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índice
ORIENTAÇÕES CURRICULARES ............................................................... 2

SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA


Planificação ....................................................................................................................... 6
Documentos de ampliação ........................................................................................ 8
Ficha de Trabalho n.o 1 ................................................................................................ 12
Ficha de Trabalho n.o 2 ................................................................................................ 14

TRANSMISSÃO DA VIDA
Planificação ....................................................................................................................... 18
Documentos de ampliação ........................................................................................ 21
Ficha de Trabalho n.o 3 ................................................................................................ 26
Ficha de Trabalho n.o 4 ................................................................................................ 28
Ficha de Trabalho n.o 5 ................................................................................................ 30

O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO


Planificação ....................................................................................................................... 34
Documentos de ampliação ........................................................................................ 38
Ficha de Trabalho n.o 6 ................................................................................................ 46
Ficha de Trabalho n.o 7 ................................................................................................ 48
Ficha de Trabalho n.o 8 ................................................................................................ 50
Ficha de Trabalho n.o 9 ................................................................................................ 52

CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA


Planificação ....................................................................................................................... 56
Documentos de ampliação ........................................................................................ 58
Ficha de Trabalho n.o 10 .............................................................................................. 61

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 63
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2 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

ORIENTAÇÕES CURRICULARES

O quarto tema do programa de Ciências Naturais – Viver melhor na Terra – visa a compreensão de
que a qualidade de vida implica saúde e segurança numa perspectiva individual e colectiva. A biotecno-
logia, área relevante na sociedade científica e tecnológica em que vivemos, será um conhecimento
essencial para a qualidade de vida.
Ao longo dos três ciclos de escolaridade, o tratamento deste tema desenvolve-se de acordo com o
seguinte esquema organizador:

FUNÇÃO ESTRUTURA

IDENTIDADE
SISTEMAS ELECTRICIDADE ELECTRÓNICA
DO CORPO

ORGANISMO HUMANO CONTROLO E REGULAÇÃO

VIVER MELHOR
NA TERRA

SAÚDE E SEGURANÇA MATERIAIS

INDIVIDUAL COMUNITÁRIA PROPRIEDADES ESTRUTURA

NOVOS
PREVENÇÃO RISCOS
MATERIAIS

EQUILÍBRIO
NATURAL QUALIDADE DE VIDA

Para o estudo do tema Viver melhor na Terra, as experiências de aprendizagem que se propõem
visam o desenvolvimento das seguintes competências:
3 Reconhecimento da necessidade de desenvolver hábitos de vida saudáveis e de segurança, numa
perspectiva biológica, psicológica e social.
3 Reconhecimento da necessidade de uma análise crítica face às questões éticas de algumas das
aplicações científicas e tecnológicas.
3 Conhecimento das normas de segurança e de higiene na utilização de materiais e equipamentos
de laboratório e de uso comum, bem como respeito pelo seu cumprimento.
3 Reconhecimento de que a tomada de decisão relativa a comportamentos associados à saúde e
segurança global é influenciada por aspectos sociais, culturais e económicos.
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3 Compreensão de como a ciência e a tecnologia têm contribuído para a melhoria da qualidade de vida.
3 Compreensão do modo como a sociedade pode condicionar, e tem condicionado, o rumo dos avanços
científicos e tecnológicos na área da saúde e segurança global.
3 Compreensão dos conceitos essenciais relacionados com a saúde, utilização de recursos e protecção
ambiental que devem fundamentar a acção humana no plano individual e comunitário.
3 Valorização de atitudes de segurança e de protecção como condição essencial em diversos aspectos
relacionados com a qualidade de vida.
Ao longo do 9.o ano, pretende-se que a abordagem do tema Viver melhor na Terra seja orientada pelas
questões:

DE QUE MODO
A CIÊNCIA
COMO SE PROCESSA
E A TECNOLOGIA
O QUE SIGNIFICA A CONTINUIDADE
PODEM CONTRIBUIR
QUALIDADE DE VIDA? E A VARIABILIDADE
PARA A MELHORIA
DOS SISTEMAS?
DA QUALIDADE
DE VIDA?

QUE HÁBITOS INDIVIDUAIS CONTRIBUEM


PARA UMA VIDA SAUDÁVEL?

COMO SE CONTROLAM
E REGULAM OS SISTEMAS?

DE QUE MODO QUALIDADE DE VIDA


IMPLICA SEGURANÇA E PREVENÇÃO?

No âmbito da disciplina de Ciências Naturais, as experiências de aprendizagem deverão ser orientadas


de forma a promover:
3 Discussão sobre a importância da aquisição de hábitos individuais e comunitários que contribuam para
a qualidade de vida.
3 Discussão de assuntos polémicos nas sociedades actuais sobre os quais os cidadãos devem ter uma
opinião fundamentada.
3 Compreensão de que o organismo humano está organizado segundo uma hierarquia de níveis que fun-
cionam de modo integrado e desempenham funções específicas.
3 Avaliação e gestão de riscos e tomada de decisão face a assuntos que preocupam as sociedades,
tendo em conta factores ambientais, económicos e sociais.
Adaptado de Orientações Curriculares para o 3.o Ciclo do Ensino Básico
e Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais
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SAÚDE INDIVIDUAL
E COMUNITÁRIA
1.1
INDICADORES DO ESTADO
DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO
1.2
MEDIDAS DE PROMOÇÃO
DA SAÚDE
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6 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

PLANIFICAÇÃO

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

1. Saúde individual 3 Analisar, interpretar Compreender conceitos • Brainstorming sobre os


e comunitária e compreender informação essenciais relacionados com conceitos «qualidade de vida»
veiculada de diferentes modos. a saúde, utilização de recursos e «saúde».
1.1 Indicadores do e protecção ambiental que
estado de saúde de 3 Realizar inferências, devem fundamentar a acção • Análise crítica dos textos do
uma população generalizações e deduções. humana no plano individual Manual (páginas 16, 27, 36 e 39).
e comunitário
1.1.1 Evolução dos 3 Demonstrar a capacidade • Trabalho de grupo. Poderão
de expor e defender ideias. 3 Reconhecer que o conceito de ser propostos temas como
conceitos de saúde
saúde sofreu alterações ao «Influência de práticas culturais
e de doença
3 Pesquisar, seleccionar, longo do tempo. e sociais na saúde das
1.1.2 Principais organizar populações», «Trabalho infantil»,
3 Enumerar factores que
factores que e comunicar informação. «Prevenção de catástrofes
influenciaram a evolução
influenciam a saúde naturais», «A relação entre
do conceito de saúde.
3 Realizar actividades de forma os diferentes tipos de poluição
1.1.3 Indicadores do autónoma, responsável 3 Compreender o conceito actual e a saúde das populações»
estado de saúde de e criativa. de saúde (individual ou «Importância da vacinação
uma população e comunitária). na prevenção de doenças», por
3 Taxa 3 Usar correctamente a língua exemplo.
portuguesa. 3 Compreender o conceito de
de mortalidade
qualidade de vida. • Elaboração de um
infantil
3 Esperança média 3 Usar adequadamente questionário. Os alunos poderão
3 Compreender que a saúde
de vida diferentes tipos de linguagens. elaborar um questionário sobre
individual e comunitária
3 Taxa de doenças os estilos de vida e aplicá-lo na 5
depende de factores individuais
infecto-contagiosas 3 Utilizar novas tecnologias comunidade escolar. Os
e de factores ambientais,
3 Taxa de doenças de informação e comunicação. resultados poderão ser
socioeconómicos e culturais.
cardiovasculares trabalhados e divulgados,
3 Taxa de obesidade 3 Rentabilizar as tecnologias de 3 Compreender que a saúde constituindo o ponto de partida
informação e comunicação na e a qualidade de vida são para a elaboração de outros
construção do saber e na sua influenciadas pela relação que trabalhos e para promoção de
comunicação. se mantém com os outros diversas campanhas de
e com o ambiente. sensibilização.
3 Manifestar perseverança
e seriedade no trabalho. 3 Conhecer os principais factores • Organização de palestras ou
que influenciam a saúde. debates. Em colaboração com os
3 Apresentar atitudes e valores serviços municipalizados, Centro
3 Compreender o conceito de
inerentes ao trabalho de Saúde da região ou outras
indicador do estado de saúde
cooperativo. entidades, poderão ser promovidas
de uma população.
palestras ou debates sobre
3 Cooperar com os outros em 3 Identificar indicadores do o destino dos resíduos sólidos
projectos comuns. estado de saúde de uma urbanos, o ordenamento do
população. território, a qualidade da água da
3 Adoptar metodologias rede pública, a higiene e segurança
personalizadas de trabalho 3 Inferir sobre o nível de alimentar ou outros temas
e de aprendizagem adequadas desenvolvimento de uma relacionados com a promoção
aos objectivos visados. população a partir da análise de da saúde das populações.
indicadores do estado de saúde.
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SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 7

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

1.2 Medidas de 3 Respeitar regras de utilização Compreender a importância • Promoção de rastreios.


promoção da saúde de equipamentos e espaços. da aquisição de hábitos Em colaboração com o Centro
individuais e comunitários que de Saúde da região ou outras
1.2.1 Hábitos de 3 Assumir atitudes de contribuam para a qualidade entidades poderá realizar-se
vida saudáveis flexibilidade e de respeito face de vida um rastreio auditivo, visual e/ou
a novas ideias. de saúde oral ou outro.
1.2.2 Melhoria das 3 Reconhecer que a promoção
condições de higiene 3 Manifestar sentido crítico. da saúde se faz pela adopção • Avaliação do estado de
e salubridade de medidas individuais saúde. Poderá, de forma
e colectivas. simples, fazer em sala de aula
1.2.3 Ordenamento a avaliação do índice de massa
do território 3 Reconhecer que as atitudes corporal dos alunos. Com
e qualidade e comportamentos individuais a colaboração de técnicos
ambiental influenciam a saúde de saúde, esta actividade poderá
comunitária. ser alargada a toda ou a parte
1.2.4 Vacinação da comunidade educativa com
3 Conhecer medidas de a realização de diversos testes
1.2.5 Rastreios promoção de saúde individuais simples (glicemia, colesterol,
e colectivas. tensão arterial, etc.).
1.2.6 Campanhas
de sensibilização 3 Compreender a importância • Análise e discussão
de cada uma das medidas de cartazes e de spots
de promoção de saúde. publicitários realizados
no âmbito de campanhas
3 Assumir atitudes promotoras de sensibilização
de saúde individual e colectiva. para determinadas doenças
e/ou comportamentos de risco.
3
• Visitas de estudo
a instituições da região com
responsabilidades na área
da saúde ou protecção civil.

• Resolução de actividades
do Manual.

• Exploração de textos
existentes no Caderno de Apoio
ao Professor.

• Exploração dos recursos


propostos no Manual
Multimédia
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8 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 1


JURAMENTO DE HIPÓCRATES
Considerado o «pai da medicina», Hipócrates é associado ao juramento hipocrático, prestado pelos médi-
cos antes de iniciarem a sua profissão, embora seja possível que não tenha sido ele o autor do documento.
Existem várias versões do juramento de Hipócrates, algumas mais semelhantes à versão original, outras
mais adaptadas à actualidade. Apresentam-se de seguida duas dessas versões.

Versão 1
«Eu juro, por Apolo, médico, por modo, não darei a nenhuma mulher
Esculápio, Higeia e Panacea, e tomo por uma substância abortiva.
testemunhas todos os deuses e de todas Conservarei imaculada minha vida e
as deusas, cumprir, segundo meu poder minha arte.
e minha razão, a promessa que se segue: Não praticarei a talha, mesmo sobre
estimar, tanto quanto a meus pais, aque- um calculoso confirmado; deixarei essa
le que me ensinou esta arte; fazer vida operação aos práticos que disso cuidam.
comum e, se necessário for, com ele par- Em toda a casa, aí entrarei para o
tilhar meus bens; ter seus filhos por bem dos doentes, mantendo-me longe
meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta de todo o dano voluntário e de toda a
arte, se eles tiverem necessidade de sedução sobretudo longe dos prazeres
aprendê-la, sem remuneração e nem do amor, com as mulheres ou com os
compromisso escrito; fazer participar homens livres ou escravizados.
dos preceitos, das lições e de todo o resto Hipócrates Àquilo que no exercício ou fora do
do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos ins- exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver
critos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei
estes. inteiramente secreto.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me
meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão,
a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar
mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo ou infringir, que o contrário me aconteça.»

Versão 2
«No momento de me tornar um profissional médico: A saúde do meu paciente será minha primeira preocupa-
Prometo solenemente dedicar a minha vida a serviço da ção.
Humanidade. Mesmo após a morte do paciente, respeitarei os segredos
Darei aos meus mestres o respeito e o reconhecimento que a mim foram confiados.
que lhes são devidos. Manterei, por todos os meios ao meu alcance, a honra da
Exercerei a minha arte com consciência e dignidade. profissão médica.
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SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 9

Os meus colegas serão meus irmãos. Terei respeito absoluto pela vida humana e jamais farei
Não deixarei de exercer o meu dever de tratar o paciente uso dos meus conhecimentos médicos contra as leis da
em função de idade, doença, deficiência, crença religiosa, ori- Humanidade.
gem étnica, sexo, nacionalidade, filiação político-partidária, Faço essas promessas solenemente, livremente e sob a
raça, orientação sexual, condições sociais ou económicas. minha honra.»
Adaptado de http://www.gineco.com.pt
e http://diarioda deusa. com.sapo.pt

Tópicos de discussão

3 Resumir as principais obrigações de um médico para com o seu paciente.


3 Reflectir em que medida este juramento pode colidir com as exigências da sociedade actual, nomeada-
mente, na aplicação da lei portuguesa e na prevenção de doenças contagiosas.

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 2


VACINA DA MALÁRIA
A malária, doença provocada feitos mais ensaios, envolvendo
pela infecção pelo parasita milhares de pessoas.
Plasmodium, atinge extensas As pesquisas que levaram à
áreas na África, Ásia, América descoberta da referida vacina
Central e América do Sul. Esta resultam de uma parceria interna-
doença é devastadora, afec- cional envolvendo pesquisadores
tando anualmente cerca de moçambicanos do CISM e espa-
300 milhões de pessoas, das nhóis do Centro de Investigação
quais, mais de 3 milhões mor- em Saúde Internacional de
rem. As tentativas de erradicação da doença têm sido, até à Barcelona (CRESIB), apoio técnico de uma empresa farma-
data, infrutíferas. Este insucesso pode ser atribuído à crescen- cêutica norte-americana e apoio financeiro da Fundação Bill
te resistência do vector de transmissão da doença, a fêmea do e Melinda Gates.
mosquito Anopheles, aos insecticidas e aos medicamentos. Em Portugal, a malária é também investigada, nomea-
Contudo, uma nova esperança surgiu. O Centro de damente, na Unidade de Malária do Instituto de Medicina
Investigação em Saúde da Manhiça (CISM), Moçambique, Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, por uma
anunciou, em Outubro de 2007, a descoberta da «vacina mais equipa de investigadores liderada pela Professora Doutora
avançada do mundo» que «sem efeitos secundários, reduz Maria Manuel Mota. Estes investigadores procuram desen-
em 65% as novas infecções em bebés por um período de três volver novas estratégias de combate à doença, estudando as
meses e em 35% os episódios clínicos da malária, ao final de interacções que se estabelecem entre o parasita e o hospe-
seis meses após a primeira dose de tratamento», disse em deiro (Homem). A identificação de proteínas do hospedeiro
Maputo o investigador moçambicano, Pedro Aide. que facilitam ou combatem a infecção, não só permitirá cla-
Para que esta vacina, denominada RTS,S/ASO2D, seja rificar os mecanismos básicos da infecção por malária, como
internacionalmente aceite e licenciada, terão ainda de ser abrirá novos horizontes para a sua terapêutica.
Adaptado de http://www.cienciahoje.pt
e http://cientic. com

Tópicos de discussão

3 Reflectir sobre a importância do desenvolvimento de uma vacina contra a malária.


3 Reflectir sobre a importância das parcerias internacionais no desenvolvimento da ciência.
3 Pesquisar acerca do trabalho da bióloga Maria Mota sobre a malária.
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10 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 3


DIABETES

A diabetes é uma doença namento dos rins e da retina que


caracterizada pela existência de podem levar à cegueira. Assiste-se
níveis de glicose no sangue supe- igualmente a um aumento da ten-
riores aos valores normais (hiper- dência para a aterosclerose, o que
glicémia). pode originar enfartes em vários
A hiperglicémia tem origem órgãos, nomeadamente, no cora-
numa perturbação da actuação de ção e no cérebro (AVC isquémico),
uma hormona, a insulina, produzida e a alterações no funcionamento
pelo pâncreas. Em condições nor- dos nervos. A complicação mais
mais, a insulina promove a passa- frequente das alterações nervosas
gem da glicose do sangue para as é o «pé-diabético». Nesta situação,
células, que a utilizam na produ- os diabéticos não sentem trauma-
ção de energia. Nos casos em que a tismos nos pés e podem ter feridas
insulina não seja produzida ou que sem que delas se apercebam. Caso
as células não lhe respondam, a as feridas infectem, têm dificulda-
glicose mantém-se no sangue e de em cicatrizar e, muitas vezes, é
origina a hiperglicémia. necessário recorrer a amputações
Existem dois tipos principais de para que a infecção não provoque
diabetes: a diabetes de tipo I e a diabetes de tipo II. a morte do doente devido a septicémia.
A diabetes tipo I deve-se à falta de insulina no organismo, Os diabéticos têm de seguir uma dieta alimentar rigoro-
devido à destruição das células do pâncreas que a produzem. sa que permita reduzir os açúcares, gorduras saturadas, sal e
Geralmente, esta destruição ocorre porque o sistema imuni- álcool e aumentar o consumo de fibras, legumes, frutos e
tário do indivíduo reage contra essas células. peixe. Os diabéticos devem ainda eliminar o consumo de
A diabetes do tipo II, mais frequente (cerca de 90% dos tabaco, fazer exercício físico, controlar o peso e evitar as
casos), surge porque as células não respondem ou respon- situações de stresse.
dem mal à insulina. Geralmente existe uma predisposição Os diabéticos do tipo I necessitam de receber insulina
genética para esta resistência à acção da insulina, sendo injectável, obtida a partir de pâncreas de porco ou produzida
mais provável, por isso, o desenvolvimento de diabetes de com recurso a técnicas de engenharia genética.
tipo II em pessoas que têm antecedentes familiares. A obesi- Os diabéticos tipo II costumam conseguir controlar a
dade e o sedentarismo são factores que facilitam o desenvol- doença através da selecção dos alimentos e recorrendo a
vimento deste tipo de diabetes. medicamentos (que não insulina). Estes fármacos actuam no
A glicose em excesso no sangue causa perturbações ao pâncreas, estimulando a produção de insulina e facilitam a
organismo. Os diabéticos apresentam alterações no funcio- sua acção nas células.

Tópicos de discussão

3 Distinguir a diabetes do tipo I da diabetes do tipo II.


3 Reconhecer o papel da hormona insulina no organismo.
3 Reconhecer as limitações e os cuidados de saúde que os diabéticos devem seguir.
3 Reflectir sobre os factores que estão na origem da diabetes.
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SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 11

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 4


UNICEF: MORREM 10 MILHÕES DE CRIANÇAS/ANO MENORES DE 5 ANOS
«Cerca de 9,7 milhões de crianças morrem todos os anos antes de completar 5 anos de idade devido
a doenças como a pneumonia e a malária, mas medidas simples conseguiriam salvar muitas dessas vidas»,
afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Apesar de, pela primeira vez, o núme- A partir de 1990, segundo o relatório,
ro de mortes ter baixado para menos de quase metade dos 46 países da África
10 milhões, este número ainda significa subsaariana registaram uma taxa de
que mais de 26 mil crianças morrem mortalidade infantil estável ou em
todos os dias, a maior parte das quais de expansão.
causas evitáveis ou ultrapassáveis de Apenas três países – Cabo Verde,
uma forma «barata», como o uso de Eritreia e as Ilhas Seichelles – se encon-
redes contra mosquitos ou a aplicação tram no caminho para atingir a meta
de planos de vacinação. estipulada para 2015.
A Unicef alertou que, apesar dos «Não há espaço para sermos com-
avanços recentes, a África, o sul da Ásia e placentes. Precisamos esforçar-nos
o Médio Oriente não se encontram no mais para aumentar o acesso aos trata-
caminho para cumprir a meta fixada pela ONU, de reduzir a mentos médicos e aos recursos de prevenção, para enfrentar
mortalidade das crianças em dois terços entre 1990 e 2015, o impacto devastador da pneumonia, da diarreia, da malária,
para menos de 5 milhões de mortes por ano. da desnutrição grave e do HIV», disse a directora-executiva
«A dimensão do desafio não deveria ser subestimada», da Unicef, Ann Veneman.
disse a agência no seu relatório anual, o Estado das Crianças «As crianças dos países em desenvolvimento costumam
do Mundo. sucumbir a infecções respiratórias ou diarreias, que não são
Segundo a organização, o maior desafio encontra-se fatais nos países ricos. Muitas morrem também devido a
ainda por ultrapassar: tentar aumentar a expectativa de vida sarampo e outras doenças que podem ser evitadas através
das crianças em países assolados por epidemias de SIDA e de campanhas de vacinação. A ingestão de água não potável
nos quais há governos fracos e sistemas de saúde muito defi- e as condições precárias de saneamento provocam ainda um
cientes. grande número de doenças e de mortes, especialmente
A África subsaariana está numa situação pior do que em entre as crianças subnutridas. No entanto, medidas simples
1990, respondendo hoje por 49% das mortes de crianças com e exequíveis, como o aleitamento materno, a vacinação e a
menos de 5 anos, e apenas por 22% dos nascimentos. Em colocação de redes mosquiteiras nas camas podem reduzir
cada seis crianças nascidas nessa empobrecida região, uma drasticamente o número de mortes entre as crianças», afir-
morre antes dos 5 anos de idade. mou a Unicef.
Adaptado de Diário Digital, 22-01-2008

Tópicos de discussão

3 Reflectir sobre as causas da mortalidade infantil em África e as suas consequências nos planos ético,
social e económico.
3 Discutir o papel das organizações humanitárias, dos políticos e dos cidadãos comuns no combate à mor-
talidade infantil em países subdesenvolvidos.
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12 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.O 1 – SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA

Competências:
3 Distinguir os tipos de factores que influenciam a saúde.
3 Referir indicadores de saúde.
3 Explicar o significado dos indicadores de saúde.
3 Relacionar os indicadores de saúde com o desenvolvimento económico, social e educacional
das populações.
3 Enunciar medidas de promoção da saúde.
3 Explicar a importância dos rastreios na promoção da saúde.

1. Os factores que influenciam a saúde podem ser classificados como individuais (condições intrínsecas
e comportamentais) ou comunitários (ambientais, sócio-culturais e económicos).
1.1 Das seguintes afirmações, assinala com FI as que são relativas a factores individuais e com FC as que
se referem a factores comunitários.
A. Lavar os dentes após cada refeição.
B. Viver em locais muito poluídos.
C. Habitar em locais com rede de saneamento público.
D. Consumir tabaco e outras drogas.
E. Fazer uma alimentação equilibrada.
F. Praticar desporto regularmente.
G. Ter acesso a uma boa rede pública de cuidados de saúde.
H. Dormir ao som de música.
I. Colocar o lixo dentro de sacos de plástico bem fechados e depositá-los no interior do caixote do lixo.
J. Existir recolha regular e tratamento adequado do lixo doméstico.

1.2 Selecciona as afirmações que revelam atitudes promotoras da saúde.

2. Analisa atentamente o quadro seguinte onde se indicam alguns dados sobre quatro países.

EXTENSÃO DA ESPERANÇA
DADOS N.o DE HABITANTES TMI TAXA DE VIH/SIDA
COSTA MARÍTIMA MÉDIA DE VIDA
(milhões) (‰) (%)
PAÍSES (km) (anos)

A 190 7491 27,0 0,7 72

B 20 2470 109,9 12,2 42

C 127 29751 2,8 0,1 82

D 10 66,5 4,2 0,2 79

2.1 Indica, dos dados apresentados, os que constituem indicadores do estado de saúde das populações.

2.2 Refere outros indicadores do estado de saúde.


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SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 13

2.3 Explica o que significa afirmar que o país A tem uma TMI de 27,0‰.

2.4 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:


O facto de no país C a esperança média de vida ser de 82 anos significa que…
a. … todos os habitantes deste país vivem 82 anos.
b. … a maioria dos habitantes deste país vivem mais do que 82 anos.
c. … em média, os habitantes deste país vivem 82 anos.
d. … os habitantes deste país deixam de trabalhar aos 82 anos.
e. … neste país não existem pessoas com mais do que 82 anos.

2.5 Apresenta uma justificação para a elevada taxa de incidência de VIH/SIDA entre a população do país B.

2.6 Compara as taxas de mortalidade infantil verificadas nos países B e C.


2.6.1 Apresenta as razões que poderão explicar a diferença encontrada entre as taxas de mortalidade
infantil destes dois países.
2.7 Infere sobre o grau de desenvolvimento do país C. Justifica a tua resposta.

2.8 Ordena os quatros países por ordem crescente de desenvolvimento económico-social.

3. As taxas de obesidade e de doenças cardiovasculares constituem bons indicadores de saúde. Contudo,


estes indicadores apenas são aplicáveis em países desenvolvidos.

3.1 Explica o que entendes por indicador de saúde.

3.2 Justifica o facto dos indicadores referidos no texto apenas serem aplicáveis em países desenvolvidos.

4. Lê atentamente o texto seguinte sobre rastreios.


«Com a evolução tecnológica e a possibilidade de intervenção terapêutica, o lema «prevenir para curar»
adquiriu uma dimensão que não pode ser descurada em termos de saúde pública. A oftalmologia é uma das
especialidades que trata um conjunto de patologias que, pela sua relevância na prevenção da cegueira, justi-
fica que se implementem rastreios e se façam campanhas de informação e educação para a saúde, aprovei-
tando-se a oportunidade para distribuir material informativo diverso.»
Adaptado de http://www.medicosdeportugal.iol.pt

4.1 Refere qual é o rastreio divulgado no texto.

4.2 Explica o significado do lema «prevenir para curar».

4.3 As acções de rastreio podem desempenhar um papel muito importante na promoção da saúde. Com
base no texto, comenta esta afirmação.

4.4 Indica três outras medidas de promoção da saúde, para além dos rastreios.
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14 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.O 2 – SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA

Competências:
3 Compreender o significado dos indicadores de saúde.
3 Relacionar os indicadores de saúde com o desenvolvimento económico, social e educacional
das populações.
3 Conhecer as causas e as consequências da obesidade.
3 Enunciar medidas de prevenção da obesidade.
3 Relacionar o ordenamento do território com o nível de saúde e a qualidade de vida.

1. Um dos principais indicadores do estado de saúde de uma população é a taxa de mortalidade infantil.
Analisa atentamente o gráfico seguinte, que evidencia a taxa de mortalidade infantil, em 2007, verifi-
cada em diversos países.

Países Fonte: The World Factbook

Alemanha 4,08

Argentina 14,29

Austrália 4,57

Canadá 4,63

Chade 102,07

Colômbia 20,13

Costa Rica 9,45

Índia 34,61

Namíbia 47,23

Moçambique 109,93

Suécia 2,76

0 20 40 60 80 100 120
TMI (‰)

1.1 Indica o país que apresenta a maior taxa de mortalidade infantil.

1.2 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:


Na Austrália, em 2007, a TMI foi de 4,57‰, ou seja…
a. … morreram 457 crianças com menos de um ano por cada 100 mil bebés vivos que nasceram.
b. … em 2007 morreram quase 5 crianças.
c. … em cada 100 nascimentos, mais de 4 crianças com menos de um ano morreram.
d. … na Austrália a maior parte das crianças que morrem têm quase 5 anos.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 15

SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 15

1.3 Selecciona as opções que completam correctamente a afirmação:


No Chade, a TMI pode ser explicada…
a. … pela eficaz assistência médica às grávidas.
b. … pela má nutrição das mães e dos recém-nascidos.
c. … pelas más condições de habitabilidade.
d. … pelo bom plano de vacinação existente no país.
e. … pelo deficiente acompanhamento médico aos recém-nascidos.
1.4 Indica quatro características da Suécia que permitam justificar a TMI verificada neste país.

2. No quadro seguinte relacionam-se alguns indicadores de saúde com o grau de desenvolvimento dos países.
Preenche-o com os símbolos (+) e (-) para indicar, respectivamente, valor elevado e valor reduzido.
INDICADOR TAXA DE MORTALIDADE ESPERANÇA TAXA
TIPO DE PAÍSES INFANTIL MÉDIA DE VIDA DE OBESIDADE

Países desenvolvidos

Países subdesenvolvidos

3. Lê atentamente a notícia seguinte.


A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) defende a restrição da publicidade televisi-
va de alimentos hipercalóricos durante a programação infanto-juvenil para combater o excesso de peso que
atinge cerca de um terço das crianças. «Tem de haver legislação no sentido de restringir a publicidade a
produtos alimentares desequilibrados em termos nutricionais que apresenta como saudáveis, energéticos e
potenciadores do crescimento, alimentos empacotados com alto teor de gordura, açúcar e conservantes»,
disse à agência Lusa, Carla Rego, coordenadora do Grupo de Estudo da Obesidade Pediátrica da SPEO.
Entre os 600 menores seguidos na consulta de nutrição infantil do Hospital de São João (Porto), 7,5%
apresentam alterações do metabolismo da glicose, um estado de pré-diabetes, e 1,2% sofrem de diabetes
tipo II, números que a especialista diz serem «assustadores».
Para combater a obesidade, classificada pela OMS como a epidemia do século XXI, a SPEO considera que
não é suficiente restringir o apelo ao consumo e reclama programas de educação alimentar transversais a
toda a sociedade. Além de campanhas de sensibilização junto das crianças, esta entidade defende ainda a
aprovação urgente de legislação que defina quais os alimentos disponíveis nas máquinas de venda automá-
tica existentes nas escolas.
Adaptado de Lusa 08-02-2006

3.1 A obesidade é um grave problema de saúde pública.


3.1.1 Indica as principais causas da obesidade.
3.1.2 Refere consequências da obesidade.
3.2 Explica a importância de restringir a publicidade dirigida às crianças.
3.3 Explica qual poderá ser o papel da escola na prevenção da obesidade.

4. A requalificação das áreas urbanas, a reformulação da rede viária, a criação e beneficiação de jardins e
outros espaços de lazer, são algumas das principais preocupações dos municípios portugueses. Explica em
que medida o ordenamento do território pode constituir uma medida promotora de saúde.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 16

TRANSMISSÃO DA VIDA
2.1
BASES MORFOLÓGICAS
E FISIOLÓGICAS
DA REPRODUÇÃO HUMANA
2.2
NOÇÕES BÁSICAS
DE HEREDITARIEDADE
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 17
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 18

18 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

PLANIFICAÇÃO

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

2. Transmissão 3 Utilizar os saberes científicos Reconhecer a necessidade de • Brainstorming sobre


da vida para compreender a realidade. desenvolver hábitos de vida o conceito de sexualidade.
saudáveis e de segurança, Esta actividade possibilitará
2.1 Bases 3 Analisar, interpretar numa perspectiva biológica, discutir não só o conceito
morfológicas e e compreender informação psicológica e social de sexualidade mas também
fisiológicas da veiculada de diferentes modos. as possíveis diferenças entre
reprodução 3 Reconhecer que o organismo a forma como os rapazes e as
3 Realizar inferências, humano está organizado raparigas vêm a sexualidade.
2.1.1 Organização generalizações e deduções. segundo uma hierarquia de Poderá ainda ser feita
dos organismos níveis que funcionam de modo a comparação entre o conceito
3 Demonstrar a capacidade integrado. de sexualidade definido pela
2.1.2 Principais de expor e defender ideias. turma com o a definição da OMS
diferenças entre 3 Distinguir os caracteres sexuais (página 68 do Manual).
homens e mulheres 3 Pesquisar, seleccionar, primários dos caracteres
organizar informação para a sexuais secundários. • Exploração de filmes sobre
2.1.3 Constituição transformar em conhecimento a fecundação e desenvolvimento
do sistema mobilizável. 3 Identificar os caracteres embrionário, técnicas
reprodutor humano sexuais secundários. de reprodução assistida
3 Sistema 3 Realizar actividades de forma e clonagem.
reprodutor autónoma, responsável 3 Compreender a diferença entre
masculino e criativa. os conceitos de puberdade • Análise crítica dos textos
3 Sistema e de adolescência. do Manual (páginas, 65, 78, 98
reprodutor 3 Usar correctamente a língua e 101).
feminino portuguesa. 3 Conhecer a morfologia 12
e fisiologia geral do sistema • Actividade experimental.
2.1.4 Início da vida 3 Usar adequadamente reprodutor humano. Realização do trabalho prático
diferentes tipos de linguagens. de isolamento de ADN, proposto
2.1.5 Sexualidade 3 Compreender o ciclo sexual no Manual.
3 Utilizar novas tecnologias feminino (ciclo ovárico e ciclo
2.1.6 Métodos de informação e comunicação. uterino). • Trabalho de grupo
contraceptivos de pesquisa bibliográfica sobre
3 Rentabilizar as tecnologias 3 Identificar hormonas várias temáticas importantes
2.1.7 Infecções de informação e comunicação masculinas e femininas. na adolescência, como
sexualmente na construção do saber e na as transformações do corpo,
transmissíveis sua comunicação. 3 Compreender, de forma a construção da identidade
3 SIDA genérica, o papel das hormonas sexual ou os comportamentos
3 Herpes genital 3 Manifestar perseverança sexuais. de risco. Nesta unidade poderão
3 Hepatite B e seriedade no trabalho. ser ainda propostos temas como
3 Compreender os fenómenos «A Sexualidade», «Métodos
3 Apresentar atitudes e valores de fecundação e de nidação. contraceptivos», «Infecções
inerentes ao trabalho sexualmente transmissíveis»,
cooperativo. 3 Reconhecer a sexualidade «Reprodução medicamente
como uma das dimensões assistida», «Clonagem»,
3 Cooperar com os outros em da existência humana. «Organismos geneticamente
projectos comuns. modificados» ou «Aplicações
da biotecnologia no quotidiano».
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 19

TRANSMISSÃO DA VIDA 19

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

3 Adoptar metodologias 3 Compreender os problemas • Estes trabalhos poderão ser


personalizadas de trabalho associados à gravidez na divulgados à comunidade
e de aprendizagem adequadas adolescência. escolar sob a forma de folhetos
aos objectivos visados. ou cartazes, constituindo uma
3 Conhecer os métodos forma de sensibilização da
3 Respeitar regras de utilização contraceptivos e respectiva mesma ou, ainda, constituírem
de equipamentos e espaços. actuação. conteúdos a integrar na
plataforma e-learning da escola.
3 Manipular com destreza 3 Conhecer infecções
material laboratorial. sexualmente transmissíveis. • Recolha de testemunhos.
Poderá ser proposto aos alunos
3 Assumir atitudes 3 Identificar as vias de a recolha de testemunhos
de flexibilidade e de respeito transmissão do vírus da SIDA acerca da gravidez na
face a novas ideias. e de outras IST. adolescência e as suas
consequências ou a realização
3 Avaliar criticamente atitudes 3 Assumir atitudes responsáveis de pequenos
desenvolvidas pela na prevenção da SIDA e de filmes ou peças de teatro em
comunidade. outras IST. que se aborde a temática.

2.2 Noções básicas 3 Manifestar sentido crítico. Discutir assuntos polémicos • Análise e discussão
de hereditariedade nas sociedades actuais sobre de notícias veiculadas
3 Assumir atitudes de cidadania os quais os cidadãos devem ter na comunicação social sobre
2.2.1 Localização responsável. uma opinião fundamentada os avanços e aplicações da
do material genético biotecnologia.
na célula 3 Reconhecer que cada espécie
possui um conjunto de • Organização de palestras
2.2.2 Mecanismo características próprias. ou debates. Em colaboração
de transmissão com o Centro de Saúde da 10
dos caracteres 3 Reconhecer a existência de região, poderão ser promovidas
hereditários variabilidade entre os indivíduos sessões sobre temáticas
da mesma espécie. relacionadas com a sexualidade
2.2.3 responsável e os afectos.
Hereditariedade 3 Localizar o material genético De modo a que estas sessões
humana na célula. respondam melhor às dúvidas
3 Mecanismo dos alunos, estes poderão ser
de determinação 3 Relacionar termos como convidados a colocar
do sexo na espécie cromossoma, cromatina, previamente questões a debater
humana ADN e gene. durante a sessão.

2.2.4 Aplicações 3 Compreender o mecanismo • Visitas de estudo. Poderão ser


dos conhecimentos da transmissão de informação organizadas visitas de estudo
de genética hereditária. a estações de melhoramento
no quotidiano de plantas, a unidades
3 Organismos 3 Relacionar os termos genótipo industriais que façam uso
geneticamente e fenótipo. da biotecnologia, a estações
modificados de tratamento de águas
3 Riscos dos 3 Interpretar árvores residuais ou a instituições
organismos genealógicas. que façam uso de processos
geneticamente biológicos.
3 Compreender o mecanismo de
modificados
determinação do sexo na
3 Clonagem
espécie humana.
3 Riscos da clona-
gem
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 20

20 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

3 Reconhecer a evolução do • Resolução de actividades


conhecimento científico na área do Manual.
da genética.
• Exploração de textos
3 Explicar o que são OGM e clones. e actividades existentes no
Caderno de Apoio ao Professor.
3 Conhecer, genericamente,
técnicas de produção de OGM • Exploração dos recursos
e de clonagem. propostos no Manual Multimédia

3 Identificar aplicações da genética


e da biotecnologia.

3 Reconhecer a existência de
restrições de natureza ética na
investigação científica.

3 Conhecer benefícios e riscos das


aplicações da biotecnologia.
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TRANSMISSÃO DA VIDA 21

DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 5


NÃO HÁ ESTRELAS NO CÉU
(Letra: Carlos Tê. Música: Rui Veloso)

Não há estrelas no céu Não vês como isto é duro


A doirar o meu caminho Ser jovem não é um posto
Por mais amigos que tenha Ter de encarar o futuro
Sinto-me sempre sozinho Com borbulhas no rosto

De que vale ter a chave Porque é que tudo é incerto


De casa para entrar Não pode ser sempre assim
Ter uma nota no bolso Se não fosse o rock and roll
Para cigarros e bilhar O que seria de mim?

A Primavera da vida é bonita de viver


Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover
(Refrão)
Para mim hoje é Janeiro está um frio de rachar
Parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar

Passo horas no café


Sem saber para onde ir
Tudo à volta é tão feio
Só me apetece fugir
Vejo-me à noite no espelho
O corpo sempre a mudar
De manhã ouço o conselho
Que o velho tem para me dar
(Refrão)
Vou por aí às escondidas
A espreitar às janelas
Perdido nas avenidas
E achado nas vielas
Mãe o meu amor
Foi um trapézio sem rede
Sai da frente por favor
Estou entre a espada e a parede

Tópicos de discussão

3 Encontrar na letra da canção as principais características dos adolescentes.


3 Reflectir sobre as principais transformações que ocorrem no período da adolescência.
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22 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 6


VANTAGENS, DESVANTAGENS E GRAU DE EFICÁCIA DOS MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS
MÉTODO VANTAGENS DESVANTAGENS EFICÁCIA

Dispensa associação com outros Quase sempre irreversível; podem


Esterilização 99,9%
métodos. ocorrer complicações psicológicas.

Eficácia diminuída por certos


Ciclos menstruais mais regulares.
medicamentos; não protege
Pílula Redução do risco de cancro do útero 98%
das IST; é necessário disciplina
e do ovário.
na sua toma.

Risco aumentado de infecções


Pode ser usado por muito tempo;
DIU genitais; acentuação do fluxo 95%
não necessita de especial disciplina.
menstrual e das dores menstruais.

Poucos efeitos secundários; protege


Interfere na espontaneidade; pode
Preservativo contra as IST; não necessita de 95%
romper-se durante a utilização.
indicação médica.

Protege por pouco tempo; aplicação


Espermicidas Não necessitam de indicação médica. 82%
antes de cada relação sexual.

Requer orientação médica para a


escolha do tamanho mais adequado
Diafragma Tem poucos efeitos secundários. 81%
e as formas de aplicação; exige
ajustamento.

Coito Ausência de efeitos secundários em Limitação do prazer. Pode afectar


77%
interrompido termos físicos. psicologicamente o casal.

Método Limitação do número de dias em que


O único método aceite pela maioria
é possível ter relações sexuais; exige 76%
do calendário das religiões.
planeamento e determinação.

Tópicos de discussão

3 Reflectir sobre os factores a ter em conta na escolha de um método contraceptivo, como, por exemplo,
segurança, comodidade e reversibilidade do método, actividade sexual, idade e saúde, nível económico e
social da mulher.

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 7


MITOS RELATIVAMENTE À SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
As afirmações seguintes reflectem mitos sobre a sexualidade.
1. Quase todos os adolescentes já tiveram relações sexuais antes dos 18 anos.
2. Um(a) adolescente necessita de autorização dos pais para pedir o preservativo ou a pílula num Centro de Saúde.
3. Uma rapariga não engravida se tiver relações sexuais durante a menstruação.
4. É perigoso tomar banho durante a menstruação.
5. Um duche vaginal de água fria logo após a relação sexual evita uma gravidez.
6. Uma rapariga não engravida na primeira relação sexual.
7. Uma rapariga não engravida se tiver relações sexuais só de vez em quando.
8. O álcool é um estimulante sexual.
9. Um homem que tenha um pénis grande é sexualmente mais eficaz do que um homem que tenha o pénis pequeno.
10. Uma rapariga não pode engravidar a não ser que o rapaz ejacule dentro da sua vagina.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 23

TRANSMISSÃO DA VIDA 23

1 1. Uma rapariga não engravida se tomar a pílula um ou dois dias antes de cada uma das relações sexuais.
12. A pílula do dia seguinte poderá ser tomada de cada vez que ocorrer uma relação sexual.
13. Uma pessoa com bom aspecto não tem SIDA.
14. Quando um adolescente é vítima de agressão sexual, o agressor é sempre uma pessoa desconhecida.
Adaptado de Educação Sexual: Contextos de sexualidade e a adolescência

Tópicos de discussão

3 Discutir os mitos sobre a sexualidade na adolescência depois dos alunos, individualmente, classificarem
cada uma das afirmações como verdadeira ou falsa.

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 8


FORMAS DE ACTUAÇÃO DOS CONTRACEPTIVOS
MULHER HOMEM
Pílula
Produção Produção
de gâmetas de gâmetas
Vasectomia

Saída
dos gâmetas
Preservativo
Abstinência Coito
no período interrompido
fértil Deposição dos
espermatozóides na vagina

Diafragma
Espermicida
DIU Entrada dos espermatozóides
nas trompas
Laqueação
das trompas

Fecundação
DIU

Nidação

Manutenção
da gravidez Adaptado de Mercandante, C., et al – Biologia (1999)

Tópicos de discussão

3 Reflectir sobre a altura em que cada um dos métodos contraceptivos actua e o respectivo efeito.
3 Resumir a sequência de acontecimentos até à efectivação de uma gravidez.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 24

24 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 9


HISTÓRIA DE UMA DOENÇA – SÍFILIS
A sífilis é uma infecção sexual- Em Portugal, os primeiros casos
mente transmissível causada por uma de sífilis surgiram pouco depois da
bactéria, Treponema pallidum. Esta armada de Colombo ter regressado
doença desenvolve-se em três fases. A do Novo Mundo e pensa-se que pos-
primeira caracteriza-se pelo apareci- sam ter sido os marinheiros de Vasco
mento de uma pequena ferida com o da Gama a disseminar a doença para
aspecto de úlcera arredondada de o Oriente na sua primeira viagem até
bordos duros, no local onde se deu a Calecute, em 1498.
penetração, e multiplicação do agen- Cedo se tornou claro que a doen-
te infeccioso. Na segunda fase, os gân- ça era contagiosa e chegou a pensar-
glios linfáficos aumentam de volume -se que a sua transmissão se fazia
e surgem erupções na pele formadas através da pele nos banhos públicos
por pequenas manchas cor-de-rosa e que, por isso, foram ficando desertos,
sintomas relacionados com infecções acabando por fechar. Os banhos
do fígado e dos rins. Na terceira fase, foram então substituídos pelos perfu-
surgem tumores na pele e nos ossos, Cristóvão Colombo mes.
problemas cardíacos e neurológicos com convulsões, A suspeita de que se tratava de um mal «sexualmente
paralisia, alterações do comportamento e demência. transmissível» teve enormes consequências sociais. A
A sífilis surgiu como uma pande- prostituição foi perseguida e ilegali-
mia catastrófica, de modo súbito, na zada e surgiu o preservativo, fabrica-
Europa, em 1494/95, após o regresso à do a partir do intestino de carneiro.
América, em 1493, dos marinheiros de Alguns crêem que foi a necessidade
Cristóvão Colombo. Esta teoria sobre de ocultar a alopecia (calvície) e as
o início da doença na Europa, dita úlceras do pescoço que fez nascer, no
«colombiana», é aceite generica- século XVIII, a moda das cabeleiras
mente, embora com algumas reservas, postiças e das rendas farfalhudas nas
por falta de argumentos científicos golas.
sólidos. O facto de inicialmente os euro-
Outra hipótese, igualmente precá- peus não apresentarem resistência
ria, é denominada «ambiental». para esta doença e de não existir
Admite a possibilidade da sífilis ser qualquer tratamento, levou à morte
uma doença antiga, cuja bactéria cau- de um elevado número de pessoas,
sadora sofreu mutações que a torna- chegando mesmo a ser congénita, ou
ram mais virulenta no século XVI. A Nau Santa Maria seja, adquirida durante a gestação e
rápida transmissão da sífilis entre os soldados de vários presente no nascimento. Com o tempo, a população foi
exércitos valeu-lhe as designações de «mal francês» para adquirindo alguma resistência ao agente patogénico, mas
italianos e ingleses, «mal polaco» para os moscovitas, só no século XX, após a descoberta da penicilina, foram
«mal germânico» para os polacos e «mal português» para possíveis os primeiros tratamentos eficazes, o que permi-
os japoneses. tiu atenuar os efeitos da doença.

Tópicos de discussão

3 Comentar as implicações sociais da sífilis.


3 Comparar a história da sífilis com a história da SIDA.
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TRANSMISSÃO DA VIDA 25

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 10


DOMINÂNCIA/RECESSIVIDADE EM CARACTERES HUMANOS

CARACTERES DOMINANTE RECESSIVO

Cor do cabelo Castanho Louro

Cor da íris Castanha Azul

Lábios Grossos Finos

Queixo Com covinha Sem covinha

Orelhas Lóbulo solto Lóbulo aderente

Visão Normal Miopia

Língua Capacidade de dobrar Incapacidade de dobrar

Tópico de discussão

3 Elaborar e interpretar árvores genealógicas pessoais.

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 11


APLICAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS
No futuro, o tratamento de doenças como acidentes vasculares cerebrais, diabetes e até mesmo paralisias, poderá ser
revolucionado com a investigação actualmente em curso sobre as células estaminais. As células estaminais são células exis-
tentes nos embriões e que ainda não sofreram diferenciação. A diferenciação celular ocorre durante as fases iniciais do desen-
volvimento do embrião, quando as células estaminais se transformam nos vários tipos de células que existem no organismo.
Os cientistas estudam a possibilidade de, através do controlo destas células, conseguirem curar várias doenças. Por exemplo,
as células lesionadas do cérebro dos pacientes das doenças de Parkinson e Alzheimer, poderiam ser substituídas por células
estaminais de um embrião que reconstituiriam o tecido cerebral perdido. No entanto, o avanço destas investigações tem sido
travado devido às questões éticas que a utilização de embriões humanos durante as experiências levanta. A atitude relativa-
mente à utilização de células estaminais embrionárias para fins de investigação varia de país para país. Por exemplo, na
Alemanha, a remoção de células estaminais de um embrião humano é considerada ilegal, enquanto no Reino Unido é legal
mas apenas em embriões com menos de 14 dias após a fertilização. Muitos países ainda não possuem leis claras que regulem
a investigação de células estaminais humanas.

Tópico de discussão

3 Discutir aspectos éticos da utilização das células estaminais.


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26 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.o 3 – TRANSMISSÃO DA VIDA

Competências:
3 Identificar os constituintes dos sistemas reprodutores masculino e feminino.
3 Conhecer a função dos constituintes dos sistemas reprodutores masculino e feminino.
3 Inferir sobre a função das hormonas sexuais.
3 Conhecer os métodos contraceptivos e a respectiva forma de actuação.
3 Explicar a determinação do sexo na espécie humana.

1. Nas figuras seguintes estão representados os sistemas reprodutores masculino e feminino.


Analisa-as atentamente.

14 15
1 2

12
13

11 3 16
22
17
4
10
5
7 6 18
21
8 20 19
9

1.1 Indica o nome dos órgãos identificados com os números 2, 5, 6, 9, 10, 11, 12, 19 e 20.
1.2 Indica o número, o nome e a função dos seguintes órgãos:
a. gónadas masculinas.
b. gónadas femininas.
1.3 Completa as afirmações seguintes.
a. A fecundação ocorre na ____(A)____, estrutura identificada na figura com o número ____(B)____.
b. O útero, identificado na figura com o número ____(A)____, é o local onde ocorre a ____(B)____.
c. Os espermatozóides terminam a sua maturação no ____(A)____, estrutura identificada com o
número ____(B)____.
1.4 Faz corresponder a cada afirmação o termo correspondente.
a. Célula reprodutora masculina, formada por flagelo, parte intermédia e cabeça.
b. Secreção produzida pelas glândulas seminais.
c. Fluido constituído por gâmetas masculinos e pelas secreções produzidas pelas glândulas anexas.
d. Mucosa que reveste o útero e que sofre transformações cíclicas.
e. Estrutura do ovário onde se desenvolvem os gâmetas femininos.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 27

TRANSMISSÃO DA VIDA 27

2. A castração era prática habitual nos homens encarregados pela guarda dos haréns no mundo muçulmano.
Estes homens (eunucos) não só se tornavam estéreis, como sofriam profundas modificações nos caracte-
res sexuais secundários. Explica este facto.

3. Foi feito um estudo com o objectivo de conhecer a eficiência dos métodos contraceptivos mais utilizados. Os
resultados desse estudo estão expressos no quadro abaixo.

% DE CASOS EM QUE
MÉTODO
OCORREU GRAVIDEZ

Preservativo 5,0

Espermicida 18,0

Diafragma 19,0

Pílula 1,0

DIU 5,0

Calendário 24,0

Laqueação das trompas 0,4

Vasectomia 0,4

3.1 Indica quais são os métodos contraceptivos mais eficazes.


3.2 A pílula anticoncepcional diferencia-se dos demais métodos contraceptivos relativamente à forma de
actuação. Justifica esta afirmação.
3.3 Explica em que consiste a vasectomia.
3.4 Selecciona, entre os métodos contraceptivos referidos, os
que se podem classificar como métodos de barreira.
Pais

4. Observa atentamente a figura ao lado.


4.1 Prevê o cariótipo dos gâmetas 1, 2 e 3.
4.2 Prevê o sexo dos filhos A e B deste casal. 44 + XY 44 + XX
4.3 Henrique VII, rei de Inglaterra, abandonou algumas espo-
sas porque, segundo ele, não tinham sido capazes de lhe
dar um filho rapaz. Comenta esta afirmação. Gâmetas 1 2 3

Filhos

A B
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28 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.o 4 – TRANSMISSÃO DA VIDA

Competências:
3 Identificar os vários constituintes do sistema reprodutor feminino.
3 Conhecer, genericamente, o processo de ovogénese.
3 Inferir sobre a função das hormonas sexuais.
3 Relacionar a variação das hormonas sexuais com a sequência de fenómenos que decorrem durante
o ciclo sexual feminino.
3 Conhecer o ciclo sexual feminino.

1. Observa o esquema da figura seguinte, que representa parte do sistema reprodutor feminino.

C 2

B
1 3
II

III

I A

1.1 Faz a legenda dos números 1, 2 e 3.


1.2 Indica os fenómenos identificados pelos números I, II e III.
1.3 Identifica as células A e B e a estrutura C.
1.4 No órgão 3 decorre a ovogénese. Este processo tem início durante o desenvolvimento embrionário das
raparigas e é depois interrompido.
1.4.1 Indica em que altura da vida das raparigas a ovogénese é interrompida e quando volta a ser reto-
mada.
1.4.2 Selecciona as opções que completam correctamente a seguinte afirmação:
A ovogénese é um processo…
a. … contínuo.
b. … cíclico.
c. … que conduz à formação de milhões de gâmetas em simultâneo.
d. … que conduz à formação de um gâmeta de cada vez.

2. A judoca brasileira, Edinanci Silva necessitou de se submeter a duas cirurgias para corrigir uma anomalia
genética que tinha originado dois testículos internos. Por exigência do Comité Olímpico Internacional, foram-
-lhe retirados os testículos que possuía internamente. Explica a vantagem que esta atleta teria sobre as
outras competidoras, se tivesse testículos funcionais.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 29

TRANSMISSÃO DA VIDA 29

3. O gráfico da figura seguinte mostra os níveis de hormonas no sangue durante o ciclo sexual.

Concentração
de hormonas
no sangue
LH

FSH

1 2

Estrogénios

Progesterona

Período
Fase proliferativa Fase secretora
0 menstrual 5 14 28
Dias do ciclo menstrual

3.1 Selecciona a opção que completa correctamente a seguinte afirmação:


Os fenómenos 1 e 2 são respectivamente…
a. … amadurecimento do ovócito e ovulação.
b. … menstruação e crescimento do endométrio.
c. … libertação do ovócito e menstruação.
d. … ovulação e formação do corpo amarelo.
e. … menstruação e formação do corpo amarelo.
3.2 Selecciona a opção que completa correctamente a seguinte afirmação:
As hormonas produzidas pela hipófise actuam sobre…
a. … o útero.
b. … o ovário.
c. … o ovário e o útero.
d. … o sangue.
3.3 Classifica cada uma das seguintes afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F).
A. O corpo amarelo segrega apenas progesterona.
B. O estrogénio segregado pela hipófise controla o ciclo uterino.
C. Após a ovulação, inicia-se um novo ciclo ovárico.
D. A reparação do endométrio durante a fase proliferativa do ciclo uterino é estimulada por um aumento
da concentração de estrogénio.
E. A fase proliferativa do ciclo uterino e a fase folicular do ciclo ovárico são coincidentes e iniciam-se
com a ovulação.
F. Após a ovulação, o folículo de onde se libertou o ovócito transforma-se em corpo amarelo.
3.4 Observando as curvas das hormonas do gráfico, refere se ocorreu fecundação. Justifica a tua resposta.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 30

30 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.o 5 – TRANSMISSÃO DA VIDA

Competências:
3 Inferir sobre a função das hormonas sexuais.
3 Relacionar a variação das hormonas sexuais com a sequência de fenómenos que decorrem durante
o ciclo sexual feminino.
3 Conhecer o ciclo sexual feminino.
3 Conhecer métodos contraceptivos e respectiva actuação.
3 Aplicar conhecimentos básicos de genética em situações concretas.
3 Enumerar aplicações da biotecnologia.

1. O gráfico da figura seguinte representa a variação dos níveis de estrogénios e de progesterona


durante o ciclo menstrual.

2 Progesterona 3
1

Estrogénios

0 14.o 28.o
Dias do ciclo

1.1 Selecciona das opções seguintes aquela que constitui uma afirmação verdadeira.
a. Apenas a taxa de progesterona é baixa durante a menstruação.
b. Apenas a taxa de estrogénios é baixa durante a menstruação.
c. As taxas de estrogénios e de progesterona são altas durante a menstruação.
d. As taxas de estrogénios e de progesterona atingem o nível mínimo durante a ovulação.
e. A taxa de progesterona aumenta após a ovulação.
1.2 Selecciona a opção que completa correctamente a seguinte afirmação:
As hormonas produzidas pelo ovário actuam sobre…
a. … o útero.
b. … a hipófise.
c. … o corpo amarelo.
d. … os folículos ováricos.
e. … o sangue.
1.3 Indica em que altura do ciclo menstrual (1, 2 ou 3) há a possibilidade de ocorrer uma gravidez. Justifica
a tua resposta.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 31

TRANSMISSÃO DA VIDA 31

2. Classifica cada uma das afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F).
A. A pílula anticoncepcional é um dos métodos mais eficazes na prevenção da transmissão de infecções
sexualmente transmissíveis
B. Os métodos anticoncepcionais naturais são muito falíveis.
C. A laqueação de trompas é um método contraceptivo definitivo.
D. O preservativo é um método contraceptivo de barreira.
E. A pílula anticoncepcional é um método contraceptivo definitivo.

3. Das atitudes seguintes indica as que constituem forma de transmissão do vírus da SIDA.
a. Partilhar talheres com uma pessoa seropositiva.
b. Ter relações sexuais com uma pessoa com bom aspecto sem preservativo.
c. Furar as orelhas com agulhas não esterilizadas.
d. Beijar uma pessoa portadora do vírus da SIDA.
e. Trocar roupa com uma pessoa com SIDA.
f. Utilizar piscinas públicas.

4. A figura seguinte representa a árvore genealógica de uma família afectada por uma doença de origem
genética.
Legenda:
1 2 3 4
Homem normal

Mulher normal
5 6 7
8 Homem doente

Mulher doente

9 10

4.1 A doença que afecta esta família é condicionada por um gene recessivo. Esta dedução pode ser feita
graças ao casal:
a. 1-2; b. 3-4; c. 5-6; d. 7-8; e. 9-10.
4.2 Utilizando a letra N para representar o gene dominante e a letra n para representar o gene recessivo,
indica o genótipo de todos os indivíduos identificados com números.
4.3 Indica qual é a probabilidade do casal 5-6 vir a ter um filho sem esta doença. Justifica a tua resposta.

5. Existe um grande número de aplicações da biotecnologia na agricultura, desde as técnicas ancestrais de


selecção das plantas mais vantajosas até às mais recentes técnicas de recombinação genética.
5.1 Indica duas aplicações das técnicas de recombinação genética na agricultura.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 32

O ORGANISMO HUMANO
EM EQUILÍBRIO
3.1
SISTEMA
NEURO-HORMONAL
3.2
SISTEMA
CARDIORRESPIRATÓRIO
3.3
SISTEMAS DIGESTIVO
E EXCRETOR
3.4
OPÇÕES QUE INTERFEREM NO
EQUILÍBRIO DO ORGANISMO
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 33
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 34

34 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

PLANIFICAÇÃO

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

3. O organismo 3 Utilizar os saberes científicos Compreender que o organismo • Exploração de filmes sobre
humano em para compreender a realidade. humano está organizado em o funcionamento do corpo
equilíbrio diferentes sistemas que humano.
3 Analisar, interpretar desempenham funções
e compreender informação específicas e funcionam de • Exploração de modelos
3.1 Sistema
modo integrado e em anatómicos.
neuro-hormonal veiculada de diferentes modos.
interacção.
• Análise crítica dos textos do
3.1.1 Sistema 3 Realizar inferências, 3 Conhecer a constituição do
Manual (páginas 113, 125, 140,
nervoso generalizações e deduções. sistema nervoso.
159, 187 e 211).
3 Constituintes do 3 Conhecer a estrutura do
sistema nervoso 3 Demonstrar a capacidade de neurónio. • Actividades experimentais.
3 Sistema nervoso expor e defender ideias. Poderão ser efectuados
3 Identificar os constituintes do
central trabalhos práticos de observação
encéfalo.
3 Sistema nervoso 3 Pesquisar, seleccionar microscópica de sangue humano
periférico e organizar informação para 3 Conhecer o sentido da em preparações definitivas,
3 Actos voluntários e a transformar em transmissão do impulso de dissecação do encéfalo,
involuntários conhecimento mobilizável. nervoso. do coração, dos pulmões
3 Distinguir o sistema nervoso e do rim de mamíferos, bem
3.1.2 Sistema 3 Realizar actividades de forma central do sistema nervoso como de identificação
endócrino autónoma, responsável periférico e o sistema nervoso de glícidos, previstos no Manual.
e criativa. autónomo do sistema nervoso
• Trabalho de grupo. Poderão
somático.
3 Usar correctamente a língua ser propostos trabalhos de
portuguesa. 3 Conhecer a actuação dos pesquisa sobre temáticas 8
sistemas nervosos autónomo relacionadas com as doenças
3 Usar adequadamente e somático. que afectam os diferentes
diferentes tipos de linguagem. 3 Distinguir actos voluntários de sistemas e as técnicas utilizadas
actos involuntários e actos no seu diagnóstico e tratamento.
3 Utilizar novas tecnologias de reflexos inatos de actos Em sequência destes trabalhos,
informação e comunicação. reflexos adquiridos. poderão ser desenvolvidas
campanhas de sensibilização,
3 Explicar o arco reflexo.
3 Rentabilizar as tecnologias da nomeadamente, de doação de
informação e comunicação na 3 Reconhecer que os sistemas sangue ou de medula óssea.
construção do saber e na sua nervosos simpático Os alunos poderão ainda
comunicação. e parassimpático trabalhar temas relacionados
desempenham funções opostas com a dieta mediterrânica ou
e complementares. outros tipos de regimes
3 Conhecer doenças alimentares, os distúrbios
do sistema nervoso. alimentares e os malefícios
do consumo de drogas ilícitas,
3 Conhecer, genericamente,
tabaco ou álcool, entre outros.
a forma de actuação do
Os trabalhos elaborados poderão
sistema endócrino.
constituir ficheiros temáticos a
3 Reconhecer que a coordenação disponibilizar na Biblioteca e/ou
do organismo é feita pela a incluir na plataforma
interacção entre o sistema e-learning da escola.
nervoso e o sistema endócrino.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 35

O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 35

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

3.2 Sistema 3 Manifestar perseverança 3 Identificar os diferentes • Elaboração de questionário.


cardiorrespiratório e seriedade no trabalho. constituintes do sangue e as Os alunos poderão ser
respectivas funções. envolvidos na elaboração e
3.2.1 Sistema 3 Apresentar atitudes e valores aplicação à comunidade escolar
circulatório inerentes ao trabalho 3 Identificar as características de um questionário sobre o
sanguíneo cooperativo. dos diferentes tipos de vasos consumo
3 Constituição sanguíneos. de drogas ilícitas, tabaco e
do sangue 3 Cooperar com os outros em álcool.
3 Estrutura dos projectos comuns. 3 Relacionar a estrutura dos A divulgação deste trabalho
vasos sanguíneos vasos sanguíneos com poderá ser enquadrada numa
3 Estrutura do 3 Adoptar metodologias a respectiva função. acção mais vasta de
coração personalizadas de trabalho sensibilização sobre
3 Ciclo cardíaco e de aprendizagem adequadas 3 Identificar a estrutura os malefícios do consumo destas
3 Circulação aos objectivos visados. do coração. substâncias, como, por exemplo,
do sangue organizando sessões alargadas
3 Variação da pres- 3 Respeitar regras de utilização 3 Descrever o ciclo cardíaco. de esclarecimento a toda a
são sanguínea de equipamentos e espaços. escola em colaboração com
3 Doenças 3 Descrever a circulação diferentes técnicos e entidades
cardiovasculares 3 Manipular com destreza pulmonar e a circulação (por exemplo, técnicos de saúde,
material laboratorial. sistémica. psicólogos ou Escola Segura).
3.2.2 Sistema
circulatório linfático 3 Assumir atitudes de 3 Explicar a formação da linfa. • Recolha de testemunhos.
flexibilidade e de respeito face Os alunos poderão fazer uma
3.2.3 Sistema a novas ideias. 3 Relacionar o sistema linfático recolha de testemunhos de
respiratório com o sistema sanguíneo. ex-toxicodependentes ou
3 Constituição 3 Avaliar criticamente atitudes ex-alcoólicos ou de pessoas que
do sistema desenvolvidas pela 3 Identificar as funções tenham sofrido consequências
respiratório comunidade. do sistema linfático. directas do uso destas 15
3 Funcionamento do substâncias.
sistema respirató- 3 Manifestar sentido crítico. 3 Identificar os constituintes Poderão ainda ser recolhidos
rio do sistema respiratório. testemunhos de pessoas que
3 Trocas gasosas 3 Assumir atitudes de cidadania tenham comportamentos de
3 Doenças responsável. 3 Compreender os mecanismos risco ou que deles sejam vítimas
respirataórias responsáveis pela ventilação (por exemplo, sinistralidade
pulmonar. rodoviária/álcool).
A apresentação destes
3 Compreender a importância testemuhos poderá ser o ponto
da hematose. de partida para um debate na
turma ou alargado a toda a
3 Distinguir sangue venoso de comunidade educativa.
sangue arterial.
• Análise e discussão
3 Conhecer doenças dos de notícias veiculadas na
sistemas circulatório comunicação social sobre
e respiratório. a evolução das técnicas
de diagnóstico e tratamento
3 Associar as doenças dos de doenças que afectam
sistemas circulatório os sistemas de órgãos
e respiratório aos respectivos estudados ou que façam
factores de risco. referência à relação entre
as opções de vida
e o surgimento de doenças ou
outras situações que ponham a
vida em perigo.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 36

36 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

3.3 Sistemas 3 Distinguir alimentos de • Análise de rótulos. A análise


digestivo e excretor nutrientes. de rótulos de alimentos,
permitirá identificar
3.3.1 Sistema 3 Reconhecer a necessidade os nutrientes presentes e
digestivo da digestão dos alimentos. calcular o valor energético
3 Nutrientes dos alimentos. Esta análise
necessários 3 Identificar os constituintes permitirá ainda perceber
ao organismo do sistema digestivo. a presença de conservantes,
3 Composição corantes e outros aditivos.
dos nutrientes 3 Conhecer, em termos genéricos,
complexos os fenómenos da digestão • Elaboração de ementas.
3 Constituição mecânica e química. Em colaboração com
do sistema os responsáveis pelo refeitório
digestivo 3 Reconhecer a importância escolar, os alunos poderão
3 Digestão dos sucos digestivos na digestão aplicar os seus conhecimentos,
3 Absorção química. colaborando na elaboração
3 Doenças de ementas equilibradas. Esta
do sistema 3 Relacionar a morfologia do actividade poderá ser inserida
digestivo intestino com a absorção. numa campanha mais ampla
de sensibilização sobre hábitos
3.3.2 Utilização 3 Explicar o destino das alimentares saudáveis.
dos nutrientes substâncias resultantes
pelo organismo da digestão. • Organização de palestras
ou debates. Em colaboração
3.3.3 Sistema 3 Compreender a importância com técnicos de saúde,
excretor dos nutrientes e do oxigénio para psicólogos, nutricionistas ou
3 Constituição as células. outros profissionais poderão ser
do sistema promovidas sessões de 12
excretor 3 Compreender a necessidade sensibilização sobre as diversas
3 Função dos rins – de eliminar produtos residuais temáticas abordadas nesta
formação da urina do metabolismo celular. unidade.
3 Doenças
do sistema 3 Identificar os constituintes • Visita de estudo a um centro
excretor do sistema excretor. de hemodiálise ou a um centro
hospitalar onde os alunos
3.3.4 Interacção 3 Reconhecer o nefrónio como tomem contacto com técnicas
dos sistemas unidade básica da excreção renal. de diagnóstico e tratamento de
de órgãos diferentes doenças.
3 Explicar o mecanismo
de formação da urina. • Resolução de actividades
do Manual.
3 Conhecer doenças dos sistemas
digestivo e excretor. • Exploração de textos
e actividades existentes no
3 Relacionar as doenças Caderno de Apoio ao Professor.
dos sistemas digestivo e excretor
com os respectivos factores • Exploração dos recursos
de risco. propostos no Manual Multimédia

3 Relacionar a interacção dos


diferentes sistemas de órgãos,
numa situação concreta.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 37

O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 37

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

3.4 Opções que Valorizar atitudes de


interferem no segurança e de prevenção
equilíbrio como condição essencial em
do organismo diversos aspectos
relacionados com a qualidade
3.4.1 Alimentação de vida.
3 Funções
dos nutrientes 3 Reconhecer que a saúde
3 Dieta equilibrada é condicionada pelas opções
3 Factores individuais.
condicionantes
do regime 3 Compreender que
alimentar a alimentação equilibrada,
3 Alimentação a higiene e a prática de
desequilibrada: exercício físico são opções
subnutrição de vida que condicionam
e hipernutrição a saúde.

3.4.2 Actividade 3 Identificar os factores que


física devem condicionar o regime
alimentar.
3.4.3 Higiene oral
3 Conhecer o valor nutritivo
3.4.4 Drogas dos nutrientes.
3 Drogas ilícitas
3 Tabaco 3 Explicar o significado
3 Álcool da pirâmide alimentar e da
roda dos alimentos. 10

3 Reconhecer o valor nutricional


da dieta mediterrânica.

3 Compreender que
os desequilíbrios alimentares,
a falta de higiene,
o sedentarismo e o consumo
de drogas são opções de vida
prejudiciais ao organismo.

3 Conhecer efeitos resultantes


de uma alimentação
desequilibrada.

3 Conhecer efeitos do consumo


de tabaco, de álcool
e de drogas ilícitas.

3 Assumir uma atitude crítica


face aos comportamentos que
comprometem o equilíbrio
do organismo.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 38

38 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 12


RECEPTORES DE ESTÍMULOS
Tal como nos outros animais, a sobrevivência do ser Existem quatro tipos de receptores gustativos, situados em
humano, depende, em parte, da capacidade de reconhecer e diferentes regiões da língua, capazes de reconhecer os qua-
dar resposta a estímulos. Os receptores de estímulos locali- tro sabores básicos: doce, azedo, salgado e amargo.
zam-se em todas as parte do corpo e, de acordo com a natu- • As estruturas responsáveis pela audição são o ouvido
reza do estímulo que são capazes de captar, podem ser clas- externo, o ouvido médio e a cóclea. O ouvido externo corres-
sificados em: ponde ao canal auditivo que se abre para o meio exterior na
• Quimiorreceptores – detectam substâncias químicas. orelha. O epitélio que reveste o canal auditivo externo é rico
Existem, por exemplo, na língua e no nariz. em células secretoras de cera que retêm partículas de poeira
• Termorreceptores – reagem a estímulos de natureza e microrganismos. O ouvido médio, separado do ouvido exter-
térmica e encontram-se distribuídos por toda a pele. no pelo tímpano, é um canal estreito e cheio de ar que comuni-
• Mecanorreceptores – sensíveis a estímulos mecâni- ca com a garganta através da trompa de Eustáquio. A cóclea é
cos. Nos ouvidos, por exemplo, são capazes de captar ondas a parte do ouvido interno responsável pela audição. É um
sonoras. longo tubo cónico, enrolado em caracol, no interior do qual
• Fotorreceptores – captam estímulos luminosos e existe uma estrutura complexa (órgão de Corti), onde se
encontram-se localizados nos olhos. situam os receptores sensoriais responsáveis pela captação
Os receptores sensoriais localizam-se na superfície do dos estímulos produzidos pelas ondas sonoras.
corpo, onde recebem estímulos provenientes do exterior, • Os olhos, responsáveis pela visão, são bolsas membrano-
como a luz, o calor, os sons e a pressão. Outros receptores de sas, embutidas em cavidades ósseas do crânio, as órbitas ocu-
estímulos estão localizados no interior do corpo, como os lares. Têm associadas estruturas acessórias: pálpebras,
que se situam nos músculos, nos tendões e órgãos internos, sobrancelhas, músculos e aparelho lacrimal. A cada olho está
captando estímulos com origem no interior do corpo que associado um nervo óptico, um feixe de fibras nervosas, que
revelam as condições internas do organismo (pH, tempe- parte do interior do globo ocular em direcção ao encéfalo. Os
ratura e composição química do sangue, por exemplo). raios luminosos atravessam várias estruturas do olho (córnea,
Os receptores sensoriais permitem a existência dos sen- pupila, cristalino e o corpo vítreo) até chegarem à retina onde
tidos. O ser humano possui cinco sentidos: estimulam os receptores sensoriais que os transformam em
• O olfacto é produzido pela estimulação do epitélio impulsos nervosos. Esses impulsos nervosos penetram então
olfactivo, localizado no tecto das cavidades nasais. O epitélio nas células nervosas da retina, que os conduzem, através do
olfactivo humano contém cerca de 20 milhões de células nervo óptico, aos centros de visão do cérebro.
sensoriais, cada uma com seis pêlos sensoriais, sendo pouco • A pele, o nosso maior órgão sensorial, é responsável
desenvolvido em relação ao de outros mamíferos. Os cães, pelo sentido do tacto. Possui diversos tipos de receptores
por exemplo, têm mais de 100 milhões de células sensoriais, que recebem continuamente diferentes tipos de estímulos
cada uma com, pelo menos, 100 pêlos sensoriais. (dor, frio, calor, pressão) que são enviados ao encéfalo.
• O paladar deve-se aos receptores localizados na língua. Muitos dos receptores sensoriais da pele são terminações
Estes receptores encontram-se agrupados em pequenas nervosas livres.
saliências chamadas papilas gustativas (cerca de 10 000).

Tópicos de discussão

3 Discutir a importância dos receptores de estímulos para a sobrevivência humana.


3 Relacionar os órgãos dos sentidos com a percepção do meio.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 39

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 13


MUTAÇÃO PODE ELIMINAR DOR
Um grupo de cientistas britânicos publicou um estudo mutação num gene conhecido por SCN9A. Com o gene nor-
na revista Nature em que mostra que a ausência de dor se mal, as células reagem à dor emitindo um sinal ao cérebro
deve a uma mutação genética e não a falhas no cérebro através da espinal medula. Porém, a mutação neste gene
como se pensava. bloqueia os impulsos nervosos, impedindo que o cérebro
O estudo foi realizado no receba o sinal nervoso de alerta para
Paquistão, onde um rapaz se tornou a dor.
famoso por realizar espectáculos de A descoberta responde à questão
rua em que se feria com facas ou de os pacientes paquistaneses serem
caminhava em cima de brasas. Apesar realmente incapazes de percepcionar
de parecerem truques de feira, estas dor ou se simplesmente lhe são indife-
actividades são possíveis devido a uma rentes. Quando o primeiro doente
doença devastadora em que os pacien- incapaz de sentir dor foi examinado
tes não têm noção dos limites físicos, pela primeira vez, no início do século XX,
uma vez que não são sensíveis à dor. alguns médicos pensaram que talvez
Estes doentes ferem-se sem terem a doença envolvesse uma malforma-
consciência disso, correndo assim o ção no cérebro e não nos nervos.
risco de queimaduras, ferimentos ou O estudo desta mutação genética
fracturas graves. O jovem paquistanês permitiu a descoberta de uma molé-
do referido estudo acabou por morrer cula que pode ser a base de potentes
aos 14 anos, quando se atirou de um medicamentos analgésicos e de novas
telhado, por não ter medo e nunca ter sentido dor. Estes fac- formas de atenuar a dor intensa, com menos efeitos secundá-
tos mostram a importância da dor como meio de alerta útil rios indesejáveis do que os existentes actualmente, nomeada-
para a manutenção da nossa saúde e sobrevivência. mente, a nível cardíaco.
Os investigadores descobriram que na família do rapaz Um outro estudo recente mostra que o gene SCN9A
paquistanês havia outras seis crianças que partilhavam o pode sofrer outro tipo de mutação, posicionando os portado-
que muitos consideravam um dom: nenhuma delas sentiu res dessa mutação no outro extremo do espectro da dor.
alguma vez dor em qualquer parte do corpo. Esta mutação realça a dor em vez de a inibir e os seus porta-
Comparando amostras de ADN das seis crianças, os dores sentem dores violentas e desproporcionadas em rela-
investigadores descobriram que todas partilhavam uma ção ao estímulo.
Adaptado de http://www.mni.pt
e Jornal de Notícias, 15-12-2006

Tópicos de discussão

3 Discutir a importância da dor na sobrevivência humana.


3 Relacionar a descoberta descrita com os mecanismos de transmissão nervosa aprendidos.
3 Inferir sobre a importância desta descoberta no desenvolvimento da ciência.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 40

40 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 14


DAR SANGUE, SALVAR VIDAS
No dia 27 de Março comemora-se o Dia Nacional do profissionais de saúde e totalmente seguro para o dador.
Dador de Sangue. Todo o material utilizado é esterilizado e eliminado após
Há cada vez mais portugueses mentalizados para a cada doação, sendo impossível contrair alguma doença.
importância das dádivas de sangue. Estas Existem três tipos de aférese:
dádivas permitem ajudar todas as pessoas • Plaquetaférese – doação de plaquetas
que, numa determinada altura das suas vidas, destinadas a doentes com leucemia, linfoma ou
e por diversos motivos, necessitam de receber outros tipos de cancros e a doentes sujeitos a
uma transfusão de sangue. Os dadores, ao cirurgia cardíaca ou transplante de medula
contribuírem para o aprovisionamento das óssea.
reservas de sangue, demonstram uma atitu- • Eritraférese – doação de glóbulos ver-
de altruísta que permite salvar vidas. melhos destinados a doentes politraumatiza-
Para se ser dador basta ter entre 18 e 65 dos submetidos a cirurgias, a transplantes ou
anos de idade, ter mais do que 50 kg e não ter com doenças como leucemia ou outras for-
doenças que possam prejudicar a qualidade mas de cancro.
do sangue a ser doado. • Plasmaférese – doação de plasma desti-
As colheitas de sangue são feitas de modo a proteger a nado a doentes queimados, a receptores de transplante de
saúde do dador e a garantir a segurança do doente que dele órgãos e a doentes com alterações de coagulação.
necessita. Assim, é fundamental que o dador colabore no pro- Para além das condições exigidas aos dadores de sangue
cesso e tenha consciência de que o seu sangue vai ser testado total, para se ser doador de sangue por aférese é necessário
em relação a doenças infecciosas. No caso deste estudo detec- que já se tenha doado sangue total, pelo menos duas vezes,
tar qualquer doença ou infecção, o dador é informado, confi- sem qualquer tipo de reacção adversa. Esta prática não é
dencialmente, dos resultados e será orientado de acordo com aconselhável a indivíduos que tenham ingerido ácido acetil-
a sua situação clínica. salicílico ou anti-inflamatórios nos cinco dias anteriores à
Por questões relacionadas com a saúde ou com os hábitos doação ou que possuam um historial pessoal ou familiar de
de vida, algumas pessoas não podem dar sangue: é o caso dos hemorragia e/ou trombose (o impedimento verifica-se só no
consumidores ou ex-consumidores de drogas injectáveis, sero- caso de plaquetaférese).
positivos, portadores do vírus da hepatite B ou C ou de pessoas Este processo é mais demorado (30 a 50 minutos, confor-
que tiveram mais de um parceiro sexual nos seis meses ante- me o tipo de dádiva seleccionada) do que a colheita de san-
riores à dádiva. gue total, o que implica maior disponibilidade de tempo e
Actualmente, existe uma outra forma de doar sangue capacidade para tolerar uma colheita mais demorada, con-
que, embora seja pouco conhecida, tem uma importância tudo tem várias vantagens. Numa dádiva de sangue total,
crescente: dádiva de sangue por aférese. cada unidade colhida tem de ser processada laboratorial-
A dádiva de sangue por aférese consiste na recolha mente para ser separada nos seus componentes, um proces-
selectiva de um dos componentes sanguíneos, com a ajuda so demorado e que envolve recursos humanos. Por outro
de equipamento automático - separador celular - sendo os lado, um concentrado unitário de plaquetas, obtido por afé-
restantes componentes sanguíneos restituídos ao dador. Tal rese, é equivalente a seis concentrados de plaquetas obtidos
como nas dádivas totais, é um processo supervisionado por a partir de dádivas de sangue total.

Tópicos de discussão

3 Relacionar a notícia com assunção de uma cidadania responsável.


3 Distinguir entre dádiva de sangue total de dádiva de sangue por aférese.
3 Reflectir sobre as condições de saúde e de estilo de vida exigidas aos dadores de sangue.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 41

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 15


HISTÓRIA DO ESTUDO DA DIGESTÃO
O valor nutritivo dos alimentos e o seu papel sobre o nosso tais crus e cozidos, pão, etc. Após a primeira, a segunda e a
bem-estar e saúde dependem muito de um perfeito funciona- terceira horas, Beaumont puxava o fio e anotava o grau de
mento dos processos de digestão, absorção e excreção. A pri- digestão dos alimentos. Também retirou suco gástrico do
meira «estação» dessa verdadeira linha de processamento quí- estômago e aplicou-o em pedaços de carne. As experiências
mico e mecânico é o estômago, que no ser humano é um sofis- mostraram que, enquanto o estômago digeria totalmente
ticado órgão de armazenamento temporário e de digestão. um pedaço de carne em duas horas, fora do corpo, a mesma
Até meados do século XIX, os cientistas, apesar de conhe- porção de carne demorava 10 horas a ser digerida. Beaumont
cerem bem a anatomia do estômago e a existência dos movi- determinou ainda os efeitos do clima, da temperatura e das
mentos peristálticos e do suco gástrico, tinham poucos emoções sobre a digestão, verificando que era prejudicada
dados sobre o seu funcionamento e importância na digestão. pela irritabilidade e melhorada pelo exercício. Descobriu
O conhecimento sobre a digestão era sobretudo teórico. também que os vegetais demoravam mais do que carne a
Apenas pesquisas científicas básicas com animais tinham serem digeridos e que o leite coagulava antes de ser digerido.
sido realizadas em laboratórios europeus até ao final do As experiências e observações do Dr. Beaumont determi-
século XVIII. Os estudiosos dividiam-se em dois grupos anta- naram o conhecimento de muitos factos novos sobre a fisio-
gónicos: uns defendiam que a digestão era um processo quí- logia da digestão e derrubaram convicções mantidas desde a
mico, semelhante à dissolução de substâncias, enquanto antiguidade. Por exemplo, antes de Beaumont, acreditava-se
outros acreditavam que a digestão era um processo mecâni- que o estômago funcionava como uma espécie de moedor de
co de trituração dos alimentos que começava com os dentes comida, através das contracções estomacais, e que proces-
e prosseguia com a ajuda das contracções estomacais e sava de forma sequencial os diferentes tipos de alimentos.
intestinais. Foi então que um médico militar abriu as portas Acreditava-se também uma função selectiva para o estôma-
do conhecimento científico sobre a fisiologia do estômago e go, que possuiria um «espírito» ou fluido que separava os ali-
resolveu essa disputa. mentos «bons» e eliminava os «maus».
No dia 6 de Junho de 1822, na Ilha Mackinac (EUA), um Beaumont comprovou claramente que nada disso era
caçador chamado Alexis St. Martin foi ferido acidentalmente verdade: a digestão de todos os tipos de alimentos iniciava-se
por um tiro na parte superior esquerda do abdómen. Uma ao mesmo tempo, sendo o suco gástrico o responsável,
ferida do tamanho da palma de uma mão abriu-se, mostran- necessitando para tal de uma temperatura elevada.
do parte de um pulmão, duas costelas e o estômago. O médi- Concluiu ainda que a digestão podia processar-se fora do
co William Beaumont foi chamado e tratou o ferimento. corpo, usando o suco gástrico «in vitro», e que os vários ali-
No entanto, a ferida nunca chegou a fechar completamente, mentos tinham tempos de digestão distintos, sendo os ali-
formando uma fístula gástrica externa, um acontecimento mentos ricos em gordura os que mais demoravam.
muito raro se não for feito propositadamente. Beaumont demostrou também que factores externos como
Em Agosto de 1825 (três anos depois do acidente), o o exercício, as emoções e o clima influenciavam a digestão.
Dr. Beaumont teve a ideia de começar a fazer estudos no Infelizmente, a análise química disponível até à época de
estômago de St. Martin, tornando-se a primeira pessoa a Beaumont era ainda pouco desenvolvida e este e outros cien-
conseguir observar a digestão gástrica directamente. tistas nunca puderam conhecer com precisão os constituin-
Beaumont começou por amarrar pequenos pedaços de tes do suco gástrico nem por que razão eram capazes de
comida num fio e introduzi-los pela fístula no estômago de digerir os alimentos. Isso só viria a acontecer no início do
St. Martin. Testou, desta forma, vários tipos de carnes, vege- século XX.

Tópicos de discussão

3 Discutir os resultados das experiências descritas à luz dos conhecimentos adquiridos.


3 Reflectir sobre a evolução da ciência e as condicionantes que a experimentação em seres humanos
levanta.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 42

42 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 16


DOENÇA CELÍACA
Algumas pessoas não suportam ção). A observação directa de um
determinados alimentos que, quando fragmento de intestino de um doen-
são ingeridos e entram em contacto te celíaco permite constatar que,
com a mucosa (membrana de revesti- sem dieta, as vilosidades pratica-
mento) do intestino, desencadeiam mente desaparecem, surgindo uma
reacções mais ou menos violentas intensa inflamação. Esta doença não
que provocam lesões e perturbam o tem cura, pelo que é necessário
normal funcionamento da digestão e manter uma dieta sem glúten ao
da absorção. Diz-se, então, que existe longo de toda a vida. Só excluindo
uma intolerância alimentar a alguns tipos de alimentos. totalmente o glúten da alimentação é possível fazer desapa-
Esta intolerância pode manifestar-se por períodos mais ou recer as lesões intestinais.
menos longos da vida destes indiví- A história desta doença perde-se
duos. no tempo. No século II, o grego
Quando este tipo de situação se Aretaeus da Capadócia descreveu
observa em relação ao glúten e se doentes com um determinado tipo de
manifesta de forma permanente e diarreia usando a palavra koiliakos
definitiva, trata-se de doença celíaca. («aqueles que sofrem do intestino»).
O glúten é uma mistura de proteínas Tudo leva a crer que, já nessa altura,
solúveis presente nas farinhas dos ele se referia àquilo que, em 1888,
cereais. A «agressividade» do glúten Samuel Gee, um médico inglês,
depende da sua composição e, como esta não é igual em observou em crianças e adultos e que designou por «afecção
todos os cereais, eles são tolerados de forma diferente. celíaca». Gee previa que «controlar a alimentação» era o factor
Assim, enquanto o trigo, o centeio e a cevada têm de ser principal do tratamento. Nos anos que se seguiram, vários
completamente afastados da alimentação de um paciente médicos dedicaram-se a observar e a tentar compreender as
celíaco, outros cereais, como o milho e o arroz são perfeita- causas desta doença, embora poucos avanços se tenham obti-
mente inofensivos. do. Durante a 2.a Guerra Mundial, o racionamento de alimen-
Quando o intestino de um celíaco é obrigado a suportar tos reduziu drasticamente o fornecimento de pão à população
uma alimentação sem restrições, o glúten dos cereais habi- holandesa. O professor Dicke verificou então que as crianças
tualmente consumidos vai provocar alterações tão profun- com «afecção celíaca» melhoravam da sua doença apesar da
das que impedem o normal aproveitamento dos alimentos e grave carência de alimentos. Associou este facto ao baixo con-
levam ao aparecimento dos sintomas (perda de apetite, teúdo em cereais na dieta. Esta associação seria confirmada
emagrecimento, diarreia ou prisão de ventre, vómitos, ane- mais tarde com trabalhos laboratoriais que viriam finalmente
mia, aumento do volume do abdómen, diminuição da con- a demonstrar que o trigo e o centeio continham a substância
centração de nutrientes essenciais no sangue e malnutri- que provocava a doença: o glúten.

Tópicos de discussão

3 Relacionar as características e consequências da doença celíaca com a anatomia e a fisiologia do


intestino.
3 Reflectir sobre as implicações que a doença celíaca tem para a vida quotidiana das pessoas que dela
padecem.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 43

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 17


ADITIVOS ALIMENTARES
Os aditivos alimentares são substâncias adicionadas homogénea de substâncias como óleo e água, aumentam
intencionalmente aos alimentos, geralmente em pequenas a viscosidade dos ingredientes e evitam a formação de
quantidades, com a finalidade de conservar, manter, conferir cristais.
ou intensificar o seu aroma, a cor ou o sabor, modificar ou • Espessantes – aumentam a viscosidade de soluções,
manter o seu estado físico ou textura. Substâncias adiciona- emulsões e suspensões, melhorando a textura e a consistência
das com o objectivo principal de elevar o valor nutritivo, tais dos alimentos processados.
como vitaminas, sais minerais e outros, não são incluídas na • Espumíferos – participam na produção de espumas,
categoria de aditivos alimentares. gerando espuma estável.
Os aditivos sempre estiveram presentes na nossa alimen- • Antiespumíferos – evitam a formação de espuma
tação. Os nossos antepassados usaram sal para preservar car- durante o processamento de certos alimentos.
nes e peixes; adicionaram ervas e temperos para melhorar o A cada um destes grupos de aditivos corresponde um códi-
sabor dos alimentos; preservaram frutas com açúcares e con- go, válido em todos os países da União Europeia, constituído
servaram vegetais com vinagre. pela letra E (de Europa) seguida de três algarismos. Por exem-
Com o desenvolvimento da indústria alimentar, mais aditi- plo, os corantes vão de E100 a E199, os conservantes de E200 a
vos têm sido utilizados. A existência de um grande número de E299 e os antioxidantes de E300 a E330. Frequentemente, é
novos produtos tais como os de baixo valor calórico (light), a necessário utilizar vários aditivos em simultâneo, porque eles
comida fast-food e a comida embalada, não seria possível sem próprios se degradam e precisam de outros compostos para os
os aditivos. Sem eles, a variedade de alimentos disponíveis e o estabilizar.
tempo em que se manteriam em condições de consumo, O uso de aditivos é um tema controverso. Algumas pes-
seriam muito mais reduzidas. soas lembram que todos os aditivos autorizados foram sujei-
Os aditivos alimentares são reunidos em diferentes grupos tos a rigorosos testes de toxicidade, sendo o seu uso controla-
conforme as suas funções, entre os quais: do por entidades oficiais que, em qualquer momento, os retira-
• Acidulantes – intensificam o gosto ou sabor ácido aos rão do mercado, caso a sua inocuidade seja posta em dúvida.
alimentos processados. Outras defendem que estas substâncias podem desencadear
• Antioxidantes – retardam a degradação dos alimentos alergias e que há sempre aspectos que escapam à comunida-
por oxidação, uma vez que impedem a sua interacção com o de científica, nomeadamente, o facto de pouco se saber sobre
oxigénio. as consequências da sua utilização em associação e os seus
• Aromatizantes e flavorizantes – conferem ou intensifi- sinergismos (capacidade de se potencializarem uns aos
cam o aroma e/ou sabor aos alimentos. outros).
• Conservantes – retardam a deterioração dos alimentos Actualmente, como os consumidores começam a descon-
por microrganismos. fiar da presença dos E, estes são omitidos, aparecendo nos
• Corantes – intensificam a cor natural dos alimentos ou rótulos o nome próprio do aditivo. É o caso do ácido cítrico que,
conferem-lhes outra cor. embora exista naturalmente nas laranjas e limões não deixa
• Edulcorantes – conferem sabor doce aos alimentos. de ser um produto químico, incorporado fora do seu contexto
• Estabilizantes – favorecem e mantêm as características natural, não trazendo benefícios para a saúde, ao contrário do
físicas das emulsões e suspensões. Promovem a mistura consumo de citrinos.

Tópicos de discussão

3 Pesquisar nos rótulos de alimentos comuns diferentes tipos de aditivos.


3 Discutir as vantagens e desvantagens da utilização de aditivos naturais e artificiais.
3 Reflectir sobre a história da utilização de aditivos.
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44 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 18


INFLUÊNCIA DO TABACO NAS VIAS RESPIRATÓRIAS
Para perceber melhor os efeitos um aumento da quantidade de célu-
do tabaco sobre os pulmões é neces- las secretoras de muco, tornando a
sário conhecer o sistema respiratório camada de muco mais espessa, o
e o seu funcionamento. que provoca uma obstrução adicio-
As vias respiratórias têm o papel nal nas vias respiratórias. Alguns dos
de purificar e aquecer o ar que passa compostos do tabaco travam os
através delas de e para os pulmões. movimentos dos cílios. Existem pro-
O nariz é a primeira linha de defesa, vas que demonstram que a primeira
interceptando muitas das impurezas inalação de um cigarro pára os bati-
presentes no ar. Os fumadores pas- mentos dos cílios durante, pelo
sam por cima deste filtro natural menos, uma hora. Deste modo, o
ao inalarem o fumo pela boca pas- Células ciliadas na parede das fossas nasais muco, demasiado espesso, não pode
sando-o directamente para a traqueia e daqui para os ser facilmente deslocado na direcção da boca, onde é normal-
pulmões. mente engolido ou cuspido. Isto significa que ao tossir, o
O fumo do tabaco, além de outros efeitos, actua sobre as fumador usa a única forma que lhe resta para limpar os seus
vias respiratórias alterando as suas características e prejudi- pulmões. Algumas das substâncias que provocam o cancro
cando o desempenho das suas funções. O alcatrão existente do pulmão atacam os cílios. Deste modo, o alcatrão entra em
no fumo do tabaco é uma substância agressiva que irrita a contacto com as células colunares que, além de perderem os
parede dos brôn- seus cílios, se alte-
quios, causando um ram, tornando-se
estreitamento das planas e escamosas.
vias respiratórias, o Nos pulmões, os
que torna a respira- alvéolos são reves-
ção mais difícil. tidos interiormente
Todo o aparelho por um fluido con-
respiratório é reves- tendo um detersivo.
tido por milhões de Esta substância,
células colunares semelhante a um
que estão interliga- detergente, facilita
Pulmão saudável Pulmão de um fumador
das por células se- a expansão dos al-
cretoras de muco. No topo de cada célula colunar, há tufos de véolos durante a inspiração e impede o seu colapso duran-
cílios (pêlos microscópicos). Estas «pequenas escovas» agi- te a expiração. Os químicos presentes no fumo de tabaco
tam-se para trás e para a frente mais de 60 vezes por segun- bloqueiam a formação desta substância e os alvéolos per-
do. O movimento para baixo, em direcção aos pulmões, é dem elasticidade; as suas paredes enfraquecem e, final-
lento e suave, enquanto o movimento em direcção à garganta mente, rompem. Vários alvéolos unem-se, formando uma
e ao nariz é rápido e vigoroso. Uma camada de muco viscoso cavidade maior e sem elasticidade. É assim necessária
circula no topo dos cílios, prendendo a poeira e outros conta- uma maior pressão para expelir o ar dos pulmões, o que
minantes do ar. Os compostos irritantes do tabaco causam enfraquece ainda mais suas paredes.

Tópicos de discussão

3 Enumerar os efeitos do tabaco nas vias respiratórias.


3 Relacionar os efeitos do tabaco sobre as vias respiratórias com os sintomas sentidos pelos fuma-
dores.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 45

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 19


TESTE DE FAGERSTRÖM
O teste de Fagerström é utilizado para determinar a dependência que o fumador apresenta à nicotina. Este teste é
composto pelas seguintes questões:

1. Quanto tempo depois de acordar fuma o primeiro cigarro do dia?


Em 5 minutos ou menos ............................  (3 pontos)
Em 6-30 minutos ...........................................  (2 pontos)
Em 31-60 minutos .........................................  (1 ponto)
Mais de 60 minutos .......................................  (0 pontos)

2. Sente dificuldade em não fumar em locais onde é proibido?


Sim .........................................................................  (1 ponto)
Não .........................................................................  (0 pontos)

3. Qual o cigarro que mais dificuldade teria em renunciar?


O primeiro da manhã ....................................  (1 ponto)
A qualquer um dos outros .........................  (0 pontos)

4. Quantos cigarros fuma por dia?


31 ou mais ..........................................................  (3 pontos)
21-30 .....................................................................  (2 pontos)
11-20 ......................................................................  (1 ponto)
10 ou menos ......................................................  (0 pontos)

5. Fuma com mais frequência nas primeiras horas depois de acordar do que durante o resto do dia?
Sim .........................................................................  (1 ponto)
Não .........................................................................  (0 pontos)

6. Fuma também quando está doente e acamado?


Sim .........................................................................  (1 ponto)
Não .........................................................................  (0 pontos)

A pontuação é obtida pela soma das pontuações parciais das 6 perguntas e o grau de dependência é classificado
«baixo» se a pontuação obtida variar entre 0 e 3 pontos, «médio» se variar entre 4 e 6 pontos e «elevado» se variar
entre 7 e 10 pontos.
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46 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.o 6 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO

Competências:
3 Conhecer a morfologia e a fisiologia do sistema nervoso.
3 Conhecer a natureza e a condução do impulso nervoso.
3 Explicar actos reflexos.
3 Relacionar o sistema nervoso com a coordenação do organismo.
3 Relacionar os constituintes sanguíneos com as respectivas funções.

1. Na figura abaixo estão representados os órgãos e as estruturas do sistema nervoso. Observa-a aten-
tamente.

Redes Neurais

Neurónio
1

2 3

Centro
nervoso

Sinapse

1.1 Identifica as estruturas do centro nervoso assinaladas pelos números 1, 2 e 3.


1.2 Classifica cada uma das seguintes afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F).
A. Os neurónios são as células básicas do sistema nervoso.
B. As sinapses encontram-se nos axónios.
C. Nos centros nervosos não existem sinapses.
D. As redes neurais são constituídas por neurónios.
E. A medula espinal é um centro nervoso.
F. Os neurónios conduzem os impulsos nervosos.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 47

2. Considera o arco reflexo esquematizado na figura seguinte.


Pele
A

Medula
B espinal
Músculo

2.1 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:


As letras A e B representam respectivamente
a. … os neurónios e os nervos.
b. … nervos sensitivos e músculos.
c. … nervos motores e nervos sensitivos.
d. … nervos sensitivos e nervos motores.
2.2 Identifica:
2.2.1 o órgão efector;
2.2.2 o receptor do estímulo.
2.2.3 o centro nervoso responsável pela resposta.
2.3 Refere o efeito de uma interrupção no ponto indicado pela letra A.

3. Analisa atentamente o quadro seguinte, onde se encontram registados os resultados de um exame ao san-
gue de três pacientes adultos, do sexo masculino, assim como os valores considerados normais para indiví-
duos clinicamente sãos.

HEMÁCIAS LEUCÓCITOS PLAQUETAS


(n.o/mm3) (n.o/mm3) (n.o/mm3)

Paciente 1 7 500 000 560 250 000

Paciente 2 6 100 000 12 100 260 000

Paciente 3 2 200 000 5000 50 000

Valores-padrão 4 600 000 a 6 200 000 4300 a 10 000 150 000 a 500 000

3.1 Indica qual dos pacientes tem mais dificuldades na coagulação do sangue. Justifica a tua resposta com
base na informação contida no quadro.
3.2 Indica qual dos pacientes tem mais dificuldades em garantir o fornecimento de oxigénio às suas célu-
las. Justifica a tua reposta com base na informação contida no quadro.
3.3 Refere qual dos pacientes poderá estar a sofrer uma infecção. Justifica a tua resposta com base na
informação contida no quadro.
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48 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.o 7 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO

Competências:
3 Conhecer a fisiologia e a função do coração.
3 Conhecer a anatomia e a fisiologia do sistema respiratório.
3 Explicar o mecanismo da ventilação pulmonar.

1. Na figura seguinte está representado um corte do coração humano. Observa-a com atenção.
Artéria
aorta Artéria
AD = Aurícula direita pulmonar
AE = Aurícula esquerda Veia
VD = Ventrículo direito cava superior Veias
VE = Ventrículo esquerdo pulmonares

AE
Válvula bicúspide
Válvula ou mitral
tricúspide AD

VE

Veia cava VD
miocárdio
inferior

1.1 Refere qual é a função do coração.


1.2 Selecciona a opção que completa correctamente cada uma das afirmações:
1.2.1 No coração, o sangue venoso circula…
a. … na aurícula direita e na aurícula esquerda.
b. … na aurícula direita e no ventrículo direito.
c. … na aurícula esquerda e no ventrículo esquerdo.
d. … no ventrículo direito e no ventrículo esquerdo.
1.2.2 As válvulas tricúspide e mitral têm como função…
a. … obrigar o sangue a sair do coração, levando-o a entrar nas artérias aorta e pulmonar.
b. … impedir que o sangue retroceda para os ventrículos, quando abandona o coração.
c. … impedir que o sangue retroceda dos ventrículos para as aurículas durante a sístole auricular.
d. … impedir que o sangue retroceda dos ventrículos para as aurículas durante a sístole
ventricular.
1.2.3 Uma diástole corresponde…
a. … à oxigenação do sangue.
b. … à transformação do sangue arterial em sangue venoso.
c. … a um relaxamento do músculo cardíaco.
d. … a uma contracção do músculo cardíaco.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 49

2. Observa atentamente a figura ao lado, que representa


o sistema respiratório humano.
2.1 Faz a legenda da figura.
2.2 Apresenta as razões que permitem justificar a afir-
mação: «O esquema corresponde à fase da expira- 1
4
ção».
5 2
2.3 Em relação à inspiração podemos afirmar:
a. O volume da caixa torácica diminui.
b. O volume da caixa torácica aumenta. 6 3
c. O diafragma relaxa.
d. Os pulmões aumentam de volume.
e. Os pulmões acompanham o movimento da caixa
torácica.
f. Os músculos intercostais contraem-se.
7
(Selecciona as opções correctas.)

3. No quadro seguinte encontram-se resumidos os resultados de um estudo relacionado com a função respi-
ratória. Observa-o com atenção.

MOVIMENTOS VOLUME DE AR DIÓXIDO DE CARBONO


OXIGÉNIO INSPIRADO
SITUAÇÃO RESPIRATÓRIOS INSPIRADO EXPIRADO
(ml/min.)
(n.o/min.) (ml/min.) (ml/min.)

Prática
29 55 000 2100 2600
desportiva
Visionamento
16 24 000 950 1200
de um filme
Dormir 12 6000 250 300

3.1 Após a análise do quadro, refere:


3.1.1 o número de movimentos respiratórios numa situação de repouso.
3.1.2 a situação em que o volume de ar inspirado é maior.
3.2 Refere como varia o consumo de oxigénio com o tipo de actividade desenvolvida.
3.3 Com base nos dados do quadro, justifica a seguinte afirmação: «A ventilação pulmonar adapta-se à
actividade física realizada.»
3.4 Apresenta uma justificação para o aumento do valor de dióxido de carbono eliminado quando a activi-
dade física é mais intensa.
3.5 O sistema respiratório não é suficiente para garantir o fornecimento de oxigénio às células. Menciona
que outro sistema intervém neste processo.
3.6 Refere o nome atribuído ao processo de trocas gasosas que ocorrem ao nível dos alvéolos pulmonares.
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50 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.o 8 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO

Competências:
3 Conhecer a anatomia e a fisiologia do sistema digestivo.
3 Compreender o processo digestivo.
3 Compreender a importância da absorção
3 Conhecer a anatomia e a fisiologia do tubo urinífero.
3 Compreender as etapas de formação da urina.

1. Observa atentamente a figura ao lado, que representa o sistema


1
digestivo.
1.1 Indica, em cada alínea, o nome do órgão e o respectivo número 5
que o identifica na figura:
2
a. local onde os alimentos sofrem a primeira acção mecânica;
b. órgão onde ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes;
3 6
c. os seus movimentos peristálticos permitem a deslocação
do bolo alimentar; 7
d. glândula onde se produz a bílis;
4
e. órgão onde se formam as fezes;
f. órgão onde actua o suco gástrico;
g. bolsa onde é armazenada a bílis.

2. O gráfico seguinte indica o resultado da digestão de um bife de frango e de uma porção de batatas
fritas. Analisa-o atentamente.

Alimento
não digerido (%) A – Ponto em que o alimento está intacto,
ou seja, entrou no organismo.
A I
B – Ponto em que o alimento já foi
praticamente digerido.
II

B
Boca Estômago Duodeno Intestino delgado
Órgãos

2.1 Com base nos conhecimentos que tens sobre a digestão, indica qual das duas curvas, I ou II, repre-
senta a digestão do bife de frango e qual representa a das batatas fritas. Justifica tua escolha.
2.2 Observa-se numa pessoa uma diminuição crónica da libertação de suco gástrico pelas suas
células da mucosa estomacal.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 51

Assinala a opção que descreve a alteração fisiológica que esta pessoa apresenta:
a. prejuízo da digestão de proteínas no estômago; c. diminuição do pH do estômago;
b. prejuízo da digestão de lípidos no estômago; d. diminuição da acção da bílis no estômago.

3. A doença celíaca é uma doença cujo portador apresenta uma intolerância permanente ao glúten
(mistura de proteínas), presente no trigo, centeio e cevada e aveia. Nessas pessoas, a ingestão de
glúten provoca lesões na mucosa do intestino que levam à atrofia das vilosidades intestinais,
causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.
3.1 Explica por que motivo a redução das vilosidades intestinais provoca emagrecimento e diminuição do
crescimento do organismo.

4. Observa a figura, que representa a unidade funcional do rim.


2
1 3
6

4 5

4.1 Indica o nome da unidade funcional do rim representada na figura.


4.2 Faz a legenda da figura.
4.3 Indica as funções das estruturas representadas respectivamente pelos números 1 e 5.
4.4 Diariamente são produzidos cerca de 180 l de filtrado glomerular e apenas 1,5 l de urina. Explica
esta diferença.
4.5 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
A composição química da urina produzida pelos rins humanos é…
a. … exactamente igual à do filtrado glomerular.
b. … igual à do filtrado glomerular mas com menos água, entretanto reabsorvida.
c. … igual à do filtrado glomerular, mas sem as substâncias entretanto reabsorvidas.
d. … igual à do filtrado glomerular mas com as substâncias entretanto secretadas.
e. … igual à do filtrado glomerular mas com as substâncias entretanto secretadas e sem parte da
água e de outras substâncias reabsorvidas.
4.6 Explica a importância do processo de reabsorção verificada durante a formação da urina.
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52 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

FICHA DE TRABALHO N.o 9 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO

Competências:
3 Explicar o significado da roda dos alimentos.
3 Conhecer a dieta mediterrânica.
3 Conhecer a função dos nutrientes no organismo.
3 Conhecer as consequências do consumo de drogas.

1. A figura seguinte mostra a roda dos alimentos.


1.1 Explica o significado da roda dos alimentos.
1.2 Classifica como verdadeira (V) ou falsa (F) cada
uma das afirmações que se seguem.
a. O grupo das gorduras deve ser o menos repre-
sentado na alimentação diária.
b. O grupo da carne, peixe e ovos fornece alimentos
ricos em proteínas.
c. O grupo das leguminosas é o principal fornece-
dor de cálcio e fósforo.
d. Os alimentos do grupo da fruta são ricos em lípi-
dos.
e. As fibras alimentares são fornecidas sobretudo pelos grupos dos lacticínios e da carne, peixe e
ovos.
f. O grupo dos cerais fornece glícidos ao organismo.
1.3 A roda dos alimentos foi elaborada a partir da dieta mediterrânica. Explica por que razão este
tipo de dieta é considerada uma das mais saudáveis do mundo.

2. Uma avaliação da saúde dos habitantes de uma localidade permitiu detectar altos índices de ane-
mia, de bócio e de cárie dentária. Foram então feitas as seguintes propostas para melhorar a saúde
da população:
Proposta I - distribuição de leite e derivados.
Proposta II - adicionar flúor à água que abastece a localidade.
Proposta III - adicionar iodo ao sal consumido na região.
Proposta IV - incentivar os habitantes a consumirem verduras e legumes.
Analisando as propostas, indica:
a. a que traria maior benefício à população no combate ao bócio. Justifica.
b. a que poderia reduzir a incidência de cáries dentárias. Justifica.
c. a que ajudaria a reduzir do número de pessoas com anemia.
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O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 53

3. Lê atentamente o seguinte texto:


Os compostos agressivos do tabaco irritam as paredes dos brônquios, causam um estreitamento das
vias respiratórias e provocam o aumento da quantidade de células secretoras de muco, tornando a
camada de muco mais espessa, o que provoca uma obstrução adicional nas vias respiratórias. Alguns
dos compostos do tabaco travam os movimentos dos cílios ou causam a sua destruição.
3.1 Indica a principal consequência da destruição dos cílios presentes nas vias respiratórias.
3.2 Refere outros efeitos do hábito de fumar.
3.3 Algumas pessoas, embora não sejam fumadoras, sofrem dos efeitos nocivos do tabaco. Explica
esta afirmação.
3.4 As mulheres grávidas devem ter particulares cuidados com os efeitos nocivos do tabaco. Explica
porquê.

4. O gráfico seguinte mostra o número de copos de bebidas destiladas consumidos por alunos portu-
gueses na última ocasião em que beberam.

Dimensão do consumo, por grupo etário — Total de alunos


Fonte: IDT

18 anos

17 anos

16 anos

15 anos

14 anos

13 anos

0 20 40 60 80 100
o
Intensidade na «última ocasião de bebida» — n. de copos (%)

13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos


6 ou + copos 0,4 1 1,4 1,9 2,8 2,6
3 a 5 copos 0,6 1,9 3,3 5,5 6,2 6,8
1 a 2 copos 2,7 4,8 9,6 14,4 16,8 19,2
Menos do que 1 copo 10 13,7 16 16,3 18,1 18,4
Não bebi 5,5 10,2 14 17,9 21,6 22,5
Nunca bebo destiladas 80,8 68,4 55,8 43,9 34,5 30,4

4.1 Descreve a variação do consumo de bebidas destiladas com a idade.


4.2 Refere as consequências que o consumo de álcool tem nos jovens.
4.3 Indica outros comportamentos de risco que podem afectar a saúde dos jovens.
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA
E QUALIDADE DE VIDA
4.1
BENEFÍCIOS E RISCOS
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARA AS POPULAÇÕES
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56 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

PLANIFICAÇÃO

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

1. Ciência 3 Realizar inferências, Reconhecer que a ciência • Brainstorming sobre


e tecnologia generalizações e deduções. e a tecnologia têm contribuído situações em que os avanços
e qualidade para a melhoria da qualidade científicos e tecnológicos
de vida 3 Demonstrar a capacidade de vida. tiveram implicações (positivas
de expor e defender ideias. e negativas) na qualidade de vida
4.1 Benefícios 3 Identificar temas que das populações.
e riscos da ciência 3 Pesquisar, seleccionar preocupam as sociedades.
e tecnologia para e organizar informação para • Exploração de filmes sobre
as populações a transformar em 3 Enumerar situações em que avanços técnicos com aplicações
conhecimento mobilizável. os avanços científicos na saúde, transportes ou outros.
4.1.1 Agricultura, e tecnológicos tiveram
pecuária 3 Realizar actividades de forma implicações na qualidade • Visita de estudo a explorações
e transformação autónoma, responsável de vida das populações. de agricultura biológica
de alimentos e criativa. e de agricultura intensiva, com
3 Compreender de que modo o objectivo de familiarizar
4.1.2 Fabrico 3 Usar correctamente a língua a sociedade tem condicionado os alunos com os dois tipos
e utilização de portuguesa. o rumo dos avanços científicos de agricultura.
produtos e tecnológicos na área da saúde Os alunos poderão ainda visitar
3 Utilizar novas tecnologias de e segurança global. indústrias alimentares ou de
4.1.3 Exposição informação e comunicação. transformação tomando
a radiações 3 Avaliar os riscos e benefícios contacto com a aplicação de
3 Rentabilizar as tecnologias de envolvidos no progresso novas tecnologias no fabrico de
4.1.4 Transporte informação e comunicação na científico e tecnológico. produtos utilizados no seu
de substâncias construção do saber e na sua quotidiano. 2
perigosas. comunicação. 3 Conhecer algumas áreas da
evolução tecnológica que • Organização de palestras ou
3 Manifestar perseverança preocupam a sociedade. debates. Em colaboração com
e seriedade no trabalho. associações ambientais ou
3 Reconhecer que a tomada de organizações agrícolas, por
3 Apresentar atitudes e valores decisões envolve aspectos exemplo, poderão ser
inerentes ao trabalho sociais, económicos, ambientais promovidas palestras sobre
cooperativo. e culturais. vantagens e riscos dos
diferentes tipos de agricultura.
3 Cooperar com os outros em 3 Reconhecer a aplicação de
projectos comuns. novas tecnologias na • Recolha e análise de notícias
agricultura e na indústria. veiculadas pelos meios
de comunicação social sobre
3 Enumerar vantagens e os progressos tecnológicos
desvantagens da agricultura e as respectivas aplicações
biológica relativamente à e consequências.
agricultura moderna.
• Resolução de actividades
do Manual.
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA 57

COMPETÊNCIAS
AULAS
CONTEÚDOS SUGESTÕES
PREVISTAS
PROGRAMÁTICOS METODOLÓGICAS
(45 min.)
GERAIS ESPECÍFICAS

3 Adoptar metodologias • Exploração de textos


personalizadas de trabalho e actividades existentes no
e de aprendizagem adequadas Caderno de Apoio ao Professor.
aos objectivos visados.
• Exploração dos recursos
3 Respeitar regras de utilização propostos no Manual Multimédia.
de equipamentos e espaços.

3 Assumir atitudes de flexibilidade


e de respeito face a novas ideias.

3 Avaliar criticamente atitudes


desenvolvidas pela comunidade.

3 Manifestar sentido crítico.

3 Assumir atitudes de cidadania


responsável.

Nota: O tema Ciência e tecnologia e qualidade de vida é transversal a todo o programa, pelo que poderá ser abordado ao
longo do ano, nos diferentes temas estudados.
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 58

58 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 20


NANOTECNOLOGIA
O prefixo nano exprime a ideia de extrema pequenez. mentos anticorrosão, ferramentas de corte mais sólidas e
Um nanómetro corresponde a um milionésimo do milíme- mais duras, purificadores de ar, aparelhos médicos mais
tro, ou seja, é um milhão de vezes inferior a um milímetro. duradouros ou catalisadores químicos mais eficientes.
Representa uma dimensão tão diminuta que uma estrutura Algumas aplicações da nanotecnologia, como ecrãs de
nanodimensionada tem de ser ampliada mais de 10 televisão feitos de nanotubos ou calças feitas de nanotêx-
milhões de vezes para a podermos facilmente ver. teis que não se sujam facilmente, já estão à disposição dos
A nanotecnologia está associada a consumidores. As potenciais aplicações
áreas como a medicina, a ciência da com- da nanotecnologia irão, em breve, con-
putação, a física, a química, a biologia e a templar uma vasta gama de produtos,
engenharia dos materiais e refere-se, não nomeadamente, novos alimentos, novos
apenas ao estudo daquilo que é muito aparelhos médicos, revestimentos de
pequeno, mas também às tecnologias em automóveis capazes de aproveitar a ener-
que a matéria é manipulada à escala ató- gia solar e armazená-la, sensores para sis-
mica e molecular para o fabrico de novos temas de segurança, unidades de depura-
materiais e à ultra-miniaturização, de que ção de água para naves espaciais habita-
resultam dispositivos cada vez mais das, monitores para jogos de computado-
pequenos. res portáteis e ecrãs de cinema de alta
A investigação, fundamental para resolução ou vidros pára-brisas que reflec-
explorar todo o potencial da nanotecnologia, tem vindo a tem a luz e a radiação térmica, poupando energia.
orientar-se em três direcções: A nanotecnologia é um avanço da ciência e tecnologia
• Na nanoelectrónica, especialmente no desenvolvi- tão importante que o seu impacto poderá chegar a com-
mento de computadores a escalas significativamente parar-se ao da Revolução Industrial. No entanto, prevê-se
mais pequenas. Esta área poderá criar computadores que se desenvolverá tão rapidamente que poderá apa-
muito mais potentes para utilização em telefones, nhar a humanidade desprevenida sobre os potenciais ris-
carros, aparelhos domésticos e numa infinidade de cos que lhe estão associados. Eis alguns exemplos desses
outras aplicações domésticas e industriais. riscos:
• Na nanobiotecnologia com aplicação, por exemplo, • Através da nanotecnlogia, a produção de armas
na medicina. Prevê-se o aparecimento de materiais (muito mais pequenas, potentes e numerosas) e de apare-
biológicos à nanoescala que possam reparar tecidos lhos de espionagem poderá vir a ter um custo tão baixo
danificados de aparelhos e de sensores e outros que poderemos assistir a uma corrida aos armamentos
nanoaparelhos que, uma vez implantados no corpo entre os países mais desenvolvidos.
dos pacientes, poderão fornecer fármacos inteligen- • Os baixos custos e as maiores facilidades de produ-
tes com acção dirigida ao foco da doenças sem agre- ção poderão levar a profundas alterações económicas
dir o resto do organismo. com graves consequências sociais e políticas (por exem-
• Nos nanomateriais, cujo objectivo é o controlo da plo, aumento das taxas de desemprego ou aumento da
morfologia das substâncias ou partículas, à escala do diferenciação entre classes sociais).
nanómetro, para produzir novos materiais com pro- • A proliferação e a maior acessibilidade de produtos
priedades melhoradas que serão aplicados, por cujo fabrico poderá vir a causar importantes danos ao
exemplo, em painéis solares mais eficientes, revesti- meio ambiente.
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA 59

• O tráfico ilícito de produtos muito pequenos (e peri- Para desfrutarmos dos enormes benefícios que a
gosos) torna-se muito difícil de controlar e pode vir a cair nanotecnologia oferece é imprescindível encarar e resol-
sobre o domínio de redes criminosas ou terroristas. ver estes riscos.

Tópicos de discussão

3 Reflectir sobre as potencialidades da nanotecnologia.


3 Enumerar aplicações actuais e futuras da nanotecnologia.
3 Reflectir sobre os perigos da aplicação da nanotecnologia.

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 21


NANORROBÓTICA
Governos, centros de pesquisa e grandes empresas priva- Esta precisão permitiriá, por exemplo, evitar os efeitos colate-
das estão a investir vultosas quantias de dinheiro para o desen- rais sobre células sãs localizadas nas vizinhanças das células a
volvimento de componentes nanoscópicos que servirão de tratar.
base à construção de máquinas minúsculas – os nanorrobôs. As estratégias para eliminar os nanorrobôs do corpo dos
A medicina é uma das áreas pacientes após a conclusão da
onde estes robôs terão maio- sua missão ainda estão em fase
res aplicações. de desenvolvimento.
A ciência tem centrado Alguns cientistas pensam
esforços na criação de siste- mesmo que um dia células san-
mas de diagnóstico e de ima- guíneas humanas poderão vir a
gem capazes de detectar uma ser substituídas por alguns
única célula doente ou trans- milhões de nanorrobôs, capazes
formada. Prevê-se que dentro de desempenhar as funções
de alguns anos, nanorrobôs, essenciais do sangue humano,
milhares de vezes menores do nomeadamente:
Átomo Nanopartícula
que a espessura de um cabelo, Vírus Bactéria • Eliminação de parasitas,
Molécula
sejam injectados na corrente bactérias, vírus e células cance-
sanguínea dos pacientes para rígenas.
analisar a superfície e o interior de células sem as danificar, • Erradicação da maioria das doenças cardiovasculares,
permitindo diagnósticos mais precisos. Eventualmente, pode- nomeadamente, da arteriosclerose.
rão ser utilizados para desobstruir vasos sanguíneos ou des- • Processamento mais rápido do oxigénio, com aumento
truir células danificadas, permitindo, por exemplo, combater da força e vigor físicos.
células cancerígenas ou vírus, como os da SIDA ou da hepatite. • Redução da susceptibilidade a agentes químicos e parasi-
O transporte de medicamentos directamente até células pre- tas de todos os tipos, eliminando-se, assim, as alergias.
definidas é uma das maiores potencialidades desta tecnologia.

Tópicos de discussão

3 Reflectir a importância que os nanorrobôs poderão vir a desempenhar no tratamento de doenças.


3 Discutir os problemas éticos que estas tecnologias poderão colocar à sociedade.
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60 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 22


AGRICULTURA BIOLÓGICA
Existem cada vez mais problemas nos domínios da das práticas agrícolas. Por isso, rejeitam a utilização de
agricultura, do ordenamento do espaço rural, da gestão adubos, pesticidas e produtos artificiais, como hormonas,
dos recursos naturais, da saúde pública e outros. Os exce- antibióticos, aditivos, conservantes de síntese e ainda de
dentes agrícolas, a desertificação humana das regiões des- OGM. Recorrem, preferencialmente, a práticas que promo-
favorecidas, o esgotamento vem o equilíbrio dos ecos-
e erosão dos solos, a polui- sistemas e protegem a bio-
ção das terras e águas, a diversidade, como a rota-
redução da biodiversidade, ção de culturas, a utiliza-
os riscos dos organismos ção de adubos orgânicos
geneticamente modificados naturais (resíduos das cul-
(OGM) e a contaminação de turas e estrumes de ani-
produtos, foram os princi- mais) ou a luta biológica
pais motivos que levaram à contra pragas e doenças.
procura de modelos de Assegurar condições de
desenvolvimento sustentá- vida aos animais domésti-
vel, com regras, princípios e cos que lhes permitam
práticas que noutros tem- atingir os aspectos básicos
pos eram comummente usados. do seu bem-estar, é outro dos objectivos destes agricultores.
A agricultura biológica, também conhecida como Portugal possui uma conjuntura favorável ao desen-
«agricultura orgânica» (Brasil e países de língua inglesa), volvimento da agricultura biológica, nomeadamente, no
«agricultura ecológica» (Espanha e Dinamarca) ou «agri- que respeita às características do clima e dos solos.
cultura natural» (Japão), baseia-se na interacção dinâmi- A diversidade de fauna e flora ainda existente e, acima de
ca entre o solo, as plantas, os animais e os seres humanos, tudo, o facto de muitas das formas tradicionais de produ-
considerados como uma cadeia indissociável em que cada ção portuguesas serem muito próximas deste modo de
elo afecta os restantes. produção, faz do nosso país um local de grande potencial
Os agricultores biológicos têm como objectivos man- para este tipo de agricultura.
ter ou melhorar a fertilidade do solo a longo prazo, preser- O número de consumidores dos produtos de agricultura
vando os recursos naturais do solo, da água e do ar, e mini- biológica tem vindo a aumentar, apesar do preço destes
mizar todas as formas de poluição que possam resultar produtos ser superior aos da agricultura tradicional.

Tópicos de discussão

3 Reflectir sobre as vantagens da agricultura biológica relativamente à agricultura intensiva.


3 Reflectir em que medida a agricultura intensiva modificou o tecido social em Portugal.
3 Reflectir sobre as potencialidades da agricultura biológica em Portugal.
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA 61

FICHA DE TRABALHO N.o 10 – CIÊNCIA E TECNOLOGIA


E QUALIDADE DE VIDA

Competências:
3 Identificar benefícios e riscos da utilização de organismos geneticamente modificados.
3 Reconhecer que os avanços da ciência e da tecnologia, dependendo da utilização de que deles se faz,
podem trazer benefícios ou riscos à humanidade.
3 Reconhecer que os novos caminhos da ciência e da tecnologia representam desafios ao exercício da
cidadania e às gerações futuras.

1. Lê atentamente o texto seguinte.

Em 1994 foi lançado no mercado norte-americano o primeiro produto geneticamente modificado


- tomate. Desde então, muitos mais surgiram e o consumo de alimentos elaborados a partir de orga-
nismos geneticamente modificados (OGM) tem-se tornado uma prática comum.
Estima-se que cerca de 65% dos produtos disponíveis nos supermercados americanos conte-
nham ingredientes geneticamente modificados, em maior ou menor percentagem. Os norte-ameri-
canos são, aliás, o povo que consome mais alimentos geneticamente modificados.
Estudos realizados nos EUA mostram que a população encara com tranquilidade a modificação
genética dos organismos, considerando que estes devem ser seguros, uma vez que já os consomem
há vários anos sem adoecerem.
Contudo, alguns críticos afirmam que as pessoas consomem alimentos geneticamente modifica-
dos há relativamente pouco tempo e que poderá haver efeitos a longo prazo que ainda se desconhe-
cem.
Na União Europeia, os alimentos geneticamente modificados têm de ser aprovados pelas autori-
dades antes de poderem ser comercializados. Para ser aprovado, um alimento geneticamente modi-
ficado deverá ser sujeito a uma avaliação de risco alimentar. Nesta avaliação, são efectuadas expe-
riências de alimentação com estes produtos em cobaias animais.
Outro aspecto muito polémico, relaciona-se com os eventuais impactos destes organismos no
equilíbrio dos ecossistemas. Até à data, ainda não existe uma resposta completamente conclusiva
às questões relacionadas com as consequências da exposição do ambiente às plantas geneticamen-
te modificadas.

1.1 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:


Um organismo geneticamente modificado...
a. … é um clone de um ser humano.
b. … é um clone de um outro organismo, resultante de um cruzamento acidental.
c. … é um organismo resultante do cruzamento de indivíduos de espécies diferentes.
d. … é um organismo cujos genes foram modificados intencionalmente pelo ser humano.
1.2 Menciona duas vantagens da utilização dos OGM, segundo os seus defensores.
1.3 Refere as razões que levam os americanos a mostrarem-se tranquilos em relação aos OGM.
1.4 Indica quais são as medidas de segurança relativamente aos OGM em vigor na União Europeia.
1.5 Refere as razões que levam algumas pessoas a criticar a utilização de alimentos produzidos a
partir de OGM.
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62 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN

1.6 Uma das plantas geneticamente modificadas mais utilizadas é o milho. Refere exemplos de ali-
mentos elaborados a partir desta planta.
1.7 Frequentemente, os consumidores desconhecem que muitos dos produtos alimentares que
consomem foram elaborados a partir de OGM. Apresenta uma medida que possa ser imple-
mentada de modo a informar devidamente os consumidores.
1.8 A utilização de OGM tem merecido a oposição de várias associações defensoras do ambiente.
Aponta as razões que levam estes ambientalistas a temerem os OGM.
1.9 Classifica como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações que se seguem.
a. Os cientistas não podem ter certezas quanto às consequências dos OGM a longo prazo, uma
vez que as culturas geneticamente modificadas existem há relativamente pouco tempo.
b. Os alimentos elaborados a partir de OGM ainda não afectaram os consumidores.
c. Os cidadãos da União Europeia são os maiores consumidores de alimentos elaborados a partir
de OGM.
d. Na União Europeia a utilização de um determinado OGM só é possível se for autorizada pelas
autoridades.
e. Os OGM já demonstraram que são perigosos para o ambiente e para a saúde humana.
f. Os alimentos elaborados a partir de OGM distinguem-se pelo sabor dos seus equivalentes
elaborados a partir de organismos não modificados.
g. Os críticos da utilização de OGM temem que estes se possam alastrar no meio e transferir
genes para espécies afins.
h. Os alimentos provenientes de OGM são sempre mais vantajosos, em termos nutritivos, rela-
tivamente aos alimentos elaborados a partir dos organismos tradicionais.
1.10 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
A produção de OGM está relacionada sobretudo com a evolução da…
a. ... física.
b. … biotecnologia.
c. … geologia.
d. … matemática.

2. «Ao longo da história, a sociedade condicionou e foi condicionada pelos avanços tecnológicos.»
Comenta esta afirmação.
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63

BIBLIOGRAFIA

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6/18/08
2:37 PM
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Caderno de Apoio ao Professor • 9 CN • 978-972-47-3612-9

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