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A INEVITABILIDADE DA COMUNICAÇÃO
Comunicar, diz-se ser inevitável devido à sua universalidade. É algo inevitável, todos os seres humanos
e animais o fazem, diariamente. Daí a sua “universalidade”.
A comunicação não implica necessariamente do uso da fala para comunicarmos. Aliás, no processo de
iniciação de uma conversa, antes de dizermos uma palavra já estamos a comunicar, quer seja com um
sorriso, com um gesto com a mão, …etc…
Ou seja, as palavras, o silêncio, os movimentos ou a iniciativa tudo tem valor de mensagem.
Não podemos deixar de comunicar, porque todo o nosso comportamento de interação tem uma dimensão
comunicativa (tem um valor de mensagem). Neste sentido, pode afirmar-se que a comunicação e o
comportamento são sinónimos. Se um indivíduo não pode não comportar-se, pois não existe uma
ausência de comportamento, também não pode não comunicar, ou seja, não se pode pôr fora do universo
da interação.
O homem tem de comunicar com os outros para que ganhe consciência do seu próprio eu. Os homens
são vistos como organismos funcionando como sistemas abertos, não podem ser estudados fora do seu
meio circundante.
Mesmo atitudes estranhas e à partida incompreensível para os outros, inserem-se sempre em quadros
de referência. Se o movimento é relativo e só pode ser compreendido em relação a um ponto de
referência, também a experiência humana da realidade só pode ser percebida se a virmos como uma
relação.
Portanto, a sua inevitabilidade deve-se também à necessidade do ser-humano de interagir com os
objetos, outros seres humanos ou animais. Ou seja, é com a comunicação que se conhecem outros, e é
a forma que comunicamos que define quem somos para os outros.
O conceito de comunicação como comportamento, elaborado por Paul Watzlawick, permite que se
entreveja a mesma como algo inevitável. Uma pessoa não pode simplesmente não se comunicar; não
importa o quanto tente. E é claro que isso implica, também, reconhecer que nem toda forma de
comunicação é verbal — o próprio silêncio tem potencial para se tornar uma mensagem, por exemplo.
Ela pode ser entendida como ocorrências multifacetadas nas quais estão inclusas vários fatores: a
qualidade verbal, de tom, de postura e até mesmo de aspetos contextuais. Isso é importante para
entender que esses fatores podem agir de formas variadas sobre a comunicação e podem, por exemplo,
evidenciar características e diferenças culturais.
Todo indivíduo, portanto, carrega aspetos de sua cultura em seu modo de se comunicar. Sejam eles
intencionais ou não. Dessa forma é fundamental entendê-lo como gerador de conhecimento e saber que
esse conhecimento pode ser expressado de várias maneiras. Várias maneiras essas que eram vistas
por Abraham Maslow — psicólogo americano criador da pirâmide de Maslow — como uma necessidade
humana de auto-realização.
Dessa forma, a comunicação pode ser vista não só como inevitável como desejável. É possível pensar
que, pela mesma razão, também se possa gerar, através de certos incentivos, sistemas que sejam
beneficiados e estruturados pelo desejo de se expressar ou de se comunicar de boa parte da população,
alcançando complexidades que não poderiam ser alcançadas com uma só matriz criativa. Num contexto
urbano, por exemplo, um grupo de pessoas — que lidam com diferenças geográficas, sociais,
econômicas, intelectuais, etc —pode gerar muito mais impacto na cidade onde vivem do que um indivíduo
isolado. E os mesmos podem ser responsáveis por grandes manifestações culturais e revitalização da
cidade.
Quando se pensa assim, é possível imaginar o potencial que a população de reverter quadros
indesejáveis e inertes. É sabido que Fortaleza já perdeu vários dos seus prédios históricos e muito disso
pelo descuido e desrespeito por parte da população. A consequência disso, dentre outras coisas, é a
diminuição do repertório cultural da Cidade. Nesse especto, não é impossível pensar que a mesma
população possa gerar conhecimento e revitalizar a cidade.
In https://complexidadedinamica.wordpress.com/2015/10/27/a-inevitabilidade-da-comunicacao-e-a-necessidade-humana-de-se-expressar/| Setembro 2019
Desde os primórdios da Humanidade, o ser humano, como ser social que é, sentiu necessidade de
comunicar com os seus semelhantes de modo mais profundo do que através dos processos
comunicacionais básicos e rudimentares utilizados pelas outras espécies. O Homem tem, portanto, uma
necessidade crescente de desenvolver, estudar e aperfeiçoar as técnicas comunicacionais e fenómenos
associados. O indivíduo relaciona-se com os seus semelhantes e adquire a forma de agir e de pensar
dominantes na sociedade em que está inserido.
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Em média, o ser humano passa ¾ do seu tempo a comunicar com outras pessoas, podendo ser afirmado
que a comunicação humana é uma vertente fundamental no processo das relações interpessoais.
Ao adquirir as regras e normas que regem uma determinada sociedade, o ser humano vai desenvolvendo
as suas capacidades de comunicação. Enquanto ser cultural, cada indivíduo apreende da sociedade
valores que se transmitem de geração em geração, para melhor se relacionar com os outros.
Comunicação, de uma forma sintética, é a ação, efeito ou meio de entrar em relação com o outro.
Podemos dizer que é o processo que realiza a transmissão interpessoal de ideias, sentimentos e atitudes
entre dois (ou mais) indivíduos ou organizações: para além de permitir a troca de informação, possibilita
e garante a dinâmica de grupo e a dinâmica social.
Quando comunicamos com alguém, devemos, sempre, recordar-nos de que há um sem número de
interpretações em relação a si próprio, de acordo com o número de pessoas em presença.
Observando o esquema abaixo, podemos compreender as diferentes VERSÕES DO EU:
O que na
realidade sou
o que O que
pensam que suponho que
me considero pensam que
ser sou
o que
querem que
Eu O que eu
gostaria que
acreditassem
eu seja
sou... que sou
O que eu
o que os
creio que o
outros
outros
gostariam
gostariam
que eu fosse
que fosse
O que eu
acredito ser
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Os antagonismos entre estas diferentes versões do eu geram – ou podem gerar – tensões e conflitos de
difícil gestão, sendo habitual procurarmos adaptar os nossos comportamentos à imagem que as pessoas
desejam ou pensam ter de nós. Devemos cultivar a autoconfiança e acreditar nas nossas potencialidades
de transformação.
Passamos grande parte da vida a partilhar emoções e afectos, trocando ideias, informações, saberes e
experiências, trabalhando lado a lado com outras pessoas. Por isso mesmo, uma das principais chaves
para a comunicação é a capacidade de estabelecer interacção com os outros indivíduos, entendendo-se
por interacção o processo de acção e reacção recíprocas entre pessoas, que se manifesta através de
linguagem verbal ou não verbal.
Sempre que à interacção se alia a inter-relação – capacidade de estabelecer elos afectivos – surge a
comunicação: INTERACÇÃO + INTER-RELAÇÃO = COMUNICAÇÃO.
2. Leia a frase seguinte e observe a imagem. Depois relacione-as e conclua a ideia que se
estabelece.
“A comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social” Juan Diaz Bordenave
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