Para Carvalho, desapropriação judicial do CC pode ser chamada de
EXPROPRIAÇÃO, que é a “desapropriação feita pelo particular”. Afirma-se que entidades ligadas a entes hierarquicamente superiores não podem sofrer desapropriação por inferiores. No caso dos bens públicos, na desapropriação, exige-se a participação do legislativo. O TOMBAMENTO, se foi instituído por ente superior, impede a desapropriação por ente inferior, mas a recíproca não é verdadeira. Súmula 479: “As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.” Uma das consequências da aquisição originária é a isenção do ITBI. O DNIT e a ANEEL possuem competência para declarar a utilidade e afins. Isso não se confunde com COMPETÊNCIA LEGISLATIVA, que é da União, nem tampouco com COMPETÊNCIA EXECUTÓRIA, pois se trata, segundo Carvalho, de COMPETÊNCIA DECLARATÓRIA. A competência executória pode ser delegada, mas não se presume. Então, em resumo, numa interpretação com maior propriedade, pretendeu o legislador atribuir a legitimidade a quaisquer pessoas, administrativas ou não, que executam serviços públicos por delegação. O núcleo, pois, é a delegação. Diz-se DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA aquela desapropriação que abrange as áreas contíguas necessárias ao desenvolvimento da obra realizada pelo Poder Público e as zonas que vierem a sofrer valorização extraordinária em decorrência da mesma obra, estando prevista no art. 4o do Decreto-lei no 3.365/1941. Neste caso (assim como em noutros), o domínio do expropriante é PROVISÓRIO, servindo apenas para posteriormente dar o domínio a outrem. Sobre a DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA: Considera-se aqui desapropriação urbanística aquela pela qual o Poder Público pretende criar ou alterar planos de urbanização para as cidades, só sendo possível a sua implementação mediante a retirada de algumas propriedades das mãos de seus donos. Esse tipo de desapropriação, como é fácil observar, costuma alcançar bairros inteiros e, por isso, o Poder Público tem o dever de definir previamente seus projetos urbanísticos, já que são eles o próprio motivo das desapropriações. Ressalve-se, porém, que nem sempre a desapropriação acarreta a possibilidade de transferência dos bens expropriados a terceiros. Será, contudo, admissível a transferência quando, ultimado o projeto urbanístico, o Poder Público, desinteressado de permanecer com os bens expropriados, tenha mesmo que repassá- los a terceiros. Como bem já se observou, pela desapropriação o Poder Público recebe um bem, que passa a integrar seu patrimônio, e em momento subsequente se perfaz a alienação, em outro negócio jurídico. Dos EFEITOS DO DECRETO EXPROPRIATÓRIO: O primeiro deles consiste no consentimento dado às autoridades administrativas do expropriante ou seus representantes autorizados a ingressar nas áreas mencionadas na declaração, inclusive e principalmente para proceder a inspeções e levantamentos de campo, sendo lícito o recurso à força policial em caso de resistência (art. 7º). O proprietário, entretanto, fará jus a indenização se houver dano decorrente de abuso de poder ou das inspeções e levantamentos de campo, sem prejuízo da ação penal (art. 7º, parágrafo único). Outro efeito é o do início da contagem do prazo para ocorrência da caducidade do ato, prevista no art. 10. Da declaração, portanto, corre o prazo para a conduta positiva do expropriante. Constitui efeito, da mesma forma, a descrição do estado em que se encontra o bem objeto da declaração, com a finalidade de permitir a fixação da futura indenização. Lembrando que isso se refere ao DECRETO EXPROPRIATÓRIO, que caducará em 5 ANOS. Falaremos agora da FASE EXECUTIVA. 914