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Trabalho sobre Enrico Fermi

Índice:

1. Introdução
2. Biografia e Infância
3. Formação e Descobertas
4. Prémio Nobel da Física
5. Projeto Manhattan
6. Trabalho pós-guerra
7. Problema de Fermi
8. Paradoxo de Fermi
9. Conclusão

Eduardo Reis
Nº8 12ºA
Introdução

Considerado um dos arquitetos da era nuclear e o cientista


mais reputado desde Galileu no campo experimental e no campo
teórico, Enrico Fermi publicou, em 1928, o primeiro texto italiano
sobre Física Moderna, Introduzione alla Fisica Atomica.
Foi galardoado com o Prémio Nobel da Física, em 1938,
pela utilização de bombardeamento de neutrões para produzir
novos elementos e pela descoberta de reações nucleares
produzidas por neutrões desacelerados.
No campo teórico, o maior contributo de Fermi, ainda em Roma,
foi a sua teoria do decaimento beta, em 1934. Nos EUA, Fermi
trabalhou na tentativa de criar uma reação em cadeia controlada e
em 1942, construiu a primeira pilha atómica ou seja, o primeiro
reator nuclear artificial. Esteve envolvido no projeto Manhattan e,
em colaboração com Arthur Compton, dirigiu os trabalhos para a
construção da primeira bomba atómica.
Em sua homenagem, o elemento 100, descoberto um ano depois
da sua morte, foi designado por “Fermium” e a unidade de
comprimento igual a 10-15 m, é denominada “Fento”, também em
sua honra.
Biografia e Infância

Enrico Fermi nasceu em Roma em 29 de setembro de 1901,


como terceiro filho de Alberto Fermi, inspetor-chefe do
Ministério das Comunicações da Itália, e de Ida de Gattis,
professora de uma escola primária.  Desde jovem Fermi gostava
de estudar física e matemática, interesses também do seu irmão
mais velho e quando este falece inesperadamente com
um abcesso na garganta em 1915, Enrico fica emocionalmente
arrasado, e refugia-se no estudo da ciência para se distrair. Numa
banca do Campo de' Fiori, Fermi comprou e leu o livro
intitulado Elementorum physicae mathematicae, escrito em latim
pelo padre Andrea Caraffa, professor do Collegio Romano, o qual
abordava matemática, mecânica clássica, astronomia, óptica e
acústica. Mais tarde, Fermi e o seu melhor amigo, outro estudante
inclinado para a ciência, Enrico Persico, empenharam-se em
projetos científicos, tais como construir giroscópios e medir o
campo magnético da Terra. O interesse de Fermi pela física foi
também despertado quando um amigo do seu pai, engenheiro
Adolfo Amidei, lhe deu vários livros sobre física e matemática,
que Fermi leu e assimilou rapidamente. Em 1938 recebe o Prémio
Nobel e, no mesmo ano, Fermi deixa a Itália fascista de Mussolini
para refugiar-se com a família nos Estados Unidos, onde se tornou
professor de física na Universidade de Colúmbia, em Nova
York. Em 1944 Enrico Fermi torna-se cidadão americano. Em
novembro de 1954, recebe o prémio de 25 000 dólares da
Comissão de Energia Atómica dos Estados Unidos, em
reconhecimento por sua contribuição ao desenvolvimento da pilha
atómica e participação no Projeto Manhattan. Enrico Fermi
faleceu de cancro no estômago, em Chicago, no dia 28 de
novembro de 1954, provavelmente devido à exposição à radiação.
Formação e Descobertas
(Estatística de Fermi-Dirac e
Decaimento Beta)

Doutorou-se em física na Universidade de Pisa com uma


tese sobre os raios X e em seguida estagiou na universidade de
Göttingen, atraído pelas pesquisas de Max Born sobre física
quântica e fenómenos atómicos. Em 1926, de volta a Roma, criou
com Paul Dirac uma nova estatística quântica para descrever um
gás de partículas com spin 1/2, hoje conhecida como Estatística
de Fermi-Dirac, que permite descrever e determinar com precisão
o comportamento dos sistemas de eletrões sujeitos ao princípio da
exclusão de Pauli.  No ano de 1934, Fermi desenvolveu a sua
famosa teoria sobre o decaimento beta. O seu artigo, recusado
pela revista Nature por ser considerado muito abstrato, foi
publicado numa revista italiana com o título "Tentativo di una
nuova teoria dei raggi Beta", trabalho esse que resultaria, quarenta
anos depois, na Teoria Eletrofraca ou apenas Força Nuclear Fraca.
Prémio Nobel da Física
 Fermi recebeu o Prémio Nobel de Física em 1938
nomeadamente pela identificação de novos elementos radioativos
que se relacionam à descoberta das reações nucleares com p
bombardeamento de neutrões “lentos” ou “desacelerados”, com a
qual percebeu que protões e neutrões são estados quânticos de
uma mesma partícula, como havia sugerido Werner Heisenberg.
Na verdade, havia descoberto a fissão do núcleo, descoberta que
abriria portas às reações nucleares e por conseguinte, á bomba
nuclear e ao primeiro reator nuclear artificial.

Projeto Manhattan
Fermi colaborou a convite do governo americano no projeto
Manhattan, que produziu a primeira bomba atómica.
Fermi muda-se para o Laboratório Nacional de Los Alamos,
em etapas posteriores do Projeto Manhattan, para servir de
consultor geral.
Foi ao abrigo deste projeto que foi produzida pela primeira
vez uma reação nuclear em cadeia, controlada através da absorção
de energia em blocos de urânio e de grafite empilhados (pilha
atómica), um dos grandes marcos da era nuclear. Chicago Pile-1
(CP-1) foi o nome dado a esta pilha e assim nasce o
primeiro reator nuclear artificial. O CP-1 foi construído numa sala
de jogos, sob o estádio de futebol americano abandonado Alonzo
Stagg na Universidade de Chicago. O local foi mais tarde
incorporado no catálogo nacional de locais históricos dos Estados
Unidos (Natinal Historic Landmark), em 1965.
Trabalho Pós-Guerra

Depois da segunda guerra mundial e de ser aceite como cidadão


americano, Enrico Fermi continua a fazer trabalhos importantes no
campo da física de partículas. Fermi ajuda Maria Mayer a concluir o
seu trabalho sobre a interação spin/órbita, o que a levaria ao Prémio
Nobel.
O Projeto Manhattan foi substituído pela Comissão de Energia
Atómica (CAE) e assim Fermi fez parte de uma importante subdivisão
científica da CAE encabeçada por Robert Oppenheimer. Ele também
gostava de passar algumas semanas de cada ano no Laboratório de
Los Alamos, onde ajudou Nicholas Metropolis e John von
Neumann na instabilidade de Rayleigh-Taylor, a ciência que estuda o
que ocorre na fronteira entre dois fluidos de diferentes densidades.
Logo depois da detonação da primeira bomba nuclear soviética
em agosto de 1949, Fermi, a par com Isidor Rabi, escreveu um forte
manifesto ao comité, opondo-se fortemente ao desenvolvimento de
uma bomba de hidrogénio tanto em aspectos morais quanto técnicos.
Mesmo assim, continuou o seu trabalho no desenvolvimento dessa
bomba como consultor.
Nos anos que se seguiram, Fermi continuou a lecionar
na Universidade de Chicago onde viria a dar aulas a importantes
físicos do pós-guerra. Fermi fez importantes inovações na física de
partículas, especialmente os relacionados a piões e muões dando os
primeiros passos no estudo da relação pião/neutrão. Num artigo com a
co-autoria de Chen Ning Yang, foi especulado que os piões poderiam
ser partículas compostas, uma ideia anteriormente formulada
por Shoichi Sakata. Foi então postulado, após anos de estudo, que os
piões eram constituídos por quarks, o que completava o modelo de
Fermi e criava o modelo quark, outra inovação importantíssima.
Fermi escreveu também um artigo "Sobre a origem da Radiação
Cósmica" no qual ele propôs que os raios cósmicos provinham de um
material acelerado por campos magnéticos no espaço interestelar, o
que levou a uma divergência de opiniões entre ele e Edward Teller. O
cientista italiano examinou também assuntos relacionados com
campos magnéticos nos braços de uma galáxia espiral.
Problema de Fermi
Na física, particularmente na física educacional, um
problema de Fermi, pergunta de Fermi ou estimativa de Fermi é
um problema de estimação projetado para ensinar análise
dimensional, aproximação, e a importância de identificar
claramente suposições. Tais problemas envolvem tipicamente
fazer suposições justificadas sobre as quantidades que parecem
impossíveis de calcular dada a informação disponível limitada.
Ao solucionar um problema de Fermi não se pretende que alguém
responda com exatidão, nem com precisão extrema. Trata-se
apenas de estimar um número. A sua principal característica é a
utilização de pressupostos simplificados e ao mesmo tempo
pertinentes para o problema. Assim, soluções a problemas de
Fermi são mais que simples palpites, entretanto são menos que
cálculos precisos.

Exemplos:

 Bomba atómica

Fermi conseguiu estimar de maneira muito precisa, a força da bomba


atómica que foi detonada no Teste Trinity. Para tal estimativa, Fermi
rasgou uma folha de papel em pequenos pedaços. Quando sentiu o primeiro
tremor da onda de choque a chegar, Fermi lançou os pedaços de papel para
cima. Esses papéis foram empurrados para baixo e para longe da nuvem
que se formava, caindo cerca de dois metros atrás dele. Depois de um breve
cálculo mental, Fermi consegui estimar a energia liberada pela bomba.

 Afinadores de piano

Ver hiperligação para explicação dos afinadores de piano:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_de_Fermi
Paradoxo de Fermi

Paradoxo de Fermi é a aparente contradição entre as


altas estimativas de probabilidade de existência de
civilizações extraterrestres e a falta de evidências para, ou
contato com, tais civilizações. Uma teoria ainda hoje
investigada e analisada tal é a sua complexidade.

Conclusão
Podemos por este trabalho perceber a paixão que Fermi
tinha pela física. Desde jovem este era o seu destino. Ser uma
mente brilhante que abriu portas às inovações de hoje em dia e á
física moderna. Desde a física de partículas aos fluidos, do
eletromagnetismo à termodinâmica e á física educacional, Fermi
investigou tudo, fez tudo ao seu alcance pela física e infelizmente
faleceu com apenas 53 anos. Porém nestes 53 anos fez tudo ao seu
alcance em nome da física e da inovação.

Fim

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