seu ressentimento, êle dá pinotes, guincha, escoiceia e
se agita. Sua mãe e seu pai terão de fazer um pouco
de trabalho de dom ador, para convencer o júnior de
que a evolução de sua personalidade está um tanto
atrazada. Comentaremos mais a êste respeito dentro
em pouco.
Para a m aioria dos rapazes, entretanto, os pais
podem principiar diminuindo um pouco a pressão, agora
que seu filho está com 18 anos. Mas, em primeiro lu­
gar, é bom que se recordem de que esta idade envolve
o rapaz numa grande quantidade de vagalhões, capa­
zes de emborcá-lo. Do ponto de vista do júnior, os
prospectos de futuro são inquietantes. Estão com e­
çando a esperar demais dêle. Tem de tomar tantas
decisões importantes! Escolher amigos, por exemplo.
Sem nem ao menos perceber, êle pode envolver-se com
a turma errada. A s garotas são um problema, também.
Depois, tem o trabalho — deverá deixar o emprêgo
Fo to de J. Condom
de meio período dos dias de escola e procurar traba­
lho de período integral, ou ir para a faculdade, ou

O Cavalheiro
fazer o serviço militar?
O júnior sente-se escorregar para fora do lar. É
fácil perceber também que está perdendo a segurança
que sentia quando era apenas membro da família. Ma­
mãe Natureza segreda-lhe que no fim tudo dá certo,

Indómito
mas na escuridão da noite êle sente às vêzes uma sen­
sação de vazio no plexo solar “ Que vida d u ra !”
êle se ouve exclamar.

Retrato de um rapaz de 18 anos

Na superfície, o rapaz de 18 anos é a epítome da


independência e da confiança em si. Sua condição
física é impressionante — forte, coordenada, muscular.
Apesar de seu índice d e perseverança ainda ser baixo,
W. Cleon Skousen o tempo cuidará disso, com o de muitas outras coisas.

Agôsto de 1967 13
Mentalmente, êle é alerta, analítico e capaz de uma É com um um rapaz de 18 anos “ fugir do cabresto” ,
sutileza de percepção que caracteriza o adulto maduro. porque seus pais não conversaram com êle freqüen­
Êle é bem astuto e d ifícil de enganar. Quer escolha temente. Seu instinto concita-o a chegar tarde, para
um emprêgo, prepare-se para a faculdade ou vá para ver se consegue “ se sair bem ” . Quando êle chega às
o exército, estará consciente de seus novos podêres in­ 2 da manhã, deve ser advertido, caso contrário tentará
telectuais, que são às vêzes surpreendentes até mesmo chegar às 3, 4 e finalmente ficará fora a noite tôda.
para êle. Ocasionalmente descobre-se a dizer coisas
bem inteligentes e fica impressionado com sua óbvia O prim eiro passo na carreira d o crime
habilidade para fazer muitas coisas “ tão bem quanto
os adultos” . E qual a graça de ficar fora tôda a noite, a me­
O traço particular do rapaz mediano de 18 anos nos que seja para se fazer a lg o? Sempre que as bar­
é sua capacidade extraordinária de suportar pressão. reiras paternas desmoronam, o rapaz procura testar as
Pelo menos é extraordinária em com paração com sua barreiras da polícia. E encontra m ilhões de cruzeiros
conduta anterior, quando por vêzes explodia ao menor em propriedades, na zona central, que contam apenas
cotucão. Esta capacidade de “ absorção” patenteia-se com pequena proteção, enquanto a cidade dorme. Êle
freqüentemente no serviço militar, onde um rapaz pode deixa então seu senso de aventura justificá-lo em bancar
passar de recruta inexperiente a soldado bem equilibra­ o R obin H ood — “ roubar dos ricos” , diz êle “ para
do com um curto período de treinamento intensivo. ajudar os pobres” — ou seja, êle p róp rio!
Sua evolução pode ser observada também na habilidade Se fôr bem sucedido uma vez, tentará de nôvo. E
de lançar novas raízes numa universidade, onde pre­ assim arremeter-se-á contra as barreiras da polícia, até
cisará arranjar amigos, criar ambiente e aprender a ser apreendido. De um momento para outro a “ brin­
estudar de acôrdo com um programa intensivo que o cadeira de roubar” do júnior transforma-se num
teria matado um ano atrás. problema pessoal de grandes proporções, com conse­
A o mesmo tempo, o rapaz de 18 anos reflete uma qüências inesperadas.
maravilhosa constelação de traços positivos, que geral­ Êle não compreende por que o apanharam. “ Será
mente o transformam em companheiro form idável, bom
que não entendem uma brin ca d eira ?” Êle não tencio-
funcionário e aluno dedicado.
nava nada de sério. “ Os outros agem com o se eu
fôsse um c rim in o so !” protesta.
O selvagem de 18 anos
Como já salientamos anteriormente, é muito im ­
portante o que acontece ao jú n ior quando essa conduta
Entretanto, sob os traços positivos da personalidade
crim inosa é descoberta. A polícia, os pais e os juizes
humana em rápida maturação, aos 18 anos, existe um
devem adotar uma atitude de firmeza, numa frente só­
substrato de lava derretida. É a fornalha do impulso
lida e unida, para que o jú n ior aprenda de uma vez
humano, que o torna corajoso, aventureiro, indepen­
por tôdas que isto não é brincadeira. Êle foi apanhado
dente e auto-suficiente. Se êsses podêres já tiverem sido
na armadilha de sua própria tolice. E esperará an­
disciplinados e domesticados surgirão na form a do
siosamente qualquer sinal de pena da parte de seus
“ cavalheiro” de 18 anos. Por outro lado, se essas fôrças
pais, para que usem sua influência e livrem-no da en­
explosivas não tiverem sido sublimadas e orientadas
para canais socialmente aceitáveis, podem os preparar- rascada. Os pais na verdade devem ter apenas uma
pergunta para seu filh o : “ F oi v o c ê ? ” Se êle negar,
nos para pelo menos dois anos de erupção violenta.
Por alguma razão, o rapaz desta idade que escapa da devem dirigir-se às autoridades, para solicitar detalhes
trilha norm al de desenvolvimento apresenta uma baixa mais completos.
média de recuperação. Uma vez certos de que o jú n ior é culpado, será
Com o o rapaz de 18 anos é muito independente, bom demonstrarem que o amam e desejam ajudá-lo,
mas que devem deixar a lei seguir seu curso. Isto
pode conservar a tendência do ano passado de testar
pode representar um choque para o rapaz, mas aprender
tôdas as barreiras e obstáculos sociais. Onde quer que
encontre uma brecha, êle poderá arremessar-se para o a ingerir êsse remédio é importantíssimo para seu ama­
durecimento.
outro lado com o um potro selvagem. É tarefa dos
pais fazer com que a barreira o contenha. Elas pode­
rão ceder um nadinha, aqui e ali, com o parte do jô g o E o serviço m ilitar?
de toma lá, dá cá, entre um rapaz e seus pais, mas
nunca se deve permitir que desmoronem. O serviço militar às vêzes é bom para um rapaz
Se os pais não forem capazes de conter o rapaz, a desajustado. N ão porque o exército disponha de qual­
comunidade deverá dispor de fontes adequadas para quer truque m ágico para m odificá-lo, mas porque êle
reconstituir ràpidamente a linha de defesa. O júnior entra para o serviço com uma mudança de atitude. É
necessita compreender, desde logo, que pertence a uma só isto que conta. Se não houver essa mudança, as
sociedade organizada e que não apenas tem direitos encrencas serão dobradas. Lá existem mais regras a
— mas também deveres! quebrar, mais oportunidades para asneiras, mais ten­
Talvez esta mesma coisa possa ser dita de form a tações e, sobretudo, mais supervisão para apanhá-lo, se
diferente. A domesticação de um puro-sangue requer escorregar.
que êle prim eiro aprenda respeito pela corda, depois O “ cavalheiro” de 18 anos pode fazer o serviço
pelo cabresto e finalmente pelo bridão. Sem êsse res­ militar alistando-se com o praça ou no CPOR, se estiver
peito, nem mesmo um puro-sangue pode ganhar a co r­ estudando. Cada um dos casos apresenta vantagens
rida. O mesmo se passa com o rapaz. para certos rapazes.

14 A LIAH O NA
Independentemente d o tipo de serviço que um es­ persuasivas pelas quais um rapaz deve continuar os es­
colha, seu sucesso ou fracasso dependerá apenas da tudos, mesmo que tôda a família tenha de fazer alguns
atitude que mantém. Na escola êle poderá ter ou não sacrifícios e procurar convencê-lo.
aprendido a importância do serviço militar. Os pais 1 •—• 0 salário inicial dos graduados em curso su­
devem estar alertas para a possibilidade de que o júnior perior e muito superior aos maiores salários dos que
não reconheça a necessidade de lutar por seu país. não são;
Essa sua má disposição pode ter-se originado das de­ 2 — Sua capacidade de ganho aumenta com a
sesperadas tentativas de seu pai para livrá-lo do serviço idade. (Em geral, passa a atingir maiores redimentos
militar, ou das queixar d e sua mãe de que “ isto não após os 50 anos, enquanto que o que não se gradua
passa de um atraso de vida para meu filh o ” . Come­ geralmente obtém seu m elhor salário aos 40, começando
çando assim, êle pode atravessar todo o serviço m ilitar depois a decair ràpidamente) ;
com desagrado. 3 —- O s que se graduam no curso superior têm
Por outro lado, um rapaz que cumpra seu tempo mais probabilidades de se tornar seus próprios patrões.
com um senso profundo de lealdade para com seu país (Oitenta e seis por cento tornam-se proprietários, ge­
e de orgulho pelo uniform e que usa pode tornar-se um rentes ou executivos, enquanto que apenas dezesseis por
soldado de valor e, com o conseqüência, um grande ci­ cento dos não graduados conseguem essa p o siçã o ).
dadão. 4 — Mesmo estudantes de coeficiente de inteligên­
Qualquer rapaz que viva sob uma bandeira de cia média podem duplicar seu potencial de ganho com
liberdade deve sentir orgulho de se preparar para de- treinamento superior.
fendê-la. N ão é digno da liberdade o hom em que não Naturalmente, as possibilidades de melhores salá­
esteja disposto a protegê-la e nenhum homem poderá rios são apenas uma razão para se continuar os estu­
viver em paz se não estiver pronto a defender a santi­ dos. Já salientou um grande educador que o propósito
dade do lar e seus entes queridos da destruição. da instrução é obter três tipos de pod er:
Uma vez tendo adquirido uma sincera compreensão O poder de pensar com ciareza;
dêstes princípios, o rapaz poderá encontrar significado O p od er de sair-se bem no trabalho;
e propósito no serviço militar. O pod er de apreciar a vida.
E o problema finan ceiro? Êste é um problema
E a faculdade?
universal, mas resolvido com mais facilidade do que a
Como já foi m encionado, o problema de continuar m aioria dos rapazes supõe. Dependendo do cam po es­
os estudos e servir o exército pode ser resolvido simul- colh ido, muitos rapazes conseguem terminar a univer­
tâneamente, se um rapaz o desejar. Infelizmente, no sidade sem ajuda dos pais. O que importa é desejar
entanto, muitos rapazes rejeitam esta oportunidade. estudar.
Continuar os estudos é assunto que exige muitos cálculos Às vêzes vale a pena trabalhar durante algum
e previsões em conjunto com o júnior, antes que atinja tempo, a fim de econom izar o dinheiro para atravessar
aos 18 anos. Suas decisões serão a m aioria das vêzes o prim eiro ano sem precisar trabalhar. Isto porque o
influenciadas pela atitude dos pais, professores e ami­ prim eiro ano de universidade é o mais duro. É o ano
gos. Os impecilhos que em geral se atravessam no em que o aluno descobre que precisa disciplinar-se para
caminho são: estudar 2 horas para cada 1 que permanecer em classe.
1 — Dificuldades financeiras; Até que consiga estabelecer esta rotina, será difícil para
2 — Relutância em abandonar um emprego bem êle conciliar trabalho e estudo. N ão obstante, se ne­
pago e interessante; cessário, poderá trabalhar. A chave do sucesso é a
3 — Projeto de casar ced o; sêde de conseguir instrução. Na presença de uma “ febre
4 — Insegurança em deixar o lar. de se graduar” , quase qualquer problem a se dissolve
N ão obstante, existem muitas razões dinâmicas e de alguma maneira.

A Partir de Cumorah (Continuação da pág. 12) 2 9 . T . Proskouriakoff, A n Album o f M ay a Architecture


(N orm an, O klahom a: University o f Oklahoma,
24 Ibid., págs. 166-8. 1 9 6 3 ), págs. X V -X V I, 4, analisa o fenômeno.
25. C. Gordon, B efore the Bible (N. Y .: Harper & 30 R. Smith, em The Im provem ent Era, 57 (M aio
Row, 1 9 6 2 ), pág. 8 5 ; uma recente descoberta “ do 1 9 5 4 ), págs. 316 em diante, confronte-se com
m aior interêsse” . Confronte-se com Helamã 7 :10. Alma 1 1 :4 em diante.
26. T ha’ labi, Quissas al-Anbiyah (C airo, 1 9 2 1 ). Êsse 3 1 . H. H. Paper, em Journal o f American A rcheological ■
instrumento é descrito com o o emblema da legen­ Society, 72 (1 9 5 3 ), págs. 169 em diante.
dária divindade que conduziu a primeira m igração 3 2 . Nathan Ha-Babli, “ The Installation o f A n Exilarch” ,
ao E gito; E. Massoulard, Prehistoire et Protohis- Ch. X . de B. Halper, P ost biblical Hebrew Litera-
toire (TEgypte (P aris: Institut d’Ethnologie, 1 9 4 9 ), ture (F ila d élfia : Jewish Publication Society of
pág. 489. V ide nosso artigo The Liahona s Cousins, Am erica, 1 9 4 3 ), págs. 64-68; o texto em hebraico
em The Im provem ent Era, 64 (Fevereiro de 1961) em V ol. I (1 9 4 6 ), págs. 37-40, sob o mesmo título.
págs. 87 em diante. 33 Vide A n A pproach to the B ook o f M orm on (1964
27. Vide Cap. 25, págs. 273-291 na edição de 1964 de e d .), págs. 247 em diante.
H. Nibley, A n Approach to the B ook o f M orm on 34 K.-H. Bernhardt, Das P roblem der Altorientalischen
(Salt Lake C ity; Deseret B o o k ). K ónigsideaologie im A lten Testament (L eiden: E. J.
28. Ibid., pág. 187, BrilI, 1 9 6 1 ), Capítulo V I,

Agôsto de 1967 15
0 vale com eça na extremidade sul do Lago de
Utah. N o canto nordeste do vale levanta-se uma curiosa
montanha, solitária e isolada. Na extremidade sudeste
do vale brotam nascentes quentes e frias, tornando a
área circundante um pântano plano que se projeta con ­
tra as colinas sêcas e cobertas de vegetação rasteira.
Os primeiros colonizadores vieram para o vale em
1860. Anteriormente, caçadores e garim peiros o haviam
atravessado ocasionalmente.
Jasson Evans estêve caçando no vale durante o in­
verno de 1885. Denom inou-o W arm Springs (Nascentes
Quentes) ao ver as nuvens de vapor que continuamente
subiam dos poços na extremidade sul do vale.
Cinco anos mais tarde regressou trazendo outros
consigo. Construiu uma casa de adôbe de um só côm odo
e ajudou cavar um canal. Foram plantadas mudas de
choupos na frente da casa, para fornecer sombra. Plan­
tou uma longa aleia de choupos ao lon go do lado sul
da fazenda para amenizar os rudes ventos do deserto.
Caminhei pela vereda, apanhado no fascínio do

Uma
Revoada Gr is
Brian K elly
Prim eira Prêm io do Concurso d e Contos da Universidade
Brigham Young

passado à medida que as memórias da minha infância


vinham-me numa torrente. Já pensara sôbre elas an­
teriormente, mas agora, sob o velho choupal, eram mais
pungentes. M inha infância estava ali. Saboreando cada
momento, contemplei o prado que se extendia para além
da casa, e volvi o olhar para o canal. Sim, tudo conti­
nuava alí, a casa de adôbe, o paiol, o galinheiro. Tudo
parecia o mesmo, exceto o choupal, que se concentrava
ao longo do canal por causa do seu tamanho agora.
Seus troncos haviam perdido o verde opaco da minha
juventude para tornarem-se rugosos, ásperos e cinzentos
suportes da folhagem revolta. Meus pensamentos não
se firmavam no presente; divagava, voltando ao passado,
relembrando a minha nona primavera no vale. . .
Os brotos dos choupos começavam a se mostrar.
Era o com êço da primavera e o canal ainda estava sêco
devido ao inverno. Papai disse-me que, com o eu já
tinha nove anos, tinha idade bastante para ajudar lim ­
par o canal. O musgo sêco e as ervas daninhas tinham
que ser arrancadas das margens para que assim a água
pudesse correr suave e fàcilmente ao ser vertida no canal.
O prim eiro dia de trabalho fo i duro, e os meus
braços e as costas estavam sensíveis e doloridos. Depois
do trabalho papai disse: “ Ouvi dizer que lá no leste
costuma-se manter patos domesticados vivendo nos poços
e riachos lentos. Os patos com em o musgo e muitas
das outras ervas aquáticas” .

A LIAH O N A
A m enção de patos mansos fêz disparar a minha Os ovos com eçaram a se abrir no vigésimo oitavo
mente cansada. Nunca havia pensado em patos mansos dia depois de eu tê-los trazido para casa. As galinhas
antes, mas sabia que havia patos selvagens no prado não pareciam notar a diferença. Tratavam as pequenas
atrás da casa. Se pudesse encontrar e domesticar al­ bolas de penugem amarela com biquinhos achatados
guns, não teria que capinar as margens do canal. com o se fôssem pintainhos. Era divertido vem as gali­
T odos os dias, enquanto trabalhávamos no canal, nhas ciscarem o chão do galinheiro a procura de bichi­
eu observava o prado. Distava apenas uns oitocentos nhos para os patinhos que não ligavam a mínima
metros, e muitas vêzes pudera ver patos pousando nas atenção.
canas. O canto da estrebaria alinhado com o m ourão O mais côm ico fo i quando os patinhos entraram
do canto da cêrca apontava para um juncal, onde muito n’ água a primeira vez. As galinhas os haviam condu­
freqüentemente pousavam os patos. Observava todos os zido para as margens do canal em busca de alimentação.
dias, e finalmente, quando o canal ficou lim po, estava T ã o log o se aproximaram da água, barafustaram-se
certo de que poderia ir direto aos juncos onde vira os barranco abaixo e deslizaram para a água. As gali­
patos pousarem. nhas ficaram frenéticas, correndo de um lado para o
No sábado, duas semanas depois de concluída a outro, tentando chamar os patinhos de volta. E os pa­
limpeza do canal, levantei-me cêdo e com ecei as minhas tinhos, desde então, passaram a viver a maior parte
tarefas sozinho. Quando papai chegou ao curral, a do tempo na água.
bezerra já estava na metade do aleitamento. A pós as Um fa lcã o tentou apanhá-los certa vez, mas êles
tarefas e o desjejum eu disse que iria ao prado caçar escaparam mergulhando. Isto nos sossegou; já sabía­
rãs. Papai geralmente não gostava que eu fizesse coisas m os que não precisavamos nos preocupar com os pati­
inúteis, mas nesta manhã acedeu. nhos enquanto a água tivesse pelo menos trinta
De início eu não sabia bem o que procurar. Segui centímetros de profundidade.
a linha do canto da estrebaria ao m ourão do canto da No dom ingo seguinte era dia de conferência. Isto
cêrca, diretamente em direção ao juncal que eu havia significava que teríamos de percorrer 8 km até a sede
marcado. A o chegar ao juncal nada encontrei além de da estaca.
emaranhados de juncos espalhados pela água. Numa T udo o que me recordo da conferência naquele dia
das moitas v í um chum aço de penugem branca e parda, é que há um homem natural e um homem não natural.
sêco e fora d’água. Procurei para cima e para baixo Eu nunca havia notado a diferença antes; simplesmen­
dos vários riachos da pradaria até a tarde, mas não te imaginava que todos fôssem bons. Gostei da parte
encontrei um só ninho. que dizia que as crianças eram puras e naturalmente
A caminho de casa ví um outro chum aço de pe­ boas. Não entendia bem com o uma criança natural era
nugem. Êste estava em terra sêca, aninhado na relva. boa e um homem natural era mau, mas a essa altura
Apalpei a penugem macia e senti sob ela algo duro. desisti de tentar e adormeci encostado em meu pai.
Afastei cuidadosameste a penugem e sob ela contei nove A caminho de casa, perguntei-lhe por que Deus fêz
ovos. Eram maiores que ovos de galinha, tinham uma algumas coisas boas quando eram naturais e outras na­
côr verde oliva. Despindo a camisa, dei nós nas mangas turalmente más. “ Bem, meu filh o ” , respondeu papai,
e na gola, então, um por um, coloq u ei cuidadosamente “ T udo depende do ponto de vista. Antes da chegada
os ovos nela. A cam inho de casa, entrei na água para dos pioneiros, os índios esperavam todos os anos pela
verificar o prim eiro chum aço de penugem que vira. vinda dos gafanhotos. Achavam que Deus os enviava
Neste ninho havia dez ovos. a êles para servirem de alimento. Quando eu era me­
Era d ifícil caminhar com firmeza. Os dezenove nino em Salt Lake City, naquele prim eiro verão em que
ovos pesavam na camisa e faziam com que ficasse ba­ viemos para o oeste, dependíamos de nossas magras co­
lançando, mas cheguei em casa sem contratempos. lheitas para atravessar o inverno já próxim o.
Papai ficou surpreso quando lhe falei dos ovos. Juntos “ Então, certo dia, o céu se escureceu com outro
ajeitamos dois ninhos com palha fresca numa caixa, e tipo de gafanhotos, uns barulhentos a que chamamos
as colocam os no canto do galinheiro. N ão tínhamos de grilos. Êles desceram das montanhas em direção às
certeza de que alguma galinha resolvesse chocar aque­ colheitas, com endo tôda coisa verde que encontrassem
les estranhos ovos, mas deixamos uma panela de grãos pelo caminho. Tentamos afogá-los em canais; queima­
de trigo no ch ã o e fom os embora. Após o jantar, papai m o-los; e ainda assim continuavam vindo. O céu estava
voltou ao galinheiro com uma lanterna e encontrou duas prêto dêles. Tôdas as manhãs eu e seu tio nos levan­
galinhas chocando os ovos que haviam adotado no távamos com o raiar da aurora e andávamos para lá
ninho. e para cá entre os cereais, segurando uma corda de uns
Mantive os ninhos sob cuidadosa observação pelas 10 m, fustigando os pés de trigo de form a que os gri­
três semanas seguintes. N ão me preocupava porque as los caíssem antes de poder devorá-los.
galinhas tratavam os ovos com o se fôssem seus mesmo. “ Finalmente, quando muitos já estavam prestes a
Cada um ou dois dias elas se ajeitavam sôbre êles e os desistir, o Senhor enviou as gaivotas para ajudar-nos.
viravam com o bico. Papai explicou que os ovos tinham Durante semanas elas encheram os céus, com endo os
que ser virados diáriamente para que chocassem. grilos até salvarem as colheitas. Para nós, filh o, aque-

66Não notei as gaivotas revoluteantes, nem ouvi


seus gritos angustiados. Tropecei, cai. Desesperado
soluços convulsivos sacudiram-me o corpo.”
Agôsto de 1967 17
Ias gaivotas foram naturalmente boas. Deus enviou-as lugar. Soluços convulsivos, desesperados, sacudiram meu
para salvar-nos. corp o .
“ Mas havia alguns bons homens que murmuraram N ão sei quanto tempo fiquei ali, mas quando me
contra os líderes. Portanto, êles eram com o que natu­ ergui, cascas de ôvo e sangue misturado com gema es­
ralmente bons e maus ao mesmo tempo. Êste é o signi­ tavam colados em mim. Devagar comecei a voltar su­
ficado do livre arbítrio. T odos têm que escolher e não bindo a colina e afastando-me da água e dos ninhos de
somos completamente bons ou maus com o alguns pare­ gaivota até atingir o pico. O vale inteiro estava visível
cem crer” . à minha frente. Já enxergava a faixa resplandecente
A conversa fo i interrompida ao nos aproximarmos do canal que levava a minha casa. Dando as costas a
da fazenda. As gaivotas estavam rodeando e m ergu­ isso, virei-me para o lago. Já não odiava nada, agora.
lhando no canal. N ão nos alarmamos até estarmos Então, fraco e inseguro sôbre meus pés, desci da
perto o suficiente para notar que o canal estava quase montanha aos tropeções, seguindo para casa. Mais ou
sêco. menos a 6 km de casa entrei no canal e lavei-me na
Pulei pelo lado do carroção e corri para onde as água que me subia até o peito.. A água fria tornou-me
gaivotas estavam, a tempo de expulsar uma delas do repentinamente cônscio de meus sentidos -—- o sol b ri­
fundo do canal. Tinha a bôca aberta com uma bolinha lhante, o vento da montanha, meus músculos cansados.
de penugem dentro. Ela engoliu o patinho vivo, com o O sol havia caído quando cheguei em casa. Papai
eu já vira algumas aves fazerem com camundongos. acabara tudo sozinho, mas não reclam ou. Mamãe fêz-
Papai veio pela vala com a cabeça abaixada, p ro ­ me trocar de roupa antes do jantar. Ela havia preparado
curando ao longo das margens para ver se descobria os uma refeição forte à tarde, mas havia pão, leite e mel
patinhos. Juntos encontramos três. Apenas três dos para o jantar. N ão comentou quando eu deixei o mel
dezenove. “ A cho que só sobraram êsses, filh o ” disse de lado e com i pão e leite com cebola, juntamente com
papai. Com o queixo tremendo e os olhos em fog o papai. Depois pedi licença e fui para a cama. Não
corri para um canto onde ninguém me podia ver e podia mais fitá-los nos olhos. Estava só e desconso­
chorei. lado.
Não vi papai até a hora de trabalhar. Comecei a A manhã seguinte com eçou com o as outras. Papai
ordenhar antes que êle se pusesse a explicar alguma despertou-me para irm os tirar leite e fazer os trabalhos
coisa sôbre os patinhos. Fiquei grato pela demora. Não da manhã juntos. De volta para casa algumas gaivotas
sei por que era mais fácil ouvir com o corp o da vaca voaram por ali e êle viu-me contemplá-las intensamente.
entre nós. Papai disse: “ A razão por que o canal E falou manso ao meu la d o : “ Filho, elas não têm culpa
estava sêco é que o Irm ão W right havia desviado tôda de matar os patinhos e com er muitos insetos e camun­
a água para a sua fazenda. Êle abriu tôdas as com ­ d on gos” .
portas para que a água corresse pelos seus cam pos” . N ão pude conter-me mais e com ecei a contar-lhe
Para mim a culpa não era tanto do Irm ão W right onde havia estado no dia anterior. Procurei fazer com
com o das gaivotas. Eu não queria saber razões; queria que aquilo n ão parecesse tão mau, explicando que as
ação mais direta. Tinha que encontrar uma maneira gaivotas nem ao menos construíam um ninho. Simples­
de extravazar a dolorosa sensação de que estava pos­ mente punham os ovos no chão nu. N ão deixavam uma
suído. cobertura de penugem sôbre êles com o faziam os patos.
Quando acordei na manhã seguinte, sabia muito Papai interrompeu-me e com eçou um de seus sermões
bem o que ia fazer. Tinha que ficar quites com aquelas explicativos: “ As gaivotas fizeram aquilo por causa
gaivotas. Depois de concluir minha parte do trabalho, de sua natureza N ão fo i justo matar as gaivotinhas.
dirigi-me para aquêle ponto na distância em que a m on­ Elas com eram seus patinhos para viver. N ão sei por
tanha isolada se ligava com o lago. Era dêste lugar que. Tudo o que sei é queí devemos fazer o que deve­
que as gaivotas pareciam vir e também lá é que desapa­ mos.
reciam. “ Acredito que comparada com um pato a gaivota
Quando cheguei ao sopé perto do lago, não pude não faça um ninho muito bom , mas elas criam seus
deixar de correr. Apanhado pelas fôrças combinadas filhotes da mesma maneira. Eu já contei por que as
da gravidade e do ód io, eu corria e chutava, ao acaso, gaivotas são queridas para mim. Neste verão eu quero
aqui e ali, entre as pedras e ressaltos acima do lago, que você as observe nascer e crescer. Aprenda com o
destruindo os ninhos de gaivota que encontrava. Nem são. Quando pequeninas, são quase tão feias com o
notei os gritos angustiados de uma nuvem de gaivotas você quando nasceu. Mas elas mudam Olhe para cima
que voavam no alto. Não recuei quando elas projeta­ agora e veja com o voam em círculos e planam. A cho
ram-se sôbre mim. Estava alucinado e frenético. que a form a mais graciosa que já vi, depois de um
Os ovos verde-claro, com manchas marrons, eram navio a velas singrando as águas, é uma gaivota pla­
fáceis de se identificar entre as pedras e ressaltos — nando com as asas estiradas.
alguns reunidos em torno de pauzinhos e entulho, mas “ Observe sua côr. Ficam mais e mais brancas ao
a maioria nus e abandonados no ch ão lim po. crescer. Elas com eçam com um tom m eio cinzento e a
Um grupo de gaivotas em form ação gritava, voando cada ano aproximam-se mais do branco p u ro” .
baixo pelo caminho em que estavam os ovos despeda­ Naquele verão eu com ecei a observar as gaivotas
çados. N ão tomei consciência da fadiga, mas gradual­ em suas mutações de pintainho feio para uma ave mar­
mente com ecei a tropeçar mais e odiar menos. De re­ rom, depois cinzenta e então de um branco límpido.
pente, enquanto chutava um ninho mais alto, despen­ Naquele verão com ecei também a ver os homens ama­
quei sôbre as pedras. Procurei levantar-me, mas não durecer. Muitas vêzes, desde então, tenho invejado as
consegui. 0 ódio e a fúria deixavam exaustão em seu gaivotas brancas.

15 A LIAH O N A
Ao Raiar do Nôvo Dia
Alexander Schreiner
Hino para a Escola Dominical Sênior para o M ês de Outubro

H IN O : “ A o raiar o nôvo dia” ; autor e com positor, hora em que devem recom eçar a cantar. Isto requer,
Robert B. B aird; Hinos — Igreja de Jesus Cristo dos naturalmente, o emprêgo de um ritmo preliminar claro
Santos dos Últimos Dias, n .° 149. e confortável. V ocê pode aperfeiçoar sua técnica neste
O irm ão Baird foi também o autor de “ Prolongue particular, ao mesmo tempo em que a congregação aper­
os bons m om entos” (n .° 5 5 ). Nasceu em Glasgow, na feiçoa o canto das primeiras sílabas da estrofe.
Escócia, em 1855. Teve treze irm ãos e emigrou para a Atente para o fato de que existem no hino umas
América estabelecendo-se em W illard, Utah, por volta quinze notas com ponto de aumento. Se nos prendermos
d o ano 1863. Foi também em W illard que viveu o a essa especificação de form a estrita, obteremos um
inspirado com positor e poeta Evan Stephens. Sem dú­ ritmo meio aos solavancos. Recomenda-se, portanto,
vida êsses dois homens influenciaram-se e encorajaram se que os saltos e baixos sejam suavizados ou simplesmen­
mutuamente na com posição de hinos práticos de exor­ te ignorados. A form a com que as congregações usual­
tação para jovens da Igreja na Escola Dom inical. mente interpretam êsses trechos é bem razoável e de
O Irm ão Baird fo i o regente do côro da ala de bom gôsto.
W illard e ensinava música nas escolas públicas do local.
Outra obra poética da sua autoria fo i o hino “ Sê A o organista:
bem-vindo, dia santo” (n .° 1 4 3 ). Com quanta alegria N ossos órgãos e pianos são h oje afinados um tanto
as Escolas Dom inicais têm cantado essas três canções mais alto que quando êste hino fo i escrito. Assim
p or tantos anos! E com elas os santos foram estimulados sendo, você são gostaria de tentar tocá-lo em Si bem ol?
a praticar obras de retidão por quase um século. É muito simples. Mas você deve executar a transposi­
ção com tôda a segurança antes de usá-la para acom ­
A o regente: panhar a congregação.
Cada estrofe principia com as notas mais rápidas V ocê sabe que existem pessoas que falam mais de
do hino. Como constituem um movimento ascendente, um idiom a, p or exem plo, português, inglês e francês,
são freqüentemente negligenciadas ou deixadas de lado ou alem ão, holandês e espanhol? Da mesma forma,
no canto. Portanto, recomendamos que você ensaie os surgem coloridos novos ao se executar esta música em
dois compassos de abertura de cada estrofe. Dê aos Dó, ou Si ou Si bem ol. Tente. Os resultados são de­
membros tempo bastante para respirar entre as estrofes liciosos. É algo assim com o usar várias fragâncias de
e então faça um gesto claro demarcando exatamente a perfume.

Jóias Sacramentais de O u tu b ro

Escola D om inical Sênior Escola D o m in ica l Júnior

E aconteceu que Êle novamente partiu o p ã o e o Disse Jesus: Vinde a m im . . . e eu vos aliviarei’
abençoou e o deu aos discípulos para que o com essem ” . (M ateus 11 : 2 8 ) .
(3 N efi 2 0 : 3 ) .

A com panham ento ao O rg ã o para as Jóias Sacramentais de O u tu b ro

* Simpl l fe i\ ... ,, .

p--4U—---
r r r J
.. p'1 '1 l
^ ^
-

L-£---- i—__
T " ■+....
___ - 1

--*----
O
; --- 2--
J i J

NOTA: O hino de ensaio para Eseola Pominical Júnior, de Outubro, é “ Brilha a Aurora” , Hinos n.° 185.

Agôsto de 1967
Francamente,
Tudo pareceu culminar log o após o jantar. Êstes
eram os momentos favoritos d o bispo, quando conce­
dia-se alguns minutos sentado diante da mesa, tendo
uma agradável conversa com sua espôsa. Ela estava
agora limpando os pratos e ao chegar aos copos das
crianças parou, franzindo o cen ho: “ É uma tristeza a
mudança do irm ão Ferreira, não é ? Só fiquei sabendo
h oje na Sociedade de S oco rro ” .
Ela esperava sua reação. “ Naturalmente você sa­
b ia ? ” Mas o bispo meramente resmungou. Recusava-se
a admitir que ela o havia apanhado totalmente des­
prevenido, sem saber que seu entusiástico superinten­
dente da A M M ia sair da ala. Continuou a brincar
com o garfo, recolhendo as migalhas de torta, enquanto
meditava nesta reviravolta nas coisas. Há apenas uma
semana o bispado havia-se congratulado por ter final­
mente conseguido organizar todo o quadro da A M M e
a g o ra . . .
Quando o telefone tocou, êle reconheceu imedia­
tamente a voz do presidente da estaca:” . . . é isso,
bispo. Com duas novas alas, tivemos permissão para
escolher diversos mem bros auxiliares para o Sumo
Conselho . Queria que você soubesse antes de chamar­
m os o irm ão Ramos. Compreendo que êle tem sido
muito eficiente com o presidente do quorum de élderes,
mas esta será uma oportunidade excelente para êle.
O bispo era muito sábio e bem disciplinado para
n ão desatender ao presidente. Na verdade, ficava sa­
tisfeito pelo irm ão Ramos. Mas isto representaria
ainda uma outra reorganização dentro da ala. Com e­
çou a percorrer mentalmente sua liderança no Sacerdó­
c io enquanto a voz na outra ponta do fio concluía:
“ . . . apesar de ser responsabilidade do Sacerdócio de
Melquizedeque da estaca escolher o nôvo presidente,
preferim os trabalhar em concordância com os bispos.
Se tiver alguma sugestão, inform e-me terça-feira à
noite. Gostaria de submetê-la à aprovação do Sumo
Conselho no próxim o dom ingo pela m anhã” .
A explosão final ocorreu alguns minutos mais
tarde, quando seu conselheiro que passara para discutir
a reorganização da AM M disse: “ Ah, e isto me recorda
— o irm ão M aurício pediu-me para dizer que está com
um nôvo em prego, de vendedor, e provàvelmente terá
que viajar tôda a terceira semana de cada mês, durante
pelo menos um ano. P or isso, achou que o senhor tal­
vez quisesse desobrigá-lo. Êle é um dos melhores con ­
selheiros de quorum que já tivem os” .

B is pado
E ficaram ali, conversando pela noite a dentro,
analisando o que lhes havia acontecido de repente.
Mais tarde o bispo se recordaria que o conselheiro
pôs o dedo na parte dolorida do problema quando disse:

Presidente “ Sabe com o é, a gente costumava ter uma porção de


famílias ativas — antes que dividissem a ala.
mim é com o se a outra metade tivesse surripiado o
Para

melhor da liderança. E nós ficam os com qu ê? Vinte


e três velhos do Sacerdócio A a r ô n ic o !”

20 A LIAH O N A
Bispo, Não Vejo Inspiração Nisso!
“ Adultos do Sacerdócio A a rô n ico ” , corrigiu o de saber que o irm ão Soares foi incumbido de uma
bispo. “ 0 nôvo manual chama-os Adultos do Sacer­ importante pesquisa pelo Govêrno Federal. Ora, temos
dócio A a rôn ico” . um grande celeiro de talentos que apenas esperam ser
“ Muito bem, A dultos do Sacerdócio A a rôn ico” , cultivados” .
disse o conselheiro bem devagar. E sua voz parecia Mas o prim eiro conselheiro ergueu a m ão. “ Es­
muito cansada ao con clu ir: “ Podem trocar-lhes o n o­ pere aí, irm ão, nós todos estamos sabendo da capaci­
me, mas o fato é que são uma pedra no sapato. N ós dade de nossos V elhos . . . ah, Adultos do Sacerdócio
precisamos é de líderes. E o que tem os? Temos vinte A arônico. Sempre soubemos que poderiam representar
e três homens muitos dos quais recusam-se até a seguir. uma contribuição genuína para a obra do Senhor se
Francamente, bispo, nunca consegui ver inspiração na conseguíssemos torná-los interessados e ativos. Em uma
divisão da a la ” . ocasião ou outra, todos nós nos esforçam os junto dêles
Essas últimas palavras permaneceram com o bispo para que se tornassem plenamente ativos. E incumbi­
p or tôda a semana. Acertaram-no em cheio, inicial­ mos disso nossos melhores homens com bem pouco
mente, mas depois se recordou que seu conselheiro — progresso. Na realidade, êste é um dos encargos mais
bom , fiel, trabalhador — estava com êle há longo tempo desanimadores da igreja ” . E enconstou-se na cadeira.
e ainda se lembrava dos bons dias antes da divisão, em Já havia recitado sua parte.
que tinham irmãos ativo sem abundância. Mas o bispo sorriu ainda mais abertamente que
0 bispo não queria admitir que a divisão havia antes. Êle sabia o segrêdo. Havia-o testado em pen­
sido falta de inspiração. N ão havia recomendado êle samento; havia-o esquematizado no papel. Tinha cer­
próprio ao presidente da estaca? Mas agora parecia teza de estar com a razão. “ Tudo o que dizem é
estar-lhe saindo pela culatra, não sabia por quê. V o l­ verdade. C oncordo. Mas insisto em que nenhum de
tou a pensar no assunto muitas vêzes, à procura de nós conseguiu visualisar o que poderia ser feito com
uma resposta. êsses irm ãos inativos se o incentivo certo atuasse nêles.
0 bispo convocou uma reunião especial com seus Claro — tentamos ativá-los — com reuniões, aulas es­
conselheiros. Entrou direto no assunto: “ Irmãos, es­ peciais, convites; nunca através de experiências reais.
tamos afundando por falta de liderança e estou pronto Nunca chamamos algum dêles para trabalhar em nossos
a admitir que fiquei desarvorado. N os últimos sete programas. E por q u ê ? ” 0 bispo sorriu novamente,
dias tenho repassado incessantemente o problem a em fechando os olhos. “ Porque sempre tivemos demasia­
minha mente e orei muito tam bém” . De repente perce­ do número de líderes ativos, que absorviam todos os
beu que os irm ãos pareciam muito deprim idos e so r­ bons cargos que a ala tinha a oferecer — e mais” .
riu com calor. Êle apontou para o mapa de liderança que pendia
“ Tenho estado conjeturando se teria sido errada a da parede. “ A gora que fom os divididos, estamos em
divisão da ala. V ejam , nosso problema é liderança, apuros. Necessitamos dêsses irm ãos inativos; há algo
sim, mas, avancemos um pouco mais. Liderança é sa­ que êles podem fazer por nós. E, ao fazê-lo, descobri­
cerdócio. Esta é a fonte real de nosso problem a — rão o quanto necessitam de nós, da Igreja e do Senhor” .
falta-nos sa cerd ó cio !” 0 bispo ainda prosseguiu: “ Tenho examinado o
0 segundo conselheiro fêz um m uchocho e explo­ nôvo Manual d o Sacerdócio A arônico —- Adultos. Su­
d iu : “ Bom, pelo menos Sacerdócio de Melquizedeque. blinhei algumas partes dêle, frases com o “ aprender
N ão contamos uns 23 velhos do Sacerdócio A arônico atividade” e “ experiências dando aulas” . Parece-me,
outro d ia ? ” e quero seu conselho quanto a isto, que se pudéssemos
“ Adultos do Sacerdócio A a rô n ico ” , interrompeu o coloca r êsses irm ãos inativos em posições-chave, lado
prim eiro conselheiro. “ É o nôvo nome que lhes dão a lado com os irm ãos ativos, bem, uma vez que tives­
— S acerdócio A arônico — • A dultos” . sem provado a alegria de servir na igreja, não preci­
“ Está bem, mas o nôvo nome também não vai ser saríamos mais de falar em tesouros no céu, e tôdas
de maior ajuda para nós. Continuam sendo os mesmos essas coisas. Êles estariam em condições de sentir o
desanimados. Com êles é que não vamos solucionar o mesmo que nós sentimos” .
problema da liderança” . “ Epere a í” , disse o prim eiro conselheiro. “ 0 ir­
“ Mas eu d isc o rd o !” exclamou o bispo. “ A cho que m ão pretende que façam os, vamos dizer, o irm ão Soares
é nisto que descobrim os uma situação inspiradora. superintendente da A M M ? ”
Analisem os fatos: precisamos desesperadamente de Mas o bispo retrucou na hora. “ N ão, mas êle
líderes bons e ativos. Mas do que dispomos atualmente? seria um ótimo assistente da superintendência da Es­
De bons líderes que estão inativos. Se analisarmos cola D om inical, especialmente se o pudermos convencer
nossa lista de Adultos do Sacerdócio A arônico encon­ de que é im prescindível” .
traremos alguns homens de destaque no bairro. 0 irm ão “ Ora essa” , disse o outro conselheiro. “ Se pu­
Rocha é presidente da companhia em que trabalha; o séssemos o irm ão Pereira com o superintendente, po-
irm ão Constantino foi comandante d o exército; e acabo ( Conclui na página 24)

Agôsto de 1967 21
As Técnicas do Ensino Aplicado
Ernest Eberhard Jr.

Perguntei certa vez a uma aluna do segundo ciclo, prias vidas os princípios que aprendem através do
o que em seu entender caracterizava um professor bem exemplo.
sucedido. A pós alguns segundos de m editação ela Surge então a pergunta: C om o o aluno pode saber
rep licou: “ É alguém que o ame” . se seu professor o am a?
“ Que quer dizer com isso — que o a m e ? ” per­ Essa certeza irradia-se e torna-se manifesta a êle
guntei. de muitas maneiras aparentemente insignificantes. 0
Ela deteve-se novamente em reflexão e depois res­ professor pode demonstrar que nota cada aluno, de uma
pondeu sem hesitar: “ Êle está disposto a ouví-lo. Seus maneira ou de outra durante o período da aula. Talvez
problemas são importantes. Êle o aceita e procura com um apêrto de m ão, um sorriso ou um simples
auxiliá-lo a progredir” . olhar de reconhecimento. Se o professor demonstrar
Perceba-se que nada foi m encionado a respeito das suficiente interêsse por seus alunos para aprender-lhes
habilidades do professor, nem de seus dom ínio profundo o nome, informa-se a respeito de seus interêsses, anseios,
da matéria, sua extraordinária perspectiva histórica ou am bições, assim com o de algumas de suas frustrações e
técnicas de ensino. problem as, êles sentirão seu amor. 0 professor que se
Durante os trinta e três anos em que tenho tido o dá ao trabalho de notar mesmo os mais acanhados es­
privilégio de ensinar os jovens, perguntei a muitos dêles forços e sinais de progresso e crescimento da parte de
o que de m aior ajuda haviam recebido de seus instru­ seus alunos tem o seu amor e lealdade. Êle sabe apanhar
tores na Igreja. A resposta mais consistente fo i com também as menores insinuações que os alunos deixem
efeito: “ Êles me ajudaram a pôr a vida em ordem ” . escapar e que indiquem que estão interessados em ana­
Apesar de não poderem exprimir uma análise lisar certo assunto ou problem a mais a fundo. Muitos
profissional das capacidades de seus mestres, sabiam jovens acham dificuldade de relatar diretamente a al­
reconhecer que extraordinários instrutores os haviam guém suas dúvidas, temores e confusões. Fazem uma
auxiliado a incorporar os preceitos aprendidos em suas menção bem disfarçada, p or vêzes até indireta. Se o
vidas. professor fôr sensível, poderá auxiliá-los a “ sair da
As pessoas agem e reagem no esforço direto de casca” e revelar e discutir plenamente o que os ator­
conseguir seus objetivos prim ordiais na vida. Talvez a menta.
mais importante dessas metas seja o desejo de pôr-se 0 sentimento de am or e interêsse que o professor
à prova e ganhar a aceitação de pessoas importantes tem por seus alunos deve ser autêntico e genuíno. As
em sua vida. Portanto, aquêle que tem objetivos lou ­ crianças e especialmente os adolescentes, sabem detestar
váveis busca a aprovação dos que são substancialmente qualquer simulação ou falsidade por parte do professor
criteriosos. O indivíduo de caráter indejável gravita em quase que instantâneamente. Isto, com o qualquer ato
tôrno das pessoas cujas vidas são motivadas por prin­ de traição, desfere golpe mortal em suas possibilidades
cípios inidôneos. O intercâmbio pessoal é básico para de inspirar seus alunos a pôr em prática as lições do
o controle da conduta humana. evangelho.
O prêmio que mais agrada a criança é o amor de N ão é possível fazer-se uma lista de todos os passos
um adulto, sejam seus pais ou professores. Quando a que um professor deve dar para adquirir um genuíno
criança tem evidência concreta de que seu professor a sentimento de amor e confiança por seus alunos. Cada
ama, faz tudo para agradá-lo. Se continuar na certeza professor tem uma fôrça individual e uma capacidade
dêsse amor, reagirá procurando imitá-lo. P or exem plo, tôda sua de desenvolver êsse clima. Êle deve planejar
um treinador esportivo benquisto tem pouca necessidade e aperfeiçoar sua abordagem, alterá-la e reforçá-la de
de discutir com seu time a Seção 89 de Doutrina e tempos em tempos. A cada mês, mais ou menos, deve
Convênios, se tiver estabelecido com o norma que es­ sentar-se e avaliar objetivamente seu trabalho, para ver
pera que êles vivam vidas saudáveis e treinem com quanto progresso conseguiu e form ular planos para
persistência. Os alunos põem em prática em suas pró- fortalecer-se no que fôr necessário.

22 A LIAH O N A
Pode-se deixar aqui uma palavra de advertência ao plena e correta, é preciso que adquiram confiança em
professor. Nenhuma quantidade ou variedade de téc­ sua capacidade de determinar as ações e objetivos da
nicas ou m étodos de ensino conseguirá a confiança e a vida. Isto significa que o professor precisa auxiliá-los
lealdade do aluno, a menos que haja um sentimento a ver o porque de seus atos e a antever suas conseqüên­
genuíno de amor e interêsse da parte do professor. Seus cias finais. O mestre deve considerar-se com o um guia,
sentimentos devem brotar da determinação de ter em não um fornecedor de inform ações. O professor efi­
mente que está tratando com um ser eterno, um filh o ciente dá a seus alunos orientação e auxílio apenas
literal de nosso Pai Celestial, cu jo amor e interêsse por depois de êles próprios terem feito tudo ao seu alcance
seu filh o estão além da com preensão até do mais de­ para estabelecer seus próprios objetivos e linha de ação.
votado professor. Apenas quando êle se ligar a seus Uma ilustração dêste tipo de ensino pode envol­
alunos segundo êstes m oldes será considerado um exem­ ver, por exemplo, o propósito dos alunos quanto a beber
p lo digno, pelo qual os jovens poderão orientar suas ou não para ser sociáveis. O professor bem orientado
próprias vidas. fornece-lhes elementos para pesar as vantagens e des­
Intelectualmente, o aluno pode admitir que o que vantagens de se beber na companhia de amigos, em
lhe está sendo ensinado é totalmente lóg ico e racional, confronto com o efeito geral dessa prática na vida das
mas, se não se sentir com fôrças para aplicar o ensi­ pessoas. Êle os auxilia a pesar o valor limitado da
namento ou alterar a orientação de sua vida, desaten- aceitação social num breve período de recepção onde
derá a exortação de pô-lo em prática. Êle pode chegar sejam oferecidas bebidas em com paração com as pos­
ao ponto de reproduzir verbalmente o princípio ensi­ sibilidades sempre presentes de desintegração da per­
nado. Isto é, se freqüentar uma aula em que precise sonalidade, embaraços com a lei, danos físicos sérios
dar uma resposta “ correta” para receber boa nota, êle a si mesmo e a outros, maior suscetibilidade a doenças,
aprenderá a repetir as palavras. E, a despeito disso, perda do lar e da fam ília, fracasso vocacional e p o ­
sentirá que qualquer tentativa de incorporar o preceito breza, debilidade nos últimos anos de vida e, acima de
a sua vida não faz parte do processo de aprendizado. tudo, a destruição espiritual que acarreta a perda de
Compare essa atitude com a dos 3.000 que ouviram uma vida de alegria eterna.
Pedro pregar seu memorável sermão no dia de Pen- Quando o professor tiver auxiliado os alunos a
tecostes: fazer uma análise completa do problema, deverá dizer-
“ E, ouvindo êles isto, compungiram-se em seu c o ­ lhes que a responsabilidade pelo uso de seu livre arbí­
ração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: trio está agora em suas mãos. Êles é que devem esco
Que faremos, varões ir m ã o s ? ” (A tos 2 :3 7 ) . lher o caminho a seguir.
Temos aqui uma perfeita seqüência do “ ensino Depois disto, o professor precisa estar preparado
aplicado” . Os que estavam presentes “ ouviram ” as para auxiliar os alunos a resolver a curto prazo os p ro­
instruções; isto é, receberam plena e corretamente a blemas que resultem dessa sua decisão de não beber
inform ação. E, o que é mais importante, “ com pungi­ com os amigos. P or exemplo, quando se ' estiverem
ram-se em seu co ra çã o ” , estando dispostos a dar pros­ encaminhando em sua vocação profissional poderão
seguimento ao passo mais vital no processo de ensino, encontrar pessoas influentes e capazes de dar grande
ou seja, comprometer-se pessoalmente. A pergunta que im pulso em sua carreira, que exerçam uma pressão
formularam fo i : “ Que fa rem os? ” sutil e persistente no sentido de “ beber só um gole, de
As razões pelas quais as pessoas são “ tocadas em vez em quando” . Chegando a êste ponto, os alunos não
seus corações” podem ser muitas. Sem dúvida, os ou­ necessitarão de uma outra aula a respeito da “ Palavra
vintes de Pedro convenceram-se de sua sinceridade, da de Sabedoria” , mas apenas de auxílio para resistir à
profundidade e significado de seu testemunho e de seu pressão de pessoas profissionalmente capazes, mas es­
amor por êles, expressado no desejo de conferir-lhes os piritualmente pou co desenvolvidas ou estagnadas. O que
benefícios da aceitação do evangelho de Jesus Cristo. vão precisar é de orientação para manterem a perspecti­
De form a muito semelhante, os alunos “ são com pungi­ va de longo alcance estabelecida durante as aulas.
d o s” quando sentem que seus professores têm em mente Em geral, admite-se que um aluno aprende somen­
os interêsses pessoais e individuais dog que lhe são te na medida em que transporta o ensinamento para a
confiados. Se puderem acreditar que seu mestre tem experiência. Essa experiência pode envolver apenas a
genuína confiança em sua habilidade de desenvolver e mente e as em oções ou um ato patente. Os professores
preservar nas boas atitudes e buscar objetivos nobres, estão geralmente em plena concordância com êste prin­
serão muito mais incentivados a dar os passos neces­ cíp io, mas não transportam seus ensinamentos para a
sários à obtenção dêsse progresso. Os professores devem experiência.
analisar cuidadosamente cada aula que dão, para cer­ Com o os sêres humanos são dotados da capacidade
tificar-se de que todos os alunos, individualmente, re­ de usufruir experiências vicárias, isto é, com o emprêgo
ceberam incentivo para fortalecer-se nos princípios do da im aginação, os professores devem planejar as aulas
evangelho em que se baseou a lição. de form a que as lições e histórias religiosas resultem
Os alunos devem sentir que o professor tem uma numa aplicação à vida real. Isto quer dizer que pre­
dedicação profunda, constante e estável pelo princípio cisam apresentar seus ensinamentos em concordância
que está ensinando. Êles precisam também acreditar com a idade, conceitos e níveis de desevolvimento dos
que o professor aplicou os princípios do evangelho a alunos. A s lições devem estabelecer etapas razoáveis,
sua própria vida em larga escala, considerando-os um na vida diária, que levem à conquista dos objetivos fi­
alicerce seguro. nais. Em alguns casos será necessário que o mestre
Para que os sêres humanos jam ais consigam orien- auxilie seus discípulos a criar, alterar ou a dar maior
tar-se sozinhos, empregando seu livre arbítrio de form a amplitude a suas metas, antes que possam ser motivados

Agôsto de 1967 23
â utilizar o material da aula. 0 Salvador sem dúvida pagamento naquele dia, ou pelo menos antes da p ró­
teve isto em mente quando disse: “ Bem-aventurados os xim a aula.
que têm fom e e sêde de justiça, porque êles serão 6. Reforçando constantemente as atitudes, proces­
fartos” . (Mat. 5 :6 ) . Êle reconhecia plenamente que sos e mudanças de conduta. Os professores devem exa­
os objetivos da vida devem ser convincentes e firmes minar com os alunos os progressos feitos por cada um.
antes que possam ser alimentados ou ampliados. Precisam elogiá-los e demonstrar sua aprovação pelo
Como faremos para envolver os alunos nessas expe­ sucesso conseguido. Muitas pessoas são de opinião que
riências d o aprendizado? estamos perdendo uma grande oportunidade de forta­
lecer e incentivar os que já estão vivendo os princípios
1. Fazendo-os saber p or que estão estudando cer­ do evangelho, mas que ainda necessitam encorajamento
tos tópicos. No início de cada aula devemos declarar e apoio. É muito com um os jovens não receberem a
de maneira concisa Os princípios que serão abordados atenção pessoal que merecem, somente por que não
e, no transcorrer da lição, dar-lhes a oportunidade de causam maiores preocupações a seus pais e mestres.
indicar o lugar ou a importância dêsses princípios em 7. A uxiliando os alunos a tomar certas resoluções
sua vida. que tragam resultados óbvios — resultados que sejam
2. Permitindo-lhes apresentar uma relação das fàcilmente visíveis para êles e aquêles cuja aprovação
formas específicas pelas quais a lição se aplica a sua esperam obter. A s reações públicas têm uma aura de
vida. Os alunos precisam sem motivados a descobrir os realidade que torna a aplicação do princípio mais au­
passos detalhados que devem ser dados no sentido de têntica e racional.
aplicar com sucesso os princípios do evangelho à vida. 8. Os padrões de conduta e as atitudes consistentes
3. Lembrando que a generalização é o fracasso do dependem da fé que se tem em seu valor, do senso de
ensino aplicado. Os alunos precisam atravessar, por finalidade. Os ministradores de instrução religiosa
experiência própria ou vicária, todos os passos essen­ devem esforçar-se constantemente p or aumentar no
ciais à compreensão. aluno o conceito de seu próprio valor. Podem auxi­
4. Sendo realista a respeito da capacidade, expe­ liá-los ressaltando que o Senhor os recompensará mais
riência prévia e nível de desenvolvimento dos alunos. pelo e sforço em executar bem seu trabalho, na vida e
As aulas precisam ser graduadas com cu id ad o; isto é, na igreja, do que pelas posições que ocuparem. É
principiar com preceitos limitados, que evoluam para preciso salientar constantemente o quão importante é
a aplicações mais difíceis. P or exem plo, o professor cada indivíduo para Deus o Pai e seu Filho Jesus Cristo
pode sugerir três sorrisos por dia, elogiar uma pessoa na obra de conseguir a imortalidade e a vida eterna de
e evitar uma resposta atravessada, ao invés de estabe­ tôda a humanidade. Precisa-se dar destaque também
lecer a norma de sorrir para todos, distribuir elogios ao fato de que esta é a era de ouro da história, um
e nunca perder controle da língua. período aguardado com ansiedade por todos os profetas
5. Estando cônscio de que os alunos conseguem do passado. Os alunos devem ser levados a com preen­
muito mais quando têm um program a de ação bem der que seu valor não está em ter nascido sôbre a
traçado. O bjetivos para “ qualquer o ca siã o” têm um terra nesta época especial, nem com o m em bros da
poder de m otivação muito limitado. Se fô r dada uma igreja, mas em ser “ cumpridores da palavra” — os
aula a respeito do dízim o, o prim eiro passo seria o mais aplicados que já existiram sôbre a face da terra.

Francamente, B i s p o . . . (Conclusão da pág. 21) Tudo o que vai pela Igi*eja


deríamos convencê-lo de que o irm ão Soares seria um
ótimo assistente” .
mensalmente nas páginas de
O irm ão Soares sorriu calorosam ente ao apertar a
mão do bispo, fazendo-o entrar na sala da frente. F a­
zem mais ou menos sete meses que o senhor me cha­
mou para trabalhar na Escola Dom inical e nos últimos
três mêses temos pagado nosso dízimo. N ão é verdade
L úcia? N ós achamos que já é tempo de pedir-lhe que
se sente con osco para dizer-nos o que devemos fazer
agora a fim de obter uma recom endação para o tem plo” .
L m certo quê agradável parecia ter-se espalhado
pela sala. O bispo sentiu uma nova felicidade naquela
casa, naquele casamento.
“ Minha única tristeza ao tornar me élder é uma
um a revista para
certa relutância em deixar nossa classe do sacerdócio.
A cho que temos o melhor grupo de V elhos do Sacer­ se assinar, ler e gu ardar.
dócio A arônico de tôda a estaca” .
“ Adultos do Sacerdócio A a rôn ico” , corrigiu sua
espôsa gentilmente. “ É êsse o nôvo nome para êles:
Sacerdócio A arônico -— A du ltos” . e lem bre-se, é um presente que se renova o ano to d o !

24 A LIAH O N A
Há uma Lei
Loivell L. Bennion

É comum assistirmos funerais de pessoas que pa­ Êle respondeu: “ Jesus disse: “ Porque aquêle que
reciam estar no princípio -de seu chamado, ou que quizer salvar a sua vida, perde-la-á, e quem perder a
davam a impressão de ser a m ola propulsora de um sua vida p or amor de mim, acha-la-á” . (Mat. 1 6 :2 5 ).
projeto importante, cujos resultados beneficiariam tôda Esta é, creio eu, sua m aior necessidade. Se viver por
a humanidade. Um acidente trágico vitimou alguém êste princípio, sentir-se-á m elhor” .
ou um mal súbito fo i fatal a outro. P or que pessoas Um tanto ferida ela fo i para casa, refletiu e mudou
tão bem dotadas são levadas quando o futuro parece completamente de vida. Seus pensamentos voltaram-se
prometer tanto? Os oradores procuram explicar, nas para os outros. Passou a levar pão fresco para os
exéquias, mas essas palavras de consolo por vêzes fa­ doentes e aflitos; jovens mães sobrecarregadas desco­
lham em seu propósito. briram a fôrça e incentivo de suas mãos habilidosas;
Apesar de não têrmos uma resposta completa nem e criancinhas da vizinhança conheceram seu amor. Essa
inteiramente satisfatória para as tragédias e infortúnios mulher encontrou uma alegria de viver que nunca usu­
que nos atingem, há no evangelho de Jesus Cristo um fruíra antes, mesmo nos dias em que estava segura entre
ensinamento que lança muita luz sôbre êsse assunto seus entes queridos.
perturbador. Êle dá-nos pelo menos um fundamento “ Há uma lei . . ” e quando obtemos qualquer
sôbre o qual basearmos nossa vida. bênção na vida é pela obediência àquela lei específica
“ Há uma lei irrevogàvelmente decretada nos céus em que ela se baseia. Se queremos regressar em se­
desde antes da fundação dêste mundo, sôbre a qual gurança de um passeio de carro, obedecemos as leis
as bênçãos são fundadas. da segurança na direção e até nos prevenimos contra
“ E quando de Deus obtemos uma bênção é pela os erros dos outros. Se queremos gozar de boa saúde,
obediência àquela lei sôbre a qual a bênção se funda” .
(D. & C. 1 30:2 0 -2 1 ).
Êste princípio — bênção p or obediência à lei —
é observado em todos os campos da vida. Um jovem
doutor meu amigo, brilhante e dedicado, iniciou sua
carreira trabalhando dia e noite para atender com pro­
missos financeiros. Seus conhecimentos sôbre as ne­
cessidades do corpo no que diz respeito a descanço não
lhe pouparam as conseqüências da desobediência. Êle
tem sofrido repetidos ataques cardíacos e ainda continua
a desafiar as leis naturais.
Uma viúva perdeu seu filh o único na II Guerra
Mundial. Ficou só, sem nenhum parente para ajudá-la.
A auto-comiseração dominou seus pensamentos e senti­
mentos progressivamente. Ela consultou o m édico da
família, que não encontrou qualquer deficiência orgânica
em seu organismo e procurou persuadi-la de que g o ­
zava boa saúde. Ela não se deixou convencer e pros­
seguiu em seu desânimo. Certo dia, o doutor, deses­
perado, resolveu adotar medidas drásticas. Quando
ela voltou ao consultório, êle disse: “ Irmã Martinson,
a senhora crê no evangelho de Jesus C risto ?”
Ela ficou chocada. “ Naturalmente, claro que sim.
Oro todos os dias, jeju o uma vez por mês, vou à igreja
regularmente, pago meu dízimo. O senhor sabe que
eu cre io ” .
Êle então rep licou: “ Bom, se a senhora não c o ­
meçar a viver alguns de seus princípios, de maneira
melhor do que tem feito, tornar-se-á uma carga para
si mesma e para a com unidade” .
“ Como assim ?” perguntou ela um tanto embara­
çada.

26 A LIAH O N A
...Sem nós, Não Podem Ser Aperfeiçoados
Hebreus, 1 1 :4 0

Nossa sexta palestra sôbre genealogia


enfoca novos e intrigantes ângulos dêsse
trabalho divino

Um dos grandes mistérios do modernos cristianis­ tola de Hebreus. Sabemos que êle referia-se à grande
mo é a declaração feita por P aulo, o A póstolo, que está obra dos últimos dias que seria restaurada através do
registrada em Hebreus, capítulo décim o prim eiro, ver­ Profeta Joseph Smith. O antigo apóstolo referia-se ao
sos trinta e nove e quarenta. As explicações do signi­ fato de que nossos pais estavam fam iliarizados com a
ficado dêsses versículos, apresentadas pelos teólogos divina verdade de que Deus, o Pai Eterno, havia p ro­
modernos, são vagas e pouco elucidativas. Os santos posto mesmo antes da fundação dêste mundo que nos
dos últimos dias, que têm o testemunho de que Deus salvássemos em famílias. Nenhum indivíduo receberia
abriu novamente os céus e restaurou a verdade divina a plenitude da alegria, exceto pela obediência aos prin­
através da instrumentalidade do Profeta Joseph Smith, cípios d o evangelho restaurado, sendo selado pelo poder
não questionam nem vêm mistério nas palavras de do Santo Sacerdócio em ligações familiares eternas.
Paulo aos hebreus. No dia 6 de setembro de 1842 o Profeta Joseph
Paulo exortava os santos fiéis a aumentar sua fé Smith escreveu uma Epístola a todos os membros da
no Senhor Jesus Cristo. Rememorou para êles as ex ­ Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
periências dos profetas de Deus desde os dias de A dão dando instruções detalhadas com respeito ao trabalho
até sua época. E demonstrou-lhes p or palavras com o pelos mortos. Daquela carta citamos o seguinte: “E
a fé era a mola de tôda a a çã o ; que foi pela fé que agora, meus queridos e amados irmãos, eu vos asse­
os profetas de Deus conseguiram executar tôdas as c o i­ guro que êstes são princípios referentes aos mortos e
sas que Deus lhes ordenara. vivos que não podem ser encarados com descuido, no
A encerrar essas profundas palavras, Paulo disse: que diz respeito à nossa salvação. P ois a sua salvação
“ E todos êstes, tendo tido testemunho pela fé, não al­ é necessária e essencial a nossa salvação, com o disse
cançaram a prom essa; provendo Deus alguma coisa Paulo a respeito dos pais — que êles sem nós não
melhor a nosso respeito, para que êles sem nós não podem ser aperfeiçoados — nem podem os nós, sem os
fôssem aperfeiçoados” . No verso treze dêste mesmo nossos mortos, ser aperfeiçoados” . (D . & C. 1 2 8 :1 5 ).
capítulo recebemos um vislumbre da explicação. “ T o ­ C om o afirm ou o presidente Joseph Fielding Smith:
dos êstes morreram na fé, sem terem recebido as p ro­ “ Qual fo i a promessa feita aos pais que deveria cum ­
messas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçan­ prir-se nos últimos dias pelo voltar-se dos corações dos
do-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos filhos aos seus pais? Era a promessa que o Senhor
na terra” . (Hebreus 1 1 :1 3 ). fêz através de Enoque, Isaías e os profetas, às nações
Na revelação dada ao Profeta Joseph Smith, en­ da terra, de que haveria de chegar o tempo em que os
contramos as seguintes palavras concernentes às m ortos seriam redim idos” . (D octrines o f Salvation Vol.
promessas feitas a nossos ancestrais: “ Deus vos dará 2, pág. 1 5 4 ).
conhecimento que não fo i revelado desde a fundação Esta grande doutrina, proposta por nosso Pai Ce­
do mundo até agora; o qual os nossos antepassados, lestial, testemunhada pelos profetas de Israel, declarada
com expectação ansiosa, esperaram fôsse revelada nos em sim plicidade pelo Salvador do mundo, praticada por
últimos dias, o qual fo i às suas mentes indicado pelos homens santos na dispensação do meridiano dos tem­
anjos com o estando em reserva, à espera da plenitude pos e reafirmada por revelação em nossos dias e o
da sua g lória ” ; (D . & C. 1 2 1 :2 6 -2 7 ). poder de Deus para a salVação. Jesus ensinou que
Os santos dos últimos dias têm uma compreensão tôda a alma vivente que tivesse habitado sôbre a terra
integral do significado da afirmativa de Paulo na epís­ (C on clu i na pág. 28)

Agôsto de 1967 25
“ E, novamente, na verdade vos digo que aquêle auto-realizada? De que vale o perdão se não nos ar­
que é governado pela lei, é também preservado pela lei, rependemos e não podem os obtê-lo? Qual o valor da
e por ela aperfeiçoado e santificado. luz de Cristo se lhe voltarm os as costas e preferirm os
“ E a todo o reino é dada uma lei; e a tôda a lei viver em escuridão? Que importa a ressurreição, se
pertencem certos limites e condições. sofremos uma morte espiritual?
“ T odos os sêres que não se conform am a essas Verdadeiramente, “ Há uma lei irrevogàvelmente
condições não são justificados. decretada nos céus antes da fundação dêste mundo,
“ Pois a inteligência se apega à inteligência; a sa­ sôbre a qual as bênçãos são fundadas.
bedoria recebe a sabedoria; a verdade abraça a verda­
“ E quando de Deus obtemos uma bênção é pela
de; a virtude ama a virtude; a luz se apega à l u z . . . ”
(D . & C 88:34, 3 8 -1 0 ). obediência àquela lei sôbre a qual a bênção se funda” .
(D . & C. 1 3 0 :2 0 -2 1 ).
Se a obediência à lei é fundamental na vida e na
religião, qual é o papel da fé e da graça? A ênfase Os santos dos últimos dias não gozam d e privilé­
no conhecimento e na lei aqui ressaltada não precisa gios especiais no mundo da natureza ou no universo. 0
minimizar sua importância. A fé é em si uma lei da Pai “ faz que o seu sol se levante sôbre bons e maus
vida, congênita no ser humano e fundamental a todo e a chuva desça sôbre justos e injustos” . (M f. 5 :4 5 ).
o plano do evangelho. É o poder para agir sem c o ­
Analisamos brevemente alguns dos problemas com
nhecer o resultado da ação. Sem a fé não existe
que nos defrontamos na mortalidade. Em cada caso
criação real nos dom ínios do espírito. Mas a fé não é
fo i citada a lei de causa e efeito. O que guarda a lei
substituto para o conhecimento. Ela deve conduzir-nos
divina da saúde será beneficiado, mesmo que jamais
a êle, pois a obediência ao conhecimento é o instru­
tenha ouvido falar na Palavra de Sabedoria. 0 m oto­
mento principal na conquista de nossos objetivos, mes­
rista que dirige dentro da lei pode nunca ter problemas,
mo dentro da religião. De que serve, por exemplo, a
mesmo que jam ais tenha ido a uma conferência sôbre
fé em Cristo, se não conduzir ao arrependimento, a
segurança ao volante. Durante séculos os homens re­
um convênio de guardar seus mandamentos e cumprir
ceberam os benefícios da obediência à lei da gravidade,
suas leis?
antes que ela fôsse sequer mencionada ou definida.
Da mesma form a, há muita graça no evangelho Assim sendo, os homens talvez estejam usufruindo de
de Jesus Cristo. O próprio Salvador, sob a orientação outras leis que não são ainda plenamen‘e com preendi­
do Pai, deu-nos a vida na terra, a ressurreição, seu das. Naturalmente existe alguma ajuda especial que
espírito, seu evangelho, a promessa de perdão e os ainda agora nos vem do P a i; por exemplo, a cura dos
dons d o Espírito Santo e do sacedócio. Contudo, com o enfermos através da administração e as bênçãos espe­
diz Doutrina e Convênios, “ Se um dom é conferido ciais que advêm do pagamento do dízimo. Cada bên­
a um homem, de que proveito é se êle não o aceita? çã o , mesmo sem ser inteiramente compreendida, deve
Eis que êle não se regozija pelo que lhe foi dado, seguramente ter suas próprias causas e efeitos. “E
nem se exulta naquele que lhe deu a dádiva” . (D . & quando de Deus obtemos uma bênção é pela obediência
C. 8 8 :3 3 ). àquela lei sôbre a qual a bênção se funda” . As bên­
De que serve a vida terrena se a vivemos em de­ çãos estão aí e há uma lei a que devemos obedecer para
sarmonia com as leis que lhe dão significado e tornam receber cada uma delas.

Ê le s Sem N ó s . . . (C on clu são da pág. 2 5 ) agentes, segundo a ordenança que Deus preparou para
ressurgiria d o túmulo. Disse Êle: “ Em verdade, em sua salvação desde antes da fundação do mundo, e de
verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que acôrdo com os registros que tiveram conservado con ­
os m ortos-ou virão a voz d o Filho de Deus, e os que cernentes aos seus m ortos” . (D . & C. 1 2 8 :8 ).
ouvirem v iv e r ã o ... N ão vos maravilheis disto, porque N ã o poderia haver conclusão mais adequada para
vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros esta liçã o que exortar os santos de tôdas as partes a
ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão ouvir a palavra do Senhor, realizando esta obra vital.
para a ressurreição da vid a; e os que fizeram o mal N ão apenas p or nossa própria salvação e exaltação,
para a ressurreição da con denação” . (João 5 :2 5 , 2 8 -2 9 ). mas pela salvação de todos aquêles que já atravessaram
H oje, no m undo, está-se difundindo a verdade de o véu, pois sua salvação é tão importante quanto a
que tôda a humanidade terá a oportunidade de ser nossa, já que não podem os ser salvos sem nossos m or­
salva, recebendo tôda a alma o privilégio de ouvir a tos. Nas palavras do Profeta Joseph Smith, “ Irmãos,
verdade e obedecer suas leis eternas, tanto em seu p ró­ não prosseguiremos em tão grande causa? Ide avante
prio benefício, enquanto nesta vida, com o pelos que e não para trás. Coragem, irm ãos; e avante, avante
morreram sem a oportunidade de conhecer a verdade, para a vitória! Regozijem-se os nossos corações e sêde
sendo êsse trabalho realizado em intenção dêles pelos muito alegres. Prorrom pa a terra em canto. Que os
seus descendentes. Citando novamente as palavras do m ortos se expressem em hinos de eterno louvor ao Rei
Profeta Joseph Smith” , . . . pois pelos livros serão Emanuel, o qual, desde antes da fundação do mundo,
julgados os vossos mortos segundo as suas próprias ordenou aquilo que nos permitiria redim í-los de sua
obras, quer tenham êles mesmos cuidado das ordenan­ prisão; pois os encarcerados terão a liberdade” . (D.
ças própria persona, quer por m eio de seus próprios & C. 1 2 8 :2 2 ).

£8 A LIAH O N A
respeitamos as leis orgânicas. Se queremos gozar saúde oferta modesta em com paração com a abundância que
mental, aprendemos que é melhor dar do que receber. o Criador concedeu a mim e aos meus. Cada princípio
Algumas pessoas parecem viver na perigosa pre­ e prática do evangelho traz seus próprios bons frutos.
sunção de que se pertencemos à Igreja de Cristo, cremos Muitas pessoas, vivendo nesta era científica, con-
em seu evangelho e fazemos orações, tudo nos sairá sideram a religião com o algcTémõciõnal, etérèo e des­
bem. Nós nos surpreendemos quando o infortúnio nos ligado da realidade. Estou profundamente grato pela
atinge, a despeito de vivermos por aquela fé. O que ênfase dada no morm onism o à exigência de leis e ra-
estará errado? Esquecemo-nos de que vivemos num cionalismo na vida e na religião. É verdade que boa
universo regido pela lei e que leis específicas orientam parte da religião repousa na fé e no sentimento, assim
situações particulares. E, conquanto haja muita so­ com o a própria vida depende e consiste dessas coisas,
breposição e entrelaçamento entre as leis, não basta que estão além da razão. Contudo, nós cremos que o
simplesmente viver “ uma boa vida de um m odo geral. evangelho contém leis de vida, leis de progresso pes­
Devemos aprender a vivê-la bem de maneiras específicas soal, de relações humanas, de vida m oral e espiritual,
também. Ilustremos: leis que são tão válidas em seus cam po com o as da
Certo dia meu banqueiro telefonou no m eio do natureza no mundo dos fenômenos naturais.
mês, dizendo: “ O senhor sacou 156,35 dólares além do A característica racional, regulamentada, da reli­
que possuía. N ão fique alarm ado; eu só achei que o gião recebeu destaque especial na Lei e nos profetas
senhor precisava saber” . Eu me desculpei e fiquei do Velho Testamento. Na lei de Moisés, o povo foi
realmente surpreendido. Qual seria a exp licação? ensinado a abandonar os meios irracionais com o forma
Aguardei até o dia prim eiro do mês seguinte e desco­ de resolver problemas.
bri que, com o de costume, não havia êrro nos registros “ Entre ti se não achará que faça passar pelo fogo
do banco. Durante o mês eu havia orado e pagado meu o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prog-
dízimo, mas ainda assim estava deficitário. P or quê? nosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;
Eu havia perdido um talão de cheques e fizera retiradas
“ Nem encantador de encantamentos, nem quem
um tanto altas sem registrá-las. Minha espôsa, mulher
consulte um espírito adivinhante, em m ágico, nem quem
de grande fé e dedicação cristã, gastara dinheiro con ­
consulte os m ortos:
tando com minha parte do orçamento, sem se dar ao
trabalho de me avisar. Estávamos nessa situação por “ P ois todo aquêle que faz tal coisa é abominação
havermos desobedecido duas regras de contabilidade: ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus
(1 ) registrar e (2 ) desembolsar menos que o dispo­ os lança diante de t i . . . ” (Deut. 1 8 :1 0 -1 2 ).
nível. “ Falou mais M oisés, juntamente com os sacerdotes
Essa experiência abriu-me os olhos. “ Há uma levitas, a todo o Israel, dizendo: Escuta e ouve, ó Is­
lei bancária” . Não importa quais outras coisas estejam rael! Neste dia vieste a ser por p ovo ao Senhor teu
ocorrendo na vida; a negligência neste setor traz con ­ Deus.
seqüências embaraçosas. “ Portanto, obedecerás à voz do Senhor teu Deus
Freqüentemente, alguns ex-missionários que me e farás os seus mandamentos e os estatutos que hoje
procuram pedindo conselho estão fracassando nos estu­ te orden o” . (Deut. 2 7 :9 -1 0 ).
dos. P or quê? Êles são bons rapazes que serviram A antiga Israel era vagarosa em aprender a obe­
o Senhor com alegria, mas não aprederam as leis do diência à lei. Os grandes profetas que escreveram, rei­
estudo. Alguns, perturbados por problem as financeiros, teraram a lei antiga de Moisés e tornaram a obediência
românticos ou pessoais, são estudantes medíocres. Ou­ a princípios éticos, entre os homens, uma parte ainda
tros, que aprenderam a aplicar-se, progridem e demons­ mais significativa da vida religiosa:
tram extraordinário desenvolvimento e maturidade. De­ “ Que te farei, ó E fraim ? Que te farei, ó Judá?
dicação no campo missionário não livra nenhum aluno Porque a vossa beneficiência é com o a nuvem da ma­
das conseqüências da falta de aplicação. nhã e com o o orvalho da madrugada que cedo passa” .
0 fazendeiro tem duas escolhas: ou aprende a res­ (Os. 6 :4 ) .
peitar as leis da natureza ou abandona o negócio. Êle “ O meu povo fo i destruído, porque lhe faltou o
não faz suas orações, cumpre os deveres na igreja e conhecim ento: porque tu rejeitaste o conhecimento,
depois deixa o campo para ser arado, plantado, regado também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote
e irrigado e ceifado e sua colheita para ser vendida diante de m im ; visto que te esqueceste da lei do teu
pela mão invisível do Senhor. Muito pelo contrário: Deus, também eu me esquecerei de teus filh os” .
êle faz suas orações matutinas e sai para o trabalho. (Os. 4 :6 ) .
Se deixar de lado um só processo de cultivo, com o por
É bem próprio que juntamente com o evangelho
exemplo plantar as sementes, não há colheita. restaurado tenhamos recebido nova ênfase no significa­
Eu possuo uma vaca Jersey; não adianta ir à do das leis na religião. Isto mantém as melhores tra­
igreja pagar dízimo para que ela produza mais leite. dições do V elho Testamento e é também consistente, em
Se quiser mais leite, terei de obedecer as leis sôbre as princípio, com a sabedoria dos gregos e a moderna
quais se baseia sua produção. Tenho que ir a um en­ ciência. O profeta Joseph Smith descobriu que não
tendido e aprender que alimentos devem ser dados à bastava nem mesmo falar com Deus e com os anjos.
vaca; preciso ordenhá-la regularmente, alojá-la em Êle e seus associados deveriam também organizar-se e
bom estábulo e assim por diante. estudar o mundo que o Criador havia feito, um mundo
Eu vou à Igreja para adorar o Senhor e participar de lei e ordem. Êste fato fo i muito bem descrito em
de irmandade espiritual com os membros. Pago o d í­ 1832, no que se registra h oje em Doutrina e Convênios,
zimo com o uma dádiva ao Senhor e sua obra — uma Seção 88. Note-se os seguintes versos:

Agôsto de 1967 87
Podem, os milagres serem explicados por leis naturais?

O Processo dos Milagres


Janet R. Balmforth

Rubinho, um m oço de quinze anos, fechou a B í­ “ Isso é im possível” , afirmou outro aluno. “A
blia com estrondo. “ N ão acredito nessas balelas de seqüência das leis naturais leva muito tempo e êsses
m ilagres” , disse êle. milagres bíblicos ocorriam num instante” .
“ Nem eu ” , replicou seu amigo, Estevão. Outros na classe concordaram imediatamente.
“ Se a gente pudesse assistir um m ilagre” , acres­ “ Quando o Senhor quer realizar um milagre, êle o
centou Sandra, “ seria mais fácil de cre r” . faz em um instante” .
O professor disse então: “ T od os os milagres p o ­ “ Êle não precisaria de nenhuma lei natural” .
dem ser explicados por leis naturais” . “ Mas o Senhor empre opera, por leis naturais” .
“ N ão acredito. Então não seria m ilagre!”
“ Por que n ã o ? ”
Assim comentava um grupo de adolescenes a res­
peito dos milagres do evangelho. O irm ão Almir,
professor do grupo, ouviu com interêsse suas obser­
vações durante alguns momentos e depois interrompeu.
“ Esperem um pou co aí. Quem disse que as leis naturais
exigem muito te m p o ? ”
“ C laro” , disse Rubinho, “ todo o mundo sabe dis­
so. V eja quanto tempo leva uma semente para
germinar — ”
“ É, e o ôvo para chocar — ”
“ E uma perna quebrada para con sertar!”
“ Talvez, se compreendêssemos os princípios que
regem êsse crescimento ou cura, pudéssemos apressar o
processo” , declarou o irm ão Alm ir.
“ Mas c o m o ? ” perguntou Estevão. “ Seria legal
se a gente conseguisse” .
O irm ão A lm ir saiu de sua mesa e parou diante
da classe.
“ Usemos um exem plo” , disse êle. “ Suponham
vocês que pudessem trazer a esta sala o homem mais
prim itivo que se encontrasse no mundo — digamos um
aborígene dos desertos australianos. V ocês concordam
que tudo o que êsse homem primitivo visse aqui pare­
ceria m iraculoso e ilu s ó r io ? ”
“ S im ” .
“ Tom em os agora algo que aceitamos com o comum
e procurem os explicar-lhe” . O irm ão Almir circunvagou
os olhos pela sala. “ P or exem plo aquela lâmpada lá
em cima e êste com utador aqu i” . Êle fo i até à parede
ligando e desligando a luz. Acendeu e tornou a apagar.
“ V ocês consideram isto um m ila g re ?”
“ N ão” .
“ E nosso homem prim itivo, con sideraria?”
“ S im ” .

Agôsto d» 1967 31
mos cantar sete estrofes numa con gregação? R eco­ cantadas apenas três das estrofes: a primeira, uma à
mendamos que se proceda quanto a êste hino com o se escolha dentre as do m eio e a estrofe final com o en­
faria com um outro qualquer que tivesse dez, doze ou cerramento. Deste m odo, o hino pode ser cantado de
vinte estrofes (pois existem ). Quando a pessoa que cinco maneiras diferentes, dependendo da estrofe do
preside anuncia êste hino, ela deve esclarecer que serão meio que fôr anunciada.

Montgomery
pacificam ente J* = 9G
n

1. Um p o b r e e a- fli- to v i- a- jo r Por m eus ca- mi- flhos


2. A m i- n h a m e- sa tão fru - gal E s- ta- va- pos- ta
3 . J u n - to a rc- ga- to a m u r- m u - ra r Se- den- to o ví che-

4.
Em noite horrível a cliamar
Mesclada à voz do furacão
Sua voz ouvindo o fui buscar
Para o meu lar e proteção
W
Abrigo e roupas eu lhe dei
Meu próprio leito lhe ofertei U I íí i í#
No clião deitei.me a repousar ao cru - zar Au- xí- lio su- p li- co u - m e , e a- m o r ,E
E foi tão dôce o meu sonhar q u a n - d o en- trou Tão fra - CO es- ta- va q u e , a- fi- na l, Tu-

gar um dia M as já sem fô r- ças tro- pe- çar Ao


5.
Junto ao caminlio o encontrei
Ferido e prestes a morrer
Seu corpo e alma confortei
Curei-lhe as dôres e o sofrer
Oculta dor que me afligia
Naquele instante eu não sentia t f 1
E nunca mais essa aflição
Tornou ferir meu coração
f r
* * m
O * # m
-m -
U
ft. nun- ca pu- de lh e ne- gar S eu no- me
Numa prisão o vi chorar nun- ca
Sob o rigor da humana lei do lh e d e i. É !le to- m ou M a s d eu - me par- te a
As torpes línguas fiz calar pe da fo n - te que co r- ria Em seu au- xí- lio
E sob escárnio honra lhe dei
Pediu-me então morrer por sí ?• ? r r . :
A carne fraquejou, tremi
Mas forte o espírito venceu &
E respondí-lhe: “ Aqui estou eu” T=F
£

r r r —^ t
O estranho então se transformou
Naquele instante e mesmo alí
As mãos e o lado me mostrou
Meu Salvador reconheci
r. i
p e r- g u n - le i Q ual se u des- ti- no ou su a grei M as seu o-
Meu pobre nome ouvi chamar:
m im tam - b é m Q u a l pão do céu , m an - ja r d o a- lé m A li- v i­
" T u que soubeste assim me amar,
m e a- pres- sei M e u p ró- p rio co - po lh e o- fe r- tei A- p ós be-
Dando aos humildes teu amor
Vem para o gozo do Senhor” .
J—T ^ J J
f

J
lh a r, co n - so- la- çã o Me trou - x e a o tris- te co- ra- çâ o
ou - m e tô- da a dor Q u al d o m a- ná fo i seu sa- b or
b er, tam - b é m be- bí E sé- de nun- ca m ais so- í r í .
N O T A : Quaisquer que sejam as
* # • •
três estrofes escolhidas,
entre estas deve constar
obrigatoriamente a última.

30 A LIAH ONA
O martírio do Profeta Joseph Smith na prisão de Cathage, em 27 de junho de 1844.

momentos após ouvir êsse hino, o Profeta selaria com seu sangue o testemunho

Um Pobre e Aflito Viajor


Versão Brasileira de H élio da Rocha Camargo

Apresentação de F. M áximo

0 hino que ora apresentamos em versão brasileira o ânimo dos companheiros. Foi uma ocasião seme­
supre uma lacuna em nossos hinários; pois trata-se do lhante àquela quando Jesus cantou um hino com os
famoso hino que confortou o Profeta Joseph Smith na seus discípulos, tendo saido para o Monte das Oliveiras,
mais trágica das cenas da história m órm on, o seu as­ na noite em que foi traido. 0 hino que Jesus Cantou
sassinato juntamente com seu irm ão Hyrum, na prisão com seus discípulos perdeu-se, mas o hino cantado por
de Carthage, a 27 de junho de 1844. John T a y lo r: “ Um P obre e A flito V ia jo r ” , que já
A crise por que passava a Igreja tornou-se mais agu­ era apreciado em Nauvoo, h oje é um dos hinos mais
da em meados dêsse ano, de m odo que meio à acirrada queridos dos membros.
perseguição que se levantava, falsas acusações nova­ A o terminar a canção, já passava das quatro horas
mente conduziram o Profeta à prisão. Na última ano­ da tarde. Ouviu-se um alarido na parte de fora da
tação em seu diário, o Profeta escreveu: “ Eu disse a prisão. Os trágicos incidentes que culminaram então
Stephen Markham que se Hyrum e eu novamente fôs­ com a morte do Profeta e do seu irmão são demasia­
semos prêsos e dessa vez não fôssemos massacrados, damente tristes para serem relembrados agora, quando
eu não seria um profeta de Deus” . E tanto sabia do apenas queremos reviver a memória do grande profeta
fado que o aguardava nas injustas m ãos do adversário enquanto vivia.
que mais adiante acrescentou: “ Vou com o um cordeiro Os comentários seguintes sôbre o hino que esta­
para o m atadouro; mas estou calm o com o uma m a­ mos apresentando devem-se a Alexander Schreiner, or­
nhã de v erão; tenho a consciência livre de ofensa ganista titular do Tabernáculo.
contra Deus e contra os homens. Morrerei inocente e As estrofes dêste hino são dSas vêzes mais longas
será dito de m im : foi assassinado a sangue fr io ” . que os hinos comuns, havendo sete estrofes, a última
Uma vez encerrados na prisão de Carthage, Jo­ das quais resolve o mistério de quem seria êste “ pobre
seph Smith, Hyrum Smith, W illard Richards e John e aflito v ia jo r ” .
T aylor passaram a manhã escrevendo cartas. P ouco A form a dêste hino, (canção ou balada) é a de
depois da uma e meia da tarde, os prisioneiros sen­ um conto, costumeiramente destinada a ser cantada por
tiam-se deprimidos, de m odo que o Profeta pediu a um solista ou menestrel. Esta qualidade o tornou
John T aylor que cantasse uma canção, para levantar ideal para ser cantado p or John Taylor. Mas, podere-

Agôsto de 1967 29
“ P or que fui sair a procura de focas logo h o je !”
Resmungou Kinska enquanto a neve se precipitava das
nuvens baixas e, em redemoinho, girava ao seu redor.
Mal enxergava. O vento forte e gelado do Alaska, so­
prando, quase o carregou. Êle abotoou melhor o casaco
; í í
í ílf 3; a agitou os braços para manter-se aquecido.
A grande crosta gelada que o apoiava estremeceu.
i ih Se se desprendesse da margem — e isso logo aconteceria
-— êle estaria em maus lençóis.
Era mais seguro ficar na aldeia, pensou Kinska,
mas já não conseguia mais suportar as zombarias dos
outros meninos.
Lá na aldeia era cham ado de covarde. Um mês
atrás êle e seu pai haviam ido caçar caribu juntamente
com outros homens e garótos. Kinska por acaso per­
deu-se do grupo. Depois de perambular por algum
tempo, sem conseguir encontrar os outros caçadores,
retornou à vila.
“ Covarde! C o va rd e !” riram os meninos. “ Kinska
nunca será caçador. Êle tem mêdo do frio e da neve” .
Kinska procurou explicar. Os meninos simples­
mente deram-lhe as costas quando disse que havia-se
perdido. E não voltaram mais ao seu ig lú ” . Mesmo o
pai de Kinska duvidara um pouco da história. Foi
então que êle decidiu ir caçar sozinho para provar
que não era covarde.
Precisava encontrar um buraco no gêlo, feito por
uma foca para respirar. Então, quando ela saísse para
obter ar êle enterraria a lança em seu corpo. As farpas
do arpão se cravariam com firmeza e Kinska puxaria
a caça pelo gêlo e a arrastaria até em casa.

O Herói da Aldeia
0. J. Robertson

ilustrado p or Ronald Crosby

Agôsto die 1967


Quando conhecermos
os princípios naturais pelos quais o Senhor opera,
veremos que os milagres que operou
não são mais sobrenaturais
que a tecnologia do século X X

“ P ode ser” , disse o irm ão Alm ir, “ mas só por homem prim itivo não tinha nada em sua experiência
não compreender. V ocês conhecem os princípios em para explicar luzes e comutadores.
que a coisa se baseia. Portanto, com apenas um toque “ Bravos, R ubinh o” , disse o irm ão Alm ir. “ E,
a lâmpada se acende ou se apaga. A gora, Rubinho, então, algum dia o que acon tecerá?”
com o você explicaria ao nosso homem o milagre dêste “ Bom, será algum dia bem distante, mas quando
comutador e daquela lu z ? ” finalmente dom inarm os os princípios pelos quais o Se­
Rubinho passou pensativo a m ão pelos cabelos ne­ nhor opera, veremos de que form a êles podem ser tão
gros “ Eu diria que êste interruptor está ligado a um instantâneos com o o apertar daquele com utador” .
circuito* que contém alguns fios e -— ”
“ Espere aí Rubinho, interrompeu o irm ão Alm ir.
“ Lembre-se de que nosso homem não tem a menor
idéia a respeito de fios condutores, interruptores e cir­
cuitos. Êle nunca os viu nem sabe com o operam. V ocê
deve com eçar bem pelo prin cíp io” .
“ Será que o homem prim itivo conheceria postes
te le fô n ico s?” pergunto Cristina.
“ Ou então barragens, u sin as?” perguntou outra
garôta.
“ Êle n ão conheceria nada d isso” , retorquiu A l­
ceu. Teria que com eçar bem atrás, pelo com êço.
“ Irm ão A lm ir” , disse Rubinho, “ acho que sei onde
o senhor quer chegar, mas é difícil de explicar. Nós
aceitamos o fato de que é possível produzir luz ou es­
curidão instantâneamente, com o apertar de um inter­
ruptor e no entanto as n oções que tornaram isto possível
custaram muitos anos de aprendizado. Mas para nosso
homem primitivo isto é um milagrei, porque êle não
compreende o que está por trás de tu d o” .
“ E tam bém” , disse o professor, “ não se esqueça
— nós crescem os conhecendo eletricidade e luz e nem
pensamos neta a menos que não funcione” .
“ Muito bem. Isto significa que um milagre perde
seu aspecto fantástico ao se tornar com u m ” .
“ C laro” , disse Alceu. “ Mesmo nosso aborígene
depois de algum tempo aceitaria aquela luz ali com o
coisa comum e então — zás — lá se fo i o m ilagre” .
Sandra levantou a m ão. “ Irm ão Almir, o senhor
quer dizer que nós Somos exatamente com o o homem
prim itivo em nossa com preensão do ev a n g elh o?”
O irm ão A lm ir con cordou com a cabeça. “ Sim,
mas há muito mais que isso” .
Pensativo Rubinho contemplou a luz. “ N ão te­
m os nada em nossa experiência para poder compreender
os milagres de Jesus Cristo, da mesma form a que o

32 A LIAH ONA
Encontrou um m ontículo de neve. Tinha certeza Então, um terrível choque sacudiu-o. Seria a crosta
que era um dos muitos respiradouros de foca. Esfre­ de gêlo quebrando-se em pedaços menores? N ã o! Ela
gou o pé sob a neve até o buraco aparecer. ainda estava inteira — e parada. Kinska com eçou a
De seu casaco com capuz êle retirou um “ indica­ correr. Sabia o que acontecera. A casca de gêlo havia
d or” de foca — uma pequena lasca de m arfim com esbarrado em uma outra maior, que ainda estava ligada
um círculo achatado numa das extremidades. à praia. Kinska estava salvo!
Cuidadosamente co lo co u -o n’água e deixou-o boiar. Atingiu a praia exausto. Descançou apenas alguns
Quando uma foca subisse para respirar o “ indicador” minutos e então correu na direção de casa. Estava
se moveria. Então Kinska arremessaria sua longa lan­ um pouco envergonhado de voltar. Esgueirar-se-ia
ça e mataria o animal. p elo iglú sem ser notado; ninguém ficaria sabendo da
Talvez se passassem apenas alguns minutos, talvez foca e de seu arpão perdido.
horas, até que uma foca resolvesse aparecer. Kinska De repente, formas escuras desenharam-se à sua
acocorou-se, decidido a esperar. frente. Teriam notado sua ausência na aldeia e saído
N ão precisou aguardar muito. 0 “ in dicador” de à sua procu ra? Mas não foram pessoas que viu e sim
marfim movimentou-se levemente, depois projetou-se um pequeno rebanho de caribus.
para cima, enquanto um nariz peludo e escuro fungou Kinska parou. Não podia deixar os caribus pas­
no ar. Kinska levantou o arpão. Nessa hora, uma sarem! Êle os tocaria na direção da vila para que
rajada de vento mais forte roubou-lhe o equilíbrio. todos pudessem comer carne fresca. Agitou os braços
Caiu para a frente. Seu arpão se projetou no buraco e os animais pararam. Êle então se pôs a tocá-los, gri­
e afundou nas águas geladas. tando. O líder do rebanho virou-se e com eçou a correr
Não apanhara a fo ca ! E havia perdido o arpão. na direção da aldeia e os restantes o seguiram.
Como ririam Os outros meninos quando soubessem O rebanho já estava a uns 2 km da aldeia quando
disso! os caribus viraram para um lado onde havia uns ar­
Preocupado, Kinska levantou-se e com eçou a v o l­ bustos meio desbastados. Enquanto corria para a vila,
tar. O vento estava agora mais forte. A crosta de esperava, contra tôdas as possibilidades, que os ani­
gêlo estremeceu. Um som de rachadura se seguiu e o mais ficassem onde estavam até que pudesse espalhar
mêdo tom ou conta dêle. Parte do gêlo estava-se des­ a boa nova.
prendendo. E ficaram ! Estavam ainda pastando quando os
Correu desesperadamente procurando atingir a homens chegaram com suas armas.
terra. Mas já era tarde! A casca de gêlo com eçou a Naquela noite fumegou uma panela de carne fres­
afastar-se da margem, deslizando vagarosamente para ca em cada iglú da aldeia. Os meninos reuniram-se
o mar coalhado de blocos de gêlo. Mesmo sabendo ao redor da casa de Kinska, pois queriam ouvir sua
que ninguém o ouviria, Kinska gritou e gritou. história mais e mais vêzes. Contou tudo o que havia
Não havia nada a fazer, senão flutuar com o gêlo. acontecido que perdera o arpão, que ficara com
Mais tarde a neve parou de cair, mas não o vento muito mêdo quando a crosta de gêlo se desprendeu e
de soprar. O céu se clareou e Kinska pôde ver bem relatou com o encontrou o rebanho de caribus e pasto-
afastada a praia. A o longe percebia sua pequena vila, reou-o até ali.
os iglús brancos mal recortados contra o horizonte. “ Talvez você estivesse com m êd o” , disse alguém,
Vagarosamente a crosta gelada foi delizando. Uma “ mas fo i muito valente ao enfrentar tudo sozinho. Ne­
-— duas — três horas. Já devia estar 8 ou 10 km de nhum outro menino da aldeia fêz o que você fêz. É
sua aldeia. Exausto, Kinska estirou-se na neve. Fechou uma pena termos rido de você no dia em que se perdeu.
os olhos e adormeceu. Queremos ser amigos agora” .

Males dos Nossos Dias. . . (Conclusão da pág. 6) Ser “ honesto, sincero, casto, benevolente, virtuoso
e fazer o bem a todos os homens” são atributos que
tivos puros e ideais nobres, conhecendo plenamente que contribuem para a espiritualidade — a maior conquista
a êles se seguiriam com o coseqüência as palavras e atos da alma. É o divino no homem, o dom supremo que
retos. Êle ensinou, e a moderna fisiologia e psicologia torna-o rei de tôda a criação, a qualidade final que
o confirmam, que o ód io, o ciúme e outras paixões fá-lo elevar-se acima do reino animal.
mesquinhas destroem o vigor físico do homem e a sua V eio de Deus a admoestação e promessa dadas ao
eficiência. Profeta Joseph Smith:
“ . . . que a virtude adorne os teus pensamentos in­
Nenhum ser humano pode desobedecer a palavra cessantemente; (m aravilhosa declaração) — “ então
de Deus sem sofrer por isso, Aquilo que um homem tua confiança se tornará forte na presença de Deus; e
pensar continuadamente determinará suas ações nas com o o orvalho dos céus, a doutrina do sacerdócio se
épocas de tensão e crise. A reação de alguém a seus destilará sôbre a tua alma.
apetites e impulsos dá a medida de seu caráter. Nessas
“ O Espírito Santo será teu companheiro constante
reações são revelados seu poder de dom inar cu seu
e, o teu cetro, um imutável cetro de retidão e verdade;
servilismo forçado a ceder.
e, o teu dom ínio, um dom ínio eterno, e sem medidas
Irmãos e irmãs, a espiritualidade é a consciência compulsórias fluirá a ti para todo o sempre” . (D . & C.
da vitória sôbre si mesmo e da com unhão com o In fi­ 121: 4 5 -4 6 ).
nito. Ela impele o homem a vencer as dificuldades e Deus nos auxilie a guardar aquela adomestação e
adquirir mais e mais fortaleza. Sentir as próprias fa­ a seguir os ideais da Igreja, estabelecidos por revelação
culdades desdobrando-se e a verdade se expandindo na direta nestes dias, eu oro em nome de Jesus Cristo,
alma é uma das mais sublimes experiências. Amém.

34 A LIAHONA
A
ÚLTIMA
PALAVRA

Estava correndo tanto que ao dobrar


uma esquina, pôde ver a chapa tra-
zeira do carro.

Era um relógio tão velho, mas


tão velho, que a sombra do pên­
dulo havia cavado um buraco no
chão.

V ocê nunca saberá quanto pode


Melhor é entender um pouco que
fazer enquanto não tentar fazê-lo.
malentender muito.
Franklin P. Adams
Anatole France

Ninguém desconfia o quanto já


está velho senão quando descobre
que um sopro apenas não mais
apaga as velinhas.

Contràriamente à opinião corrente,


O pior uso que se pode fazer do o amor não é cego — sempre pode
sucesso é apregoà-lo. ver a diferença entre uma charanga
e um conversível último tipo.
Arthur Helps

Empregador: “Que negócio é


êsse de pedir um salário tão alto
se você não tem nenhuma ex­
periência?”
Candidato: “É que é muito mais
duro trabalhar sem saber nada
do assunto’’.
O que mais importa no mundo não Errar é humano, mas se a bor­
é onde se está, mas para onde se racha se gastar antes do lápis,
está indo. você já está exagerando.
Especialista: Uma pessoa que sabe
muito sôbre muito pouco e conti­
nua a aprender mais e mais sôbre
menos e menos até que eventual­
mente fica sabendo quase tudo
acêrca de quase nada.

Mais aprecio quem me pergunta


por que não me foi erigida uma
estátua do que quem me per­ A experiência é uma coisa mara­
gunta por que foi. vilhosa. Capacita-nos a reconhecer
fàcilmente um êrro quando o c o ­
Disraeli metemos outra vez.
Livros que serão companheiros, livros
importantes que aprojundam o seu
conhecimento do evangelho... êsse é
o tipo de livros que você encontrará
no Centro Editorial Brasileiro

QUEM SÃO OS
MÓRMONS?
Um estudo resum ido da
Igreja, apresentando de
maneira agradável e
franca resposta às per­
guntas iniciais sôbre o
m orm onism o. tais como.
"quem são êles. em que
acreditam , qual é o seu
program a.” Am plam ente
ilustrado com fotografias
históricas.

I
O LIVRO DE MÓRMON
Em prim orosa apresen­
tação em percaline com
gravações douradas e so-
brecapa plastificada, em
quatro côres, êste im por­
tante testem unho histó­
rico da vinda de Jesus
Cristo ao continente
am ericano constitui uma
ótima sugestão para um
presente inspirador.
A IGREJA RESTAURADA
Em m agnifica apresentação a quatro côres,
encadernado em percaline, profusam ente ilus­
trado com fotog ra fia s e mapas históricos, êste REGRAS DE FÉ
volum e propicia um estudo essencial da his­ Apresenta um estudo <1as
tória do desenvolvim ento e da doutrina dos principais doutrinas da
santos dos últim os dias. Tem sido de largo Igreja, de form a ap erfei­
uso nos sem inários e escolas da Igreja, estando çoada e em parte rees-
agora em sua décim a edição em inglês e pri­ crita. Contém conh eci­
meira em português O ferece ainda extensa m entos indispensáveis
bibliografia e com pleto indice de referências. tanto ao m em bro da
Igreja quanto ao obser­
vador de fora ; esta obra
foi traduzida para as
principais linguas do
mundo.

CENTRO EDITORIAL
BRASILEIRO
Rua A fonso Braz, 464 -
fon e 61-2344 - São Paulo

Você também pode gostar