Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PONTA GROSSA
2022
HOLIVER HILAN LAROCA ROSA
PONTA GROSSA
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………..04
2. DESAFIOS PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA DE CARÁTER
SOCIAL………………………………………………………………………... …05
3. MÉTODOS DE PESQUISAS UTILIZADAS NAS CIÊNCIAS HUMANAS E
SOCIAIS PELA ÓTICA DE CHIZZOTTI, MARTINELLI, CERVI E
PRESTES…………………………………………………………………………..06
3.1 Características e aproximação sobre o Método Experimental …………….06
3.2 - A pesquisa qualitativa nas ciências sociais pela ótica de Antonio Chizzotti e
Maria Lúcia Martinelli. …………………………………………………………..07
3.3 - A pesquisa quantitativa: o empirismo, técnicas e sua finalidade…………09
3.4. A utilização da Pesquisa Mista nas ciências sociais e suas relevância para o
Serviço Social………………………………………………………………………10
4
levando em consideração a constância histórica, respeitando a identidade entre sujeitos e
objetos a serem trabalhados.
Para que esse trabalho se desenvolva, é necessário elaborar uma metodologia de
trabalho que vise o aprimoramento do conhecimento científico. A pesquisa social é o
elemento fundamental para este processo. Minayo (1996) salienta que as técnicas utilizadas
pelo pesquisador se constituem na forma de abordagem nos instrumentos de
operacionalização utilizados, realizando uma abordagem baseada numa teoria sem desprender
da questão do método da pesquisa, pois ambos os elementos se constituem como categorias
indissociáveis, sendo estes instrumentos a base da ciência, pois é com a sua
operacionalização que será possível conhecer o mundo social, fomentando o conhecimento já
produzido sobre a realidade concreta, realizando um movimento vinculado entre o
pensamento e ação.
A pesquisa pode ser realizada em diferentes áreas do conhecimento, se utilizando de
diferentes técnicas e instrumentos. Tais técnicas podem possuir um caráter qualitativo,
quantitativo, misto ou experimental. Outro instrumento necessário para a realização deste
processo, é a escolha da perspectiva que norteará o processo de pesquisa - neste item leia-se
teoria social. Em seu artigo, Minayo (1996) apresenta três correntes teóricas que podem
nortear o pesquisador, sendo elas: o Positivismo, teoria esboçada por Augusto Comnte, que
busca realizar um estudo da realidade social a partir da objetividade; o Compreensivismo,
teoria oriunda de Max Weber, que busca apresentar a subjetividade como fundamento da vida
social, ligada a questão da objetividade nas ciências sociais; e por último o Marxismo, ou
Teoria Social de Karl Marx. Netto (2011) aponta que esta corrente filosófica busca
compreender a realidade a partir do método do materialismo-histórico dialético, esse visa
realização de sucessivas mediações nos diversos fatores que compõem as relações
econômicas, materiais e sociais, e que resultam a realidade que nos é imposta hoje ou a
realidade de determinado objeto. Destaca-se que essa última corrente, possui um caráter
crítico revolucionário, pois ela ultrapassa a objetividade ou essenciais dos fenômenos, pois
busca entender os objetos a partir das suas raízes e dos seus condicionantes.
Como já citado, o campo da realidade social é um campo composto por contradições e
conflitos. Para aderir o grau de cientificidade na construção de conhecimento, o pesquisador
deve realizar um laborioso estudo sobre os objetos postos, e para isso, é necessário entender
qual a metodologia mais adequada para a realização deste processo de pesquisa.
5
3. MÉTODOS DE PESQUISAS UTILIZADAS NAS CIÊNCIAS HUMANAS E
SOCIAIS PELA ÓTICA DE CHIZZOTTI, MARTINELLI, CERVI E PRESTES
Diante deste cenário, precisou-se elaborar novas metodologias de pesquisa para a àrea
humana e social, pesquisas que não apenas considerassem os dados como fatos isolados, mas
considerando a visão do sujeito pesquisador ao observar o mundo real, realizando um
processo de interpretação dos fenômenos buscando lhes atribuir um significado.
Nos parágrafos que se seguem, pretende-se realizar uma apresentação sobre os
diferentes tipos de metodologia de pesquisa, direcionado a prática para pesquisadores das
áreas sociais e humanas, com um enfoque para a atuação do Serviço Social. No entanto,
inicialmente será realizado uma aproximação sobre o método experimental, pouco usado nas
ciências humanas e sociais, visto que este busca a exatidão dos fenômenos, sendo inviável a
sua utilização nas ciências sociais já que estas são movidas pelos movimentos coletivos,
micro e macro estruturais (CHIZZOTTI, 1991). Após isso, será tratado sobre as metodologias
usadas nas ciências sociais e humanas.
6
A estruturação deste processo de pesquisa, conforme Chizzotti, pode ser estruturada
em quatro etapas:a determinação do problema, a organização da pesquisa, a execução da
pesquisa de campo e a redação do texto. Tais etapas compõem a estruturação de outras
metodologias de pesquisa, como será abordado posteriormente.
3.2 - A pesquisa qualitativa nas ciências sociais pela ótica de Antonio Chizzotti e
Maria Lúcia Martinelli.
Delimitação e Problema decorre de uma delimitação espacial e/ou temporal onde o objeto se
formulação do encontra; realizado o processo de exploração e apreensão dos contextos onde o
problema a ser objeto esteja inserido, sejam eles ecológicos ou sociais - campo onde será
pesquisado realizado o processo de pesquisa.
7
se manifesta e o que está velado.
8
viés quantitativo. O item a seguir trata-se da perspectiva das pesquisas quantitativas, pela
ótica de Emerson Cervi.
Em seu artigo, Cervi busca realizar uma discussão sobre o papel dos métodos
quantitativos como ferramenta de pesquisa empírica nas ciências sociais. Para que esta
metodologia se efetive, é utilizado o quantitativo, conjunto de técnicas de pesquisa social e
análise. A cientificidade nas ciências sociais é baseada na síntese entre o racionalismo e o
empirismo. Nesse sentido, Cervi (2009) aponta a inviabilidade de quantificar, medir ou
contar qualquer coisa que não tenha uma classificação existente. Sendo assim, para realizar
uma pesquisa quantitativa, o pesquisador deve partir de um objeto que já tenha sido
pesquisado, é necessário apreender alguns elementos antes de se iniciar a pesquisa, pois é
com a delimitação do objeto que se pode realizar o planejamento de técnicas qualitativas, já
que busca medir um objeto já pesquisado (CERVI, 2009).
O empirismo é a perspectiva mais comum nas pesquisas quantitativas, dado que esta
perspectiva dá a base para uma análise sobre a realidade, podendo resultar em dados
secundários quantificados sobre determinada realidade social, quando eles já estão
disponíveis ou a partir de dados primários, oriundos da própria ação da pesquisa.
Para que esta metodologia seja operacionalizada, os pesquisadores aplicaram um
conjunto de técnicas a fim de obter as respostas para o seu objeto de pesquisa. Cervi aponta a
aplicação de questionários e a análise de fontes de dados primários estatísticos como a
ferramenta central deste processo. Com aplicação desta técnica, o pesquisador pode traçar
uma descrição da quantidade características de determinada população, o estabelecimento de
relações causais entre variáveis já conhecidas, e a realização de inferências a partir de
resultados obtidos em amostras representativas de populações mais amplas (CERVI, 2009).
As etapas do processo empírico qualitativo é constituído pela análise das ideias e dos
conceitos, após este estágio o pesquisador busca encontrar as suas evidências com a pesquisa
de campo. O terceiro estágio seria o da análise dos resultados obtidos, visando compreender
as representações que perpassam os objetos de estudo. Cervi (2009) destaca que com este
processo, seria possível destacar a identificação de padrões gerais dos elementos integrantes
da realidade e as relações que existem entre eles; conhecer estes padrões permite ao
pesquisador a possibilidade de comparar dados da realidade.
9
Por se tratar de uma pesquisa de caráter empírico, esta se torna uma pesquisa
organiza, onde o pesquisador sujeito que está inserido em determinado contexto, vai realizar
um diálogo entre o objeto, permitindo um refinamento das teorias já existentes (CERVI,
2009)
Com essas considerações, Cervi define a pesquisa social quantitativa como uma das
formas de representação de fenômenos significativos da sociedade, partindo de de um
conjunto de técnicas, seria possível quantificar os padrões existentes e as relações entre as
características do objeto, sendo necessário um conhecimento prévio do fenômeno a ser
estudado.
Além das técnicas, em seu texto Cervi contextualiza as três finalidades que o
pesquisador deve considerar ao elaborar uma pesquisa quantitativa para que essa gere
resultados estéreis. Sendo elas: tratar das concepções para explicar possíveis temas de
causas; expressar explicações multivariadas, realizar a seleção de casos a serem analisados
que permitam a generalização dos resultados e por último realizar a definição de medida
empírica relacionada a um conceito teórico. Sendo estes os pontos centrais para a elaboração
de um estudo quantitativo que aprenda e crie conhecimentos de determinada realidade social.
3.4 A utilização da Pesquisa Mista nas ciências sociais e suas relevância para o
Serviço Social
10
sociais, materiais e econômicas, oriundas da relação capital versus trabalho. Como resultado,
a sociedade em si é um campo composta por diversas contradições e diversas totalidades,
totalidades que são formadas por totalidades menores e, que sem o movimento das
contradições, seriam totalidades inertes que não resultam no movimento do objeto (NETTO,
2011). Quando o pesquisador se depara com este cenário, é necessário realizar diversas
aproximações sobre as facetas que determinam o objeto. É nesse sentido que a concepção
filosófica marxista é inserida neste processo de investigação na pesquisa .
Como citado anteriormente, a pesquisa mista procura realizar a interlocução entre os
dados qualitativos (relatos, histórias, experiências, onde se manifesta a subjetividade de cada
objeto etc) com os dados objetivos (dados coletados quantitativamente), com o adesão do
método marxista é possível realizar uma leitura sobre os determinados fatores que compõem
o objeto, não ficando apenas na aparência do mesmo, mas entrando na sua essência, no que
está oculto.
A pesquisa mista é uma excelente ferramenta para a construção do conhecimento
acerca da realidade dos fenômenos. Produzir conhecimento é uma tarefa imprescindível para
o serviço social, uma vez que este está intrínseco no movimento real dos macro fenômenos
sociais, assim como no campo da singularidade e particularidade dos sujeitos. Realizando o
processo de desvendamento do real, trazendo do abstrato para o concreto. Prates (2012)
pontua que esta análise da realidade subsidia a intervenção a ser realizada, dando coerência,
consistência e concretude aos objetos a serem investigados. O método em marx e a pesquisa
mista possuem um caráter transformador da realidade posta, partindo da utilização de
elementos dedutivos e indutivos, da valorização da subjetividade dos sujeitos e a valorização
dos resultados, consegue-se obter uma excelente ferramenta para a compreensão da realidade
social, elemento norteador do Serviço Social.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
11
da realidade dos sujeitos que cercam determinado objeto de estudo, onde a subjetividade dos
pesquisados é de fundamental importância; a pesquisa qualitativa, que visa medir, quantificar
e encontrar padrões a partir da análise de dados, sendo preciso ter um conhecimento prévio
do objeto para a efetivação desta metodologia; e por fim a pesquisa mista, onde é realizada a
junção das demais pesquisas a fim de entender, compreender e intervir em determinada
realidade, partindo de uma perspectiva transformadora.
Nota-se também a relevância da concepção filosófica de Karl Marx para o processo
de construção da cientificidade nas ciências sociais e humanas, dado às categorias teóricas
que compõem o método de Marx. Sendo assim, destaca-se a importância de compreender as
características de cada tipologia de pesquisa, pois é a partir desta ferramenta que se
conseguirá compreender os fenômenos que perpassam a realidade social, essa última
considerada como o elemento central para a atuação do Serviço Social.
12
Referências
CERVI, Emerson Urizzi: Métodos quantitativos nas ciências sociais: uma abordagem
alternativa ao fetichismo dos números e ao debate com os qualitativistas. In
BOURGUIGNON, J.A.(org). Pesquisa social: reflexões teóricas e metodológicas. Ponta
Grossa, PR : TODAPALAVRA, 2009.
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2. ed. São Paulo: Cortez,
1991. - ver páginas
NETTO, José Paulo. Introdução ao estudo do método de Marx. 1. ed. São Paulo:
Expressão Popular, 2011. 64 p.
13