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27 Estudo de Trelicas Metalicas para Coberturas em Duas Aguas Atraves de Otimizacao Topolgica PDF
27 Estudo de Trelicas Metalicas para Coberturas em Duas Aguas Atraves de Otimizacao Topolgica PDF
Resumo: Treliças metálicas de duas águas são largamente utilizadas em estruturas para
coberturas de pavilhões, aliando leveza e resistência. Visando a elaboração de projetos que
propiciem a obtenção de estruturas com melhor relação custo-benefício, diversos estudos
foram efetuados utilizando uma técnica conhecida como otimização topológica, que consiste
em permitir a retirada ou inclusão de elementos na estrutura. Partindo de um modelo
composto pela sobreposição de modelos usuais, após a análise da estrutura, foram retiradas
gradativamente as barras menos solicitadas até resultar em uma treliça isostática. O estudo
foi realizado para pavilhões com dimensões e inclinação da cobertura variáveis. Os
elementos foram dimensionados obedecendo a NBR 8800, utilizando perfis laminados em
forma de dupla cantoneira de abas iguais e opostas. Quanto aos resultados, o processo de
otimização de topologia foi efetivo, na maioria dos casos, em reduzir o peso da estrutura
inicial, tornando os modelos obtidos competitivos em relação às configurações usuais.
1 INTRODUÇÃO
Treliças são estruturas constituídas, basicamente, por barras retas unidas apenas pelas
extremidades, através de nós articulados. Como os esforços são aplicados apenas nesses nós,
somente esforços axiais de tração e compressão atuam nas barras. Na prática, os nós
raramente são rotulados, sendo as barras conectadas através de rebites, parafusos ou soldas.
Entretanto, essa simplificação pode ser feita, pois a esbeltez das barras impede que haja
transferência de binários significantes.
Segundo Pereira (2007), nos dias atuais é muito comum utilizar estruturas treliçadas
em projetos de grandes construções. Estas estruturas são bastante utilizadas em situações onde
deseja-se obter uma estrutura leve, mas com elevada resistência.
Para uma mesma situação de vão e carregamento, há inúmeras formas de se dispor as
barras na treliça de forma eficaz, e o projetista o fará baseado em sua habilidade, experiência
e intuição. Contudo, como ressalta Ribeiro (2008), esse processo nem sempre é o mais
satisfatório. Primeiramente, devido às falhas humanas e, conseqüentemente, por não
apresentar garantias de que a solução encontrada seja a melhor do ponto de vista econômico.
Fonseca (2007) reforça essa ideia, afirmando que encontrar a melhor solução pelo método da
tentativa e do erro é praticamente impossível.
O cenário atual da engenharia é de extrema competitividade e, para um profissional
obter vantagem no mercado, é necessário que seus projetos cumpram os requisitos de
desempenho e segurança com um custo menor que os concorrentes, buscando-se uma maior
eficiência das estruturas. No caso das treliças, que são estruturas de execução fácil e rápida, o
custo mais baixo será em função do menor peso da estrutura, proporcionado por um menor
consumo de material.
Uma maneira prática e relativamente rápida de se obter esse importante grau de
economia é lançar mão de técnicas de otimização estrutural, uma ferramenta matemática e
computacional que pode ser bastante útil para identificar as melhores soluções para um
determinado problema.
O objetivo do presente trabalho foi definir, através de métodos de otimização,
configurações alternativas de treliças para tesouras em aço de pavilhões com diferentes
comprimentos, vãos e inclinações de cobertura e compará-los com alguns modelos
tradicionais, fornecendo parâmetros para o engenheiro durante o pré-dimensionamento,
visando o projeto e execução de estruturas mais econômicas. Tal fato não é benéfico apenas
ao projetista, mas também na caminhada para uma sociedade mais sustentável, visto que o
menor consumo de material pode significar uma redução na extração de matéria prima do
meio-ambiente.
2 METODOLOGIA
Na Tabela 1, são apresentados modelos iniciais e finais para cada um destes três tipos
de otimização estrutural. Pode haver também a otimização simultânea, onde se trabalha com
todas as variáveis ao mesmo tempo. Porém, raramente esta otimização, devido ao grande
consumo de tempo e necessidade de computadores muito rápidos.
Seções
Geometria
Topologia
Pratt
Warren
Como material, foi empregado aço ASTM A36, que apresenta tensão de ruptura Fu =
400 MPa e tensão de escoamento Fy = 250 MPa. O módulo de elasticidade (E) foi adotado em
205 GPa e o peso específico () em 77 KN/m³. O dimensionamento seguiu a normatização
brasileira para o dimensionamento de estruturas de aço, através da utilização da NBR 8800. O
cálculo da carga de vento foi efetuado a partir da NBR 6123, resultando em 7 combinações
possíveis de carregamento. Os elementos foram dimensionados com perfis laminados de aço
em forma de dupla cantoneira de abas iguais e opostas (Figura 4).
Otimização Não
Topológica
3 RESULTADOS
A
Modelo Inicial (53 elementos) Modelo Inicial (53 elementos)
B
Modelo Intermediário (47 elementos) Modelo Intermediário (47 elementos)
C
Modelo Intermediário (41 elementos) Modelo Intermediário (41 elementos)
D
Modelo Intermediário (35 elementos) Modelo Intermediário (39 elementos)
E
Modelo Intermediário (29 elementos) Modelo Intermediário (33 elementos)
F
Modelo Final (27 elementos) Modelo Final (25 elementos)
A
Modelo Inicial (117 elementos)
F
Modelo Final (61 elementos)
Galpão de 10 m x 40 m
5,0
4,5
Peso da Treliça (kN)
4,0
5º
3,5
10º
3,0
15º
2,5
2,0
A B C D E F
Etapa da otimização
Figura 7: Redução no peso ótimo para cada etapa de otimização do galpão 10m x 40m.
Na Figura 8, tem-se um gráfico comparativo entre os pesos ótimos obtidos para os
novos modelos gerados e as configurações clássicas, também para o galpão de 10m x 40m.
Galpão de 10 m x 40 m
5,0
4,5
4,0
Peso da Treliça (kN)
3,5
Otimização
3,0
2,5 Warren
2,0 Howe
1,5
1,0 Pratt
0,5
0,0
5º 10º 15º
Inclinação da cobertura
4 CONCLUSÕES
5 BIBLIOGRAFIA
BELLEI, I. H. Edifícios industriais em aço: projeto e cálculo. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998.
NBR 8800. Projeto e Execução de estruturas de aço em edifícios (método dos estados
limites). Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1986.