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AVALIAÇÃO N 1

CURSO: DIREITO Data: 22/04/2020

Página 1 de 3 Disciplina: Estágio - PRÁTICA JURÍDICA I Período: 7º

Visto do Professor Código da Disciplina: JUR7030 Turma: GO1301


Visto Gestor Matricial:
Avaliação Formal (0-10, peso 8):
NOTA FINAL:
Avaliação Processual (0-10, peso 2):
PROFESSOR(A): DIÓGENES FARIA DE CARVALHO
ALUNO (A): VERIDIANA EVANGELISTA FIGUEIREDO SANTOS MAT: 20162073311
LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO
ORIENTAÇÕES GERAIS
1. A Nota Final desta avaliação será registrada na primeira página da prova, sem ela este documente perde o seu valor;
2. Tempo de duração 2h;
3. Durante a realização da avaliação, o professor não poderá avaliar para o aluno se a sua resposta está certa ou errada,
nem se está completa ou incompleta;
4. Questões sem desenvolvimento serão consideradas erradas;
5. Esta prova é individual e sem consulta;
6. A capacidade de interpretação das questões faz parte da avaliação;

ORIENTAÇÃO PARA APLICAÇÃO DA PROVA ONLINE

7. As respostas da prova deverão ser à caneta, caso o alune opte por responder a prova em folha separada e digitalize-a
para o envio. A qualidade da digitalização da imagem deverá ter uma resolução que possibilite ao professor fazer a
correção das questões, caso o professor não consiga corrigir a questão devido a qualidade da imagem, ela será
considerada errada.
8. O aluno que optar por responder a prova em folha separada, deverá informar no formato de cabeçalho da N1, nome da
disciplina, código da turma, data, matrícula, nome completo e o número de cada questão.
9. Após a finalização da prova, ela deverá ser encaminhada utilizando o moodle. Caso o moodle ou a Internet apresente
alguma instabilidade, a prova deverá ser encaminhada por e-mail no prazo máximo de 10 minutos após o horário de
término. O assunto no e-mai deverá ser: N1: NOME DA DISCIPLINA.

QUESTÕES DISCURSIVAS

1) Como advogado(a) de GLÁUCIA KELLY, promova a demanda cabível:

GLÁUCIA KELLY, modelo profissional, residente em Aparecida de Goiânia - GO, viajou para
Porangatu -GO, para o casamento de sua filha. Para lavar, pintar seus cabelos e realizar um penteado
para o casamento, GLÁUCIA KELLY procurou os serviços de NEY LEANDER, cabeleireiro e dono de
salão de beleza “HAIR”, sediado na cidade de Porangatu - GO, que lhe cobrou R$ 600,00 pela prestação
do serviço. Após lavar os cabelos de GLÁUCIA KELLY, Ney aplicou-lhe uma tintura da marca
francesa FORMOLLÉ, importada pela empresa Brasil Formol Tabajara Imports LTDA sediada na
cidade de Curitiba - PR. Meia hora após a aplicação da tintura, GLÁUCIA KELLY sofreu uma reação
alérgica, que demandou atendimento médico-hospitalar, no valor de R$ 5.000,00, bem como dois dias
de absoluto repouso que impossibilitou sua presença no casamento de sua filha. Além disso, perdeu
grande parte de seu cabelo, tendo permanecido com manchas em seu rosto, por 06 meses, perdendo um
ensaio fotográfico, para o qual já havia sido contratada, pelo valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Posteriormente, constatou-se que a tintura utilizada continha substâncias químicas extremamente
perigosas à vida e à saúde das pessoas e que a fabricante FORMOLLÉ já havia sido condenada pela
justiça francesa a encerrar a fabricação e comercialização do produto. Indignada com os danos sofridos,
GLÁUCIA KELLY procurou um advogado para pleitear o devido ressarcimento. Por tratar-se de um
produto defeituoso a ação deverá ser proposta em face da importadora, conforme o art.12 do CDC no
foro de Aparecida de Goiânia-GO

MM. JUÍZO DA 2° VARA CÍVEL DA COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA.

Autos: nº [...]

GLÁUCIA KELLY, Brasileira, (...), modelo profissional, residente e domiciliada na Rua (...), n° (...),
Bairro (...) Aparecida de Goiânia-GO, endereço eletrônico (...) tel: (...) Cédula de Identidade n°
(...), CPF sob n° (...) neste ato, representada por seu advogado, que recebe intimação em seu escritório
no endereço, rua (...), n° (...) bairro (...) nesta cidade, tel: (...) endereço eletrônico (...) conforme
instrumento de mandato anexo (doc.1), vem, respeitosamente, com fulcro nos artigos 319 e seguintes do
Código de Processo Civil, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS PELO RITO COMUM em face de Brasil Formol Tabajara
Imports LTDA , sediada na Rua (...) n° (...) Bairro (...) na cidade de Curitiba - PR, endereço
eletrônico (...) inscrito no CNPJ sob nº (...), pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

AÇÃO INDENIZATÓRIA
I – DOS FATOS

A autora, residente e domiciliada nesta Capital, viajou para Porangatu –GO para comparecer ao
casamento de sua filha. Já na cidade, procurou o Salão de Beleza denominado “HAIR”, para que o dono,
NEY LEANDER, preparasse seu cabelo. O serviço custou à autora o valor de R$ 600,00.

Após lavar seus cabelos, o dono do salão aplicou a tintura da marca FORMOLLÉ, de origem francesa.
O produto, importado pela empresa ré, quase que imediatamente causou à autora uma forte reação
alérgica, obrigando fosse ela encaminhada ao hospital mais próximo.

Pelos cuidados hospitalares, a autora desembolsou R$ 5.000,00 (cinco mil reais), e teve de ficar em
repouso absoluto por dois dias. Em razão disso, ficou impossibilitada não só de comparecer ao
casamento da filha, mas de realizar seu trabalho como profissional, perdendo um ensaio fotográfico que
já havia sido contratada no valor de R$ 100.000,00, (cem mil reais) além disso, teve perdido grande
parte de seu cabelo e adquirido manchas em seu rosto por 06 meses.

Posteriormente, constatou-se que a tintura utilizada continha substâncias químicas extremamente


perigosas à vida e à saúde das pessoas e que a fabricante FORMOLLÉ já havia sido condenada pela
justiça francesa a encerrar a fabricação e comercialização do produto.

Não vê a autora outra possibilidade de ser indenizada, quanto a todos os prejuízos que percebeu, senão
pela propositura da presente demanda.

II – DO DIREITO

A) DA APLICAÇÃO DO CDC

De início, importante se faz a demonstração de aplicação da Lei 8.078/91, Código de Defesa do


Consumidor. Nos termos do artigo 12 da referida lei, conclui-se que a empresa ré, importadora do
produto, responde “independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”.

Sendo, ainda, a autora consumidora final do produto, a teor do artigo 2 º também do CDC, tem-se a sua
caracterização como “consumidora”, motivo pelo qual justifica-se a aplicação dessa lei. Com a análise
de todo o ocorrido, demonstrada a aplicação do CDC e da escolha feita pelo autor pela propositura da
demanda em face tão somente da importadora, passará, agora, a expor o mérito de seu pedido.
B) DOS DANOS EMERGENTES

O ocorrido sujeitou a autora a gastos que, não fossem a má qualidade e as substâncias químicas
existentes no produto que lhe causou os ferimentos, não iria despender.

Como já reiteradas vezes mencionado, sofreu a autora, com a aplicação do produto em seus cabelos,
sérios problemas de saúde, sendo que foi internada para que recebesse cuidados médicos, pagando por
isso o valor de R$ 5.000,00 (comprovante anexo).

Não obstante, antes do ocorrido, pagou R$ 600,00 ao Salão “HAIR” pelo serviço que seria executado,
valor este que pretende, também, lhe seja restituído.

C) DOS LUCROS CESSANTES

Além das despesas decorrentes do incidente, deverá ser a autora indenizada quanto aos lucros cessantes
experimentados por consequência do ocorrido. Exercendo a profissão de modelo profissional, antes de
todo o ocorrido, a autora havia sido contratada para que desenvolvesse um ensaio fotográfico que lhe
renderia bons honorários, no importe de R$ 100.000,00 (cópia do contrato anexa).

Com efeito, a queda de seu cabelo e as manchas adquiridas em seu rosto impossibilitaram-na de se
utilizar da sua principal ferramenta de trabalho, qual seja, sua imagem.

O artigo 949 do Código Civil dispõe:

“Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do
tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o
ofendido prove haver sofrido”.

Nestes termos, a título de lucros cessantes, pretende a autora seja indenizada no importe de R$
100.000,00, equivalente ao valor que perceberia caso o ensaio fotográfico tivesse sido realizado

D) DOS DANOS MORAIS

Os danos estéticos causados à autora, bem como o fato de não mais poder usufruir de sua imagem para o
trabalho, causaram-lhe grave abalo emocional que, por si só, justifica o pedido de indenização,
cumulativamente, por danos morais, em cumprimento, inclusive, ao disposto no artigo 5 º, X, da
Constituição Federal. Sobre tal cumulação, a Súmula 37 do STJ deixou pacificado o seguinte
entendimento:

“Súmula 37. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”.
Cabível, portanto, o pedido da autora de receber indenização a título dos danos morais sofridos pelo
ocorrido, tendo em vista, ainda, não ter podido comparecer ao casamento de sua filha, por ter de se
recolher em repouso absoluto por dois dias.
Atribui-se a esse título, na tentativa de amenizar os sofrimentos experimentados pela autora, o importe
de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Cumpre, por fim, esclarecer que a presente demanda é distribuída no
foro de domicílio da autora, nesta Cidade, tendo em vista a faculdade prevista no artigo 101 do Código
de Defesa do Consumidor.

III – DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, requer a autora se digne Vossa Excelência:

a) de determinar a citação da empresa ré, por carta precatória, endereçada para uma das Varas Cíveis da
Cidade de Curitiba-PR, onde se encontra a sede da empresa importadora do produto, por oficial de
justiça, para que compareça à audiência de conciliação ou mediação a ser designada e, sendo esta
infrutífera, querendo, ofereça a defesa no prazo de quinze dias, sob pena dos efeitos da revelia;

b) de julgar totalmente procedente o pedido, para condenar a ré ao pagamento do valor de R$ 5.600,00


desembolsados pela despesa médica e execução do serviço, bem como da quantia de R$ 100.000,00 a
título de lucros cessantes, devidamente corrigidos e com a incidência dos juros legais, e, ainda, de R$
10.000,00 de danos morais.

c) de condenar a ré também nas custas processuais e nos honorários advocatícios a serem arbitrados por
Vossa Excelência;

d) a juntada da inclusa guia de custas devidamente recolhida;

e) que as intimações sejam dirigidas ao advogado (...) no endereço (...);

f) protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial comprovantes das
despesas médicas, cópia do contrato de trabalho que iria executar e demais que Vossa Excelência julgar
necessárias.

Atribui-se à causa o valor de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), acrescidos de juros e correção.

Termos em que

Pede deferimento.

Aparecida de Goiânia, 22 de abril de 2020.

Veridiana Evangelista Figueiredo Santos

OAB [...]

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