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INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA OSTEOPATIA
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30220-110 - BELO HORIZONTE –MG
Tel (31) 3227 16 62
www.osteopatia.com.br
info@osteopatia.com.br
Apostila elaborada por:
Laís Cristina Almeida DO
Philippe Manuard DO
Em colaboração:
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Índice
I - Introdução à Osteopatia
• Histórico
• Neurofisiologia Osteopática
• As Lesões Osteopáticas
• Hipomobilidade e Hipermobilidade
• As Leis de Fryette
• As Técnicas Osteopáticas
• As Indicações e Contra-indicações
• Biomecânica vertebral
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Introdução à Osteopatia
Histórico:
A Osteopatia é uma área recente da Medicina, criada no século passado nos Estados
Unidos, pelo Dr. Andrew Taylor Still.
Para A. Still, a estrutura representa as diferentes partes do corpo (ossos, músculos,
fáscias, vísceras, glândulas, etc.) e a função é a atividade de cada uma dessas partes
(função cardíaca, função respiratória, etc.). Desta forma, a doença não pode se desenvolver
se a relação estrutura/função estão em harmonia.
A Osteopatia é uma concepção diagnóstica e terapêutica manual das disfunções de
mobilidade articular e tecidual em geral, que participam no aparecimento de doenças. A
Osteopatia abrange três campos terapêuticos:
1º – Parietal (sistema músculo-esquelético);
2º – Crânio-sacral;
3º – Visceral.
Still faz uma síntese dos princípios da Osteopatia:
1º – “A estrutura governa a função”.
Estrutura normal = função normal
2º – “A função governa o conforto”.
Se a função é normal, não há dor.
3º – “O corpo possui a capacidade de auto-cura”.
4º – “A lei da artéria é absoluta”.
Se há fluxo, não há problema.
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Conceitos e Princípios Básicos:
Objetivos:
Os objetivos do tratamento osteopático são:
restaurar a mobilidade normal;
diminuir o tônus dos músculos espásticos;
aumentar o tônus dos músculos flácidos.
Tipos de articulações
As articulações são classificadas em diversos tipos, segundo sua mobilidade, que se
diferencia nas diversas regiões.
Os tipos de articulações se dividem em três grupos:
a) Diartroses
Mais móveis e complexas;
Cavidade articular geralmente recoberta por cartilagem;
Alguns subtipos apresentam outros elementos: sinovial, meniscos, ligamento, etc.
Subdividem-se em seis gêneros, segundo a forma das suas superfícies:
Enartrose:
Superfícies articulares: de um lado esférica, do outro cavidade glenóide;
Unem-se por uma cápsula fibrosa, atapetada por membrana sinovial;
Permitem movimentos em todos os sentidos;
Ex.: articulação do ombro.
Condilianas:
Superfícies articulares: de um lado, elipse, do outro, cavidade glenóide;
Dotadas de ligamentos periféricos;
Permitem todos os movimentos, exceto rotação;
Ex.: articulação do jeolho.
Encaixe recíproco:
Denominadas “em sela”
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Duas superfícies articulares, que se adaptam perfeitamente;
Convexas em um sentido, côncavas no outro;
Unidas por cápsula fibrosa;
Não permitem movimento rotatório;
Ex.: articulação calcâneo-cubóide.
Trocleartroses:
Forma de roldana;
Unem-se por quatro ligamentos;
Movimentos de flexão, extensão, ligeiros movimentos laterais;
Ex.: Articulação umerocubital.
Trocoídeas:
Superfícies articulares cilindro-ósseas e anel osteofibroso;
Movimento de rotação;
Ex.: Articulação rádio-cubital.
Artródias:
Duas superfícies articulares lisas e aplanadas;
Movimentos de deslocação;
Ex.: Articulação acromioclavicular.
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Suturas dentadas:
Duas superfícies apresentam irregularidades em forma de dentes que se
encaixam reciprocamente.
Suturas escamosas:
as superfícies são regularmente lisas.
Esquindilesis:
uma das superfícies é uma ranhura e a outra é como uma crista que se
encaixa nela.
Patologia Osteopática
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Angioespasmo
Anóxia tissular
Barreira Motora
Toda posição e amplitude de movimentos, no seio de uma articulação ou de um
tecido (fáscias, músculos, vísceras, etc.), implica a noção de barreira do movimento.
Ela se define como uma obstrução, ou um limite, ligado a todo fator que tende a
diminuir ou a bloquear a liberdade de movimento.
Uma articulação ou tecido possui várias barreiras motoras (de movimentos) situados
no nível dos limites máximos de suas diferentes amplitudes de movimento.
Barreira Motora Anatômica
Ela se refere aos contornos ósseos e/ou aos tecidos moles, particularmente os
ligamentos, que servem de limite externo ao movimento de uma articulação ou de um tecido,
além do qual aparecem desgastes tissulares (lesões orgânicas).
Dito de outra forma, a barreira anatômica corresponde aos limites anatômicos de um
tecido qualquer, no interior dos quais nós podemos obter a amplitude total do movimento.
Barreira Motora Fisiológica
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Ela responde à acumulação de tensão dos tecidos moles que limitam o movimento
ativo voluntário de uma articulação, sendo entretanto possível obter, de forma passiva, um
movimento suplementar na direção da barreira anatômica.
Ou seja, a barreira fisiológica corresponde ao movimento ativo voluntário além do qual
se situa o movimento passivo involuntário ligado à elasticidade protetora dos tecidos moles
da articulação ou do órgão.
Barreira Motora Patológica – Barreira Restritiva
Todo fator ou obstáculo que diminui ou impede a liberdade do movimento (amplitude)
em uma articulação ou um tecido, nos seus limites fisiológicos do movimento ativo voluntário
(barreira fisiológica), deve ser considerada como uma barreira restritiva: restrição de
amplitude do movimento ativo voluntário.
A barreira motora patológica caracteriza a lesão osteopática, e em particular, a
disfunção somática.
Barreiras Fisiológicas
Barreiras Anatômicas
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Neurofisiologia da Lesão Osteopática
Assim, uma hiper ou hipoatividade crônica dos nervos eferentes pode criar
perturbações funcionais nos tecidos ou nos órgãos supridos por eles.
Por exemplo, a hiperatividade prolongada de um músculo pode provocar o
desenvolvimento de uma fibrose, e assim, modificar o seu metabolismo. Ao contrário, uma
hipoatividade nervosa pode causar uma atrofia.
Quais são os fatores que controlam a atividade nervosa?
São dois fatores essenciais, dentro dos princípios fundamentais da neurofisiologia.
A – O Princípio de Reciprocidade:
No Sistema Nervoso Central (SNC) existem neurônios de associação (que não são
nem motores, nem sensitivos) que fazem a conexão entre os neurônios motores e
sensitivos, no mesmo nível metamérico, ou entre diferentes níveis medulares.
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Assim, cada neurônio pode influenciar e ser influenciado por quase todos os outros
neurônios do corpo.
B – O Princípio de Convergência:
3. Outras estruturas que enviam impulsos ao corno anterior são as fibras aferentes
provenientes das víscera.
Todos esses impulsos exercem uma efluência sobre a via comum final, os nervos
motores. Certas fibras exercem uma influência inibidora, outras, excitadora dos
motoneurônios.
Assim, a atividade dos neurônios eferentes, ou melhor, a descarga para o tecido
inervado, é a resultante de todos os impulsos excitadores ou inibidores.
Se a maioria dos impulsos é excitadora, ocorrerá uma hiperatividade.
Se a maioria dos impulsos é inibidora, vai ocorrer uma hipoatividade.
O que pode perturbar a atividade dos motoneurônios eferentes?
Quando há uma lesão osteopática, o corno anterior da medula é mantido num estado
de hiperexcitabilidade permanente. As células do corno anterior são submetidas a uma fonte
constante de impulsos sensitivos eferentes, o que faz diminuir o limiar de excitabilidade
dessas células. Assim, um estímulo nervoso leve, qualquer que seja a origem, é suficiente
para desencadear uma descarga dos neurônios motores.
Quais são as fontes mais importantes de impulsos sensitivos para os
motoneurônios?
São os proprioceptores, isso é, os receptores sensíveis às modificações de
comprimento, de tensões, de pressão, etc., situados nos músculos e no tecido conjuntivo
organizado (tendão, ligamento, fáscia). Na lesão osteopática, eles desenvolvem uma
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atividade excessiva. Esses proprioceptores não podem mandar impulsos pela raiz posterior
enquanto estão excitados e tencionados.
Esse fato pode explicar a cronicidade do estado de hiperexcitabilidade medular.
São localizados dentro e ao redor das articulações (por exemplo na cápsula e nos
ligamentos), e informam ao SNC e à medula sobre os movimentos da articulação e a sua
posição.
As terminações de Ruffini, localizadas nas cápsulas, indicam muito precisamente a
direção e a velocidade do movimento, assim como a posição dos elementos da articulação.
O papel desses receptores é essencialmente ligado ao controle da postura e da
locomoção, sendo informadores articulares para os centros superiores, mas não possuem
influência direta sobre o controle muscular.
B – Os receptores tendinosos de Golgi:
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tendinosos caminham até a medula, passando pelas fibras das raízes posteriores; essas
últimas fazem sinapse, por intermédio de um neurônio inibidor, com os motoneurônios do
mesmo músculo. Assim, a estimulação dos órgãos tendinosos de Golgi inibe o motoneurônio
do músculo, para evitar um tensão exagerada do mesmo.
C – Os fusos neuromusculares (FNM):
Situados no ventre dos músculos, eles são cercados de fibras musculares e se situam
paralelamente a essas fibras. Quando o músculo é estirado, o FNM é também estirado. O
encurtamento do músculo relaxa o FNM. Cada fuso contém fibras próprias em cada
extremidade, chamadas fibras intrafusais. Essas fibras intrafusais são inervadas por
motoneurônios gama, originados no corno anterior da medula.
No centro do FNM se situa a parte sensível formada de terminações primárias, ânulo-
espiraladas e secundárias, chamadas fibras em bouquet. Essas duas terminações
nervosas são sensíveis ao estiramento da parte central do fuso.
Os impulsos aferentes, vindos do fuso, excitam os motoneurônios alfa.
Assim, quando um músculo é estirado, o fuso é estirado por via reflexa; o músculo se
contrai e resiste a esse alongamento.
Ao contrário, o encurtamento do músculo diminui a descarga aferente, reduz a
excitação dos motoneurônios alfa, favorecendo assim o relaxamento do músculo.
Podemos concluir que a função do FNM é fazer o músculo resistir a toda variação de
comprimento, nas diversas direções.
O FNM é o elemento sensitivo dos reflexos de estiramento ou reflexo miotático. É um
mecanismo importante para manter a postura. Os músculos espinhais por exemplo, são
sempre solicitados contra a gravidade, e adaptam-se pelo reflexo miotático.
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Quando um músculo encurta em resposta a um impulso alfa, os motoneurônios gama
excitam as fibras intrafusais para manter a mesma tensão do fuso – isso permite mandar
informações de tensão global do músculo ao SNC, qualquer que seja o comprimento do
músculo, decorrente das contrações ou dos movimentos.
Assim, cria-se um espasmo que fixa a lesão. Quanto mais tentarmos estirar o músculo, mais
ele resistirá, pelo aumento da atividade alfa.
Conclusão
Certamente por causa da sua incompleta adaptação à posição ereta, o organismo
humano é particularmente predisposto a problemas articulares e periarticulares, em
particular nas articulações vertebrais e pélvicas.
Esses problemas articulares constituem as lesões osteopáticas, que associam:
1. Sensibilidade ou hiperestesia dos tecidos paravertebrais e dos tecidos infrajacentes
(pele, músculo, tecidos conjuntivos);
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2. Modificações do comportamento muscular – rigidez, contrações prolongadas, limiares
reflexos mais baixos.
Disfunção somática.
Hérnia discal.
Não é a hérnia de disco que comprime a raiz nervosa. O edema é que cria os sintomas.
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A lesão osteopática pode ser definida como uma disfunção tridimensional de mobilidade.
A Lesão osteopática
As lesões osteopáticas só são palpáveis com o movimento. É essa noção de
movimento que distingue o diagnóstico osteopático de outros diagnósticos e tratamentos.
A lesão osteopática afeta sempre o movimento antes de provocar dor, antes de
perturbar os órgãos, antes de atingir uma região, antes de multiplica-se e expandir-se.
Inclui toda modificação anormal das posições e dos movimentos das estruturas.
Está presente desde quando os elementos estruturais começam a mover-se de uma
forma ligeiramente anormal, sem que haja inicialmente alteração dos tecidos. Os ossos não
estão deslocados, os músculos não estão rompidos, e no entanto, a lesão osteopática está
presente, e na maior parte do tempo, secretamente presente.
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Os tendões, os ligamentos, os tecidos moles, contraem e se espasmam, a vértebra
perde a sua mobilidade, e os tecidos em volta da vértebra seguem o esquema da lesão:
infiltração, inflamação e fibrose.
É, finalmente, o conjunto dos desajustes ósseos e dos tecidos infiltrados ou
fibrosados que atinge os nervos e os gânglios, e perturba sua nutrição, provocando inibição
ou, ao contrário, hiperexcitação dos nervos e dos gânglios, causando:
dores;
perturbações motoras;
distúrbios viscerais.
Com o passar do tempo, a lesão vertebral comprime um nervo, um gânglio simpático,
um capilar venoso e linfático, provocando diminuição da drenagem, diminuição de nutrição
para as células nervosas, estases e edemas, tendo como efeito a compressão ainda maior
do nervo:
dor;
disfunção visceral;
fibrose.
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ESQUEMATIZAÇÃO DA LESÃO OSTEOPÁTICA
Lesão Vertebral
↓
Lesão visceral → estimulação ortossimpática ← fenômenos externos:
↓ Stress
Angioespasmo Temperatura
↓
Baixa pressão venosa
↓
Dilatação capilar
↓
Aumento da permeabilidade copilar
↓
Edema
↓
Compressão do forame de conjugação
↓
Alteração do ph do nervo – modificação da condutibilidade nervosa – reação do nervo
↓ ↓
Alterações motoras Alterações sensitivas
Hipomobilidade e Hipermobilidade
No corpo, toda perda de mobilidade articular (hipomobilidade) de um elemento se faz
em prejuízo de outra zona, que deverá compensar esta falta de mobilidade com um
hiperfuncionamento (hipermobilidade). Esta zona de hipermobilidade pode ser supra ou
subjacente à fixação articular.
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Características da zona de hipomobilidade:
Portanto, deixe a natureza agir. Não devemos insistir demais no tratamento, pois
podemos causar maiores problemas e dores.
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As Leis de Fryette
1ª Lei de Fryette - NSR
Quando uma ou um grupo de vértebras está em posição neutra de flexo-extensão, as
facetas articulares estão paralelas (não estão imbricadas, nem desimbricadas). O peso
corporal repousa sobre o corpo vertebral num estado de equilíbrio. Neste caso, para fazer
uma rotação para um lado, esta vértebra (ou grupo de vértebras) é obrigada a realizar
primeiro uma inclinação lateral (látero-flexão) para o lado oposto.
BIOMECÂNICA DA NSR DIREITA
1º TEMPO: Estando a vértebra em posição neutra de flexo-extensão, realizará uma
látero-flexão para a ESQUERDA.
2º TEMPO: Esta látero-flexão provoca um deslizamento do corpo vertebral para a
DIREITA, ou seja para a convexidade.
3º TEMPO: Se desencadeia, então, a rotação para a DIREITA da vértebra, ou grupo
vertebral.
Estes três tempos se realizam de forma simultânea e automática, provocando o
deslizamento do núcleo pulposo para a convexidade.
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1ª Lei de Fryette – NSR
Quando uma vértebra, ou grupo de vértebras está em posição neutra de flexo-
extensão, a rotação para um lado provoca uma látero-flexão para o lado oposto.
2ª Lei de Fryette – ERS ou FRS
Quando uma vértebra, ou grupo de vértebras está em posição de flexão ou de
extensão, a látero-flexão para um lado provoca uma rotação para o mesmo lado.
– assintomática;
A Lesão secundária é a adaptação à lesão primária. Esta adaptação pode ser supra
ou subjacente à lesão primária e é sempre em posição neutra de flexo-extensão das facetas
articulares (em NSR – mecanismo da escoliose).
A Lesão secundária é uma lesão:
– que afeta um grupo de vértebras – lei de Martindale;
– sintomática;
A compensação:
– é uma lesão secundária;
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As Leis de Martindale e de Lovett
Lei de Martindale
Estas leis regem os grupos vertebrais adaptativos de uma lesão não neutra: a
vértebra starter, em lesão não neutra, permite a correção do grupo adaptativo.
Em caso de lesão em flexão (FRS), a starter é a vértebra superior do grupo que está
fixo sobre suas facetas articulares inferiores: recoloca-se a vértebra starter em relação à
vertebra subjacente.
Em caso de uma lesão em extensão (ERS), a starter é a vértebra inferior do grupo
que está fixo sobre suas facetas superiores: recoloca-se a vértebra em relação à vértebra
suprajacente.
O resto do grupo está em relação do tipo NSR: a rotação de todo o grupo se faz para
a convexidade.
Ex: Lesão em L5 → haverá adaptação de L2 L3 L4;
Lesão em T3 → haverá adaptação de T4 e T5.
ERS
Em uma lesão FRS a adaptação ocorre embaixo:
FRS
Grupos adaptativos:
C1 – C2 – C3
C4 – C5 – C6
C7 – T1 – T2
T3 – T4 – T5
T6 – T7 – T8 – T9
T10 – T11 – T12 – L1
L2 – L3 – L4 – L5
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Lei de Lovett
Esta lei estabelece uma relação entre as vértebras superiores e inferiores através da
dura-máter, agrupando-as de duas a duas. A biomecânica cervical e dorsal alta atua de
forma sincrônica com a biomecânica lombar e dorsal baixa:
C0 – sacro C7 – T11
C1 – L5 T1 – T10
C2 – L4 T2 – T9
C3 – L3 T3 – T8
C4 – L2 T4 – T7
C5 – L1 T5 – T6
C6 – T12
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As Técnicas Osteopáticas
Podemos classificar as técnicas osteopáticas em:
Técnicas semi-diretas
Técnicas indiretas (tradicionalmente, se faz
mover o corpo através de alavancas, sem apoio na
As Técnicas Estruturais
Stretching
Esta técnica se destina ao alongamento de tecidos moles:
músculos;
tendões;
ligamentos.
Tem por objetivo:
↑ vascularização local;
↓ hiperatividade do sistema gama;
↓ fibrose dos tecidos.
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Seus princípios são:
construir alavancas que permitam alongar longitudinalmente os tecidos, realizando
um alongamento transversal dos músculos.
Técnicas articulatórias
Esta técnica atinge:
músculos monoarticulares (músculos mais profundos, que fixam a lesão
osteopática);
ligamentos;
cápsulas.
Tem por objetivo:
eliminar aderências capsuloligamentares;
relaxar músculos espásticos;
↑ ADM.
Seus princípios são:
construir alavancas específicas, com diferentes contatos e tomadas de mão do
operador.
Técnicas inibitórias
Esta técnica é sedativa. Age diminuindo o espasmo muscular.
Tem por objetivo:
↓ espasmo muscular;
↑ vascularização local;
↓ fibrose dos tecidos.
Seus princípios são:
tomada de mão.
Tensão contínua
Esta técnica age nos músculos.
Tem por objetivo diminuir a hiperatividade do sistema gama.
Seus princípios são:
construir alavancas combinando diferentes parâmetros espaciais (R, F, E, S).
utilizar posição parecida com a pré-manipulativa;
construir alavancas que permitam alongar músculos;
manter o alongamento até reduzir o slack, mas não manipular;
trabalhar com movimentos respiratórios, ganhando cada vez mais alongamento.
Pompage
Esta técnica se destina a:
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aponeuroses;
ligamentos.
Tem por objetivo:
ação arteriovenosa local;
descarregar receptores locais que transmitem dor.
Seus princípios são:
tomar contato com o maior tempo possível de alongamento, para se obter o efeito.
Músculo energia (Técnica de Mitchell)
Esta técnica utiliza a força muscular do paciente, Atinge:
músculos monoarticulares e poliarticulares.
Tem por objetivo:
↓ hiperatividade do sistema gama;
↑ ADM.
Seus princípios são:
coloca-se o músculo em sua barreira motriz e pede-se ao paciente para fazer uma
contração muscular contra-resistência (do operador). Faz-se três ciclos de três
repetições de aproximadamente três segundos. Ao final de cada ciclo, busca-se
nova barreira motriz, aumentando-se assim a amplitude de movimento.
Thrust
Regra universal para manipular a coluna utilizando alavancas:
parâmetros maiores:
1. flexão e extensão – alavanca primária:
2. lateroflexão
alavancas secundárias
3. rotação contralateral
parâmetros menores:
1. tração e compressão – sem tensão → tração. Ex: bailarina.
muita tensão → compressão. Ex: halterofilista.
2. deslocamento anterior/posterior
3. deslizamento lateral
Utiliza-se, por exemplo:
25% flexão/extensão;
25% rotação;
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25% lateroflexão;
15% parâmetros menores;
10% jogo articular livre.
Utilizando os parâmetros menores, diminui-se a amplitude dos grandes parâmetros,
tornando a manipulação mais agradável e pouco traumatizante. Além disso, a articulação se
abre com um esforço muito menor.
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As Indicações e Contra-indicações em Osteopatia
Indicações
1 – Coluna Cervical
Cefaléia;
Torcicolos;
Cervicalgias;
Wisplash (acidente de carro);
Neuralgia cervicobraquial;
Hérnias discais;
Certos pós-cirúrgicos.
2 – Coluna Torácica
Dorsalgias;
Dorsalgia aguda;
Nevralgias intercostais;
Dores costais posteriores, laterais, anteriores.
3 – Coluna Lombar / Pelve
Lombalgias;
Lombalgias agudas;
Cruralgias;
Ciáticas;
Hérnias discais;
Dores no cóccix;
Certos pós-cirúrgicos.
4- Crânio
Nevralgia de Arnold;
Nevralgias faciais e do trigêmio;
Zumbidos no ouvido;
Vertigens circulatórias;
Certos problemas visuais;
Cefaléias;
Enxaquecas;
Sinusites;
Paralisia facial;
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Dores da mandíbula e da face;
Problemas de ATM.
5 – Ombro
Tendinite;
Dores do cotovelo;
Síndrome do pronador redondo.
7 – Punho, Mão
Entorses;
Tendinites;
Sïndrome do canal carpiano;
Outras dores.
8 – Quadril
Entorses;
Tendinites;
Problemas de meniscos;
Gonalgias;
Certos pós-cirúrgicos.
10 – Tornozelos e Pé
Entorses;
Dores do pé plano;
Metatarsalgias;
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Tendinite do Tendão de Aquiles;
Dores do hálux valgo.
Gastrite;
Reflexo gastroesôfago e hérnia de hiato;
Problemas de fígado e de vesícula biliar;
Colites;
Estreitamentos;
12 – Sistema Visceral Gênito-Urinário
Cistites repetitivas;
Dismenorréias (regras dolorosas e irregulares) – necessita de um tratamento
osteopático intra-vaginal.
13 – Pediatria
Espasmofilia;
Depressão ligeira;
Fadiga, stress;
Enfermidade de Crohn.
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Diafragma: problemas digestivos, disfunções intestinais, refluxo, má digestão,
distúrbios ao deitar, etc.
Realizar uma análise postural.
Realizar uma análise dos movimentos (procurando restrição e dor):
flexão (F);
extensão (E);
látero-flexão (S);
rotação (R).
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Elementos de orientação para diagnóstico osteopático:
Tecido Importância
Topografia Características Alívio com repouso
comprometido da dor
Seqüência Mecânica
A partir de uma entorse medial do tornozelo:
• o antepé desloca-se medialmente, em eqüino varo na maioria dos casos, solicitando,
essencialmente no primeiro tempo, a relação tibio-fibular-talar.
• o músculo fibular longo é estirado rápida e violentamente, tracionando também a
extremidade inferior da fíbula para baixo.
• esse movimento para baixo vai repercutir no músculo bíceps femoral: em seu tendão
fibular, provocará uma rotação externa do membro inferior, e pela sua inserção isquiática
tenderá a posteriorizar o ílio.
• a instalação de uma posterioridade ilíaca vai solicitar, na sua dinâmica, o músculo
sartório, que é biarticular e possui uma fisiologia de flexão do joelho e quadril, e de
rotação externa da tíbia.
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• o membro inferior de apoio estará em rotação externa; o grupo pelvitrocanteriano
(sobretudo o piriforme) vai ser encurtado, levando assim a uma lesão em rotação externa
do membro inferior.
Conclusão:
Pode-se encontrar na região da pelve:
• Dor sacroilíaca;
• Encurtamento do piriforme;
• Perturbação do apoio coxofemoral.
Na região do joelho:
• Inflamação da pata de ganso;
• Inflamação do trato iliotibial, etc.
As modificações na região da pelve vão provocar compensações na região da coluna
vertebral.
Caso essas compensações perdurem, vão instalar-se disfunções orgânicas,
craniossacrais e diafragmáticas.
Do ponto de vista visceral, podemos encontrar o seguinte exemplo:
A hipertrofia do fígado pode provocar um fechamento do ângulo cólico D, e uma
dilatação do cecum. Haverá a compressão do n. crural, levando a uma lesão do psoas, que
levará a uma lesão vertebral de L2 – L3 – L4.
Biomecânica Vertebral
Quando as vértebras estão em posição neutra (N) de flexão/extensão, os processos
articulares podem se mover em todas as direções. As facetas articulares estão em posição
neutra e paralelas entre si.
Quando a coluna vertebral se move em flexão, ocorre o que se segue:
– Separação dos processos espinhosos.
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Quando a coluna vertebral se move em extensão, observa-se:
– Deslizamento posterior da vértebra superior.
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Entre duas vértebras considera-se a vértebra superior móvel, em relação a vértebra
inferior que é considerada fixa.
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