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• Relação entre microbiota e depressão;

• Como modular a microbiota intestinal;


• Suplementação de probióticos podem ser favoráveis na
depressão e transtornos da ansiedade.

5 ANOS!

O estudo da microbiota intestinal evolui


de forma rápida. Artigos dos últimos 2 -3
anos são mais significativos.

A função e composição do microbioma


humano tem sido elucidado através de
sequenciamento genético e técnicas
computacionais.
O QUE É A
DEPRESSÃO?

5 patologias associadas

1 Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor

2 Transtorno Depressivo Maior

3 Transtorno Depressivo Persistente


Transtorno Disfórico Pré-menstrual
4

5 Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento

Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor

Crises de humor esporádicas (3 – 4x por semana)

Transtorno Depressivo Maior

Sintomas relacionados a estado depressivo por mais de duas semanas.

Tristeza e/ou luto

Transtorno Depressivo
Persistente
Comportamentos depressivos ultrapassam 2 anos
no adulto e 1 ano na criança.

Transtorno Disfórico Pré-menstrual ou Tensão pré-menstrual


A Síndrome Pré-Menstrual (SPM) ou Tensão pré-menstrual (TPM) trata-se do
conjunto de queixas somáticas e/ou psicológicas recorrentes que ocorrem
especificamente durante a fase lútea do ciclo menstrual (tipicamente nas duas últimas
semanas do ciclo menstrual) e que desaparecem logo após o surgimento da menstruação
ou após o final desta, sendo as alterações suficientemente intensas para interferir com o
normal funcionamento da mulher, com a sua qualidade de vida e as suas relações
interpessoais.
É considerada síndrome, pois engloba sintomas muito abrangentes, tanto
psíquicos como físicos. Os principais são: depressão, confusão, irritabilidade, fadiga,
dor nas mamas, distensão abdominal, dor de cabeça, edema, ganho de peso e acne
discreta.
O sistema endócrino, o reprodutor e o serotoninérgico tendem a realizar a
regulação do comportamento. As alterações nos níveis de estrógeno e de progesterona,
durante o ciclo menstrual, agem sobre a função serotoninérgica e em mulheres mais
sensíveis, podem ocorrer manifestações emocionais da síndrome pré-menstrual.
Pode ser classificada em:
 Síndrome pré-menstrual: Grande variação no número, duração e gravidade dos
sintomas.
 Transtorno disfórico pré-menstrual: Presença de sintomas físicos e/ou psíquicos
severos no período pré-menstrual promovendo prejuízos sociais, familiares ou
profissionais.
SILVA, C.M.L. e Colaboradores. Estudo Populacional de síndrome pré-menstrual. Rev Saúde
Pública. Vol. 40. Num. 1. São Paulo, jan./fev., 2006.
SADLER, C.; SMITH, H.; HAMMOND, J.; BAYLY, R.; BORLAND, S., PANAY, N. et al.
Lifestyle factors, hormonal symptoms: the United Kingdom Southampton Women’s Survey. J.
Women’s Health (Larchmt) v. 19, p. 391-6, 2010.
SAMPSON, G. Premenstrual syndrome. Baill. Clin. Obstet. Gynecol., volume 3, número 4, págs.
687-704, 1989.
EXEMPLO DE FORMULAÇÃO PARA TPM
Tensão pré-menstrual (com dor nas mamas)
Componentes da fórmula:
Mix de Tocoferóis – 800mg
Piridoxal-5-fosfato - 20mg
Magnésio quelado – 250mg

Aviar X doses em cápsulas* qsp.

Posologia:
Consumir uma dose ao dia.
*Cápsulas transparentes, isentas de açúcar, corantes, edulcorantes artificiais e lactose.

Associar com:
Oenothera biennies, Óleo de prímula, padronizado a 20% de ácido gama-linolênico – 1g

Aviar X doses em cápsulas oleosas qsp.

Posologia:
Consumir uma dose ao dia.
*Cápsulas transparentes, isentas de açúcar, corantes, edulcorantes artificiais e lactose.

Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento

Depressão ou TDM
A depressão é uma condição relativamente comum, de curso crônico e
recorrente. Está frequentemente associada com incapacitação funcional6 e
comprometimento da saúde física. Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua
atividade e bem-estar, além de uma maior utilização de serviços de saúde. No entanto, a

depressão segue sendo sub diagnosticada e sub tratada. Entre 30 e 60% dos casos
de depressão não são detectados pelo médico clínico em cuidados primários. Muitas
vezes, os pacientes deprimidos também não recebem tratamentos suficientemente
adequados e específicos. A morbimortalidade associada à depressão pode ser em boa

parte, prevenida (em torno de 70%) com o tratamento correto.


FLECK, M. P. et al. Revisão das diretrizes da Associação Médica Brasileira para o
tratamento da depressão (Versão integral). Revista Brasileira de Psiquiatria, v.31,
suppl.1, p.S7-S17, 2009.

Diagnóstico é feito pelo médico psiquiatra através


de critérios específicos.

Sinais e sintomas:
• Tristeza prolongada; • Alteração do padrão do sono
• Desânimo; (insônia ou hipersônia);
• Cansaço; • Alterações do apetite;
• Isolamento; • Alterações de atenção,
• Lentificação ou agitação concentração e memória;
psicomotora; • Pensamentos de conteúdo
• Humor deprimido ou irritável; negativo como morte, culpa,
• Perda do prazer e interesse pelas ruína e sentimento de
atividades habituais (anedonia); inferioridade e até ideação
suicida em casos mais graves.
ATENÇÃO: quando esses
comportamentos ultrapassam 2
semanas – principalmente em
indivíduos que apresentam em um
período superior a 2 anos.

A depressão atinge 350 milhões de pessoas no mundo.


Aumento de mais de 18% entre 2005 e 2015.

11 milhões de pessoas no Brasil.


O Brasil tem maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo.

Ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população.

A depressão será a maior causa de afastamento


do trabalho no mundo em 2020.
CAUSAS

Genética Ambiente intrauterino Abuso sexual e trauma na infância

Cobrança
excessiva

Pós-parto “INFOxicação” Falta de gerenciamento de


tempo e informações

Alimentação Sedentarismo Alterações químicas


cerebrais

 Serotonina;
 Noradrenalina;
 Dopamina.
Recaptação.

Inibidores da recaptação seletiva de serotonina!

Recaptação de serotonina!

Alterações na conexão
entre intestino e cérebro

Alterações intestinais

Alterações sistêmicas
Adrenalina Noradrenalina Dopamina Serotonina

Luta Concentração Prazer Humor

Fuga Aprendizado Recompensa

Memória

Ácido Acetilcolina Glutamato Endorfinas


Amino
Gama-
butiríco

Calmante Aprendizado Memória Euforia

Memória

Atenção

MORITZ, B.; MANOSSO, L. M. Nutrição Clínica Funcional:


Neurologia. São Paulo: Valeria Paschoal Editora Ltda., 2013.

ANSIEDADE (transtorno do humor)

Tanto o eixo HPA como o eixo simpático-adrenal são ativados pela ansiedade ou
estresse.

 HIPOTÁLAMO - Hormônio Liberador de Corticotrofina;


 HIPÓFISE ANTERIOR– ACTH - hormônio adrenocorticotrófico OU
corticotrofina;
 ADRENAL – Cortisol.
A ansiedade é a emoção relacionada ao comportamento de avaliação de risco
que é evocado em situações em que o perigo é incerto (ameaça potencial), seja porque o
contexto é novo ou porque o estímulo do perigo (ex: um predador) esteve presente no
passado, mas não está mais no meio ambiente. Ao contrário, o medo está relacionado a
estratégias defensivas que ocorrem em resposta ao perigo real que está a certa distância
da vítima (ameaça presente).
Na ansiedade aguda, a ativação do eixo HPA é adaptativa, já que, entre outras
coisas, os corticoides parecem reduzir o medo percebido, prejudicando a recuperação da
memória de informações que estimulam a emoção. Na ansiedade crônica, no entanto, a
ativação de longo prazo do eixo HPA pode se tornar prejudicial, já que os corticoides
dificultam os mecanismos de resiliência no hipocampo.
A exposição crônica aos hormônios do estresse, independente se ocorre durante
o período do pré-natal, infância, adolescência, idade adulta ou envelhecimento, também
tem um impacto sobre as estruturas cerebrais envolvidas na cognição e saúde mental. O
excesso de glicocorticoides durante situações de estresse crônico prejudica várias fases
da formação e consolidação da memória. Esses efeitos ocorrem pela ação do excesso de
glicocorticoides no hipocampo, que é capaz de aumentar a morte de neurônicos nessa
região cerebral, diminuir neurogênese no giro denteado (principalmente pela ativação
do eixo HPA e pelo estímulo de receptores de glicocorticoides) e ocasionar alterações
neuroquímicas e morfológicas sobre os neurônios.
MORITZ, B.; MANOSSO, L. M. Nutrição Clínica Funcional:
Neurologia. São Paulo: Valeria Paschoal Editora Ltda., 2013.
Estresse crônico

Cortisol Aldosterona
• Aumenta a glicose na corrente • Retém sódio e excreta potássio –
sanguínea; mais ativos para fuga;
• Estimula o estado de alerta; • Porém aumenta a retenção hídrica
• Reflexos mais ativos para fuga. excretar minerais importantes
pela urina;
• Perda de massa muscular;

Consequências do estresse crônico:

Deficiência de potássio e
Celulite – retenção de sódio magnésio.
Perda de massa muscular – proteólise para manter
os níveis de glicose.

Cortisol elevado:

• Ativação crônica - Alteração


do hipocampo (memória,
aprendizado);
• Alteração na amigdala;
• Redução do córtex pré-
frontal.
Perda de memória e Demência Depressão
↓ função cognitiva

Diabetes

Cortisol diminui a sensibilidade dos receptores de 5-HT no hipocampo,


prejudicando o mecanismo de lidar com o estresse (RESILIÊNCIA).
E também contribui para o aumento da permeabilidade intestinal pelo fator
liberador da corticotropina (CRF) e seus receptores (CRFR1 e CRFR2), os quais
desempenham um papel fundamental na disfunção da permeabilidade intestinal
induzida pelo estresse.
GRAEFF, Frederico G. Ansiedade, pânico e o eixo hipotálamo-
pituitária-adrenal. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 29, 2007.
Disponível no
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De fato, muitos estudos relacionam a microbiota com ansiedade e depressão.


Outros estudos mostram que a disbiose ou hiperpermeabilidade intestinal está
associada ao aumento do risco de depressão – em pacientes com SII, obesidade e colite
(situações comuns de disbiose).
85 bilhões de 40
neurônios Neurotransmissores

500
milhões de
neurônios

100
neurotransmissores Produz 50% de toda dopamina
Produz 50% de 90% de toda serotonina
toda dopamina
5% de toda
serotonina WINTER, Gal et al. Gut microbiome and depression: what we know and
what we need to know. Reviews in the Neurosciences, 2018.
DINAN, Timothy G. et al. Collective unconscious: how gut microbes shape
human behavior. Journal of psychiatric research, v. 63, p. 1-9, 2015.

Serotonina:
A serotonina (5-hidroxitriptamina ou 5-HT) é a mais estudada como um
neurotransmissor do sistema nervoso central e é predominantemente secretada no
intestino. Estima-se que 95% da 5-HT seja encontrada no intestino, principalmente
dentro das células enterocromafinas, enquanto cerca de 5% é encontrada no cérebro.
A 5-HT é uma importante molécula de sinalização entérica e é bem conhecida
por desempenhar um papel fundamental nas funções sensório-motoras e secretoras no
intestino. Nos últimos tempos, estudos descobrindo várias novas funções da 5-HT
derivada do intestino indicam que muitos mais ainda serão descobertos. Estudos
recentes revelaram que a 5-HT desempenha um papel fundamental na ativação de
células imunes e na geração / perpetuação da inflamação no intestino. Além de seus
vários papéis no intestino, agora existem evidências emergentes que sugerem um papel
importante da 5-HT derivada do intestino em outros processos biológicos além do
intestino, como a remodelação óssea e a homeostase metabólica.
BANSKOTA, Suhrid; GHIA, Jean-eric; KHAN, Waliul I.. Serotonin in the gut: Blessing or a
curse. Biochimie, [s.l.], p.1-4, jun. 2018.
SEROTONINA do INTESTINO É IGUAL DO
CÉREBRO
• Motilidade gastrointestinal e secreções intestinais;
• Serotonina produzida no SNC - regulação do estresse e das emoções, do apetite
e do sono.
• Serotonina produzida no intestino: ação no humor e na serotonina cerebral
produzida.

Células que produzem a serotonina são diferentes:

Intestino: Cérebro:

Enterocromafinas Neurônios de rafe

A Microbiota influencia o nível de serotonina do corpo


A microbiota intestinal também pode utilizar diretamente o triptofano, limitando
assim potencialmente sua disponibilidade ao hospedeiro. Além das exigências de
crescimento para bactérias, certas cepas bacterianas abrigam uma enzima triptofanase
que produz o indol a partir do triptofano. Bacteroides fragilis, por exemplo, tem essa
capacidade enzimática que foi recentemente associada a anormalidades gastrointestinais
nos transtornos do espectro do autismo. O significado fisiológico direto da produção de
ácido indol-3-acético (AIA) a partir do triptofano para o hospedeiro não é bem
compreendido, mas é relevante para a fisiologia bacteriana e interações planta-micróbio
onde seus efeitos podem ser benéficos e prejudiciais.
Ao contrário de eucariotos, as bactérias também podem sintetizar o triptofano
via enzimas como a triptofano sintase. Curiosamente, cepas bacterianas específicas
também podem produzir serotonina a partir de triptofano, pelo menos in vitro. Alguns
microrganismos, principalmente bactérias gram-positivas, também são suscetíveis a
drogas serotoninérgicas administradas ao hospedeiro, como os inibidores seletivos da
recaptação da serotonina (ISRSs).
O equilíbrio entre a utilização do triptofano bacteriano e o metabolismo, síntese
de triptofano, produção de serotonina e, de fato, a resposta bacteriana a elevações
exógenas na serotonina provavelmente desempenha um papel importante na
determinação da disponibilidade local de triptofano gastrointestinal e circulante para o
hospedeiro, além do suprimento dietético deste aminoácido ácido essencial.
O’MAHONY, S.m. et al. Serotonin, tryptophan metabolism and the brain-gut-
microbiome axis. Behavioural Brain Research, [s.l.], v. 277, p.32-48, jan. 2015.

Esses resultados sustentam ainda mais a visão atual de que a microbiota intestinal
desempenha um papel crucial na promoção da produção de 5-HT livremente
biologicamente ativo. A desconjugação do 5-HT conjugado com glucuronida por
enzimas bacterianas é provavelmente um dos mecanismos que contribuem para a
produção de 5-HT livre no lúmen intestinal.
Elaine Hsiao, pesquisadora da
Universidade da Califórnia, Los Angeles
(EUA), estuda serotonina no contexto do
eixo do intestino-cérebro.

“O intestino e o cérebro [são] os dois


órgãos mais intimamente conectados
dentro do corpo”.
• Ativação vagal;
• Produção de neurotransmissores;
• Alteração no eixo HHA;
• Citocinas do Sistema imunológico;
• Vitaminas – Complexo B;
• AGCC.

• SNC;
• SNA;
• SNE;
• S. Endócrino;
• S. Imunológico.

WINTER, Gal et al. Gut microbiome and depression: what we know and what we need
to know. Reviews in the Neurosciences, 2018
DINAN, Timothy G. et al. Collective unconscious: how gut microbes shape human
behavior. Journal of psychiatric research, v. 63, p. 1-9, 2015.
As fibras aferentes projetam informações do intestino para os centros subcortical
e cortical do cérebro, incluindo o córtex cerebral, cingulado e regiões insulares,
enquanto as fibras eferentes se projetam para os músculos lisos do intestino.
Há múltiplas rotas bidirecionais de comunicação entre o cérebro e a microbiota
intestinal. Essas rotas incluem o nervo vago, o eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal (HPA), citoquinas produzidas pelo sistema imunológico, metabolismo de
triptofano e produção de ácidos graxos de cadeia curta. Os AGCC ultrapassam a
BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA e tem efeitos antidepressivos e ansiolíticos

A Barreira hematoencefálica (BHE):


Os vasos sanguíneos transportam sangue do coração para cada tecido e órgão
por todo o corpo, o que é essencial para fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos,
remover dióxido de carbono e resíduos metabólicos dos tecidos, transmitir sinalização
hormonal entre os tecidos, bem como mediar à interação dos tecidos. O sistema
imunológico periférico com cada tecido. A árvore vascular é composta de artérias e
arteríolas, que distribuem sangue para os tecidos, o leito capilar, que é essencial para a
troca de gases e nutrientes nos tecidos, e vênulas e veias, que drenam o sangue dos
tecidos. Cada segmento tem propriedades diferentes, dependendo de onde estão na
árvore vascular e de qual órgão elas vascularizam. Em particular, a microvasculatura,
composta pelos capilares e vênulas pós-capilares, tem propriedades diferentes para
atender às necessidades específicas do tecido que elas vascularizam.
A barreira hematoencefálica (BHE) é um termo usado para descrever as
propriedades únicas da microvasculatura do sistema nervoso central (SNC). Os vasos do
SNC são vasos contínuos não fenestrados, mas também contêm uma série de
propriedades adicionais que lhes permitem regular rigorosamente o movimento de
moléculas, íons e células entre o sangue e o SNC. Essa capacidade de barreira altamente
restritiva permite que as células endoteliais da BHB regulem rigidamente a homeostase
do SNC, o que é crítico para permitir a função neuronal adequada, bem como proteger o
SNC de toxinas, patógenos, inflamação, lesões e doenças. A natureza restritiva do BHE
proporciona um obstáculo para a entrega do fármaco ao SNC, e, assim, grande esforços
foram feitos para gerar métodos para modular ou ignorar o BHE para a entrega de
terapêuticas. A perda de algumas ou muitas destas propriedades de barreira durante
doenças neurológicas incluindo acidente vascular cerebral, esclerose múltipla (MS),
traumas cerebrais e distúrbios neurodegenerativos, é um componente importante da
patologia e progressão destas doenças. A disfunção da BHE pode levar à desregulação
iônica, alteração da homeostase de sinalização, bem como a entrada de células e
moléculas imunológicas no SNC, processos que levam à disfunção e degeneração
neuronal.
DANEMAN, Richard; PRAT, Alexandre. The Blood–Brain Barrier. Cold Spring
Harbor Perspectives In Biology, [s.l.], v. 7, n. 1, p.1-23, jan. 2015.

AGCC ultrapassam a BHE efeitos antidepressivos e ansiolíticos. Influenciam a


integridade da barreira hematoencefálica (BHE), aumentando a produção das proteínas
de junção apertada claudina-5 e ocludina. Esta maior integridade da BHE limita a
entrada de metabólitos indesejáveis no tecido cerebral.
Sampson TR, Mazmanian SK (2015) Control of brain development, function, and
behavior by the microbiome. Cell Host Microbe 17(5):565–576.

Disponível no
material de apoio
O trato gastrointestinal (GI) abriga vários micro-organismos, cujo genoma
coletivo é denominado microbioma intestinal.
No TGI - 50 filos diferentes, 1000 espécies bacterianas diferentes e
1014 bactérias viáveis por grama de conteúdo luminal.
A densidade do microbioma humano é maior no cólon. Firmicutes (64%),
Bacteroidetes (23%), Proteobacteria (8%) e Actinobacteria (3%) mais abundantes.

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Quatro bactérias que produzem a maior parte da serotonina:

Lactobacillus
Produzem GABA - relaxante
Bifidobacterium

Cândida
Streptococcus
Bactérias que produzem a maior parte da serotonina
Escherichia
Enterococcus

Bacillus
Produzem Dopamina - motivação
Serratia
Lyte, M. (2011) Probiotics function mechanistically as delivery vehicles for neuroactive
compounds: Microbial endocrinology in the design and use of probiotics. Bioessays
3(8):574-581.
Composição da microbiota
intestinal alterada
(riqueza e diversidade)

AZUL População do gênero é aumentada em


resposta ao estresse
AMARELO População do gênero é diminuída
em resposta ao estresse
PRETO Evidências conflitantes para da
microbiota em resposta ao estresse

WINTER, Gal et al. Gut microbiome and depression: what we know and what we need to
know. Reviews in the Neurosciences, 2018.
Via de mão-dupla:

Depressão e Estresse
modificam a
microbiota intestinal

Microbiota intestinal
contribui para
depressão

1. Depressão e estresse modificam a microbiota intestinal – cortisol reduz IgA –


importante para microbiota (prego no muco) e reduz lactobacillus e
bifidobacterium.
Noradrenalina liberada pelo estresse – aumenta reprodução de 10.000 vezes
Escherichia Colli.
2. Microbiota intestinal contribui para depressão: muitas evidências sugerem que a
modulação da microbiota intestinal têm efeitos comportamentais semelhantes
aos antidepressivos.

Modulação da microbiota:
Efeitos comportamentais em
seres humanos semelhantes aos
antidepressivos.
Alterações sistêmicas da Depressão

Pessoas
inflamadas!!

Marcadores inflamatórios
TNF-α

IL-6

Estresse oxidativo
8-OHdG e F2-isoprostanos

Alto nível de cortisol - Hiperatividade do Eixo


HHA  dessensibilização dos receptores de 5-
HT no hipocampo.

LINDQVIST, Daniel et al. Oxidative stress, inflammation


and treatment response in major
depression. Psychoneuroendocrinology, v. 76, p. 197-205,
2017.
• Alteração de microbiota;
• Alta permeabilidade intestinal;
• Danos no SNE;
• ↑ Recaptação e ↓ produção de Neurotransmissores;
• Baixo BDNF;
• Baixa neurogênese.

SAIBA MAIS
BDNF
O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) pertence à superfamília da
neurotrofina e tem um papel essencial na neurogênese e neuroplasticidade do cérebro.
A sinalização do BDNF apoia a sobrevivência dos neurônios existentes e encoraja a
proliferação e diferenciação de novos neurônios e sinapses no sistema nervoso central
e periférico. No cérebro, o BDNF é altamente expresso no hipocampo, no córtex e no
prosencéfalo basal e tem um papel importante em regiões vitais para a aprendizagem e
a memória.

TOH, Yi Long et al. Impact of brain-derived neurotrophic


factor genetic polymorphism on cognition: A systematic
review. Brain And Behavior, [s.l.], p.1-14, 1 jun. 2018.
Marcadores
Redução da
inflamatórios: IL-1β, Desregulação do
disponibilidade de Danos nos neurônios
IL-6, TNF-α, Eixo Hipotálamo
precursores de entéricos
interferon gama (IFN- Hipófise Adrenal
neutrotransmissores.
γ) e PCR

Alteração da
microbiota

Trends in Neurosciences 39.11 (2016): 763–781.

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34 pacientes Menor riqueza e diversidade


da microbiota

Internados em clínicas psiquiátricas com


depressão.
SAIBA MAIS
Triptofano

Triptofano
IDO

L-Quinurenina TNF-α 5-hidroxi-triptofano

3(OH) quinurenina
Serotonina
Ácido quinurênico
3(OH) antranílico
Receptor NMDA

Ácido quinolínico Depressão


Risco de suicídio

Nicotinamida
Na presença de citocinas inflamatórias, como o TNF-α, ocorre um estimulo da
enzima indoleamina 2,3-dioxigenase (ISSO). Dessa forma, o triptofano diminui sua
conversão para serotonina e se transforma mais em L-quinurenina. A L-quinurenina
pode dar origem o ácido quinurênico, um antagonista do receptor N-metil-D-aspartao
(NMDA) ou em ácido quinolínico, um agonista do receptor NMDA. A associação da
diminuição da serotonina com um aumento da ativação dos receptores NMDA, pode
predispor o indivíduo à depressão e a um maior risco de suicídio.
MORITZ, B.; MANOSSO, L. M. Nutrição Clínica
Funcional: Neurologia. São Paulo: VP Editora, 2015.
+ acetato que butirato

AGCC: Efeito sistêmico - BUTIRATO

↓Butirato
Transplante de microbiota fecal de pacientes deprimidos para ratos com depleção de
microbiota.

Ansiedade

Anedonia

Alteração no metabolismo
do triptofano.

BDNF
Fator de crescimento Neurotrófico produzido no hipocampo.
Efeitos:

Antidepressivo
Memória e
cognitivo

Doença neurodegenerativas: Humor


Parkinson, Alzheimer e Demência
Microbiota e BDNF

Baixos níveis de BDNF no


hipocampo associados à ansiedade
e à depressão.

Microbiota interfere no BDNF.

Butirato

Expressão de BDNF no hipocampo.


DINAN, Timothy G. et al. Collective unconscious: how gut microbes shape
human behavior. Journal of psychiatric research, v. 63, p. 1-9, 2015.

Bifidobacterium breve e longum  BDNF


Estresse

Ativação eixo HHA

BDNF

DISBIOSE REDUZ BDNF e NMDA

SAIBA MAIS
Disbiose
A microbiota exerce papel de proteção contra bactérias patogênicas,
prevenindo a disbiose. Disfunção na diversidade e composição bacteriana intestinal é
chamado de disbiose. Essas disfunções acarretam em um aumento da permeabilidade
intestinal, aumentando a passagem de lipopolissacarídeo (LPS) para a circulação, o
que leva ao desenvolvimento de um estado inflamatório crônico.
As bactérias patogênicas, acabam se ligando por sítios de ligação nas células
epiteliais e na camada da mucosa, além de diminuir alterações nas tight junction e
aumentar a produção e liberação de IgA secretora. Com isso, sintomas como gases,
diarreia ou constipação, e há o favorecimento para doenças como: doenças
cardiovasculares, síndrome metabólica e desordens do sistema nervoso central.

MORAES, M. S. et al. Efeitos funcionais dos probióticos com ênfase na atuação do kefir no tratamento da
disbiose intestinal. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa v. 14, n. 37, out/Dez, 2017. HARPER, Ashton;
NAGHIBI, Malwina; GARCHA, Davinder. The Role of Bacteria, Probiotics and Diet in Irritable Bowel
Syndrome. Foods, [s.l.], v. 7, n. 2, p.13, 26 jan. 2018.
Produzido a partir do
N-metil D Aspartato BDNF

Plasticidade sináptica e
Função cognitiva

Disbiose BDNF e N-metil D Aspartato


O nervo vago modula a expressão do BDNF e a neurogênese
no hipocampo

Microbiota interfere no nível de


BDNF

BDNF altera microbiota intestinal


The Kaohsiung journal of medical sciences, v. 34, n. 3, p. 134-141,
2018.

BDNF reduz permeabilidade intestinal.


Estresse emocional e crônico

Permeabilidade
intestinal

Yarandi SS, Peterson DA, Treisman GJ, et al. Modulatory effects of gut microbiota on
the central nervous system: how gut could play a role in neuropsychiatric health and
diseases. J Neurogastroenterol Motil 2016;22(2):201-212.

SAIBA MAIS
Ocludina e Zonulina
Um grande número de proteínas faz parte da estrutura das tight junctions: i) as
proteínas integrais de membrana, ou proteínas transmembranares, que incluem a
família de proteínas das Cld e são associadas com outras proteínas transmembranares,
as Ocl; ii) o complexo juncional de proteínas, que inclui a zonulaocludens (ZO)-1 e
outras proteínas citoplasmáticas, como ZO-2 e ZO-3, fazem parte desse sistema; e iii)
as estruturas do citoesqueleto da célula, como os microtúbulos e microfilamentos.
As tight junctions estão envolvidas em uma série de funções chave do epitélio
intestinal, tanto em circunstâncias fisiológicas quanto patológicas. Proteínas das tight
junctions são desreguladas ou podem ser geneticamente defeituosas em numerosas
doenças.
LAUFFER, Adriana. Efeito do estresse agudo, crônico e ambos
combinados na permeabilidade intestinal de ratos.2015. 98 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Ciências em Gastroenterologia e Hepatologia,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
Proteína de junção

O aumento da permeabilidade intestinal favorece a maior passagem de


lipopolissacarídeos.

Permeabilidade intestinal
Envoltório de célula gram-negativa

O aumento da permeabilidade faz com que esses lipopolissacarídeos (LPS) sejam


absorvidos, via paracelular. Os LPS ativam receptores da inflamação comoTLR4
chegando ao SNC, gerando neuroinflamação e alteram funções que regulam cognição,
humor e comportamento.

Resumo:

Áreas do sistema
Estado emocional Afeta a composição e LPS e peptídeos nervoso que regulam
alterado e estresse função da microbiota neuroativos a cognição, humor e
crônico intestinal. circulação comportamento são
afetadas.

Yarandi SS, Peterson DA, Treisman GJ, et al. Modulatory effects of gut microbiota on the central
nervous system: how gut could play a role in neuropsychiatric health and diseases. J
Neurogastroenterol Motil 2016;22(2):201-212.
DISBIOSE = ↑
gram-negativas
SAIBA MAIS
Lipopolissacarídeos
Componentes bacterianos como o lipopolissacarídeo, encontrados na parede celular de
bactérias Gram-negativas, representam importantes e potentes estimuladores de
secreção celular de várias citocinas e fatores de crescimento via mediada por
Receptores Toll-Like. A ligação do lipopolissacarídeo ao TLR4 induz produção de
citocinas inflamatórias da resposta imune inata, que contribuem com a destruição
tecidual.

FERRAZ, E. G. et al. Receptores Toll-Like: ativação e regulação da


resposta imune. RGO, Rev. gaúch. odontol.
(Online) vol.59 no.3 Porto Alegre Jul./Set. 2011.

A Permeabilidade Intestinal gera um fenótipo inflamatório contribuindo para depressão


de diversas maneiras.

1 Alterando o metabolismo dos neurotransmissores

2 Reduzindo a disponibilidade de precursores de


neurotransmissores

3 Ativando o eixo HPA


Mayer EA. Gut feelings: the emerging biology of gut-brain
communication. Nat Rev Neurosci. 2011;12(8):453-466.
Permeabilidade intestinal

LPS em TRL neuronal

KELLY, John R. et al. Breaking down the barriers: the gut microbiome, intestinal
permeability and stress-related psychiatric disorders. Frontiers in cellular neuroscience,
v. 9, 2015.

Microbioma de adultos - estável

MOHAJERI, M. Hasan et al. Relationship between the gut microbiome and


brain function. Nutrition Reviews, 2018.
Microbiota é formada até os 3
anos de idade!

T. Yatsunenko, F.E. Rey, M.J. Manary, I. Trehan, M.G. Dominguez-


Bello, M. Contreras, et al.Human gut microbiome viewed across
age and geography Nature, 486 (2012), pp. 222-227

Cada indivíduo tem um microbioma ÚNICO! O


microbioma pode ser considerado uma impressão digital,
nenhum microbioma é igual ao outro.

Vários fatores podem influenciar drasticamente sua composição em um período


relativamente curto de tempo.

Genética do Estado
Antibiótico Estresse Infecção hospedeiro nutricional

Alteração do ritmo
circadiano Dieta

MOHAJERI, M. Hasan et al. Relationship between the gut microbiome and brain
function. Nutrition Reviews, 2018.
Uma mudança aguda na dieta - por exemplo, para uma que é estritamente
baseada em animais ou vegetal - altera a composição microbiana em apenas 24 h.

COMO MODULAR
A MICROBIOTA?

“... é a composição da dieta e o estado nutricional que tem repetidamente demonstrado


ser um dos fatores modificáveis mais críticos que regulam a microbiota intestinal.”
VAMOS COMEÇAR PELA
ALIMENTAÇÃO!
FERRARIO, C. et al. Modulation of fecal Clostridiales bacteria and butyrate by
probiotic intervention with Lactobacillus paracasei DG varies among healthy adults. J
Nutr., v. 144, n.11, p. 1787–1796. 2014.

Avanços no sequenciamento de genes 16S


rRNA gene, trouxe uma evolução na
Nutrição associada à microbiota.
SANDHU, Kiran V. et al. Feeding the microbiota-gut-brain axis: diet, microbiome, and
neuropsychiatry. Translational Research, v. 179, p. 223-244, 2017.

Western diet - consumo excessivo de açúcares refinados, sal e gordura saturada,


baixo consumo de fibra alimentar e baixa variabilidade alimentar geral.

Dietas que consistem em fast food e alimentos


processados têm sido associadas ao aumento da
permeabilidade intestinal e sintomas depressivos.

A glicose aumenta a permeabilidade do intestino e produz mudanças na


distribuição da principal proteína de junção na linha celular humana Caco-2, indicando
vazamento intercelular.
Uma dieta rica em açúcar, resulta em uma maior produção de AGEs (produtos
de glicação avançada) o que leva a um aumento na permeabilidade intestinal.
Dietas ocidentais são ricas em aditivos alimentares, como maltodextrina, que é
amplamente utilizada e tem há muito tempo o status de SEGURA, promove a expressão
de genes de virulência em Escherichia coli e promove invasão da microbiota para a
camada de muco em animais.
A invasão de patógenos para a camada de muco gera prejuízos na função
intestinal e na barreira intestinal.
CHASSAING, Benoit; VIJAY-KUMAR, Matam; GEWIRTZ, Andrew T. How diet can
impact gut microbiota to promote or endanger health. Current opinion in
gastroenterology, v. 33, n. 6, p. 417-421, 2017.

SAIBA MAIS
Barreira mucosa

O epitélio do trato gastrointestinal é coberto por muco, um sistema protetor


que se desenvolveu precocemente em termos evolutivos. O muco é totalmente
transparente e age como uma barreira que protege o epitélio de uma ampla variedade
de ameaças que pode encontrar. Por exemplo, nós ingerimos alimentos sólidos que
causam estresse mecânico no epitélio. Também temos que lidar produtos produzidos
endogenamente do sistema digestivo, como ácido clorídrico, enzimas proteolíticas e
ácidos biliares. Finalmente, o desafio mais extremo é da nossa microbiota, composta
pelos trilhões de microrganismos que residem em nosso trato digestivo inferior. A
primeira linha de defesa contra o estresse mecânico, o sistema digestivo endógeno e
os microrganismos é o muco que cobre todas as superfícies epiteliais potencialmente
expostas.
JOHANSSON, M. E. V.. Mucus Layers in Inflammatory Bowel
Disease. Inflammatory Bowel Diseases, [s.l.], v. 20, n. 11, p.2124-2131, nov. 2014.
Os emulsificantes são adicionados à maioria dos alimentos processados para
melhorar a textura dos alimentos e prolongar a vida de prateleira. Os carboximetil
celulose (CMC) e polissorbato 80 (P80) promovem o sobrecrescimento bacteriano no
intestino delgado (ratos) e facilitam a translocação de bactérias.
CHASSAING, Benoit; VIJAY-KUMAR, Matam; GEWIRTZ, Andrew T. How diet can
impact gut microbiota to promote or endanger health. Current opinion in
gastroenterology, v. 33, n. 6, p. 417-421, 2017.
SAIBA MAIS
Emulsificante
São aditivos utilizados pela indústria de alimentos a fim de melhorar a textura,
a estabilidade, o volume, a maciez, a aeração e a homogeneidade, agregando
qualidade aos produtos. Esses aditivos podem modificar a fase contínua de um
produto, conferindo-lhe um efeito específico desejado, como o uso da lecitina em
chocolates para reduzir a sua viscosidade e facilitar o seu manuseio.
A maioria dos emulsificantes é derivada de mono e diacilgliceróis ou de
álcoois.
A estrutura dos emulsificantes é composta por uma parte hidrofílica, que
interage com a fase aquosa e outra lipofílica, que interage com a fase oleosa.
Essa estrutura permite a sua atuação na interface de duas substâncias
imiscíveis. Para esta aplicação em especial, torna-se imprescindível o correto balanço
entre a hidrofilicidade e lipofilicidade (HLB) da molécula do emulsificante. Quanto
maior o valor do HLB, maior a hidrofilicidade e, quanto menor o valor do HLB, maior
a lipofilicidade. Dependendo desse balanço, o aditivo poderá ser usado em emulsões
do tipo água em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A).

Bergjohann, P.; Costa, S. M.; Dalpubel, V.; Maciel, M. J.; Souza, C. F. V..
ADITIVOS ALIMENTARES. Cap. 30. In: Alimentação e nutrição nos ciclos da vida
/ Fernanda Scherer Adami, Simara Rufatto Conde (Orgs.) - Lajeado: Ed. da Univates,
2016.

ADOÇANTES ARTIFICIAIS

Adoçantes artificiais e emulsificantes dietéticos podem alterar a microbiota,


resultando em perturbação e inflamação.
A maioria dos estudos em animais (especialmente
ratos). Há a necessidade de estudos em humanos.

 Eritritol;
 Maltitol;
 Taumatina.

5 dias
Dois protocolos:

1 Uma dieta “baseada em plantas” – Grãos, Legumes, Frutas e Vegetais

2 Uma dieta “baseada em animais” – Carnes, Ovos e Queijos

As bactérias começaram a mudar seu comportamento após 24 horas em cada dieta.

de 22 espécies bacterianas, e entre


elas micro-organismos tolerantes à
bile!
SAIBA MAIS
Micro-organismos tolerantes à bile
Bactérias probióticas tolerantes à bile são diferentes de bactérias patogênicas
(gram-negativas) tolerantes à bile.
Entenda: Os probióticos devem ser resistentes ao processo de digestão no
estômago e no trato intestinal como aos ácidos biliares. Os ácidos biliares primários
sofrem ação da microbiota benéfica e são convertidos a ácidos biliares secundários
(conjugados) (litocólico e desoxicólico) ativando TGR5 o qual desempenha um papel
na regulação do metabolismo basal, do gasto energético (ativa o tecido adiposo
marrom), anti-inflamatório. Além disso os ácidos biliares aumentaram a liberação dos
transmissores peristálticos, a 5-hidroxitriptamina (serotonina).
Em uma dieta rica em carnes, há um aumento de bactérias como Bilophila ssp.
e Alistirpes ssp., as quais são gram-negativas e anaeróbias e tolerantes à bile
dificultando assim a conjugação do ácido biliar e a ativação do TGR5 implicando nos
efeitos benéficos da conjugação dos ácidos biliares.
TORRES-FUENTES, Cristina et al. The microbiota–gut–brain axis in obesity. The
Lancet Gastroenterology & Hepatology, [s.l.], v. 2, n. 10, p.747-756, out. 2017.

20 adultos saudáveis

3 dias de sucos com frutas e


vegetais
Oligossacarídeos

Polifenois

Nitrato

Fibras

6 garrafas/dia com misturas de vegetais, raízes, cítricos, limão,


pimenta caiena e fava de baunilha.

Seguido por uma dieta mais tradicional de 14


dias.
1310 kcal/dia

CADA SUCO:
266 kcal, 20% de gordura e 28 g de fibra.

Modulação da microbiota - perda de peso


SAIBA MAIS
Conheça os 6 tipos diferentes de misturas vegetais/frutas foram preparados a partir
das seguintes frutas e vegetais:

Sucos verdes com misturas de maçã, pepino, aipo, alface romana, limão e quantidade
limitada (<2%) de espinafre, couve e salsa.

A mistura de citros continha maçã, abacaxi e quantidade muito limitada (<1%) de


limão e hortelã.

Sucos verde com raiz – suco de maçã, limão, gengibre e beterraba.

Sucos verde com gengibre

A água caiena de limão: água filtrada com pimenta caiena e limão;


Amêndoa de baunilha: mistura de amêndoas, tâmaras, sal marinho e fava de baunilha

Disponível no
material de apoio
3 – 5 dias

Plantas e sucos

PROTEÍNA
Principal fonte de nitrogênio para o crescimento microbiano do cólon.
Essencial para a assimilação de carboidratos e a produção de produtos como
AGCC.

Problema:
EXCESSO!
As proteínas da dieta sofrem proteólise luminal e subsequente metabolismo pela
microbiota do intestino grosso.
A fermentação bacteriana de aminoácidos e proteínas  no cólon distal gera
uma gama de metabólitos  potencial tóxico.
 Sulfeto de hidrogênio;  p-cresol;
 Ácidos graxos de cadeia  Indoxilsulfato;
ramificada;  p-cresilsulfato;
 Fenol;  Amônia.
 Indol;
A disbiose aumenta a permeabilidade intestinal.
SAIBA MAIS
Gases fétidos
Bactérias intestinais são capazes de metabolizar compostos orgânicos como
aminoácidos sulfurados e sulfato inorgânicos e produzem compostos como gás sulfídrico.
Uma dieta rica em enxofre (ovos, algas, queijo, carnes no geral, cebola, brócolis, trigo, entre
outros) pode levar a flatulência com uma maior porcentagem de sulfeto de hidrogênio - o
cheiro clássico de gás de ovo podre.
O sulfeto de hidrogênio é tão potente que mesmo uma quantidade muito pequena
pode resultar em flatulência de mau cheiro. Geralmente quanto pior a digestão, maior a
chance do sulfeto de hidrogênio se acumular no cólon.

MAFRA, Denise; BARROS, Amanda F; FOUQUE, Denis. Dietary protein metabolism by gut
microbiota and its consequences for chronic kidney disease patients. Future Microbiology,
[s.l.], v. 8, n. 10, p.1317-1323, out. 2013.

Gases fétidos = disbiose.


Disbiose e o consumo de carne ↑ os compostos tóxicos.

Bactérias anaeróbias tolerantes à bile, como Bacteroides, Alistipes e Bilophila,


aumentaram com o consumo de proteínas baseadas em animais.
Journal of Translational Medicine. 2017;15:73.

Carne vermelha:

 Bacteroides
 Atopodium
 Clostridium
 Prevotella
 Veillonella sp.
 Bilophila

SANDHU, Kiran V. et al. Feeding the microbiota-gut-brain axis: diet,


microbiome, and neuropsychiatry. Translational Research, v. 179, p. 223-
244, 2017.

 Firmicutes

 Ácidos biliares secundários


O EXCESSO - O metabolismo microbiano da l- carnitina, abundante na carne
vermelha, pode gerar produtos como o trimetilamina- N- óxido, que podem aumentar o
risco de aterosclerose.

SAIBA MAIS
TMAO
Uma das associações mais proeminentes entre a microbiota intestinal e a doença a
ser descoberto nos últimos anos é uma ligação entre o metabolismo microbiano do intestino
de metabólitos contendo trimetilamônio (colina, fosfatidilcolina, carnitina) e doença
cardiovascular (DCV). Os micróbios convertem a colina em trimetilamina (TMA)
principalmente através de uma proeminente via bacteriana codificada pelo cluster de genes
de utilização de colina (corte). A TMA produzida no intestino viaja para o fígado, onde é
oxidada em N-óxido de trimetilamina (TMAO) pelas monooxigenases hepáticas da flavina.
A literatura sugere que o TMAO aumenta os receptores de sequestradores de
macrófagos e reduz o transporte reverso de colesterol, levando à formação de células
espumosas macrofágicas e ao desenvolvimento aterosclerótico. Estudos de
acompanhamento mostraram que o TMAO promove o recrutamento de leucócitos ativados
para células endoteliais e induz a inflamação ativando a cascata de sinalização da proteína
quinase ativada por mitógeno (MAPK) e do fator nuclear kB (NF-kB).
ZHU, Weifei et al. Gut Microbial Metabolite TMAO Enhances Platelet Hyperreactivity and
Thrombosis Risk. Cell, [s.l.], v. 165, n. 1, p.111-124, mar. 2016.

 O consumo de soro e extrato de proteína de ervilha aumenta


as Bifidobacterium e Lactobacillus.
 Soro do Leite - diminui os Bacteroides fragilis e Clostridium perfringens.
 A proteína de ervilha aumenta os níveis de AGCC intestinal.
Journal of Translational Medicine. 2017;15:73.
GORDURAS

EVITE DIETAS
HIPERLIPÍDICAS
(trans e saturadas)

Uma dieta rica em gordura aumenta a microflora anaeróbica total e as contagens


de Bacteroides.
SAIBA MAIS
Endotoxemia
A endotoxemia metabólica se caracteriza por níveis plasmáticos elevados de LPS,
sendo o principal fator na inflamação de baixo grau e na resistência à insulina. A
endotoxemia metabólica é um exemplo de disbiose (isto é, uma ruptura do equilíbrio normal
e saudável entre a microbiota intestinal e o hospedeiro) que reflete as decisões de estilo de
vida (por exemplo, dieta, exercício) e as interações genômicas do hospedeiro.
O LPS pode aumentar a liberação de citocinas pró-inflamatórias adiposas (por
exemplo, TNF-α e IL-6) e a resistência à insulina. Considerados em conjunto, estas
investigações em animais e seres humanos, sugerem fortemente que a microbiota intestinal e
a dieta contribuem para a endotoxemia metabólica relacionada ao LPS de forma
independente e concomitante.
ARMSTRONG, Lawrence E.; LEE, Elaine C.; ARMSTRONG, Elizabeth M.. Interactions of Gut
Microbiota, Endotoxemia, Immune Function, and Diet in Exertional Heatstroke. Journal Of Sports
Medicine, [s.l.], v. 2018, p.1-33, 2018.
CARBOIDRATOS - DIGERÍVEIS e NÃO DIGERÍVEIS

DIGERÍVEIS

Amidos e açúcares, como glicose,


frutose, sacarose e lactose.

Carboidratos DIGERÍVEIS são


prejudiciais para a
microbiota?

Glicose, frutose e sacarose na forma de


frutose das FRUTAS
Prejudicial para a função intestinal

Limite diário: 25g de frutose da fruta para


pacientes com disbiose e permeabilidade
intestinal

25g de frutose
Saiba mais
Confira a quantidade de frutose em algumas frutas

Fruta (100g) Frutose (g/100 de alimento)

Abacaxi 2,1
Ameixa 3,1

Banana 5
Caqui 5,5
Maçã Fuji 6,5

Laranja 2,2
Confira a tabela completa disponível no material de apoio.
PUJOL, A. P. Estratégia Low Carb. Camboriú: o Autor, 2017.

Pessoas alimentadas com altos


níveis de glicose, frutose e
sacarose na forma de frutose
das FRUTAS

A abundância relativa
de Bifidobacteria e
reduziram Bacteroides.

Parvin S. Nutritional analysis of date fruits (Phoenix dactylifera L.) in perspective of


Bangladesh. Am J Life Sci. 2015;3:274.
Eid N, Enani S, Walton G, Corona G, Costabile A, Gibson G, et al. The impact of date
palm fruits and their component polyphenols, on gut microbial ecology, bacterial
metabolites and colon cancer cell proliferation. J Nutr Sci. 2014;3:e46.
Composição de açúcares nas frutas
por porcentagem
Abacate

Framboesa

Morango

Mamão papaya
Galactose
Pêssego
Maltose
Melancia
Frutose
Damasco
Sacarose
Abacaxi
Glicose
Mirtilo

Banana

Manga

0 2 4 6 8 10 12 14
Fonte: United States Department of Agriculture - Agricultural Research Service -
USDA Food Composition Databases.

Lactose

Bifidobacteria e AGCC

Bacteroides espécies de
Clostridia
Jefery I, O’Toole P. Diet-microbiota interactions and their implica- tions for healthy
living. Nutrients. 2013;5:234–52.
Francavilla R, Calasso M, Calace L, Siragusa S, Ndagijimana M, Vernocchi P, et al.
Efect of lactose on gut microbiota and metabo- lome of infants with cow’s milk allergy.
Pediatr Allergy Immunol. 2012;23:420–7.
Fibras/prebióticos
NÃO DIGERÍVEIS
Amido resistente

Carboidratos acessíveis a
MACs microbiota

SAIBA MAIS
MACs
Os MACs são carboidratos que resistem à digestão pelo intestino humano, mas
podem ser metabolizados pela microbiota intestinal que fermenta e produz AGCC ou
metaboliza em compostos fenólicos.
A quantidade de MACs alimentares presentes numa única fonte de alimentos difere
para cada indivíduo, uma vez que a metabolização dos carboidratos é dependente da adesão
da microbiota de cada pessoa.
Os MACs podem promover certos micro-organismos, diretamente (aqueles que
consomem um substrato), ou indiretamente (através de interações cruzadas).
PUJOL, A. P. Estratégia Low Carb. Camboriú: o autor, 2017.
SAIBA MAIS
ARTIGO
A microbiota gastrointestinal tem um papel importante na saúde humana, e há um
interesse crescente na utilização de abordagens dietéticas para modular a composição e a
função metabólica das comunidades microbianas que colonizam o trato gastrointestinal para
melhorar a saúde e prevenir ou tratar doenças. Uma estratégia alimentar para modular a
microbiota é o consumo de fibra dietética e prebióticos que podem ser metabolizados por
micróbios no trato gastrointestinal. Enzimas alimentares humanas não são capazes de digerir a
maioria dos carboidratos complexos e polissacarídeos de plantas. Em vez disso, esses
polissacarídeos são metabolizados por micróbios que geram ácidos graxos de cadeia curta
(AGCCs), incluindo acetato, propionato e butirato. Este artigo revisa os conhecimentos atuais
sobre o impacto do consumo de fibras e prebióticos na composição e função metabólica da
microbiota gastrintestinal humana, incluindo os efeitos das propriedades físico-químicas de
carboidratos complexos, dosagens adequadas de ingestão e tratamento e as respostas
fenotípicas relacionadas à composição da microbiota humana.

Leia o artigo na íntegra no material de apoio:


Fibra alimentar e prebióticos e a microbiota
gastrointestinal.
QUAL TIPO DE FIBRA
SERIA A MAIS BENÉFICA?

A do tipo solúvel!
Saiba mais
Classificação das fibras conforme solubilidade
Classificação das Características
fibras

Não são viscosas, são formadoras de volume fecal, fracas e


Insolúveis lentamente fermentáveis no cólon. Agem principalmente no
intestino grosso, produzindo fezes macias e acelerando o
trânsito colônico.

Têm alta capacidade de retenção de água e possuem a


propriedade de formar géis em solução aquosa. Uma vez no
Solúveis estômago e no intestino delgado, as fibras solúveis
aumentam a viscosidade do bolo alimentar, diminuindo a
atividade de certas enzimas digestivas, influenciando
diretamente na taxa de digestão e absorção de nutrientes.
São mais fermentáveis que as fibras insolúveis.

Fibras insolúveis: Celulose → não é metabolizada pela


microbiota.

São formadoras de volume fecal, e favorece o bom


funcionamento intestinal.
Fibras solúveis

RECOMENDAÇÃO DE
FIBRAS – de 25 a 30g no
mínimo!

Na prática:
40g no mínimo!
Ingestão de FIBRAS pode chegar de 50-120g/dia

MICROBIOTA INTESTINAL muito mais DIVERSIFICADA em comparação


com microbiotas de indivíduos de PAÍSES OCIDENTAIS.

Saiba mais
Conheça as principais fontes de fibras solúveis e
insolúveis
Fibras solúveis Fibras insolúveis

Inulina
Glucomanan (Batata Yacon)
(Amorphophallus konjac)

Celulose

FOS – fruto- Goma guar Lignina Hemicelulose


Psyllium
oligossacarídeo (Cyamposis tetragonolobus)
MUCO INTESTINAL:

O muco intestinal é composto principalmente de mucinas que são aglomerados


complexos de glicoproteínas estruturais com glicanos específicos ligados a O (O-
glicano) produzidos por células especializadas do hospedeiro chamadas células
caliciformes. As mucinas podem ser secretadas e formar um gel, ou ser produzidas
como glicoproteínas ligadas à membrana que fazem parte do glicocálix epitelial. Estas
glicoproteínas compartilham uma estrutura comum feita de aminoácidos repetidos em
série ricos em prolina, treonina e serina e são chamados de domínios PTS.
A barreira mucosa tem um papel importante na regulação da gravidade das
doenças infecciosas. Ele fornece proteção contra muitos patógenos intestinais, incluindo
Yersinia enterocolitica, Shigella flexneri, Salmonella e Citrobacter rodentium.
Uma alteração da integridade da mucosa está geralmente associada a problemas
de saúde, tais como doenças inflamatórias do intestino, incluindo colite ulcerativa e
doença de Crohn. Durante a colite ulcerativa, a alteração da integridade do muco resulta
em uma camada de muco mais fina devido à depleção das células caliciformes e
redução da O-glicosilação e sulfatação das mucinas. Durante a doença de Crohn, a
camada de muco é essencialmente contínua e comparável à mucosa saudável, embora
haja evidências de expressão anormal e glicosilação da mucina. Estas alterações no
ambiente mucoso também podem estar ligadas à disbiose, uma alteração anormal na
composição da microbiota intestinal devido à doença de Crohn. Uma vez
comprometida, a barreira mucosa torna-se permeável a bactérias que são capazes de
acessar o epitélio e, portanto, causar inflamação, razão pela qual a integridade da
camada de muco é crítica para a manutenção de uma relação homeostática entre a
microbiota intestinal e seu hospedeiro.
SICARD, Jean-félix et al. Interactions of Intestinal Bacteria with Components of the
Intestinal Mucus. Frontiers In Cellular And Infection Microbiology, v. 7, 5 set. 2017.
MUCO - primeira linha de defesa contra os micróbios comensais e patógenos invasores.

A deficiência de fibras

Erosão do muco!

“Já que não me deram comida (fibras), eu


vou comer o muco que tem polissacarídeo”

Micro-organismos que produzem enzimas


que digerem glicoproteínas presentes na
camada de muco.

Mahesh S. Desai et al. A Dietary Fiber-Deprived Gut Microbiota Degrades the Colonic Mucus
Barrier and Enhances Pathogen Susceptibility. Cell, November 2016.
EROSÃO DO MUCO:
 Risco para absorção de bactérias patogênicas;
 Risco para permeabilidade intestinal;
 Inflamação da mucosa;
 Risco para câncer de cólon.
BRÁSSICAS

7g de crucíferas por kg de peso

14 dias
Alterou favoravelmente a
microbiota intestinal

Glucorofanina

Glucosinolato rico em compostos


sulforafanos.

WU, Yuanfeng et al. Hydrolysis before stir-frying increases the


isothiocyanate content of broccoli. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, 2018.
EMBALAR A VÁCUO
(Aproximadamente 2 – 3 dias)

A concentração de sulforafano em brócolis


foi significativamente elevada em 1,9 a 2,8
vezes.

MAKINO, Yoshio et al. Storage in high-barrier pouches increases the sulforaphane


concentration in broccoli florets. PLoS ONE, v. 13, n. 2, 2018.
GRÃOS INTEIROS

AVEIA
Quanto mais íntegros, maior o tamanho!
O tamanho dos flocos de grãos pode levar a diferentes respostas bacterianas.
Flocos de aveia maiores (0,85-1,00 mm) aumentaram MAIS os números de
bifidobacteria.
Connolly ML, Lovegrove JA & Tuohy KM (2010) In vitro evaluation of the microbiota
modulation abilities of different sized whole oat grain flakes. Anaerobe 16, 483–488.

Mingau de aveia: 60g em 150ml de água/dia.

1 semana

Atividade prebiótica

Valeur J, Puaschitz NG, Midtvedt T et al. Oatmeal porridge: impact on microflora-


associated characteristics in healthy subjects. Br J Nutr. 2016 Jan 14;115(1):62-7.
Disponível no
material de apoio

Doença Celíaca
O glúten, principalmente suas frações proteicas a gliadina e a glutenina, foi
estabelecido como um agente causador da doença celíaca. Caracterizada por lesão no
intestino delgado e ativação do sistema imunológico.

Na doença celíaca (DC), uma reação autoimune mediada por células T é


desencadeada por peptídeos derivados do glúten. A cascata inflamatória autoimune é
localizada no intestino delgado, onde leva a síndrome clássica de enteropatia e a má
absorção. As manifestações clínicas são heterogêneas e vai desde diarreia, perda de peso
e desnutrição, até a má-absorção seletiva de micronutrientes (ferro, vitamina B12,
cálcio).

Alergia ao trigo
A alergia ao trigo representa outro tipo de reação imunológica adversa às
proteínas contidas no trigo e grãos relacionados, com apresentações clínicas diferentes
dependendo da via de exposição. Neste contexto, os anticorpos de imunoglobulina E
(IgE) medeiam à resposta inflamatória a várias proteínas alergênicas, como a glutenina
e a gliadina. Supõe-se que as gliadinas sejam as frações ativas do glúten. Isso porque
elas contêm os peptídeos imunogênicos capazes de exercer um efeito citotóxico direto
na célula.
Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC)
A sensibilidade ao glúten não celíaca é uma síndrome
caracterizada por sintomas intestinais e extra-intestinais
relacionados à ingestão de alimentos que contêm glúten
em indivíduos não afetados pela doença celíaca e nem pela
alergia ao trigo. A SGNC se caracteriza por sintomas que
em geral ocorrem pouco após a ingestão de alimentos com
glúten, e desaparece com a suspensão.
A apresentação “clássica” da SGNC é uma combinação de sintomas similares
aos da síndrome do intestino irritável (SII), incluindo:
 Dor abdominal;  Fadiga;
 Inchaço;  Dor de Cabeça;
 Diarreia ou constipação;  Dermatite;
 Confusão mental;  Depressão;
 Dormência de membros;  Anemia.
 Dor nas articulações;

A prevalência da SGNC ainda não está claramente definida, e evidências


indiretas sugerem que seja ligeiramente mais comum que a DC, pois esta última afeta
cerca de 1% da população geral. A SGNC foi principalmente descrita em adultos,
sobretudo entre mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos. No entanto, também houve
relatos de séries de casos pediátricos. Como a SGNC pode ser transitória, a tolerância ao
glúten precisa ser reavaliada ao longo do tempo nos pacientes que apresentam essa
condição.

Diagnóstico – Como Identificar?

O espectro de distúrbios relacionados ao glúten inclui


doença celíaca, alergia ao trigo e sensibilidade ao glúten não
celíaca. Nas três condições, os sintomas melhoram com a
retirada do glúten.
Investigação Doença celíaca Alergia ao trigo Sensibilidade ao glúten não
(resposta imune (resposta imune celíaca (resposta imune
adaptativa)* alérgica)** inata)***
Sorologia celíaca Positivo Negativo Negativo
Biópsias Atrofia de vilosidades Normal Normal ou quase normal com
duodenais aumento dos linfócitos
intraepiteliais
IgE sérica ou teste Negativo Positivo Negativo
cutâneo para trigo
* A doença celíaca apresenta sorologia celíaca positiva e atrofia de vilosidades nas biópsias duodenais;
** Na alergia ao trigo, há presença de positividade da sorologia para IgE ou teste cutâneo para trigo
positivo;
*** Na sensibilidade ao glúten não celíaca, há sorologia celíaca negativa, teste negativo para alergia ao
trigo e biópsias duodenais normais a quase normais.
Fonte: FENACELBRA.

Glúten e Depressão
Nos últimos anos diversos estudos investigaram a
relação entre ingestão de alimentos que contêm glúten e
aparecimento de sintomas/distúrbios neurológicos e
psiquiátricos, tais como ataxia, neuropatia periférica,
esquizofrenia, autismo, depressão, ansiedade e
alucinações (denominadas de psicose do glúten).

A diminuição da concentração cerebral de 5-HT tem sido sugerida há


muito tempo como causa da depressão
Estudo em ratos demonstrou que o consumo de alimentos com trigo demonstrou
reduzir as concentração de triptofano no cérebro, sugerindo que as vias da serotonina (5-
HT) são notavelmente sensíveis a várias proteínas presentes nesses alimentos.

Exorfinas do glúten
Esses peptídeos opióides derivados de proteínas alimentares parcialmente
digeridas, incluindo o glúten, podem modular a função intestinal e atravessar a barreira
hematoencefálica, interferindo nos sistemas inibitórios da dor, nos processos de
emocionalidade e memória.
PETERS, S. L. et al. Randomized clinical trial: gluten may cause depression in subjects
with non‐coeliac gluten sensitivity–an exploratory clinical study. Alimentary
pharmacology & therapeutics, v. 39, n. 10, p. 1104-1112, 2014.
Disbiose intestinal e Comportamento Emocional
Evidências sustentam uma importante influência da microbiota intestinal no
comportamento emocional e nos mecanismos cerebrais subjacentes estão bem
estabelecidas em roedores e está emergindo em humanos. Um estudo recente forneceu a
primeira evidência de que os probióticos podem modular a atividade das regiões do
cérebro envolvidas no processamento de emoções e sensações em mulheres adultas.

Glúten e Microbiota Intestinal


A dieta influencia a composição e função da microbiota intestinal e, portanto, a
saúde do hospedeiro, particularmente em pacientes que sofrem de doenças relacionadas
à alimentação. Nestes pacientes, os peptídeos do glúten desencadeiam uma resposta
imune anormal que causa lesão do tecido caracterizada por atrofia vilosa, hiperplasia da
cripta e aumento do número de linfócitos intraepiteliais e da lâmina própria.

Gliadina Gliadina

Paracelular = entre as células

Estudos recentes indicam que pacientes celíacos apresentam a microbiota


desequilibrada que pode desempenhar papel patogênico ou constituir fator de risco para
esse distúrbio. Normalmente o tratamento para a DC é uma dieta livre de glúten (GFD)
que leva à normalização da histologia da mucosa e a remissão dos sintomas clínicos.
Sanz Y. Efects of a gluten-free diet on gut microbiota and immune function in healthy adult
humans. Gut Microbes. 1:135–7.
Bonder MJ, Tigchelaar EF, Cai X, Trynka G, Cenit MC, Hrdlickova B, et al. The infuence of a
short-term gluten-free diet on the human gut microbiome. Genome Med. 2016;8:45.
Glúten ou FODMAPs?
Há também acúmulo de evidências do possível papel dos chamados
oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis (FODMAPs,
na sigla em inglês) na indução de manifestações intestinais, como inchaço abdominal,
constipação ou diarreia, flatulência excessiva e síndrome do intestino irritável.
Lamentavelmente a SGNC e a intolerância aos FODMAPs podem apresentar certo nível
de sobreposição, já que os alimentos ricos em glúten, sobretudo o trigo, também contêm
teor elevado de FODMAPs.

Alimentos fonte de FODMAPs:


Tipos de FODMAP Onde encontrar?
Monossacarídeos Xarope de milho, mel, néctar de agave, maçã, pera, manga,
(frutose) aspargos, cereja, melancia, sucos de fruta, ervilha.
Dissacarídeos Leite de vaca, leite de cabra, leite de ovelha, soverte,
(lactose) iogurte, nata, creme, queijo ricota e cottage.
Oligossacarídeos Cebola, alho, alho-poro, trigo, centeio, caqui, melancia,
chicória, dente-de-leão, alcachofra, beterraba, aspargos,
cenoura, quiabo, chicória, couve manteiga e leguminosas.
Polióis Xilitol, manitol, sorbitol, glicerina, maçã, damasco,
pêssego, nectarina, pêra, ameixa, cereja, abacate, amora,
lichia, couve-flor, cogumelos.
Fonte: Federação Brasileira de Gastroenterologia, 2017.

Aplicativo para controle de dieta livre de FODMAPs:


Disponível no
material de apoio

Benefícios para a saúde e efeitos adversos de uma dieta


livre de glúten
Grãos contendo glúten compõem uma grande parte da dieta ocidental
moderna. Isto é, em parte, devido à sua palatabilidade, facilidade de cultivo e procissão
em uma ampla variedade de alimentos, capacidade de produção em larga escala e alto
conteúdo nutricional em peso. Entretanto, nas últimas três décadas a ingestão de
alimentos sem glúten aumentou, e em 2016 mais de US$15,5 bilhões foram gastos em
vendas no varejo de alimentos sem glúten no mundo.

Grande parte desse aumento do consumo de produtos sem glúten se deve pela
exposição da mídia social, que alega existir benefícios em uma dieta isenta de glúten
para a saúde. No entanto a substituição de alimentos sem glúten, geralmente, ocorre por
alimentos refinados e com menor qualidade nutricional, podendo levar ao aparecimento
de:
 Deficiências de micronutrientes;  Hiperlipidemia;
 Aumento do teor de gordura nos  Hiperglicemia;
alimentos;  Doença arterial coronariana.

Por isso o consumo de glúten por pessoas não-celíacas não deve ser evitado e sim
consumido de maneira mais seleta e com menor frequência.
Disponível no
material de apoio

Grãos Integrais
Os benefícios de consumir grãos integrais para a saúde são
relacionados ao conteúdo de fibras. As fibras dietéticas dos
cereais integrais geralmente resistem à digestão no trato
gastrointestinal superior e agem como um combustível para a
microbiota intestinal, podendo modificar a ecofisiologia
bacteriano através dos metabólitos microbianos, tais como os
Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC´s).

Os grãos integrais também fornecem prebióticos capazes de modular a


microbiota intestinal do hospedeiro
A microbiota intestinal fermenta as matrizes de fibra dietética, e porções de
compostos fenólicos são gradualmente liberadas e absorvidas no lúmen intestinal. Os
compostos fenólicos não absorvidos podem exercer ação antioxidante e atividade
antibacteriana podendo diminuir as bactérias patogênicas (Escherichia coli,
Clostridium) no cólon. Além disso, estudos in vitro e in vivo demonstraram que os
compostos fenólicos da dieta podem exercer efeitos prebióticos ao estimular o
crescimento de bactérias benéficas (Lactobacillus e Bifidobacterium).
O que são prebióticos?

São componentes alimentares não digeríveis que estimulam seletivamente a


proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no intestino (cólon),
beneficiando o indivíduo hospedeiro dessas bactérias. Os prebióticos devem exercer
algumas características importantes como resistir à acidez gástrica e à hidrolise por
enzimas intestinais, e não ser absorvido pelo trato gastrointestinal.
MOHAJERI, M.S. et al. The role of the microbiome for human health:
from basic science to clinical applications. European Journal of
Nutrition. v. 57, s.1, p. 1-14, 2018.

Consumo de prebióticos altera o estado emocional


A resiliência ao estresse ambiental parece ser fortemente influenciada pela
composição microbiana. Este efeito provavelmente depende de alterações do eixo HPA
e pode ser influenciado positivamente por certas espécies de bactérias probióticas. Em
apoio a esta sugestão, a recente descoberta é que o tratamento com prebióticos, que é
conhecido por aumentar os níveis de probióticos no intestino, altera a resposta ao
despertar do cortisol e a reação emocional em indivíduos saudáveis.

Tipos de prebióticos:
Fruto-oligossacaídeos Galacto-oligossacarídeos Bimuno-galacto-
(FOS) (GOS) oligossacarídeos (B-GOS)
Beta-glucanas Pectina Amido resitente

Alimentos fontes de prebióticos:

Aspargus
 FOS e Inulina;
 Modo de preparo: frescos e crus, ou ligeramente cozidos no vapor.

Alho-poró e Cebola
 Maiores concentrações de FOS e Inulina;
 Modo de preparo: frescos e crus, ou ligeramente cozidos.

Alho
 FOS e Inulina;
 Estimula o crescimento de Bifidobacteria e promover um ambiente de pH baixo
(ácido) no cólon, o que é favorável para bactérias benéficas.
Mastigar ou esmagar o alho cru! Maior concentração de fruto-
oligossacarídeos

Raiz de Chicória e Alcachofra


 Inulina.

Leguminosas
 Galacto-oligossacarídeos (GOS), Rafinose-oligossacaídeos (ROS) e Amido
resistente;
 Pré-preparo: deixar a leguminosa em remolho por 12 horas em água e
substância ácida (limão ou vinagre de maçã), trocando a água no mínimo 3 vezes
e incluir subtância ácida (soro do iogurte, limão ou vinagre de maçã). Cozinhar
normalmente após esse preparo.
 Atenção a flatulência: utilizar especiarias carminativas como a erva doce, o
gengibre ou o caminho. Incluir Digeliv® sobre a leguminosa na hora de
consumir.

TUCK, Caroline J. et al. Oral Î-Galactosidase Improves Gastrointestinal Tolerance


to a Diet High in Galacto-Oligosaccharides: Adjunct Therapy to a Low Fodmap
Diet in Irritable Bowel Syndrome. Gastroenterology, v. 152, n. 5, p. S45, 2017.

Banana Verde
 Amido resistente;
 Modo de preparo: lavar bem as bananas, descascar e conservar no freezer.
 Utilizar ainda crua, evitando o processo de cocção.

Batata Inglesa Cozida e Refrigerada


 Amido resistente;
 Modo de consumo: Cozida e Refrigerada.
O resfriamento/congelamento eleva o teor de amido resitente devido à
retrogradação do amido. Trata-se de um processo no qual as cadeias de amilose e
amilopectina que foram desagregadas na gelatinização do amido, durante o
aquecimento, se reagrupam para formar estruturas mais ordenadas. Este processo é
desejado em termos de significância nutricional, devido à digestão enzimática mais
lenta e à liberação moderada de glicose na corrente sanguínea.

Batata-Yacon
 Inulina e Fruto-oligossacarídeo;
 Modo de consumo: crua.

Cogumelo Ganoderma lucidum

200 a 500 mg
 Capacidade de reverter a disbiose intestinal induzida por dietas ricas em
gorduras;
 Mantem a integridade da barreira intestinal;
 Reduz a endotoximia metabólica;

Tratamento para a obesidade:


A modulação da microbiota intestinal é uma das ferramentas promissoras para
combater a obesidade. Recentemente pesquisadores mostraram que o extrato do
cogumelo Ganoderma lucidum reduziu a obesidade em animais, através do seu efeito
prebiótico, e também diminuiu o percentual de gordura, a homeostase da glicose e a
inflamação do tecido adiposo. Além disso, a administração do Ganoderma lucidum
reduziu os níveis séricos de lipopolissacarídeos (LPS) e impediu a ativação hepática da
via do receptor Toll-like 4.

Micronutrientes
Muitos trabalhos mostram que em pacientes deficientes em micronutrientes
ocorre um comprometimento na microbiota e aumento da permeabilidade intestinal. Os
micronutrientes influenciam o metabolismo e o funcionamento dos órgãos através de
um efeito direto após a absorção e transferência para as células ou órgãos alvo, ou um
efeito indireto mediado pela microbiota intestinal.

Vitamina B2 (Riboflavina)
 Atua como um combustível microbiano para Faecalibacterium prausnitzii
(biomarcador de um intestino saudável);
 Um estudo piloto aberto com 100mg/dia de riboflavina mostrou um aumento no
número de bactérias benéficas e redução da E. coli nos participantes.

Magnésio
 A deficiência de magnésio desempenha papel na desregulação biológica que
contribui para o surgimento da depressão e de transtornos de humor;
 4 dias de deficiência de magnésio contribui para a inflamação sistêmica e
composição da microbiota intestinal.
WINTHER, G. et al. Dietary magnesium deficiency alters gut
microbiota and leads to depressive-like behavior Act
Neuropsychiatry, 27 (03) (2015), pp. 168-176

Zinco
 Em modelos animais, a suplementação de zinco, demonstrou aumentar a
concentração de ácidos graxos de cadeia curta e a diversidade de espécies na
microbiota intestinal, principalmente lactobacillus;
 A suplementação afeta a resposta imune local e sistêmica e a integridade das
mucosas das membranas.
BIESALSKI, Hans K. Nutrition meets the microbiome: micronutrients and
the microbiota. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1372,
n. 1, p. 53-64, 2016.

Tratamento para a Permeabilidade Intestinal

Ácidos Graxos de Cadeia Curta:


Os AGCCs compreendem principalmente o acetato, o propionato e o butirato, e
são produzidos sob condições anaeróbicas no intestino grosso pela fermentação de
fibras alimentares. Eles têm a função de manter a barreira intestinal reduzindo o pH
luminal, alimentando as células epiteliais e aumentando a produção de mucina, podendo
ser eficaz na inibição da sobrevivência de microrganismos patogênicos.
O butirato é o principal substrato energético utilizado pelos colonócitos e de 70
a 90% do butirato é metabolizado por essas células.
VINOLO, M.A.R. Effect of short chain fatty acids on
neutrophils function. Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo, 2010.

Glutamina
Evidências sugerem a glutamina como sendo a principal fonte de nutrição dos
enterócitos, desempenhando assim, importante papel na manutenção das atividades
metabólicas do intestino.
A mucosa do intestino apresenta grande concentração de glutaminase em suas
células epiteliais, demonstrando compatibilidade com as taxas de captação e consumo
da glutamina. Em casos de suplementação, a concentração plasmática da glutamina
aumenta conforme a dose, sua absorção total no organismo humano pode variar de 60 a
90%. Outro aspecto a ser considerado no que tange a importância da glutamina para o
trato gastrointestinal é o fato de que a mesma apresenta capacidade imunomoduladora,
propiciando a reparação da mucosa intestinal.
BUCHMAN, A. Glutamina. In: SHILS, M.; OLSON, J.; SHIKE, M.; ROSS, C. Barueri:
Manole, 2009. p.601-607.
DIESTAL, C.F. et al. Efeito da suplementação oral de l- glutamina na parede colônica
de ratos submetidos à irradiação abdominal. Acta Cirúrgica Brasileira, v.20, n.1, p.94-
100, 2005.
NEVES, J.S. et al. Influência da glutamina na mucosa do intestino delgado de ratos
submetidos à enterectomia extensa. Rev Col Bras Cir., v.30, n.6, p.406-15, 2003.
XAVIER, H. et al. Relação do consumo de glutamina na melhora do trato
gastrointestinal: Revisão sistemática. O papel da glutamina no trato gastrointestinal.
Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v.3, n.18, p.504-512, 2009.

Formulação para reparo da mucosa intestinal:


Glutamina – 5g
Aviar X doses em pó
Posologia:
Consumir uma dose pela manhã em jejum.

Whey Protein
A proteína do soro do leite demonstrou agir como fator de crescimento para os
probióticos Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis, e servir como fonte de
energia para os colonócitos, melhorando a permeabilidade intestinal.
SARON, M.L.G. Aproveitamento do permeado do soro de leite bovino
através da transformação da lactose em lactulose e como ingrediente para
meios de cultura de bactérias probióticas. Dissertação. Campinas: Faculdade
de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, 2004.

Chá Verde

Os polifenóis do chá verde são metabolizados pela microbiota intestinal e


apresentam efeitos prebióticos, podendo inibir o crescimento de bactérias patogênicas
como Clostridium difficile e Staphylococcus spp, e estimular o crescimento de bactérias
benéficas como Bifidobacterium spp.
JANSSENS, P.L. et al. Long-term green tea supplementation does not
change the human gut microbiota. Plos One. v. 11, n.4, 2016.
Enzimas digestivas
 Digestão de proteínas.

Curcumina
 Redução da permeabilidade intestinal.
Raiz de alcaçuz
 Redução da permeabilidade intestinal, aumento da mucosa gástrica e da acidez
do estômago;
 500mg, 3 vezes ao dia.

Quercetina
 Atua nas proteínas de junção.

Vitamina D
 Induz a expressão de vários peptídeos antimicrobianos e é importante na
manutenção da formação de ligações firmes e adequadas.

Estresse e Microbiota Intestinal


O estresse pode afetar a trajetória de desenvolvimento da barreira intestinal e
tem sido associado a um aumento na permeabilidade do intestino.
5-hidroxitriptofano (5-HTP)

Diminui significativamente a permeabilidade intestinal em indivíduos saudáveis.

Produtos finais de glicação avançada (AGES) e


Permeabilidade Intestinal
AGES nos alimentos
Alimento Quantidade de Alimento Quantidade de
AGES AGES
Banana 82 Manteiga 264 873

Abacate 1 577 Maionese 94 000

Tomate cru 234 Peito de Frango 58 281


Batata 174 sem pele
cozida/25min grelhado/15min
Batata frita 15 219 Gema cozida/12 18 616
min

Fatores que afetam a formação de AGES nos alimentos:

Grelhar

Chapear, Tostar ou Aumento de 10 a 200 vezes nos


Assar níveis de AGEs.

Fritar

Preparo e temperatura no nível de AGEs no alimento

Ovos mexidos preparados em uma panela destampada em fogo médio-baixo


tem cerca de METADE de AGES de ovos preparados da mesma forma, mas em fogo
alto.
J Am Diet Assoc. 2010 Jun; 110(6): 911–16.e12.
Frango Escaldado ou cozido no vapor tem MENOS DE ¼ de AGES de frango
assado ou grelhado.

J Am Diet Assoc. 2010 Jun; 110(6): 911–16.e12.

Reduzir AGES das Carnes

Marinando
1 Carne Crua

2
Carne assada a 150ºC por 15 minutos, sem vinagre ou limão

3
Carne assada a 150ºC por 15 minutos, após marinar no vinagre ou limão por 1
hora

Marinada de Limão e Alecrim


Ingredientes:
 4 dentes de alho
 2 ramos de alecrim
 ½ xícara de azeite de oliva
 ½ xícara de suco de limão
 Sal e pimenta

Modo de preparo:
Em um liquidificador, coloque o alho, folhas de alecrim, azeite, limão, sal e pimenta.
Triture até formar uma pasta.Coloque a carne em uma assadeira e cubra com o
marinado. Faça furos com um garfo dos dois lados da carne e espalhe bem o tempero
para que cubra a carne toda. Leve para a geladeira por 4-8 horas para marinar. Retire o
excesso de líquido do marinado e grelhe a carne em frigideira bem quente por 7 minutos
de cada lado
Probióticos

Micro-organismos vivos que,


quando administrados em
quantidades apropriadas, conferem
benefício à saúde do hospedeiro.

Principais funções:
 Devem colonizar a camada mucosa intestinal;
 Devem resistir ao pH ácido do estômago;
 Aumentar a expressão de mucina nas células epiteliais intestinais;
 Servirem de barreira e inibir patógenos;
 Devem modular a resposta imune;
 Prevenção e Tratamento da constipação.

Probióticos e Ansiedade
Os alimentos fermentados que contêm probióticos podem ter um efeito protetor
contra os sintomas de ansiedade social para aqueles com maior risco genético.
HILIMIRE, Matthew R.; DEVYLDER, Jordan E.; FORESTELL,
Catherine A. Fermented foods, neuroticism, and social anxiety: An
interaction model. Psychiatry research, v. 228, n. 2, p. 203-208, 2015.

Estudos recentes mostram que os gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium têm


sido beneficamente usados como probióticos na ansiedade e na depressão, pois estão
diretamente ligados à produção de GABA.
BARRETT, E. et al. Gamma-Aminobutyric acid production by culturable
bacteria from the human intestine. J Appl Microbiol, v. 113, n. 2, p. 411-
7, 2012.
Alimentos fontes de Probióticos

Kefir

Iogurte com
lactobacillus Picles

Kombucha
Kefir
 Composto por mais de 50 espécies de bactérias probióticas e leveduras,
incluindo:
o Lactobacillus helveticus; o Lactobacillus
o Lactobacillus brevis; kefiranofaciens;
o Lactobacillus kefir; o Kluyveromyces lactis;
o Lactobacillus plantarum; o Saccharomyces
o Lactobacillus lipolytica.
acidophilus;

Excelente resistência
gastrointestinal e capacidade de
colonização.

Esta microflora vive simbioticamente numa matriz insolúvel de


polissacáridos;
GUZEL-SEYDIM, Z. B. et al. Functional properties of kefir. Critical
reviews in food science and nutrition, v. 51, n. 3, p. 261-268, 2011.
SILVESTRE, C. M. R. F. O diálogo entre o cérebro e o intestino: qual o
papel dos probióticos?: revisão de literatura. 2016. Tese de Doutorado.
Suplementos probióticos

Bifidobacteria;
Lactobacillos;
Streptococcus;
Total
aeróbica/anaeróbicas.

Coliformes;
Helicobacteria pylori;
Escherichia coli.

Journal of Translational Medicine. 2017;15:73.

Psicobióticos
São definidos como probióticos que quando consumidos conferem benefícios
para a saúde mental, através de interações com bactérias intestinais do hospedeiro.

Exercem efeitos ansiolíticos e antidepressivos caracterizados por alterações nos índices


emocionais, cognitivo, sistêmico e neural.
Os efeitos psicofisiológicos dos psicobióticos se enquadram nas seguintes
categorias:
1. Efeitos psicológicos nos processos emocionais e cognitivos;
2. Efeitos sistêmicos no eixo hipotálamo adrenal e resposta ao estresse de
glicocorticoides;
3. Reduz a inflamação, pelo aumento de citocinas pró-inflamatórias 10. Estas
citocinas compartilham uma associação positiva com condições psiquiátricas, em
especial a depressão;

Quanto maior a inflamação e estresse oxidativo menor é a resposta aos


antidepressivos inibidor seletivo da recaptação da serotonina (SSRI)

4. Aumento de 5-HT no hipocampo;


5. Ativação do Nervo-vago;
6. Manutenção do BDNF;
7. Aumento do triptofano plasmático;
8. Síntese de cofatores – B6; B12; Ácido fólico.

Trends in neurosciences. v. 39, n. 11, p. 763-781, 2016.


Biomedicine & Prevention. v. 2, p. 111, 2017.
Psychoneuroendocrinology, v. 76, p. 197-205, 2017.
PROBIÓTICOS com efeitos PSICOBIÓTICOS:
 Lactobacillus helveticus e Bifidobacterium longum – redução de cortisol e
melhora do humor;
 Lactobacillus casei Shirota – melhora do humor e da memória, redução do
estresse acadêmico;
 Bifidobacterium animalis, Streptococcus thermophiles, Lactobacillus
bulgaricus e Lactococcus lactis – modulação da reação em situações negativas;
 β- Galacto-oligossacarídeos – atenuou o estado de vigilância, sugerindo atenção
reduzida e reatividade às emoções negativas.
Trends in neurosciences. v. 39, n. 11, p. 763-781, 2016.

Psicobióticos e o eixo do intestino-cérebro: na busca da felicidade

Psicobióticos: a nova classe dos psicotrópicos

Teoria dos Psicobióticos


O que dizem os estudos...

 Estudo randomizado, duplo cego, separado por placebo, realizado em humanos,


durante 30 dias;
 Suplementação de 3 x 109 - Lactobacillus helveticus + Bifidobacterium longum

Probiótico
Placebo
s

PSs - Escala de HADs – Escala de


estresse percebida ansiedade e depressão

A suplementação atenuou o sofrimento psicológico e reduziu o cortisol!

MESSAOUDI, M. et al. Beneficial psychological effects of a probiotic


formulation (Lactobacillus helveticus R0052 and Bifidobacterium longum
R0175) in healthy human volunteers. Gut microbes, v. 2, n. 4, p. 256-261,
2011.
 Estudo em humanos realizado durante 3 semanas;
 Suplementação de 3 bilhões de UFC/dia – Lactobacillus acidophilus e
Bifidobacterium longum

O consumo de probióticos reduziu significativamente os


sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náusea e
vômitos, induzidos pelo estresse.

DIOP, L. et al. Probiotic food supplement reduces stress-induced


gastrointestinal symptoms in volunteers: a double-blind, placebo-
controlled, randomized trial. Nutr Res. v. 28, n.1, p. 1-5, 2008.

 Estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo. Determinou os efeitos


de um iogurte probiótico e da suplementação de cápsulas probióticas com
multiespécies sobre a saúde mental e o eixohipotálamo-hipófise-adrenal em
trabalhadores petroquímicos;
 Os indivíduos foram divididos aleatoriamente em três grupos para
receber iogurte probiótico de 100g/dia + uma cápsula de placebo (n = 25) ou
uma cápsula probiótica diária + iogurte convencional de 100g/dia (n = 25) ou
iogurte convencional de 100g/dia + um cápsula de placebo (n = 20) por 6
semanas;
Lactobacillus casei 3 × 103
L. acidophilus 3 × 107
L. rhamnosus 7 × 109
L. bulgaricus 5 × 108
Bifidobacterium breve 2 × 1010
B. longum 1 × 109
S thermophilus 3 × 108 UFC
100mg de fruto-oligossacarídeos com lactose como excipiente

 Foi avaliado parâmetros de ansiedade e de estresse;


Houve melhora nos participantes suplementados com iogurte probiótico ou
cápsula probiótica.
MOHAMMADI, A. A. et al. The effects of probiotics on mental health and
hypothalamic–pituitary–adrenal axis: A randomized, double-blind, placebo-
controlled trial in petrochemical workers. Nutritional Neuroscience, 2016.
Segundo os autores: este é o primeiro estudo a mostrar que os probióticos podem
melhorar os escores de depressão, bem como alterar os padrões de atividade cerebral em
pacientes com Síndrome do Intestino Irritável (SII) com comorbidades como depressão
e ansiedade.

Após 6 semanas de suplementação de Bifidobacterium longum em pacientes com SII,


houve diminuição dos escores de depressão e diminuição da atividade cerebral em áreas
envolvidas no processamento de emoções negativas.

Melhorou os sintomas gerais da SII e a qualidade de vida.


 Pessoas saudáveis receberam probióticos por 30 dias.

Os pesquisadores usaram vários Seus resultados mostraram que o


grupo de probióticos apresentava
questionários para testar os efeitos dos menor estresse psicológico do que
probióticos no estresse, ansiedade, o grupo controle.

depressão e enfrentamento.

Em pessoas com síndrome de fadiga crônica, a administração de


probióticos durante um experimento de dois meses resultou em menos
sintomas relacionados à ansiedade.
O tratamento crônico com Bifidobacterium
infantis atenuou mudanças imunológicas induzidas
pelo estresse no início da vida e comportamentos
depressivos quando adultos.

DESVONNET, L. et al. Effects of the probiotic Bifidobacterium infantis in the


maternal separation model of depression. Neuroscience. 2010;170:1179.

Lactobacillus helveticus ROO52 também mostrou


reduzir o comportamento semelhante à ansiedade e
aliviar a disfunção da memória.

OHLAND, C.L. et al. Effects of Lactobacillus helveticuson murine behavior are


dependent on diet and genotype and correlate with alterations in the gut
microbiome. Psychoneuroendocrinology. 2013;38:1738

Lactobacillus rhamnosus JB-1 reduziu os


comportamentos relacionados à ansiedade e
à depressão.
Bravo JA, Forsythe P, Chew MV, Escaravage E, Savignac HM, Dinan TG, Bienenstock J,
Cryan JF. Ingestion of Lactobacillus strain regulates emotional behavior and central
GABA receptor expression in a mouse via the vagus nerve. Proc Natl Acad Sci U S
A. 2011;108:16050–16055.
B. longum e depressão em pacientes com SII

Pacientes com SII suplementados com Bifidobacterium


longum, durante 10 semanas, apresentaram menores escores
de depressão, em comparação com os pacientes placebo.
A Ressonância Magnética mostrou que a melhora nos escores
de depressão foi associada a mudanças em várias áreas do
cérebro envolvidas no controle do humor.
PINTO-SANCHEZ, M.I. et al. Probiotic bifidobacterium longum
NCC3001 reduces depression scores and alters brais activity: a pilot study
in patients with irritable bowel syndrome. Gastroenterology. v. 153, n.2, p.
448-459, 2017.
 Estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo;
 Suplementação de 3 cepas probióticas: Lactobacillus acidophilus (2 x 109);
Lactobacillus casei (2 x 109) e Bifidobacterium bifidum (2 x 109) durante 8
semanas;

Níveis de glutationa antioxidante

Índices de depressão no transtorno depressivo maior (MDD)


Níveis séricos de insulina

AKKASHEH, G. et al. Clinical and metabolic response to probiotic


administration in patients with major depressive disorder: A randomized,
double-blind, placebo-controlled trial. Nutrition 2016 Mar;32(3):315-320.
Mesmo em pessoas não deprimidas, as cepas
probióticas - B. bifidum, B. lactis, L.
acidophilus, L. brevis, L. casei, L. salivarius e
Lactococcus lactis (5 bilhões de UFC)
reduziram a reatividade cognitiva geral e os
pensamentos negativos.

STEENBERGEN, L. et al. A randomized controlled trial to test the effect


of multispecies probiotics on cognitive reactivity to sad mood. Brain
Behav Immun 2015;48:258-264.

Cepas probióticas para


Ansiedade e Depressão

Lactobacillus Lactobacillus Lactobacillus Lactobacillus


acidophilus helveticus casei Shirota casei

Lactobacillus Lactobacillus Lactococcus Bifidobacterium


rhamnosus salivarius lactis bifidum

Bifidobacterium Bifidobacterium Bifidobacterium Bifidobacterium


brevis infantis lactis longum
Aspectos práticos da prescrição de
probióticos

1. É necessário conservação em geladeira?

DEPENDE!

Liofilizados não necessitam de refrigeração!

Dryning (Secamento)
o Mantêm as cepas estáveis em temperatura acima de 25ºC;
o Maior vida útil;
o Estáveis em pH ácido.

A liofilização é uma tecnologia de secagem que constitui na remoção da água


através da sublimação. Ocorre quando o alimento congelado, isto é, quando todo o seu
conteúdo de água está na forma de gelo, é submetido a condições de pressões muito
baixas. O produto é colocado em câmaras herméticas, o ar de dentro é removido através
de bombas de alto vácuo, criando a condição para que ocorra a sublimação da água.
A água passa de seu estado sólido para o gasoso a temperaturas muito baixas e
sem a presença de oxigênio, fatores muito favoráveis para a preservação das
características nutricionais de um alimento. Indicado para produtos que tenham
elementos sensíveis ao calor, como proteínas e vitaminas, a liofilização conserva as
propriedades nutritivas, pois as membranas das células não se rompem com a perda do
vapor de água. Praticada em pequena escala no Brasil há mais de dez anos, passa agora
para a produção de alimentos disponíveis em supermercados, como frutas, legumes e
verduras, carnes, sopas, sucos em pó, etc.
TERRONI, H. C. et al. LIOFILIZAÇÃO. Revista científica UNILAGO.
Disponível em:
http://www.unilago.edu.br/revista/edicaoanterior/Sumario/2013/downloads/2
013/LIOFILIZA%C3%87%C3%83O.pdf. Acesso em: 18/06/2018
IACONELLI, C. et al. Drying process strongly affects probiotics viability
and functionalities. Journal of biotechnology, v. 214, p. 17-26, 2015.
BROECKX, G. et al. Drying techniques of probiotic bacteria as an important
step towards the development of novel pharmabiotics. International
Journal of Pharmaceutics. v. 505, n. 1, p. 303-18, 2016.

Cápsulas Gastrorresistentes

“Todas as cepas testadas apresentaram alta sensibilidade às condições ácidas e


sugeriram que a maioria desses micro-organismos não apresentaria viabilidade
quando imerso no estômago em jejum”

Caillard, Romain, and Nicolas Lapointe. "In vitro gastric survival of commercially
available probiotic strains and oral dosage forms." International journal of
pharmaceutics 519.1 (2017): 125-127.
2. Qual o melhor horário para o consumo de probióticos?
Antes das refeições

ou

Durante as refeições

Somente 1 artigo!

A sobrevivência de todas as bactérias no produto


era melhor quando administrada com uma
refeição ou 30 minutos antes de uma refeição

TAMPONAMENTO DO pH

30 minutos após as refeições...


 Menor sobrevida dos probióticos;
 Maior quantidade de ácido clorídrico;
 Menor pH do estômago.

TOMPKINS, T.; MAINVILLE, I.; ARCAND, Y. The impact of meals on a probiotic


during transit through a model of the human upper gastrointestinal tract. Beneficial
Microbes, v. 2, n. 4, p. 295-303, 2011.
3. Melhor refeição para consumir junto com probióticos?

MINGAU DE AVEIA
Ingredientes:
200 ml de Leite Desnatado
2 colheres de sopa de Farelo de Aveia
1 colher de café de Essência de Baunilha

Modo de preparo:
Em uma panela adicione o leite desnatado e deixe aquecer em fogo baixo, acrescente a
aveia e a essência de baunilha e misture bem até começar a engrossar e soltar do fundo
da panela. Despeje em uma taça, salpique canela por cima e sirva em seguida.

4. Qual a dosagem?
No mínimo 2 bilhões de UFC!

Início do Tratamento – 5 bilhões de UFC


Manutenção – 2 bilhões de UFC
Lactobacillus

Bifidobacterium
5. Combinado ou Isolado?

Cepas combinadas são mais eficazes


na melhora dos sintomas do intestino
irritável, na função imunológica e na
saúde digestiva.

6. 4 horas de intervalo quando associar com antibióticos!


7. 2 horas após uso de fitoterápicos antibacterianos!

8. Cápsulas vegetais!

9. Excipientes: Inulina, FOS, Goma Acácia, Celulose


microcristalina e aerosil.

Excipientes ou ingredientes inativos:


São substâncias destituídas de poder terapêutico, usadas para assegurar a
estabilidade e as propriedades físico-químicas e organolépticas dos produtos
farmacêuticos.
Os excipientes de medicamentos para uso interno podem ser: conservantes,
corantes, aromatizantes (flavorizantes), adoçantes (edulcorantes) espessantes,
emulsificantes, estabilizantes ou antioxidantes. Eles mantêm os remédios livres de
microrganismos e adequados ao consumo por mais tempo, além de torná-los palatáveis,
favorecendo a adesão ao tratamento.
BALBANI, A. P. S.; STELZER, L. B.; MONTOVANI, J. C.
Excipientes de medicamentos e as informações da bula. Rev Bras
Otorrinolaringol 2006;72(3):400-6.
Quais cepas prescrever?
Saúde digestiva:
 Lactobacillus plantarum
 Lactobacillus acidophilus
 Bifidobacterium lactis
 Bifidobacterium longum
 Lactobacillus rhamnosus
 Lactobacillus fermentum
 Bifidobacterium bifidum
 Lactobacillus reuteri
 Lactobacillus helveticus
 Lactobacillus brevis

Saúde imune:
 Lactobacillus plantarum
 Lactobacillus acidophilus
 Bifidobacterium lactis
 Lactobacillus brevis
 Lactobacillus salivarius
 Lactobacillus paracasei

Recuperação antibiótica:
 Saccharomyces boulardi
 Lactobacillus rhamnosus
 Saccharomyces thermophilus
 Bifidobacterium lactis
 Lactobacillus acidophilus
 Lactobacillus casei
 Lactobacillus bulgaricus
 Bifidobacterium infantis
 Lactobacillus paracasei
Alívio da Síndrome do Intestino Irritável
 Saccharomyces boulardi
 Lactobacillus rhamnosus
 Bifidobacterium bifidum
 Bifidobacterium coagulans
 Lactobacillus acidophilus
 Lactobacillus bulgaricus
 Bifidobacterium infantis
 Enterococcus faecium

Ansiedade, Depressão e Modulação do Cortisol


 Lactobacillus acidophilus
 Lactobacillus helveticus
 Lactobacillus casei shirota
 Lactobacillus casei
 Lactobacillus rhamnosus
 Lactobacillus salivarius
 Bifidobacterium bifidum
 Bifidobacterium brevir
 Bifidobacterium infantis
 Bifidobacterium lactis
 Bifidobacterium longum
 Lactococcus lactis

E o uso em pessoas saudáveis...

Lactobacillus rhamnosus e Bifidobacterium animalis


Probióticos mortos também funcionam?
SIM

 Sistema imunológico;
 Modulação da inflamação

ADAMS, C.A. The probiotic paradox: live and dead cells are biological
response modifiers. Nutrition Research Reviews. v. 23, p. 37-46, 2010.

Quando o probiótico é “morto” os MAMPs são liberados da


membrana.

Agem nos receptores NOD (do inglês, Nucleotide-binding


oligomerization domain) que estimulam o sistema
imunológico.

BIOMAMPs: fragmentos de bactérias distintas


Patenteados no Brasil:
Bio-MAMPs Lactobacillus acidophilus
Bio-MAMPs L. rhamnosus
Bio-MAMPs L. paracasei
10mg
Bio-MAMPs L. helveticus
Bio-MAMPs Bifidobacterium lactis
BioMAMPs Streptococcus thermophilus

Bio-MAMPs L. gasseri:
Utilizado para depressão!
Melhora dos
hábitos
Redução do intestinais
cortisol salivar
Melhora da
qualidade do
sono

NISHIDA, K. et al. Daily administration of paraprobiotic Lactobacillus


gasseri CP2305 ameliorates chronic stress-associated symptoms in
Japanese medical students. Journal of Functional Foods. v. 36, 2017.

Consuma:
Alimentos ricos em polifenois!

Journal of Translational Medicine. 2017;15:73.


Bactérias
patogênicas

Lactobacillus
e
Bifidobacteria

A microbiota torna o polifenol biodisponível por transformar


da forma glicosídica para a forma aglicona.
Behav Brain Res. 2014; 268: 1–7
Int Immunopharmacol. 2008; 8: 484–494
Behav Brain Res. 2012; 228: 359–366
Alcachofra Morango Cebola
TNF-α, PG2 em
Cacau em pó Romã microglia
Fisetina Efeito
antidepressivo

Resveratrol -
Chá verde Amêndoas Mirtilo Maçã Vinho Tinto BDNF
CURCUMINA Modificam os níveis de
neurotransmissores

Previnem a neuroinflamação

Regula a aprendizagem e a
memória

Kulkarni, S.K.. et al. Antidepressant activity of curcumin: involvement


of serotonin and dopamine system. Psychopharmacology
(Berl). 2008; 201: 435–442

CHÁ VERDE - Camellia sinensis

Consumo por 7 dias em camundongos - efeitos semelhantes


aos antidepressivos com efeitos na ativação do eixo HPA.

Modulação da atividade da enzima monoamina oxidase,


aumentando assim as concentrações de monoamina.

Zhu, W.L., Shi, H.S., Wei, Y.M. et al. Green tea polyphenols produce
antidepressant-like effects in adult mice. Pharmacol Res. 2012; 65: 74–80
Mazzio, E.A., Harris, N., and Soliman, K.F. Food constituents attenuate
monoamine oxidase activity and peroxide levels in C6 astrocyte
cells. Planta Med. 1998; 64: 603–606
ROMÃ

Promove significativamente o crescimento de Bifidobacterium


breve e Bifidobacterium infantis em 275% e 241%.
BIALONSKA, D. et al. The effect of pomegranate (Punica granatum L.)
byproducts and ellagitannins on the growth of human gut bacteria. Journal
of agricultural and food chemistry, v. 57, n. 18, p. 8344-8349, 2009.

Qual a melhor dieta para a microbiota intestinal?


ESTRATÉGIA 5P

Polifenois

Paraprobióticos
Plano Probióticos
Alimentar

Prebióticos
ESTILO DE VIDA

O treinamento físico induz mudanças tanto na composição quanto na função da


microbiota do intestino humano independentemente da dieta!

3 vezes por semana durante 6 semanas

Duração de 30 a 60 minutos
Exercício cardiovascular

ALLEN, Jacob M. et al. Exercise Alters Gut


Microbiota Composition and Function in Lean and
Obese Humans. Urbana, v. 51, p. 61801, 2017.

YOGA E MEDITAÇÃO

Atividade do eixo HPA

↑ altamente significativo Sinalização de vias inflamatórias


de 3 vezes no nível de
BDNF

Atuação nas vias


neurotróficas

Maior resiliência e bem-estar ao


estresse

CAHN, B. Rael et al. Yoga, meditation and mind-body health:


increased BDNF, cortisol awakening response, and altered
inflammatory marker expression after a 3-month yoga and
meditation retreat. Frontiers in human neuroscience, v. 11, p.
315, 2017.
COMBINAÇÃO DE TRATAMENTOS

Exercício físico Suplementação


Alimentação

Terapia

Terapias Alternativas

Medicação

Sono

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