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Os moldes da educação propostos por Kant baseiam-se em um esclarecimento

para a autonomia, na formação para o mundo da vida e do trabalho. Nesse


aspecto, portanto, pode-se entender o processo de ensino-aprendizagem como
além da transmissão de conteúdo, mas, principalmente, como essencial na
construção de uma vivência plena da cidadania. Dessa forma, é preciso
entender a dimensão valorativa da educação nas transformações sociais
brasileiras.

Assim sendo, convém analisar, em primeiro lugar, o entendimento da educação


como detentora de um papel estratégico na construção da igualdade e justiça
social. Dentro do que lhe é exigido, o sistema educacional se responsabiliza
pela reprodução da estrutura de valores dentro da qual os indivíduos definem
as suas posteriores vivências em sociedade. Dessa forma, ao aplicar os
moldes de uma educação democrática, cria-se a possibilidade, pela
transformação social, da elaboração de uma sociedade isonômica e equânime.

Vale discutir ainda que, apesar da dimensão social da educação, o atual


modelo educacional não atende às novas exigências geradas pela lógica de
reconfiguração do capitalismo. A rotina neoliberal, que aceleram o ciclo
temporal dos acontecimentos, acaba por minar os processos de deliberação
política em prol da fortificação do sistema de educação. Deste modo, aliado a
persistência de metodologias conservadoras de ensino, a formação
educacional é deficitária, no que diz respeito a atingir a sua potencialidade
como agente social de transformação.

Fica claro, portanto, a essencialidade da educação na reformulação da


estrutura que compõe a sociedade brasileira. Nesse contexto, o Ministério da
Educação tem de estimular a indissociabilidade do ensino, pesquisa e
extensão, desde a educação básica à formação universitária, bem como
garantir na Base Nacional Comum Curricular a discussão dos mais diversos
temas sociais. Além disso, a comunidade escolar deve adaptar suas
abordagens metodológicas, a partir da utilização de tecnológicas aplicadas ao
processo de ensino, a fim de atender às exigências do mundo do trabalho.
Dessa forma, poderá ser aplicado efetivamente a educação para a autonomia
como proposto por Kant, ao passo que se constrói uma sociedade mais justa e
igualitária.

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