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INTRODUÇÃO AO CURSO DE LICENCIATURA EM

LABORATÓRIO DE FÍSICA
P ART E 1 DE 2
ENSINO DE FÍSICA
TÓPICOS

1. REGRAS NO LABORATÓRIO DE FÍSICA;


2. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS;
3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS;
4. CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS;
5. INSTRUMENTOS DE MEDIDA;
6. RELATÓRIO DAS ACTIVIDADES EXPERIMENTAIS.

EDMUNDO BRITO 2
1. REGRAS NO LABORATÓRIO DE
FÍSICA
* ALGUMAS REGRAS NO LABORATÓRIO DE FÍSICA

Laboratórios não são perigosos, Usar bata (branca, manga comprida, altura dos
desde que tomadas as devidas joelhos e de tecido não inflamável – algodão);
precauções: CONCENTRAÇÃO +
CONHECIMENTO. Não atirar sólidos para dentro de
Compreender o guião da experiência pias ou lavatórios;
(objectivos, montagens, procedimentos); Não fumar; não comer; evitar
Montagens no centro da acessórios indevidos;
bancada/mesa; Nunca trabalhar sozinho no
Limpar e arrumar todo o material laboratório;
utilizado; Não abandonar o local de
Ter mãos secas em equipamentos experiência.
eléctricos; QUALQUER ACIDENTE DEVE SER
Manter deligado o que não estiver IMEDIATAMENTE COMUNICADO AO
em uso; RESPONSÁVEL – O DOCENTE*

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2. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS *
QUANTO MEDE O SEGMENTO AB? REGRAS
O comprimento AB pode ser avaliado (8,3cm=0,083m=8,3x10-2m)
em 8,3cm, onde 8 é exacto e 3 é
avaliado – duvidoso. Zeros à esquerda (notacção decimal)
e potências de 10 (notação
NÃO SERIA MAIS PRECISO ELIMINAR O científica*) não contam como
DUVIDOSO? significativos.
 Não, pois dá mais precisão/significado à medida! Os resultados finais de operações
Algarismos significativos = matemáticas devem ser apresentados
algarismos exactos + o algarismo com igual quantidade de algarismos
duvidoso, o último (da casa decimal depois da graduação significativos do dado com a menor
que está sendo usada).
quantidade de algarismos
significativos – Use notação decimal/científica.
O valor da grandeza medida deve ser 5m = 5,0m?
apresentada com todos os seus
algarismos significativos.  Não!

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 1 DE 2

EXISTIRÁ SEMPRE UMA INCERTEZA NA


MEDIÇÃO DE GRANDEZAS FÍSICAS! ERROS GROSSEIROS: devido a
imperícia ou distração do operador.
Medimos para obter o melhor Devem ser evitados pela repetição
valor para essa grandeza. cuidadosa das medições;
As grandezas podem ser medidas ERROS SISTEMÁTICOS: causados por
directamente (grandezas físicas fontes identificáveis, como defeitos nos
fundamentais) ou indirectamente instrumentos ou uso de métodos inadequados;
(grandezas físicas derivadas).
ERROS ALEATÓRIOS OU ACIDENTAIS:
Se experimentalmente encontramos imprevisíveis e originados por
um resultado diferente, causas temporais que variam durante
 ERRO: Conhecendo o valor real;
observações sucessivas.
 DESVIO: Desconhecendo o valor real.

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 1 DE 2

Cálculos de
 Valor médio, incertezas/erros, variância,
desvio padrão;

CONTINA NA “PRÓXIMA AULA”! Propagação de erros de medição;


 Efeitos de erros de leitura no cálculo de
grandezas;

Exemplificações/exercitações…

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4. CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE
GRÁFICOS
OBTEREM-SE INFORMAÇÕES RÁPIDA E
FACILMENTE.
OS EIXOS: NORMA UNIVERSAL:
TÍTULO: deve-se escolher um
título conciso e auto - Variável independente no eixo das
explicativo; abcissas e a dependente no das
ordenadas;
ESCALA: de acordo com os - Os nomes das grandezas (e respectivas
algarismos significativos dos unidades) devem constar nos eixos das
dados de forma que o gráfico abcissas/xx e das ordenadas/yy.
ocupe todo o papel e não fique
comprimido em um canto;

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4. CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE
GRÁFICOS

BARRAS DE INCERTEZAS
Os resultados dos valores
experimentais deverão ser
representados com suas
respectivas incertezas/desvios
indicadas por meio de barras
simétricas em relação ao ponto Gráfico com barras de
assinalado e de comprimento incertezas.

 x  x  20  5cm
total igual ao dobro da 
 y  y  2,0  0,3cm
incerteza.

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5. INSTRUMENTOS DE MEDIDA
* T ÓPICO PARA V ER NA AULA 2

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6. RELATÓRIO DAS ACTIVIDADES
EXPERIMENTAIS
Capa (Regulamento Académico)
Apresentação dos dados
Folha de rosto (Regulamento Académico)  Tabelas
 Gráficos
Índice automático  Cálculos de grandezas (inclui os cálculos de
erros, etc.)
Introdução (em jeito de resumo)
Análise dos resultados
Objectivos da actividade
experimental Conclusões (sobre o trabalho, tendo em conta
o que se esperava)
Resumo teórico Bibliografia
Procedimentos
 Esquemas/figuras de montagem
 Material necessário (e sua Organização do trabalho escrito
localização/aquisição)

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CONTINUA… INTRODUÇÃO AO
LABORATÓRIO DE FÍSICA

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INTRODUÇÃO AO CURSO DE LICENCIATURA EM

LABORATÓRIO DE FÍSICA
P ART E 2 DE 2
ENSINO DE FÍSICA
TÓPICOS

1. REGRAS NO LABORATÓRIO DE FÍSICA;


2. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS;
3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS (*Exercitações…) ;
4. CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS;
5. INSTRUMENTOS DE MEDIDA (*Trabalho em grupos) ;

6. RELATÓRIO DAS ACTIVIDADES EXPERIMENTAIS.

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

Cálculos de
 Valor médio, incertezas/erros, variância,
desvio padrão;
NESTA AULA!
Propagação de erros de medição;

  Efeitos de erros de leitura no cálculo de


grandezas (por determinações indirectas);

INSTRUMENTOS DE MEDIDA (TÓPICO 5);

Exemplificações/exercitações…

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

INCERTEZA!
(cotidiano/tecnicamente):
Insegurança/segurança! COMO EXPRESSAR CORRECTAMENTE O
VALOR DE UMA MEDIÇÃO (OU,
INCERTEZA DE MEDIÇÃO (metrologia): RESULTANTE DE UMA SÉRIE DE
Parâmetro, associado ao resultado MEDIÇÕES)?
de uma medição, que informa sobre  RESULTADO =
 Valor mais provável (média das medições) +
a dispersão dos valores que podem Incerteza da medição!
ser atribuídos a uma medição.
UM RESULTADO DE UMA MEDIÇÃO SEM 
INCERTEZA É INSEGURO
(VAGO/INCOMPLETO).

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA…

A.SÉRIE DE MEDIÇÕES; F.Variância;


B.Média; G.Desvio padrão;
C.Desvios; H.Desvio padrão da média;
D.Média dos desvios; I.RESULTADO FINAL.

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… A. SÉRIE DE MEDIÇÕES

Determinada quantidade de medidas


(única/amostral), usando
A.SÉRIE DE MEDIÇÕES; apropriados instrumentos de
medição.
B.Média; Em uma única medida lidaremos com erros
absolutos/relativos.
C.Desvios;
Para uma série de medidas
D.Média dos desvios; (normalmente amostrais) lidaremos com
desvios em relação à média.
Ex. Medições (10) de tempo de queda de um corpo à uma
determinada altura…

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… B. Média

Valor mais provável em uma série de


medições.
A.SÉRIE DE MEDIÇÕES; 7,0 8,1 6,2 6,4 4,0 7,2 11,5 5,0 6,0 10,5 (7,19)
6,8 7,1 7,5 8,0 6,9 7,0 7,4 6,8 7,1 7,3 (7,19)

B.Média;
n x
C.Desvios; i=1 i
X=
D.Média dos desvios;
n
E se tivermos que, por alguma necessidade, alterar igualmente cada
uma das medições, o que acontece com a média?

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… C. Desvios


O quanto as medições se distanciam da média.

σ=xi −X
A.SÉRIE DE MEDIÇÕES;
Quando conhecido o valor verdadeiro/exacto da grandeza

B.Média; Erro absoluto: L a = X−X (X é o valor lido no


instrumento ou média das observações)

C.Desvios; Erro relativo (%): Lr = L a X


D.Média dos desvios; Quando não conhecemos o valor verdadeiro/exacto da grandeza

Incerteza absoluta: ΔX a = σ máx−X


Incerteza relativa (%): ΔXr = ΔXa X

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… D. Média dos desvios

A.SÉRIE DE MEDIÇÕES; n x −X
B.Média; σ= i=1 i =0!
C.Desvios; n
D.Média dos desvios; ALTERNATIVA…

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… E. Variância


MÉDIA DOS QUADRADOS DOS DESVIOS.

Variância populacional:
n x −X 2
E.Variância; i
σ 2= i=1
n
F.Desvio padrão; Variância amostral: (caso mais comum)

G.Desvio padrão da média; n x −X 2


i
σ 2= i=1
H.RESULTADO FINAL. n−1
Por nos dar um valor cuja unidade é ao quadrado não
possibilita comparar aos valores das medições!
ALTERNATIVA…

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… F. Desvio padrão


RAIZ QUADRADA DA VARIÂNCIA.

Desvio padrão populacional:

E.Variância; n x −X 2
σ= σ 2 = i=1 i
F.Desvio padrão; n
G.Desvio padrão da média; Desvio padrão amostral: (caso mais comum)

H.RESULTADO FINAL. n x −X 2
σ= σ 2 = i=1 i
n−1

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… G. Desvio padrão da média

E.Variância; n x −X 2
σX= i=1 i
F.Desvio padrão;
n n−1
G.Desvio padrão da média;
H.RESULTADO FINAL.
n (desvio padrão da média amostral)

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

DETERMINANDO A INCERTEZA… H. RESULTADO FINAL

COMO EXPRESSAR CORRECTAMENTE O


VALOR DE UMA MEDIÇÃO (OU,
E.Variância; RESULTANTE DE UMA SÉRIE DE
MEDIÇÕES)?
F.Desvio padrão;  RESULTADO =
 Valor mais provável (média das medições) +
 Incerteza da medição!

G.Desvio padrão da média;


X= X±σ un.
H.RESULTADO FINAL. X
 Para medições directas, o valor da incerteza deve recair apenas
sobre o algarismo duvidoso, ou seja, deve possuir apenas um
algarismo significativo.

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

PROPAGAÇÃO DE ERROS Consequentemente…


Como expressar a incerteza no
resultado de uma medição
indirecta? Exemplo:

Dada uma função f x1, x2 , …, σ A∙B = B ∙σA + A ∙σB


Demonstração:
 Determinação do desvio padrão da área de um rectângulo de
comprimento X e largura Y…

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

PROPAGAÇÃO DE ERROS
σ A+B =σA+σB

σ A−B =σA+σB σ eA =eA ∙σA

σ A∙B = B ∙σA+ A ∙σB σ


σ ln A = A
A
A B ∙σ + A ∙σ
σ = A B
B 2 σ senA = cosA ∙σA
B
n n−1 σ cosA = senA ∙σA
σ A = n∙A ∙σA

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3. MEDIÇÕES E SEUS ERROS
* PARTE 2 DE 2

PROPAGAÇÃO DE ERROS

Determine σE dado que


A+B ln C
E=
D

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5. INSTRUMENTOS DE MEDIDA
O resultado de uma medida deve vir
sempre na forma m±∆m onde m é o
valor medido (média) na escala do
instrumento, e ∆m é a incerteza
A precisão de um instrumento de associada à medida (média).
medida corresponde à quantidade Essa incerteza depende do aparelho
mínima da grandeza física que o utilizado e dos erros aleatórios
instrumento é capaz de diferenciar. ocorridos durante a medida.
POR EXEMPLO, numa régua centimétrica, a precisão é de 1cm. Portanto, podemos escrever ∆m como a soma de duas
contribuições, e será chamada incerteza total:
∆m=∆maparelho +∆maleatórios
O cálculo de ∆m aleatórios depende do instrumento utilizado e há vários
critérios para determina-la (caso não tenha sido fornecida pelo
fabricante), diferenciando-se se o aparelho é analógico ou não.

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5. INSTRUMENTOS DE MEDIDA

APARELHOS NÃO ANALÓGICOS APARELHOS ANALÓGICOS


Os aparelhos não analógicos
(digitais) não permitem que o erro Os instrumentos analógicos são
de escala seja avaliado. O algarismo aqueles onde a análise das escalas
duvidoso é simplesmente lido no permite que o algarismo duvidoso da
display do aparelho, ou conforme medida seja avaliado. Neste caso, é
especificado pelo fabricante. usual adoptar a incerteza da escala
como sendo a metade da precisão.
Usualmente, 1
∆maparelho=PRECISÃO DO APARELHO ∆maparelho= precisão do aparelho
2
Ex. Cronómetro digital, em que o último dígito de precisão Exemplo, a seguir…
encontra-se na escala de centésimos de segundos (1s/100):
∆maparelho= 0,01s

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5. INSTRUMENTOS DE MEDIDA

APARELHOS NÃO ANALÓGICOS APARELHOS ANALÓGICOS


Os aparelhos não analógicos
(digitais) não permitem que o erro COMO SE DEVE ESCREVER O
de escala seja avaliado. O algarismo RESULTADO DA MEDIÇÃO
duvidoso é simplesmente lido no ILUSTRADA ABAIXO?
display do aparelho, ou conforme
especificado pelo fabricante.
Usualmente,
∆maparelho= precisão do aparelho
Ex. Cronómetro digital, em que o último dígito de precisão
encontra-se na escala de centésimos de segundos:
∆maparelho= 0,01s PRECISÃO DA RÉGUA: 0,1cm. Logo: ℓ= 8,36±0,05 cm

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FIM VAMOS EXPERIMENTAR!

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