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Rubim, Bianca Projeto de Pesquisa - O Sexismo Nas Ciências - A Questão Do Gênero No Ecossistema de Incubadoras e Inovação
Rubim, Bianca Projeto de Pesquisa - O Sexismo Nas Ciências - A Questão Do Gênero No Ecossistema de Incubadoras e Inovação
O SEXISMO NA CIÊNCIA:
RIO DE JANEIRO
2020
BIANCA RUBIM ANTUNES
O SEXISMO NA CIÊNCIA:
RIO DE JANEIRO
2020
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ____________________________________________________10
1.1 Objetivos____________________________________________________20
1.2 O lócus da pesquisa e os percursos metodológicos ___________________25
1.3 Referencial Teórico ___________________________________________26
1.4 Formulação de Hipóteses _______________________________________26
2. A CONSTRUÇÃO DO GÊNERO FEMININO __________________________50
2.1 Na Filosofia _________________________________________________53
2.1.1 A visão de alguns filósofos da Idade Antiga _________________20
2.1.2 A visão de alguns filósofos da Idade Média _________________25
2.1.3 A visão de alguns filósofos da Idade Moderna _______________26
2.1.4 A visão de alguns filósofos da Idade Contemporânea _________50
2.2 Na Igreja ___________________________________________________67
2.3 Na Psicanálise – Falocentrismo __________________________________67
2.4 Na Ciência __________________________________________________67
2.4.1 O papel da neurociência no gênero ________________________25
2.4.2 O papel da testosterona no gênero ________________________26
3. A CONSTRUÇÃO DO SELF _________________________________________55
4. O SEXISMO NA INFÂNCIA _________________________________________60
4.1 Qual papel da educação sexista na vida profissional __________________45
5 – A FALTA DE REPRESENTATIVIDADE DAS MULHERES ____________65
5.1 Na Empregabilidade __________________________________________45
5.2 Na Medicina _________________________________________________45
5.3 Na Física ___________________________________________________45
5.4 Na Química _________________________________________________45
5.5 Nas Ciências Sociais e Filosofia _________________________________45
5.6 Na Política __________________________________________________45
5.6.1 Representatividade das mulheres em 2015 e 2016 ____________25
5.6.2 Representatividade das mulheres em 2020 __________________26
5.7 No Cinema __________________________________________________45
5.8 Na Engenharia e Ciência da Computação___________________________45
5.9 Na Mídia ___________________________________________________45
5.10 No Comando de Empresas - CEO _______________________________45
5.11. Mulheres Laureadas Com Prêmio Nobel Até 2019 _________________45
5.11.1 Mulheres Laureadas na Física ___________________________25
5.11.2 Mulheres Laureadas na Química _________________________26
5.11.3 Mulheres Laureadas na Fisiologia e Medicina ______________26
5.11.4 Mulheres Laureadas na Literatura ________________________26
5.11.5 Mulheres Laureadas na Paz _____________________________26
5.11.6 Mulheres Laureadas nas Ciências Econômicas _____________26
6. O GÊNERO NO ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO E EMPREENDIMENTO
___________________________________________________________________110
6.1 Definição do Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo _________101
6.2 O gênero no Ecossistema de Inovação ___________________________105
6.3 O gênero no Ecossistema de Empreendimento _____________________110
7. O PAPEL DO FEMINISMO NA PROBLEMATIZAÇÃO DOS
ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO E EMPREENDIMENTOS _____________130
7.1 Mecanismo - Política _________________________________________130
7.2 Mecanismo – Marco-regulatório ________________________________133
7.3 Mecanismo -Infraestrutura _____________________________________134
7.4 Mecanismo - Financiamento____________________________________135
7.5 Mecanismo – Cultura _________________________________________137
7.5.1 Mídia ______________________________________________140
7.5.2 Trabalho Não Remunerado _____________________________140
7.6 Mecanismo – Disponibilidade de mentoria ________________________140
7.7 Mecanismo – Universidades ___________________________________141
7.8 Mecanismo – Capital Humano _________________________________142
7.9 Mecanismo – Fornecedores e Agências Locais _____________________143
7.10 Mecanismo – Rede de Contatos ________________________________143
7.10.1 Mecanismo – Rede de Contatos Particular e Exclusivo ______140
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS_________________________________________130
REFERÊNCIAS_____________________________________________________140
TEMA
JUSTIFICATIVA
Se você perguntar aos homens por que eles fizeram um bom trabalho, eles
dirão: ‘sou demais. Obviamente. Por que você tá perguntando?’ Se você
perguntar o mesmo às mulheres, elas dirão que alguém as ‘ajudou, que elas
tiveram sorte, que trabalharam duro’.
O caso da falta de ascensão nos mais altos graus superiores e a captação para
mais recursos, seja no trabalho, seja no campo de pesquisadores, de tecnologia, de
empresas incubadoras, startups podem ter relação com a falta de oportunidades ou a
falta de capital social para realizar os devidos contatos, cita Uzzi (2019) ao referendar
que mulheres e homens precisam de diferentes tipos de redes, na sua pesquisa foi
percebido que mulheres que possuem como contato outras mulheres em posições
estratégicas tiveram mais chances de assumir cargos de lideranças, que as que não
possuem tais contatos, no caso dos homens essas redes pouco importam; essa talvez seja
pelo fato de o ser humano ser mais empático com o seu semelhante, homem
normalmente tende a dar preferência para outro homem, tal conduta também pode ter se
naturalizado quando a mulher está no mesmo papel, ela também tende a preferir um
homem, assim o ciclo se retroalimenta.
No caso das brincadeiras, Beauvoir já havia mencionado isso em sua obra;
também identifica a Revista Mulher na Ciência (2018) como algo preocupante, coincide
também como uma recomendação nas aulas de educação física que os professores
deixem as meninas brincarem livremente, deixem-nas correrem tal como os meninos
(Ministério da Ed. E do Desporto, 1995, p.12). Como a psicologia mostra a importância
da primeira infância, do desenvolvimento infantil na formação de meninos e meninas
como uma das principais causas da construção do arcabouço da masculinidade frente a
uma feminilidade, a questão da construção do self e do eu. Bell Hooks (2018, 13)
menciona que o sexismo é o propagador de todo o patriarcado, que é ele o inimigo
número um do feminismo.
O sexismo está perpetuado em todas as esferas da vida, não é por acaso que ele
também está maculado na educação formal das crianças e jovens, prova de que existe
uma recomendação nos critérios para um atendimento de qualidade que respeite os
direitos fundamentais das crianças, que, infelizmente, passa desapercebida pela maioria
dos profissionais de educação, diz que: “as meninas também participam de jogos que
desenvolvem os movimentos amplos: correr, jogar, pular" (Ministério da Ed. E do
Desporto, 1995, p.12). Corrobora com o mesmo pensamento a pesquisadora Sheila
Scraton (1995, 60-3) que afirma que o professorado prevê que as meninas não realizem
movimentos bruscos ou perigosos, além de enfatizar as qualidades corporais das
meninas com elegância, bons modos, movimentos limitados, controlados e a beleza.
Algo que difere e muito dos meninos no entendimento de Deborah Thomé Sayão (2005,
p.60), esses não são escravizados na "ideologia da domesticação corporal", possuindo
os meninos um amplo envolvimento corporal, noção ilimitada e livre com seus corpos.
Outro caso que possa orientar a persistente exclusão das obras cientificas do
sexo ou gênero feminino, das invenções, da vida acadêmica e social seja a disputa por
esse poder que se dá tanto de forma consciente como inconsciente, que é perpetuado
tanto por um homem como por uma mulher. Um sistema patriarcal ainda em pleno
século XXI muito enraizado em nossa sociedade.
Uma outra coisa que possa influenciar a escassez das mulheres é a falta de
representatividade, nesse campo temos uma grande importância das mídias, se a
sociedade consome cada vez mais mídia e as meninas se vem majoritariamente em
comportamentos estereotipados como exigir delas algo diferente? Nesse contexto o
documentário “Mulheres na Mídia” (Documentário, 2012) é extremamente
esclarecedor.
O ciclo tende a se fechar, da infância à fase adulta, do ambiente familiar à
sociedade; das mídias, da arte, da academia, do cinema; tudo isso faz com que o status
quo se perpetue.
1 - INTRODUÇÃO
Se, toda vez que nós olhamos ao espelho e reclamamos da nossa aparência,
temos que nos lembrar da menina que ouve isso e aprende. (Documentário,
Mulheres na mídia, 2012).
1.1 OBJETIVOS
CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
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