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Comportamento Eleitoral

Marketing e Pesquisa do Mercado


2018/2019
Comportamento Eleitoral

Ageu Fernandes 8520


João Camilo 8460
Silas Silva 8102

Economia e Gestão - 3 ANO

Conteúdo

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Comportamento Eleitoral

Introdução 3
Capítulo 1: Enquadramento Teórico 4
1.1 Teoria do Comportamento Eleitoral 4
1.1.1 Teoria Sociológica 4
1.1.2 Teoria Psicológica e Psicossociológica 5
1.1.3 Teoria da Escolha Racional 6
Capítulo 2: Análise e Interpretação dos Resultados 7
2.1 Análise de dados 7
2.1.1 Caracterização e análise da amostra de eleitores 7
2.1.2 Análise das variáveis 8
Conclusão 9
Bibliografia 10
Anexos 11

Introdução

Nestes últimos anos, é possível observar a mudança de comportamento dos eleitores por meio da
perda de lealdade do eleitor a candidatos e ou partidos políticos.

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Comportamento Eleitoral

Um dos pontos mais problemáticos da investigação do comportamento eleitoral é a explicação


das razões que levam os indivíduos a alterar a sua opção de voto de uma eleição por outra.

Considerando este cenário, surgiu a dúvida que motivou este estudo: quais são os fatores que
afetam o comportamento do eleitor na escolha de um candidato?

Assim, este estudo tem como objetivo identificar os fatores que afetam o comportamento do
eleitor cabo-verdiano na escolha de um candidato.

Para este estudo, fez-se uma abordagem quantitativa, com caráter descritivo e pesquisa
bibliográfica. Na coleta de dados foi aplicado um questionário.

O trabalho está organizado em dois capítulos, contendo além destes, a introdução, a conclusão, a
bibliografia e o anexo.

Na parte introdutória contextualizou-se o estudo, seguindo então a pergunta de partida, ao


objetivo do estudo e por último a metodologia que foi utilizada no estudo.

No primeiro capítulo fez-se um referencial teórico sobre a teoria do comportamento eleitoral,


onde se apresentou as principais teorias relacionados com o tema, e depois partiu-se para o
desenvolvimento destas teorias.

No último capítulo fez-se a análise e a interpretação dos resultados obtidos.

Capítulo 1: Enquadramento Teórico

1.1 Teoria do Comportamento Eleitoral


Dentre as principais teorias que explicam a decisão do voto, destacam-se a sociológica, a
psicológica e a teoria da escolha racional.

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1.1.1 Teoria Sociológica

O modelo sociológico do comportamento eleitoral é marcada pelas obras The People’s Choice
(1944) e Voting (1954), em que estudiosos da Universidade de Columbia, estabelecem como
perspectiva fundamental para a explicação do comportamento eleitoral a interação social.

Segundo Radmann (2001):


A perspectiva sociológica consiste na atribuição de uma determinante sócio-econômica na
conduta política e eleitoral dos indivíduos. Onde os eleitores de situação social semelhantes
desenvolvem condutas político-eleitorais similares.

Na abordagem sociológica, o eleitor tende a agir de acordo com o grupo social que faz parte:
familiar, religioso, profissional, em suma, grupos que possuem valores semelhantes tendem a
manifestar comportamentos políticos similares. Eleitores em situação social semelhante tendem a
fazer escolhas semelhantes e agir de acordo com as decisões do grupo.

Segundo essa teoria, o eleitor decide o direcionamento do seu voto de acordo com as influências
que ele possui que, por sua vez, são resultantes do seu ambiente social.

1.1.2 Teoria Psicológica e Psicossociológica

O modelo psicológico tem a sua origem nos estudos conduzidos pelo Survey Research Center da
Universidade de Michigan1 durante as eleições presidenciais americanas de 1948.

1 O grupo de pesquisadores do modelo de Michigan foi coordenado por Angus Campbell no final dos anos 50. Uma
das principais obras desta perspectiva encontra-se em: Campbell, A. The American Voter. New York: John Wiley
and Sons, Inc, 1964; Campbell, A. Elections and the Political Order. New York: John Wiley and Sons, Inc, 1967.
Outro fundador do modelo de Michigan é Philipe Converse, onde destacam-se as seguintes obras: Converse, P. “The
Nature of Belief Systems in Mass Publics” In APTER, David (org). Ideology and Discontent. New York. The Free
Press, 1964; Converse, P. “The Problems of Paty Distances in Models of Voting Change”. In Jennings, M. &
Zeigler, I. (eds). The Electoral Process. Englewood Cliffs: Prentice Hallnc, 1966 e Converse, P. “The Concept of a
Normal Vote”, in Campbell, A et al. Elections and Political Order. New York: John Wiley and Sons, Inc, 1967.

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Segundo Figueiredo (1988), para Campbell e seu grupo de pesquisadores e autores da obra The
American Voter (1964), o principal foco de análise nesse modelo recai sobre o indivíduo e as
suas motivações psicológicas, o que significa que, para entender a política é necessário entender
a mente dos indivíduos.

A ideia básica é que o comportamento dos indivíduos se baseia na estrutura da personalidade


dos indivíduos e no seu sistema de crenças, as quais estão relacionadas com o grupo social que o
indivíduo vive.

Figueiredo (1988) ressalta que:


Os processos de socialização, tais como a educação, os valores ligados à moral e aos aspetos
sociais e políticos, dentre outros, adquiridos no âmbito familiar, refletiram diretamente na
maneira do indivíduo pensar.

Em suma, o modelo formulado por Campbell, segundo Figueiredo (1988), seria aquele que,
através de um pensamento linear nos daria a possibilidade de prever a direção do voto, uma vez
que é possível identificar os valores que formam a identidade política do indivíduo, já que a
socialização deste, no que diz respeito a política, também é formada pelo meio social e toda sua
vivência influenciaria no seu voto.

1.1.3 Teoria da Escolha Racional

A teoria da escolha racional tem como um de seus principais formuladores Anthony Downs. A
teoria downsiana2 do comportamento eleitoral considera que o eleitor é um “ser racional” que
sempre escolhe a alternativa que lhe trará maior utilidade ou atuará em seu próprio benefício.

Essa teoria demonstra que os cidadãos agem racionalmente nas questões políticas, onde cada
cidadão vota no partido em que acredita e que lhe proporcionará mais benefícios do que qualquer
outro.

2 A Teoria Downsiana é uma das denominações da Teoria da Escolha Racional de Anthony Downs. Downs é
considerado o pai da escola da Escolha Racional. Sua principal obra é Downs, A. An Economic Theory of
Democracy. New York. Harper & Row, 1957.

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Para Downs (1957), existem diferentes justificativas para que o eleitor escolha determinado
candidato. A lógica do voto baseia-se na premissa de que os eleitores escolhem a alternativa de
voto que lhe trará maior benefício.

Segundo Downs (1957):


Os benefícios que os eleitores consideram, ao tomar suas decisões, são fluxos de utilidade obtidos
a partir da atividade governamental.

Em suma, o eleitor downsiano decide se vota, ou não, identificando os meios mais eficazes para
que seus fins sejam atingidos.

Capítulo 2: Análise e Interpretação dos Resultados

2.1 Análise de dados

A análise de dados é apresentada com o intuito de responder ao objetivo do estudo: identificar os


fatores que afetam o comportamento do eleitor cabo-verdiano na escolha de um candidato. Para
isso, inicialmente apresenta-se a caracterização e a análise da amostra de eleitores inquiridos.
Seguidamente, de modo a não alargar o trabalho, utiliza-se a tabela de contingência com o fim de
analisar as variáveis.

2.1.1 Caracterização e análise da amostra de eleitores

Nesta primeira etapa, procurou-se identificar a amostra de eleitores inquiridos. Os resultados,


apresentados na tabela 1, classificam os eleitores pesquisados por idade, gênero e escolaridade.

Tabela 1 - Identificação dos Inquiridos da Pesquisa

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Fonte: Dados da pesquisa elaborado pelos autores

Por meio da amostra analisada, conforme dados descritos na tabela 1, foi possível identificar que
dos 10 eleitores inquiridos, houve uma predominância de inquiridos adultos, entre 18 e 25 anos
(60%), e do gênero masculino (70%). Além disso, o maior número de inquiridos possui ensino
secundário (60%), presumindo-se assim, que sejam indivíduos informados, mas com razoável
nível de escolaridade.

2.1.2 Análise das variáveis

Nesta parte, procurou-se analisar a variáveis, com o intuito de identificar os fatores que afetam o
comportamento do eleitor em pesquisa.

Tabela 2 - Contingência das Variáveis


Discordo Discordo Indiferente Concordo Concordo

Totalmente Totalmente

Cou Row N Co Row Cou Row Cou Row Count Row

nt % un N% nt N% nt N% N%

Acredito que ele é melhor 0 0,0% 2 20,0% 1 10,0% 4 40,0% 3 30,0%


Meus familiares votam nele 2 20,0% 2 20,0% 4 40,0% 2 20,0% 0 0,0%
Partido que ele pertence 3 30,0% 3 30,0% 2 20,0% 2 20,0% 0 0,0%
Ele é um parente meu 1 10,0% 1 10,0% 4 40,0% 3 30,0% 1 10,0%
Apresenta uma política que beneficia a minha Ilha 1 10,0% 0 0,0% 1 10,0% 7 70,0% 1 10,0%
Possui um perfil ideológico que me identifico 0 0,0% 6 60,0% 3 30,0% 1 10,0% 0 0,0%
Meus amigos e colegas votam nele 6 60,0% 4 40,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%
Pessoas da minha Igreja votam nele 9 90,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 10,0% 0 0,0%

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Apresenta uma política que trará benefício para a 2 20,0% 0 0,0% 3 30,0% 2 20,0% 3 30,0%

minha família
1 10,0% 6 60,0% 2 20,0% 1 10,0% 0 0,0%
Escolho por impulso

Fonte: Dados da pesquisa elaborado pelos autores

Através da amostra analisada, conforme dados descritos na tabela 2, foi possível identificar que a
uma grande parte (80%) escolheria o candidato que apresentasse uma política beneficente a sua
ilha. No mesmo sentido, observa-se que uma grande parte (90%) descartaram a opção de
escolher o candidato pelas influências religiosas, do mesmo modo que todos desconsideraram a
opção de escolher o candidato pelas influências de amigos (100%). Por outro lado, a maioria
(80%) consideraram escolher o candidato se ele pertencesse a sua família e, também, uma grande
parte (60%) escolheriam o candidato que a família preferisse. Da mesma forma, observa-se que a
generalidade (70%) escolheria o candidato que acreditasse ser melhor.

Conclusão

A explicação da escolha do voto é um fator problemático, sendo que cada indivíduo pensa e age
de forma diferente. Contudo, nas últimas décadas houve um grande crescimento de bibliografias
que explica o comportamento eleitoral.

Dentre as principais teorias construídas para explicar o comportamento eleitoral, viu-se neste
trabalho três teorias: a sociológica, a psicossociológica e a teoria da escolha racional.

Percebeu-se que no modelo sociológico as decisões individuais são compreendidas dentro do


contexto dos diversos grupos sociais.

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Viu-se que no modelo psicossociológico, o comportamento eleitoral baseia-se na estrutura da


personalidade dos indivíduos e no seu sistema de crenças, as quais estão relacionadas com o
grupo social que o indivíduo vive.

Constatou-se que no modelo da escolha racional, o comportamento eleitoral parte do princípio de


que os indivíduos são racionais e visam sempre maximizar seu ganhos.

Concluiu-se, neste trabalho, que todos os fatores afetam o comportamento do eleitor cabo-
verdiano na escolha de um candidato. Contudo, verificou-se que o fator racional apresenta maior
destaque no que seria o comportamento eleitoral cabo-verdiano.

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Bibliografia

Downs, A. (1957). An economic theory of democracy. 1st Edition. New York. Harper and Row.

Figueiredo, M. (1988). A decisão do voto: democracia e racionalidade. Belo Horizonte. Editora


da UFMG.

Radmann, E. (2001). O eleitor brasileiro: uma análise do comportamento eleitoral. Dissertação


Mestrado Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Disponível na internet:
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3765/000392513.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Consulta ao site do Portal das Ciências Sociais Brasileiras: (Consult. 10 Jan. 2019)
http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_20/rbcs20_01.htm

Consulta ao site do Politize: (Consult. 10 Jan. 2019)


https://www.politize.com.br/comportamento-eleitoral-como-os-eleitores-decidem-seu-voto/

Consulta ao site do BrasilEscola: (Consult. 20 Jan. 2019)


https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/politica/comportamento-eleitoral.htm

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Anexos

Questionário

Este questionário tem como objetivo identificar as variáveis que afetam o comportamento do eleitor na
escolha de um candidato. Responde às questões abaixo assinalando apenas uma resposta com um X.

Dados pessoais:

Idade:

❏ 18 a 25 anos

❏ 26 a 35 anos

❏ Mais de 35 anos

Gênero:

❏ Feminino

❏ Masculino

Escolaridade:

❏ Secundário

❏ Licenciado

❏ Mestrado

❏ Doutorado

❏ Outro ________________________

Marque um “X” no grau de sua discordância ou concordância. Não há resposta certa ou errada, o que

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se busca é a sua opinião. A escala varia de 1 a 5, sendo:

● 1 - Discordo totalmente ● 3 - Indiferente


● 4 - Concordo
● 2 - Discordo
● 5 - Concordo totalmente

ESCALA
QUESTÕES
1 2 3 4 5

1. Escolho o candidato por acreditar que ele é o melhor.

2. Escolho o candidato porque os meus familiares votam nele.

3. Escolho o candidato pelo partido que ele pertence.

4. Escolho o candidato porque ele é um parente meu.

5. Escolho o candidato porque apresenta uma política que beneficia a


minha ilha.

6. Escolho o candidato que possua um perfil ideológico que me identifico.

7. Escolho o candidato porque os meus amigos e colegas votam nele.

8. Escolho o candidato porque as pessoas da minha Igreja votam nele.

9. Escolho o candidato porque apresenta uma política que trará benefícios


para minha família.

10. Escolho o candidato por impulso.

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