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EDIÇ0ES:NELS0NH MAT0S

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Colecção Mil Horas de Leitura N." oz

@ coo8, Pepetela

Desi,gn d,a capa


Paulo Condez
m.designedbynada.com

Ilustroçõo d,a Capa


Sónia Oliveira

Revisõo
Lídia Freitas
Paglnoçdo
Segundo Capitulo
lmpressão e acabamento
Os seus grandes romances sugerem uma continuiddde
Gráfica Manuel Barbosa & Filhos entre gerações, uma harmonização de diferenças rluma
mesma totalidade. Esta urgência de pertença, esse con-
r." edição: Maio de zooS
Edição, MHL.ooz.zoo8 torno que contém e esbate diferenças é, afinal, Angola.
Depósito legal, 273 938/oB A ideia de angolanidade está presente em toda a sua obra
ISBN, 978-989-9559?-3-8
mas de forma tão natural que não a condicionâ do ponto de
Distnbuiçdo vista literário. Pepetela está a escrever não sobre Angola. Ele
Sodiliwos estd, escreí)end,o Angola, essa que há mas que ainda não existe,
Telef. zr 38r 56 oo I Fax zr 387 6z Br
à sonhada e a geradora de sonhos.
geral@sodiliwos.pt

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Mia Couto
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quando da outorga do prémio holandês Prinz Klaus
De acordo com a Lei é interdita
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sem a autorização expressa do Editor-à excepçâo de brwes transcrições para critica ao conjunto da obra de Pepetela
ou trabalho da comunicaçáo Bocial. (rggg)
coMo UMA ESPECTE DE TNTRODUÇAO...
-7

sÃO RTCUNS CONTOS que percorrem muitos


anos e talvez maneiras diferentes de olhar o
mundo. O primeiro e mais antigo, <A Reve-
lação>>, situa-se no iniciar da luta pela liber-
tação de Algola, quando os motivos eram
fortemente raciais e menos políticoso em
primeiro lugar, e ilerfilava-se a descoberta
de outra maneira de apreciar o que pare-
cia acontecer. Também o autor era jovem e
aprendia.
Outros contos são mais recentes, embora
alguns tentem evocar ambientes antigos, de
erâs passadas, como <Estranhos Pássaros>>,
conto para servir de introdução ao canto V
de 0s Lusíad,as, a pedido da revista do sema-

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f!
PEPETELA

nário Erpresso, ou messle <<Mandioca de


Feitiço>>, numa homenagem a Miguel Torga
parâ a Câmara de Sintra ou <O Caixão do
Molhado>>, escrito para uma antologia de
Porto, Capital da Cultura, em que se reme-
mora a época colonial e a posterior' <<O nosso
País é bué> retrata claramente um amhiente
pós-colonial e os mitos criados por nós pró-
prios, muitas vezes independentemente da
nossa vontade.
De facto, mais de quarenta anos separam AREVELAÇAO
o mais antigo do mais moderno. Talvez haja
pontos comuns na maneira de ver o mundo,
embora o autor tenha forçosamente mudado'
Mas pode ser que as realidades focadas não
sejam afinal tão diferentes assim, ou pelo
menos haja alguns fios de ligação.
O Mundoo esse, continua a andar à roda e
a confundir todos.

Pepetela

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O MOLEQUE PAROU DE MASTIGAR. Ficou sus-
penso, a boca cheia da jinguba surripiada na
panela que estalava sobre a fogueira. Avoz da
mãe repetiu o chamamentot
- Candimba, vem aqui.
O miúdo levantou-se, engolindo rapida-
mente a massa de jinguba e saliva. Apro-
ximou-se êm passo lento, mãos nos bolsos
dos calções, cabeça baixa. Mamã me viu
roubar na panela e vai castigar? O sem-
blante da mulher aquietou-o. Não tinha os
olhos que fazia quando descobria uma falta.
Era então para um recado, só podia ser.
E ele preferia estar descansado à sombra
da mandioqueira, vigiando a mãe: à espera

t9
CONTOS DE MORTE
PEPETELA

taria Miúdo Candimba pelas ruas. Quando já


de uma oportunidade para encher os bolsos
jinguba. está distribuída pelos pacotes não há possi-
com a
bilidades de petiscar.Tâtudo bem contado,
- Candimba, vai na loja do Sô Ferreira. mamã confere o dinheiro, topa logo se falta.
Compra sal até encher isto mesmo.
Agora era aúItima ocasião de poder saborear
E a mãe entregou-lhe uma caneca
a jinguba. Por isso os olhos Luziram quando
pequena, de mistura com algumas moedas
entendeu a resposta:
que tirou da dobra do pano. O miúdo rece-
beu as moedas, enfiou-as nos bolsos dos - Bom, tira uma mãozada. Mas anda
depressa, tás ouvir?
calções. Com a caneca na mão, perguntou,
Candimba encheu os bolsos precipitada-
aborrecido,
mente, saiu a correr. Passou uma tangente
- Sal cabou, mamã? na cerca de Dona Joana - essa gorda que só
- Se te mando! Mania só de fazer pergun- fala mal dos outros - meteu pela rua esbu-
tas! Vai depressa, hein? E volta logo. Não te
racada, insensível aos chamamentos dos
quero ver com esses vadio da rua que não tra-
companheiros. Parou à frente da loja. Queria
baia nada. Se t'apanho a jogar à bola chapo-
despachar-se rapidamente, ansiando meter
-te mal. Toma conta!
o dente naquela jingrrba toda que o esperava
- Posso tirar um bocadinho? Só pra pro- no tabuleiro. S'inda tenho tempo...
var...
menino olhava gulosamente para a jin- À entrada ouviu avozirada de Sô Ferreira.
Eo
Discutia com a Mariana, rapariga que casou
goba descascada, repousando num tabuleiro
de folha. Em seguida, a mãe deitaria os bagos
no ano passado com o Chico da serração.
Eué, manda zanga, pensou o miúdo. Meteu
na panela de açúcar em calda, mexendo com
a cabeça na porta, os olhos muito grandes e
a colher. Depois de deixar secar, dividiria
redondos, espiando. O branco do balcão não
empacotinhos de pãpel de seda que o miúdo
reparou nele. Estava vermelho, gesticulava,
venderia na cidade. Cinc' ostões cada um, Sri -

2r
2O
PEPETELA CONTOS DE MORTE

tudo acompanhado de muitos berros. Miúdo - Mas eu sei. Eu sei! Juro vai sair mulato.
Candimba achou ele não era como as outras - E depois? E se fui eu que o fiz? Éscasada
pessoas, nele avoz é que acompanhava os ges- com o teu homem, não tenho nada com
tos. Mariana chorava, de costas para a porta, isso.
tapando a boca com o antebraço. O moleque O moleque já percebera tudo. Fez-se
ouvia-a suplicar, mais pequenino, encostado à porta. A mão
- Sô Ferreira, meu marido vai saber. Filho apertava nervosamente a caneca de lata. Viu
sai mulato, Chico vê logo não é dele. Ele me Mariana erguer decididamente a cabeça,
mata, Sô Ferreira... passar os dedos pela barriga inchada, falar
- Quero lá saber! Que culpa tenho eu? com raiva:
Agora avia-te... Ora bolas! Que provas tens - Sô Ferreira prometeu. Te dou vestidos,
que o filho é meu? Ainda nem nasceu! Como vais mesmo na cidade, vais pra minha casa.
é que podes saber? Te tiro da sanzala, te dou comida boa, te dou

- Sei, sim, juro com Deus. Senti mesmo! pulseiras e brincos. Sô Ferreira prometeu,
Miúdo Candimba esqueceu a jinguba na jurou mesmo. Teu filho vai ser meu no papel,
boca aberta, os assustados olhos tudo perscru- Ihe dou educação. Não vai ser menino de
tando. Não percebia bem a conversa. Embora sanzala, não. Agora já lhe dei tudo que que-
já falasse aos companheiros acerca dessas ría, jâ se deitou comigo, m'abandona. Não
coisas proibidas, ainda era muito pequeno quer saber mais de mim!
para compreender imediatamente. Mas sen- - Então? Prometi? Alguém ouviu? Só tu
tia algo de terrível nas palavras trocadas. mesmo. Vai dizer no teu marido, vê Iá se ele
- Ouve 1á. julgas que me levas assim? acredita. Digo-lhe que é mentira, que foste
Como podes ter sentido? Como se eu fosse tu que me pediste, que vocês todas querem
parvo... O filho é do teu marido, dormiste é dormir com os brancos. Vai na polícia, se
com ele muito mais vezes do que comigo. eles acreditam em ti ou em mim.

,, z3
Eq*il*KA
Pf]PBTEI,A OONTOE DM MORTT]

Mariana abateu-se novamente sobre o Empurrou a velha Marcelina para o lado e


balcão. Os soluços voltaram a sacudir-lhe desatou a fugir. Percorreu a ru4, passou uma
o corpo. Miúdo Candimba, perturbado, se tangente na cerca de Dona Joana, entrou no
chegou mais para dentro da loja. Emhora a quintal da sua casa. Aí susteve a corrida. Res-
sua vontade fosse fugir como um mbambi. pirando dificilmente, escondeu-se entre as
moitas que abrigavam a capoeira. Olhou por
-Vou dizer no meu marido, sim, vou
mesmo. Me mata, mas depois lhe vem matar entre os ramos e viu a mãe acocorada sobre o
a você... Não é homem Pra se ficar. tabuleiro, descascando a jinguba. O ar abor-
O comerciante riu, escarninho. Desferiu recido indicava que estranhava a demora do
uma palmada no halcão para indicar que já filho.
se fartava da discussão. Falou com voz ran- Mas o menino não se Preocupa com
COfOSâ: isso. Pensa, sim, no semblante derrotado
de Mariana. E os berros misturam-se no
- Qr" venhal Tenho uma esPingarda à
espera dele. Dou-lhe tantos tiros que fica seu cérebro, deixam-lhe uma sensação de
como um Cristo! angústia revoltada. Nota repentinamente
Miúdo Candimba sentiu um arrepio per- o coelho branquinho à sua frente. Olhos
correr-Ihe a espinha ao ouvir a ameaça. vermelhos como os de Sô Ferreira. Branco
E voltou-se assustado quando, repentina- como ele. Coelho, me puseram o teu nome.
mente, uma mão the pousou no ombro. AcaI- Pruquê? Porque faztaassim como tu quando
mou-se ao contemplar o sorriso bondoso de erapequeno, mexia o nariz, depressa, assim,
Dona Marcelina. assim, depressa, muito depressa, como tu
faz. Me chamaram Candimba. Aí ficou meu
- Qr. tás fazer aqui na Porta? Me deixa
entrar... nome. Mas não sou igual na ti, não tenho
O moleque sentiu os olhos do comerciante os olho vermelho, não tenho o pêIo branco.
fixos nele. E Mariana disfarçando o choro. Estendeu a mão para o animal. Este pulou

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PEPETELA CONTOS DE MORTE

para trás e ficou espiando, assustado, espe- Coelho não percebe palavras, percebe os ges-
rando o próximo gesto. O miúdo não se tos e as carícias, é como as crianças.
mexeu. Via a Mariana chorando, suplicando Ouviu a mãe chamá-lo em alta grita,
e chorando, a barriga inchada, as mãos a inquirir por ele às vizinhas, sair de casa. Foi
tremer. E o comerciante rindo o seu riso de talvez à venda procurá-lo. Mas não voltou.
gengivas desdentadas, vermelhas como os Miúdo Candimba não se deu âo trabalho de
olhos do coelho. Jogou com raiva o punho responder, de se mostrar. Queria estar só,
fechado. Mas falhou o golpe e o animal esca- contemplando o novo amigo, aquele animal-
puliu-se para perto das galinhas. zinho branco que parecia tão meigo. Queria
O despeito fez as lágrimas correrem, vaga- fugir às gentes com seus dramas e rancores,
rosas, na face escura do moleque. E o coelho fechar-se na concha dos seus sonhos infan-
observando-o. Miúdo Candimba, de repente, tis. E sentia o íntimo cheio de paz e ternura,
julgou-o penalizado com sua dor. Comoveu- esquecido já da revolta que há pouco experi-
-se. Era apenas um pobre animal sem culpas, mentara.
que o estimava, afinal. O coelho não fugiu à Miúdo Candimbavoltou a ter consciência
carícia da mão infantil. Deixou-se afagar e os do mundo ao escutar grande gritaria ali pe rto.
olhos vermelhos adoçaram-se. Miúdo Can- Levantou-se com uma última carÍcia ao ani-
dimba estendeu-se no chão de terra batida, mal, afastou as moitas e deitou uma olhada
insensívelà humidade transpirada pelo solo. para o sítio onde a mãe preparava a jinguha.
Ficou assim, perdida a noção do tempo, avista Deserto. Os gritos vinham da esquerda.
fixa na bola hranca que se mexia. Arrepen- O moleque atravessou a cerca, entrou na rua
deu-se, em breve, do murro que lhe enviara. e na luz do Sol. Dirigiu-se à casa para que
Pensou em pedir-lhe desculpa, justificar a concorriam as mulheres e as crianças. Acasa
acção com o estado'de espírito provocado pela de Mariana. Lá chegado, percebeu imedia-
cenadaloja. Decidiu-se, porém, anão oÍazer. tamente o que se passara, Mariana morrera.

z6 ,n
PE PETE LA CONTOS DE MORTE

- matou. Uma facada mesmo no coração.


Se tentar furar a multidão, não ligaram ao aviso
-Aiué, se matou. do companheiro. Miúdo Candimba apertou
- Pruquê?... Pruquê? o braço de Teresinha, falou gravemente:
Miúdo Candimba sentiu um frio invadi- - Eu sei pruquê foi...
-1o. Depoisumcalor, quente, quente, erauma EIa olhou-o, porémo sem interesse. Ime-
fogueira que nele se instalara. Novamente o diatamente redobrou os gritoS lamentosos:
frio. Começou atremer. Deuuma espiada para - Deixa ver, deixa ver...
o sÍtio da loia, viu Sô Ferreira à porta, mirando, Miúdo Candimba sentiu-se miseravel-
indiferente. Se matou! Pruquê? Eu sei, eu sei, mente esquecido. Era o único que sabia,
foi por causa daquilo que euvi navenda. além de Sô Ferreira, e ninguém o escutava,
O menino abriu a boca, ia gritar a razã'o lhe prestava atenção. Saiu da multidão, afas-
do suicídio. Mas ninguém reparou no gesto, tando as crianças com os braços magrinhos,
as mulheres e as crianças empurravam-se os lábios apertados para não chorar.
para observar o corpo banhado em sangue. - Comé qu'ela stá? De boca aberta?
Ouviu avoz da mãe lamentando a tragédia, Não se dignou responder à pergunta de
sentiu uma vontade doida de se atirar nos Juca que se afadigava para ver alguma coisa.
seus braços e lhe contartudo. Mas haviauma Poderia serumbom ouvinte, mas Miúdo Can-
multidão separando-o do colo materno, não dimba já nã'o se importava de revelar a ver-
encontrou coragem de a romper. Gritou o dade. Olhou o yulto de Sô Ferreira, parado à
mais alto que podia' porta da loja. Adivinhou o riso escarninho na
- Eu sei pruquê ela se matou. Eu sei, juro boca do comerciante. Se não era tão grande...
com Deus que sei mesmo. Sim, se não fosse tão grande e tão forte, era
As mulheres nem voltaram os pescoços ele, Miúdo Candimba, ![ue lhe faria morrer o
esticados. It{ao fecharam as bocas abertas de riso de escárnio na boca. Mas viu-se pequeno
pasmo e tristeza. Os miúdos continuaram a e fraco, uma criança em gue ninguém sequer

zB 29
PEPETELA CONTOS DE MORTE

acreditava, a que ninguém sequer prestava lhos, desde o pêlo branco, incmstava-se no
atenção. Viu-se miserável e inútil, um bichi- seucérebro de menino. M'enganaste, coelho.
nho pequeno que para nada serve. Um boneco Mariana matou-se, espetou a faca mesmo
talvez, um boneco semvalor nem preço. no coração. Morreu num mar de sangue.
Virou as costas aos curiosos observa- As lágrimas caíam dos olhos do moleque. Me
dores do espectáculo mórbido, foi cami- deramteu nome, Candimba mesmo, mas não
nhando para casa. Devagarinho, afogando sou igual na ti. Não tenho os olho vermelho,
o despeito e a revolta nas pedras da rua. pêlo branco. Não sou como tu. Pensei a gente
Atravessou a cerca, aproximou-se do tabu- ia ser amigo, te fiz festa. Mariana se matou!
Ieiro de jinguba. Hoje não iria vender a Meteu a mão no holso dos calções, tirou o
guloseima. Nunca mais gritaria pela cidade, canivete. Abriu-o e a lâmina luziu. Agarrou
cinc'ostões cada pacote. Mesmo que mor- no pescoço do animal com o braço esquerdo.
ressem de fome. Nem que a mãe xingasse, O coelho não tentou escapulir. Então, Ienta-

nem que a mãe lhe chapasse. Mexeu os mente, reflectidamente, Miúdo Candimba
bagos com a mão distraída, não se tentou enterrou-lhe a lâmina no peito.
a tirar nenhum. Viu as moitas que limita- Ficouvendo o pequeno corpo estremecer,
vam a capoeira, encaminhou-se para elas. o sangue esvaindo-se, manchando de ver-
Afastou os ramos com lentidão. O coelho melho o pêlo branquinho. A mancha alas-
branco fitou-o com seus olhos vermelhos. trando, alastrando, correndo para as patas,
Iguais aos de Sô Ferreira. O animal deixou- para o chão de terra batida. Depois um estre-
-o aproximar, um pouco receoso. Mas não meção mais violento . E os olhos ficaram rígi -
fugiu. Talvez esperasse mais uma carícia, dos, enormemente abertos, fitando-o fir-
lembrando da anterior cena de ternura. memente. Miúdo Candimba não encontrou
Miúdo Candimba sentiu-se enganado. uma acusação naquele eterno olhar. Pousou
Uma vergonha vinha desde os olhos verme- delicadamente o corpo no solo. Ajoelhou-

3o 3r
l

l
PEPETELA

-se, uniu as mãosvermelhas de sangue, uma


delas ainda segurando o canivete aberto,'e
feZoü:
*.Nosso Senhor, faz que eu acertei bern no
coração.

Lisboa, r962
(in << Poetas e Contistas Africanos>>,
Brasiliense, São Paulo, r963)
O CAIXAO DO MOLHADO

3z

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